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Apostila - A Psicanalize e o Desenvolvimento Infantil
Apostila - A Psicanalize e o Desenvolvimento Infantil
INFANTIL
EDIÇÃO Nº 1 – 2020
LIGIA DIAS
APRESENTAÇÃO
Prezado Aluno,
SUMÁRIO
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 3
UNIDADE 01
PSICANÁLISE INFANTIL A PARTIR DE FREUD
Caro(a) Aluno(a)
Seja bem-vindo(a)!
Nesta primeira unidade, abordaremos a criança e seu surgimento na
Bons estudos!!!
Conteúdos da Unidade
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 4
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 5
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 6
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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4) Foi precursora no trabalho com crianças. Todavia, ela se satisfazia com “êxito
parcial” de suas análises. Trata-se de:
a) Melanie Klein
b) Hermine von Hug-Hellmuth
c) Anna Freud
d) Axline
e) Arminda Aberastury
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 8
“A criança não se vê, como o adulto, pronta a produzir uma nova edição de suas
relações amorosas, porquanto, como se poderia dizer, a antiga edição não se
encontra esgotada. Os objetos originais, os pais, são ainda reais e presentes
como objetos de amor – não apenas na fantasia, como acontece com os
neuróticos adultos; entre eles e a criança todas as relações da vida cotidiana
existem, e todas as suas gratificações e desapontamentos dependem, na
realidade, desses pais” (FREUD, Anna. 1971, p.60).
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 9
comentários, contudo foi a partir da teoria das pulsões que a austríaca desenvolveu
a sua própria pesquisa: teoria das relações objetais.
Com relação ao atendimento das crianças, assim como Anna, acreditava na
importância dos pais, porém divergia em alguns aspectos, pois um ponto importante
sobre a divergência entre as autoras é a de que apesar de concordarem que a
relação da criança com os pais e a relação com o analista é da mesma natureza, se
opõem quando para Anna Freud, a relação que a criança tem com seus pais é uma
relação “real”, e não menos “real” com seu analista – uma reprodução da primeira.
Mas para Klein, a relação da criança com seus pais, ou com seu analista, é uma
relação “deformada”, uma relação transferida, ou seja, ela já é uma segunda edição.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) I, II e III
b) III e IV
c) II e III
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d) I, III e IV
e) III
a) I, II e III
b) I e II
c) II e III
d) Apenas em I
e) Apenas em III
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UNIDADE 2
DUAS CORRENTES DA PSICANÁLISE INFANTIL
Caro(a) Aluno(a)
Bons estudos!!!
Conteúdos da Unidade
o Corrente Freudiana
o Corrente Kleiniana
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Anna Freud nas suas publicações relatou sobre dez atendimentos de crianças
entre seis e doze anos, todas com neurose graves, percebendo os limites e alcances
da psicanálise. Durante seu estudo, concluiu que a situação analítica do adulto e da
criança eram diferentes, pois a criança não estaria consciente de sua enfermidade, e
por esta razão não buscava uma cura, ou seja, não passava por análise por sua livre
decisão e o mais importante: não era capaz de fazer associações verbais. Anna
Freud utilizou-se de interpretação de sonhos e desenhos, restringindo a utilização de
jogos (ABERATURY, 1982).
Freud, no decorrer dos atendimentos infantis, aperfeiçoou uma orientação que
era fundamentalmente pedagógica, destinada ao ego consciente mais do que para
as profundezas do inconsciente, assim a psicanalista reeducava a criança
adaptando-a para realidade, buscando a promoção de um convívio melhor em
família (ZIMERMAM, 2004).
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3) Leia as proposições:
I. Anna Freud nas suas publicações relatou sobre dez atendimentos de crianças
entre seis e doze anos, todas com neurose graves, percebendo os limites e
alcances da psicanálise.
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5) Anna Freud concordou com quais idéias de Melanie Klein a respeito da análise
infantil?
a) Sobre as fases de desenvolvimento infantil.
b) No final Anna compreendeu que o inconsciente já estava constituído na criança
desde os primórdios.
c) Anna e Klein concordaram a respeito do método educativo, ambas viram a
colaboração que a área da educação poderia oferecer;
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mãe), ou mais particularmente de seu seio, já que este é o primeiro órgão com o
qual a criança estabelece contato, em seio bom e seio mau – o primeiro é aquele
que a gratifica infinitamente enquanto o segundo somente lhe provoca frustração – a
agressividade e a realização de ataques sádicos dirigidos à figura materna (SIMON,
1986).
Oliveira (2007) ressalta que Klein em sua clínica, notou que as crianças têm
uma imagem de mãe dotada de uma imensa maldade, mas que, na maioria das
vezes, não corresponde à mãe real. É a partir desta observação que o conceito de
fantasia kleiniano surge em que as crianças estariam lidando com uma deformação
da mãe verdadeira, inventada em sua mente de maneira fantasmática. Melanie Klein
fundamentou toda sua teoria evidenciando as fantasias inconscientes, presentes nas
relações objetais primitivas.
Relações objetais são as relações que as crianças estabelecem com os
objetos ligados à sua satisfação (desejos e necessidades), podem ser pessoas ou
parte delas, como o seio da mãe por exemplo, ou outros objetos. Sendo assim a
mãe e o seu seio e o modelo de relação entre eles e a criança se tornaram o objeto
de estudo de Klein.
Nesta perspectiva, os relacionamentos estabelecidos na vida adulta estão
permeados por representações psicológicas de antigos objetos que foram
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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UNIDADE 3
O BRINCAR
Caro(a) Aluno(a)
Conteúdos da Unidade
o O brincar
o Donald Winnicott
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3.1 O BRINCAR
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os objetos externos a seu alcance, tornar ativo aquilo que sofreu passivamente,
modificar um final que lhe foi penoso, tolerar papéis e situações que seriam
proibidas na vida real tanto interna como externamente e também repetir à
vontade situações prazerosas (ABERASTURY, 1992, p. 15 apud LOPES, 2012).
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 26
Para Anna Freud o brincar sempre foi uma questão secundária em sua teoria
e técnica psicanalítica com crianças. Sua preocupação estava em conduzir o
pequeno sujeito, com técnicas educacionais, ao dispositivo analítico. A partir do
momento que a criança está pronta para a análise, as técnicas de Freud consistiam
em interpretação dos sonhos, dos devaneios e dos desenhos. O brincar e a
colocação de brinquedos eram recursos não simbólicos para Anna o que marca sua
discordância do simbolismo de Melanie Klein com relação ao brincar na sessão. O
importante para Anna Freud era o estabelecimento de vínculo com o analista de
modo que possibilite sua intervenção e interpretação (VIDAL, s.d.).
EXERCICIOS PROPOSTOS
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c) Donald Winnicott
d) Virginia Axline
e) Hermine von Hug-Hellmuth
a) F, V, V, V
b) V, V, V, V
C) F, V, V, F
d) V, F, V, F
e) F, F, F, F
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b) Anna Freud
c) Donald Winnicott
d) Arminda Aberastury
e) Hermine von Hug-Hellmuth
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EXERCICIOS PROPOSTOS
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a) I e II apenas; d) I, II e III;
b) II e III apenas e) III apenas;
c) I apenas;
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UNIDADE 4
PSICOTERAPIA PARA UMA CRIANÇA
Caro(a) Aluno(a)
Conteúdos da Unidade
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contribuindo para o setting - o espaço criado especialmente para que esta relação
aconteça. É um ambiente especial que permite que o paciente viva experiências
raras, únicas e singulares, e reviva experiências velhas que podem ser
ressignificadas, o que leva ao amadurecimento. O setting é formado a partir do
cumprimento das regras do contrato.
Será a tarefa do terapeuta traduzir em palavras as manifestações dos
impulsos inconscientes, inclusive os sentimentos ainda não verbalizadas.
A psicoterapia tem sido cada vez mais buscada por pessoas não amadas,
exploradas e carentes de recursos materiais ou de elementos necessários para
humanização. A psicoterapia é recurso essencial em situações excessivamente
traumáticas desde que se leve em conta a condição peculiar. É preciso ressaltar que
este contexto de tratamento requer uma visão especial, pois nem sempre é possível
situar as crianças e os adolescentes privados de suas famílias nas estruturas
clínicas clássicas: neurose, psicose e perversão. Nenhuma dessas recobriria todo o
conteúdo da personalidade de tais indivíduos. Diferente dos outros casos essas
crianças não tem o seu desconforto ou seu sofrimento residindo em uma experiência
ou representação, mas reside em um vazio que a mente busca preencher
concretamente (ALBORNOZ, 2011).
No caso de crianças órfãs, em que perderam os pais ainda muito pequenas,
ou que vivem em caso de pobreza seriam fortalecidos através da análise, tornando-
se capazes de resistência e de trabalho produtivo, como sugeriu Freud
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 36
EXERCICIOS PROPOSTOS
1) A psicoterapia tem sido cada vez mais buscada por certos tipos de
pessoas, exceto:
a) não amadas;
b) exploradas;
c) carentes de recursos materiais;
d) carentes de elementos necessários para humanização;
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e) pessoas abastadas.
2) Ambiente especial que permite que o paciente viva experiências raras, únicas e
singulares, e reviva experiências velhas que podem ser ressignificadas, o que leva
ao amadurecimento:
a) sala do terapeuta
b) ambiente familiar
c) setting
d) transferência
e) N.d.a
5) Considere as afirmações:
I. A psicoterapia na infância geralmente pode ser indicada em três situações
básicas: diante de sintomas específicos, na presença de conflitos
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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UNIDADE 5
DONALD WINNICOTT E AS ANSIEDADES INFANTIS
Caro(a) Aluno(a)
Conteúdos da Unidade
o Caso Edmund
o Caso Diana
o Ansiedades infantis
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brinquedos ali, de modo que tivessem um lugar bom e macio para repousar, como
um berço ou caminha. Depois de se agarrar à mãe mais uma vez e retornar aos
brinquedos, estava pronto para ir; tínhamos concluído, eu e sua mãe, a consulta.
Nessa brincadeira, ele ilustrara muita coisa de que a mãe estivera falando
(embora esta também estivesse falando de si própria). Comunicara existir nele o
movimento de maré montante com maré vazante, a afastar-se da dependência e a
ela retornando. Mas isso não era psicoterapia, pois eu estava trabalhando com a
mãe. O que Edmund fizera, fora simplesmente apresentar as idéias que ocupavam
sua vida, enquanto sua mãe e eu conversávamos. Não interpretei, e tenho de supor
que essa criança teria brincado do mesmo modo sem que ninguém estivesse ali
para vê-la, ou para receber a comunicação que, nesse caso, teria sido talvez' uma
comunicação com alguma parte do eu (sei!), o ego observante. Tal como aconteceu,
eu espelhava com a minha presença o que estava acontecendo, concedendo-lhe,
assim, uma qualidade de comunicação (cf. Winnicott, 1967b).
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 49
o tempo que recebia minha atenção, mas foi-me possível conceder à mãe a atenção
de que precisava e brincar também com Diana.
Ao descrever esse caso, assim como ao descrever o de Edmund,
apresentarei o que aconteceu entre mim e Diana, deixando de lado o material da
consulta com a mãe.
Instalamo-nos no consultório: a mãe sentou-se no divã e Diana numa
cadeirinha, perto da mesa de crianças. Logo em seguida, a menina colocava seu
ursinho dentro do bolso de cima de meu paletó. Tentou ver até onde podia ir e
examinou o forro do meu paletó; depois disso, interessou-se pelos diversos bolsos e
pela maneira como não se ligavam uns aos outros. Tudo isso acontecia enquanto a
mãe e eu conversávamos seriamente sobre a criança retardada de dois anos e meio
de idade; Diana forneceu a informação adicional: 'Ele tem um buraco no coração'.
Era como se escutasse com um dos ouvidos, enquanto brincava. Pareceu-me ser
capaz de aceitar a deficiência física do irmão, devida ao 'buraco no coração', embora
o retardamento mental não estivesse ao alcance de sua compreensão.
Na brincadeira que Diana e eu fizemos juntos, um brincar sem terapêutica em
si, pude sentir-me livre para ser brincalhão. As crianças brincam com mais facilidade
quando a outra pessoa pode e está livre para ser brincalhona. Repentinamente, fingi
escutar algo do ursinho que estava em meu bolso e disse: 'Ouvi-o dizer algo!' Ela
ficou muito interessada. Continuei: 'Acho que ele quer alguém com quem brincar'.
Falei-lhe sobre o cordeirinho cheio de lã que poderia encontrar, se procurasse no
outro lado da sala, entre os brinquedos misturados sob a estante. Talvez eu tivesse
um outro motivo, ou seja, tirar o urso de meu bolso. Diana foi buscar o cordeirinho,
consideravelmente maior do que o urso, e aceitou minha idéia da amizade entre o
ursinho e o cordeiro. Por algum tempo, pôs ambos juntos no divã, perto do lugar
onde se sentava sua mãe. Eu, naturalmente, continuava a minha entrevista com esta
e podia-se notar que Diana se mantinha interessada no que dizíamos, fazendo isso
com uma parte de si mesma, a parte que se identificava com os adultos e as atitudes
adultas.
Durante a brincadeira, Diana decidiu que o ursinho e o cordeirinho eram seus
filhos. Colocou-os sob sua roupa, fazendo-se grávida deles. Após um período de
gravidez, anunciou que iam nascer, mas que 'não iam ser gêmeos'. Deixou bem
evidente que o cordeiro deveria nascer primeiro e, depois, o ursinho. Depois que se
deu o nascimento, colocou os dois filhos recém-nascidos juntos sobre uma cama
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benefício. Daquilo que a mãe me contou, pude ver que Diana estava organizada
para o contacto comigo, tal como se soubesse que vinha ver um psicoterapeuta.
Antes de sair, reunira o primeiro de seus ursinhos e também seu objeto transicional
abandonado. Não trouxera consigo o último, mas viera preparada para organizar
uma experiência algo regressiva em suas atividades lúcidas. Ao mesmo tempo, a
mãe e eu estávamos assistindo à capacidade de Diana de identificar-se com ela,
não apenas com respeito à gravidez, mas também com referência à tomada de
responsabilidade pelo cuidado com o irmão.
Segundo Donald, a brincadeira, tanto para Eduard como para Diana, foi
autocurativa. O resultado de ambos foi comparável ao de uma sessão
psicoterapêutica em que a história tivesse sido pontuada por interpretações por
parte do terapeuta. Winnicott atribuiu ao fato de ter se permitido brincar ativamente
com Diana o resultado criativo da experiência lúdica de Diana.
A escolha dos dois exemplos, por parte do psicanalista, ocorreu
simplesmente porque foram dois casos consecutivos que havia recebido em sua
clínica em determinada manhã enquanto escrevia o artigo.
EXERCICIOS PROPOSTOS
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c) um carrinho
d) uma mamadeira
e) um cobertor
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Foi mais tarde que Freud propôs que a ansiedade seria resultante dos
mecanismos de defesa do ego. Sendo assim ela não seria resultado do
recalcamento, mas sim mobilizadora dos mecanismos de defesa (COIMBRA;
FRANÇA, 2002).
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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a) I, II e III
b) I e II
c) II e III
d) Apenas em I
e) Apenas em III
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UNIDADE 6
CASOS: PIGGLE E DIBS
Caro(a) Aluno(a)
Axline.
Conteúdos da Unidade
• O caso Piggle
• O garoto Dibs
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reparada. Chamei atenção especial para o tipo de caso em que o estudo de caso
adquire um significado especial, devido ao fato de que existe algum elemento de
ruptura (pp. 156–157).
Outra característica ainda, que pode ser encontrada e que conduz a um
estudo de caso, é a de que os pais não sejam capazes de tolerar que os sintomas
não desapareçam de imediato e até se intensifiquem assim que começa o
tratamento. Segundo Winnicott,
o analista é mais susceptível de tolerância da sintomatologia da criança do que os pais;
estes tendem a achar que, uma vez que a criança entrou em tratamento, o aparecimento de
sintomas deva significar um reinício do tratamento. Uma vez que se inicia um tratamento, o
que se perde de vista é a rica sintomatologia de todas as crianças que são satisfatoriamente
tratadas em suas próprias casas (1987 [1977], p. 18).
Ainda segundo Winnicott,
é possível que o tratamento de uma criança de fato, interfira em algo muito valioso, que é a
capacidade da família de tolerar e enfrentar os estados clínicos da criança, indicativos de
tensão emocional, ou paradas temporárias no desenvolvimento emocional, ou o
desenvolvimento propriamente dito (1987 [1977] , p. 18).
No estudo de caso, portanto, uma nova provisão ambiental deverá ser
oferecida por pessoas especializadas e por um elemento essencial que é a
estabilidade institucional. Para Winnicott, nessa modalidade, mais do que o
profissional responsável pelo caso, é a clínica ou a instituição que possibilita a
continuidade da provisão ambiental que é oferecida, uma vez que não se tem como
garantir a permanência de um profissional em um cargo para sempre. Segundo ele,
“a clínica tem uma estabilidade que ultrapassa de longe a de qualquer indivíduo”
(1980; 1965 [1959], p. 156). Esse elemento pode ser considerado fundamental para
a transferência que a criança e, principalmente, os pais fazem com a instituição. A
importância da estabilidade pode ser constatada nos casos em que a criança,
mesmo tendo possibilidade de acompanhar o profissional – que deixa a instituição e
com quem estabeleceu uma forte transferência –, para continuar o tratamento em
outro lugar, permanece na atual instituição.
Finalmente, em terceiro lugar, por que Winnicott chamou o tratamento
de psicanálise compartilhada (partagée)?
Ao contrário de todos os psicanalistas de crianças de sua época, Winnicott não
acreditava na possibilidade de sucesso no tratamento de uma criança, mantendo os
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 14
pais afastados deste. Sobretudo quando o trabalho não tinha como ser conduzido de
uma forma tradicional, com várias sessões semanais.
Nos casos de psicanálise de acordo com a demanda e de consulta
terapêutica, uma condição fundamental para o sucesso do tratamento seria a de que
o ambiente da criança fosse capaz de dar a ela a sustentação emocional necessária
nos períodos entre as sessões e após o término destas. Contudo, no caso de
Gabrielle, o trabalho dos pais não se resumiu a essa sustentação inter e pós–
sessões. Eles participaram efetivamente nas próprias sessões, em particular o pai,
que se colocou totalmente disponível para ser usado por Gabrielle. Foram vários os
usos, como, por exemplo, transferencialmente:
enquanto fazia acrobacias no colo do pai, contava–lhe todos os detalhes. Mas logo ela
iniciou uma fase nova, e muito premeditada no jogo. ‘Eu também sou um bebê‘, anunciou. E
desceu de cabeça por entre as pernas do pai até o chão”. Anotação de Winnicott: “Nascida
do corpo do pai como se fosse do corpo da mãe” (1987 [1977], p. 39).
Esse uso transferencial do pai, por Gabrielle, era importante para Winnicott,
pois, em suas palavras, desse modo ele ficava livre para outras funções (1987
[1977], p. 62). Entretanto, Winnicott percebia nesse movimento de Gabrielle que,
além da transferência, havia também uma defesa contra a ansiedade que emergia
na relação de Gabrielle com a pessoa real de Winnicott. Ele comentou:
Consegui que o pai se assentasse na cadeira na outra metade da sala, e Piggle subiu para
o seu colo. Agora, desenvolveu–se outra vez o jogo no qual ela era um bebê, nascendo do
pai, entre suas pernas. Isso repetiu–se muitas e muitas vezes. Era um esforço físico muito
grande para o pai, mas ele prosseguia sem constrangimento, fazendo exatamente o que se
exigia dele. Eu disse a Piggle que era importante ter um pai quando ela tivesse medo de
ficar sozinha com Winnicott, e quisesse brincar com Winnicott um jogo semelhante àquele
de nascer, usando um homem como uma mãe (1987 [1977], p. 62).
Para Winnicott, era importante o modo como Gabrielle usava o pai e ele
mesmo na sessão, trocando papéis de acordo com a vontade dela, uma vez que,
com isso, ela comunicava suas ansiedades e conseguia ser compreendida por eles.
Por trás de tudo isso, Winnicott acreditava evidenciar–se “o sentimento de
segurança com relação ao pai e à mãe reais” (1987 [1977], p. 64). Ela sempre
buscava o pai e, transferencialmente, a mãe no pai, quando algo inesperado
acontecia na sessão, gerando ansiedade e desagradando–a. Um exemplo era
quando Winnicott antecipava o momento em que ela poderia lidar bem com os fatos
evidenciados em suas interpretações, como o que se segue: “Você estava com
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 15
medo de achar que você queria fazer bebês comendo os navios”. Gabrielle, então,
respondeu: “Posso dizer ‘Alô‘ para o papai?” Ela foi até o pai, voltou e disse: “Não
vou voltar mais” (1987 [1977], p. 71); e Gabrielle não quis mais voltar para a sessão.
Outro exemplo pôde ser visto na décima consulta, descrito assim por Winnicott:
Tocou meu joelho, mas saiu pulando e dizendo: ‘Eu tenho de ir até o papai. Eu vou voltar.
Eu quero trazer minha boneca’. Era uma boneca muito grande chamada Frances. Trouxe a
boneca para que eu a cumprimentasse. Ela estava acariciando o meu sapato. A ansiedade
tinha se manifestado paralelamente aos contatos afetuosos. Nesse sentido, a separação de
cada objeto uns dos outros, era uma defesa (1987 [1977], p. 116).
Winnicott tinha a compreensão do quanto era importante para Gabrielle
buscar a proteção do pai nesses momentos, busca que podia ter até mesmo a
função de que ela não necessitasse proteger–se com defesas mais primitivas.
Provavelmente, em razão da grande ansiedade, ela se teria defendido dessa
maneira se não tivesse podido contar com o colo do pai.
Apesar da ansiedade e das defesas contra esta, Winnicott tinha a confiança
de Gabrielle, que podia ser percebida não só em consulta, mas também nos pedidos
que fazia aos pais para vê–lo sempre que, em casa, as coisas ficavam muito difíceis
para ela. Podia ser percebida uma alternância de ego auxiliar. Quando a ansiedade
se originava na relação com os pais, Gabrielle buscava o Dr. Winnicott. Quando a
ansiedade se originava transferencialmente, ou não, na relação com Winnicott,
Gabrielle buscava os pais reais. Essas eram necessidades de Gabrielle, que
Winnicott se empenhava em atender.
O seu olhar para o fato da dependência do indivíduo em relação ao ambiente
– primordialmente no início da vida, mas, também, ao longo de vários momentos de
estresse no desenvolvimento do ser – justifica e corrobora diferenças substanciais
na maneira com a qual Winnicott conduzia a participação dos pais na análise da
criança, quando cotejado com outros psicanalistas. Se ele confiava nos pais, ou
seja, se acreditava no potencial desses para uma colaboração, mostrava–lhes os
desenhos do filho, comentava o que acontecia em sessão, buscando não só que os
pais tivessem uma compreensão mais real do que estava se passando com a
criança, mas também que pudessem ter um insight de como atender às
necessidades do filho de uma forma própria.
Winnicott, no caso de Gabrielle, não teve nenhuma objeção em compartilhar o
material das sessões com os pais. Isso pôde ser percebido em várias passagens
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 16
como na carta da mãe a Winnicott, após a décima segunda consulta. Ela escreveu:
“Desejava agradecer–lhe muito por ter–me enviado o texto datilografado da sua
última sessão com Gabrielle. Foi uma grande gentileza sua, e eu fico satisfeita em
saber que o senhor percebeu o quanto essa leitura me agradaria” (1987 [1977], p.
142).
Além das evidências de contato dos pais com o material produzido em
sessão, ficou claro como Winnicott usava os pais para manter contato com Gabrielle,
pois ele sabia da importância de manter–se “vivo” para ela. Em carta aos pais, após
a oitava consulta, ele escreveu:
Aflige–me não poder marcar uma hora para Gabrielle imediatamente. Este período é muito
difícil para mim. Seria possível a vocês dizerem a ela que pretendo vê–la, embora não
possa fazê–lo de imediato? Não hesitem em telefonar–me ou escrever–me se acharem que
eu me esqueci. Vocês podem transmitir o meu carinho à Gabrielle” (1987 [1977], pp. 99–
100).
Winnicott também mostrou com o caso de Gabrielle, como o ambiente
familiar, se potencialmente saudável, pode ser o próprio hospital mental da criança.
Ele sabia, no entanto, que, mesmo com um potencial saudável, situações externas,
fora da capacidade desse ambiente de controlar, poderiam ocorrer. Ao incluir entre
as consultas relatadas, uma consulta na qual o calor interferiu provocando sono e
letargia em si, fazendo–o necessitar de deixar a janela aberta com os ruídos
externos incomodando Gabrielle, Winnicott permitiu–nos compreender aqueles
pontos de sua teorização em que coloca o acaso como fator indissociável de um
desenvolvimento satisfatório de uma relação ambiente–indivíduo, ou do próprio
indivíduo. Em muitos momentos, por fatores alheios a qualquer contexto desejável,
as condições modificam–se sem que se possa fazer algo para evitar mudanças
indesejáveis. Daí, o cuidado, que Winnicott sempre teve, de evitar a culpabilização
dos pais acerca do fracasso de suas relações com o filho, sem, contudo, deixar de
apontar as responsabilidades inerentes aos seus papéis.
EXERCICIOS PROPOSTOS
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2) Quando Gabrielle em uma das sessões disse ‘Eu também sou um bebê‘, e
desceu de cabeça por entre as pernas do pai até o chão, Winnicott pode inferir que:
a) a garota queria voltar a ser um bebê.
b) ela entendia já como havia sido seu parto.
c) Gabrielle tinha uma habilidade motora fantástica em comparação a outras
crianças de sua idade.
d) A menina estava simulando seu nascimento a partir do pai e não da mãe.
e) N.d.a
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Psicanálise e o desenvolvimento infantil 18
5) Considere as afirmações:
I. Winnicott tinha a compreensão do quanto era importante para Gabrielle
buscar a proteção do pai em alguns momentos.
II. Para Winnicott, era importante o modo como Gabrielle usava o pai e ele
mesmo na sessão, trocando papéis de acordo com a vontade dela.
III. Gabrielle sempre buscava o pai e, transferencialmente, a mãe no pai, quando
algo inesperado acontecia na sessão, gerando ansiedade e desagradando–a
São verdadeiras as afirmações:
a) I, II e III
b) I e II
c) II e III
d) I e III
e) Apenas III
Virginia Axline foi uma psicóloga pioneira no uso da ludoterapia como prática
de intervenção. Na década de 40, desenvolveu a prática de ludoterapia não diretiva,
baseada nos princípios da obra de Carl Rogers, cuja abordagem centrada na
pessoa (ACP) era recente. A autora refletia acerca da prática clinica, e da postura
do profissional diante do cuidado ao humano.
Em 1964, Virginia publicou “Dibs em busca de si mesmo” esta obra foi
determinante para a prática atual da ludoterapia, pois é amplamente baseada no
trabalho da psicóloga. O livro narra a história de um garoto de cinco anos que não
falava, não brincava, não comportava-se de forma alguma com aquilo que era
esperado socialmente.
A suspeita era de que o menino sofria de algum retardo mental. Contudo a
Ludoterapia revelou um Dibs extremamente inteligente e perspicaz, e que a cada
etapa do tratamento avançava e descobria-se como pessoa.
Um dado importante revelado durante a narrativa é a relação afetiva do garoto
com os pais, marcada pela rejeição por parte dos genitores. À medida que isto
também é trabalhado Dibs vai se mostrando um menino autônomo e confiante.
Observa-se em uma conversa da mãe de Dibs com a terapeuta:
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"Não tínhamos planejado ter uma criança. Ele desmoronou todos os nossos
sonhos", "mas que bebê estranho era ele quando nasceu, tão grande, tão feio, tão
grande e sem forma, como um pedaço de qualquer coisa" (p. 111) e "meu marido
sentiu-se ofendido com a minha gestação. Sempre achou que deveria tê-la
evitado."(p.112).
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Dibs era uma criança excepcional, afinal era possível, através de uma
observação perspicaz, perceber o quão inteligente era o menino. A terapeuta
notando as potencialidades resolve contribuir com o progresso de Dibs.
Nas palavras dela:
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"Se ela decidisse abrir-se para o encontro, não a apressaria e nem tentaria
arrancar-lhe qualquer pedaço que pela sua livre vontade não oferecesse. Não
arrombaria as suas portas, mas confiaria no seu desejo de abrir o seu mundo em
um encontro com outra pessoa" (p.107), e "Quem pode amar, respeitar e
compreender uma outra pessoa senão quem vivenciou em si mesmo tais
sentimentos? (...) nada poderia ser-lhe mais útil neste entrevista, que possibilitar-
lhe sentir-se respeitada, entendida e aceita" (p.121).
Pode-se entender que a atitude de Axline no caso de Dibs foi decisiva para o
seu crescimento pessoal. Foi um trabalho intenso, mas principalmente de respeito
para com o outro (GUEDES, 2010), observa-se em: "Dibs subia a metafórica estrada
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do autoconhecimento (...). Deveria eu proceder com toda a precaução para que não
o impedisse de qualquer maneira na sua caminhada, mas também não o puxasse
antes que estivesse pronto para galgar o próximo degrau." (p.198)
Segue resenha do livro “Dibs uma busca de si mesmo”, escrita por Dayvison Hebert:
Este livro escrito por Virginia M. Axline retrata a história de uma criança em
busca de si mesma. A criança chama-se Dibs filho de um renomado cientista e de
uma cirurgiã, irmão de Dorothy. Logo no começo do livro vemos a diferença entre ele
e os demais alunos. Na hora de ir ao almoço na escola todas as crianças faziam o
barulho habitual e corriam de um lado ao outro, mas Dibs se encontrava quieto, no
canto da sala, cabeça baixa e braços dobrados.
A psicóloga da escola tentou se aproximar da criança, mas não houve
sucesso e o mesmo aconteceu com a pediatra, nele havia uma repulsa pelo jaleco
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branco onde o mesmo ficava com mãos em garra a ponto de se defender. E assim
crescia a duvida se seria retardo mental, psicopatia ou até mesmo lesão cerebral. A
equipe de professores começou a ficar preocupada com o caso do garoto e decidiu
tomar algumas atitudes quando os pais dos outros alunos começaram a reclamar do
comportamento estranho de Dibs e sobretudo depois que ele arranhou uma criança.
Nesse momento convidam a psicóloga Virginia para participar de uma reunião
em que explanariam o caso de Dibs. Nessa reunião a professora diz que a mãe do
garoto é complicada, que ela prefere acreditar que o filho é um retardado mental do
que emocionalmente perturbado e que talvez a própria mãe seja a responsável.
Virginia decide fazer ludoterapia com seu mais novo paciente caso os pais
concordassem.
Na manhã seguinte a psicóloga chega à escola primeiro que as crianças na
busca de obter mais informações acerca de Dibs na tentativa de ajudá-lo a se auto
decifrar. A professora Miss Jane diz que nunca se sabe sobre o estado de ânimo
dele, jamais alguém da escola o viu sorrindo ou com ares de felicidade. Virginia ficou
ali observando as crianças chegando à escola, todas parecendo felizes, retirando
seus chapéus e pendurando-os nos cabides.
Logo em seguida Dibs chegou com sua mãe que o conduziu pra sala de aula.
A professora perguntou se ele gostaria de retirar o casaco, mas nada respondeu. A
criança estava pálida e a professora como de costume tira o sobretudo e o chapéu
de Dibs. O garoto é chamado por outro colega, mas se não fosse pela rapidez do
colega em se desviar levaria uma arranhão de Dibs.
Os pais aceitam a ludoterapia e Dibs começa a chamar de D.A. a terapeuta
Virginia. As terapias foram feitas no Centro de Orientação Infantil onde Virginia
trabalhava. Os brinquedos iriam fazer a criança sentir suas próprias emoções
buscando encarar o medo a fim de diminuir o sofrimento e dor.
No inicio, o analisando ficava quieto, mas depois foi se abrindo a terapia. As
portas não poderiam ficar fechadas no começo e DIBS demonstrou que não gostava
de seus pais e da irmã Dorothy. A forma como DIBS falava pra sua idade era
impressionante, uma linguagem cheia de força. A cada sessão era notável um
melhoramento e o primeiro sinal disso foi quando ele passou a tirar seu casaco e
sapato. Começou a nascer uma resignificação onde o ódio, medo, raiva começaram
a ser substituídos pelo sentimento de confiança e alegria.
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A criança passou há ficar menos tempo em seu quarto e foi sendo mais aceito
em casa, passou a conversar mais com seus pais e já comia na mesa com a família.
E para alegria dos professores, Dibs passou a se interessar por atividade em grupo
e a fazer amizades, ao passo que foi percebido que a criança não tinha nenhum
retardo mental pelo contrário era dono de uma inteligência incrível que se manteve
guardada por tanto tempo, mas que agora estava sendo exteriorizada e trabalhada.
Graças a D.A Dibs conseguiu se autoconhecer e demonstrar seus
sentimentos, pois antes ficavam escondidos, guardados dentro de si causando
momentos de crise raivosa. Dibs foi rejeitado desde o ventre de sua mãe a grande
cirurgiã que assim que ficou grávida achou que tudo em sua vida tinha acabado e
que sua carreia profissional estaria arruinada. E quando nasceu esse peso em suas
costas aumentou ainda mais, pois a culpa da mãe não trabalhar e do casamento não
estar tão satisfatório como antes estava sobre Dibs. Partindo disso nas sessões de
ludoterapia Dibs descobriu que existe o perdão. A criança fez uso dessa ferramenta
perdoando seus pais e sua irmã, podendo se abrir ao seu autoconhecimento,
resignificação e crescimento.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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5) Considere as afirmações:
I. A atitude de Axline no caso de Dibs foi decisiva para o seu crescimento
pessoal. Foi um trabalho intenso, mas principalmente de respeito para com o
outro.
II. A participação da família no processo terapêutico é primordial
III. A Ludoterapia revelou um Dibs extremamente inteligente e perspicaz, e que a
cada etapa do tratamento avançava e descobria-se como pessoa.
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