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Análise de Circuitos

Eletrônicos
Material Teórico
Filtros Ativos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Elvis Luiz dos Santos

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Filtros Ativos

• Tipos e Características Gerais;


• Implementação com Amp-Ops: Filtros Rc Ativos;
• Simulação Computacional.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Reconhecer os filtros e seu funcionamento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
Unidade Filtros Ativos

Tipos e Características Gerais


Para muitos de nós da Área Técnica, o elemento filtro é bastante citado em
conversas, cursos e estudos, pois em quase todos os Sistemas Eletrônicos existe
algum tipo de filtro. No campo das Telecomunicações e da Instrumentação In-
dustrial, por exemplo, os filtros têm presença acentuada.

O filtro elétrico é um quadripolo capaz de atenuar determinadas frequências


contidas em um sinal e permitir a passagem de outras.

Os filtros ativos são construídos com elementos passivos conectados a ele-


mentos ativos como transistores e amplificadores operacionais.

Os primeiros filtros ativos foram construídos com válvulas que consumiam


potência elevada e geravam grande quantidade de ruídos, com baixo ganho.
A segunda geração de filtros ativos foi desenvolvida com o uso de transistores
que possuíam baixo consumo de energia e menores níveis de ruídos, mas
mesmo assim ainda não eram o ideal para a aplicação em algumas áreas e
para isso foi desenvolvida a terceira geração, que utiliza como elemento ativo
os amplificadores operacionais ou AO, que possuem características técnicas
que conferem a eles altíssimo desempenho quando aplicados nos filtros ativos.
São elas: alta impedância de entrada e baixa impedância de saída.

Os filtros ativos têm várias vantagens em relação aos filtros passivos,


tais como:
1. Não utilizam indutores como elemento filtrante, o que diminui o volume
dos equipamentos, pois eliminam os indutores; quando trabalham em
baixas frequências, são bastante volumosos;
2. Facilidade no projeto de filtros complexos devido à escalabilidade dos
circuitos;
3. Os sinais de entrada podem ser amplificados graças à característica de
amplificação do AOs;
4. Grande flexibilidade de projetos.

Por outro lado, existem algumas desvantagens dos filtros ativos. Como todo
sistema eletrônico, temos algumas limitações que podem ser classificadas como
desvantagens, se comparados aos filtros passivos.

São elas:
1. Necessitam de fonte de alimentação para funcionar;
2. Como utilizam amplificadores operacionais, a resposta em frequência
está limitada às características destes.

Esses filtros podem ser classificados de acordo com três aspectos:

8
• Função executada;
• Tecnologia empregada;
• Função-resposta (aproximação) utilizada.

Quanto à função dos filtros, podemos destacar quatro tipos básicos:


a) Filtro Passa-Baixas (PB): permite a passagem de frequências que este-
jam abaixo da frequência de corte (fc).

fc = Frequência de corte
dB
fc

Frequência (Hz)
Figura 1 – Gráfico do filtro passa-baixas
Fonte: Acervo do Conteudista

b) Filtro Passa-Altas (PA): permite a passagem de frequências que este-


jam acima da frequência de corte (fc).

dB

fc
fc = Frequência de cortev

Frequência (Hz)
Figura 2 – Gráfico do filtro passa-altas
Fonte: Acervo do Conteudista

c) Filtro Passa-Faixa (PF): permite apenas a passagem da frequência que


está entre as frequências de corte fc1 e fc2.

dB

fc1 fc2

Frequência (Hz)
Figura 3 – Gráfico do filtro passa-faixa
Fonte: Acervo do Conteudista

9
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Unidade Filtros Ativos

d) Filtro Rejeita-Faixa (RF): permite a passagem apenas das frequências


acima ou abaixo das frequências de corte fc1 e fc2, rejeitando o inter-
valo entre elas.

Implementação com Amp-Ops:


Filtros Rc Ativos
Para o estudo dos filtros ativos com Amplificadores Operacionais, escolhemos a
topologia Sallen Key, que pode ser usada para a implementação de filtros passa-
-baixas, passa-altas e passa-faixa.

As principais características dessa topologia são:


• A função de transferência é de fácil implementação;
• Possui ganho unitário ou superior;
• Para construção do circuito, utilizam-se poucos componentes como amplifica-
dores operacionais, resistores e capacitores.

A seguir, apresentamos a estrutura básica para a montagem de um filtro com


topologia Salem Key (Figura 4):

Onde:
RA = impedância 1 – Z1;

RB = impedância 2 – Z2;

RC = impedância 4 – Z4;

RD = impedância 3 – Z3.

Figura 4 – Circuito básico da Topologia Sallen Key


Fonte: Acervo do Conteudista

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Se considerarmos um amplificador operacional ideal, podemos escrever a fun-
ção de transferência genérica como:
Vout Rd Rc
=
Vin Ra Rb + Rc ( Ra + Rb ) + Rd Rc

Filtro ativo Passa-Baixas

Figura 5 – Filtro ativo tipo passa-baixas


Fonte: Acervo do Conteudista

Os circuitos que trabalham como filtros de frequência ou com sinal analógico


interpretam as resistências como impedância, como tratado em outras Unidades
do Curso.

Por esse motivo, devemos entender que:


1 1
Z1= RA, Z2=RB, Z 3 = ,Z4 =
sC2 sC1
Dessa forma, a função de transferência fica:
(2π f c ) 2
H (s) =
f
s 2 + 2π c s + 2π f c ) 2
Q
Como tratado anteriormente, o filtro passa-baixa atenua as frequências que es-
tão acima da frequência de corte, conforme Figura 6.

Dessa forma, precisamos determinar o valor dessa frequência:


1
fc =
2π RA RB C1C2

11
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Unidade Filtros Ativos

O fator Q é calculado por:


Q = fator de qualidade do filtro:
1
Q=
2π f c C2 ( RA + RB )
A resultante do fator de qualidade Q vai determinar o formato da resposta do
filtro, que pode ser:
• Se Q=0,5, a resposta será do tipo Bessel, em que a faixa de passagem e de
rejeição são planas e a região de transição é suave;
• Se Q=0,707, a resposta será do tipo Butterworth, em que a faixa de passagem
e a de rejeição são planas e a região de transição é moderada;
• Se Q > 0,707, a resposta será do tipo Chebyshev, em que a faixa de passagem
sofre oscilação, a região de transição é moderada e a faixa de rejeição é plana.

fc = Frequência de corte
dB
fc

Frequência (Hz)
Figura 6 – Curva de funcionamento do filtro passa-baixas
Fonte: Acervo do Conteudista

Filtro Ativo Passa-Altas


RB

Vin CA CB
7
1

3
6
2

Vout
4
5

RA

Figura 7 – Circuito do filtro passa-altas


Fonte: Acervo do Conteudista

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dB
fc
fc = Frequência de corte

Frequência (Hz)
Figura 8 – Gráfico do filtro passa-altas
Fonte: Acervo do Conteudista

Os circuitos de filtro ativo do tipo passa-altas (Figura 7) são circuitos capazes de


atenuar frequências que estejam abaixo da frequência de corte, conforme podemos
observar na Figura 8.

Observando o circuito da Figura 7, podemos entender que:


1 1
Z1 = Z2 = Z 3 = RA Z 4 = RB
sc A sCB

A equação de transferência para o circuito de filtro ativo passa-altas será:


(s)
2

H (s) =
 f 
s 2 + 2π  c  s + 2π f c )
2

Q 
1
fc =
2π RA RB C ACB
1
Q=
2π f c RB ( C A + CB )

Q = fator de qualidade do filtro.

Filtro Ativo Passa-Faixa

Figura 9 – Circuito de filtro passa-faixa


Fonte: Acervo do Conteudista

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Unidade Filtros Ativos

O circuito ativo passa-faixa atenua as frequências que estão abaixo da frequência


de corte fc1 e acima da frequência de corte fc2, conforme pode ser visto na forma
de onda da Figura 10.

dB

fc1 fc2

Frequência (Hz)
Figura 10 – Gráfico do circuito passa-faixa
Fonte: Acervo do Conteudista

Para o circuito da Figura 9, temos a função de transferência, analisada pelo do-


mínio da frequência:
S
H (S ) =
ω
S 2 + 0 S + ω02
Q
s
R AC A
H (s) =
 1 1 1  RA + RB
s2 +  + + s+
 RAC A RC C A RC CB  RA RB RC C ACB

A frequência central f0 é dada por:


1 RB + RA
f0 =
2π C ACB RA RB RC
2π f 0
Q=
 1 1 1 
 + + 
 RAC A RC C A RC CB 

Simulação Computacional
Para que possamos ter uma análise mais precisa sobre o comportamento dos
filtros, podemos simular ou mesmo montar esses circuitos e testar seu funcionamento.

Dessa forma, vamos simular o circuito proposto utilizando um programa de simulação de cir-
Explor

cuitos como Proteus ou mesmo qualquer outro simulador on-line de sua preferência, como,
por exemplo, o disponível em: http://www.falstad.com/circuit/

14
C2

1nF

Vin

7
1
RA R1 3
Gerador 6
33k 33k
2

Vout
A

4
5
C1 R2 C
1000pF 5.6k
D

R3
10k

Figura 11 – Circuito para simulação


Fonte: Acervo do Conteudista

Aplique a esse circuito frequências entre 6Hz e 30Khz, e observe a atenuação


do sinal de saída.

Esse procedimento será repetido na aula prática em Laboratório.

Cálculo de um Circuito de Filtro Ativo Passa-Faixa

C1 R3
?
10nF
R1 C2
U1
?
4
1
5

1uF
12V
2
6
3
?
R2 R5
7

10k 741

R4
?

R6 C3
10k 10nF

Figura 12 – Circuito de filtro ativo passa-faixa


Fonte: Acervo do Conteudista

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Unidade Filtros Ativos

Onde:
f = frequência central do filtro em hertz (Hz);

Q = fator de qualidade;

G = ganho de tensão;

C = capacitância em farads (F).

Tomemos como exemplo o cálculo de um filtro que tenha por frequên-


cia central 1K Hz. Para o valor dos capacitores, utilizaremos os valores típicos
de 10nF. O ganho será considerado de G=2, e a qualidade do indutor Q=5:
Q Q 2.Q
R1 = R2 = R3 = R 4 =
2π . f .G C ( 2
)
2 Q − G 2π . f .C 2π . f .C
5
R1 = = 79, 6 KΩ
6, 28.1000.2.0 00000001
5
R2 = = 1, 65kΩ
( 50 − 2 ) ( 6 28 1000 .0, 00000001)
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R3 = R 4 = = 160Ω
( 6 28 1000 .0, 00000001)

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Instituto NCB
https://bit.ly/2IXagqR

Livros
Laboratório de Eletricidade e Eletrônica
CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de Eletricidade e Eletrônica.
24.ed. São Paulo: Erica, 2007.
Eletrônica analógica básica
Duarte, Marcelo de Almeida Eletrônica analógica básica / Marcelo de Almeida Duarte
; coordenação Nival Nunes de Almeida. - 1. ed. - Rio de Janeiro : LTC, 2017.

Vídeos
Implementação com Amp-Ops: filtros RC ativos
https://youtu.be/JDqfpXgyB_s
Filtro Ativo Rejeita Banda
https://youtu.be/ITDHqzVzLT0

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Unidade Filtros Ativos

Referências
BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de
Circuitos. 8.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de Eletricidade e Eletrônica.


24.ed. São Paulo: Erica, 2007.

CIPELLI, Antonio Marco Vicari; SANDRINI, Waldir Joao. Teoria e desenvolvi-


mento de projetos de circuitos eletrônicos. 21.ed. São Paulo: Erica, 2005.

DUARTE, Marcelo de Almeida; ALMEIDA, Nival Nunes. Eletrônica analógica


básica. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

PERTENCE JR., Antonio. Amplificadores operacionais e filtros ativos. 8.ed.


Porto Alegre: Bookman, 2015. E-Book.

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