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Diário da República, 1.ª série — N.

º 118 — 21 de junho de 2017 3141

Serviço Nacional de Saúde, promovendo a disponibili- e) Doentes que necessitem de cuidados paliativos, a
dade, a acessibilidade, a comodidade e a humanização prestar pelas equipas prestadoras de cuidados paliativos
dos serviços. da Rede Nacional de Cuidados Paliativos;
Neste sentido, as Portarias n.os 83/2016, de 12 de abril, f) [A anterior alínea e).]
e 275/2016, de 18 de outubro, vieram proceder, respetiva-
mente, à quarta e quinta alteração à Portaria n.º 142-B/2012, 3 — [...].
de 15 de maio, que define as condições em que o SNS asse- 4 — [...].
gura os encargos com o transporte não urgente de doentes 5 — [...].
que seja instrumental à realização das prestações de saúde, 6 — [...].
eliminando desigualdades então criadas, e garantindo a
equidade no acesso ao SNS através da implementação de Artigo 8.º
medidas assentes na diferenciação positiva dos grupos mais [...]
vulneráveis, e com necessidades específicas de prestação
de cuidados de saúde. 1 — [...].
Neste âmbito, e tendo em vista o desenvolvimento dos 2 — [...]:
cuidados paliativos no SNS, no quadro do Plano Estra- 3 — [...]:
tégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliati- 4 — [Revogado.]
vos para o biénio 2017-2018, aprovado pelo Despacho 5 — [...].
n.º 14311-A/2016, publicado no Diário da República, 6 — [...].
2.ª série, n.º 228, de 28 de novembro de 2016, e definido 7 — [...].
pela Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, importa 8 — [...].
abranger especificamente nas situações clínicas que neces- 9 — [...].
sitam impreterivelmente da prestação de cuidados de saúde Artigo 11.º
de forma prolongada e continuada, os doentes que recebem
cuidados paliativos pelas equipas específicas de cuidados [...]
paliativos, clarificando assim que o transporte não urgente 1 — [...]:
destes doentes é assegurado pelo SNS, e assegurando a
proteção dos utentes que padecem de uma doença grave a) [...]
e/ou prolongada, incurável e progressiva. b) [...]
Importa, ainda, clarificar a articulação do regime pre- c) [...]
visto nesta portaria com o regime dos encargos com trans- d) [...]
ferências de doentes no âmbito do sistema integrado de e) Transporte não urgente de doentes no âmbito de
gestão de inscritos para cirurgias. produção adicional, transferida para hospitais de destino,
Assim: realizada no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto e Inscritos para Cirurgia.
da Saúde, ao abrigo do disposto no artigo 5.º do Decreto-
-Lei n.º 113/2011, de 29 de novembro, na sua atual redação, 2 — [...].
o seguinte: 3 — [...].»
Artigo 1.º Artigo 3.º
Objeto Norma revogatória

A presente portaria procede à sexta alteração à Portaria É revogado o n.º 4 do artigo 8.º da Portaria
n.º 142-B/2012, de 15 de maio, alterada pelas Portarias n.º 142-B/2012, de 15 de maio, alterada pelas Portarias
n.os 178-B/2012, de 1 de junho, 184/2014, de 15 de se- n.os 178-B/2012, de 1 de junho, 184/2014, de 15 de se-
tembro, 28-A/2015, de 11 de fevereiro, 83/2016, de 12 de tembro, 28-A/2015, de 11 de fevereiro, 83/2016, de 12 de
abril, e 275/2016, de 18 de outubro. abril, e 275/2016, de 18 de outubro.

Artigo 2.º Artigo 4.º


Alteração à Portaria n.º 142-B/2012, de 15 de maio Entrada em vigor

Os artigos 4.º, 8.º e 11.º da Portaria n.º 142-B/2012, A presente portaria entra em vigor no primeiro dia útil
de 15 de maio, alterada pelas Portarias n.os 178-B/2012, do mês seguinte ao da sua publicação.
de 1 de junho, 184/2014, de 15 de setembro, 28-A/2015, O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando
de 11 de fevereiro, 83/2016, de 12 de abril, e 275/2016, de Manuel Ferreira Araújo, em 5 de junho de 2017.
18 de outubro, passam a ter a seguinte redação:

«Artigo 4.º
[...]
ECONOMIA
1 — [...]. Decreto-Lei n.º 74/2017
2 — [...]:
de 21 de junho
a) [...]
b) [...] A defesa dos direitos dos consumidores, bem como
c) [...] o relançamento da economia, constituem desígnios es-
d) [...] senciais do Programa do XXI Governo Constitucional,
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traduzindo-se a facilitação do relacionamento entre os mações em caso de alteração da atividade ou do respetivo


consumidores e as empresas numa melhoria da qualidade CAE, prevendo-se, nestas situações, o averbamento do
de vida dos cidadãos e em ganhos de eficiência para o livro existente.
tecido empresarial. De forma a tornar mais célere o tratamento das recla-
A presente alteração legislativa enquadra-se na prio- mações, o envio da folha de reclamação passa a ser acom-
ridade do Programa do Governo que visa simplificar e panhado de elementos relevantes, incluindo um exemplar
digitalizar a Administração, tendo em vista promover a da mensagem publicitária quando o objeto da reclamação
melhoria do relacionamento dos cidadãos com a Admi- incida sobre publicidade, podendo as entidades reguladoras
nistração Pública e a redução dos custos de contexto para ou de controlo de mercado competentes solicitar os escla-
as empresas. recimentos considerados adequados sobre a reclamação.
Volvidos mais de 10 anos sobre a data da entrada em Importa igualmente destacar a alteração que visa as-
vigor do Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, que segurar aos consumidores e utentes vulneráveis o pleno
veio instituir a obrigatoriedade de existência e disponibi- exercício do direito de queixa, impondo-se ao fornecedor
lização do livro de reclamações a um conjunto alargado de bens ou prestador do serviço o dever de auxílio no
de fornecedores de bens e prestadores de serviços importa preenchimento da reclamação.
modernizar e simplificar este regime, em particular no que Aproveitou-se a oportunidade para clarificar as situa-
se refere à desmaterialização do livro de reclamações e ções em que a obrigação de disponibilização do Livro de
respetivos procedimentos. Reclamações não é clara, como é o caso do fornecimento
Neste âmbito, consta do programa «SIMPLEX+ 2016», de bens e prestação de serviços por associações sem fins
a medida «Livro de Reclamações On-line», que se traduz lucrativos e por empresas locais, bem como para ajustar
na disponibilização de uma plataforma digital que per- os montantes das coimas e respetiva proporcionalidade,
mite aos consumidores apresentar reclamações e submeter relativamente a contraordenações cujos montantes das
pedidos de informação de forma desmaterializada, bem coimas aplicáveis se consideram desproporcionados face
como consultar informação estruturada, promovendo-se à gravidade das infrações.
Para a afixação da informação ao consumidor sobre a
o tratamento mais célere e eficaz das solicitações e uma
existência do livro de reclamações deixa de ser aprovado
maior satisfação daqueles.
um modelo específico por portaria mantendo-se, no en-
Assim, os consumidores e utentes passam também a tanto, o mesmo nível de informação, em conformidade com
poder exercer o seu direito de queixa por via eletrónica. a simplificação harmonizada das obrigações a prestar aos
Contudo, de modo a acautelar a melhor implementação do consumidores que está a ser levada a cabo no âmbito da
formato eletrónico do livro de reclamações, esta efetuar- Medida Simplex «Informação ao consumidor + simples».
-se-á de modo faseado e por setores de atividade económica. Por último, são identificados os fornecedores de bens e
Assim, numa primeira fase, a obrigação de disponibi- prestadores de serviços, de forma sistematizada, até agora
lização do formato eletrónico do livro de reclamações é elencados em anexos diferentes, que se encontram abran-
aplicável aos prestadores de serviços públicos essenciais gidos pela obrigatoriedade de disponibilização do livro
definidos na Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada pelas de reclamações.
Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008, de 2 de O presente diploma altera, ainda, o regime do livro de
junho, 6/2011, de 10 de março, 44/2011, de 22 de junho, reclamações aplicável ao setor público, o denominado
e 10/2013, de 28 de janeiro, prevendo-se o alargamento livro amarelo, constante do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22
posterior daquela obrigação a outros fornecedores de bens de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13
e prestadores de serviços, com base nas conclusões de um de março, 72-A/2010, de 18 de junho, 73/2014, de 13 de
relatório de avaliação do impacto da sua aplicação. maio, e 58/2016, de 29 de agosto. Por um lado, simplifica-
De modo a incentivar a utilização do procedimento -se a versão em papel do livro, reduzindo o número de
desmaterializado, estabelece-se que a reclamação no for- cópias e a respetiva tramitação e, por outro lado, alarga-
mato eletrónico deve ser objeto de resposta aos consumi- -se a utilização das plataformas que suportam a versão
dores, pelos fornecedores e bens prestadores de serviços, eletrónica do livro.
no prazo máximo de 15 dias úteis a contar da data da sua Reforça-se, também, o mecanismo de avaliação do aten-
apresentação na plataforma digital. Atendendo à especial dimento público pelos utilizadores através da fixação de
importância e impacto que os serviços públicos essenciais normas uniformes definidas pela Agência para a Moder-
desempenham no quotidiano e bem-estar dos consumidores nização Administrativa, I. P.
e utentes, a resposta no prazo referido aplica-se, nestes Foram ouvidos a Comissão Nacional de Proteção de
setores, a todas as reclamações, quer sejam lavradas no Dados, o plenário e a comissão de regulação económica
formato eletrónico ou no formato físico do livro de re- do Conselho Nacional do Consumo, a Ordem dos Médi-
clamações. cos Veterinários, a Associação Nacional de Municípios
O presente decreto-lei vem, também, agilizar os pro- Portugueses, a Associação Nacional de Freguesias e a
cedimentos relacionados com o tratamento das folhas de ACEPI — Associação da Economia Digital.
reclamação do formato físico do livro de reclamações. Assim:
Assim, prevê-se o envio por via eletrónica das folhas de Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
reclamação às entidades reguladoras ou às entidades de tituição, o Governo decreta o seguinte:
controlo de mercado competentes, caso estas assim o de-
terminem, ou o fornecedor de bens ou prestador de serviços Artigo 1.º
assim o entendam, eliminando-se, consequentemente, os Objeto
custos de contexto a cargo dos operadores económicos
O presente decreto-lei altera:
com o respetivo envio dos originais.
Reduzem-se, também, os custos de contexto eliminando- a) O Regime Jurídico do Livro de Reclamações, apro-
-se a obrigatoriedade de aquisição de novo livro de recla- vado pelo Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro,
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alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007, de 6 de novem- fins lucrativos que exerçam atividades idênticas às dos
bro, 118/2009, de 19 de maio, 317/2009, de 30 de outu- estabelecimentos identificados no anexo ao presente
bro, e 242/2012, de 7 de novembro, visando concretizar decreto-lei.
a medida do SIMPLEX+ 2016 «Livro de reclamações 5 — O livro de reclamações pode ser utilizado por
on-line». qualquer consumidor ou utente nas situações e nos ter-
b) O regime do livro de elogios, sugestões e reclama- mos previstos no presente decreto-lei.
ções aplicável ao setor público, constante do Decreto-Lei 6 — (Anterior n.º 5.)
n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis 7 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3, compete aos
n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, de 18 de junho, fornecedores de bens e aos prestadores de serviços cuja
73/2014, de 13 de maio, e 58/2016, de 29 de agosto, con- atividade esteja sujeita a regulação por entidade regu-
cretizando as medidas SIMPLEX+ 2016 «Livro de recla- ladora do setor ou entidade de controlo de mercado
mações amarelo» e «Atendimento Público avaliado». competente assegurar o cumprimento das obrigações
previstas no presente decreto-lei nos casos em que os
Artigo 2.º fornecimentos de bens e as prestações de serviços sejam
efetuados, ainda que de forma não exclusiva ou princi-
Alteração ao Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro
pal, nos locais dos serviços e organismos da Adminis-
Os artigos 1.º a 13.º do Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 tração Pública que tenham contacto com o público.
de setembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007, 8 — A reclamação apresentada no livro de reclama-
de 6 de novembro, 118/2009, de 19 de maio, 317/2009, ções em formato eletrónico tem a mesma validade da
de 30 de outubro, e 242/2012, de 7 de novembro, passam reclamação apresentada no livro de reclamações em
a ter a seguinte redação: formato físico.
Artigo 3.º
«Artigo 1.º
[...]
[...]
1 — [...]:
1 — O presente decreto-lei visa reforçar os proce-
dimentos de defesa dos direitos dos consumidores e a) [...];
utentes no âmbito do fornecimento de bens e prestação b) Facultar imediata e gratuitamente ao consumidor
de serviços. ou utente o livro de reclamações sempre que por este
2 — O presente decreto-lei institui a obrigatoriedade tal lhe seja solicitado, sem prejuízo de serem observa-
de existência e disponibilização do livro de reclamações, das as regras da ordem de atendimento previstas no
nos formatos físico e eletrónico. estabelecimento comercial, com respeito pelo regime
3 — Os fornecedores de bens e os prestadores de de atendimento prioritário;
serviços podem disponibilizar no seu sítio na Internet c) Afixar no seu estabelecimento, em local bem vi-
instrumentos destinados à resolução de problemas dos sível e com caracteres facilmente legíveis pelo consu-
consumidores ou utentes, desde que assegurem uma midor ou utente, a seguinte informação:
clara distinção entre aqueles e o livro de reclamações.
i) ‘Este estabelecimento dispõe de livro de recla-
mações’;
Artigo 2.º ii) ‘Entidade competente para apreciar a reclamação:
[...] [identificação e morada completas da entidade]’;
1 — São abrangidos pela obrigação de disponibili-
zação do formato físico do livro de reclamações todos d) [...];
os fornecedores de bens e prestadores de serviços, de- e) Proceder ao envio dos originais das folhas de
signadamente os identificados no anexo ao presente reclamação e documentos a que se refere o n.º 2 do
decreto-lei, do qual faz parte integrante, em todos os artigo 5.º
estabelecimentos que:
2 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços
a) [...]; não pode, em caso algum, justificar a falta de livro de
b) [...]. reclamações no estabelecimento onde o consumidor
ou utente o solicita pelo facto de o mesmo se encontrar
2 — São abrangidos pela obrigação de disponibili- disponível noutros estabelecimentos, dependências ou
zação do formato eletrónico do livro de reclamações sucursais, ou pelo facto de disponibilizar o formato
todos os fornecedores de bens e prestadores de serviços eletrónico do livro de reclamações.
designadamente os identificados no anexo ao presente 3 — O fornecedor de bens ou o prestador de serviços
decreto-lei, quer desenvolvam a atividade em estabele- não pode impor qualquer meio alternativo de formaliza-
cimento que cumpra os requisitos previstos no número ção da reclamação antes de ter disponibilizado o livro
anterior ou através de meios digitais. de reclamações, nem condicionar a apresentação da
3 — O regime previsto neste decreto-lei não se aplica reclamação, designadamente, à necessidade de identi-
aos serviços e organismos da Administração Pública a ficação do consumidor ou utente.
que se referem os artigos 35.º-A e 38.º do Decreto-Lei 4 — Quando o livro de reclamações não for ime-
n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis diatamente facultado ao consumidor ou utente, este
n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, de 18 de junho, pode requerer a presença da autoridade policial a fim
73/2014, de 15 de maio, e 58/2016, de 29 de agosto. de remover essa recusa ou de que essa autoridade tome
4 — São abrangidas pela obrigação de disponibi- nota da ocorrência e a faça chegar à entidade competente
lização do livro de reclamações as associações sem para fiscalizar o setor em causa.
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5 — O prestador de serviço público essencial, a que 2 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,
se refere a Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada pelas a remessa do original da folha de reclamação deve ser
Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008, de 2 de acompanhada dos seguintes elementos:
junho, 6/2011, de 10 de março, 44/2011, de 22 de junho,
e 10/2013, de 28 de janeiro, é obrigado a responder a) A resposta já enviada ao consumidor ou utente em
ao consumidor e utente no prazo máximo de 15 dias virtude da reclamação formulada, quando aplicável;
úteis a contar da data da reclamação lavrada no livro b) O exemplar da mensagem publicitária, através de
de reclamações. suporte físico ou digital, quando o objeto da reclamação
incidir sobre publicidade.
Artigo 4.º
[...] 3 — A remessa do original da folha de reclamação
pode, ainda, ser acompanhada dos esclarecimentos sobre
1 — A reclamação é formulada através do preenchi- a situação objeto de reclamação, incluindo informação
mento da folha de reclamação no livro de reclamações. sobre o seguimento que tenha sido dado à mesma.
2 — Na formulação da reclamação, o consumidor ou 4 — Após o preenchimento da folha de reclamação,
utente deve respeitar as regras de preenchimento pre- o fornecedor do bem, o prestador de serviços ou o fun-
vistas na folha de instruções e na folha de reclamação, cionário do estabelecimento tem ainda a obrigação de
devendo em especial: entregar o duplicado da reclamação ao consumidor ou
a) [...]; utente, conservando em seu poder o triplicado, que faz
b) [...]; parte integrante do livro de reclamações e que dele não
c) Descrever de forma clara e completa os factos pode ser retirado.
que motivam a reclamação, respeitando o espaço que 5 — Caso o consumidor ou utente recuse receber o
se destina à respetiva descrição; duplicado da reclamação, o fornecedor do bem ou pres-
d) Apor a data da reclamação. tador de serviço deve proceder ao arquivo do duplicado,
com a menção desta recusa.
3 — Para efeitos do disposto na alínea b) do número 6 — Sem prejuízo do disposto nos números ante-
anterior, o fornecedor de bens ou o prestador de serviços riores, o consumidor ou utente pode também remeter o
deve fornecer todos os elementos necessários ao correto duplicado da folha de reclamação à entidade de controlo
preenchimento dos campos relativos à sua identificação, de mercado competente ou à entidade reguladora do
devendo ainda confirmar que o consumidor ou utente setor, de acordo com as instruções constantes da mesma,
os preencheu corretamente. ou, tratando-se de fornecedor de bens ou de prestador de
4 — Quando os consumidores ou utentes estejam serviços não identificado no anexo ao presente decreto-
impossibilitados de preencher a folha de reclamação -lei e não havendo uma e outra destas entidades, à en-
por razões de analfabetismo ou incapacidade física, o tidade que nos termos da lei é competente para emitir
fornecedor de bens, o prestador dos serviços ou qualquer a respetiva acreditação ou, na ausência desta, à ASAE.
responsável pelo atendimento deve, no momento da
apresentação da reclamação e a pedido do consumidor Artigo 6.º
ou utente, efetuar o respetivo preenchimento nos termos [...]
descritos oralmente por este.
1 — [...]:
Artigo 5.º a) Receber as reclamações em formato físico ou ele-
Envio da folha de reclamação trónico, acompanhadas da resposta já enviada ao consu-
midor ou utente, quando aplicável, e demais elementos
1 — Após o preenchimento da folha de reclama- adicionais que lhe sejam enviados pelo fornecedor de
ção, o fornecedor do bem, o prestador de serviços ou bens ou pelo prestador de serviços, designadamente
o funcionário do estabelecimento, deve, no prazo de os respetivos esclarecimentos e informação sobre os
15 dias úteis, salvo se for estabelecido prazo distinto seguimentos que tenham sido dados às reclamações;
em lei especial, remeter o original da folha do livro de b) Solicitar a prestação de esclarecimentos sobre a
reclamações, consoante o caso: situação objeto de reclamação, incluindo informação so-
a) À entidade de controlo de mercado competente bre o seguimento que tenha sido dado à mesma, quando
ou à entidade reguladora do setor identificada no ar- considere necessário;
tigo 11.º ; c) Analisar as reclamações, a documentação apresen-
b) À entidade de controlo de mercado competente ou tada pelo fornecedor de bens ou prestador de serviços e
à entidade reguladora do setor, tratando-se de fornecedor instaurar o procedimento adequado se os factos resul-
de bens ou de prestador de serviços não identificado no tantes da reclamação indiciarem a prática de contraorde-
anexo ao presente decreto-lei; nação ao disposto no presente decreto-lei ou em norma
c) À entidade que, nos termos da lei, emite a respetiva específica aplicável à matéria objeto da reclamação.
acreditação, na ausência de entidade reguladora do setor
ou de entidade de controlo de mercado competente, 2 — A entidade de controlo de mercado competente
tratando-se de fornecedor de bens ou de prestador de ou a entidade reguladora do setor deve ainda, em função
serviços não identificado no anexo ao presente decreto- do conteúdo da reclamação formulada pelo consumidor
-lei e sujeito a processo de acreditação; ou utente e dos esclarecimentos apresentados pelo for-
d) À Autoridade de Segurança Alimentar e Econó- necedor de bens ou pelo prestador de serviços, tomar
mica (ASAE), caso não exista entidade competente nos as medidas que entenda adequadas, de acordo com as
termos das alíneas anteriores. atribuições que lhe estão conferidas por lei.
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3 — A entidade de controlo de mercado competente ou prestador de serviços, durante o período de tempo


ou a entidade reguladora do setor, no âmbito das atri- em que não disponha do livro, informar o consumidor
buições que lhe estão conferidas por lei, pode, através ou utente sobre a entidade reguladora do setor ou de
de comunicação escrita, informar o reclamante sobre o controlo de mercado competente para apresentar re-
procedimento ou sobre as medidas que tenham sido ou clamação.
que venham a ser adotadas na sequência da reclamação 4 — A mudança de morada do estabelecimento, a
formulada. alteração da atividade ou do respetivo CAE, ou a alte-
4 — Sempre que da reclamação resultar uma situação ração da designação do estabelecimento não obriga à
de litígio, a entidade de controlo de mercado competente aquisição de um novo livro de reclamações.
ou a entidade reguladora do setor, no âmbito das atribui- 5 — Nos casos previstos no número anterior o for-
ções que lhe estão conferidas por lei, deve, através de necedor de bens ou prestador de serviços deve comu-
comunicação escrita e após concluídas todas as diligên- nicar eletronicamente, à Imprensa Nacional-Casa da
cias necessárias à reposição legal da situação, informar Moeda, S. A., a alteração efetuada, para efeitos de aver-
o reclamante sobre o procedimento ou as medidas que bamento no livro de reclamações.
tenham sido ou venham a ser adotadas na sequência
da reclamação formulada e, quando se trate de litígio Artigo 9.º
de consumo não resolvido pelo fornecedor de bens ou
[...]
prestador de serviços, informa, ainda, o consumidor
ou utente sobre a possibilidade de recurso aos meios 1 — [...]:
alternativos de resolução de litígios.
5 — Sem prejuízo do disposto nos números ante- a) De € 250 a € 3500 e de € 1500 a € 15000, con-
riores, quando da folha de reclamação resultem apenas soante o infrator seja pessoa singular ou coletiva, a
sugestões, elogios ou comentários que não configurem violação do disposto nas alíneas a), b) e e) do n.º 1
uma reclamação, deve a entidade reguladora do setor ou do artigo 3.º, nos n.os 1 e 2 do artigo 5.º, no n.º 3 do
a entidade de controlo de mercado competente proceder artigo 5.º-A, nos n.os 1 a 3 do artigo 5.º-B e nos n.os 1 e
ao arquivamento da reclamação. 3 do artigo 8.º;
6 — Para efeitos de aplicação do regime constante b) De € 150 a € 2500 e de € 500 a € 5000, consoante
no presente diploma, o fornecedor de bens e o prestador o infrator seja pessoa singular ou coletiva, a violação do
de serviços devem prestar a colaboração requerida pela disposto no n.º 3 do artigo 1.º, nas alíneas c) e d) do n.º 1
entidade de controlo de mercado competente ou entidade e nos n.os 2, 3 e 5 do artigo 3.º, nos n.os 3 e 4 do artigo 4.º,
reguladora do setor, nomeadamente garantindo o acesso nos n.os 4 e 5 do artigo 5.º, no n.º 4 do artigo 5.º-B, no
direto às informações e apresentando os documentos ou n.º 6 do artigo 6.º e nos n.os 2 e 5 do artigo 8.º
registos solicitados.
7 — Para efeitos do disposto no capítulo anterior, 2 — A negligência é punível sendo os limites mí-
as entidades reguladoras e as entidades de controlo de nimos e máximos das coimas aplicáveis reduzidos a
mercado competentes disponibilizam e divulgam, em metade.
lugar de destaque, nos respetivos sítios na Internet, o 3 — [...]
acesso à plataforma digital que disponibiliza o formato 4 — (Revogado.)
eletrónico do livro de reclamações, doravante designada
como Plataforma Digital. Artigo 10.º
[...]
Artigo 7.º
1 — Quando a gravidade da infração o justifique po-
[...] dem ainda ser aplicadas sanções acessórias, nos termos
São aprovados por portaria dos membros do Governo do regime geral das contraordenações.
responsáveis pelas áreas da modernização administra- 2 — (Revogado.)
tiva, das finanças e da defesa do consumidor:
Artigo 11.º
a) O modelo do formato físico do livro de recla-
mações, bem como as regras relativas à sua edição e [...]
venda; 1 — A fiscalização do cumprimento do disposto no
b) O modelo de formulário, edição, preço, forneci- presente decreto-lei, bem como a instrução dos pro-
mento e distribuição do formato eletrónico do livro de cessos e a aplicação das coimas e sanções acessórias
reclamações. relativa às contraordenações previstas no n.º 1 do ar-
tigo 9.º compete:
Artigo 8.º
a) À ASAE, quando praticadas em estabelecimentos
Aquisição de novo livro de reclamações em formato físico
de fornecimento de bens e de prestação de serviços
1 — [...]. mencionados nas alíneas a) a k) do n.º 1, nas alíneas a)
2 — A perda ou extravio do livro de reclamações a f) do n.º 3 e no n.os 5 do anexo ao presente decreto-lei;
obriga o fornecedor de bens ou o prestador de serviços b) À Inspeção-Geral das Atividades Culturais, quando
a comunicar por escrito esse facto à entidade reguladora praticadas em estabelecimentos mencionados na alí-
do setor ou à entidade de controlo de mercado compe- nea m) do n.º 1 e no n.º 4 do anexo ao presente decreto-lei;
tente, no prazo máximo de cinco dias úteis. c) Ao Instituto dos Registos e do Notariado, I. P.,
3 — Em caso de encerramento, perda ou extravio do quando praticadas em estabelecimentos mencionados
livro de reclamações deve ainda o fornecedor de bens na alínea n) do n.º 1 do anexo ao presente decreto-lei;
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d) À Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, b) À ASAE, quando a fiscalização e a instrução dos


quando praticadas em estabelecimentos mencionados processos é efetuada pela entidade referida na alínea h)
na alínea l) do n.º 1, no n.º 6 e nas alíneas a) a d) do do número anterior.
n.º 11 do anexo ao presente decreto-lei;
e) Ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário 3 — Compete à ASAE a fiscalização, a instrução
e da Construção, I. P., quando praticadas em estabele- dos processos e a aplicação de coimas e sanções aces-
cimentos mencionados nas alíneas a) a i) do n.º 2 do sórias relativas às contraordenações previstas no n.º 1
anexo ao presente decreto-lei; do artigo 9.º quando praticadas em estabelecimentos
f) Às respetivas capitanias, quando praticadas em de fornecimento de bens e de prestação de serviços não
estabelecimentos mencionados na alínea h) do n.º 3 do mencionados no anexo ao presente decreto-lei e quando
anexo ao presente decreto-lei; não exista entidade de controlo de mercado competente
g) Ao Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos do e entidade reguladora do setor.
Turismo de Portugal, I. P.,quando praticadas em estabe- 4 — [...].
lecimentos mencionados no n.º 8 do anexo ao presente
5 — [...].
decreto-lei;
h) À Ordem dos Médicos Veterinários, quando pra- Artigo 12.º
ticadas em estabelecimentos mencionados no n.º 9 do
[...]
anexo ao presente decreto-lei;
i) À Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, 1 — A rede telemática de informação comum (RTIC),
quando praticadas em estabelecimentos dos prestadores criada pela Direção-Geral do Consumidor para registo e
de serviços mencionados no n.º 7 e nas alíneas b) e c) tratamento das reclamações dos consumidores e utentes
do n.º 10 do anexo ao presente decreto-lei; constantes do livro de reclamações, integra-se na Pla-
j) À Autoridade Nacional de Comunicações, quando taforma Digital a que se refere o n.º 1 do artigo 12.º-A.
praticadas em estabelecimentos dos prestadores de ser- 2 — [...].
viços mencionados nas alíneas d) e e) do n.º 10 do anexo 3 — As entidades reguladoras e de controlo de mer-
ao presente decreto-lei; cado competentes estão obrigadas a registar e a tratar
k) À Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e diretamente as reclamações recebidas através do formato
Resíduos, quando praticadas em estabelecimentos dos físico do livro de reclamações na RTIC ou a providenciar
prestadores de serviços mencionados nas alíneas a), f)
ligações entre esta rede e a sua própria rede que permi-
e g) do n.º 10 do anexo ao presente decreto-lei;
l) À Autoridade Nacional de Aviação Civil, quando tam a comunicação de dados entre ambas, de forma a
praticadas em estabelecimentos mencionados na alí- cumprir os objetivos previstos no número anterior.
nea e) do n.º 11 do anexo ao presente decreto-lei; 4 — [...].
m) Ao Instituto da Segurança Social, I. P., e respetivos 5 — [...].
centros distritais da segurança social quando praticadas 6 — [...].
em estabelecimentos mencionados no n.º 12 do anexo 7 — (Revogado.)
ao presente decreto-lei;
n) Ao Banco de Portugal, quando praticadas nos Artigo 13.º
estabelecimentos mencionados no n.º 13 do anexo ao Outros meios de reclamação
presente decreto-lei;
o) À Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos 1 — A formulação da reclamação nos termos pre-
de Pensões, quando praticadas em estabelecimentos vistos no presente decreto-lei não exclui a possibili-
mencionados no n.º 14 do anexo ao presente decreto- dade de o consumidor ou utente apresentar reclamações
-lei; por quaisquer outros meios e não limita o exercício de
p) À Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, quaisquer direitos constitucional ou legalmente con-
quando praticadas em estabelecimentos mencionados sagrados.
no n.º 15 do anexo ao presente decreto-lei; 2 — Sem prejuízo dos procedimentos previstos no
q) À Inspeção-Geral da Educação e Ciência, quando presente decreto-lei, as entidades reguladoras do setor
praticadas em estabelecimentos mencionados nos n.os 16 e entidades de controlo de mercado competentes podem
e 17 do anexo ao presente decreto-lei; estabelecer mecanismos internos, no âmbito das suas
r) À Entidade Reguladora da Saúde, quando pratica- competências, que permitam uma resolução célere, de-
das em estabelecimentos mencionados na alínea g) do signadamente o tratamento conjunto de reclamações do
n.º 3 e no n.º 18 do anexo ao presente decreto-lei; mesmo consumidor ou utente e com o mesmo objeto, e
s) Ao INFARMED — Autoridade Nacional do Me- que não diminuam as garantias de defesa das partes.»
dicamento e dos Produtos de Saúde, I. P., quando pra-
ticadas em estabelecimentos mencionados no n.º 19 do Artigo 3.º
anexo ao presente decreto-lei.
Alteração do anexo I ao Decreto-Lei
2 — Nos casos em que as entidades a que se refere o n.º 156/2005, de 15 de setembro
número anterior não têm competências sancionatórias, O anexo I ao Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de se-
a aplicação das respetivas coimas e sanções acessórias tembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007, de 6
compete: de novembro, 118/2009, de 19 de maio, 317/2009, de 30
a) À Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça, quando de outubro, e 242/2012, de 7 de novembro, passa a ter a
a fiscalização e a instrução dos processos é efetuada pela redação constante do anexo I ao presente decreto-lei, do
entidade referida na alínea c) do número anterior; qual faz parte integrante.
Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017 3147

Artigo 4.º 5 — O disposto no n.º 2 do artigo 5.º aplica-se, com


as devidas adaptações, às reclamações do formato ele-
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro
trónico do livro de reclamações.
São aditados ao Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de 6 — A existência e disponibilização do formato ele-
setembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007, de 6 trónico do livro de reclamações não afasta a obrigato-
de novembro, 118/2009, de 19 de maio, 317/2009, de 30 de riedade de disponibilização, em simultâneo, do formato
outubro, e 242/2012, de 7 de novembro, os artigos 5.º-A, físico do livro de reclamações, nos estabelecimentos a
5.º-B, 5.º-C, 12.º-A e 13.º-A, com a seguinte redação: que se refere o n.º 1 do artigo 2.º

«Artigo 5.º-A Artigo 5.º-C


Envio digital das folhas do livro de reclamações Apresentação da reclamação em formato eletrónico
em formato físico
1 — O consumidor ou utente pode formular a re-
1 — As entidades reguladoras sectoriais e as en- clamação em formato eletrónico através da Plataforma
tidades de controlo de mercado competentes podem Digital.
determinar a obrigatoriedade da remessa da folha de 2 — O disposto no n.º 4 do artigo 4.º aplica-se, com
reclamação e dos elementos referidos no n.º 2 do ar- as devidas adaptações, à formulação da reclamação em
tigo 5.º por via eletrónica. formato eletrónico, caso tal seja solicitado pelo consu-
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, midor ou utente, sem que isso implique a obrigação de
o fornecedor de bens ou prestador de serviços pode disponibilizar meio de acesso à Plataforma Digital.
enviar por via eletrónica a folha de reclamação e demais
elementos à entidade reguladora do setor ou entidade Artigo 12.º-A
de controlo de mercado competente. Plataforma Digital
3 — O fornecedor de bens ou o prestador de serviços
deve manter, por um período de três anos, um arquivo 1 — A Plataforma Digital visa, com observância do
devidamente organizado dos documentos originais e disposto na Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, alterada
dos comprovativos da respetiva remessa no formato pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto, possibilitar a
apresentação de reclamações em formato eletrónico,
eletrónico, salvo se prazo superior for fixado em legis-
bem como a submissão de pedidos de informação rela-
lação especial. cionados com a defesa do consumidor ou utente.
4 — Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2, a enti- 2 — O funcionamento da Plataforma Digital é apro-
dade reguladora do setor ou a entidade de controlo de vado por portaria dos membros do Governo responsá-
mercado competente deve, pela mesma via, acusar a veis pelas áreas da modernização administrativa e da
receção das folhas de reclamação e demais elementos defesa do consumidor.
documentais. 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
5 — Quando, por motivos de indisponibilidade téc- o formulário eletrónico da reclamação deve cumprir as
nica, não for possível o cumprimento do disposto nos regras de acessibilidade digital, por forma a permitir a
n.os 1 e 2, o fornecedor de bens ou o prestador de serviços apresentação autónoma de reclamações por consumi-
procede ao envio do original da folha de reclamação em dores ou utentes com deficiência visual.
papel no prazo previsto no n.º 1 do artigo 5.º
Artigo 13.º-A
Artigo 5.º-B
Relatório sobre conflitualidade no consumo
Obrigações do fornecedor de bens e do prestador de serviços
relativas ao formato eletrónico do livro de reclamações A Direção-Geral do Consumidor elabora, anualmente,
um relatório estatístico global sobre a conflitualidade no
1 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços consumo, podendo para este efeito solicitar a coopera-
é obrigado a possuir o formato eletrónico do livro de ção das entidades reguladoras do setor e das entidades
reclamações, nos termos previstos nos n.os 2 e 3 do ar- de controlo de mercado competentes envolvidas na
tigo 9.º aplicação do presente decreto-lei.»
2 — Os fornecedores de bens e prestadores de ser-
viços devem divulgar nos respetivos sítios na Internet, Artigo 5.º
em local visível e de forma destacada, o acesso à Pla-
Alterações sistemáticas ao Decreto-Lei
taforma Digital. n.º 156/2005, de 15 de setembro
3 — Os fornecedores de bens e prestadores de servi-
ços que não disponham de sítios na Internet devem ser São introduzidas as seguintes alterações sistemáticas
titulares de endereço de correio eletrónico para efeitos ao Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, alterado
de receção das reclamações submetidas através da Pla- pelos Decretos-Leis n.os 371/2007, de 6 de novembro,
taforma Digital. 118/2009, de 19 de maio, 317/2009, de 30 de outubro, e
4 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços 242/2012, de 7 de novembro:
deve responder ao consumidor ou utente no prazo má- a) A epígrafe do capítulo II passa a ter a seguinte redação
ximo de 15 dias úteis a contar da data da reclamação, «Do formato físico do livro de reclamações e do procedi-
salvo se for estabelecido prazo inferior em lei especial, mento do fornecedor de bens ou prestador de serviços»;
para o endereço de correio eletrónico indicado no formu- b) É aditado o capítulo III com a epígrafe «Do formato
lário, informando-o, quando aplicável, sobre as medidas eletrónico do livro de reclamações e do procedimento», o
adotadas na sequência da mesma. qual integra os artigos 5.º-B e 5.º-C;
3148 Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017

c) É aditado o capítulo IV com a epígrafe «Do proce- 8 — O modelo do livro de reclamações é definido
dimento das entidades competentes», que integra o ar- por portaria dos membros do Governo responsáveis
tigo 6.º; pelas áreas da Administração Pública e da modernização
d) O capítulo III é renumerado para capítulo V; administrativa.
e) O capítulo IV é renumerado para capítulo VI e passa 9 — O disposto nos números anteriores aplica-se com
a ter a seguinte epígrafe «Da fiscalização e regime con- as devidas adaptações às reclamações apresentadas nas
traordenacional»; plataformas previstas no artigo 35.º-A.
f) É aditado o capítulo VII, com a epígrafe «Outras 10 — [...].
disposições», que integra os artigos 12.º a 13.º-A; 11 — (Revogado.)
g) O capítulo VI é renumerado para capítulo VIII.
Artigo 39.º-A
Artigo 6.º [...]
Alteração ao Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril 1 — São criados mecanismos de avaliação automá-
Os artigos 35.º-A, 38.º, 39.º-A e 43.º do Decreto-Lei tica pelos utentes dos locais e linhas de atendimento ao
n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis público da Administração Pública.
n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, de 18 de junho, 2 — [...].
73/2014, de 13 de maio, e 58/2016, de 29 de agosto, passam 3 — (Revogado.)
a ter a seguinte redação: 4 — Cabe à AMA, I. P., aprovar e disponibilizar no
sítio na Internet um manual de normas orientadoras
de aplicação dos mecanismos de avaliação automática
«Artigo 35.º-A
pelos utentes, dos locais e linhas de atendimento ao
[...] público da Administração Pública.
1 — [...].
Artigo 43.º
2 — [...].
3 — A AMA, I. P., disponibiliza uma plataforma na [...]
Internet destinada a acolher os elogios, sugestões e re- 1 — [...].
clamações dos serviços e organismos da Administração 2 — [...].
Pública, sendo que podem ser disponibilizadas outras 3 — [...]:
plataformas específicas para o efeito quando fundada
razão de interesse público o justifique. a) [...]
4 — [...]. b) A informação agregada relativa aos elogios, re-
5 — [...]. clamações e sugestões apresentados nos termos dos
6 — [...]. artigos 35.º-A a 38.º, bem como a informação agregada
relativa à avaliação dos locais e linhas de atendimento
Artigo 38.º ao público, prevista no artigo 39.º-A.»
[...]
Artigo 7.º
1 — Nos termos do disposto no artigo 35.º-A, os
serviços e organismos da Administração Pública de- Norma revogatória
vem divulgar aos utentes de forma visível a existência São revogados:
da respetiva plataforma prevista no artigo 35.º-A e do
livro de reclamações. a) Os n.os 3, 4 e 11 do artigo 38.º e o n.º 3 do artigo 39.º-A
2 — [...]. do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos
3 — (Revogado.) Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010,
de 18 de junho, 73/2014, de 13 de maio, e 58/2016, de 29
4 — (Revogado.)
de agosto;
5 — Compete a cada serviço reclamado:
b) O n.º 4 do artigo 9.º, o n.º 2 do artigo 10.º, o n.º 7 do
a) Dar resposta ao reclamante, acompanhada da de- artigo 12.º, os artigos 14.º e 15.º e o anexo II do Decreto-Lei
vida justificação, bem como das medidas tomadas ou a n.º 156/2005, de 15 de setembro, alterado pelos Decretos-
tomar, se for caso disso, no prazo máximo de 15 dias; -Leis n.os 371/2007, de 6 de novembro, 118/2009, de 19
b) Tomar as medidas corretivas necessárias, se for de maio, 317/2009, de 30 de outubro, e 242/2012, de 7
caso disso; de novembro.
c) Registar a reclamação apresentada e a resposta Artigo 8.º
na plataforma aplicável, referida no artigo 35.º-A,
removendo-se os dados pessoais dos reclamantes. Republicação
É republicado no anexo II ao presente decreto-lei, do
6 — Se para além da resposta dada pelo serviço, a qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 156/2005, de
reclamação for objeto de decisão final superior, esta 15 de setembro, com a redação atual.
é comunicada ao reclamante, preferencialmente por
via eletrónica, pelo serviço ou gabinete do membro do Artigo 9.º
Governo responsável.
Entrada em vigor e produção de efeitos
7 — Se for caso disso, o membro do Governo res-
ponsável deve diligenciar no sentido da realização de 1 — O presente decreto-lei entra em vigor no dia 1 de
auditorias, nos termos legalmente previstos. julho de 2017, sem prejuízo do disposto no n.º 5.
Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017 3149

2 — Os prestadores de serviços públicos essenciais ANEXO I


a que se refere a Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada
pelas Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008, (a que se refere o artigo 3.º)
de 2 de junho, 6/2011, de 10 de março, e 44/2011, de
ANEXO
22 de junho, são obrigados a disponibilizar o livro de
reclamações, no formato eletrónico, à data da entrada (a que se referem os n.os 1, 2 e 4 do artigo 2.º, os n.os 1 e 6
em vigor do presente decreto-lei, através do acesso à do artigo 5.º e os n.os 1 e 3 do artigo 11.º)
Plataforma Digital.
3 — As disposições relativas ao formato eletrónico do Entidades que, nos termos do artigo 2.º, estão
livro de reclamações, nos termos do disposto no n.º 2 do abrangidas pela obrigação
de disponibilização do livro de reclamações
artigo 2.º e no capítulo III, são aplicáveis aos demais for-
necedores de bens e prestadores de serviços a partir do dia 1 — Estabelecimentos de venda ao público e de pres-
1 de julho de 2018, após apresentação, pela Direção-Geral tação de serviços de:
do Consumidor, de relatório de avaliação de impacto sobre a) Comércio a retalho e conjuntos comerciais, bem como
os resultados de implementação aos prestadores de serviços estabelecimentos de comércio por grosso com revenda ao
públicos essenciais, no prazo de um ano após a entrada em consumidor final;
vigor do presente decreto-lei. b) Comércio, manutenção e reparação de velocípedes,
4 — A integração da rede telemática de informação ciclomotores, motociclos e veículos automóveis novos e
comum (RTIC) na Plataforma Digital a que se refere o usados;
n.º 2 do artigo 5.º-B, nos termos previstos no n.º 1 do ar- c) Restauração ou bebidas;
tigo 12.º, efetua-se até seis meses após a entrada em vigor d) Lavandaria, limpeza a seco e engomadoria;
do presente decreto-lei, nos termos da definir, até essa data, e) Cabeleireiro, beleza ou outros de natureza similar;
por portaria do membro do Governo responsável pela área f) Tatuagens e colocação de piercings;
da defesa do consumidor. g) Manutenção física, independentemente da designação
5 — As alterações ao Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 adotada;
de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 29/2000, de 13 h) Reparação de bens pessoais e domésticos;
de março, 72-A/2010, de 18 de junho, 73/2014, de 13 de i) Estudos e de explicações;
maio, e 58/2016, de 29 de agosto, entram em vigor no dia j) Funerários;
seguinte à publicação do presente decreto-lei. k) Prestamistas;
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, até l) Aluguer de velocípedes, de motociclos e de veículos
que seja disponibilizada a respetiva plataforma destinada a automóveis;
acolher os elogios, sugestões e reclamações dos serviços e m) Aluguer de videogramas;
organismos da Administração Pública, o serviço reclamado n) Notários privados.
deve enviar:
2 — Estabelecimento de empresas na área da construção
a) A cópia azul do livro de reclamações ao membro e do imobiliário:
do Governo competente, acompanhada de informação
a) Construção civil;
sobre a reclamação, do qual constem as medidas corretivas b) Promoção imobiliária;
adotadas; c) Administração de condomínios;
b) A cópia amarela do livro de reclamações à Agência d) Avaliação imobiliária;
para a Modernização Administrativa, I. P., acompanhada e) Arrendamento, compra e venda de bens imobiliá-
da informação referida na alínea anterior, sendo removidos rios;
os dados pessoais dos reclamantes. f) Administração de imóveis por conta de outrem;
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 30 de g) Mediação imobiliária;
março de 2017. — António Luís Santos da Costa — Maria h) Consultadoria e mediação de obras;
Manuel de Lemos Leitão Marques — Mário José Gomes i) Gestão, planeamento e fiscalização de obras.
de Freitas Centeno — Francisca Eugénia da Silva Dias
Van Dunem — Eduardo Arménio do Nascimento Ca- 3 — Estabelecimentos de prestação de serviços na área
do turismo:
brita — Luís Filipe Carrilho de Castro Mendes — Manuel
Frederico Tojal de Valsassina Heitor — Tiago Brandão Ro- a) Empreendimentos turísticos;
drigues — José António Fonseca Vieira da Silva — Adal- b) Alojamento local;
berto Campos Fernandes — Pedro Manuel Dias de Jesus c) Agências de viagens e turismo;
Marques — Ana Manuel Jerónimo Lopes Correia Mendes d) Empresas de animação turística;
Godinho — João Pedro Soeiro de Matos Fernandes — Luís e) Recintos com diversões aquáticas;
Medeiros Vieira — Ana Paula Mendes Vitorino. f) Campos de férias;
g) Estabelecimentos termais;
Promulgado em 6 de junho de 2017. h) Marinas.
Publique-se.
4 — Recintos de espetáculos de natureza artística.
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. 5 — Parques de estacionamento subterrâneo ou de su-
Referendado em 7 de junho de 2017. perfície.
6 — Centros de inspeção automóvel, escolas de condu-
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. ção e centros de exames de condução.
3150 Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017

7 — Postos de abastecimento de combustíveis. 13 — Instituições de crédito, sociedades financeiras,


8 — Casinos, salas de máquinas, salas de jogo do instituições de pagamento, instituições de moeda eletró-
bingo. nica e prestadores de serviços postais no que se refere à
9 — Centros de Atendimento Médico-Veterinários. prestação de serviços de pagamento.
10 — Estabelecimento de prestadores de serviços pú- 14 — Estabelecimentos das empresas de seguros, bem
blicos essenciais: como os estabelecimentos de mediadores de seguros e de
a) Fornecimento de água; sociedades gestoras de fundos de pensões.
b) Fornecimento de energia elétrica; 15 — Prestadores de serviços de Intermediação finan-
c) Fornecimento de gás natural e gases de petróleo li- ceira em relação a instrumentos financeiros ou equipara-
quefeitos canalizados; dos sob supervisão da Comissão do Mercado de Valores
d) Comunicações eletrónicas; Mobiliários.
e) Postais; 16 — Estabelecimentos particulares e cooperativos de
f) Recolha e tratamento de águas residuais; educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário.
g) Gestão de resíduos sólidos urbanos. 17 — Estabelecimentos do ensino superior particular
e cooperativo.
11 — Estabelecimento de prestadores de serviços de 18 — Estabelecimentos dos prestadores de cuidados
transporte: na área da saúde:
a) Rodoviário; a) Unidades privadas de saúde com internamento ou
b) Ferroviário; sala de recobro;
c) Marítimo; b) Unidades privadas de saúde com atividade específica,
d) Fluvial; designadamente laboratórios; unidades com fins de diag-
e) Aéreo, designadamente, entidades gestoras dos aero- nóstico, terapêutica e de prevenção de radiações ionizantes,
portos e aeródromos nacionais, entidades coordenadoras do ultrassons ou campos magnéticos; unidades privadas de
processo de atribuição e de facilitação de faixas horárias diálise; clínicas e consultórios dentários e unidades de
nos aeroportos nacionais, prestadores de serviços de nave- medicina física e de reabilitação;
gação aérea com exceção dos prestadores de serviços de c) Outros operadores sujeitos à atividade reguladora da
meteorologia aeronáutica, operadores de transporte aéreo Entidade Reguladora da Saúde;
e operadores de trabalho aéreo, entidades prestadoras de d) Unidades privadas de prestação de cuidados de saúde
serviços de apoio ao transporte aéreo e prestadores de na área da toxicodependência.
serviços de assistência em escala.
19 — Farmácias.
12 — Estabelecimentos das Instituições Particulares
de Segurança Social ou equiparadas, bem como estabe- ANEXO II
lecimentos das Instituições em relação às quais existam
acordos de cooperação ou protocolos celebrados com os (a que se refere o artigo 8.º)
Centros Distritais de Segurança Social, I. P.:
Republicação do Decreto-Lei n.º 156/2005,
a) No âmbito do apoio às crianças e jovens: creches, de 15 de setembro
creche familiar, estabelecimento de educação pré-escolar,
centros de atividades de tempos livres, centros de apoio
familiar e aconselhamento parental, lares de infância e CAPÍTULO I
juventude e apartamentos de autonomização, casas de
acolhimento temporário; Do objeto e do âmbito de aplicação
b) No âmbito do apoio a pessoas idosas: centros de
convívio, centros de dia, centros de noite, estruturas resi- Artigo 1.º
denciais para pessoas idosas e acolhimento familiar para Objeto
pessoas idosas;
c) No âmbito do apoio a pessoas com deficiência: cen- 1 — O presente decreto-lei visa reforçar os procedimen-
tros de atividades ocupacionais, lares residenciais, residên- tos de defesa dos direitos dos consumidores e utentes no
cias autónomas, centros de atendimento, acompanhamento âmbito do fornecimento de bens e prestação de serviços.
e animação de pessoas com deficiência; 2 — O presente decreto-lei institui a obrigatoriedade
d) No âmbito do apoio a pessoas com doenças do foro de existência e disponibilização do livro de reclamações,
mental ou psiquiátrico: fóruns socio-ocupacionais, unida- nos formatos físico e eletrónico.
des de vida protegida, autónoma e apoiada; 3 — Os fornecedores de bens e os prestadores de servi-
e) No âmbito do apoio a outros grupos: apartamentos ços podem disponibilizar no seu sítio na Internet instrumen-
de reinserção social, residências para pessoas com VIH/ tos destinados à resolução de problemas dos consumidores
sida, centros de alojamento temporário e comunidades de ou utentes, desde que assegurem uma clara distinção entre
inserção; aqueles e o livro de reclamações.
f) No âmbito do apoio à família e comunidade: serviço
de atendimento e acompanhamento social, centros comu- Artigo 2.º
nitários, cantinas sociais, casas de abrigo, centro de apoio Âmbito
à vida e serviços de apoio domiciliário;
g) No âmbito do apoio social: estabelecimentos em que 1 — São abrangidos pela obrigação de disponibilização
sejam desenvolvidas atividades similares às referidas nas do formato físico do livro de reclamações todos os forne-
alíneas anteriores ainda que sob designação diferente. cedores de bens e prestadores de serviços, designadamente
Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017 3151

os identificados no anexo ao presente decreto-lei, do qual lhe seja solicitado, sem prejuízo de serem observadas as
faz parte integrante, em todos os estabelecimentos que: regras da ordem de atendimento previstas no estabeleci-
mento comercial, com respeito pelo regime de atendimento
a) Se encontrem instalados com carácter fixo ou perma-
prioritário;
nente, e neles seja exercida, exclusiva ou principalmente,
c) Afixar no seu estabelecimento, em local bem visível
de modo habitual e profissional, a atividade; e e com caracteres facilmente legíveis pelo consumidor ou
b) Tenham contacto com o público, designadamente utente, a seguinte informação:
através de serviços de atendimento ao público destinado
à oferta de produtos e serviços ou de manutenção das i) «Este estabelecimento dispõe de livro de reclama-
relações de clientela. ções»;
ii) «Entidade competente para apreciar a reclamação:
2 — São abrangidos pela obrigação de disponibilização [identificação e morada completas da entidade]».
do formato eletrónico do livro de reclamações todos os
fornecedores de bens e prestadores de serviços designa- d) Manter, por um período mínimo de três anos, um
damente os identificados no anexo ao presente decreto- arquivo organizado dos livros de reclamações que tenha
-lei, quer desenvolvam a atividade em estabelecimento encerrado;
que cumpra os requisitos previstos no número anterior ou e) Proceder ao envio dos originais das folhas de recla-
através de meios digitais. mação e documentos a que se refere o n.º 2 do artigo 5.º
3 — O regime previsto neste decreto-lei não se aplica
aos serviços e organismos da Administração Pública a 2 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços não
que se referem os artigos 35.º-A e 38.º do Decreto-Lei pode, em caso algum, justificar a falta de livro de recla-
n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis mações no estabelecimento onde o consumidor ou utente
n.os 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, de 18 de junho, o solicita pelo facto de o mesmo se encontrar disponível
73/2014, de 15 de maio, e 58/2016, de 29 de agosto. noutros estabelecimentos, dependências ou sucursais, ou
4 — São abrangidas pela obrigação de disponibilização pelo facto de disponibilizar o formato eletrónico do livro
do livro de reclamações as associações sem fins lucrativos de reclamações.
que exerçam atividades idênticas às dos estabelecimentos 3 — O fornecedor de bens ou o prestador de serviços
identificados no anexo ao presente decreto-lei. não pode impor qualquer meio alternativo de formaliza-
5 — O livro de reclamações pode ser utilizado por qual- ção da reclamação antes de ter disponibilizado o livro de
quer consumidor ou utente nas situações e nos termos reclamações, nem condicionar a apresentação da recla-
previstos no presente decreto-lei. mação, designadamente, à necessidade de identificação
6 — Excetuam-se do disposto no n.º 3 os serviços e do consumidor ou utente.
organismos da Administração Pública encarregues da 4 — Quando o livro de reclamações não for imediata-
prestação dos serviços de abastecimento público de água, mente facultado ao consumidor ou utente, este pode reque-
de saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos rer a presença da autoridade policial a fim de remover essa
urbanos que passam a estar sujeitos às obrigações cons- recusa ou de que essa autoridade tome nota da ocorrência
tantes deste decreto-lei. e a faça chegar à entidade competente para fiscalizar o
7 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3, compete aos setor em causa.
fornecedores de bens e aos prestadores de serviços cuja 5 — O prestador de serviço público essencial, a que
atividade esteja sujeita a regulação por entidade reguladora se refere a Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada pelas
do setor ou entidade de controlo de mercado competente Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008, de 2 de
assegurar o cumprimento das obrigações previstas no pre- junho, 6/2011, de 10 de março, 44/2011, de 22 de junho, e
sente decreto-lei nos casos em que os fornecimentos de 10/2013, de 28 de janeiro, é obrigado a responder ao con-
bens e as prestações de serviços sejam efetuados, ainda sumidor e utente no prazo máximo de 15 dias úteis a contar
que de forma não exclusiva ou principal, nos locais dos da data da reclamação lavrada no livro de reclamações.
serviços e organismos da Administração Pública que te-
nham contacto com o público. Artigo 4.º
8 — A reclamação apresentada no livro de reclamações Formulação da reclamação
em formato eletrónico tem a mesma validade da recla-
mação apresentada no livro de reclamações em formato 1 — A reclamação é formulada através do preenchi-
físico. mento da folha de reclamação no livro de reclamações.
2 — Na formulação da reclamação, o consumidor ou
CAPÍTULO II utente deve respeitar as regras de preenchimento previstas
Do formato físico do livro de reclamações na folha de instruções e na folha de reclamação, devendo
e do procedimento do fornecedor em especial:
de bens ou prestador de serviços a) Preencher de forma correta e completa todos os cam-
pos relativos à sua identificação e endereço;
Artigo 3.º
b) Preencher de forma correta a identificação e o local
Obrigações do fornecedor de bens ou prestador de serviços do fornecedor de bens ou prestador do serviço;
c) Descrever de forma clara e completa os factos que
1 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços é
motivam a reclamação, respeitando o espaço que se destina
obrigado a:
à respetiva descrição;
a) Possuir o livro de reclamações nos estabelecimentos d) Apor a data da reclamação.
a que respeita a atividade;
b) Facultar imediata e gratuitamente ao consumidor 3 — Para efeitos do disposto na alínea b) do número
ou utente o livro de reclamações sempre que por este tal anterior, o fornecedor de bens ou o prestador de serviços
3152 Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017

deve fornecer todos os elementos necessários ao correto com as instruções constantes da mesma, ou, tratando-se de
preenchimento dos campos relativos à sua identificação, fornecedor de bens ou de prestador de serviços não iden-
devendo ainda confirmar que o consumidor ou utente os tificado no anexo ao presente decreto-lei e não havendo
preencheu corretamente. uma e outra destas entidades, à entidade que nos termos
4 — Quando os consumidores ou utentes estejam im- da lei é competente para emitir a respetiva acreditação ou,
possibilitados de preencher a folha de reclamação por ra- na ausência desta, à ASAE.
zões de analfabetismo ou incapacidade física, o fornecedor
de bens, o prestador dos serviços ou qualquer responsável Artigo 5.º-A
pelo atendimento deve, no momento da apresentação da
reclamação e a pedido do consumidor ou utente, efetuar o Envio digital das folhas do livro de reclamações em formato físico
respetivo preenchimento nos termos descritos oralmente 1 — As entidades reguladoras sectoriais e as entidades
por este. de controlo de mercado competentes podem determinar
Artigo 5.º a obrigatoriedade da remessa da folha de reclamação e
dos elementos referidos no n.º 2 do artigo 5.º por via ele-
Envio da folha de reclamação trónica.
1 — Após o preenchimento da folha de reclamação, o 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
fornecedor do bem, o prestador de serviços ou o funcio- fornecedor de bens ou prestador de serviços pode enviar
nário do estabelecimento, deve, no prazo de 15 dias úteis, por via eletrónica a folha de reclamação e demais elemen-
salvo se for estabelecido prazo distinto em lei especial, tos à entidade reguladora do setor ou entidade de controlo
remeter o original da folha do livro de reclamações, con- de mercado competente.
soante o caso: 3 — O fornecedor de bens ou o prestador de serviços
deve manter, por um período de três anos, um arquivo
a) À entidade de controlo de mercado competente ou
à entidade reguladora do setor identificada no artigo 11.º; devidamente organizado dos documentos originais e dos
b) À entidade de controlo de mercado competente ou comprovativos da respetiva remessa no formato eletró-
à entidade reguladora do setor, tratando-se de fornecedor nico, salvo se prazo superior for fixado em legislação
de bens ou de prestador de serviços não identificado no especial.
anexo ao presente decreto-lei; 4 — Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2, a entidade
c) À entidade que, nos termos da lei, emite a respetiva reguladora do setor ou a entidade de controlo de mercado
acreditação, na ausência de entidade reguladora do setor ou competente deve, pela mesma via, acusar a receção das
de entidade de controlo de mercado competente, tratando- folhas de reclamação e demais elementos documentais.
-se de fornecedor de bens ou de prestador de serviços não 5 — Quando, por motivos de indisponibilidade técnica,
identificado no anexo ao presente decreto-lei e sujeito a não for possível o cumprimento do disposto nos n.os 1 e 2,
processo de acreditação; o fornecedor de bens ou o prestador de serviços procede
d) À Autoridade de Segurança Alimentar e Económica ao envio do original da folha de reclamação em papel no
(ASAE), caso não exista entidade competente nos termos prazo previsto no n.º 1 do artigo 5.º
das alíneas anteriores.
CAPÍTULO III
2 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,
a remessa do original da folha de reclamação deve ser Do formato eletrónico do livro de reclamação
acompanhada dos seguintes elementos: e do procedimento
a) A resposta já enviada ao consumidor ou utente em
virtude da reclamação formulada, quando aplicável; Artigo 5.º-B
b) O exemplar da mensagem publicitária, através de Obrigações do fornecedor de bens e do prestador de serviços
suporte físico ou digital, quando o objeto da reclamação relativas ao formato eletrónico do livro de reclamações
incidir sobre publicidade.
1 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços é
3 — A remessa do original da folha de reclamação pode, obrigado a possuir o formato eletrónico do livro de recla-
ainda, ser acompanhada dos esclarecimentos sobre a situa- mações, nos termos previstos nos n.os 2 e 3 do artigo 9.º
ção objeto de reclamação, incluindo informação sobre o 2 — Os fornecedores de bens e prestadores de servi-
seguimento que tenha sido dado à mesma. ços devem divulgar nos respetivos sítios na Internet, em
4 — Após o preenchimento da folha de reclamação, o local visível e de forma destacada, o acesso à Plataforma
fornecedor do bem, o prestador de serviços ou o funcioná- Digital.
rio do estabelecimento tem ainda a obrigação de entregar o 3 — Os fornecedores de bens e prestadores de servi-
duplicado da reclamação ao consumidor ou utente, conser- ços que não disponham de sítios na Internet devem ser
vando em seu poder o triplicado, que faz parte integrante titulares de endereço de correio eletrónico para efeitos de
do livro de reclamações e que dele não pode ser retirado. receção das reclamações submetidas através da Plataforma
5 — Caso o consumidor ou utente recuse receber o du- Digital.
plicado da reclamação, o fornecedor do bem ou prestador 4 — O fornecedor de bens ou prestador de serviços
de serviço deve proceder ao arquivo do duplicado, com a deve responder ao consumidor ou utente no prazo máximo
menção desta recusa. de 15 dias úteis a contar da data da reclamação, salvo
6 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, se for estabelecido prazo inferior em lei especial, para o
o consumidor ou utente pode também remeter o duplicado endereço de correio eletrónico indicado no formulário,
da folha de reclamação à entidade de controlo de mercado informando-o, quando aplicável, sobre as medidas adotadas
competente ou à entidade reguladora do setor, de acordo na sequência da mesma.
Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017 3153

5 — O disposto no n.º 2 do artigo 5.º aplica-se, com as lhe estão conferidas por lei, deve, através de comunicação
devidas adaptações, às reclamações do formato eletrónico escrita e após concluídas todas as diligências necessárias à
do livro de reclamações. reposição legal da situação, informar o reclamante sobre o
6 — A existência e disponibilização do formato eletró- procedimento ou as medidas que tenham sido ou venham
nico do livro de reclamações não afasta a obrigatoriedade a ser adotadas na sequência da reclamação formulada e,
de disponibilização, em simultâneo, do formato físico do quando se trate de litígio de consumo não resolvido pelo
livro de reclamações, nos estabelecimentos a que se refere fornecedor de bens ou prestador de serviços, informa,
o n.º 1 do artigo 2.º ainda, o consumidor ou utente sobre a possibilidade de
recurso aos meios alternativos de resolução de litígios.
Artigo 5.º-C 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
Apresentação da reclamação em formato eletrónico
quando da folha de reclamação resultem apenas sugestões,
elogios ou comentários que não configurem uma reclama-
1 — O consumidor ou utente pode formular a reclama- ção, deve a entidade reguladora do setor ou a entidade de
ção em formato eletrónico através da Plataforma Digital. controlo de mercado competente proceder ao arquivamento
2 — O disposto no n.º 4 do artigo 4.º aplica-se, com as da reclamação.
devidas adaptações, à formulação da reclamação em for- 6 — Para efeitos de aplicação do regime constante no
mato eletrónico, caso tal seja solicitado pelo consumidor ou presente diploma, o fornecedor de bens e o prestador de
utente, sem que isso implique a obrigação de disponibilizar serviços devem prestar a colaboração requerida pela en-
meio de acesso à Plataforma Digital. tidade de controlo de mercado competente ou entidade
reguladora do setor, nomeadamente garantindo o acesso
direto às informações e apresentando os documentos ou
CAPÍTULO IV registos solicitados.
Do procedimento das entidades competentes 7 — Para efeitos do disposto no capítulo anterior, as
entidades reguladoras e as entidades de controlo de mer-
Artigo 6.º cado competentes disponibilizam e divulgam, em lugar
de destaque, nos respetivos sítios na Internet, o acesso à
Procedimento da entidade de controlo de mercado plataforma digital que disponibiliza o formato eletrónico
competente e da entidade reguladora do setor
do livro de reclamações, doravante designada como Pla-
1 — Para efeitos de aplicação do presente decreto-lei, taforma Digital.
cabe à entidade de controlo de mercado competente ou à
entidade reguladora do setor:
CAPÍTULO V
a) Receber as reclamações em formato físico ou eletró-
nico, acompanhadas da resposta já enviada ao consumidor Da edição e venda do livro de reclamações
ou utente, quando aplicável, e demais elementos adicio-
nais que lhe sejam enviados pelo fornecedor de bens ou Artigo 7.º
pelo prestador de serviços, designadamente os respetivos Modelo de livro de reclamações
esclarecimentos e informação sobre os seguimentos que
tenham sido dados às reclamações; São aprovados por portaria dos membros do Governo
b) Solicitar a prestação de esclarecimentos sobre a si- responsáveis pelas áreas da modernização administrativa,
tuação objeto de reclamação, incluindo informação sobre das finanças e da defesa do consumidor:
o seguimento que tenha sido dado à mesma, quando con- a) O modelo do formato físico do livro de reclamações,
sidere necessário; bem como as regras relativas à sua edição e venda;
c) Analisar as reclamações, a documentação apresen- b) O modelo de formulário, edição, preço, fornecimento
tada pelo fornecedor de bens ou prestador de serviços e e distribuição do formato eletrónico do livro de reclama-
instaurar o procedimento adequado se os factos resultantes ções.
da reclamação indiciarem a prática de contraordenação ao
disposto no presente decreto-lei ou em norma específica Artigo 8.º
aplicável à matéria objeto da reclamação. Aquisição de novo livro de reclamações em formato físico

2 — A entidade de controlo de mercado competente ou 1 — O encerramento, perda ou extravio do livro de


a entidade reguladora do setor deve ainda, em função do reclamações obriga o fornecedor de bens ou o prestador
conteúdo da reclamação formulada pelo consumidor ou de serviços a adquirir um novo livro.
utente e dos esclarecimentos apresentados pelo fornecedor 2 — A perda ou extravio do livro de reclamações obriga
de bens ou pelo prestador de serviços, tomar as medidas o fornecedor de bens ou o prestador de serviços a comuni-
que entenda adequadas, de acordo com as atribuições que car por escrito esse facto à entidade reguladora do setor ou
lhe estão conferidas por lei. à entidade de controlo de mercado competente, no prazo
3 — A entidade de controlo de mercado competente ou a máximo de cinco dias úteis.
entidade reguladora do setor, no âmbito das atribuições que 3 — Em caso de encerramento, perda ou extravio do
lhe estão conferidas por lei, pode, através de comunicação livro de reclamações deve ainda o fornecedor de bens ou
escrita, informar o reclamante sobre o procedimento ou prestador de serviços, durante o período de tempo em que
sobre as medidas que tenham sido ou que venham a ser não disponha do livro, informar o consumidor ou utente
adotadas na sequência da reclamação formulada. sobre a entidade reguladora do setor ou de controlo de
4 — Sempre que da reclamação resultar uma situação de mercado competente para apresentar reclamação.
litígio, a entidade de controlo de mercado competente ou a 4 — A mudança de morada do estabelecimento, a al-
entidade reguladora do setor, no âmbito das atribuições que teração da atividade ou do respetivo CAE, ou a alteração
3154 Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017

da designação do estabelecimento não obriga à aquisição alínea l) do n.º 1, no n.º 6 e nas alíneas a) a d) do n.º 11
de um novo livro de reclamações. do anexo ao presente decreto-lei;
5 — Nos casos previstos no número anterior o fornece- e) Ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário
dor de bens ou prestador de serviços deve comunicar ele- e da Construção, I. P., quando praticadas em estabeleci-
tronicamente, à Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A., mentos mencionados nas alíneas a) a i) do n.º 2 do anexo
a alteração efetuada, para efeitos de averbamento no livro ao presente decreto-lei;
de reclamações. f) Às respetivas capitanias, quando praticadas em esta-
belecimentos mencionados na alínea h) do n.º 3 do anexo
CAPÍTULO VI ao presente decreto-lei;
g) Ao Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos do
Da fiscalização e regime contraordenacional Turismo de Portugal, I. P.,quando praticadas em estabe-
lecimentos mencionados no n.º 8 do anexo ao presente
Artigo 9.º decreto-lei;
Contraordenações h) À Ordem dos Médicos Veterinários, quando pratica-
das em estabelecimentos mencionados no n.º 9 do anexo
1 — Constituem contraordenações puníveis com a apli- ao presente decreto-lei;
cação das seguintes coimas:
i) À Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos,
a) De € 250 a € 3500 e de € 1500 a € 15 000, consoante quando praticadas em estabelecimentos dos prestadores
o infrator seja pessoa singular ou coletiva, a violação do de serviços mencionados no n.º 7 e nas alíneas b) e c) do
disposto nas alíneas a), b) e e) do n.º 1 do artigo 3.º, nos n.º 10 do anexo ao presente decreto-lei;
n.os 1 e 2 do artigo 5.º , no n.º 3 do artigo 5.º-A, nos n.os 1 j) À Autoridade Nacional de Comunicações, quando
a 3 do artigo 5.º-B e nos n.os 1 e 3 do artigo 8.º; praticadas em estabelecimentos dos prestadores de servi-
b) De € 150 a € 2500 e de € 500 a € 5000, consoante ços mencionados nas alíneas d) e e) do n.º 10 do anexo ao
o infrator seja pessoa singular ou coletiva, a violação do presente decreto-lei;
disposto no n.º 3 do artigo 1.º, nas alíneas c) e d) do n.º 1 k) À Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e
e nos n.os 2, 3 e 5 do artigo 3.º, nos n.os 3 e 4 do artigo 4.º, Resíduos, quando praticadas em estabelecimentos dos
nos n.os 4 e 5 do artigo 5.º, no n.º 4 do artigo 5.º-B, no n.º 6 prestadores de serviços mencionados nas alíneas a), f) e
do artigo 6.º e nos n.os 2 e 5 do artigo 8.º g) do n.º 10 do anexo ao presente decreto-lei;
l) À Autoridade Nacional de Aviação Civil, quando
2 — A negligência é punível sendo os limites mínimos praticadas em estabelecimentos mencionados na alínea e)
e máximos das coimas aplicáveis reduzidos a metade. do n.º 11 do anexo ao presente decreto-lei;
3 — Em caso de violação do disposto na alínea b) do m) Ao Instituto da Segurança Social, I. P., e respetivos
n.º 1 do artigo 3.º, acrescida da ocorrência da situação centros distritais da segurança social quando praticadas
prevista no n.º 4 do mesmo artigo, o montante da coima a em estabelecimentos mencionados no n.º 12 do anexo ao
aplicar não pode ser inferior a metade do montante máximo presente decreto-lei;
da coima prevista. n) Ao Banco de Portugal, quando praticadas nos esta-
4 — (Revogado.) belecimentos mencionados no n.º 13 do anexo ao presente
decreto-lei;
Artigo 10.º
o) À Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de
Sanções acessórias Pensões, quando praticadas em estabelecimentos mencio-
1 — Quando a gravidade da infração o justifique po- nados no n.º 14 do anexo ao presente decreto-lei;
dem ainda ser aplicadas sanções acessórias, nos termos do p) À Comissão do Mercado de Valores Mobiliários,
regime geral das contraordenações. quando praticadas em estabelecimentos mencionados no
2 — (Revogado.) n.º 15 do anexo ao presente decreto-lei;
q) À Inspeção-Geral da Educação e Ciência, quando
Artigo 11.º praticadas em estabelecimentos mencionados nos n.os 16
e 17 do anexo ao presente decreto-lei;
Fiscalização e instrução dos processos de contraordenação r) À Entidade Reguladora da Saúde, quando praticadas
1 — A fiscalização do cumprimento do disposto no em estabelecimentos mencionados na alínea g) do n.º 3 e
presente decreto-lei, bem como a instrução dos processos e no n.º 18 do anexo ao presente decreto-lei;
a aplicação das coimas e sanções acessórias relativa às con- s) Ao INFARMED — Autoridade Nacional do Medi-
traordenações previstas no n.º 1 do artigo 9.º compete: camento e dos Produtos de Saúde, I. P., quando praticadas
em estabelecimentos mencionados no n.º 19 do anexo ao
a) À ASAE, quando praticadas em estabelecimentos presente decreto-lei.
de fornecimento de bens e de prestação de serviços men-
cionados nas alíneas a) a k) do n.º 1, nas alíneas a) a f) do 2 — Nos casos em que as entidades a que se refere o
n.º 3 e no n.os 5 do anexo ao presente decreto-lei; número anterior não têm competências sancionatórias,
b) À Inspeção-Geral das Atividades Culturais, quando a aplicação das respetivas coimas e sanções acessórias
praticadas em estabelecimentos mencionados na alínea m) compete:
do n.º 1 e no n.º 4 do anexo ao presente decreto-lei;
c) Ao Instituto dos Registos e do Notariado, I. P., quando a) À Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça, quando
praticadas em estabelecimentos mencionados na alínea n) a fiscalização e a instrução dos processos é efetuada pela
do n.º 1 do anexo ao presente decreto-lei; entidade referida na alínea c);
d) À Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, b) À ASAE, quando a fiscalização e a instrução dos
quando praticadas em estabelecimentos mencionados na processos é efetuada pela entidade referida na alínea h).
Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017 3155

3 — Compete à ASAE a fiscalização, a instrução dos Artigo 12.º-A


processos e a aplicação de coimas e sanções acessórias re- Plataforma Digital
lativas às contraordenações previstas no n.º 1 do artigo 9.º
quando praticadas em estabelecimentos de fornecimento 1 — A Plataforma Digital visa, com observância do
de bens e de prestação de serviços não mencionados no disposto na Lei n.º 67/98, de 26 de outubro, alterada pela
anexo ao presente decreto-lei e quando não exista entidade Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto, possibilitar a apresen-
de controlo de mercado competente e entidade reguladora tação de reclamações em formato eletrónico, bem como a
do setor. submissão de pedidos de informação relacionados com a
4 — A receita das coimas reverte em 60 % para o Es- defesa do consumidor ou utente.
tado, em 30 % para a entidade que instrui o processo con- 2 — O funcionamento da Plataforma Digital é apro-
traordenacional e em 10 % para a entidade que aplica a vado por portaria dos membros do Governo responsáveis
coima quando esta não coincida com a entidade que faz pelas áreas da modernização administrativa e da defesa
a instrução. do consumidor.
5 — Coincidindo na mesma entidade a instrução e a 3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
aplicação das coimas, a distribuição da receita é de 60 % formulário eletrónico da reclamação deve cumprir as regras
para o Estado e de 40 % para a entidade que instrui o de acessibilidade digital, por forma a permitir a apresenta-
processo. ção autónoma de reclamações por consumidores ou utentes
com deficiência visual.

CAPÍTULO VII Artigo 13.º


Outros meios de reclamação
Outras disposições
1 — A formulação da reclamação nos termos previstos
no presente decreto-lei não exclui a possibilidade de o con-
Artigo 12.º
sumidor ou utente apresentar reclamações por quaisquer
Rede telemática de informação comum outros meios e não limita o exercício de quaisquer direitos
constitucional ou legalmente consagrados.
1 — A rede telemática de informação comum (RTIC), 2 — Sem prejuízo dos procedimentos previstos no
criada pela Direção-Geral do Consumidor para registo e presente decreto-lei, as entidades reguladoras do setor
tratamento das reclamações dos consumidores e utentes e entidades de controlo de mercado competentes podem
constantes do livro de reclamações, integra-se na Plata- estabelecer mecanismos internos, no âmbito das suas com-
forma Digital a que se refere o n.º 1 do artigo 12.º-A. petências, que permitam uma resolução célere, designada-
2 — A RTIC visa garantir a comunicação e o intercâm- mente o tratamento conjunto de reclamações do mesmo
bio de informação estatística em matéria de conflitualidade consumidor ou utente e com o mesmo objeto, e que não
de consumo decorrente das reclamações e assegura o seu diminuam as garantias de defesa das partes.
armazenamento e gestão por parte das entidades regulado-
ras e de controlo de mercado competentes, proporcionando Artigo 13.º-A
aos reclamantes e reclamados o acesso à informação sobre Relatório sobre conflitualidade no consumo
a sua reclamação, com observância do disposto na Lei
n.º 67/98, de 26 de outubro. A Direção-Geral do Consumidor elabora, anualmente,
3 — As entidades reguladoras e de controlo de mercado um relatório estatístico global sobre a conflitualidade no
competentes estão obrigadas a registar e a tratar direta- consumo, podendo para este efeito solicitar a cooperação
mente as reclamações recebidas através do formato físico das entidades reguladoras do setor e das entidades de con-
do livro de reclamações na RTIC ou a providenciar liga- trolo de mercado competentes envolvidas na aplicação do
ções entre esta rede e a sua própria rede que permitam a presente decreto-lei.
comunicação de dados entre ambas, de forma a cumprir
os objetivos previstos no número anterior. Artigo 14.º
4 — A participação da entidade reguladora ou de con- Avaliação da execução
trolo de mercado competente na RTIC formaliza-se através
de protocolo a celebrar com a Direção-Geral do Consu- (Revogado.)
midor, devendo respeitar os princípios de cooperação e Artigo 15.º
boa gestão.
Uniformização de regime e revogação
5 — O consumidor ou utente reclamante bem como o
profissional reclamado têm acesso à RTIC para consulta (Revogado.)
da fase em que se encontra a sua reclamação.
6 — O modo de funcionamento da RTIC, a forma
como são registadas as reclamações, bem como o CAPÍTULO VIII
acesso das entidades reguladoras ou de controlo de Entrada em vigor
mercado e dos reclamantes e reclamados à rede, são
objeto de portaria do membro do Governo responsável Artigo 16.º
pela área da defesa dos consumidores, a emitir no prazo
Entrada em vigor
de 30 dias a contar da data da publicação do presente
decreto-lei. O presente diploma entra em vigor no dia 1 de janeiro
7 — (Revogado.) de 2006.
3156 Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017

ANEXO 9 — Centros de Atendimento Médico-Veterinários.


10 — Estabelecimento de prestadores de serviços pú-
(a que se referem os n.os 1, 2 e 4 do artigo 2.º, os n.os 1 e 6 blicos essenciais:
do artigo 5.º e os n.os 1 e 3 do artigo 11.º)
a) Fornecimento de água;
Entidades que, nos termos do artigo 2.º, estão b) Fornecimento de energia elétrica;
abrangidas pela obrigação c) Fornecimento de gás natural e gases de petróleo li-
de disponibilização do livro de reclamações
quefeitos canalizados;
1 — Estabelecimentos de venda ao público e de pres- d) Comunicações eletrónicas;
tação de serviços de: e) Postais;
f) Recolha e tratamento de águas residuais;
a) Comércio a retalho e conjuntos comerciais, bem como g) Gestão de resíduos sólidos urbanos.
estabelecimentos de comércio por grosso com revenda ao
consumidor final; 11 — Estabelecimento de prestadores de serviços de
b) Comércio, manutenção e reparação de velocípedes, transporte:
ciclomotores, motociclos e veículos automóveis novos e
usados; a) Rodoviário;
c) Restauração ou bebidas; b) Ferroviário;
d) Lavandaria, limpeza a seco e engomadoria; c) Marítimo;
e) Cabeleireiro, beleza ou outros de natureza similar; d) Fluvial;
f) Tatuagens e colocação de piercings; e) Aéreo, designadamente, entidades gestoras dos aero-
g) Manutenção física, independentemente da designação portos e aeródromos nacionais, entidades coordenadoras do
adotada; processo de atribuição e de facilitação de faixas horárias
h) Reparação de bens pessoais e domésticos; nos aeroportos nacionais, prestadores de serviços de nave-
i) Estudos e de explicações; gação aérea com exceção dos prestadores de serviços de
j) Funerários; meteorologia aeronáutica, operadores de transporte aéreo
k) Prestamistas; e operadores de trabalho aéreo, entidades prestadoras de
l) Aluguer de velocípedes, de motociclos e de veículos serviços de apoio ao transporte aéreo e prestadores de
automóveis; serviços de assistência em escala.
m) Aluguer de videogramas;
n) Notários privados. 12 — Estabelecimentos das Instituições Particulares
de Segurança Social ou equiparadas, bem como estabe-
2 — Estabelecimento de empresas na área da construção lecimentos das Instituições em relação às quais existam
e do imobiliário: acordos de cooperação ou protocolos celebrados com os
a) Construção civil; Centros Distritais de Segurança Social, I. P.:
b) Promoção imobiliária; a) No âmbito do apoio às crianças e jovens: creches,
c) Administração de condomínios;
creche familiar, estabelecimento de educação pré-escolar,
d) Avaliação imobiliária;
e) Arrendamento, compra e venda de bens imobiliá- centros de atividades de tempos livres, centros de apoio
rios; familiar e aconselhamento parental, lares de infância e
f) Administração de imóveis por conta de outrem; juventude e apartamentos de autonomização, casas de
g) Mediação imobiliária; acolhimento temporário;
h) Consultadoria e mediação de obras; b) No âmbito do apoio a pessoas idosas: centros de
i) Gestão, planeamento e fiscalização de obras. convívio, centros de dia, centros de noite, estruturas resi-
denciais para pessoas idosas e acolhimento familiar para
3 — Estabelecimentos de prestação de serviços na área pessoas idosas;
do turismo: c) No âmbito do apoio a pessoas com deficiência: cen-
tros de atividades ocupacionais, lares residenciais, residên-
a) Empreendimentos turísticos; cias autónomas, centros de atendimento, acompanhamento
b) Alojamento local; e animação de pessoas com deficiência;
c) Agências de viagens e turismo;
d) No âmbito do apoio a pessoas com doenças do foro
d) Empresas de animação turística;
e) Recintos com diversões aquáticas; mental ou psiquiátrico: fóruns socio-ocupacionais, unida-
f) Campos de férias; des de vida protegida, autónoma e apoiada;
g) Estabelecimentos termais; e) No âmbito do apoio a outros grupos: apartamentos
h) Marinas. de reinserção social, residências para pessoas com VIH/
sida, centros de alojamento temporário e comunidades de
4 — Recintos de espetáculos de natureza artística. inserção;
5 — Parques de estacionamento subterrâneo ou de su- f) No âmbito do apoio à família e comunidade: serviço
perfície. de atendimento e acompanhamento social, centros comu-
6 — Centros de inspeção automóvel, escolas de condu- nitários, cantinas sociais, casas de abrigo, centro de apoio
ção e centros de exames de condução. à vida e serviços de apoio domiciliário;
7 — Postos de abastecimento de combustíveis. g) No âmbito do apoio social: estabelecimentos em que
8 — Casinos, salas de máquinas, salas de jogo do sejam desenvolvidas atividades similares às referidas nas
bingo. alíneas anteriores ainda que sob designação diferente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 118 — 21 de junho de 2017 3157

13 — Instituições de crédito, sociedades financeiras, 18 — Estabelecimentos dos prestadores de cuidados


instituições de pagamento, instituições de moeda eletró- na área da saúde:
nica e prestadores de serviços postais no que se refere à a) Unidades privadas de saúde com internamento ou
prestação de serviços de pagamento. sala de recobro;
14 — Estabelecimentos das empresas de seguros, bem b) Unidades privadas de saúde com atividade específica,
como os estabelecimentos de mediadores de seguros e de designadamente laboratórios; unidades com fins de diag-
sociedades gestoras de fundos de pensões. nóstico, terapêutica e de prevenção de radiações ionizantes,
15 — Prestadores de serviços de Intermediação finan- ultrassons ou campos magnéticos; unidades privadas de
ceira em relação a instrumentos financeiros ou equipara- diálise; clínicas e consultórios dentários e unidades de
dos sob supervisão da Comissão do Mercado de Valores medicina física e de reabilitação;
Mobiliários. c) Outros operadores sujeitos à atividade reguladora da
16 — Estabelecimentos particulares e cooperativos Entidade Reguladora da Saúde;
de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secun- d) Unidades privadas de prestação de cuidados de saúde
dário. na área da toxicodependência.
17 — Estabelecimentos do ensino superior particular
e cooperativo. 19 — Farmácias.

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