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IRMÃ AMÁLIA E A DEVOÇÃO

A NOSSA SENHORA
DAS LÁGRIMAS
E-BOOK

Por: Rita Elisa SÊda

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APRESENTAÇÃO

Este e-book é um pequeno resumo do livro: “IRMÃ AMÁLIA E


A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DAS LÁGRIMAS”,
publicado em setembro de 2022, pela Editora Imaculada.

Leia este e-book para ter algum conhecimento; mas, para


você conhecer na íntegra as mensagens que Irmã Amália
recebeu de Jesus e Maria, e as que ela mesma compôs; para
entender o contexto sócio-econômico-religioso-político da
época; para ler todo dossiê escrito e enviado ao Vaticano por
Dom Francisco de Campos Barreto. Para percorrer o
itinerário espiritual de uma menina que, desde seus 10 anos
de idade via e conversava com Jesus e Maria de uma maneira
singela. Para ter ciência de que Jesus é capaz de lapidar uma
pedra bruta e torná-la uma joia rara para salvar as almas...
então, você precisa ler o livro inteiro. São 532 páginas que
mostram todas essas verdades através de documentos
primários. E, também, você encontrará alinhavos biográficos
da Irmã Amália e os estigmatizados contemporâneos dela:
Santo Padre Pio e Tereze Newmann; e a magnitude das
mensagens de Jesus Misericordioso para Irmã Amália e Santa
Faustina.

A biografia é resultado de uma batalha muito grande, passei


pelo vale dos tormentos espirituais e físicos, e o que me
manteve íntegra na pesquisa e escrita, foi minha fé em Deus,
Jesus e o Espírito Santo. Há 41 anos sou devota e divulgo à
Coroa de Nossa Senhora das Lágrimas e acredito na
santidade da Irmã Amália. Aqui, neste e-book, você terá um
pequeno resumo de todo livro.

Rita Elisa Sêda

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NASCIMENTO E INFÂNCIA

Em uma segunda feira, dia 22 de julho de 1901, veio ao mundo a

pequena AMÁLIA, na cidade de Riós, Galícia, região Ourense da


Espanha, cuja capital é Santiago de Compostela. Amália era filha de
Andrés Aguirre e Emerita Queija.

Andrès Aguirre

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Escudo Galícia

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No dia 28 de julho de 1901, a pequena criança foi batizada
com o nome Amália Aguirre Queija, na Igreja Santa
Maria, em Riós.

Igreja de Santa Maria, Riós, onde Amália foi batizada.

Com apenas 10 anos de idade, em 1911, Amália recebeu sua


Primeira Comunhão e Crisma. Foi a primeira
manifestação mística de Jesus na vida dela.

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Primeira Comunhão de Amália Aguire Queija, 1911.

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Aos quinze anos de idade, no dia 26 de novembro de
1916, Amália teve a segunda visita de Jesus e, novamente,
disse seu SIM para ser consagrada a Jesus e prometeu
oferecer sacrifícios para a salvação dos pecadores.

Nos anos 1918 e 1919, Amália conviveu com a pandemia,


Influenza, época em que seus pais, irmãos e mais parentes
já moravam na Bahia, Brasil.

MUDANÇA PARA O BRASIL E A


FUNDAÇÃO DO INSTITUTO
No mês de julho de 1919, depois do falecimento de sua avó
paterna, Amália veio para o BRASIL.

Amália, pais e irmãos se mudaram para Campinas-SP, ela


passou então, a procurar uma congregação que a aceitasse;
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queria se tornar uma religiosa. Só parou com essa procura,
quando Jesus lhe fez a revelação que em pouco tempo
haveria de existir uma congregação, onde as mulheres se
vestiriam com hábito azul e véu branco.

Casa onde morava Amália, seus pais e irmãs, Rua Senador Saraiva, nº
45, 1928.

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No dia 20 de abril de 1928, oito primeiras postulantes, dentre
elas Amália Aguirre Queija e Maria Villac, iniciaram vida
comunitária. Era o começo da congregação Instituto
Missionárias de Jesus Crucificado, em Campinas-SP.
No dia 03 de maio, dia da Festa da Santa Cruz, Dom Francisco
de Campos Barreto, bispo de Campinas, fez a solenidade de
inauguração da nova congregação.

Instituto Missionárias de Jesus Crucificado, 1928.

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No dia 11 de maio de 1928, aconteceu a Tomada de Hábito
e a mudança de nome das oito primeiras missionárias. Amália
escolheu o sobrenome “de Jesus Flagelado”. Maria Villac
liderou como Madre Superiora, Madre Maria do
Calvário.

Dom Francisco de Campos Barreto e as oito primeiras missionárias de


Jesus Crucificado, 1928.

OS ESTIGMAS E OS ÊXTASES
A primeira manifestação externa do estigma da Irmã Amália
de Jesus Flagelado, aconteceu no dia 21 de agosto de 1928,
depois da comunhão, na capela do Instituto e os estigmas da
crucificação; e da flagelação: joelhos, coxa direita e coroa de
espinhos.

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Irmã Amália e os estigmas das mãos, 1928.

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A partir do dia 30 de agosto de 1928, tiveram início as
manifestações dos ÊXTASES públicos, com mensagens
direcionadas para as missionárias e para os fiéis.

Periódico da época, 1928.

Em 22 de novembro de 1928, por causa da exposição na


mídia, dom Francisco de Campos Barreto, fez um
pronunciamento oficial a respeito dos estigmas da irmã
Amália. Ele sempre acreditou nas manifestações místicas que
nela aconteciam. Preparou um DOSSIÊ e o enviou para o Papa
Pio XI, contendo uma grande carta com os fatos marcantes da
vida da irmã Amália, atestados médicos e fotografias dos
estigmas.

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APARIÇÃO DE JESUS e DE NOSSA
SENHORA DAS LÁGRIMAS
Em 02 de fevereiro de 1929, Irmã Amália Aguirre Queija fez
sua profissão de fé religiosa.

Neste mesmo ano, ela intercedeu por uma mãe de família


gravemente doente, oferecendo-se para morrer no lugar dela.
Jesus ensinou-lhe uma oração especial, que Ele tinha
guardado há quase 20 séculos para entregar ao MUNDO.

Foi no dia 08 de novembro, quando “T.” foi até ao Instituto


Missionárias de Jesus Crucificado, pedir ajuda para sua irmã
“F.”, porque a esposa dele encontrava-se doente,; ela estava
desenganada pelos médicos porque a doença era incurável.
Desesperada, “F.” questionou o que seria das crianças se
ficassem órfãs. Irmã Amália sentiu que precisava orar diante
do Santíssimo, foi à capela, se ajoelhou e com os braços
abertos... orou: “Não há esperança de salvação para a esposa
de “T.”? Eu daria minha vida para salvar uma mãe de família. O
que quereis que eu faça?”

Jesus prontamente respondeu a sua querida filha: “Se queres


alcançar essas graças, pede-me pelas lágrimas de minha
Mãe.”

Irmã Amália, perguntou a Jesus: “Como eu devo rezar?”

Foi então, que Jesus lhe ensinou duas jaculatórias: “Meu


Jesus, ouvi os nossos rogos, pelas Lágrimas da Vossa Mãe
Santíssima!”

E, também: “Vede, óh! Jesus, que são às Lágrimas d’Aquela


que mais Vos amou na Terra e mais Vos ama no Céu.”

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Jesus, explicou-lhe: “Minha filha, tudo o que os homens me
pedirem pelas Lágrimas de minha Mãe, Sou obrigado
amorosamente, a dar”.

Prometeu-lhe: “Mais tarde, minha querida Mãe entregará, por


amor, este precioso tesouro ao nosso querido Instituto, como
imã de misericórdia.”

Altar da capela do Instituto Missionárias de Jesus Crucificado, 1929.

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No dia 08 de março de 1930, enquanto irmã Amália orava
ajoelhada em um dos degraus da capela do Instituto, sentiu-se
levitar quando viu uma mulher que flutuava em sua direção.
Era Maria, que “de uma formosura inexplicável, trajando uma
túnica cor de violeta, um manto azul e um véu branco que lhe
envolvia o peito e, que, a humilde missionária viu descer
sorrindo e d’ela aproximar-se, trazendo nas mãos um Terço, a
quem chamou de coroa, e cujos grãozinhos brilhavam como o
sol e eram brancos como a neve...”

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Maria entregou o Terço à Amália e lhe disse: “Isto é a Coroa
das minhas Lágrimas, a qual é confiada por meu Filho ao Seu
querido Instituto, como uma porção da Sua herança. As
invocações já foram dadas por meu Filho. Meu Filho quer
honrar-me de uma maneira especial por meio de invocações,
e conceder todas graças que sejam pedidas pelas minhas
Lágrimas. Esta Coroa produzirá a conversão de muitos
pecadores, especialmente, os que estão possessos do
demônio. Ao Instituto de Jesus Crucificado está reservada
uma honra especial, que é a conversão de muitos membros
d’uma seita ruim para a florida árvore da Igreja. Por meio
desta Coroa, o demônio será derrotado e o poder do inferno
será destruído. Arme-se para a grande batalha.”

E revelou que... “Todas as graças que forem pedidas por


intermédio de minhas lágrimas, meu Filho concederá.”

Depois ela sumiu e, então, Irmã Amália anotou o acontecido.

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TERÇO COROA DAS LÁGRIMAS

Oração inicial: Eis-nos


aqui aos Vossos pés, óh! dulcíssimo
Jesus Crucificado, para Vos oferecer às Lágrimas d’Aquela
que com tanto amor, Vos acompanhou no caminho doloroso
do Calvário. Fazei, óh! bom Mestre, que saibamos aproveitar
as lições que elas nos dão, para que, na Terra, realizando a
Vossa santíssima vontade, possamos um dia no Céu - Vos
louvar por toda eternidade.

Nas contas brancas (que separam os grupos de sete): Vede


meu Jesus, são às Lágrimas d’Aquela que mais Vos amou na
Terra! E que mais Vos ama, no Céu.

Nas contas brancas (grupos de sete): Meu Jesus, ouvi os


nossos rogos. Pelas Lágrimas da Vossa Mãe Santíssima.

Repete-se três vezes, nas três contas brancas finais: Vede


meu Jesus, são às Lágrimas d’Aquela que mais Vos amou na
Terra! E que mais Vos ama, no Céu.

Oração final: Virgem


Santíssima e Mãe das Dores, nós Vos
pedimos que junteis os Vossos rogos aos nossos, afim de que,
Jesus, Vosso Divino Filho, a quem nos dirigimos em nome das
Vossas Lágrimas de Mãe, ouça as nossas preces e nos
conceda, com as graças que desejamos, a coroa eterna.
Assim seja – Amém!

Jaculatórias finais (rezar contemplando e beijando a


medalha): “Por Vossa mansidão divina, óh! Jesus Manietado,
salvai o mundo do erro que se acha ameaçado!” - “Óh!
Virgem Dolorosíssima, as Vossas Lágrimas derrubaram o
império infernal!”

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NOSSA SENHORA DAS LÁGRIMAS E O
BRASIL

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Naquele começo da década de 1930, o Brasil passava por
diversas crises econômicas e políticas. Época em que Jesus e
Maria, através dos êxtases da Irmã Amália, deixaram várias
mensagens para todos os humanos, para terem uma
orientação de como poderiam salvar suas almas,
arrependerem e se distanciarem dos pecados. Também
deixaram mensagens especiais para os brasileiros.

No dia 17 de julho de 1930, no Brasil, havia o começo de uma


Guerra Civil. E, provavelmente, pessoas morreriam pela
pátria. Passados poucos meses, em outubro, Dom Francisco
de Campos Barreto, pediu aos seus paroquianos, que
orassem pedindo ordem e paz ao Brasil, através das Lágrimas
de Nossa Senhora.

NORMAS DE EDUCAÇÃO CRISTÃ E


PEDIDO DE PAZ!

“ R esoluções santas que deveis tomar para implorar paz


que deve vir do Céu.

Mães, jamais deixeis vossos filhos entrarem em cinemas,


bailes e teatros, porque são nestes antros de perdição de
sua inocência que o demônio toma posse de seus cora-
ções, nos quais só Deus deve reinar!

Mães, se amais à Pátria Brasileira, combatei por amor de


Jesus Crucificado as modas indecentes. Prometei a Jesus
Sacramentado, velar pelos filhos que Ele vos confiou,
dando morte a essas modas que fazem de vossas filhas
pedras de escândalo!

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Quereis a paz?Prometei a Jesus Sacramentado, amar
sua Santíssima Mãe, imitando-a na sua pureza, no seu
grande amor e humildade.

Quereis a paz? Prometei a esta Mãe, rezar diariamente no


ao menos um Terço de seu rosário e à Coroa de suas
benditas Lágrimas, em união com a sua soledade.

Quereis a paz? Prometei a Jesus Sacramentado, nunca


mais deixar de visitá-lo na sua prisão de amor, ao menos
uma vez por dia.

Quereis a paz? Prometei a Jesus Sacramentado, traba-


lhar com afinco na vossa santificação, usando para isso,
dos meios ao vosso alcance, conforme a condição na qual
Deus vos colocou.

Quereis a paz? Tornai santas resoluções, nestes dias de


bênçãos aos pés de Jesus Sacramentado, onde Ele vos
espera para receber vossa reparação amorosa e vossas
santas resoluções, que deveis colocar nas mãos de Maria,
a qual entregará vossa oferta ao Pai da Misericórdia, e
Ele, generosamente, vos há de abençoar.

Filhos, sede dóceis por amor de Jesus Crucificado,


rompei de uma vez para sempre com os divertimentos
pecaminosos; amai a castidade; amai a vossos pais, sede-
lhes obedientes, rezai com eles o santo Terço, à Coroa
das Lágrimas.

Prometei a Jesus Sacramentado, nestes dias de bênçãos,


de serdes por toda a vossa vida, fiéis observadores da lei
de Deus, ouvindo todos os Domingos e dias santificados, à
Santa Missa, na qual o nosso Jesus, por nosso amor, se
oferece como vítima pelos nossos pecados.

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Prometei a Jesus Sacramentado, amar a modéstia no
vosso trajar; a modéstia em todo o vosso ser resplandeça
ante Jesus Sacramentado, que deseja ardentemente ver-
vos como o modelo que nos legou - sua Mãe Santíssima.

Sede santos, porque a santidade foi pedida a todos sem


exceção.”

Soldados da Revolução, em fila para passar pelo Instituto de Jesus


Crucificado e orar.

Em julho 1932, aconteceu a Revolução Constitucionalista; e,


no dia 23 de agosto desse mesmo ano, Nossa Senhora alertou
os brasileiros se quisessem que viesse a paz, era preciso orar

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diariamente, à Coroa das Lágrimas. Esse apelo foi ouvido e
atendido em diversos estados da nação brasileira. No mês de
dezembro, o demônio tentou acabar com a devoção às
Lágrimas de Nossa Senhora, ele queria dominar o Brasil. Os
brasileiros se uniram para rezar a jaculatória: Óh! Virgem
Dolorosíssima, Vossas Lágrimas derrubaram o império
infernal, que é um poderoso exorcismo e, para quem recita,
por decreto do bispo de Campinas, terá 50 dias de
indulgências.

Foi também nessa época que, sempre às 19 horas, havia uma


procissão de devotos que levavam a imagem de Nossa
Senhora das Lágrimas para serem entronizadas nas casas de
família, onde oravam à Coroa das Lágrimas.

Coroação de Nossa Senhora das Lágrimas pelas crianças.

A devoção a Nossa Senhora das Lágrimas e a oração da


Coroa cresceu por todo Brasil. Muitas eram as graças e

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milagres recebidos pelos fiéis católicos que as publicavam
nos jornais.

No dia 20 de fevereiro de 1934, o prelado da Diocese de


Campinas, através de carta episcopal, e explicou a
importância da devoção a Nossa Senhora das Lágrimas. A
devoção tinha se espalhado por todo Brasil.

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Em março de 1935 - Surgiu no Brasil, à Aliança Nacional
Libertadora (ANL), uma frente de esquerda, composta pelo
Partido Comunista Brasileiro (PCB).

No mês de maio de 1935, a poderosíssima Nossa Senhora das


Lágrimas, apareceu à irmã Amália, como MEDIANEIRA DA
PAZ e disse que o Brasil, a ela pertence. A mensagem foi
divulgada com o apoio de dom Barreto. Usar a oração da
Coroa das Lágrimas como arma para que Nossa Senhora, em
ordem de batalha, vencesse o inimigo dos cristãos, era um
fator determinante. Era a espada para combater o
comunismo.

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No dia 05 de julho de 1935, enquanto o povo orava, o Levante
Comunista continuava ameaçando a paz nacional, a situação
era de guerra. Várias batalhas, em diversos estados
brasileiros, no combate, centenas de mortos. Em novembro,
foram feitas milhares de prisões, não somente de comunistas
como de simpatizantes e integrantes da ANL, de socialistas,
trotskistas e anarquistas. Para a reinar a PAZ, foi criada a
Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo.

MEDIANEIRA DA PAZ! RAINHA DO


BRASIL.
“O Brasil me pertence, sobre ele estendi o meu manto
protetor; porém, é necessário que este povo venha a mim,
entrando em minha arca, para poder assim, livrar esta terra
de ser regada com sangue dos mártires!

É necessário que os antros de imoralidades não sejam assim


frequentados, para diminuir a lama nojenta da impureza, que
vai por tantos corações!

Eu sou a Rainha dos Brasileiros e os salvarei, se me


reconhecerem como tal, recorrendo a mim, como filhos
submissos e obedientes das leis da Santa Igreja.

Óh! eu salvarei o Brasil, se todos os dias ouvir nos lares: Ave


Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós
entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre. Óh! se
todos os brasileiros repetirem: Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte!...

Salvarei o Brasil, se ouvir em todas as casas ao menos uma


jaculatória de minha Coroa das Lágrimas. Se assim falo, é
porque desejo ver esta Terra de Santa Cruz triunfar de seus
adversários, que desejam implantar o terrível inimigo, que

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tomou conta de outras terras, que não me reconhecem como
Mãe!

Sou Mãe, sou Rainha dos Brasileiros, portanto todos os que


desejam ser bons brasileiros que venham a mim, e a vitória
será nossa; porém, se, se afastarem da Rainha, perecerão!

O Brasil só triunfará, desembainhando a espada, que sou Eu


mesma. Sim, os Brasileiros triunfarão com esta espada na
mão e não haverá inimigo que eles não derrotem. Mas, se não
me derem acolhimento, terei de ver meus queridos filhos
gemerem!”

Livro Nossa Senhora das Lágrimas e o seu Pombal.

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VISITA DE DOM BARRETO AO VATICANO E
OUTROS PAÍSES DA EUROPA
Em 1934, Dom Barreto esteve na Europa e distribuiu livros,
panfletos, em vários idiomas, pelos países que visitou.
Imediatamente, foi acolhida pelo povo católico europeu, e o
bispo de Campinas deixou escrito que a aceitação foi:
“especialmente de muitos de nossos Senhores Arcebispos e
Bispos, que rezam esta Coroa, por eles indulgenciadas, e
trazem consigo a medalha do Instituto.” Se isso não bastasse,
existiam centenas de graças espirituais e temporais que
foram alcançadas pelos devotos de Nossa Senhora das
Lágrimas. Dom Barreto não desistiu de lutar, sabia que era
difícil o Santo Ofício aceitar uma devoção, onde a aparição
era de uma vidente que ainda estava viva.

Panfleto Senhora das Lágrimas em Húngaro, reproduzido em 1935.

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O CRESCIMENTO DA DEVOÇÃO NO BRASIL
No segundo semestre de 1935, a devoção às Lágrimas de
Nossa Senhora, era uma arma com que os católicos
combatiam o comunismo, e restauravam a paz no Brasil.
Atenderam ao convite para orar à Coroa das Lágrimas.
Entenderam e atenderam a mensagem que Nossa Senhora
falou no final, ao entregar à Coroa das Lágrimas: Armem-se
para a batalha. Com essa arma, foi possível derrubar o
império infernal. Uma das grandes lições de Jesus para Irmã
Amália, que ela deixou registrada em uma carta, é que a arma
foi entregue, mas é preciso usá-la. Muitos grupos de
Apóstolas de Maria, devotas de Nossa Senhora das Lágrimas
faziam retiros espirituais no Instituto.

Grupo Apóstolas de Maria, Campinas.

Dom Barreto continuou atualizando o Vaticano, através do


Dicastério da Congregação do Santo Ofício, os
acontecimentos com à Irmã Amália e a repercussão da
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devoção a Nossa Senhora das Lágrimas. Mesmo assim, em
janeiro de 1935, o Santo Ofício enviou a Dom Barreto, um
comunicado onde dizia que tinha faltado um documento no
dossiê que foi enviado por ele àquela congregação no
Vaticano; e que, por isso, a devoção a Nossa Senhora das
Lágrimas foi reprovada.

No dia 19 de julho de 1936, enviado pelo Santo Ofício, FREI


LOURENÇO ZELLER, monge beneditino, esteve no Brasil para
fazer uma avaliação no Instituto; ele disse a Dom Barreto que
nada encontrou de errado. Neste mesmo ano, essa
Congregação enviou uma nota, informando que não havia
ainda reconhecido os fenômenos na Irmã Amália e
sentenciou-a ao silêncio. Determinou que fossem retirados e
guardados, livros, revistas e tudo que se referisse às
revelações da missionária irmã Amália de Jesus Flagelado, e a
devoção às Lágrimas de Nossa Senhora. Dom Barreto acatou
as ordens, mas continuou na batalha para o reconhecimento
da devoção às Lágrimas de Maria e a veracidade dos estigmas
e êxtases da Irmã Amália perante o Vaticano. A luta não tinha
terminado. Neste mesmo ano, foi publicado o livro NOSSA
SENHORA DAS LÁGRIMAS E O SEU POMBAL, sob o
Imprimatur de Dom Barreto. Onde deixou registrado:

Livro Nossa Senhora das Lágrimas e o seu Pombal, 1935.


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“Algumas pessoas, impertinentemente, querem saber se a
Santa Sé já aprovou as revelações do Instituto, à Coroa das
Lágrimas, a medalha, etc., o que não admira porque
Margarida Maria, com as revelações sobre o S. Coração de
Jesus, Bernadete com N. Senhora de Lourdes e Catharina
Labouré com a medalha milagrosa, também tiveram seus
fortes opositores! Entretanto, hoje essas videntes estão no
altar e suas revelações triunfantes, fazem grande bem às
almas! Quem entra nesses assuntos sabe que a Santa Sé,
direta e formalmente por um ato especial, nunca aprovou
revelações, nem devoções reveladas como tais. Entretanto,
no Governo da Igreja, existe à S. Congregação do S. Ofício,
onde são estudadas todas as revelações, das quais, às vezes
nascem devoções novas. O papel dos inquisitores do S. Ofício,
em tais casos, limita-se a estudar as revelações, para ver se
nelas há doutrina contra a fé e os costumes. Se nas
revelações encontrarem algo de estranho, certamente serão
condenadas; mas se nelas nada existir contra a fé, o S. Ofício
simplesmente não se opõe a sua divulgação; por isso, muitas
são as devoções atribuídas as visões e revelações que
sempre animaram a piedade dos fiéis e com proveito para
nossas almas.”

O texto continuou com o exemplo das aparições de Nossa


Senhora, em Lourdes, e Fátima que, por causa da Igreja ser
criteriosa, só após muitos anos de observação, depois de ver
o bem que certas devoções fazem aos fiéis e a adesão de
bispos, chegou a permitir missas, ofícios e cultos que tem
ligação com essas revelações, sem, entretanto, direta e,
oficialmente, aprová-las. Nesse sentido, garante que o Santo
Ofício tem conhecimento de todos acontecimentos que
ocorreram no Instituto, inclusive, as revelações da Coroa e da
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Medalha. Registrou ainda que o Santo Ofício nada disse
contra tudo isso, pela simples razão de nessas revelações e
devoção nada se encontrou contra a fé e os costumes.
Também citou, analisou o culto a N. S. das Lágrimas e sua
imagem perante o Can. 1279 do Direito, onde consta não ser
lícito em uma igreja, uma imagem desacostumada, isto é, de
título novo, desconhecida, sem aprovação episcopal, que o
bispo não aprove veneração dos fiéis. Porém, além da
autorização do bispo Dom Francisco de Campos Barreto,
havia também a comprovação de que o título Nossa Senhora
das Lágrimas já era conhecido com outros nomes como: das
Dores, do Pranto, da Soledade, que significam o
transbordamento das dores de Maria, em suas Lágrimas ao pé
do Calvário.

No dia 03 de abril de 1937, o bispo campineiro, Dom Barreto,


recebeu a ordem de reenviar para da Sagrada Congregação
do Santo Ofício os cadernos com os escritos da irmã Amália,
bem como outros escritos que dela existisse... as cartas. Dom
Barreto obedeceu. Não entendeu muito bem a razão de novo
envio; porém, o fez novamente, inclusive, datilografado e
encadernado.

Dossiê das cartas escritas pela Irmã Amália a seus superiores.

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Em fevereiro de 1939, vítima de um ataque cardíaco, faleceu o
PAPA PIO XI, grande amigo de Dom Francisco de Campos
Barreto, papa que lutou contra o ateísmo, conforme a
encíclica Divini Redemptoris, de 19 de março de 1937, quando
exortou que os fiéis não se deixassem enganar com o
comunismo. Para Dom Francisco de Campos Barreto, não foi
apenas a morte de um papa, mas também, de um amigo que
tantas vezes o presenteara com peças sacras de muito estima
como: solidéu, cálice e às relíquias de Santa Cristina de
Bolsena. Ele deixou registrado no Livro de Tombo da Diocese
de Campinas: “A dez de fevereiro, quando se preparava para
falar, no dia seguinte, a todo episcopado italiano presente no
Vaticano, faleceu Pio XI, Papa extraordinário pela sua vida,
pelas virtudes, sua coragem e seus atos a favor da Igreja.”

Irmã Amália de Jesus Flagelado.

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Irmã Amália escreveu, no dia 08 de setembro de 1939, dia da
Natividade de Maria, uma carta para sua Rainha e Advogada
Celeste dizendo quanto ela estava sentindo-se humilhada,
quanto queria ser santificada, e que ia amar a vida
sobrenatural e desprezar à vida humana. A partir de 1940, ela
acatou a ordem de SILÊNCIO, imposta pelo Santo Ofício.

Inesperadamente, no dia 22 de agosto de 1941, em Campinas,


faleceu Dom Francisco de Campos Barreto. Ele era o grande
apoiador e divulgador da devoção às Lágrimas de Nossa
Senhora. Parecia que o inimigo tinha vencido, pois a morte
dele foi uma grande perda para a luta em prol da devoção às
Lágrimas de Maria. O bispo que o sucedeu não continuou o
processo de deixar o Santo Ofício informado sobre a devoção
e a vida mística da Irmã Amália.

Dom Francisco de Campos Barreto, Campinas.

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MORAR EM TAUBATÉ – CIDADE DO
ACOLHIMENTO
Aos 52 anos de idade, no dia 23 de novembro, gravemente
enferma por causa dos vários infartos, Irmã Amália foi enviada
para Taubaté.

Vitrine onde constam os pertences da Irmã Amália, Lar Irmã Amália sob
o Patrocínio de São José, Taubaté-SP.

Durante as décadas de 1960 e 1970, Irmã Amália Aguirre


Queija, começou e deu continuidade de constituir uma casa
para abrigar crianças em Taubaté, onde elas tivessem
sustentos material e espiritual. Sim, durante essa época, os
estigmas continuavam algumas vezes se manifestando
externamente, não sangravam como antigamente e, muitas
vezes, desapareciam completamente. Mesmo quando não
visíveis, havia a dor dos estigmas internos.

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Irmã Amália de Jesus Flagelado, Taubaté-SP.

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Em TAUBATÉ, Irmã Amália continuava a orar diariamente, à
Coroa das Lágrimas de Nossa Senhora.

Seus últimos meses foram angustiantes, ela ficava sentada em


uma cadeira, pois seu coração estava muito enfraquecido, ela
ficou muito debilitada ao ponto de perder a agilidade,
continuava sempre em oração.

Cadeira em que ficava Irmã Amália, na qual ela faleceu. Lar Irmã Amália,
Taubaté.

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No dia 18 de abril de 1977, por causa das lesões no coração,
faleceu a mística Irmã Amália Aguirre Queija (de Jesus
Flagelado), em Taubaté. Seu corpo foi sepultado no
Cemitério da Venerável Ordem Terceira de São
Francisco. Esses anos em Taubaté, foram definitivos para a
missionária irmã Amália exercer a obediência do Silêncio.
Seus estigmas, seus êxtases, não eram mais divulgados. Mas,
nada calaria a mensagem que Nossa Senhora deixou ao
mundo. A devoção cresceu em vários países.

Placa no jazigo das Missionárias de Jesus Crucificado, Taubaté-SP.

É importante salientar que nesta década de 1930, em algumas


mensagens de Jesus a sua querida Amália, pediu para que ela
arrecadasse almas para Ele, através do sofrimento dela que
se tornaram moedas/fichas brancas para que, quando ela
estivesse no Paraíso, usasse em prol dos que para ela
pedissem. Também foi a época em que Irmã Amália

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profetizou, de que, depois de sua morte, voltaria à Terra para
dizer a todos, quanto Nossa Senhora é mãe acolhedora, que
recebe as pessoas com todos os dons celestiais. Essa
profecia se cumpre na oração da COROA DAS LÁGRIMAS.

Coração da Irmã Amália ilustrado a partir do desenho que ela mesma fez
e que consta no dossiê das cartas enviadas ao Vaticano.

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BIBLIOGRAFIA

Irmã Amália de Jesus Flagelado; In: Carta aberta a sua


Superiora, 1930.

Irmã Amália de Jesus Flagelado; In: Dossiê Cartas Vida Íntima


I e II, de 1930 a 1936.

Revista: A Missionária de Jesus Crucificado, 1931.

Dom Francisco de Campos Barreto; In: Livro de Tombo


Diocese de Campinas, 1922-1939.
Livro: Nossa Senhora das Lágrimas e o seu Pombal, 1935.

Revista: Lar Catholico, Juiz de Fora-MG, 1935.

Irmã Amália de Jesus Flagelado. In: O Bom Combate na Alma


Generosa, 1936.
Todos esses documentos estão no livro: Irmã Amália e a
Devoção a Nossa Senhora das Lágrimas. Editora Imaculada,
autora: Rita Elisa Sêda.

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Ó VIRGEM DOLOROSÍSSIMA
AS VOSSAS LÁGRIMAS
DERRUBARAM O
IMPÉRIO INFERNAL!

Rita Elisa Sêda


São José dos campos-2022

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