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Cuidador principal
É cuidador principal quem, cumulativamente reúna as seguintes condições:
• Viva em comunhão de mesa e de habitação com a pessoa cuidada
•Preste cuidados de forma permanente
•Não exerça atividade profissional remunerada ou outro tipo de atividade incompatível com a prestação de cuidados permanentes à pessoa
cuidada
•Não esteja a receber prestações de desemprego
•Não receba remuneração pelos cuidados que presta à pessoa cuidada.
Após o reconhecimento como cuidador informal será emitido o Cartão de Identificação do Cuidador Informal.
Deveres
Relativamente à pessoa cuidada o cuidador informal, deve:
• Atender e respeitar os seus interesses e direitos
•Prestar apoio e cuidados à pessoa cuidada, em articulação e com orientação de profissionais da área da saúde e solicitar apoio no âmbito
social, sempre que necessário
•Garantir o acompanhamento necessário ao bem-estar global da pessoa cuidada
•Contribuir para a melhoria da qualidade de vida da pessoa cuidada, intervindo no desenvolvimento da sua capacidade funcional máxima e
visando a autonomia desta
•Promover a satisfação das necessidades básicas e instrumentais da vida diária, incluindo zelar pelo cumprimento do esquema terapêutico
prescrito pela equipa de saúde que acompanha a pessoa cuidada
•Desenvolver estratégias para promover a autonomia e independência da pessoa cuidada, bem como fomentar a comunicação e a socialização,
de forma a manter o interesse da pessoa cuidada
•Potenciar as condições para o fortalecimento das relações familiares da pessoa cuidada
•Promover um ambiente seguro, confortável e tranquilo, incentivando períodos de repouso diário da pessoa cuidada, bem como períodos de
lazer
•Assegurar as condições de higiene da pessoa cuidada, incluindo a higiene habitacional
•Assegurar à pessoa cuidada uma alimentação e hidratação adequadas.
Profissionais de referência
1. Os serviços competentes de saúde e da segurança social da área de residência da pessoa cuidada designam um profissional de referência,
de acordo com as necessidades da pessoa cuidada, a quem compete mobilizar os recursos disponíveis para assegurar, de forma integrada e
sistémica, os apoios e serviços para responder às necessidades ao nível dos cuidados de saúde e de apoio social.
2. Ao profissional de referência da segurança social compete igualmente prestar o apoio ao nível da informação sobre direitos e benefícios,
sinalização e encaminhamento para redes sociais de suporte, promovendo o cuidado no domicílio, designadamente através de apoio
domiciliário.
3. Ao profissional de referência da saúde compete, designadamente no contexto da equipa de saúde familiar, aconselhar, acompanhar,
capacitar e formar o cuidador informal, tendo em vista o desenvolvimento de competências no âmbito da prestação de cuidados à pessoa
cuidada.
Grupos de autoajuda
1. O cuidador informal tem direito a participar em grupos de autoajuda, criados nos serviços de saúde responsáveis pelo seu acompanhamento,
dinamizados por profissionais de saúde numa ótica de entreajuda e partilha de experiências, constituídos por pessoas que vivem ou
vivenciaram situações e ou dificuldades similares, minimizando o seu eventual isolamento.
2. Os grupos de autoajuda visam:
1. Proporcionar informação, apoio e encorajamento;
2. Promover a autoestima, confiança e estabilidade emocional;
3. Fomentar a intercomunicação e o estabelecimento de relações de suporte positivas;
4. Minimizar o isolamento fomentando a integração na comunidade.
1. Para viabilizar a participação do cuidador nos grupos de autoajuda, e caso seja necessário, o profissional de referência da segurança social
deve prestar informação acerca das redes sociais de suporte existentes e que sejam mais adequadas para colmatar a sua eventual ausência
temporária.
Formação e informação
1. Os serviços de saúde devem assegurar ao cuidador informal informação específica adequada às necessidades da pessoa cuidada e à
melhor forma de lhe prestar os cuidados necessários, em colaboração com os serviços da segurança social, sempre que necessário.
2. Nas situações em que a pessoa cuidada resida em concelho diferente do cuidador, devem os competentes serviços de saúde assegurar a
necessária articulação por forma a que possa ser garantida ao cuidador informal a formação necessária e adequada à situação.
3. Compete aos serviços da área da saúde definir os conteúdos e as formas de organização da formação e informação específica de acordo
com as atividades a desenvolver pelo cuidador informal, identificadas no PIE do cuidador, em colaboração com os serviços da segurança
social, sempre que necessário.
Apoio psicossocial
1. Os recursos da área da segurança social e da saúde, sem prejuízo da articulação com outros recursos de ação social da comunidade,
asseguram o apoio psicossocial ao cuidador informal através de uma intervenção de natureza sistémica e articulada com o objetivo de:
asseguram o apoio psicossocial ao cuidador informal através de uma intervenção de natureza sistémica e articulada com o objetivo de:
1. Promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais;
2. Promover as condições necessárias para a prestação de cuidados adequados ao bem-estar da pessoa cuidada;
3. Prestar informação e assegurar o encaminhamento para respostas e serviços que permitam resolver situações complexas e promover a
tomada de decisões.
1. Na prestação do apoio psicossocial deve ser salvaguardado o princípio da intervenção mínima, no sentido de assegurar a continuidade da
prestação dos cuidados de uma forma articulada entre os intervenientes.
Deveres
A pessoa cuidada deve participar e colaborar, tendo em conta as suas capacidades, no seu processo terapêutico, incluindo o plano de cuidados
que lhe são dirigidos.
Concelhos objeto de projeto-piloto
Os concelhos objeto de projeto-piloto, definidos no Anexo à Portaria n.º 64/2020, de 10 de março, são os seguintes: