Você está na página 1de 69

Apostila de Cálculo 1

Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

2022/01 CÁLCULO 1
Funções

Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

1
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
1. FUNÇÕES ................................................................................................................................... 1
Definição 1. Função .....................................................................................................................................2

2. DETERMINAÇÃO DO DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO......................................................... 5

3. GRÁFICOS .................................................................................................................................. 6

4. TESTE DA RETA VERTICAL .................................................................................................. 7

5. ZERO DE UMA FUNÇÃO ......................................................................................................... 7


Definição 2. Zero de uma Função: ............................................................................................................... 7

6. SINAL DE UMA FUNÇÃO ........................................................................................................ 8


Definição 3. Função Positiva: ....................................................................................................................... 8
Definição 4. Função Negativa: ..................................................................................................................... 8

7. FUNÇÃO CRESCENTE E DECRESCENTE ............................................................................ 9


Definição 5. Função Crescente: ................................................................................................................... 9
Definição 6. Função Decrescente:................................................................................................................ 9

8. OPERAÇÕES COM FUNÇÕES............................................................................................... 11

9. FUNÇÃO COMPOSTA ............................................................................................................ 12


Definição 7. Função Composta ..................................................................................................................12
Definição 8. Função Injetora ......................................................................................................................13
Definição 9. Função Sobrejetora................................................................................................................13
Definição 10. Função Bijetora .................................................................................................................13
Definição 11. Função Inversa ..................................................................................................................14

10. FUNÇÕES ELEMENTARES ............................................................................................... 15

10.1. Função Constante ...............................................................................................................................15

10.2. Função do primeiro Grau: Função afim ...............................................................................................15


Definição 12. Lei de Formação ................................................................................................................17
10.2.1. Função linear: .............................................................................................................................18
10.2.2. Função Identidade ......................................................................................................................18
10.2.3. Sinal da função do primeiro Grau ...............................................................................................19
10.2.4. Inequação de Primeiro Grau .......................................................................................................20

10.3. Função do Segundo Grau (Função Quadrática) ...................................................................................26


10.3.1. Inequação do segundo grau .......................................................................................................30

10.4. Função Potência ..................................................................................................................................35


Definição 1. Função Par .............................................................................................................................38
Definição 2. Função Ímpar .........................................................................................................................39

10.5. Função Racional ..................................................................................................................................40

10.6. Função Modular ..................................................................................................................................41


Definição 3. Módulo ou valor absoluto ...................................................................................................... 41
10.6.1. Equação modular .......................................................................................................................49
10.6.2. Inequação modular ....................................................................................................................50

2
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.7. Função Exponencial de base 𝒂 ............................................................................................................56

10.8. Função Logarítmica de base 𝒂.............................................................................................................57

10.9. Função definida por várias partes .......................................................................................................58


Definição 5. Função Periódica ...................................................................................................................59

10.10. Funções Trigonométricas ...............................................................................................................59


10.9.1. Função Seno ...............................................................................................................................59
10.9.2. Função Cosseno..........................................................................................................................60
10.9.3. Função Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante ................................................................61

3
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

1. FUNÇÕES

Nesta seção, abordaremos o conceito de funções. Informalmente, podemos imaginar a


função como uma máquina chamada 𝑓, que associa grandezas. Para cada valor 𝑥 que entra na
máquina resulta um único valor de saída que denotamos por 𝑦 , ou seja, podemos escrever 𝑦 =
𝑓(𝑥) (leia-se “𝑦 igual a 𝑓 de 𝑥”).

Figura 1: Diagrama que mostra a função como uma espécie de “máquina”.

Antes de definirmos formalmente o que é uma função, vamos ilustrar através de do


exemplo a seguir.
Uma cultura de 100 bactérias foi localizada num objeto. O número de bactérias dobra a
cada hora.
a) Quando esse número chegará em 3200?
b) E após 10 horas, quantas bactérias terá nesse objeto?

t (horas) nº bactérias
0 100
1 200 = 2 ⋅ 100
2 400 = 2 ⋅ (2 ⋅ 100) = 22 ⋅ 100
3 800 = 2 ⋅ (22 ⋅ 100) = 23 ⋅ 100
⋮ ⋮
𝑡
𝑡 2 ⋅ 100

𝐵(𝑡) = 2𝑡 ⋅ 100 (lei da relação de 𝑡 (em horas) e número de bactérias 𝐵(𝑡).


𝑓 (𝑥 ) = 2𝑥 ⋅ 100 (lei da relação de 𝑥 e 𝑓(𝑥)).
Para respondermos o “item a)”, precisamos descobrir para qual valor de 𝑡 teremos 3200
bactérias, ou seja:
3200 = 2𝑡 ⋅ 100
2𝑡 = 32
2𝑡 = 25

1
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
𝒕 = 𝟓 horas
Para o “item b)”, temos 𝑡 = 10, sendo assim:
𝐵(𝑡) = 2𝑡 ⋅ 100 ⇒ 𝐵(10) = 210 ⋅ 100 ⇒ 𝑩(𝟏𝟎) = 𝟏𝟎𝟐𝟒𝟎𝟎 bactérias

Definição 1. Função
Uma função 𝑓 é uma lei (regra) a qual para cada elemento 𝑥 de um conjunto 𝐴 faz
corresponder um único elemento chamado 𝑓(𝑥) em 𝐵.
𝑓: 𝐴 → 𝐵
𝑥 → 𝑓(𝑥)
ou
𝑓: 𝐴 → 𝐵
𝑥→𝑦
onde 𝑦 = 𝑓(𝑥 ).

Usamos a seguinte notação:


𝑓: 𝐴 → 𝐵 (lê-se: f é uma função de A em B)
A função 𝑓 transforma 𝑥 de A em 𝑦 de B, ou seja, 𝑓: 𝑥 → 𝑦.
Escrevemos, 𝑦 = 𝑓(𝑥) (lê-se: 𝑦 é igual a 𝑓 de 𝑥).
Os números 𝑥 e 𝑦 são variáveis. Uma variável 𝑦 se diz função de uma variável 𝑥, se
para todo valor atribuído a 𝑥, corresponde, por alguma lei ou regra, um único valor de 𝑦. Nesse
caso, denominamos 𝑥 como variável independente, e 𝑦, variável dependente.
Uma função pode ser representada através de sua lei de formação, assim como por
diagramas (conforme figura abaixo), tabelas e gráficos.

2
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplos e Contraexemplos de funções:

1)

Não é função pois existe um elemento no


conjunto A o qual se corresponde com dois
elementos no conjunto B.

2)

Não é função pois existe um elemento em 𝐴


que não tem correspondente em 𝐵.

3)

É função

A seguir definiremos, alguns conceitos básicos de funções:


A: Domínio: conjunto de todos os valores possíveis de 𝑥 (conjunto de partida).
Denotado por 𝐷 (𝑓 ).
B: Contradomínio (conjunto de chegada). Denotado por C𝐷(𝑓 ).
I: Imagem: conjunto formado por todos os elementos 𝑦 ∈ 𝐵 que correspondem a algum
elemento 𝑥 ∈ 𝐴. Denotado por 𝐼𝑚(𝑓 ). O conjunto imagem é subconjunto do contradomínio. Se
um elemento 𝑥 ∈ 𝐴, tal que 𝑓 (𝑥 ) = 𝑦 então, dizemos que y é imagem de x.
OBS: Ao longo deste texto trabalharemos com funções reais de variável real. Ou seja,
o domínio e contradomínio serão sempre subconjuntos dos números reais (ou o próprio ℝ ).

3
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Exemplo: Dada a função representada pelo diagrama abaixo, determine: domínio,


contradomínio, imagem e a lei da função:

𝐷 (𝑓 ) = 𝐴
𝐶𝐷(𝑓 ) = 𝐵
𝐼𝑚( 𝑓) = {2,4,6,8}
𝑓(𝑥) = 2𝑥 (lei da função)

Exemplo: Considere os conjuntos 𝐴 = {1,2,3,4} e 𝐵 = ℝ. Seja 𝑓 : 𝐴 → 𝐵 uma lei que a

cada elemento de 𝐴 faz corresponder o seu triplo. Determine:


a) a lei da função: 𝑓(𝑥) = 3𝑥
b) a imagem da função: 𝐼𝑚( 𝑓) = {3,6,9,12}
c) o domínio da função: 𝐷(𝑓) = 𝐴
d) a imagem do elemento 𝑥 = 3: 𝑓(3) = 9
e) 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) = 12: 𝑥=4

5𝑥 5(2) 10
Exemplo: Seja 𝑓 a função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑥2 −4. Determine. 𝑓(2) = =
(2)2 − 4 0
5(−1) 5 Não existe divisão por
a) 𝑓(−1) = (−1)2−4 = 3 zero

b) 𝑥 = 2 pertence ao domínio de 𝑓?
Observe que para x=2 temos 𝑥 2 − 4 = 22 − 4 = 4 − 4 = 0. Neste caso, como não
existe divisão por zero, x=2 não pertence ao domínio da função f.

c) Para que valores de 𝑥 a 𝑓 está definida?


𝑥2 − 4 ≠ 0
𝑥2 ≠ 4
𝑥 ≠ ±2 𝐷(𝑓 ) = ℝ − {+2, −2}

4
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

2. DETERMINAÇÃO DO DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO

O domínio de uma função é o conjunto formado por todos os números reais que possuem
correspondentes também reais através da lei da função. Ou seja, se uma função for definida
através de uma lei de formação e não houver domínio explicitado, então o domínio será
considerado o conjunto dos números reais para os quais a lei fornece um valor real.

Exemplo: Determinar o domínio e a imagem de cada uma das funções abaixo:


1
a) 𝑓(𝑥) = 𝑥

b) 𝑓(𝑥) = √𝑥
c) 𝑓(𝑥) = √𝑥 − 1

Respostas:
a) 𝑥 ≠ 0 𝐷(𝑓) = ℝ∗ 𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ∗

b) 𝑥 ≥ 0 𝐷(𝑓) = [0, +∞) 𝐼𝑚( 𝑓) = [0, +∞)

c) 𝑥 − 1 ≥ 0 ⇒ 𝑥 ≥ 1 ⇒ 𝐷(𝑓) = [1, +∞) 𝐼𝑚( 𝑓) = [0, +∞)

Nas funções algébricas:


1
1) 𝑓(𝑥) = 𝛼 𝛼≠0

2) 𝑓(𝑥) = 𝑛√𝛽 𝛽≥0 𝑛 = nº par


1
3) 𝑓(𝑥) = 𝑛 ℘>0 𝑛 = nº par
√℘

5
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

3. GRÁFICOS

O método mais comum de visualizar uma função consiste em fazer seu gráfico. Se 𝑓
for uma função de domínio 𝐴, então seu gráfico será o conjunto de pares ordenados para cada
x do domínio.
𝐺 = {(𝑥, 𝑓(𝑥))| 𝑥 ∈ 𝐴}
Em outras palavras o gráfico de 𝑓 consiste em todos os pontos (𝑥, 𝑦) do plano
coordenado tais que 𝑦 = 𝑓(𝑥) e 𝑥 está no domínio da 𝑓.
Exemplo:
1) Dado o gráfico de uma função 𝑓 abaixo:

a) Encontre os valores de 𝑓(1) e 𝑓(5). R: 𝑓(1) = 3 𝑓(5) = 2


b) Determine o 𝐷(𝑓) R:[0,8]
c) Determine a 𝐼𝑚( 𝑓) R:[1,5]

6
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

4. TESTE DA RETA VERTICAL

A partir da definição de função, podemos afirmar que uma curva no plano coordenado é
um gráfico de uma função 𝑥 se, e somente se, nenhuma reta vertical intercepta (corta) a curva
mais de uma vez.

É função Não é função

5. ZERO DE UMA FUNÇÃO

Definição 2. Zero de uma Função:


Dizemos que um número real 𝑎 no domínio de uma função 𝑓 é um Zero de 𝑓 se
𝑓 (𝑎) = 0, ou seja, a imagem do número 𝑎 é igual a zero.

Exemplo: Considere a função 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 + 𝑥 − 2. Para achar os zeros desta função precisamos

fazer 𝑓 (𝑥 ) = 0, isto é, precisamos resolver: 𝑥 2 + 𝑥 − 2 = 0.


Assim, temos que os números reais 1 e −2 são zeros da função 𝑓 (𝑥 ).
Observe que 𝑓(1) = 12 + 1 − 2 = 0 e 𝑓 (−2) = (−2)2 + (−2) − 2 = 0.

7
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

6. SINAL DE UMA FUNÇÃO

Definição 3. Função Positiva:


Uma função 𝑓 é positiva em um número 𝑐 se 𝑓 (𝑐 ) > 0.

Definição 4. Função Negativa:


Uma função 𝑓 é negativa em um número 𝑐 se 𝑓 (𝑐 ) < 0.

Graficamente, a função é positiva nos intervalos onde o gráfico está acima do eixo 𝑥 e negativa
nos intervalos onde o gráfico está abaixo do eixo 𝑥.
Exemplo:

A função é positiva em: (𝑎, 𝑏) ∪ (𝑐, 𝑑) ∪ (𝑒, 𝑔) ∪ (ℎ , +∞).


A função é negativa em: (−∞, 𝑎) ∪ (𝑏, 𝑐) ∪ (𝑑, 𝑒) ∪ (𝑔, ℎ).

8
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

7. FUNÇÃO CRESCENTE E DECRESCENTE

No gráfico acima, podemos perceber que os valores de y (ou os valores da imagem da


função) aumenta do ponto A para o ponto B e do ponto C para o ponto D. Mais ainda, diminuem
do ponto B para o ponto C e do ponto D para o ponto E.
Dizemos que a função 𝑓é crescente nos intervalos (𝑎, 𝑏) e (𝑐, 𝑑 ) e decrescente nos
intervalos (𝑏, 𝑐 ) e (𝑑, 𝑒).
Observamos que para quaisquer 𝑥1 , 𝑥2 ∈ (𝑎, 𝑏) se 𝑥1 < 𝑥2 temos 𝑓(𝑥1 ) < 𝑓(𝑥2 ), ou
seja, à medida que os valores de 𝑥 aumentam, suas imagens também aumentam, logo a função
é crescente.

Definição 5. Função Crescente:


Uma função é chamada crescente em um intervalo 𝐼 se para quaisquer 𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐼 se
𝑥1 < 𝑥2 então 𝑓(𝑥1 ) < 𝑓(𝑥2 ).

Observamos que para quaisquer 𝑥3 , 𝑥4 ∈ (𝑑, 𝑒) se 𝑥3 < 𝑥4 , temos 𝑓(𝑥3 ) > 𝑓(𝑥4 ), ou
seja, à medida que os valores de 𝑥 aumentam, suas imagens diminuem, logo a função é
decrescente.

Definição 6. Função Decrescente:


Uma função é chamada decrescente em um intervalo 𝐼 se para quaisquer 𝑥3 , 𝑥4 ∈ 𝐼 se
𝑥3 < 𝑥4 então 𝑓(𝑥3 ) > 𝑓(𝑥4 ).

9
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplos:

a) 𝑓(𝑥) = √𝑥

Função crescente

b) 𝑓(𝑥) = −𝑥 + 1

Função decrescente

c) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2

▪ Função decrescente em (-∞,0)


▪ Função crescente em (0,+∞)

10
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

8. OPERAÇÕES COM FUNÇÕES


Considere as funções f e 𝑔 . Para todo 𝑥 no domínio comum de 𝑓 e 𝑔, definimos:
▪ Função soma:
(𝑓 + 𝑔)(𝑥 ) = 𝑓 (𝑥 ) + 𝑔(𝑥 )
▪ Função diferença:
(𝑓 − 𝑔)(𝑥 ) = 𝑓 (𝑥 ) − 𝑔(𝑥 )
▪ Função produto:
(𝑓 ⋅ 𝑔)(𝑥 ) = 𝑓 (𝑥 ) ⋅ 𝑔(𝑥 )

Além disso, para todo 𝑥 no domínio comum de 𝑓 e 𝑔 tal que 𝑔(𝑥) ≠ 0, podemos
definir:
▪ Função quociente:
𝑓 𝑓(𝑥)
(𝑔) (𝑥 ) = 𝑔(𝑥), com 𝑔(𝑥) ≠ 0

Sendo assim, 𝐷(𝑓 + 𝑔) = 𝐷(𝑓 − 𝑔) = 𝐷 (𝑓 ⋅ 𝑔) = 𝐷(𝑓 ) ∩ 𝐷(𝑔) e


𝑓
𝐷 ( ) = {𝑥 ∈ 𝐷(𝑓) ∩ 𝐷(𝑔) | 𝑔(𝑥) ≠ 0}
𝑔

Exemplo:

1) Sejam as funções 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 1 e 𝑔(𝑥) = √𝑥. Determine:


a) (𝑓 + 𝑔)(𝑥) e seu domínio.
(𝑓 + 𝑔)(𝑥) = 2𝑥 + 1 + √𝑥
𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐷 (𝑔 ) = ℝ +
𝐷(𝑓 + 𝑔) = [0; +∞)
𝑓
b) ( ) (𝑥) e o seu domínio.
𝑔
𝑓 2𝑥+1 𝑓
(𝑔) (𝑥) = 𝐷 (𝑔) = ℝ∗+
√𝑥

c) (𝑓 − 𝑔)(4)
(𝑓 − 𝑔)(𝑥) = 2𝑥 + 1 − √𝑥
(𝑓 − 𝑔)(4) = 2(4) + 1 − √4
(𝑓 − 𝑔)(4) = 7

11
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

9. FUNÇÃO COMPOSTA
Considere duas funções 𝑓 e 𝑔. Se escolhermos um número 𝑥 pertencente ao domínio de
𝑔, encontramos sua imagem 𝑔(𝑥). Se esse número 𝑔(𝑥) pertence ao domínio de 𝑓, então
podemos calcular o valor de 𝑓(𝑔(𝑥 )):

𝑔: 𝐴 → 𝐵 𝑓: 𝐵 → 𝐶
(𝑓𝑜𝑔)(𝑥 ) = 𝑓(𝑔(𝑥 ))
Assim definimos a função composta de duas funções dadas 𝑓 e 𝑔.

Definição 7. Função Composta


Dadas as funções 𝑓e 𝑔, a função composta, denotada por 𝑓𝑜𝑔, é definida por:
(𝑓𝑜𝑔)(𝑥 ) = 𝑓(𝑔(𝑥 )),
para todo 𝑥 no domínio de 𝑔 tal que 𝑔(𝑥) pertence ao domínio de 𝑓.

OBS.:
O domínio da 𝑓𝑜𝑔 é o conjunto formado por todos os elementos 𝑥 do domínio da 𝑔 para
os quais 𝑓(𝑔(𝑥)) é um número real (ou seja, 𝑔(𝑥) ∈ 𝐷(𝑓)).

Exemplo:
1) Sejam as funções 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 e 𝑔(𝑥) = 𝑥 − 3.
Determine:
a) 𝑓𝑜𝑔 e seu domínio.
𝑓(𝑔(𝑥)) = 𝑓(𝑥 − 3) = (𝑥 − 3)2 = 𝑥 2 − 6𝑥 + 9
(𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = 𝑥 2 − 6𝑥 + 9
𝐷 (𝑓 ) = ℝ 𝐷 (𝑔 ) = ℝ
𝐷 (𝑓 ∘ 𝑔 ) = ℝ
b) 𝑔𝑜𝑓 e o seu domínio.
𝑔(𝑓(𝑥)) = 𝑔(𝑥 2 ) = 𝑥 2 − 3
(𝑔𝑜𝑓)(𝑥) = 𝑥 2 − 3
𝐷(𝑔𝑜𝑓 ) = ℝ

12
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 8. Função Injetora


Dizemos que uma função 𝑓 é injetora se dados 𝑥1 , 𝑥2 no domínio de 𝑓 temos 𝑓(𝑥1 ) ≠ 𝑓(𝑥2 )
sempre que 𝑥1 ≠ 𝑥2 . Em outras palavras, elementos distintos no domínio da função 𝑓 não
possuem a mesma imagem.
Equivalentemente, se considerarmos 𝑥1 , 𝑥2 no domínio de 𝑓 tais que 𝑓(𝑥1 ) = 𝑓(𝑥2 ) então
devemos ter 𝑥1 = 𝑥2 .

Definição 9. Função Sobrejetora


Dizemos que uma função𝑓: 𝐴 → 𝐵 é sobrejetora se para todo 𝑦 ∈ 𝐵, existe 𝑥 ∈ 𝐴 tal que
𝑓 (𝑥 ) = 𝑦. Em outras palavras, dizemos que 𝑓 é sobrejetora quando 𝐼𝑚( 𝑓) = 𝐶𝐷(𝑓).

Definição 10. Função Bijetora


Dizemos que uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵é bijetora quando ela for injetora e sobrejetora
simultaneamente.

Exemplos:

A função 𝑓, de 𝐴 = {−1,0,1,2} em 𝐵 = {0,1,4} definida pela lei 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 é sobrejetora,


pois para todo elemento 𝑦 ∈ 𝐵existe um elemento 𝑥 ∈ 𝐴 tal que 𝑦 = 𝑥 2 .

A função 𝑓, de 𝐴 = {0,1,2,3} em 𝐵 = {1,2,3,4} definida pela lei 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 + 1 é bijetora.

13
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 11. Função Inversa


Se 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é uma função bijetora, definimos a função inversa de 𝑓, denotada por 𝑓 −1 , como
sendo a função 𝑓 −1 ∶ 𝐵 → 𝐴 que satisfaz:

𝑓 −1 (𝑦) = 𝑥 ⇔ 𝑓(𝑥 ) = 𝑦.

Considere 𝑓: 𝐴 → 𝐵 uma função bijetora. Neste caso, para todo 𝑥 ∈ 𝐴 existe um único
elemento 𝑦 ∈ 𝐵 tal que 𝑓(𝑥) = 𝑦. A partir, disso temos a seguinte definição:
Propriedades da função inversa:
▪ 𝐷(𝑓 −1 ) = 𝐵 = 𝐼𝑚(𝑓)
▪ 𝐼𝑚(𝑓 −1 ) = 𝐴 = 𝐷(𝑓)
▪ (𝑦, 𝑥) ∈ 𝑓 −1 ⇔ (𝑥, 𝑦) ∈ 𝑓
▪ O gráfico de 𝑓 −1 é simétrico ao gráfico de 𝑓 em relação à reta 𝑦 = 𝑥.

Dada a função bijetora 𝑓: 𝐴 → 𝐵, definida pela lei 𝑦 = 𝑓(𝑥), para obtermos a lei que
define a inversa 𝑓 −1 procedemos da seguinte maneira:
(1) transformamos algebricamente a expressão 𝑦 = 𝑓(𝑥 ) até expressarmos 𝑥 em função
𝑦, ou seja, 𝑥 = 𝑓 −1 (𝑦).
(2) na lei 𝑥 = 𝑓 −1 (𝑦) permutamos as variáveis (𝑥 por 𝑦 e vice-versa), obtendo a lei:
𝑦 = 𝑓 −1 (𝑥).
Exemplo: Dada a função: 𝑓(𝑥 ) = 2𝑥 − 3 obtenha a lei da inversa da 𝑓.

Primeiro vamos transformar algebricamente a expressão 𝑦 = 2𝑥 − 3, até obtermos x em função


de y:
𝑓 (𝑥 ) = 2𝑥 − 3 ⇒ 2𝑥 = 3 + 𝑦 ⇒
𝑦 = 2𝑥 − 3 ⇒ 3+𝑦
𝑥=
−2𝑥 = −3 − 𝑦 ⇒ 2
3+𝑥
Agora, devemos permutar as variáveis (trocar 𝑥 por 𝑦 e vice-versa) assim: 𝑦 = 2
3+𝑥
Portanto, a inversa da 𝑓 dada é: 𝑓 −1 (𝑥 ) = .
2

14
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

10. FUNÇÕES ELEMENTARES

Função Constante
Seja 𝑓: ℝ ⟶ ℝ , tal que 𝑓 (𝑥 ) = 𝑐, onde 𝑐 é um número real fixado. Esta função recebe
o nome de função constante. Observe que para cada elemento 𝑥 ∈ ℝ associamos sempre o
mesmo elemento 𝑐 ∈ ℝ. O domínio é o conjunto dos números reais e a imagem é o conjunto
unitário formado pelo elemento 𝑐, ou seja: 𝐼𝑚(𝑓 ) = {𝑐}.
Exemplo:

𝑓(𝑥) = 3

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓 ) = {3}

Função do primeiro Grau: Função afim


Seja 𝑓: ℝ ⟶ ℝ , tal que 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ, 𝑎 ≠ 0. Esta função recebe o nome
de função afim.
O gráfico de uma função afim é uma reta.
O número real 𝑎 é chamado de coeficiente angular (ou declividade da reta representada
no plano cartesiano).
▪ Se 𝒂 > 𝟎 a função afim é crescente.
▪ Se 𝒂 < 𝟎 a função afim é decrescente.

O número real 𝑏 é chamado de coeficiente linear, e representa o valor onde a reta


intercepta (corta) o eixo do 𝑦.
O zero da função afim é determinado ao resolver a equação do primeiro grau:
−𝑏
▪ 𝑎𝑥 + 𝑏 = 0, que possui uma única solução dada por: 𝑥 = (abscissa do ponto
𝑎

onde a reta intercepta o eixo 𝑥).

O domínio e a imagem é o conjunto dos números reais.

15
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplos:

a) 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 1

𝑎=2 ,𝑏=1
Zero da função:
−1
2𝑥 + 1 = 0 ⇒ 2𝑥 = −1 ⇒ 𝑥 =
2
Como 𝑎 > 0 a função é crescente.
Pontos da reta:
▪ (0,1) onde intercepta o eixo 𝑦
−1
▪ ( 2 , 0) onde intercepta o eixo 𝑥

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ

b) 𝑓(𝑥) = −2𝑥 + 1

𝑎 = −2 , 𝑏 = 1
Zero da função:
1
−2𝑥 + 1 = 0 ⇒ −2𝑥 = −1 ⇒ 𝑥 =
2
Como 𝑎 < 0 a função é decrescente.
Pontos da reta:
▪ (0,1) onde intercepta o eixo 𝑦
1
▪ (2 , 0) onde intercepta o eixo 𝑥

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ

16
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 12. Lei de Formação


A Lei de formação de uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é a fórmula matemática que estabelece a forma
com que cada elemento 𝑥 ∈ 𝐴 se relacionará com o respectivo 𝑦 ∈ 𝐵.

Exemplo: Determine a lei de formação da função representada pelo gráfico abaixo.

A equação da reta é dada por 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 (1)


Este gráfico possui dois pontos que interceptam os
eixos coordenados.
O ponto 𝐴(2,0) é o zero da função que intercepta o
eixo 𝑥. (2)
O ponto 𝐵(0, −4) que intercepta o eixo 𝑦. (3)
O número real 𝑏, é o coeficiente linear, e representa o
valor onde a reta intercepta (corta) o eixo do 𝑦, assim
por (3) temos que o coeficiente linear vale −4, ou seja:
𝑏 = −4. (4)
Assim, por (1) e (4) temos: 𝑦 = 𝑎𝑥 − 4.
Por (2) sabemos que se 𝑥 = 2 temos 𝑦 = 0, e
substituindo isso na equação (1) temos:
0 = 𝑎 ⋅ 2 − 4 ⇒ 2𝑎 = 4 ⇒ 𝑎 = 2 (5)
Assim, por (4) e (5) temos que: 𝑦 = 2𝑥 − 4

17
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Casos particulares da função de primeiro grau
10.2.1. Função linear:
A função linear é um caso particular da função afim quando consideramos 𝑏 = 0,
ou seja, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥, 𝑎 ∈ ℝ, 𝑎 ≠ 0. O gráfico da função linear é uma reta que passa pela
origem, isto é, passa pelo ponto (0,0).
Exemplo:

𝑓 (𝑥 ) = −3𝑥
𝑎 = −3, 𝑏 = 0
Como 𝑎 <0 a função é decrescente.

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ

10.2.2. Função Identidade


Quando consideramos 𝑎 = 1 e 𝑏 = 0 na definição da função afim, temos a função
identidade dada por: 𝑓(𝑥 ) = 𝑥. Na função identidade a cada elemento 𝑥 ∈ ℝ associamos o
próprio 𝑥.
O gráfico é uma reta que passa pela origem (ponto (0,0)) e contém as bissetrizes do
primeiro e terceiro quadrante do plano cartesiano.
Observe que a função identidade é um caso particular da função linear.
Exemplo:

𝑓(𝑥) = 𝑥
𝑎 = 1, 𝑏 = 0
Como 𝑎 > 0 a função é crescente.

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ

18
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.2.3. Sinal da função do primeiro Grau

𝑏
Dada a função do primeiro grau 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏, temos que 𝑥 = − 𝑎 é o zero da função,
𝑏
ou seja, 𝑓 (− 𝑎) = 0.

Vamos examinar agora para quais valores de 𝑥 temos 𝑓(𝑥) > 0, ou seja, a função 𝑓 é
positiva, e para quais valores de 𝑥 temos f(𝑥) < 0, ou seja, a função 𝑓 é negativa.

1. Seja 𝒂 > 𝟎:
Já sabemos que o gráfico da função afim é uma reta, se o coeficiente angular é positivo
𝑏
a função é crescente, e 𝑥 = − 𝑎 é o zero da função (local onde a reta intercepta o eixo 𝑥). Para

estudar o sinal da função afim, podemos construir o gráfico de 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏 com 𝑎 > 0, sem
representarmos o eixo 𝑦, assim temos:
Para 𝑎 > 0:
𝑏
▪ 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏 > 0 ⟺ 𝑥 > − 𝑎
𝑏
ou seja, para 𝑥 > − a função é positiva.
𝑎

𝑏
▪ 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏 < 0 ⟺ 𝑥 < − 𝑎
𝑏
ou seja, para 𝑥 < − 𝑎 a função é
negativa.

2. Seja 𝒂 < 𝟎 :
Se o coeficiente angular é negativo a função é decrescente e construindo o gráfico de
𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏 com 𝑎 < 0, sem representarmos o eixo 𝑦, temos:
Para 𝑎 < 0:
𝑏
▪ 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏 > 0 ⟺ 𝑥 < − 𝑎,
𝑏
ou seja, para 𝑥 < − 𝑎 a função é positiva.

𝑏
▪ 𝑓 (𝑥 ) = 𝑎𝑥 + 𝑏 < 0 ⟺ 𝑥 > − 𝑎
𝑏
ou seja, para 𝑥 > − 𝑎 a função é negativa.

19
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.2.4. Inequação de Primeiro Grau

Considere 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ, 𝑎 ≠ 0. Uma inequação do primeiro grau (inequação linear em 𝑥)


é escrita em uma das seguintes formas:

𝑎𝑥 + 𝑏 < 0 𝑎𝑥 + 𝑏 ≤ 0 𝑎𝑥 + 𝑏 > 0 𝑎𝑥 + 𝑏 ≥ 0

Resolver uma inequação em 𝑥 significa encontrar todos os valores de 𝑥 para os quais a


inequação é verdadeira. O conjunto de todas as soluções de uma inequação é o que chamamos
de conjunto solução. Resolvemos uma inequação encontrando seu conjunto solução.
Na busca do conjunto solução de uma inequação aplicamos duas propriedades:
▪ Propriedade 1: Em uma inequação de primeiro grau ao somarmos uma
constante em ambos os lados da desigualdade esta não se altera. Ou seja:
Se 𝑎 + 𝑐 < 𝑏 então 𝑎 + 𝑐 − 𝑐 < 𝑏 − 𝑐, ou seja, 𝑎 < 𝑏 − 𝑐.
▪ Propriedade 2:
a) Ao multiplicarmos simultaneamente os membros de uma inequação por uma
constante positiva, a desigualdade não se altera, ou seja, se 𝑐 > 0, então:
Se 𝑎 < 𝑏, então 𝑎 ⋅ 𝑐 < 𝑏 ⋅ 𝑐
b) Se multiplicarmos simultaneamente os membros de uma inequação por uma
constante negativa (e não expressão), a desigualdade inverte. Ou seja, se 𝑐 < 0,
então:
Se 𝑎 < 𝑏, 𝑎 ⋅ 𝑐 > 𝑏 ⋅ 𝑐

Exemplo (1) Resolva: 7𝑥 + 6 > 0

Subtraímos (𝟔) em ambos os termos da


7𝑥 + 6 − 6 > 0 − 6
desigualdade (Prop.1).
7𝑥 > −6 Fazendo as simplificações possíveis.
1 1 1
7𝑥 ⋅ > −6 ⋅ Multiplicando por (7) (ou dividimos por 7) os
7 7
6 termos da desigualdade para termos apenas 𝑥 do
𝑥>−
7 lado esquerdo (Prop.2).
6
Portanto o conjunto solução desta inequação é: 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 > − 7} .

Outra forma de resolver a inequação do exemplo 1 é através da análise do sinal da função


afim 𝑓(𝑥 ) = 7𝑥 + 6.

20
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Outra forma de resolver o Exemplo (1) Resolva: 7𝑥 + 6 > 0

Função: 𝑓(𝑥) = 7𝑥 + 6 Gráfico Estudo do Sinal


▪ O gráfico é uma reta.
6
▪ Coeficientes: 𝑎 = 7, 𝑏 = 6 𝑓(𝑥) < 0 𝑠𝑒 𝑥 < −
7
▪ Como 𝑎 > 0 a função é 6
𝑓(𝑥) = 0 𝑠𝑒 𝑥 = −
crescente. 7
▪ Zero da função: 6
𝑓(𝑥) > 0 𝑠𝑒 𝑥 > −
7
6
7𝑥 + 6 = 0 ⇒ 𝑥 = −
7
6
Portanto o conjunto solução desta inequação é: 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 > − 7} .

Na resolução de uma inequação sempre devemos procurar transformá-la em outra


inequação equivalente e mais “simples” onde o conjunto solução pode ser obtido com mais
facilidade. Veja o exemplo a seguir:

Exemplo (2) Resolva: 3𝑥 + 1 > −4𝑥 − 5


Subtraímos (−𝟒𝒙 − 𝟓) em ambos os lados
(3𝑥 + 1) − (−𝟒𝒙 − 𝟓) > (−4𝑥 − 5) − (−𝟒𝒙 − 𝟓)
da desigualdade (Prop.1).
3𝑥 + 1 + 4𝑥 + 5 > 0 Fazendo as simplificações possíveis.
7𝑥 + 6 > 0 1
Multiplicando por (7) (ou dividimos por 7)
7𝑥 > −6
os termos da desigualdade para termos
6
𝑥>− apenas 𝑥 do lado esquerdo (Prop.2).
7

6
Portanto o conjunto solução desta inequação é: 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 > − 7} .

A inequação do exemplo (1) e a inequação do exemplo (2) são equivalentes, observe


que 7𝑥 + 6 > 0 foi obtido a partir de 3𝑥 + 1 > −4𝑥 − 5 através da subtração de (−𝟒𝒙 − 𝟓)
em ambos os termos da desigualdade, e por isso, possuem o mesmo conjunto solução.
As vezes duas inequações são combinadas em uma inequação dupla, que podem ser
resolvidas simultaneamente ou separando-as em duas inequações envolvidas (o que é indicado
quando mais de um lado da inequação envolve a variável 𝑥 ).

21
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
2𝑥−7
Exemplo (3) Resolva: −5 < ( 3
)≤3

2𝑥 − 7 Multiplicamos por 3 todos os termos da desigualdade,


−5 ⋅ 3 < ( )⋅3 ≤ 3⋅3
3 pois o denominador é 3 (Prop.2).
−15 < 2𝑥 − 7 ≤ 9
Fazendo as simplificações possíveis.
−15 + 7 < 2𝑥 ≤ 9 + 7
−8 < 2𝑥 ≤ 16 Dividindo por 2 todos os termos da desigualdade para
−4 < 𝑥 ≤ 8 obtermos apenas 𝑥 no meio da inequação (Prop.2).

Portanto o conjunto solução desta inequação é: 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 4 < 𝑥 ≤ 8} .

2𝑥−7
Exemplo (4) Resolva: −5𝑥 < ( ) ≤ 3.
3

Para resolver o exemplo (4), precisamos separar a inequação dada em duas inequações
pois existe dois termos da inequação original que envolve a variável 𝑥.
2𝑥−7 2𝑥−7
Assim, precisamos resolver (i) −5𝑥 < ( ) e (ii) ( ) ≤ 3, e interseccionar as duas
3 3

soluções encontradas para escrever o conjunto solução final.

Resolvendo (i) temos:


2𝑥 − 7
−5𝑥 < Multiplicamos por 3 todos os termos da desigualdade, pois
3
2𝑥 − 7 o denominador é 3 (Prop.2).
−5𝑥 ⋅ 3 < ( )⋅3
3
−15𝑥 < 2𝑥 − 7
Fazendo as simplificações possíveis.
−15𝑥 − 2𝑥 < −7
−17𝑥 < −7
−17𝑥 ⋅ (−1) < −7 ⋅ (−1) Ao multiplicar por (−1) todos os termos da desigualdade,
17𝑥 > 7 devemos inverter o sentido da desigualdade (pois estamos
7 multiplicando por um número negativo) (Prop.2).
𝑥>
17

7
Portanto o conjunto solução da inequação (i) é: 𝑆(𝑖) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 > 17} .

22
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Resolvendo (ii) temos:

2𝑥 − 7
≤3 Multiplicamos por 3 todos os termos da desigualdade,
3
2𝑥 − 7 pois o denominador é 3 (Prop.2).
( )⋅3≤ 3⋅3
3
2𝑥 − 7 ≤ 9
2𝑥 ≤ 9 + 7 Fazendo as simplificações possíveis.
2𝑥 ≤ 16

𝑥≤8
Dividimos por 2 todos os termos da desigualdade para
isolarmos 𝑥 (Prop.2).
Portanto o conjunto solução da inequação (ii) é: 𝑆(𝑖𝑖) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≤ 8} .
Devemos procurar agora a interseção das duas soluções:

7
𝑆(𝑖) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 > }
17
𝑆(𝑖𝑖) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≤ 8}
7
𝑆(𝐹) = 𝑆(𝑖) ∩ 𝑆(𝑖𝑖) = { 𝑥 ∈ ℝ | < 𝑥 ≤ 8}
17

Inequações que envolvem produtos cujos fatores são expressões do primeiro grau da
forma 𝑎𝑥 + 𝑏 podem ser resolvidas através do estudo de sinal das funções do primeiro grau, e
são chamadas inequações produto.
De acordo com a regra de sinais do produto de números reais, se os fatores possuem o
mesmo sinal, então o produto é positivo. Se os fatores possuem sinais diferentes, o produto é
negativo. Essa regra também vale para as inequações produto.

Exemplo (5) Resolva: (3 − 𝑥 )(3𝑥 − 2) > 0.

Uma forma de determinar o conjunto solução de (3 − 𝑥 )(3𝑥 − 2) > 0 (sem efetuar a


multiplicação (3 − 𝑥 ) ∙ (3𝑥 − 2) propriamente dita) precisamos determinar para quais valores
de 𝑥 os fatores 𝑓(𝑥) = 3 − 𝑥 e 𝑔(𝑥) = 3𝑥 − 2 possuem o mesmo sinal. Então, primeiro, vamos
estudar o sinal de cada um dos fatores:

23
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

𝑓(𝑥) = 3 − 𝑥 𝑔(𝑥 ) = 3𝑥 − 2

Agora, vamos estudar o sinal do produto 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥), construindo uma tabela a partir
das informações anteriores:

Assim a solução da inequação produto


(3 − 𝑥 )(3𝑥 − 2) > 0 é
2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 3 < 𝑥 < 3}.

Ou, em notação de intervalo:


2
𝑆 = (3 , 3).

Inequações que envolvem quociente cujo numerador e denominador são expressões do


primeiro grau da forma 𝑎𝑥 + 𝑏 também podem ser resolvidas através do estudo de sinal das
funções do primeiro grau, e são chamadas de inequações quocientes.
Considerando que as regras de sinais do produto e do quociente de número reais são
análogas, podemos então construir o quadro quociente de maneira semelhante ao quadro
produto, com a ressalva de que o denominador de uma fração nunca pode ser nulo.

2𝑥+3
Exemplo (6) Resolva: ≤2
1−𝑥
2𝑥+3
Para resolver a inequação 1−𝑥 ≤ 2 precisamos primeiro transformá-la em outra
inequação equivalente, ou seja, devemos reescrevê-la de modo a ter zero no lado direito, assim:

2𝑥 + 3 2𝑥 + 3
≤2⇒ − 2 ≤ 0 ⇒ (fazendo o mmc temos)
1−𝑥 1−𝑥

2𝑥 + 3 − 2(1 − 𝑥) 2𝑥 + 3 − 2 + 2𝑥 4𝑥 + 1
⇒ ≤0⇒ ≤0⇒ ≤0
1−𝑥 1−𝑥 1−𝑥

Agora, vamos estudar o sinal do numerador (definido pela função 𝑓(𝑥) = 4𝑥 + 1) e do


denominador (dado pela função 𝑔(𝑥) = 1 − 𝑥 separadamente:

24
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Numerador: 𝑓(𝑥) = 4𝑥 + 1 Denominador: 𝑔(𝑥 ) = 1 − 𝑥

▪ 𝑔(𝑥) ≠ 0 ⇒ 𝑥 ≠ 1, denominador não


pode ser igual a zero.

𝑓(𝑥)
Agora, vamos estudar o sinal do quociente g(𝑥) :

Assim a solução da inequação quociente


2𝑥 + 3 4𝑥 + 1
≤2 ⇔ ≤0
1−𝑥 1−𝑥
1
é 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ |𝑥 ≤ − 4 ou 𝑥 > 1}

Ou, em notação de intervalo:


1
𝑆 = (−∞, − ] ∪ (1, +∞)
4

25
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Função do Segundo Grau (Função Quadrática)
Uma função 𝑓: ℝ ⟶ ℝ é chamada função quadrática, ou polinomial do segundo grau,
se for da forma:
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
com 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ e 𝑎 ≠ 0.
O gráfico de uma função quadrática é uma parábola. A parábola possui um eixo de
simetria paralelo ao eixo 𝑦.
O coeficiente a determina se a concavidade da parábola é voltada para cima ou para
baixo:
▪ 𝑎 > 0 concavidade voltada para cima,
▪ 𝑎 < 0 concavidade voltada para baixo.

Os zeros ou raízes da função quadrática (se existirem) são os valores de 𝑥 pertencentes


aos reais tais que 𝑓 (𝑥 ) = 0, ou seja, as soluções reais da equação de segundo grau
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0.
Para obter as soluções dessa equação, pode se utilizar a fórmula de Bhaskara:

−𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐 −𝑏 ± √∆
𝑥= ⟶ 𝑥=
2𝑎 2𝑎

onde o discriminante é Δ = 𝑏2 − 4𝑎𝑐


O discriminante 𝛥 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐, determina se a função possui ou não raízes reais:
▪ ∆>0 duas raízes reais diferentes, ou seja 𝑥1 ≠ 𝑥2 ,
▪ ∆=0 duas raízes reais iguais, isto é: 𝑥1 = 𝑥2 ,
▪ ∆<0 não possui raízes reais.

Quando 𝑥1 ≠ 𝑥2 , a forma fatorada da função quadrática é 𝑦 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ).


Quando 𝑥1 = 𝑥2 , a forma fatorada da função quadrática é 𝑦 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )2 .

Essas informações podem ser resumidas na tabela seguir:

26
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
∆>0 ∆=0 ∆<0

𝑎 >0

𝑎 <0

Tabela 1. Gráfico da função de segundo grau.

O vértice da parábola é dado por: 𝑉 = (𝑥𝑣 , 𝑦𝑣 ), onde:


−𝑏
𝑥𝑣 = 2𝑎

−∆
𝑦𝑣 = 𝑓(𝑥𝑣 ) =
4𝑎
Para determinação da imagem temos:
▪ 𝑎 < 0 ⟷ 𝑦𝑣 é o valor máximo de 𝑓 ⟷ 𝐼𝑚(𝑓) = {𝑦 ∈ ℝ| 𝑦 ≤ 𝑦𝑣 }
▪ 𝑎 > 0 ⟷ 𝑦𝑣 é o valor mínimo de 𝑓 ⟷ 𝐼𝑚(𝑓) = {𝑦 ∈ ℝ| 𝑦 ≥ 𝑦𝑣 }

27
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo:
Dada a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 4𝑥 + 3, construa seu gráfico e determine o conjunto
imagem.
−𝑏±√𝑏2 −4𝑎𝑐
1. Achar as raízes: 𝑥 = 2𝑎

−(−4) ± √(−4)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ 3
𝑥=
2⋅1
4±√4
𝑥= 𝑥1 = 3 e 𝑥2 = 1
2
2. Achar o vértice:
3+1 4
𝑥𝑣 = = =2
2 2

𝑦𝑣 = 𝑓(𝑥𝑣 ) 𝑦𝑣 ⇒ 𝑓 (2) = (2)2 − 4(2) + 3 = −1


3. onde intercepta o eixo y: 𝑦 = 𝑐 = 3
Gráfico:

𝐼𝑚(𝑓) = [−1; +∞)

OBS: Algumas famílias de gráficos têm a mesma forma básica. Por exemplo, vamos
comparar o gráfico de 𝑦 = 𝑥 2 com os gráficos de quatro outras funções quadráticas:

28
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Deslocamento vertical. Deslocamento horizontal.

Reflexão em torno do eixo x. Deslocamento para a esquerda e


deslocamento para cima.

29
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.3.1. Inequação do segundo grau

Uma inequação do segundo grau é escrita em uma das seguintes formas:

𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ≤ 0 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ≥ 0

Resolver uma inequação em 𝑥 significa encontrar todos os valores de 𝑥 para os quais a


inequação é verdadeira. O conjunto formado por todos esses valores é denominado conjunto
solução.
Para resolvermos uma inequação de segundo grau devemos estudar o sinal da função
correspondente. O estudo de sinal depende do coeficiente a e do discriminante
𝛥 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐. Como existem duas possibilidades para o coeficiente a (𝑎 > 0 𝑜𝑢 𝑎 < 0) e três
possibilidades para ∆ (∆> 0 ou ∆= 0 ou ∆< 0), vamos ter seis combinações possíveis para o
gráfico da função de segundo grau. Faremos o estudo de sinal da função para cada uma das
possibilidades.

30
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
𝑎>0 𝑎<0
∆> 0, 𝑥1 ≠ 𝑥2 ∆> 0, 𝑥1 ≠ 𝑥2

▪ 𝑓(𝑥) > 0 𝑒𝑚 (−∞, 𝑥1 ) ∪ (𝑥2 , +∞) =


▪ 𝑓(𝑥) > 0 𝑒𝑚 (𝑥1 , 𝑥2 )
= ℝ − [𝑥1 , 𝑥2 ]
▪ 𝑓(𝑥) = 0 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑥1 𝑒 𝑥 = 𝑥2
▪ 𝑓(𝑥) = 0 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑥1 𝑒 𝑥 = 𝑥2
▪ 𝑓(𝑥) < 0 𝑒𝑚 (−∞, 𝑥1 ) ∪ (𝑥2 , +∞) =
▪ 𝑓(𝑥) < 0 𝑒𝑚 (𝑥1 , 𝑥2 )
= ℝ − [𝑥1 , 𝑥2 ]
∆= 0, 𝑥1 = 𝑥2 ∆= 0, 𝑥1 = 𝑥2

▪ 𝑓(𝑥) > 0 𝑒𝑚 (−∞, 𝑥1 ) ∪ (𝑥1 , +∞) = ℝ − {𝑥1 } ▪ ∄ 𝑥 ∈ ℝ | 𝑓 (𝑥 ) > 0


▪ 𝑓(𝑥) = 0 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑥1 = 𝑥2 ▪ 𝑓(𝑥) = 0 𝑒𝑚 𝑥 = 𝑥1 = 𝑥2
▪ ∄ 𝑥 ∈ ℝ | 𝑓(𝑥) < 0 ▪ 𝑓(𝑥) < 0 𝑒𝑚 (−∞, 𝑥1 ) ∪ (𝑥1 , +∞) = ℝ − {𝑥1 }

∆< 0, ∄ raiz ℝ ∆< 0, ∄ raiz ℝ

▪ 𝑓(𝑥 ) > 0 em ℝ ▪ ∄ 𝑥 ∈ ℝ | 𝑓(𝑥) > 0

▪ ∄ 𝑥 ∈ ℝ | 𝑓 (𝑥 ) = 0 ▪ ∄ 𝑥 ∈ ℝ | 𝑓(𝑥) = 0
▪ 𝑓(𝑥) < 0 em ℝ
▪ ∄ 𝑥 ∈ ℝ | 𝑓 (𝑥 ) < 0

31
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo:
1) Resolva 𝑥 2 − 8𝑥 + 12 ≤ 0.

𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 − 8𝑥 + 12 ⟶ 𝑎 = 1, 𝑏 = −8 𝑒 𝑐 = 12
▪ Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 ▪ 𝑎 > 0 ⟶ Parábola tem concavidade
voltada para cima
Δ = (−8)2 − 4(1)(12)
Δ = 64 − 48
Δ = 16 ⟶ Δ > 0
Portanto, temos duas raízes reais distintas
(f possui dois zeros)
−𝑏 ± √∆
𝑥=
2𝑎
−(−8) ± √16
𝑥=
2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ |2 ≤ 𝑥 ≤ 6} ou em intervalos
8±4
𝑥= 𝑆 = [2,6]
2
𝑥1 = 2 𝑒 𝑥2 = 6

32
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
2) Resolva (𝑥 2 + 2𝑥 − 3)(−𝑥 2 + 4) ≤ 0
𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 + 2𝑥 − 3 𝑒 𝑔(𝑥 ) = −𝑥 2 + 4
Vamos começar analisando a função f e posteriormente a g.
𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 2 + 2𝑥 − 3 ⟶ 𝑎 = 1, 𝑔(𝑥 ) = −𝑥 2 + 4 ⟶ 𝑎 = −1,
𝑏 = 2 𝑒 𝑐 = −3 𝑏 = 0𝑒𝑐 =4
▪ Δ = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 ▪ Δ = 𝑏2 − 4𝑎𝑐

Δ = (2)2 − 4(1)(−3) Δ = (0)2 − 4(−1)(4)


Δ = 4 + 12 Δ = 0 + 16
Δ = 16 ⟶ Δ > 0 Δ = 16 ⟶ Δ > 0
Portanto, temos duas raízes reais distintas Portanto, temos duas raízes reais distintas
(f possui dois zeros) (𝑔 possui dois zeros)
−𝑏 ± √∆ −𝑥 2 + 4 = 0
𝑥=
2𝑎 −𝑥 2 = −4 (−1)
−(2) ± √16 𝑥2 = 4
𝑥=
2 𝑥1 = −2 𝑒 𝑥2 = 2
−2 ± 4
𝑥=
2 𝑎 < 0 ⟶ Parábola tem concavidade voltada
𝑥1 = −3 𝑒 𝑥2 = 1
para baixo
𝑎 > 0 ⟶ Parábola tem concavidade voltada
para cima

𝑆 = (−∞, −3] ∪ [−2,1] ∪ [2, +∞)

33
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
−𝑥+4
3) Resolva 𝑥 2 −5𝑥+4 ≥ 0

𝑓 (𝑥 ) = −𝑥 + 4 ⟶ 𝑎 = −1 𝑒 𝑏 = 4
−𝑥 + 4 = 0
𝑥=4
▪ 𝑎 < 0 ⟶ 𝑓 é decrescente.

𝑔(𝑥 ) = 𝑥 2 − 5𝑥 + 4 ⟶ 𝑎 = 1,
𝑏 = −5 𝑒 𝑐 = 4
▪ Δ = 𝑏2 − 4𝑎𝑐

Δ = (−5)2 − 4(1)(4)
Δ = 25 − 16
Δ=9 ⟶Δ>0
Portanto, temos duas raízes reais distintas
(𝑔 possui dois zeros)
−𝑏 ± √∆
𝑥=
2𝑎
−(−5) ± √9
𝑥=
2
5±3
𝑥=
2
𝑥1 = 1 𝑒 𝑥2 = 4

𝑎 > 0 ⟶ Parábola tem concavidade


voltada para cima

𝑆 = (−∞, 1)

34
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Função Potência
Uma função da forma 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑎 , onde 𝑎 é uma constante, é chamada função potência.
Vamos considerar alguns casos:
i) 𝑎 = 𝑛 onde 𝑛 ∈ ℕ

a=1
𝑓(𝑥) = 𝑥

OBS: Esta é a função linear.


▪ 𝐷(𝑓) = ℝ
▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ

a=2
𝑓(𝑥) = 𝑥 2

OBS: Esta é a função de


segundo grau.

▪ 𝐷(𝑓) = ℝ
▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ+ = [0, +∞)

a=3
𝑓(𝑥) = 𝑥 3

▪ 𝐷(𝑓) = ℝ
▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ

35
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

a=4
𝑓(𝑥) = 𝑥 4

▪ 𝐷(𝑓) = ℝ

▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ+ = [0, +∞)

1
ii) 𝑎 = onde 𝑛 ∈ ℕ∗
𝑛
1
𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑛 = 𝑛√𝑥 é uma função raiz

𝑛=2
𝑓(𝑥) = √𝑥

▪ 𝐷(𝑓) = ℝ+ = [0, +∞)

▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ+ = [0, +∞)

36
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

𝑛=3
𝑓(𝑥) = 3√𝑥

▪ 𝐷(𝑓) = ℝ

▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ

iii) 𝑎 = −1

1
𝑓(𝑥) = 𝑥 −1 =
𝑥

▪ 𝐷(𝑓) = ℝ∗

▪ 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ∗

37
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 1. Função Par


Uma função 𝑓é par se e somente se
𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥)
Para todo 𝑥 do seu domínio.

Exemplos:

a) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 4

𝑓(1) = 12 − 4 = −3

𝑓(−1) = (−1)2 − 4 = −3

b) 𝑓(𝑥) = 3

𝑎 ∈ 𝐷(𝑓)
𝑓(𝑎) = 𝑓(−𝑎) = 3

38
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 2. Função Ímpar


Uma função é ímpar se e somente se
𝑓(𝑥) = −𝑓(−𝑥)
𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥)
Para todo 𝑥 do seu domínio.

Exemplos:

a) 𝑓(𝑥) = 𝑥

𝑓 (2) = 2

𝑓(−2) = −2

𝑓 é ímpar.

b) 𝑓(𝑥) = 𝑥 3

𝑓(2) = 8

𝑓(−2) = −8

𝑓 é ímpar.

39
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Função Racional
𝑝(𝑥)
É uma função da forma 𝑓(𝑥) = 𝑞(𝑥), onde 𝑝(𝑥) e 𝑞(𝑥) são funções polinomiais e

𝑞(𝑥) ≠ 0. Seu gráfico pode apresentar retas denominadas assíntotas verticais nos pontos onde
o denominador se anula e retas denominadas assíntotas horizontais se 𝑓(𝑥) se aproxima de um
valor finito quando x cresce ou decresce ilimitadamente.

Exemplos:

𝑥2
a)𝑓(𝑥) = 𝑥 2 −1

𝑥 2 − 1 ≠ 0 ⇒ 𝑥 ≠ ±1

𝑫(𝒇) = ℝ − {−𝟏, 𝟏}
𝑰𝒎(𝒇) = (−∞, 𝟎] ∪ (𝟏, +∞)

𝑥 2 −4
b) 𝑓(𝑥) = 𝑥−2

𝑥−2≠0⇒𝑥 ≠2

Fatorando:
(𝑥 − 2)(𝑥 + 2)
𝑓 (𝑥 ) = = (𝑥 + 2)
(𝑥 − 2)

𝑫(𝒇) = ℝ − {𝟐}
𝑰(𝒇) = ℝ − {𝟒}

40
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Função Modular
Antes de iniciarmos a falar sobre a função modular, precisamos rever o conceito do
módulo de um número real.

Definição 3. Módulo ou valor absoluto

O módulo ou valor absoluto de um número real 𝑥, que se indica por |𝑥|, é


definido por:

𝑥, se, 𝑥 ≥ 0
|𝑥| = {
−𝑥, se, 𝑥 < 0

Logo, se 𝑥 é positivo ou zero, |𝑥| é igual a 𝑥. Vejamos alguns exemplos:

1. |2| = 2

2. |√3| = √3

3. |0| = 0

2 2
4. | |=
3 3

Por outro lado, se 𝑥 é negativo, |𝑥| é igual a −𝑥.

1. | − 2| = −(−2) = 2

4 4 4
2. |− | = − (− ) =
7 7 7

3. −|6| = −(6) = −6 (observe que o sinal de menos está fora do operador de


módulo e por esse motivo o resultado é −6).
Vejamos um último exemplo considerando |𝑥 − 3|. Com base na definição do módulo
de 𝑥, vamos reescrever |𝑥 − 3| da seguinte forma:
𝑥 − 3, se, 𝑥 − 3 ≥ 0
|𝑥 − 3| = {
−(𝑥 − 3), se, 𝑥 − 3 < 0

ou seja,

𝑥 − 3, se, 𝑥 − 3 ≥ 0
|𝑥 − 3| = {
−𝑥 + 3, se, 𝑥 − 3 < 0

que resulta em

𝑥 − 3, se, 𝑥 ≥ 3
|𝑥 − 3| = {
−𝑥 + 3, se, 𝑥 < 3

41
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Geometricamente, podemos interpretar o módulo como a distância. Se |𝑥| = 3,
significa que o valor de 𝑥 na reta real (ver figura abaixo) está a uma distância de 3 unidades da
origem.

Por outro lado, se temos os valores 𝑥1 e 𝑥2 , que correspondem as abscissas dos pontos
𝑃 e 𝑄 sobre o eixo real, então |𝑥2 − 𝑥1 | é a distância entre os pontos 𝑃 e 𝑄, conforme pode ser
observado na figura abaixo.

Assim, dado |𝑥 − 1| = 2 significa que o ponto 𝑅, de abscissa 𝑥, está a uma distância de


2 unidades do ponto 𝑆 cuja abscissa é 1.

Para compreender melhor o que foi dito acima, vamos analisar inicialmente |𝑥 − 1|, isto
é,
𝑥 − 1, se 𝑥 ≥ 1
|𝑥 − 1| = {
−𝑥 + 1, se 𝑥 < 1
Assim, se 𝑥 = 3, então usamos a sentença 𝑥 − 1, pois 3 é maior que 1 (3 > 1) e está a
direita de 1 no eixo real. Portanto, para esse caso temos que
|𝑥 − 1| = |3 − 1| = |2| = 2.
De forma análoga, se 𝑥 = −1, usamos a sentença −𝑥 + 1. Logo,
|𝑥 − 1| = | − 1 − 1| = | − 2| = 2.
Tendo apresentado brevemente os conceitos de módulo ou valor absoluto de um
número real 𝑥, vamos introduzir o conceito de função modular.

Definição 4. Função Modular

Chamamos de função modular a função 𝑓, de ℝ em ℝ (do conjunto dos números


reais no próprio conjunto), tal que 𝑓(𝑥) = |𝑥|, ou seja,
𝑥, se, 𝑥 ≥ 0
𝑓(𝑥) = {
−𝑥, se, 𝑥 < 0

42
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Para construir o gráfico de uma função modular, podemos dividir o esboço em duas
etapas uma vez que a função possui duas partes.
Parte 1: se 𝑥 ≥ 0 então 𝑓(𝑥) = |𝑥| = 𝑥. Usando uma tabela com alguns valores
arbitrários para 𝑥, podemos calcular 𝑓(𝑥) para auxiliar no traçado.

𝒙 𝒚 = 𝒇(𝒙)
𝟎 |𝟎| = 𝟎
𝟏 |𝟏| = 𝟏
𝟐 |𝟐| = 𝟐

Parte 2: se 𝑥 < 0 então 𝑓(𝑥) = |𝑥| = −𝑥.

𝒙 𝒚 = 𝒇(𝒙)
−𝟏 | − 𝟏| = 𝟏
−𝟐 | − 𝟐| = 𝟐

Juntando as duas condições em um só gráfico, obtemos:

Portanto, o domínio é 𝐷(𝑓) = ℝ e o conjunto imagem é 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ+.

43
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 1:
Seja a função 𝑓(𝑥) = |𝑥 − 2|. Realize o esboço do gráfico e apresente o domínio bem
como a imagem.
Há algumas maneiras de realizar o esboço da referida função, mas usando os conceitos
estudados, podemos dizer que
𝑥 − 2, se, 𝑥 ≥ 2
|𝑥 − 2| = {
−𝑥 + 2, se, 𝑥 < 2
Usando o mesmo princípio para esboçar o gráfico de 𝑓(𝑥) = |𝑥|, vamos montar as
duas tabelas.
Parte 1: se 𝑥 ≥ 2, então 𝑓(𝑥) = |𝑥 − 2| = 𝑥 − 2. Não esqueça que precisamos
escolher valores de 𝑥 maiores ou igual a 2.

𝒙 𝒚 = 𝒇(𝒙)
𝟐 |𝟐 − 𝟐| = |𝟎| = 𝟎
𝟑 |𝟑 − 𝟐| = |𝟏| = 𝟏
𝟒 |𝟒 − 𝟐| = |𝟐| = 𝟐

Parte 2: se 𝑥 < 2, então 𝑓(𝑥) = |𝑥 − 2| = −𝑥 + 2.

𝒙 𝒚 = 𝒇(𝒙)
𝟏 |𝟏 − 𝟐| = | − 𝟏| = 𝟏
𝟎 |𝟎 − 𝟐| = | − 𝟐| = 𝟐
−𝟏 | − 𝟏 − 𝟐| = | − 𝟑| = 𝟑

44
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Segue abaixo o gráfico de 𝑓(𝑥). Observe que a diferença do gráfico de 𝑓(𝑥) = |𝑥| para
o gráfico de 𝑓(𝑥) = |𝑥 − 2| é a translação horizontal para a direita do gráfico de 𝑓(𝑥) = |𝑥|
em duas unidades.

Logo, 𝐷(𝑓) = ℝ e 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ+.

Para pensar: o que acontece com o gráfico caso a função seja 𝑓(𝑥) = |𝑥 + 2|?

45
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 2:
Seja a função 𝑓(𝑥) = |𝑥| − 2. Realize o esboço do gráfico e apresente o domínio e a
imagem.
Podemos usar as tabelas construídas para a função 𝑓(𝑥) = |𝑥| e complementar o
resultado subtraindo o valor 2 conforme está definido no enunciado do exemplo.
𝒙 |𝒙| |𝒙| − 𝟐
𝟎 |0| = 0 𝟎 − 𝟐 = −𝟐
𝟏 |1| = 1 𝟏 − 𝟐 = −𝟏
𝟐 |2| = 2 𝟐−𝟐= 𝟎
−𝟏 | − 1| = 1 𝟏 − 𝟐 = −𝟏
−𝟐 | − 𝟐| = 𝟐 𝟐−𝟐= 𝟎

Agora precisamos marcar os pontos no plano cartesiano para iniciar a construção do


gráfico.

Nesse caso houve uma translação vertical para baixo do gráfico de 𝑓(𝑥) = |𝑥| em
duas unidades.
Logo, 𝐷(𝑓) = ℝ e 𝐼𝑚(𝑓) = [−2, +∞).

Para pensar: o que acontece com o gráfico caso a função seja 𝑓(𝑥) = |𝑥| + 2?

46
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 3:
Seja a função 𝑓(𝑥) = |𝑥 − 2| − 1. Realize o esboço do gráfico e apresente o domínio e
a imagem.
Para esse exemplo, e com base nos dois anteriores, podemos pensar no processo de
translação da função "mãe" 𝑓(𝑥) = |𝑥| para esboçar o gráfico. Se em |𝑥 − 2| ocorre uma
translação horizontal para a direita em duas (2) unidades, sabemos que o nosso gráfico
também estará transladado, ou seja, deslocado duas unidades para a direita. Agora, como há
o −1 na função (e fora do operador | |), e de acordo com o exemplo 2, sabemos que existe
uma translação vertical para baixo em uma (1) unidade. Portanto, o gráfico de 𝑓(𝑥) sofre
essas duas translações.

Logo, 𝐷(𝑓) = ℝ e 𝐼𝑚(𝑓) = [−1, +∞). Ainda, construa a tabela para conferir alguns
pontos marcados no gráfico com o intuito de comprovar que a observação da função
𝑓(𝑥) = |𝑥| em conjunto com as translações adotadas funciona.

Para pensar: o que acontece com o gráfico caso a função seja 𝑓(𝑥) = |𝑥 + 2| + 1?
Qual será o domínio e a imagem?

47
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 4:
Dada a função 𝑓(𝑥) = |𝑥 2 − 9|. Realize o esboço do gráfico e apresente o domínio e a
imagem.
A primeira etapa para resolver o exercício é realizar o estudo do sinal de 𝑥 2 − 9,
conforme segue abaixo:

O estudo de sinal é fundamental para realizar o esboço do gráfico, pois de acordo com
a figura acima, sabemos que 𝑥 2 − 9 assume valores negativos no intervalo −3 < 𝑥 < 3 e
valores positivos quando 𝑥 ≤ −3 ou 𝑥 ≥ 3.
Portanto,
𝑥 2 − 9, se, 𝑥 2 − 9 ≥ 0
|𝑥 2 − 9| = {
−(𝑥 2 − 9), se, 𝑥 2 − 9 < 0
ou seja,
𝑥 2 − 9, se, 𝑥 ≤ −3 ou 𝑥 ≥ 3
|𝑥 2 − 9| = { 2
−𝑥 + 9, se, −3 < 𝑥 < 3

Assim, o gráfico de 𝑓(𝑥) = |𝑥 2 − 9| permanece idêntico ao gráfico de 𝑥 2 − 9


quando 𝑥 ≤ −3 ou 𝑥 ≥ 3. Entretanto, no intervalo −3 < 𝑥 < 3, o gráfico será da função
−𝑥 2 + 9. Na figura abaixo a esquerda esboçamos o gráfico das duas funções e na direita o
gráfico de |𝑥 2 − 9| para melhor entendimento.

Assim, 𝐷(𝑓) = ℝ e 𝐼𝑚(𝑓) = [0, +∞). Lembre que podemos expressar a imagem por
𝐼𝑚(𝑓) = {𝑦 ∈ ℝ|𝑦 ≥ 0}.

48
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.6.1. Equação modular
As equações modulares são aquelas em que a incógnita aparece dentro do operador de
módulo. Como já conversamos sobre a ideia geométrica do módulo, podemos trazer esse
conceito para resolver as equações modulares. Vejamos dois exemplos para melhor
compreensão.
Exemplo 1:
Qual é a solução da equação |𝑥 − 5| = 3?
Lembrando da definição de módulo, temos que |𝑥| = 𝑥 se 𝑥 ≥ 0 ou |𝑥| = −𝑥 se 𝑥 <
0. Logo, para esse exemplo, desejamos determinar os valores que 𝑥 pode assumir onde a
distância de 𝑥 − 5 está a 3 unidades de uma certa origem (lembre do ponto 𝑆 quando
abordamos o tópico módulo ou valor absoluto). Assim, temos duas possíveis situações:
𝑥−5= 3 (I)
|𝑥 − 5| = 3 ⇒ {
𝑥 − 5 = −3 (II)
Resolvendo as equações obtidas temos:
(I) (II)
𝑥−5=3 𝑥 − 5 = −3
𝑥 =3+5 𝑥 = −3 + 5
𝑥=8 𝑥=2

Portanto, o conjunto solução é 𝑆 = {2,8} e geometricamente temos:

49
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 2:
Qual é a solução da equação |𝑥 2 − 𝑥 − 1| = 1?
Seguindo a mesma linha de raciocínio adotada no exemplo 1, também temos duas
situações:
𝑥2 − 𝑥 − 1 = 1 (I)
|𝑥 2 − 𝑥 − 1| = 1 ⇒ { 2
𝑥 − 𝑥 − 1 = −1 (II)
(I) (II)
2 2
𝑥 −𝑥−1=1 𝑥 − 𝑥 − 1 = −1
𝑥2 − 𝑥 − 1 − 1 = 0 𝑥2 − 𝑥 − 1 + 1 = 0
𝑥2 − 𝑥 − 2 = 0 𝑥2 − 𝑥 = 0
𝛥 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 = (−1)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ (−2) = 1 + 8 𝑥(𝑥 − 1) = 0
=9
−𝑏 ± √𝛥 −(−1) ± √9 1 ± 3 𝑥(𝑥 − 1) = 0
𝑥= = =
2𝑎 2⋅1 2
𝑥1 = −1 e 𝑥2 = 2 𝑥1 = 0 e 𝑥2 = 1
Portanto, o conjunto solução é 𝑆 = {−1,0,1,2}

10.6.2. Inequação modular


Para tratar sobre o assunto de inequação modular, vamos analisar duas situações:
Situação exemplo 1
Se |𝑥| < 3, então o conjunto solução é 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 3 < 𝑥 < 3}.

Situação exemplo 2
Se |𝑥| > 3, então o conjunto solução é 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 < −3 ou 𝑥 > 3}.

Generalizando as duas situações apresentadas, podemos dizer que, dado um número real
positivo 𝑘, temos:
▪ |𝑥| < 𝑘 ⇔ −𝑘 < 𝑥 < 𝑘
▪ |𝑥| > 𝑘 ⇔ 𝑥 < −𝑘 ou 𝑥>𝑘

50
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 1:
Resolva a inequação |𝑥 − 1| ≥ 5.
Usando a propriedade que foi enunciada acima e com base nas situações exemplos
apresentadas, podemos resolver a inequação da seguinte forma:
|𝑥 − 1| ≥ 5 ⇔ 𝑥 − 1 ≤ −5 ou 𝑥−1≥5
Resolvendo cada parte vem:
(I) (II)
𝑥 − 1 ≤ −5 𝑥−1≥ 5
𝑥 ≤ −5 + 1 𝑥 ≥5+1
𝑥 ≤ −4 𝑥≥6
Realizando a união, obtemos a solução conforme o gráfico abaixo:

Logo, o conjunto solução é 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≤ −4 ou 𝑥 ≥ 6}.

Exemplo 2:
Resolva a inequação |2𝑥 + 1| < 3.
Aplicando |𝑥| < 𝑘 ⇔ −𝑘 < 𝑥 < 𝑘, temos:
|2𝑥 + 1| < 3 ⇔ −3 < 2𝑥 + 1 < 3
Nesse exemplo podemos resolver de forma simultânea essa dupla inequação.
−3 < 2𝑥 + 1 < 3
−3 − 1 < 2𝑥 + 1 − 1 < 3 − 1
−4 < 2𝑥 < 2 1
(x )
2
1 1 1
⋅ (−4) < ⋅ 2𝑥 < ⋅ 2
2 2 2
−2 < 𝑥 < 1
Portanto, 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 2 < 𝑥 < 1}.

51
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 3:
Resolva a inequação 3 < |𝑥 − 2| < 5.
Observe que no enunciado acima temos uma dupla desigualdade.
Então, 3 < |𝑥 − 2| < 5 equivale a um sistema com duas inequações modulares.
|𝑥 − 2| < 5 (I)
3 < |𝑥 − 2| < 5 ⇒ {
|𝑥 − 2| > 3 (II)
Resolvendo cada parte temos:
(I) (II)
|𝑥 − 2| < 5 |𝑥 − 2| > 3
−5 < 𝑥 − 2 < 5 𝑥 − 2 < −3 ou 𝑥 − 2 > 3
−5 + 2 < 𝑥 < 5 + 2 𝑥 < −3 + 2 ou 𝑥 > 3 + 2
−3 < 𝑥 < 7 𝑥 < −1 ou 𝑥 > 5
Realizando a intersecção, obtemos a solução conforme o gráfico abaixo:

Logo, o conjunto solução é 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 3 < 𝑥 < −1 ou 5 < 𝑥 < 7}.

52
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 4:
Resolva a inequação |𝑥 2 − 16| ≤ 9.
O princípio de resolução é semelhante ao adotado no exemplo 2, mas precisamos
tomar alguns cuidados e por isso vamos particionar a resolução em duas partes.
De forma análoga, |𝑥 2 − 16| ≤ 9 ⇔ −9 ≤ 𝑥 2 − 16 ≤ 9. Assim,
(I) (II)
−9 ≤ 𝑥 2 − 16 𝑥 2 − 16 ≤ 9
−9 + 16 ≤ 𝑥 2 𝑥 2 ≤ 9 + 16
7 ≤ 𝑥2 𝑥 2 ≤ 25
𝑥2 ≥ 7 𝑥 2 ≤ 25
𝑥 ≤ −√7 ou 𝑥 ≥ √7 −5 ≤ 𝑥 ≤ 5

Fazendo a intersecção de (𝐼) e (𝐼𝐼), temos a solução conforme o gráfico abaixo:

Observe abaixo que as representações gráficas das figuras (a) e (b) correspondem as
partes (𝐼) e (𝐼𝐼). Já a figura (c) é o conjunto solução 𝑆 oriundo da interseccção.

(a) 𝑥 2 ≥ 7 (b) 𝑥 2 ≤ 25 (c) Intersecção


Por fim, 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 5 ≤ 𝑥 ≤ −√7 ou √7 ≤ 𝑥 ≤ 5}.

53
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 5:
Resolva a inequação |𝑥 2 − 16| ≥ 9.
Veja que esse exemplo é praticamente idêntico ao anterior diferindo apenas na
desigualdade. Entretanto, o modo de resolução é diferente, bem como o conjunto solução.
Sabemos que |𝑥 2 − 16| ≥ 9 ⇔ 𝑥 2 − 16 ≤ −9 ou 𝑥 2 − 16 ≥ 9. Assim,
(I) (II)
𝑥 2 − 16 ≤ −9 𝑥 2 − 16 ≥ 9
𝑥 2 ≤ −9 + 16 𝑥 2 ≥ 9 + 16
𝑥2 ≤ 7 𝑥 2 ≥ 25
−√7 ≤ 𝑥 ≤ √7 𝑥 ≤ −5 ou 𝑥≥5
Fazendo a união de (𝐼) e (𝐼𝐼), temos a solução conforme o gráfico abaixo:

O conjunto solução é 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≤ −5 ou − √7 ≤ 𝑥 ≤ √7 ou 𝑥 ≥ 5}.

Exemplo 6:
Dada a função 𝑓(𝑥) = √5 − |𝑥 − 3|, discuta qual é o domínio dessa função.

A função 𝑓(𝑥) só é possível no conjunto dos números reais se 5 − |𝑥 − 3| ≥ 0.


Para tanto, resolvendo a inequação temos:
5 − |𝑥 − 3| ≥ 0
−|𝑥 − 3| ≥ −5 (-1)
|𝑥 − 3| ≤ 5
−5 ≤ 𝑥 − 3 ≤ 5
−5 + 3 ≤ 𝑥 − 3 + 3 ≤ 5 + 3
−2 ≤ 𝑥 ≤ 8
Logo, 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 2 ≤ 𝑥 ≤ 8}.

54
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 7:
Resolva a inequação |𝑥 − 8| ≤ 𝑥.
Nesse último exemplo, e não menos importante, precisamos fazer um estudo de 3
casos: quando 𝑥 < 0, 𝑥 = 0 e 𝑥 > 0.
Para pensar: por qual motivo é preciso observar os 3 casos?
Continuando a resolução.
1∘ caso: 𝒙 < 𝟎
|𝑥 − 8| ≤ 𝑥 Como 𝑥 assume um valor negativo, o módulo nunca é menor ou igual

negativo a um número negativo. Logo, 𝑆1 = ∅.
Exemplo de Supondo que 𝑥 assuma o valor −2, temos:
verificação:
|𝑥 − 8| ≤ 𝑥 ⇒ | − 2 − 8| ≤ −2 ⇒ | − 10| ≤ −2 ⇒ 10 ≤ −2 (Falso)
2∘ caso: 𝒙 = 𝟎
Substituindo zero em 𝑥: |𝑥 − 8| ≤ 𝑥
|0 − 8| < 0
| − 8| < 0
8<0 (Falso). Logo 𝑆2 = ∅
3∘ caso: 𝒙 > 𝟎
|𝑥 − 8| ≤ 𝑥 |𝑥 − 8| ≤ 𝑥 ⇒ −𝑥 ≤ 𝑥 − 8 ≤ 𝑥

positivo

(𝐼) (𝐼𝐼)
−𝑥 ≤ 𝑥 − 8 𝑥−8≤𝑥
−𝑥 − 𝑥 ≤ −8 𝑥−𝑥 ≤8
1 0≤8
−2𝑥 ≤ −8 (− )
2
𝑥≥4 Verdade, 𝑥 ∈ ℝ
Assim, 𝑆3 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≥ 4}
Portanto, a solução da inequação é dada pela união de cada caso, ou seja,
𝑆 = 𝑆1 ∪ 𝑆2 ∪ 𝑆3 = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≥ 4}.

55
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Função Exponencial de base 𝒂


É a função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 com 𝑎 > 0 e 𝑎 ≠ 1.
● Sempre corta o eixo do 𝑦 em 1.
Exemplos:

𝑓(𝑥) = 2𝑥
𝑎=2>1 Crescente 𝑓(0) = (2)0 = 1

𝐷 (𝑓 ) = ℝ 𝑓(1) = (2)1 = 2
𝐼𝑚( 𝑓) = (0; +∞) ou ℝ∗+
𝑓(2) = (2)2 = 4

1 𝑥 1 1 0
𝑓 (𝑥 ) = ( 2) , 𝑎 = 2 𝑓(0) = ( ) = 1
2
0 < 𝑎 < 1 Decrescente
1 −1
𝑓(−1) = ( ) = 2
2
𝐷 (𝑓 ) = ℝ 1 −2
𝑓(−2) = ( ) = 4
𝐼𝑚( 𝑓) = (0; +∞) ou ℝ∗+ 2

OBS: Se a base desta função for o número 𝑒 (Euler) teremos a função exponencial
propriamente dita. ( Lembrando que 𝑒 ≅ 2,7178 … ., é um número irracional).

56
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

𝑓(𝑥) = 𝑒 𝑥

𝑎 = 𝑒 > 1 Crescente
𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚( 𝑓) = (0; +∞) ou ℝ∗+

Função Logarítmica de base 𝒂


É a função definida por 𝑓(𝑥) = log 𝑎 𝑥, com 𝑎 > 0 e 𝑎 ≠ 1, (é a função inversa da
função exponencial de base 𝑎).
Exemplo:

𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙 ⇔ 𝒇−𝟏 (𝒙) = 𝐥𝐨𝐠𝟐 𝒙


Observe que:
𝑓(1) = 𝑙𝑜𝑔2 ( 1) = 0
𝑓(2) = 𝑙𝑜𝑔2 ( 2) = 1
𝑓(4) = 𝑙𝑜𝑔2 ( 4) = 2
𝐷(𝑓) = (0; +∞)
𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ

OBS: Se a base desta função for o número 𝑒 (euler) teremos a função logarítmica
natural apresentada por 𝑙𝑛 𝑥 = 𝑙𝑜𝑔𝑒 ( 𝑥).

57
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛( 𝑥) ou seja: 𝑦=
𝑙𝑛 𝑥 ⇔ 𝑒 𝑦 = 𝑥
Observe que:
𝑓 (1) = 𝑙𝑛 1 = 0
𝑙𝑛( 1) = 𝑙𝑜𝑔𝑒 ( 1) = 0
𝑙𝑛 = 𝑙𝑜𝑔𝑒 ( 𝑒) = 1

𝐷(𝑓) = (0; +∞)


𝐼𝑚(𝑓 ) = ℝ

Função definida por várias partes


Exemplo:

▪ Usando a primeira lei: 𝑦 = −𝑥 2

𝑓(−2) = −(−2)2 = −4
−𝑥 2 , se -2 ≤ 𝑥 < 1 ⟹ Ponto (−2, −4) (bola fechada)
𝑓 (𝑥 ) = {2𝑥 − 3, se 1 ≤ 𝑥 < 3
1, se 𝑥 > 3 Para 𝑥 = 1 na primeira lei teremos:−(1)2 = −1
⟹ Ponto(1, −1) (bola aberta)

𝑓(𝑥) = 0 → −𝑥 2 = 0 → 𝑥 = 0
⟹ Ponto (0,0) (bola fechada)

▪ Usando a segunda lei: 𝑦 = 2𝑥 − 3

𝑓 (1) = 2 ⋅ 1 − 3 = −1
⟹ Ponto(1, −1) (bola fechada)

Para 𝑥 = 3 na segunda lei teremos:2 ⋅ 3 − 3 = 3


⟹ Ponto(3,3) (bola aberta)

▪ Usando a terceira lei: 𝑦 = 1

Para 𝑥 = 3 na terceira lei teremos: 1


⟹ Ponto(3,1) (bola aberta)

58
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 5. Função Periódica


Uma função 𝑓(𝑥) é dita periódica de período 𝑇 se 𝑓(𝑥 + 𝑇) = 𝑓(𝑥)
(para cada x) e 𝑇é o menor número positivo com essa propriedade.

Funções Trigonométricas
10.9.1. Função Seno
Definimos como a função 𝑓 de ℝ 𝒆𝒎 ℝ que a cada 𝑥 ∈ ℝ faz corresponder o número
real 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝑥.

𝒇: ℝ → ℝ
𝑥 → 𝑠𝑒𝑛(𝑥)

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓) = [−1; 1]

OBS.:
𝜋 𝜋
▪ Função Ímpar: 𝑠𝑒𝑛 (2 ) = 1 e 𝑠𝑒𝑛 (− 2 ) = −1

▪ Função periódica: 𝑇 = 2𝜋 , 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥 + 2𝑘𝜋)

59
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.9.2. Função Cosseno
Definimos como a função 𝑓de ℝ em ℝ que a cada 𝑥 ∈ ℝ faz corresponder o número
real 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥.

𝒇: ℝ → ℝ
𝑥 → 𝑐𝑜𝑠( 𝑥)

𝐷 (𝑓 ) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓) = [−1; 1]

OBS.:
▪ Função Par: 𝑐𝑜𝑠(𝜋) = −1 e 𝑐𝑜𝑠(−𝜋) = −1
▪ Função periódica: 𝑇 = 2𝜋 , 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) = 𝑐𝑜𝑠( 𝑥 + 2𝑘𝜋)

60
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
10.9.3. Função Tangente, Cotangente, Secante e Cossecante
Estas funções são definidas em termos de seno e cosseno, assim:
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
▪ 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔(𝑥) =
𝑐𝑜𝑠(𝑥)
1
▪ 𝑔(𝑥) = 𝑠𝑒𝑐( 𝑥) =
𝑐𝑜𝑠(𝑥)

São definidas para todo 𝑥 ∈ ℝ tais que 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) ≠ 0.

a) Função Tangente

𝑠𝑒𝑛(𝑥 )
𝑓 (𝑥 ) = 𝑡𝑔(𝑥 ) =
𝑐𝑜𝑠( 𝑥)
𝜋
𝐷(𝑡𝑔(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ ±(2𝑛 + 1) , 𝑛 ∈ ℕ}
2

𝜋 3𝜋 5𝜋 7𝜋
Observe que: 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) = 0 quando x assume os valores: , , , , . .. então os valores
2 2 2 2
𝜋
de x tais que 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) = 0 são: 𝑥 = (2𝑛 + 1) 2 com n∈ ℕ
𝜋
Portanto: 𝐷(𝑡𝑔(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ ±(2𝑛 + 1) 2 , 𝑛 ∈ ℕ} e 𝐼𝑚(𝑡𝑔(𝑥 )) = ℝ.

61
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
b) Função Secante:

1
𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑐( 𝑥) =
𝑐𝑜𝑠( 𝑥)

𝜋
𝐷(𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ ±(2𝑛 + 1) , 𝑛 ∈ ℕ}
2
𝐼𝑚(𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = (−∞, −1] ∪ [1, +∞)

𝜋 3𝜋 5𝜋 7𝜋
Observe que: 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) = 0 quando x assume os valores: , , , , . .. então os valores
2 2 2 2
𝜋
de x tais que 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) = 0 são: 𝑥 = (2𝑛 + 1) 2 com n∈ ℕ

Portanto:
𝜋
𝐷(𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ ±(2𝑛 + 1) , 𝑛 ∈ ℕ}
2
𝐼𝑚(𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = (−∞, −1] ∪ [1, +∞)

62
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Ainda temos:
𝑐𝑜𝑠(𝑥)
▪ 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
1
▪ 𝑔(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑒 𝑐(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥)

que são definidas para todo 𝑥 ∈ ℝ tais que 𝑠𝑒𝑛(𝑥) ≠ 0.

c) Função Cotangente.

𝑐𝑜𝑠( 𝑥)
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥)

𝐷(𝑐𝑜𝑡(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ|𝑥 ≠ ±𝑛𝜋, 𝑛 ∈ ℕ}

Observe que: 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 quando x assume os valores: 0, ±𝜋, ±2𝜋, ±3𝜋, . ..


Então os valores de x tais que 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 são: 𝑥 = ±𝑛𝜋 com 𝒏 ∈ ℕ
Portanto: 𝐷(𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ| 𝑥 ≠ ±𝑛 𝜋, 𝑛 ∈ ℕ} e 𝐼𝑚(𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥 )) = ℝ.

63
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
d) Função Cossecante

1
𝑔(𝑥 ) = 𝑐𝑠𝑐(𝑥 ) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥 )

𝐷(𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≠ ±𝑛 𝜋, 𝑛 ∈ ℕ}
𝐼𝑚(𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = (−∞, −1] ∪ [1, +∞)

Observe que: 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 quando x assume os valores: 0, ±𝜋, ±2𝜋, ±3𝜋, . ..


Então os valores de x tais que 𝑠𝑒𝑛(𝑥) = 0 são: 𝑥 = ±𝑛𝜋 com 𝒏 ∈ ℕ.
Portanto:
𝐷(𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = {𝑥 ∈ ℝ | 𝑥 ≠ ±𝑛 𝜋, 𝑛 ∈ ℕ}
𝐼𝑚(𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥 )) = (−∞, −1] ∪ [1, +∞)

64
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

O Círculo Trigonométrico é um instrumento para se analisar as relações de seno, cosseno e


tangente de um ângulo. Ele é construído sobre o eixo de coordenadas cartesianas, com centro
em 0, raio unitário e quatro quadrantes. Note que cada ângulo possui valores correspondentes
nos eixos x e y. O valor correspondente no eixo 𝑥 é o cosseno, e no eixo 𝑦 é o seno.
Alguns valores de seno e cosseno.

65
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

66

Você também pode gostar