DURÃO, Fábio; CECHINEL, André. Explorando uma concepção de literatura. In ______.

Ensinando literatura: a sala de aula como acontecimento, São Paulo: Parábola Editorial, 2022. P.13-
26.

Durão e Cechinel (2022) explicitam que a literatura não é uma entidade neutra, assim sendo
ela passa por alterações de acordo com o enfoque com o qual se trabalha, mas não é por causa disto
que se pode fazer dela o que bem se entende.
Também se explora a oposição entre a leitura ingênua sem questionamentos e a crítica com
perguntas constantes e autorreflexiva. A leitura ingênua se encerra com o fim do que se está lendo, já a
crítica é um exercício que ultrapassa o sentido anterior, ao saber o fim é que se pode começar a “ler”.
Além disso, Durão e Cechinel (2022, p.16) estabelecem a seguinte dinâmica existente entre o
leitor e a obra “Nessa concepção enfática de leitura, o objeto precisa ser instigado a falar, e a mente do
leitor converte-se em uma ruidosa arena na qual se misturam as palavras do texto e as suas próprias –
mesmo que isso ocorra na paz da biblioteca ou no quarto de dormir, á noite, sem ninguém em volta.”.
Em relação ao literário, coloca-se que a literatura é indissociável de uma atividade interpreta que é
resultado da experiência da leitura.
Dessa forma é preciso trabalhar na sala de aula a literatura na concepção de algo vivo em
relação a atualidade e não como uma sequência de coisas inertes, é preciso trazer a tona as
experiencias dos alunos a familiaridade com os temas, além de partir do texto e sua análise para depois
explorar demais características.
Os autores também discutem sobre as concepções de literatura: a grande literatura que suscita
questões relevante ao presente (segunda a perspectiva dos autores deveria ser avaliada de acordo com
aquilo que é capaz de produzir sobre a descoberta de algo novo), o segundo tópico refere-se uma
espécie de idolatria em relação a obra (deve-se pensá-la como um brinquedo que se pode tocar e
lambuzar) e por fim a ideia de que a literatura não tem ligação com o mundo moral (mas funciona
como ferramenta crítica a uma realidade e que pode estar em diálogo com outras áreas).