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Rebelião no domínio espiritual

Todas as criaturas espirituais feitas por Jeová


eram boas. Daí, um anjo se tornou mau. Este é
Satanás, o Diabo. Satanás queria que as pessoas
na terra adorassem a ele em vez de a Jeová. Eis
o que aconteceu:
No jardim do Éden, havia muitas árvores que davam frutas deliciosas. Jeová disse a Adão e sua
esposa, Eva, que podiam comer à vontade. Mas havia uma árvore da qual Deus lhes disse que não
deviam comer. Ele disse que, se comessem dela, positivamente morreriam. — Gênesis 2:9, 16, 17.
Certo dia, Eva estava sozinha quando uma serpente falou com ela. Realmente, não era a serpente
mesmo que estava falando; era Satanás, o Diabo, que fazia parecer que era a serpente que falava.
Satanás disse a Eva que, se ela comesse do fruto proibido, ela se tornaria sábia como Deus. Disse
também que ela não morreria. Ambas as declarações eram mentiras. Não obstante, Eva acreditou
em Satanás e comeu o fruto. Mais tarde, deu um pouco a Adão, e ele também comeu. — Gênesis
3:1-6.
Com esta história da vida real, ficamos sabendo que Satanás é um rebelde e um mentiroso. Ele disse
a Eva que, se ela desobedecesse a Deus, não morreria. Isto era mentira. Na verdade, ela morreu,
Adão também morreu. Satanás não morreu naquela ocasião, embora vá morrer no futuro por ter
pecado. Nesse meio tempo, porém, ele está vivo e continua a desencaminhar a humanidade. Ele
ainda é mentiroso, e procura fazer com que as pessoas infrinjam as leis de Deus. — João 8:44.
Outros Anjos se Rebelaram

Mais tarde, outros anjos se tornaram maus. Esses anjos observaram as mulheres bonitas na terra e queriam ter relações
sexuais com elas. De modo que vieram à terra, revestindo-se de corpo humano masculino. Daí, tomaram as mulheres para si.
Isto era contra o propósito de Deus. — Gênesis 6:1, 2; Judas 6.

Os anjos maus vieram à terra para cometer imoralidade com mulheres


Causou também muita desgraça para a humanidade. As esposas desses anjos deram à luz filhos, mas estes filhos não eram
crianças normais. Desenvolveram-se em violentos e cruéis gigantes. Com o tempo, a terra ficou tão cheia de violência, que Jeová
decidiu destruir as pessoas más por meio de um grande dilúvio. Os únicos humanos que sobreviveram ao Dilúvio foram o justo
Noé e sua família. — Gênesis 6:4, 11; 7:23.
Os anjos maus, porém, retornaram ao domínio espiritual; eles não morreram. Mas foram punidos. Não se lhes permitiu
retornar à família de Deus composta de anjos justos. Além disso, Jeová não mais lhes permitiu revestirem-se de corpos
humanos. E no futuro eles morrerão no grande julgamento. — 2 Pedro 2:4; Judas 6.

Choveu durante 40 dias e 40 noites, e a água cobriu toda a Terra. Todas as pessoas más morreram.

Os anjos rebeldes abandonaram seus corpos carnais e se tornaram demônios.


Satanás expulso dos ceus
Satanás e seus anjos maus foram expulsos do céu
Cedo em nosso século, houve guerra no céu. O livro bíblico de Revelação (Apocalipse) descreve o que sucedeu: “E irrompeu uma
guerra no céu: Miguel [o ressuscitado Jesus Cristo] e os seus anjos [bons] batalhavam com o dragão [Satanás], e o dragão e os
seus anjos [maus] batalhavam, mas ele não prevaleceu, nem se achou mais lugar para eles no céu. Assim foi lançado para baixo
o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada; ele foi
lançado para baixo, à terra, e os seus anjos [maus] foram lançados para baixo junto com ele.”
Qual foi o resultado? O relato continua: “Por esta razão, regozijai-vos, ó céus, e vós os que neles residis!” Os anjos bons podiam
alegrar-se porque Satanás e os anjos, ou espíritos, maus não mais se achavam no céu. Mas que dizer das pessoas na terra? A
Bíblia diz: “Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de
tempo.” — Revelação 12:7-9, 12.
Sim, Satanás e seus parceiros iníquos enganam as pessoas na terra e lhes causam muita tribulação. Esses anjos iníquos são
chamados demônios. São inimigos de Deus. Todos eles são maus.

Os demônios são assassinos!


Satanás e os demônios sempre foram cruéis e perigosos. Nos tempos antigos, Satanás matou o gado
e os servos do fiel Jó. Depois, matou os dez filhos de Jó, fazendo com que “um grande vento”
destruísse a casa em que eles estavam. Depois disto, Satanás golpeou Jó com “um furúnculo
maligno, desde a sola de seu pé até o alto da sua cabeça”. — Jó 1:7-19; 2:7.
Nos dias de Jesus, os demônios fizeram com que algumas pessoas ficassem mudas e cegas. ( Mateus 9:32, 33; 12:22) Eles
atormentavam um homem e faziam com que ele se cortasse com pedras. (Marcos 5:5) Fizeram também um menino clamar e
lançar-se ao chão, bem como o ‘convulsionaram violentamente’. — Lucas 9:42.

No passado, os demônios fizeram algumas pessoas adoecer e lançaram outras em convulsões


Hoje, Satanás e os demônios são tão assassinos como sempre foram. Com efeito, as atividades más deles aumentaram desde
que foram expulsos do céu. Notícias procedentes do mundo inteiro atestam a crueldade deles. Eles flagelam algumas pessoas
com doenças. Molestam outras à noite, privando-as do sono ou fazendo-as ter sonhos aterrorizantes. Abusam de outras
sexualmente. E a ainda outras levam à loucura, ao assassínio ou ao suicídio.
Os demônios hoje fazem com que algumas pessoas sejam violentas; a outras eles molestam à noite, fazendo-as ter sonhos
aterrorizantes
Lintina, que mora no Suriname, conta que um demônio, ou espírito mau, matou 16 membros de sua família e a atormentou
física e mentalmente por 18 anos. Com base em casos observados por ela própria, ela diz que os demônios “gostam de torturar
até a morte as suas vítimas relutantes”.

Mas Jeová tem poder para proteger seus servos contra os ataques de Satanás. — Provérbios 18:10.

Os demônios sustentam falsamente que os


mortos estão vivos
Diz a Bíblia que Satanás está “desencaminhando toda a terra habitada”. (Revelação 12:9) Satanás e
seus demônios não querem que acreditemos na Palavra de Deus, a Bíblia. Procuram fazer as
pessoas crer que os mortos estão vivos em alguma parte no domínio espiritual. Vejamos como
fazem isso.
Religião Falsa
Homem, animal, peixe e ave — todos são almas
Muitas religiões ensinam que todo humano possui uma alma que passa para o domínio espiritual após a morte do corpo físico.
Dizem que o corpo morre, mas a alma não morre. Além disso, afirmam que a alma não pode morrer, que ela é imortal.

Mas a Palavra de Deus não ensina isso. A Bíblia diz que a alma é a pessoa, não alguma coisa dentro da pessoa. Por exemplo, a
Bíblia, ao descrever a criação de Adão, declara: “E Jeová Deus passou a formar o homem do pó do solo e a soprar nas suas
narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.” (Gênesis 2:7) De modo que não se deu uma alma a Adão;
ele era uma alma.

Os animais também são chamados almas. — Gênesis 1:20, 21, 24, 30.
Visto que a palavra “alma” na Bíblia significa a própria pessoa, não nos deve surpreender que as almas podem morrer e
realmente morrem. A Bíblia diz:

• “A alma que pecar — ela é que morrerá.” — Ezequiel 18:4.


• “E Sansão passou a dizer: ‘Morra a minha alma com os filisteus.’” — Juízes 16:30.
• “É lícito, no sábado, fazer uma boa ação ou fazer uma má ação, salvar ou matar uma alma?” — Marcos 3:4.

A Bíblia mostra que a alma não é imortal


Outras passagens da Bíblia mostram que as almas podem ser destruídas (Gênesis 17:14), mortas com espada (Josué 10:37),
sufocadas (Jó 7:15) e afogadas (Jonas 2:5). Portanto, a alma morre.

Se ler a Bíblia de capa a capa, nunca encontrará a frase “alma imortal”. A alma humana não é um espírito. O ensino
da imortalidade da alma não é bíblico. É um ensino de Satanás e de seus demônios. Jeová odeia todas as mentiras religiosas.
— Provérbios 6:16-19; 1 Timóteo 4:1, 2.
Médiuns Espíritas

Na realidade, os demônios fingem ser espíritos de pessoas falecidas


Outro modo de Satanás desencaminhar as pessoas é por meio de médiuns. O médium é alguém que pode receber mensagens
diretamente do mundo dos espíritos. Muitas pessoas, até mesmo os próprios médiuns, acreditam que essas mensagens
procedem dos espíritos das pessoas falecidas. Mas, conforme vimos na Bíblia, isto é impossível. — Eclesiastes 9:5, 6, 10.
Donde vêm, então, essas mensagens? Dos próprios demônios! Os demônios podem observar a pessoa enquanto ela está em
vida; sabem como a pessoa falava, qual era a sua aparência, o que fazia e o que ela sabia. Portanto, é fácil para eles imitar
pessoas que já morreram. — 1 Samuel 28:3-19.

Histórias Falsas

Outro modo de Satanás tentar sustentar a mentira a respeito dos mortos é por meio de histórias falsas. Tais histórias com
freqüência desviam as pessoas da verdade bíblica. — 2 Timóteo 4:4.

Alguns pensam ter visto pessoas que retornaram dentre os mortos


Na África, há muitos relatos sobre pessoas serem vistas depois de mortas. Tipicamente, tais aparições se dão longe do lugar
onde a pessoa vivia. Mas, perguntemos: ‘Parece razoável uma pessoa, tendo o poder de retornar dentre os mortos, voltar para
um lugar longe de sua família e de seus amigos?’

Também, não poderia acontecer que a pessoa vista simplesmente se parece com a pessoa falecida? Por exemplo, dois ministros
cristãos que estavam pregando numa região do interior notaram que um senhor idoso os seguiu por várias horas. Quando lhe
perguntaram a respeito disto, ficaram sabendo que esse homem pensou que um dos ministros fosse seu irmão que morrera
fazia alguns anos. Naturalmente, ele estava enganado, mas não quis acreditar que estava enganado. Pode-se imaginar a
história que esse senhor idoso contou mais tarde para seus amigos e vizinhos!

Visões, Sonhos e Vozes


Os demônios enganam por meio de sonhos, visões e vozes
Sem dúvida, sabe de coisas estranhas que pessoas viram, ouviram ou sonharam. Tais experiências sobrenaturais não raro
aterrorizam os que as têm. Marein, que morava na África Ocidental, ouvia constantemente a voz de sua avó já falecida chamá-la
de noite. Aterrorizada, Marein gritava, acordando todos na casa. Por fim, ela enlouqueceu.

Ora, se os mortos estão realmente vivos, há lógica em eles aterrorizarem seus entes queridos? Naturalmente que não. Tais
mensagens prejudiciais vêm dos demônios.

Mas, que dizer das mensagens que parecem ser úteis e consoladoras? Por exemplo, Gbassay, de Serra Leoa, estava doente. Ela
teve um sonho em que seu falecido pai lhe apareceu. Ele lhe disse para ir a certa árvore, apanhar uma folha, misturá-la com
água e tomá-la. Não devia falar a ninguém antes de fazer isso. Ela fez assim e sarou.

Outra senhora disse que seu falecido marido lhe apareceu certa noite. Ela disse que ele tinha excelente aparência e trajava
roupas bonitas.

Estas mensagens e visões parecem boas e úteis. Procedem elas de Deus? Não, não procedem. Jeová é o “Deus da verdade”.
(Salmo 31:5) Ele jamais consentiria que fôssemos enganados ou ludibriados. Só os demônios fazem isso.

Mas, será que existem demônios bons? Não. Mesmo que às vezes pareçam prestativos, todos eles são maus. Quando o Diabo
falou com Eva, parecia ser amigo. (Gênesis 3:1) Mas, qual foi o resultado para ela depois de escutá-lo e fazer o que ele mandara?
Ela morreu.

Satanás disse que Eva não morreria. Eva acreditou nele, mas por fim ela morreu
Sabemos que não é incomum uma pessoa má mostrar-se amistosa para com os que ela deseja enganar e lograr. “Dentes
brancos, coração negro”, diz um provérbio africano. A Palavra de Deus diz: “O próprio Satanás persiste em transformar-se em
anjo de luz.” — 2 Coríntios 11:14.

Deus não mais contata pessoas na terra por meio de sonhos, visões ou vozes do mundo dos espíritos. Ele as orienta e instrui
através da Bíblia, que pode tornar alguém “completamente equipado para toda boa obra”. — 2 Timóteo 3:17.

Assim, quando Jeová avisa contra as trapaças de Satanás, ele faz isso porque nos ama. Ele sabe que os demônios são inimigos
perigosos.

O Espiritismo É Condenado por Deus


Algumas pessoas entram em contato com os demônios diretamente ou através de um médium humano.
Chama-se a isto de espiritismo. O voduísmo, o candomblé, a macumba, a umbanda, a feitiçaria, a magia, a
leitura da sorte, consultar os mortos — todas estas coisas são formas de espiritismo.
Deus é contra estas coisas más. Ele exige devoção exclusiva a si próprio. — Êxodo 20:5
A Bíblia condena tais coisas, dizendo: “Não se deve achar em ti alguém . . . que empregue adivinhação,
algum praticante de magia ou quem procure presságios, ou um feiticeiro, ou alguém que prenda outros
com encantamento, ou alguém que vá consultar um médium espírita, ou um prognosticador profissional de
eventos, ou alguém que consulte os mortos. Pois, todo aquele que faz tais coisas é algo detestável para
Jeová.” — Deuteronômio 18:10-12.

Por que nos dá Jeová tão forte aviso contra estas práticas?

Para o nosso próprio bem, Jeová nos avisa contra todas as formas de espiritismo. Ele ama as pessoas e se
interessa por elas, e ele sabe que os que se envolvem com os demônios sofrerão sem falta em razão disto.

Alguém que sofreu assim foi Nilda, que era médium espírita no Brasil. Os demônios fizeram da vida dela
uma desgraça. Ela conta: “Os espíritos . . . se incorporavam em mim e davam ordens. Eu tinha
alternadamente momentos de consciência e de total inconsciência. Fiquei até mesmo internada com
problemas psiquiátricos. Os demônios me perseguiram tanto que meus nervos estavam abalados. Comecei
então a tomar muito calmante e a beber e fumar muito. Isto durou muitos anos.”
Os que praticam o espiritismo muitas vezes se saem mal. Podem perder seu lar, sua liberdade e até mesmo
sua vida
Com o tempo, com a ajuda de Jeová e de suas Testemunhas na terra, Nilda se livrou da influência dos
demônios e agora leva uma vida saudável e rica. Diz ela: “Incentivo todos a nunca, em momento algum, se
envolverem com os espíritos [iníquos].”

Espiritismo — por que aumenta o interesse nele?


FRANS é esteio da igreja protestante local. Quando há um trabalho para fazer na igreja, ele é o
primeiro a dar uma mão. Wilhelmina também é temente a Deus. “É preciso ir à igreja”, diz ela, e ela
vai mesmo. Esther também assiste regularmente aos cultos e não deixa passar nenhum dia sem fazer
suas orações. Todos os três têm mais uma coisa em comum: São também médiuns espíritas.
Esses três habitantes de Surinã não são os únicos nisso. Em todo o mundo há crescente interesse no
espiritismo. Considere o seguinte: Só nos Estados Unidos, cerca de 30 revistas, com uma tiragem
total de mais de 10.000.000 de exemplares, dedicam-se a diferentes campos dos fenômenos
psíquicos. Calcula-se que 2.000.000 de pessoas na Inglaterra estejam interessadas no mesmo
assunto. Uma recente pesquisa feita nos Países-Baixos mostrou que as pessoas que crêem em
ocorrências sobrenaturais são habitantes das grandes cidades, pessoas de elevada instrução, e
jovens. Além disso, conforme pode ser atestado pelos habitantes da África, da Ásia e da América
Latina, em muitos países, o espiritismo tem-se tornado parte integrante da vida diária. Não é de
admirar que os autores John Weldon e Clifford Wilson, no seu livro Choque do Ocultismo e as
Forças Psíquicas, em inglês, chegassem a esta conclusão: “Uma grande variedade de comentaristas
parece achar que estamos numa época de reavivamento sem precedentes do ocultismo.”
Sim, o espiritismo e o ocultismo — nas formas de astrologia, hipnotismo, parapsicologia, percepção
extra-sensorial, magia, interpretação dos sonhos, e assim por diante — atraem pessoas de todas as
rodas da vida. Por quê?
Em primeiro lugar, algumas das igrejas da cristandade toleram e até mesmo sancionam o
espiritismo. Sugerem que entrar em contato com espíritos é apenas outra maneira de se achegar
mais a Deus.
Tome, por exemplo, Izaak Amelo, comerciante de 70 anos, em Surinã. Durante sete anos, ele era
membro respeitado do conselho da igreja e ao mesmo tempo um bem-conhecido médium espírita.
Ele se recorda: “Todo sábado, todo nosso conselho da igreja se reunia fora da aldeia para consultar
os espíritos. Continuávamos nisso a noite inteira. Ao amanhecer, o diácono ficava de olho no
relógio, e, por volta das cinco horas, dava o sinal para pararmos. Tomávamos então banho,
trocávamos de roupa e íamos à igreja — bem na hora do culto matutino de domingo. Durante todos
aqueles anos, o pastor nunca disse uma só palavra de desaprovação.”
Depois de estudar a relação entre o espiritismo e as igrejas em Surinã, o professor holandês R. van
Lier confirmou que muitos encaram o espiritismo como “religião suplementar”. Ele notou também,
num estudo recentemente publicado pela Universidade de Leiden, que o espiritismo é reconhecido
como “parte duma ampla constituição religiosa, na qual se encontra ao lado do cristianismo”.
Mas, você talvez se pergunte: ‘É a aceitação do espiritismo pelas igrejas da cristandade uma
garantia de que ele é aprovado por Deus? Fará o contato com os espíritos que você se aproxime
mais dele? O que diz a Bíblia realmente sobre o espiritismo?’

Espiritismo — como o encara Deus?


“GOSTAR e não gostar das mesmas coisas é o que resulta numa sólida amizade”, disse o
historiador romano Salústio. De fato, amigo é aquele com quem se tem o máximo em comum,
alguém em quem se pode confiar. Do mesmo modo, Deus nos encara como amigos e nos permite
achegar-nos a ele, se gostarmos e não gostarmos das mesmas coisas que ele. Isto significa que nos
sentimos atraídos às qualidades de Deus, tais como o amor, a paz, a benignidade e a bondade, e que
fazemos esforços sérios para imitar estas características na nossa vida. — Gálatas 5:22, 23.
Então, para saber se o espiritismo é aprovado por Deus, poderíamos examinar primeiro os seus
frutos. (Mateus 7:17, 18) Ajuda-nos ele a desenvolver atraentes qualidades piedosas? Para saber
isso, vejamos dois exemplos da vida real.
Adivinhação, Importunação e Morte
Asamaja Amelia, senhora de meia-idade, em Surinã, tinha 17 anos de idade quando se envolveu na
adivinhação, uma forma de espiritismo. Visto que as predições dela se cumpriam e os indagadores
se beneficiavam com os seus conselhos, ela era muito estimada na sua localidade. (Compare isso
com Atos 16:16.) Mas, algo a perturbava.
“Os espíritos que falavam por meu intermédio eram bondosos para com os que procuravam sua
ajuda”, disse ela, “mas ao mesmo tempo tornavam minha vida miserável. Depois de cada sessão, eu
me sentia surrada, e quase não conseguia mexer-me. À noite, eu esperava algum descanso, mas os
espíritos não me deixavam em paz. Continuavam a perturbar-me, falando comigo e mantendo-me
acordada. E as coisas que diziam!” Ela suspirou e olhou para baixo, meneando a cabeça em aversão.
“Gostavam de falar comigo sobre o sexo e insistiam em ter relações sexuais comigo. Era chocante.
Eu era casada. Não queria ser infiel e lhes dizia isso. Mas não adiantava. Certa vez, uma força
invisível me sobrepujou, tocou e apertou meu corpo, e até mesmo me mordeu. Eu me sentia
miserável.”
Talvez exclame: ‘Espíritos incentivando a imoralidade sexual? Isto é um pouco exagerado!’ São os
espíritos realmente tão degradados assim?
“A coisa é ainda pior!” disse Izaak, já mencionado. “Certa noite, fomos chamados para ajudar uma
mulher doente, perturbada por um espírito. O líder do grupo — médium dum espírito mais forte —
tentou enxotar o espírito. Durante um dia inteiro rogamos a ajuda do espírito dele. Dançamos e
tocamos tambores, e aos poucos a mulher melhorou. Ele mandou que o espírito nela saísse, e isto
funcionou. ‘Obtivemos a vitória’, disse eufórico o líder. Daí nos sentamos e descansamos.”
Os braços gesticulantes de Izaak paravam por um momento, enquanto ele
pausava significativamente. Daí prosseguiu: “Por um tempinho, tudo parecia bem, mas então um
grito rompeu o silêncio. Corremos para a casa de onde vinha e vimos a esposa do líder. Ela gritava
histericamente. Dentro da casa, encontramos a filhinha dela — com a cabeça virada para trás!
Alguma força havia torcido e quebrado o pescoço dela, matando-a como se mata uma galinha —
pelo visto, a vingança do espírito expulso. Era nojento! Esses espíritos são assassinos sadísticos.”
O Espiritismo e “as Obras da Carne”
Impureza, imoralidade sexual e assassinato — conforme encontradas nestas duas experiências com
o espiritismo — são características diretamente opostas à personalidade de Deus. E isso ajuda a
identificar quem realmente são esses espíritos. Podem fingir ser mensageiros de Deus, mas suas
obras imorais e assassinas os traem como imitadores do inimigo de Deus e primeiro assassino da
história, Satanás, o Diabo. (João 8:44) É o seu líder. Eles são seus ajudantes — anjos iníquos, ou
demônios. — Lucas 11:15-20.
Mas, talvez pergunte: ‘São apenas raras as ocasiões em que essas características satânicas se
manifestam no espiritismo? Poderia o espiritismo, por via de regra, colocar-me em contato com
bons espíritos, que me ajudariam a aproximar-me mais de Deus?’ Não; a Bíblia alista a “prática de
espiritismo” junto com as outras “obras da carne”, que são diametralmente opostas às qualidades
cristãs. — Gálatas 5:19-21.
Em Revelação (ou Apocalipse) Re 21:8, os “que praticam o espiritismo” (“aqueles que convivem
com demônios”, A Bíblia Viva) são colocados na mesma categoria ‘dos que não têm fé, e dos que
são repugnantes na sua sujeira, e dos assassinos, e dos fornicadores. . . e dos idólatras, e de todos os
mentirosos’. Como encara Jeová os que deliberadamente são mentirosos, fornicadores, assassinos e
praticantes do espiritismo? Odeia os atos deles! — Provérbios 6:16-19.
Meter-se no espiritismo, portanto, equivale a amar aquilo que Jeová Deus odeia. É como rejeitar a
Jeová, estar no campo de Satanás, e tomar o partido do arquiinimigo de Deus e dos seus ajudantes.
Agora, pense no seguinte: Gostaria de ser íntimo de alguém que toma o partido dos seus inimigos?
Claro que não. Antes, você se manteria longe de tal pessoa. Portanto, é óbvio que podemos esperar
a mesma reação por parte de Jeová Deus. Provérbios 15:29 diz: “Jeová está longe dos iníquos.”
— Veja também o Salmo 5:4.
O Espiritismo Resulta na Morte
Meter-se no espiritismo é também uma ameaça para a vida. Deus o encarou como um motivo para a
existência da pena capital entre o seu povo, no antigo Israel. (Levítico 20:27; Deuteronômio 18:9-
12) Portanto, não deve surpreender que os praticantes do espiritismo “não herdarão o reino de
Deus”. (Gálatas 5:20, 21) Em vez disso, “terão o seu quinhão no lago que queima com fogo”, que
representa “a segunda morte” ou a destruição eterna. (Revelação 21:8) De fato, algumas das igrejas
da cristandade talvez tolerem hoje o espiritismo, mas o conceito da Bíblia não mudou.
O que se dá se você já deu os primeiros passos no caminho do espiritismo? Então fará bem em parar
imediatamente e em dar meia-volta. Siga o divinamente inspirado conselho que Isaías, o profeta de
Deus, deu aos israelitas da antiguidade. A situação deles era parecida à das pessoas que hoje se
empenham em práticas impuras, mas que acham que, ao mesmo tempo, estão adorando a Deus.
Portanto, há lições vitais contidas na experiência deles. Que lições?
Acate o Aviso de Isaías
Um exame do primeiro capítulo de Isaías mostra que os israelitas “abandonaram a Jeová” e “deram
para trás”. (Versículo 4 de Is 1) Embora se tivessem desviado, continuavam a apresentar sacrifícios,
realizar observâncias religiosas e fazer orações. Mas em vão! Visto que lhes faltava o desejo íntimo
de agradar seu Criador, Jeová disse: “Oculto de vós os meus olhos. Embora façais muitas orações,
não escuto.” Aqueles israelitas se haviam revoltado contra ele por adotar práticas impuras, a ponto
de ‘encher as mãos de derramamento de sangue’. — Versículos 11-15 de Is 1.
Em que circunstâncias os aceitaria Jeová novamente? Note os requisitos especificados em Isaías
1:16. Ele disse: “Lavai-vos; limpai-vos.” Portanto, se tomarmos a sério este conselho,
abandonaremos as práticas impuras ou nos refrearemos delas, inclusive do espiritismo, uma das
“obras da carne”. Visto que sabemos que a mente perversa por detrás do espiritismo é a de Satanás,
o Diabo, ficaremos com ódio do espiritismo.
Daí deveremos eliminar todos os objetos ligados ao espiritismo. Izaak fez isso. Ele disse: “Certo dia
juntei todos os meus pertences espíritas diante da minha casa, peguei num machado e os retalhei.
Minha vizinha gritou que eu ia lamentar o que havia feito. Enquanto ela gritava, derramei gasolina
sobre os pedaços e queimei até o último deles. Não sobrou nada.”
Isto foi há 28 anos. Chegou Izaak a lamentar a sua ação? Ao contrário. Hoje ele serve feliz a Jeová
como ministro cristão numa das congregações das Testemunhas de Jeová.
Isaías 1:17 dá o seguinte conselho adicional: “Aprendei a fazer o bem.” Isto requer estudar a
Palavra de Jeová, a Bíblia, para descobrir qual é “a boa, e aceitável, e perfeita vontade de Deus”.
(Romanos 12:2) E a aplicação deste recém-encontrado conhecimento resulta em revigorantes
bênçãos. Isto foi o que Asamaja descobriu.
Apesar da amarga oposição de parentes e vizinhos, Asamaja estudou corajosamente a Bíblia com as
Testemunhas de Jeová e pouco depois rompeu com o espiritismo. Então dedicou sua vida a Jeová
Deus e foi batizada durante uma assembléia. Agora, uns 12 anos mais tarde, ela diz com gratidão:
“Desde o meu batismo, não tenho sido importunada por espíritos.” E ela se lembra com um sorriso:
“Na noite depois do meu batismo, meu sono foi tão profundo e tranqüilo, que cheguei tarde para o
programa da assembléia na manhã seguinte.”
Benefícios Duradouros
Hoje, tanto Izaak como Asamaja podem dizer entusiasticamente o mesmo que o salmista Asafe:
“Chegar-me a Deus é bom para mim.” (Salmo 73:28) De fato, chegarem-se a Jeová lhes trouxe
benefícios físicos e emocionais. Mas, acima de tudo, deu-lhes uma paz interna e uma relação íntima
com Jeová.
Tais bênçãos ultrapassam em muito a dor e a luta necessários para se livrar do jugo do espiritismo.
No entanto, romper com ele pode ser penoso. Lintina van Geenen, uma senhora em Surinã, teve tal
experiência. Veremos a seguir como ela lutou por anos, mas finalmente foi bem-sucedida.

Livrei-me do jugo do espiritismo


MINHA família sofreu uma calamidade quando eu era mocinha de 14 anos. Naquela época, um
feroz assassino começou a eliminar meus parentes. Suas primeiras vítimas foram os filhos duma das
minhas irmãs — todos os nove. Então ele se voltou contra o marido dela. Pouco depois, ele matou
também uma das minhas irmãs. Seguiram-se mais quatro dos meus irmãos e irmãs, até que
sobraram só minha mãe e eu. Como eu estava amedrontada!
Nos anos seguintes, eu comia, trabalhava e dormia diariamente apavorada. Perguntava-me: ‘Quando
atacará de novo? E quem será a próxima — mamãe ou eu?’
Minha História
Para ajudá-lo a compreender o que aconteceu depois, deixe-me contar-lhe algo sobre a minha vida.
Em 1917, nasci como membro da tribo paramacas de negros do mato, numa ilha do rio Maroni, em
Surinã. Meus ancestrais eram den lowenengre, ou escravos fugitivos, que escaparam para a selva,
para levar uma vida dura, mas livre. Ora, na realidade era uma vida livre da escravização dos
homens, mas não livre dos demônios.
A vida cotidiana na nossa aldeia era governada pela adoração dos demônios e de ancestrais. Para
lançar feitiços sobre outros, ou causar doença e morte ao próximo, alguns usavam wisi, magia
negra, ou recorriam à ajuda dum koenoe (pronunciado ku nu), ou provocador. Crê-se que esses
provocadores sejam pessoas que haviam sido maltratadas por um membro da família. Após a sua
morte, supostamente voltam à família para se vingar. Na realidade, porém, esses provocadores são
demônios vis, que obrigam as pessoas a adorá-los.
Sendo membro da Fraternidade Evangélica, uma igreja protestante, aprendi também algo sobre
Deus. Embora ficasse na ignorância sobre como adorá-lo, a floresta pluvial em minha volta fornecia
prova abundante de que ele é bom Provedor. ‘Quero adorar um Deus bom, mas não um espírito
mau, que causa sofrimentos’, raciocinava. Eu sabia que os provocadores gostam de torturar até à
morte as suas vítimas relutantes.
Imagine quão chocada fiquei ao descobrir que inimigos da nossa família nos haviam enviado
um koenoe. Eu tinha 14 anos quando ele empreendeu a sua missão mortal. Vinte e seis anos mais
tarde, só sobravam mamãe e eu.
O Primeiro Encontro
Mamãe era trabalhadora. Certo dia, em caminho para o seu sítio, ela foi derrubada e não conseguiu
levantar-se. O koenoe havia escolhido minha mãe. A saúde dela piorou e ela ficou paralisada.
Precisava de ajuda — da minha ajuda. Mas eu me sentia dividida entre o amor a ela e o medo do
demônio que a dominava. No entanto, durante o ataque do koenoe, a coitada da mamãe gritou de
tanta dor, que eu finalmente não o suportei mais e deitei a cabeça dela no meu colo, para consolá-la.
Ela se acalmou então, mas eu senti “mãos” apertando meu corpo.
Quando quis fugir, mamãe gritou de novo. Assim, por causa dela, fiquei e suportei meu primeiro
encontro trêmulo com este matador. Eu tinha 40 anos de idade.
Ataques Intensificados
Mamãe faleceu. Apenas três dias depois, ouvi uma voz amigável dizer: “Lintina, Lintina, não me
ouve? Estou chamando você.” Este foi o começo dum sofrimento tão grande, que eu desejava uma
morte rápida.
Primeiro, o demônio me afligia apenas quando eu ia dormir. Quando estava para pegar no sono, a
voz me acordava, falando sobre sepulturas e morte. A perda de sono fazia sentir-me fraca, embora
eu continuasse a cuidar dos meus filhos.
Mais tarde, o demônio aumentou seus ataques. Diversas vezes eu me sentia como se ele me
estrangulasse. Embora tentasse fugir correndo, não podia, porque parecia haver um pesado peso
comprimindo meu corpo. Eu queria gritar, mas não podia articular som nenhum. Ainda assim me
recusei a adorar meu atacante.
Depois de me recuperar, após cada ataque, continuava na lavoura, produzindo mandioca e cana-de-
açúcar, e vendendo-as na feira, numa pequena cidade costeira. Tornou-se mais fácil ganhar a vida,
mas os meus piores sofrimentos ainda estavam para vir.
À Procura Duma Cura
Certo dia, ouvi a voz agourenta do demônio dizer: “Vou fazer a sua barriga inchar como uma bola.”
Algum tempo depois, senti um caroço duro no ventre, que aumentava cada vez mais, até que eu
parecia estar grávida. Realmente amedrontada, perguntei-me: ‘Será que Deus, o Criador, pode
ajudar-me a me livrar do koenoe? Será que Ele pode enviar um espírito bom e mais forte para
afastá-lo?’ Para descobrir isso, consultei um bonoeman, ou feiticeiro.
O primeiro feiticeiro me deu tapoes, ou amuletos, mas a inchação permaneceu. Decidida a
encontrar uma cura, viajei de um bonoeman para outro — tudo em vão. Entre essas visitas, eu
continuava na lavoura, a fim de conseguir dinheiro para comprar cerveja, vinho, champanha e
tangas, para pagar os feiticeiros. Muitas vezes eles aconselharam: “Ajoelhe-se diante
do koenoe. Rogue-lhe como seu amo. Adore-o, e ele a abandonará.” Mas, como podia eu ajoelhar-
me diante dum espírito que me torturava e que queria matar-me? Eu não podia.
Todavia, em desespero, eu fazia tudo o mais que os feiticeiros me mandavam. Um deles tratou-me
por cinco meses. Banhava-me com ervas e espremia sucos de 11 plantas diferentes nos meus olhos
— “para purificá-los”, dizia ele, ao passo que eu gritava de dor. Mas, no fim do tratamento, fui para
casa sem dinheiro, ultrajada e mais doente do que nunca.
“Este É o Seu Fim”
Um dos meus filhos, que mora nos Países-Baixos, enviou-me dinheiro para continuar a busca de
ajuda. De modo que fui consultar um médico na capital. Depois do exame, ele disse: “Não posso
ajudá-la. Vá e consulte um bonoeman.” Portanto, experimentei consultar um médium originário das
Índias Orientais — mas novamente sem receber ajuda. Eu ia voltar para casa, mas só cheguei até a
capital, onde fui à casa de uma das minhas filhas. Ali sofri um colapso — sem dinheiro e doente. Eu
havia gasto em vão 17 anos e 15.000 florins (c. Cz$ 315.000,00) em busca de cura. Tinha 57 anos
de idade.
A seguir, o demônio ameaçou: “Terminei com você. Este é o seu fim.”
“Mas você não é Deus, não é Jesus”, gritei.
“Nem mesmo Deus pode impedir-me”, respondeu o demônio. “Seus dias estão contados.”
A Luta Final
Passaram-se algumas semanas. Meena, uma vizinha, que era ministra de tempo integral das
Testemunhas de Jeová, perguntou à minha filha como eu estava passando e disse: “Sua mãe pode
ser ajudada, mas apenas com a Bíblia.” Ouvindo a conversa, dirigi-me a elas. Antes de chegar a
elas, porém, fui lançada ao chão. Meena veio depressa e disse: “Este demônio não vai deixá-la em
paz. O único que pode ajudá-la é Jeová, ninguém mais.” Daí ela orou comigo a Jeová Deus e
começou a visitar-me. Mas, quanto mais ela me visitava, tanto mais ferozes ficavam os ataques do
demônio. Durante a noite, meu corpo sacudia tão violentamente, que ninguém na casa conseguia
dormir. Parei de comer e tive momentos em que perdi completamente o juízo.
Minha condição tornou-se tão grave, que meus filhos vieram do interior para me levar de volta à
minha aldeia, a fim de morrer ali. Fraca demais para viajar, neguei-me a isso. Mas, sentindo a morte
chegar, chamei a Testemunha para me despedir. Meena explicou com a Bíblia que, mesmo se eu
morresse, havia a esperança duma ressurreição.
“Ressurreição? O que quer dizer com isso?”
“Deus pode ressuscitá-la para a vida no Paraíso”, respondeu. Um raio de esperança!
Mas, naquela mesma noite, o demônio se apoderou de mim. Em transe, parecia-me ver
o koenoe seguido por uma multidão de gente. Ele zombava: “Ela acha que vai ter uma
ressurreição.” Daí a multidão ria e ria. Mas então eu fiz algo que nunca antes havia feito. Clamei:
“Jeová! Jeová!” Isso era tudo o que eu sabia dizer. E o demônio foi embora!
Meus filhos voltaram e rogaram: “Mamãe, não morra na cidade. Deixe-nos levá-la para a sua
aldeia.” Neguei-me a isso, porque queria saber mais sobre Jeová. “Está bem, talvez eu ainda
morra”, disse-lhes, “mas pelo menos terei servido o Criador”.
Como Uma Torre Forte
Meena e outras Testemunhas continuavam a visitar-me. Ensinaram-me a orar a Jeová. Entre outras
coisas, falaram-me sobre a questão entre Jeová e Satanás, e como o Diabo causou sofrimento a Jó,
para fazê-lo renunciar a Deus. Inteirar-me destas coisas fortaleceu minha convicção de nunca adorar
o demônio. As Testemunhas leram um texto que passei a prezar muito: “O nome de Jeová é uma
torre forte. O justo corre para dentro dela e recebe proteção.” — Provérbios 18:10.
Aos poucos eu recuperava minhas energias. Quando meu filho voltou, mandei que esperasse lá fora.
Vesti-me e enfiei a blusa na saia, para mostrar que a inchação quase já desaparecera. Então saí.
“É você, mamãe Lintina?” exclamou meu filho.
“Sim, sou eu — graças a Jeová, meu Deus!”
Tomei Minha Posição
Assim que consegui andar um pouco, fui ao Salão do Reino das Testemunhas de Jeová. Ali recebi
tanto encorajamento dos amigos, que nunca deixei de assistir às reuniões. Alguns meses mais tarde,
acompanhei as Testemunhas de Jeová na obra de pregação pública. Pouco depois, fui batizada e
tornei-me serva de Jeová, meu amoroso Salvador. Eu tinha 58 anos de idade.
Todavia, restava fazer mais uma coisa. Anos antes, lá na minha choupana na aldeia, eu havia
construído um altar, em que oferecia sacrifícios aos meus ancestrais. Para estar espiritualmente
limpa, eu tinha de destruí-lo. Pedi a ajuda de Jeová, visto que minha ação podia causar um rebuliço
entre os aldeões. Quando cheguei à minha choupana e abri a porta, alguém
gritou: “Pingos!” (Porcos selvagens!) Uma vara de porcos atravessava a ilha e pulava no rio para
atravessá-lo nadando. Imediatamente, tanto jovens como idosos abandonaram a aldeia para esta
caça fácil. Emocionada, ajoelhei-me e agradeci a Jeová por este acontecimento. Rapidamente,
arrastei o altar para fora, despejei querosene sobre ele e pus fogo nele. O altar tinha desaparecido
antes de a multidão voltar. Naturalmente, ficaram sabendo disso, mas não podiam fazer mais nada.
Assim, com paz mental, voltei para a capital.
De Aflição Para Felicidade
Recebi mais bênçãos. Meu filho nos Países-Baixos não acreditava nas histórias que ouvira a meu
respeito e tomou um avião para Surinã, a fim de ver isso com os próprios olhos. Ele ficou tão feliz
de me ver com saúde, que me comprou uma bela casa na capital, onde moro agora. Que mudança se
havia dado comigo — de uma indigente escrava de demônios para uma bem-cuidada serva de
Jeová!
Onze anos depois do meu batismo, tenho ainda outros motivos para ser grata. Induzidos pelas
muitas bênçãos que recebi, três dos meus filhos e um genro também se interessaram na verdade
bíblica e por fim dedicaram sua vida a Jeová Deus. E, vez após vez, eu tenho contado minha
experiência com o demonismo, quando irmãos e irmãs me levam para conhecer seus estudantes da
Bíblia, que não têm coragem de romper com os demônios. Desta maneira, até mesmo aqueles anos
horríveis foram de alguma utilidade na atividade da pregação do Reino.
Faltam-me palavras para expressar minha gratidão a Jeová, meu Deus. Eu, certamente, tenho visto a
sua todo-poderosa mão agir a meu favor. De fato, Jeová tem sido bom comigo! — Compare isso
com o Salmo 18:17-19.

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