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1 — A ação inibitória tem o valor equivalente ao São aditados à Lei n.º 24/96, de 31 de julho, alterada
da alçada da Relação mais 0.01€, segue os termos do pela Lei n.º 85/98, de 16 de dezembro, pelo Decreto-Lei
processo sumário e está isenta de custas. n.º 67/2003, de 8 de abril, e pela Lei n.º 10/2013, de 28
2— ..................................... de janeiro, os artigos 9.º-A, 9.º-B, 9.º-C e 9.º-D, com a
3— ..................................... seguinte redação:
4 — Quando se tratar de cláusulas contratuais ge-
rais, aplica-se ainda o disposto nos artigos 31.º e 32.º «Artigo 9.º-A
do Decreto-Lei n.º 446/85, de 25 de outubro, com as Pagamentos adicionais
alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.os 220/95, 1 — Antes de o consumidor ficar vinculado pelo
de 31 de agosto, 249/99, de 7 de julho e 323/2001, de contrato ou oferta, o fornecedor de bens ou prestador
17 de dezembro. de serviços tem de obter o acordo expresso do consu-
midor para qualquer pagamento adicional que acresça
Artigo 13.º à contraprestação acordada relativamente à obrigação
[...] contratual principal do fornecedor de bens ou prestador
de serviços.
........................................ : 2 — A obrigação de pagamentos adicionais depende
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; da sua comunicação clara e compreensível ao consumi-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; dor, sendo inválida a aceitação pelo consumidor quando
não lhe tiver sido dada a possibilidade de optar pela
c) O Ministério Público e a Direção-Geral do Consu- inclusão ou não desses pagamentos adicionais.
midor quando estejam em causa interesses individuais 3 — Quando, em lugar do acordo explícito do con-
homogéneos, coletivos ou difusos. sumidor, a obrigação de pagamento adicional resultar
de opções estabelecidas por defeito que tivessem de ser
Artigo 21.º recusadas para evitar o pagamento adicional, o consu-
Direção-Geral do Consumidor midor tem direito à restituição do referido pagamento.
4 — Incumbe ao fornecedor de bens ou prestador de
1 — A Direção-Geral do Consumidor é o serviço serviços provar o cumprimento do dever de comunica-
público destinado a promover a política de salvaguarda ção estabelecido no n.º 2.
dos direitos dos consumidores, bem como a coorde- 5 — O disposto no presente artigo aplica-se à compra
nar e executar as medidas tendentes à sua proteção, e venda, à prestação de serviços, aos contratos de for-
informação e educação e de apoio às organizações de necimento de serviços públicos essenciais de água, gás,
consumidores. eletricidade, comunicações eletrónicas e aquecimento
2 — Para a prossecução das suas atribuições, a urbano e aos contratos sobre conteúdos digitais.
Direção-Geral é considerada autoridade pública e goza
dos seguintes poderes: Artigo 9.º-B
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; Entrega dos bens
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; 1 — O fornecedor de bens deve entregar os bens na
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; data ou dentro do período especificado pelo consumidor,
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . salvo convenção em contrário.
2 — Na falta de fixação de data para a entrega do
Artigo 22.º bem, o fornecedor de bens deve entregar o bem sem
demora injustificada e até 30 dias após a celebração
[...]
do contrato.
1— ..................................... 3 — A entrega dá-se quando o consumidor adquira
2— .................................... : o controlo ou a posse física do bem.
4 — Não sendo cumprida a obrigação de entrega dos
a) Pronunciar-se sobre todas as questões relacionadas bens na data acordada ou no prazo previsto no n.º 2,
com o consumo que sejam submetidas à sua apreciação o consumidor tem o direito de solicitar ao fornecedor
pelo Governo, pela Direção-Geral do Consumidor, pelas de bens a entrega num prazo adicional adequado às
associações de consumidores ou por outras entidades circunstâncias.
nele representadas; 5 — Se o fornecedor de bens não entregar os bens
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; dentro do prazo adicional, o consumidor tem o direito
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ; de resolver o contrato.
d) (Revogada); 6 — O consumidor tem o direito de resolver ime-
e) (Revogada). diatamente o contrato sem necessidade de indicação de
prazo adicional nos termos do n.º 4, se o fornecedor não
3 — O Governo, através da Direção-Geral do Con- entregar os bens na data acordada ou dentro do prazo
sumidor, presta ao Conselho o apoio administrativo, fixado no n.º 2 e ocorra um dos seguintes casos:
técnico e logístico necessário. a) No âmbito do contrato de compra e venda, o for-
4 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .» necedor de bens se recuse a entregar os bens;
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b) Criação de serviços municipais de informação ao não renovação, bem como as respetivas consequências, in-
consumidor; cluindo, se for o caso, o regime de contrapartidas previstas
c) Constituição de conselhos municipais de consumo, para a cessação antecipada dos contratos que estabeleçam
com a representação, designadamente, de associações de períodos contratuais mínimos;
interesses económicos e de interesses dos consumidores; i) A existência de garantia de conformidade dos bens,
d) Criação de bases de dados e arquivos digitais acessí- com a indicação do respetivo prazo, e, quando for o caso, a
veis, de âmbito nacional, no domínio do direito do consumo, existência de serviços pós-venda e de garantias comerciais,
destinados a difundir informação geral e específica; com descrição das suas condições;
e) Criação de bases de dados e arquivos digitais aces- j) A funcionalidade dos conteúdos digitais, nomeada-
síveis em matéria de direitos do consumidor, de acesso mente o seu modo de utilização e a existência ou inexistên-
incondicionado. cia de restrições técnicas, incluindo as medidas de proteção
técnica, quando for o caso;
2 — O serviço público de rádio e de televisão deve k) Qualquer interoperabilidade relevante dos conteúdos
reservar espaços, em termos que a lei definirá, para a pro- digitais, quando for o caso, com equipamentos e programas
moção dos interesses e direitos do consumidor. informáticos de que o fornecedor ou prestador tenha ou
3 — A informação ao consumidor é prestada em língua possa razoavelmente ter conhecimento, nomeadamente
portuguesa. quanto ao sistema operativo, a versão necessária e as ca-
4 — A publicidade deve ser lícita, inequivocamente racterísticas do equipamento;
identificada e respeitar a verdade e os direitos dos con- l) As consequências do não pagamento do preço do
sumidores. bem ou serviço.
5 — As informações concretas e objetivas contidas nas
mensagens publicitárias de determinado bem, serviço ou 2 — A obrigação de informar impende também sobre
direito consideram-se integradas no conteúdo dos contratos o produtor, o fabricante, o importador, o distribuidor, o
que se venham a celebrar após a sua emissão, tendo-se por embalador e o armazenista, por forma que cada elo do
não escritas as cláusulas contratuais em contrário. ciclo produção-consumo possa encontrar-se habilitado a
cumprir a sua obrigação de informar o elo imediato até ao
Artigo 8.º consumidor, destinatário final da informação.
Direito à informação em particular 3 — Os riscos para a saúde e segurança dos consumi-
dores que possam resultar da normal utilização de bens
1 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços ou serviços perigosos devem ser comunicados, de modo
deve, tanto na fase de negociações como na fase de cele- claro, completo e adequado, pelo fornecedor ou prestador
bração de um contrato, informar o consumidor de forma de serviços ao potencial consumidor.
clara, objetiva e adequada, a não ser que essa informação 4 — Quando se verifique falta de informação, informa-
resulte de forma clara e evidente do contexto, nomeada- ção insuficiente, ilegível ou ambígua que comprometa a
mente sobre: utilização adequada do bem ou do serviço, o consumidor
a) As características principais dos bens ou serviços, goza do direito de retratação do contrato relativo à sua
tendo em conta o suporte utilizado para o efeito e consi- aquisição ou prestação, no prazo de sete dias úteis a contar
derando os bens ou serviços em causa; da data de receção do bem ou da data de celebração do
b) A identidade do fornecedor de bens ou prestador de contrato de prestação de serviços.
serviços, nomeadamente o seu nome, firma ou denomina- 5 — O fornecedor de bens ou o prestador de serviços
ção social, endereço geográfico no qual está estabelecido que viole o dever de informar responde pelos danos que
e número de telefone; causar ao consumidor, sendo solidariamente responsáveis
c) Preço total dos bens ou serviços, incluindo os mon- os demais intervenientes na cadeia da produção à distribui-
tantes das taxas e impostos, os encargos suplementares ção que hajam igualmente violado o dever de informação.
de transporte e as despesas de entrega e postais, quando 6 — O dever de informar não pode ser denegado ou
for o caso; condicionado por invocação de segredo de fabrico não
d) Modo de cálculo do preço, nos casos em que, devido tutelado na lei, nem pode prejudicar o regime jurídico
à natureza do bem ou serviço, o preço não puder ser cal- das cláusulas contratuais gerais ou outra legislação mais
culado antes da celebração do contrato; favorável para o consumidor.
e) A indicação de que podem ser exigíveis encargos 7 — O incumprimento do dever de informação sobre
suplementares postais, de transporte ou de entrega e quais- as consequências do não pagamento do preço do bem ou
quer outros custos, nos casos em que tais encargos não serviço determina a responsabilidade do fornecedor de
puderem ser razoavelmente calculados antes da celebração bens ou prestador de serviços pelo pagamento das custas
do contrato; processuais devidas pela cobrança do crédito.
f) As modalidades de pagamento, de entrega ou de exe- 8 — O disposto no n.º 1 aplica-se também aos contratos
cução e o prazo de entrega do bem ou da prestação do de fornecimento de água, gás ou eletricidade, caso não
serviço, quando for o caso; sejam postos à venda em volume ou quantidade limitados,
g) Sistema de tratamento de reclamações dos consu- aos de aquecimento urbano ou aos de conteúdos digitais
midores pelo profissional, bem como, quando for o caso, não fornecidos em suporte material.
sobre os centros de arbitragem de conflitos de consumo
de que o profissional seja aderente, e sobre a existência Artigo 9.º
de arbitragem necessária; Direito à proteção dos interesses económicos
h) Período de vigência do contrato, quando for o caso,
ou, se o contrato for de duração indeterminada ou de re- 1 — O consumidor tem direito à proteção dos seus in-
novação automática, as condições para a sua denúncia ou teresses económicos, impondo-se nas relações jurídicas
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de consumo a igualdade material dos intervenientes, a estabelecidas por defeito que tivessem de ser recusadas
lealdade e a boa fé, nos preliminares, na formação e ainda para evitar o pagamento adicional, o consumidor tem di-
na vigência dos contratos. reito à restituição do referido pagamento.
2 — Com vista à prevenção de abusos resultantes de 4 — Incumbe ao fornecedor de bens ou prestador de
contratos pré-elaborados, o fornecedor de bens e o pres- serviços provar o cumprimento do dever de comunicação
tador de serviços estão obrigados: estabelecido no n.º 2.
5 — O disposto no presente artigo aplica-se à compra
a) À redação clara e precisa, em caracteres facilmente
e venda, à prestação de serviços, aos contratos de forneci-
legíveis, das cláusulas contratuais gerais, incluindo as
mento de serviços públicos essenciais de água, gás, eletri-
inseridas em contratos singulares;
cidade, comunicações eletrónicas e aquecimento urbano e
b) À não inclusão de cláusulas em contratos singulares
aos contratos sobre conteúdos digitais.
que originem significativo desequilíbrio em detrimento
do consumidor.
Artigo 9.º-B
3 — A inobservância do disposto no número anterior Entrega dos bens
fica sujeita ao regime das cláusulas contratuais gerais. 1 — O fornecedor de bens deve entregar os bens na data
4 — O consumidor não fica obrigado ao pagamento de ou dentro do período especificado pelo consumidor, salvo
bens ou serviços que não tenha prévia e expressamente convenção em contrário.
encomendado ou solicitado, ou que não constitua cum- 2 — Na falta de fixação de data para a entrega do bem,
primento de contrato válido, não lhe cabendo, do mesmo o fornecedor de bens deve entregar o bem sem demora
modo, o encargo da sua devolução ou compensação, nem injustificada e até 30 dias após a celebração do contrato.
a responsabilidade pelo risco de perecimento ou deterio- 3 — A entrega dá-se quando o consumidor adquira o
ração da coisa. controlo ou a posse física do bem.
5 — O consumidor tem direito à assistência após a 4 — Não sendo cumprida a obrigação de entrega dos
venda, com incidência no fornecimento de peças e aces- bens na data acordada ou no prazo previsto no n.º 2, o
sórios, pelo período de duração média normal dos produtos consumidor tem o direito de solicitar ao fornecedor de
fornecidos. bens a entrega num prazo adicional adequado às cir-
6 — É vedado ao fornecedor ou prestador de serviços cunstâncias.
fazer depender o fornecimento de um bem ou a prestação 5 — Se o fornecedor de bens não entregar os bens dentro
de um serviço da aquisição ou da prestação de um outro do prazo adicional, o consumidor tem o direito de resolver
ou outros. o contrato.
7 — Sem prejuízo de regimes mais favoráveis, nos con- 6 — O consumidor tem o direito de resolver imediata-
tratos que resultem da iniciativa do fornecedor de bens ou mente o contrato sem necessidade de indicação de prazo
do prestador de serviços fora do estabelecimento comercial, adicional nos termos do n.º 4, se o fornecedor não entregar
por meio de correspondência ou outros equivalentes, é os bens na data acordada ou dentro do prazo fixado no n.º 2
assegurado ao consumidor o direito de livre resolução no e ocorra um dos seguintes casos:
prazo de 14 dias, nos termos do disposto no Decreto-Lei
n.º 24/2014, de 14 de fevereiro. a) No âmbito do contrato de compra e venda, o forne-
8 — Incumbe ao Governo adotar medidas adequadas a cedor de bens se recuse a entregar os bens;
assegurar o equilíbrio das relações jurídicas que tenham b) O prazo fixado para a entrega seja essencial aten-
por objeto bens e serviços essenciais, designadamente dendo a todas as circunstâncias que rodearam a celebração
água, energia elétrica, gás, telecomunicações e transportes do contrato; ou
públicos. c) O consumidor informe o fornecedor de bens, antes
9 — Incumbe ao Governo adotar medidas tendentes a da celebração do contrato, de que a entrega dentro de um
prevenir a lesão dos interesses dos consumidores no do- determinado prazo ou em determinada data é essencial.
mínio dos métodos de venda que prejudiquem a avaliação
consciente das cláusulas apostas em contratos singulares 7 — Após a resolução do contrato, o fornecedor de bens
e a formação livre, esclarecida e ponderada da decisão de deve restituir ao consumidor a totalidade do montante pago
se vincularem. até 14 dias após a referida resolução.
8 — Em caso de incumprimento do disposto no número
Artigo 9.º-A anterior, o consumidor tem o direito à devolução em dobro
do montante pago, sem prejuízo da indemnização por danos
Pagamentos adicionais
patrimoniais e não patrimoniais a que haja lugar.
1 — Antes de o consumidor ficar vinculado pelo con- 9 — Incumbe ao fornecedor de bens a prova do cumpri-
trato ou oferta, o fornecedor de bens ou prestador de ser- mento das obrigações estabelecidas no presente artigo.
viços tem de obter o acordo expresso do consumidor para
qualquer pagamento adicional que acresça à contrapresta- Artigo 9.º-C
ção acordada relativamente à obrigação contratual principal
Transferência do risco
do fornecedor de bens ou prestador de serviços.
2 — A obrigação de pagamentos adicionais depende da 1 — Nos contratos em que o fornecedor envia os bens
sua comunicação clara e compreensível ao consumidor, para o consumidor, o risco de perda ou dano dos bens
sendo inválida a aceitação pelo consumidor quando não transfere-se para o consumidor quando este ou um terceiro
lhe tiver sido dada a possibilidade de optar pela inclusão por ele indicado, que não o transportador, adquira a posse
ou não desses pagamentos adicionais. física dos bens.
3 — Quando, em lugar do acordo explícito do consumi- 2 — Se o consumidor confiar o transporte a pessoa
dor, a obrigação de pagamento adicional resultar de opções diferente da proposta pelo fornecedor de bens, o risco
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