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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ


ESCOLA POLITÉCNICA
ENGENHARIA MECÂNICA

EVELYN DIAS
LUCAS SANTOS
MATHEUS MEINERZ ANTUNES
MAYARA STALL
TAINA DICKEL

DIMENSIONAMENTO DA CÂMARA FRIA

ITAJAÍ
2023
2

EVELYN DIAS
LUCAS SANTOS
MATHEUS MEINERZ ANTUNES
MAYARA STALL
TAINA DICKEL

DIMENSIONAMENTO DA CÂMARA FRIA


Trabalho da disciplina de Projeto de Produto do
Curso Superior de Engenharia Mecânica da
Escola Politécnica pela Universidade do Vale
do Itajaí.
Orientador: Uorani Gaspodini, MSc

ITAJAÍ
2023
3

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Câmara Fria ............................................................................................................... 10


Figura 2 – Fluxograma dos Equipamentos ................................................................................... 11
Figura 3 – Isopainel .................................................................................................................... 12
Figura 4 – Desing da Válvula...................................................................................................... 15
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Espessura e Condutividade Térmica para Paredes, Forro e Piso de Câmeras Frias..4
Tabela 2 – Calor Equivalente dos Ocupantes ............................................................................. 4
Tabela 3 – Acréscimo por Efeito do Sol..................................................................................... 5
Tabela 4 – Condição de Estocagem e Propriedades de Produtos Perecíveis.............................. 8
Tabela 5 – Potência do Equipamento ......................................................................................... 9
Tabela 6 – Unidade Compressora ............................................................................................. 19
Tabela 7 – Modelos de Evaporadores ...................................................................................... 14
Tabela 8 – Valores para Instalação dos Evaporadores ............................................................. 14
Tabela 9 – Estimativa de Custos............................................................................................... 17
5

LISTA DE EQUAÇÕES
𝑄𝑡𝑟 = 𝑈 × 𝐴 × ((𝑇𝑏𝑠𝑒 − 𝑇𝑏𝑠𝑖) + 𝐴𝑠) (1)
𝜏0 (2)
𝐷𝜏0 =
𝜏𝑡
𝑄𝑝𝑠 = 𝑁𝑃 × 𝐶𝐸𝑂 × 𝐷𝜏0 (3)

𝑄𝑒 = 𝑃𝑜𝑡 × 𝐷𝜏0 (4)

𝐴 (5)
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 1.200 × 𝑉 × × (ℎ𝑒 − ℎ𝑖 ) × 𝐷𝜏0
2
𝑄𝑝𝑐𝑟 = 𝑚𝑝 × 𝐶𝑒𝑝 × ∆𝑡 × 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (6)

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,5 × ∑ 𝑄𝑛 (7)

(𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × 24) (8)


𝑄𝑝𝑜𝑡 =

6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 EMBASAMENTO TÉORICO ............................................................................................. 2
3 MEMORIAL DE CÁLCULO .............................................................................................. 4
3.1 CÁLCULO DAS CARGAS DE TRANSMISSÃO.............................................................. 5
3.1.1 Calor do Piso ..................................................................................................................... 5
3.1.2 Calor da Parede Leste ........................................................................................................ 5
3.1.3 Calor das Paredes Sul e Norte ........................................................................................... 5
3.1.4 Calor da Parede Oeste........................................................................................................ 6
3.1.5 Calor do Forro ................................................................................................................... 6
3.2 CÁLCULO DAS CARGAS INTERNAS ............................................................................ 6
3.2.1 Calor das Pessoas .............................................................................................................. 7
3.2.2 Calor das Lâmpadas .......................................................................................................... 7
3.2.3 Calor da Empilhadeira Dentro da Câmara Fria ................................................................. 7
3.3 CÁLCULO DAS CARGAS DE INFILTRAÇÃO ............................................................... 7
3.4 CÁLCULO DA CARGA DO PRODUTO ........................................................................... 8
3.5 CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA TOTAL .................................................................... 8
3.3 CÁLCULO DA POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA OS EQUIPAMENTOS .................... 8
4 DESENHO ........................................................................................................................... 10
5 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ................................................................................... 12
5.1 ISOPAINEL ....................................................................................................................... 12
5.2 UNIDADE CONDENSADORA ........................................................................................ 13
5.3 EVAPORADOR ................................................................................................................. 13
5.4 VÁLVULA DE EXPANSÃO ............................................................................................ 15
5.5 FLUIDO REFRIGERANTE............................................................................................... 16
6 ESTIMATIVA DE CUSTO ................................................................................................ 17
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 18
ANEXOS ................................................................................................................................. 19
1

1 INTRODUÇÃO
A empresa Company of Engineers, surgi no ano de 2022, com um grupo de amigos e
estudantes de engenharia Mecânica, pela Universidade do Vale do Itajaí. A empresa tem como
missão ser obstinada em prever e atender as necessidades dos clientes, e resolver qualquer
problema sobre refrigeração. Sempre mantendo seus valores, que são, foco na segurança,
competência e dedicação com os objetivos propostos, sempre assegurando a transparência.
Em uma dessas demandas, surgi um serviço solicitado pela Camil Alimentos LTDA,
localizada em Navegantes. Sendo que está há mais de 50 anos no mercando, mantendo seus
valores, tendo sempre uma postura ética perante o mercado. Como referência no mercado está
espalhada com 27 plantas, com a maior quantidade localizada no Brasil, trabalhando em
diversos segmentos sendo um dos principais os grãos, porém estando em outros como o pescado
enlatado.
Com isso, sua matriz em Navegantes surgi em 2011, investindo no segmento dos
pescados, um ponto forte mercado na região. Dentro desta matriz tem-se a utilização de alguns
equipamentos de refrigeração, dentre eles, tubo de congelamento, cinco câmaras frias, tais
distribuídas em grupos de armazenamento.
Então, a empresa Company of Engineers é contatada para efetuação do serviço, com o
surgimento da necessidade de efetuar um recalculo da câmara fria primária. Tendo em conta
que está existe a alguns anos, há a possibilidade de novas tecnologias no segmento de
refrigeração terem surgidos no mercado, havendo a possibilidade de melhorias de eficiência e
com isso, a redução dos gastos.
2

2 EMBASAMENTO TÉORICO
Segundo Stoecker e Jabardo (2002), a refrigeração industrial pode ser caracterizada pela
faixa de temperatura de operação, outra forma seria através das aplicações. Referente a
caracterização pela faixa de temperatura, o limite inferior pode atingir entre 60°C a 70°C
negativos, sendo que o limite superior pode atingir 15°C positivos, para temperaturas que
excederem o limite inferior, são pertencentes a indústria criogenia. Em relação a caracterização
por aplicação, a refrigeração industrial poderia ser descrita, sendo o processo utilizado nas
indústrias químicas de processos e de alimentos.
Também, para a Carel, pode-se considerar a refrigeração como, a redução de
temperatura de um corpo, utilizada para a preservação de suas características. Sendo esse um
dos processos mais importantes na indústria alimentar, já que este retarda o crescimento de
bactérias, preserva sua qualidade e aumenta a validade.
Adentrando na parte de congelamento, pode-se ter alguns meios mais comuns de efetuar
este processo. Estes incluem os túneis de congelamento com ar a alta velocidade, o
congelamento por contato onde o alimento é colocado entre placas refrigeradas, o congelamento
por imersão do alimento em uma salmoura de baixa temperatura (Stoecker e Jabardo, 2002).
Sendo, nas indústrias, comum utilizar-se dos túneis de congelamento.
Após ter os alimentos congelados, é de suma importância os manter nesta temperatura,
para preservar sua qualidade. A conservação dos alimentos segundo Moreira (2015), é um dos
aspectos mais importantes do processamento dos produtos alimentares, tendo como objetivo
conservar suas características físicas, químicas, biológicas e organolépticos, ressaltando que
nas condições naturais este processo não seria possível.
Ainda para a conservação dos alimentos, um dos métodos para este processo é, após
congelá-los, inserir em um ambiente de baixa temperatura, conhecido como câmara fria. As
câmaras frias, também conhecidas como câmaras frigoríficas, podem ser utilizadas de forma
comercial ou industrial, se destacam por ter um controle máximo da sua temperatura interna e
suportar um volume grande de produtos segundo (Aillo, 2021).
Para o funcionamento de uma câmara fria, são necessários, alguns elementos básicos,
como condensador, compressor, evaporador, dispositivo de expansão, ventiladores e o fluído
refrigerante. Estes são responsáveis pelos seguintes processos, os compressores aumentam a
pressão do gás, em seguida vai para o condensador mudando o para o estado líquido, passando
para o dispositivo de expansão perdendo pressão se aproximando as condições de evaporação,
indo para o evaporador onde isto irá acontecer, os ventiladores são responsáveis pela
movimentação do ar frio para dentro da câmara (Aillo, 2021).
3

O fluído refrigerante é um dos elementos mais importantes de um sistema de


refrigeração, sendo a Amônia (NH3) um dos fluídos mais utilizados nestes processos. Segundo
o manual da ciência, a Amônia é um gás incolor de um odor forte e de caráter básico. Deve-se
tomar alguns cuidados, pois a Amônia pode ser tóxica aos seres vivos, a partir de 30mg/L seu
odor pode ser perceptível, a partir de 50mg/L pode-se ocorrer irritações na pele, caso chegue
em níveis próximos de 1500mg/L, pode-se se tornar fatal.
Para alcançar as temperaturas necessárias de conservação, é preciso considerar a carga
térmica necessária para isso. Segundo Rocha e Almeida (2010), a carga térmica é a potência
calorífica que é necessária fornecer ou retirar de uma zona térmica, a fim de alcançar a
temperatura desejada, levando em conta alguns parâmetros, como posição geográfica,
orientação das paredes, espessura e tipo de isolamento, entre outros.
Com isso, é de suma importância que os pescados sejam armazenados congelados.
Segundo Galvão, Kimie e Silva (2012), o congelamento é o método mais satisfatório para
conservação em um período. Sendo um dos problemas encontrados na conservação do pescado
congelado é a oscilação de temperatura, que provoca uma variação no tamanho dos cristais
reduzindo a qualidade da carne.
4

3 MEMORIAL DE CÁLCULO
Para poder iniciar os cálculos é necessário saber os seguintes dados:
a) O tempo de abertura da porta é de 40,2s.
b) A porta é aberta com base na necessidade de armazenamento e reposição do
dia, porém para os cálculos será considerado 30 aberturas.
c) Apenas uma empilhadeira e um operador entram na câmara, porém para os
cálculos será considerado como duas pessoas.
d) Foi escolhido o painel PUR pelo fato dele ser antichamas, ele possui um
coeficiente U=0,23N/m3K, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 - Espessura de Isolamento e Condutividade Térmica para Paredes, Forro e Piso de câmeras frias.

Fonte: Adaptado Gaspodini (2020)


e) O calor equivalente dos ocupantes (CEO) é de 381W por pessoa conforme a
Tabela 2.
Tabela 2 - Calor Equivalente dos Ocupantes

Fonte: Adaptado Gaspodini (2020)


f) A câmara fria possui dimensões de 37,06×18,7×10m, resultando em uma At de
693m2.
g) O tempo que o motor trabalha por dia é de 18h.
h) As paredes são brancas, então adotou-se os valores retirados da Tabela 3.
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Tabela 3 - Acréscimo por Efeito do Sol

Fonte: Adaptado Gaspodini (2020)


i) Entram 28 toneladas de produto por dia e possui uma capacidade para 1500
toneladas.
j) O produto chega em -8°C dentro da câmara fria.
k) O tempo de permanência das pessoas dentro da câmara fria é de 5min.
l) Serão utilizados os seguintes Tbs’s: Tbsi = -18°C, Tbse do piso = 21°C, Tbse
do forro = 22°C (Considerando o pior caso que seria o verão), Tbse das paredes = 12°C.

3.1 CÁLCULO DAS CARGAS DE TRANSMISSÃO


3.1.1 Calor do Piso
Será utilizada a Equação 1 para encontrar o valor do calor do piso, com ajuda dos dados
que serão Apiso = 693m2, As = 0 (pois não recebe sol), Tbsepiso = 21°C e o valor da constante U
e do tbsi serão os citados anteriormente.
𝑄𝑡𝑟 = 𝑈 × 𝐴 × ((𝑇𝑏𝑠𝑒 − 𝑇𝑏𝑠𝑖) + 𝐴𝑠) (1)
𝑄𝑝𝑖𝑠𝑜 = 0,23 × 693 × ((21 − (−18)) + 0)
Obtendo assim, um Qpiso = 6.216,21W.

3.1.2 Calor da Parede Leste


Será utilizada a Equação 1 para encontrar o valor do calor da parede leste, com ajuda
dos dados que serão Apl = 370,6m2 (37,06×10), As = 0 (pois também não recebe sol), Tbsepl = -
18°C e o valor da constante U e do tbsi serão os mesmos utilizados anteriormente.
𝑄𝑡𝑟 = 𝑈 × 𝐴 × ((𝑇𝑏𝑠𝑒 − 𝑇𝑏𝑠𝑖) + 𝐴𝑠) (1)
𝑄𝑝𝑙 = 0,23 × 370,6 × ((−18 − (−18)) + 0)
Obtendo assim, um Qpl = 0W.

3.1.3 Calor das Paredes Sul e Norte


Será utilizada a Equação 1 para encontrar o valor do calor das paredes sul e norte, com
ajuda dos dados que serão Apsl = 374m2 (18,7×10(×2)), As=0 (pois também não recebe sol),
Tbsepsn=12°C e o valor da constante U e do tbsi serão os utilizados anteriormente.
6

𝑄𝑡𝑟 = 𝑈 × 𝐴 × ((𝑇𝑏𝑠𝑒 − 𝑇𝑏𝑠𝑖) + 𝐴𝑠) (1)


𝑄𝑝𝑠𝑛 = 0,23 × 374 × ((12 − (−18)) + 0)
Obtendo assim, um Qpsn = 2.580,6W.

3.1.4 Calor da Parede Oeste


Será utilizada a Equação 1 para encontrar o valor do calor da parede oeste, com ajuda
dos dados que serão Apo = 370,6m2 (37,06×10), As=0 (pois também não recebe sol),
Tbsepsl=12°C e o valor da constante U e do tbsi serão os utilizados anteriormente.
𝑄𝑡𝑟 = 𝑈 × 𝐴 × ((𝑇𝑏𝑠𝑒 − 𝑇𝑏𝑠𝑖) + 𝐴𝑠) (1)
𝑄𝑝𝑜 = 0,23 × 370,6 × ((12 − (−18)) + 0
Obtendo assim, um Qpo = 2.557,14W.

3.1.5 Calor do Forro


Será utilizada a Equação 1 para encontrar o valor do calor do forro, com ajuda dos dados
que serão Af = 693m2, As=0 (pois também não recebe sol), Tbseforro=32°C (sendo utilizada a
pior hipótese) e o valor da constante U e do tbsi serão os utilizados anteriormente.
𝑄𝑡𝑟 = 𝑈 × 𝐴 × ((𝑇𝑏𝑠𝑒 − 𝑇𝑏𝑠𝑖) + 𝐴𝑠) (1)
𝑄𝑓𝑜𝑟𝑟𝑜 = 0,23 × 693 × ((32 − (−18)) + 0)
Obtendo assim, um Qforro = 7.969,5W.

3.2 CÁLCULO DAS CARGAS INTERNAS


Primeiramente será utilizado a Equação 2 para encontrar o valor da proporção decimal
do tempo de ocupação. Onde 𝜏0 representa o tempo de ocupação diário [s], o 𝜏𝑡 representa o
tempo total [s] e o 𝐷𝜏0 representa a proporção decimal do tempo de ocupação.
Considerando que os trabalhadores entram 30 vezes ao dia na câmara e permanecem na
mesma por 5 minutos, isso resultaria em um tempo de ocupação diário de 900s. Já o tempo total
são as 24h do dia, que em segundos é 86.400 segundos.
𝜏0 (2)
𝐷𝜏0 =
𝜏𝑡
900
𝐷𝜏0 =
86.400
Obtendo assim, um resultado de 0,1042.
7

3.2.1 Calor das Pessoas


Neste caso será utilizada a Equação 3, onde será utilizada o número de pessoas (NP) e
o calor equivalente dos ocupantes (CEO), dados já dados anteriormente.
𝑄𝑝𝑠 = 𝑁𝑃 × 𝐶𝐸𝑂 × 𝐷𝜏0 (3)
𝑄𝑝𝑠 = 2 × 381 × 0,1042
Obtendo assim, um Qps = 79,375W.

3.2.2 Calor das Lâmpadas


Como a câmara fria fica ligada o dia inteiro a própria potência já equivale ao calor total
das lâmpadas. A potência é obtida através da multiplicação do número de lâmpadas de dentro
da câmara (20) pela sua respectiva voltagem (100W), sendo assim, Qtp = 2000W.

3.2.3 Calor da Empilhadeira Dentro da Câmara Fria


Para este caso será utilizada a Equação 4, onde irá multiplicar a potência da empilhadeira
(STILL FM x 20) pela proporção decimal do tempo de ocupação.
𝑄𝑒 = 𝑃𝑜𝑡 × 𝐷𝜏0 (4)
𝑄𝑒 = 20.500 × 0,1042
Obtendo assim um Qe = 2.136,1W.

3.3 CÁLCULO DAS CARGAS DE INFILTRAÇÃO


Primeiramente utilizaremos a Equação 2 para encontrar o valor da proporção decimal
do tempo de ocupação, porém para este caso o tempo de ocupação diária será de 1.206 segundos
(30 vezes ao dia e 40 segundos por vez), enquanto o tempo total permanece o mesmo.
𝜏0 (2)
𝐷𝜏0 =
𝜏𝑡
1.206
𝐷𝜏0 =
86.400
Obtendo assim, um resultado de 0,0139.
Para calcular o calor que entra com o ar de infiltração é preciso da velocidade média do
ar (0,9m/s), da entalpia do ar interno (hi) e do ar externo (he) que foram obtidas através da carta
psicométrica, resultando em hi = -17 KJ/Kg°C e he = 30 KJ/Kg°C. Será necessário também a
área da porta (2,33x3,54) que é de 8,25m2. Então será utilizado a Equação 5:
𝐴 (5)
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 1.200 × 𝑉 × × (ℎ𝑒 − ℎ𝑖 ) × 𝐷𝜏0
2
8

8,25
𝑄𝑖𝑛𝑓 = 1.200 × 0,9 × × (30 − (−17)) × 0,0139
2

Obtendo assim, um calor de infiltração de 2.910,45W.

3.4 CÁLCULO DA CARGA DO PRODUTO


Para ser possível realizar o cálculo da carga do produto serão utilizados: a diferença de
temperatura da entrada com a armazenagem (-8-(-18)), sendo ela 10°C; a quantidade de produto
que é de 28 toneladas (28.000kg); o calor específico de congelamento do produto conforme a
Tabela 4 é de 1,654 KJ/Kg°C e o tempo de resfriamento que é de 18h (64.800s).
A partir destes dados será utilizado a Equação 6:
𝑄𝑝𝑐𝑟 = 𝑚𝑝 × 𝐶𝑒𝑝 × ∆𝑡 × 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (6)
𝑄𝑝𝑐𝑟 = 28.000 × 1,654 × 10 × 64.800
Obtendo assim, um resultado de Qpcr = 7.132,048W.
Tabela 4 - Condição de Estocagem e Propriedades de Produtos Perecíveis

Fonte: Adaptado Gaspodini (2020)

3.5 CÁLCULO CARGA TÉRMICA TOTAL


A carga térmica total é a soma de todas as cargas térmicas calculadas anteriormente e
multiplicadas por 1,15.

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,5 × ∑ 𝑄𝑛 (7)

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,15 × (6.216,28 + 0 + 2.580,6 + 7.969,5 + 2.557,14 + 79,375 +


2.000 + 2.136,1 + 2.910,45 + 7.132,048)
Obtendo assim, uma carga térmica total de 38.618,64W.

3.6 CÁLCULO POTÊNCIA NECESSÁRIA PARA OS EQUIPAMENTOS


Para o cálculo da potência necessária para os equipamentos será utilizada a Equação 8,
os dados necessários para esta parte do cálculo são apenas a carga total calculada anteriormente
e o número de horas que o sistema irá operar diariamente, sendo ele 18h.
9

(38.618,64×24) (8)
𝑄𝑝𝑜𝑡 = 18

(𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × 24)
𝑄𝑝𝑜𝑡 =

Obtendo assim, uma potência necessária de 51.491,52W ou 44.274,74Kcal/h ou
175.696,4Btu/h ou 14,64TR, como mostra a Tabela 5.
Tabela 5 – Potência do Equipamento
Unidade Watts Kcal/h Btu/h TR
Potência Equipamento 51.491,52 44.274,74 175.696,4 14,64
Fonte: Autores (2023)
10

4 DESENHO
Para proporcionar uma visão mais clara da montagem da câmara fria, o projeto inclui
um desenho de planta baixa e um fluxograma dos equipamentos, incluindo as linhas de
refrigeração e os dutos. Além disso, a Figura 1 apresenta uma vista superior da câmara com as
dimensões exigidas pelo cliente.
Esses recursos visuais são essenciais para entender e visualizar o layout e a disposição
dos equipamentos, bem como a distribuição dos elementos do sistema de refrigeração. A planta
baixa permite ter uma compreensão precisa da disposição física dos componentes, como as
paredes, portas, janelas, sistemas de refrigeração e outras características importantes.
Figura 1 – Câmara Fria

Fonte: Autores (2023)


O fluxograma dos equipamentos com as linhas de refrigeração e os dutos auxilia na
identificação dos caminhos percorridos pelo ar refrigerado e pelos fluidos de refrigeração,
fornecendo uma representação visual do funcionamento do sistema, com o objetivo de uma
melhor identificação a Figura 2 representa este fluxo.
11

Figura 2 – Fluxograma dos Equipamentos

Fonte: Autores (2023)


12

5 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS
A seleção dos equipamentos para uma câmara fria é de extrema importância, pois
envolve diversos fatores essenciais a serem considerados. Entre esses fatores estão a capacidade
de refrigeração necessária, a temperatura de operação desejada, a eficiência energética e a carga
térmica da câmara fria. Levando em conta que os cálculos e objetivos específicos já foram
informados pelo cliente anteriormente, o próximo passo é a escolha dos equipamentos
principais que devem ser incluídos em uma câmara fria, tais como condensador, compressor,
evaporador, válvula de expansão e o tipo de isolamento. Cada um desses componentes será
brevemente explicado e selecionado de acordo com o dimensionamento e projeto escolhidos
pela empresa.

5.1 ISOPAINEL
Para a escolha do isolamento tanto para a câmara fria quanto para a porta, foi escolhido
o PIR (polisocianurato), que é considerado o melhor no mercado atualmente. Uma das
principais razões para essa escolha é o fato de ser antichamas, não contribuindo para a
propagação do fogo. O PIR é semelhante ao PUR, porém possui uma resistência térmica
superior em altas temperaturas. Além disso, ele é mais resistente à água e umidade, sendo um
dos isolamentos mais eficientes disponíveis.
O PIR possui um índice de condutividade térmica muito baixo em comparação com
outros produtos, tornando-o altamente eficiente em isolamento térmico. Sua leveza e facilidade
de instalação o tornam uma escolha excelente. Os painéis de PIR são adaptados e feitos sob
medida para atender necessidades específicas. A Figura 3 representa o modelo de Isopainel
escolhido com uma espessura de 150mm pelo fabricante Conrrefrio aqui da região catarinense
que possui uma excelente qualidade e um ótimo custo-benefício.
Figura 3 - Isopainel

Fonte: Conrrefrio (2023)


13

5.2 UNIDADE CONDENSADORA


A unidade condensadora desempenha um papel fundamental nos sistemas de
refrigeração utilizados em câmaras frias. Essa unidade consiste em um condensador e um
compressor integrados. O compressor tem a função de comprimir o refrigerante, aumentando
sua pressão e temperatura. Em seguida, o refrigerante segue para o condensador, onde o calor
é dissipado para o ambiente externo.
Ao selecionar a unidade condensadora adequada, levamos em consideração a carga
térmica calculada anteriormente, que totalizou 44.274,74 kcal/h. Com base nessa informação,
consultamos a Tabela 6 dos Anexos para escolher a unidade compressora. Optamos pelo
modelo OP-HGZ160, que possui uma capacidade de 11.180 kcal/h. Para garantir uma
distribuição eficiente da carga térmica, decidimos utilizar 4 unidades condensadoras, o que
resulta em uma capacidade de refrigeração total de 44.720 kcal/h, atendendo às necessidades
do cliente.
Essa seleção estratégica permite que o sistema de refrigeração da câmara fria funcione
de maneira adequada e eficiente, garantindo a manutenção da temperatura desejada e a
conservação dos produtos armazenados.

5.3 EVAPORADOR
Após a unidade condensadora, o próximo equipamento selecionado foi o evaporador,
responsável por remover o calor da câmara fria. O objetivo principal é escolher um evaporador
com capacidade adequada para atender à carga térmica da câmara fria. Neste caso, considerando
uma porcentagem de 15% em relação à capacidade da unidade condensadora, o evaporador
deve ser capaz de lidar com uma carga de 50.915,95 kcal/h.
A Tabela 7 apresenta vários modelos de evaporadores que poderiam atender às nossas
necessidades. Para uma distribuição mais eficiente, levando em conta a área em metros
quadrados da câmara fria calculada, foi decidido utilizar 4 evaporadores do modelo EviB-295,
além disso este modelo é específico para câmaras de até 12m de altura. Cada um desses
evaporadores possui uma capacidade de 14.758 kcal/h, totalizando 59.032 kcal/h, o que é
suficiente para suprir nossa carga térmica calculada.
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Tabela 7 – Modelos de Evaporadores

Fonte: Mipal (2023)


A Tabela 8 representa os valores para a instalação e dimensões dos evaporadores neste caso do
modelo escolhido acima.
Tabela 8 – Valores para Instalação dos Evaporadores

Fonte: Mipal (2023)


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5.4 VÁLVULA DE EXPANSÃO


Outro componente essencial nesse processo de seleção é a válvula de expansão,
responsável por controlar o fluxo do refrigerante líquido do condensador para o evaporador.
Sua função é regular a taxa de expansão do refrigerante, permitindo que ele entre no evaporador
na quantidade adequada para realizar a troca de calor e resfriar o ambiente. Isso é alcançado
através da redução da pressão e da diminuição da temperatura do refrigerante.
Considerando que a válvula será utilizada em uma indústria, optamos pelo modelo TES
5, fabricado pela Danfoss. Essa válvula é reconhecida por sua alta precisão e eficiência no
controle do fluxo de refrigerante R404A. Além disso, ela é capaz de se adaptar a diferentes
cargas térmicas e variações nas condições de funcionamento, garantindo a estabilidade do
evaporador.
A Figura 4 ilustra o design dessa válvula, que apresenta ajuste externo do
superaquecimento e pode ser montada tanto na posição horizontal quanto na vertical. Essas
características permitem um ajuste mais preciso e uma instalação flexível, de acordo com as
necessidades específicas do sistema de refrigeração.
A escolha criteriosa da válvula de expansão é fundamental para o bom desempenho do
sistema de refrigeração da câmara fria, garantindo um controle preciso do fluxo de refrigerante
e a eficiência energética.
Figura 4 – Desing da Válvula

Fonte: Danfoss (2023)


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5.5 FLUIDO REFRIGERANTE


Para finalizar, escolhemos o fluido refrigerante para este processo de refrigeração o
R404A que é uma mistura de hidrofluorcarbonetos (HFCs) composta por difluorometano (R32),
pentafluoroetano (R125) e tetrafluoroetano (R134a), este tipo de fluido refrigerante possui uma
capacidade de refrigeração significativa e é eficiente em sistemas de refrigeração comerciais e
industriais, é amplamente disponível no mercado, é compatível com muitos materiais utilizado
em sistemas de refrigeração como cobre, aço inox e polímeros, facilitando sua aplicação em
sistemas existentes ou durante a substituição de refrigerantes, sem contar que possui um ponto
de ebulição baixo e uma pressão adequada para sistemas de refrigeração, porem um dos pontos
negativos deste refrigerante é seu potencial impacto ambiental devido ao seu potencial de
aquecimento global (GWP).
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6 ESTIMATIVA DE CUSTO
Tendo como base os equipamentos selecionados anteriormente foi feita uma estimativa
de custo para construção da câmara fria dimensionada, conforme mostra a Tabela 9 o valor
estimado já com a mão de obra inclusa ficou em R$:793.850,00.
Tabela 9 – Estimativa de Custos
Item Quantidade Valor Mão de Obra Valor do Item
Isopainel 1.830𝑚2 R$:50,00×𝑚2 R$:265,00×𝑚2
Unidade Condensadora 4un R$:5.000,00×un R$:25.000,00×un
Unidade Evaporadora 4un R$:5.000,00×un R$:18.000,00×un
Válvula de Expansão 4un Já incluso R$:1.350,00×un
TOTAL: R$: 793.850,00
Fonte: Autores (2023)
18

REFERÊNCIAS

OETTERER, Marília. Congelamento é o melhor método para a conservação do


pescado. Visao Agricola, Sao Paulo, v. 11, n. 1, p. 137-139, dez. 2012.

Moreira, C., (2015) Conservação dos Alimentos, Rev. Ciência Elem., V3(4):216

CAREL. O que é Refrigeração ? 2023. Disponível em: https://www.carel.com.br/what-s-


refrigeration-
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ANEXOS
Tabela 6 – Unidade compressora

Fonte: Danfoss (2023)

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