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PSI3211 – Circuitos I

Magno T. M. Silva

Escola Politécnica da USP

Março de 2017
Vários desses slides foram inspirados nas transparências da
Profa. Denise Consonni
Sumário

1 As leis de Kirchhoff

2 Teoria de Grafos
Objetivos desta aula

Ao final desta aula, você deverá estar apto a:


◮ aplicar as leis de Kirchhoff em circuitos resistivos
◮ usar a teoria de grafos para saber quantas equações LI da
primeira e da segunda lei de Kirchhoff existem para uma dado
circuito
1 A primeira Lei de Kirchhoff (LK)
◮ Em circuitos, nó é definido como um ponto de interligação
dos bipolos e ramo como um bipolo (qualquer elemento de
um circuito com dois terminais a ele conectados)
◮ 1a LK: a soma algébrica das correntes em qualquer nó de um
circuito é sempre nula (conservação da carga → não há
acúmulo de cargas elétricas nos nós da rede)
◮ atribuir sentidos (arbitrários) para as correntes nos vários
ramos (bipolos) que pertencem a um nó
◮ fixar uma regra:
◮ sinal positivo (+) se a corrente SAI do nó; e
◮ sinal negativo ( - ) se a corrente ENTRA no nó
i1
i2
i4
i3

−i1 + i2 + i3 − i4 = 0
1 A segunda Lei de Kirchhoff (LK)
◮ Laço é definido como um circuito fechado: percurso de um
circuito que permite partir de um nó arbitrário e voltar ao
ponto de partida sem passar mais de uma vez pelo mesmo nó.
R1 R2 R1 R2
e1 e1
R3 R4 R3 R4

e2 R5 e3
R3 e1 R4
R6 R7
e2 R5 R5 e3

e4 R6 R7
R8

R6 R7
R1 R2 e4 R8

e2 e3
R3 e1 R4
e2 e3
e4 R8 R6 R7
1 A segunda Lei de Kirchhoff (LK)
◮ 2a LK: a soma algébrica das tensões em qualquer laço de um
circuito é sempre nula

R1 R2
A B C

v1 v2
E v3 R3 v4 R4

Nó inicial Nó final tensão


D B v3
B A v1
D A v1 + v3 = E
1 A segunda Lei de Kirchhoff (LK)
◮ Primeiro passo: orientar os laços
◮ fixar uma regra:
◮ sinal positivo (+) se a tensão DISCORDAR do da orientação
do laço; e
◮ sinal negativo ( - ) se a tensão CONCORDAR com a
orientação do laço
A B C
v1 v2
E v3 v4
ℓ1 ℓ2

D
ℓ3
laço Equação da 2a LK
ℓ1 −E + v1 + v3 = 0
ℓ2 −v3 − v2 + v4 = 0
ℓ3 −E + v1 − v2 + v4 = 0
2 Circuito em ponte e Grafos Associados

1
B6 B1 B2
1 B5
3 2
B3 B4
B1 B2
B6 4
3 2
B5 1

B3 B4
B1 B2
4 B6
3
B3
B5
4 B4 2
2 Euler e as pontes de Königsberg

Pontes de Königsberg

A D

Leonard Euler Topologia


(1707- 1783) B
2 Grafo conexo:

◮ quando é possı́vel determinar pelo menos um caminho entre


dois nós quaisquer do grafo

Grafo conexo Grafo não-conexo


2 Árvore de grafo conexo:

◮ subgrafo conexo que contém todos os nós + número de ramos


suficiente para interligar os nós ⇒ Nenhum percurso fechado

Número de nós = nt = 4
Número de Ramos = r = 6
Ramos de árvore = n = nt − 1 = 3
Ramos de ligação = l = r − n = r − nt + 1 = 3
Número de árvores = nt ( nt −2 ) = 16
2 Laço de um grafo:
◮ qualquer subgrafo conexo tal que 2 e apenas 2 ramos incidem
em cada nó ⇒ trajetória fechada

Grafo Alguns laços

Não é laço
2 Exemplo de circuito e laços:
R1 R2 R1 R2
e1 e1
R3 R4 R3 R4

e2 R5 e3
R3 e1 R4
R6 R7
e2 R5 R5 e3

e4 R6 R7
R8

R6 R7
R1 R2 e4 R8

e2 e3
R3 e1 R4
e2 e3
e4 R8 R6 R7
2 Laço Fundamental
◮ Uma árvore não possui nenhum laço
◮ árvore + ramo de ligação ⇒ laço fundamental
◮ dada uma árvore, há l = r − n = r − nt + 1 laços
fundamentais
Grafo Árvore Ramos de ligação

(3)

(4)

(2) (1)

Laços fundamentais (em azul)


(1) (2) (3) (4)
2 Laço Fundamental (continuação)

◮ a cada laço fundamental → uma equação da 2a Lei de


Kirchhoff.
◮ as equações obtidas são linearmente independentes (LI) pois a
tensão de cada ramo aparece apenas em uma das equações.
◮ Cuidado: Em PCS, laço significa

Em Circuitos, não faz sentido pois estarı́amos curto-circuitando um


bipolo R

1
2 Exemplo de circuito e laços fundamentais
R1 R2
1
Grafo associado Árvore
R3 3 4 R4
2 5

e1
e2 R5 e3

R6 R7
6 8
7
e4 R8 Ramos de Ligação
R2
9 r = 12
nt = 9
e2 R5
R7
n = nt − 1 = 8
l = r − n = 12 − 8 = 4
Laços fundamentais
R2

e2 R5 R7
2 Corte (ou conjunto de corte):
◮ conjunto de ramos que se removidos ⇒ o gráfico fica dividido
em 2 partes; se todos forem removidos menos 1 ⇒ gráfico se
mantém conexo
Corte {3,4,8} Subgrafo
degenerado
4 1 4 1
5 5

8 6 8 6

7 7
2 2
3 3

Corte {1,3,6,7}
4 1 4 1
5 5

8 6 8 6
7 7
2 2
3 3
2 Corte fundamental
◮ Escolhida uma árvore: 1 ramo de árvore + alguns ramos de
ligação ⇒ corte fundamental
Grafo Árvore Ramos de ligação
4 1 1
4
5
5

8 6 8 6
7
2 7
3 3 2

Cortes fundamentais
4 1 1 4
4 1
5

8 8 8 6
{2,3,7}
7 7 7 2
3 2
3

4 1 1 4
4 1
5 5

8 6
{2,3,5,6,8}
8 8 6
7 7 7 2
3 2 3
2 Corte fundamental (continuação)
Grafo Árvore Ramos de ligação
4 1 1
4
5
5

8 6 8 6
7
2 7
3 3 2

Cortes fundamentais
4 1 1
4 4 1
5 5
{2,4,5,6}
8 8 6 8 6
7 7 7
2 2
3

4 1 1 4
4 1
5
{1,2,6}
8 8 6 8 6
7 7 7
2 2
3

◮ Dada uma árvore, há n = nt − 1 cortes fundamentais.


2 Exemplo de circuito e cortes fundamentais
R1 R2
1
Grafo associado Árvore
R3 3 4 R4
2 5 1 1
2
3 4 5 3 4 5
e1
e3 6 7 8 8
e2 R5 9 10 9

R6 R7 11 12 11 12
6 8
7
e4 R8 Ramos de Ligação
2
9 r = 12
nt = 9 6 7
n = nt − 1 = 8 10

Alguns cortes fundamentais l = r − n = 12 − 8 = 4

1 2 {1,2} 2
{2,4,6,7} {6,7,8} {6,7,10,11}
4
6 7 6 7 8 6 7
10

11
2 Exemplo de cortes fundamentais (continuação)

{1,2} {2,4,6,7}
1 2 1 2
3 4 5 3 4 5
6 7 8 6 7 8
9 10 9 10
11 12 11 12

{6,7,8} {6,7,10,11}
1 2 1 2
3 4 5 3 4 5
6 7 8 6 7 8
9 10 9 10
11 12 11 12

◮ Existem mais 4 cortes fundamentais associados à árvore do


slide anterior. Descubra quais são eles.
2 Generalização da Primeira Lei de Kirchhoff (1a LK)

◮ A 1a LK pode der aplicada aos ramos que constituem um


conjunto de corte qualquer da rede.
Orientação
do corte
Corte {2,4,5,6}

4 1
5
1a LK
8 −i2 + i4 − i5 + i6 = 0
6

7
3 2

◮ Aplicando a 1a LK para cada corte fundamental obtém-se


equações LI pois a corrente em cada ramo aparece em apenas
uma equação.
2 Grafo planar e não-planar

◮ Um grafo é planar se, e apenas se, não admitir nenhum dos


gráficos de Kuratovsky como subgrafo.

5 nós 6 nós
10 ramos 9 ramos

Grafos de Kuratovsky (não planares)

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