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Universidade do Vale do Itajaí

Engenharia Civil

Estruturas Metálicas

APOSTILA

Prof. Daniel Krobel


Itajaí – 2022
Estruturas Metálicas 2

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Valdir Cechinel Filho


Reitor

Carlos Alberto Tomelin


Vice-Reitora de Graduação e Desenvolvimento Institucional

André Matte Sagave


Coordenador do Curso de Engenharia Civil

Prof. Daniel Krobel


Estruturas Metálicas 3

Sumário

1. APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................... 9
1.1. EMENTA ......................................................................................................................................................... 9
1.2. CARGA HORÁRIA TOTAL ..................................................................................................................................... 9
1.3. OBJETIVOS ...................................................................................................................................................... 9
1.4. METODOLOGIA................................................................................................................................................ 9
1.5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .................................................................................................................................. 9
1.6. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ....................................................................................................................................... 9
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR .................................................................................................................. 10
2. ESTRUTURAS METÁLICAS ....................................................................................................................... 11
2.1. CONCEITOS DE ESTRUTURAS METÁLICAS ............................................................................................................. 11
2.2. VANTAGENS DAS ESTRUTURAS METÁLICAS .......................................................................................................... 11
2.3. DESVANTAGENS DAS ESTRUTURAS METÁLICAS..................................................................................................... 13
2.4. QUANDO CONSTRUIR EM AÇO OU CONCRETO?.................................................................................................... 14
3. CONCEPÇÃO DE PROJETO EM ESTRUTURAS METÁLICAS ..................................................................... 27
3.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 27
3.2. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE SEÇÕES ................................................................................................................. 27
3.3. TIPOS DE SEÇÕES............................................................................................................................................ 28
3.4. TIPOS DE AÇO ................................................................................................................................................ 40
3.5. BASES PARA DIMENSIONAMENTO E TIPOS DE CARREGAMENTOS ............................................................................. 42
3.6. ESTRUTURAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO.......................................................................................................... 43
4. PROCEDIMENTO PARA PROJETOS DE EDIFICAÇÕES METÁLICAS .......................................................... 49
4.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 49
4.2. CONSIDERAÇÕES DE PROJETOS ......................................................................................................................... 49
4.3. MODELOS DE GALPÕES ................................................................................................................................... 55
4.4. LANÇAMENTO ESTRUTURAL PARA EDIFICAÇÕES ................................................................................................... 57
4.5. DETALHAMENTO DE PROJETO ........................................................................................................................... 58
4.6. TIPOS DE LIGAÇÃO .......................................................................................................................................... 59
4.7. CUIDADOS CONSTRUTIVOS............................................................................................................................... 73
5. COMPORTAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS E COMPRIMIDAS .............................................................. 78
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 78
5.2 VERIFICAÇÃO DE BARRAS TRACIONADAS ................................................................................................... 78
5.3 VERIFICAÇÃO DE BARRAS COMPRIMIDAS .................................................................................................. 82
6. COMPORTAMENTO DE PEÇAS FLETIDAS E CISALHADAS .......................................................................... 94
6.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 94
6.2 MOMENTO FLETOR RESISTENTE DE CÁLCULO............................................................................................ 94
6.3 FLECHA LIMITE ............................................................................................................................................ 99
6.3 VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO ........................................................................................................... 102
6.4 COMPORTAMENTO DE PEÇAS COM ESFORÇOS COMBINADOS DE FLEXÃO E SOLICITAÇÕES AXIAIS DE COMPRESSÃO E TRAÇÃO
........................................................................................................................................................................ 103
7. LIGAÇÕES SOLDADAS E PARAFUSADAS ................................................................................................ 105
7.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 105
7.2 LIGAÇÕES SOLDADAS................................................................................................................................ 105
7.3 LIGAÇÕES PARAFUSADAS ......................................................................................................................... 117
RESOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS ................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
UNIDADE 2.............................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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Pontes e Concreto Protendido 4

UNIDADE 3.............................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.


UNIDADE 4.............................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
UNIDADE 5.............................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
UNIDADE 6.............................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
UNIDADE 7.............................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

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Lista de Figuras
Figura 1 - EDIFÍCIO CASA DO COMÉRCIO EM SALVADOR (BAHIA) ..........................................................................................12
Figura 2 – EXEMPLO DE ESTRUTURA EM ARCO ......................................................................................................................12
Figura 3 – COMPARATIVO AÇO-CARBONO VERSUS AÇO PATINÁVEL .....................................................................................14
Figura 4 – DESEMPENHO DOS AÇOS PATINÁVEIS – RESISTÊNCIA À CORROSÃO ATMOSFÉRICA ...........................................15
Figura 5 – PERFIS LAMINADOS DE ABAS PARALELAS ..............................................................................................................15
Figura 6 – PERFIS SOLDADOS ..................................................................................................................................................16
Figura 7 – PERFIS FORMADOS A FRIO .....................................................................................................................................16
Figura 8 – PERFIS LAMINADOS ................................................................................................................................................17
Figura 9 – PERFIS FORMADOS A FRIO .....................................................................................................................................17
Figura 10 – EDIFÍCIO GARAGEM AMÉRICA EM SÃO PAULO/SP ..............................................................................................18
Figura 11 – MODELO DE LAJE SECA ........................................................................................................................................18
Figura 12 – ALGARVE APART HOTEL EM BELO HORIZONTE/MG – VISTA GERAL DO EDIFÍCIO APÓS A MONTAGEM DA
ESTRUTURA METÁLICA ..................................................................................................................................................19
Figura 13 – ALGARVE APART HOTEL EM BELO HORIZONTE/MG – ASSENTAMENTO DAS ALVENARIAS DE BLOCOS DE
CONCRETO CELULAR .....................................................................................................................................................20
Figura 14 – ALGARVE APART HOTEL EM BELO HORIZONTE/MG – ESCADAS METÁLICAS COM DEGRAUS DE PERFIS “U” .....20
Figura 15 – PAREDE DE DRYWALL ...........................................................................................................................................21
Figura 16 – EDIFÍCIO DAVILAR EM SÃO PAULO/SP – CORTE LONGITUDINAL .........................................................................21
Figura 17 – EDIFÍCIO DAVILAR EM SÃO PAULO/SP – VISTA DO BALANÇO LATERAL DE 2,8m ................................................22
Figura 18 – INSTITUTO CULTURAL ITAÚ EM SÃO PAULO/SP ..................................................................................................22
Figura 19 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS METÁLICAS ................................................................................................27
Figura 20 – VIGA TRELIÇADA PLANA .......................................................................................................................................28
Figura 21 – VIGA DE ALMA CHEIA ..........................................................................................................................................28
Figura 22 - SEÇÃO TRANSVERSAL DE UMA VIGA I ..................................................................................................................29
Figura 23 – TIPOS DE PERFIS. ESTRUTURAL E SERRALHERIA ..................................................................................................33
Figura 24 – TIPOS DE PERFIS. PERFIL SERRALHERIA ................................................................................................................34
Figura 25 – TIPOS DE PERFIS. PERFIL SERRALHERIA ................................................................................................................35
Figura 26 – TIPOS DE PERFIS. CHAPAS E DERIVADOS .............................................................................................................36
Figura 27 – TIPOS DE PERFIS. CHAPAS E DERIVADOS .............................................................................................................37
FIGURA 28 – TIPOS DE PERFIS. TELHAS...................................................................................................................................37
Figura 29 – TIPOS DE PERFIS. TUBOS ......................................................................................................................................38
Figura 30 – TIPOS DE PERFIS. TREFILADOS ESPECIAIS.............................................................................................................39
Figura 31 – EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MISTAS ..................................................................................................................44
Figura 32 – EXEMPLOS DE PILARES MISTOS ...........................................................................................................................44
Figura 33 - EXEMPLOS DE PILARES MISTOS ............................................................................................................................45
Figura 34 – EXEMPLOS DE VIGAS MISTAS ...............................................................................................................................46
Figura 35 – EXEMPLOS DE LAJES MISTAS................................................................................................................................46
Figura 36 – HANGAR VARIG RJ ................................................................................................................................................49

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Figura 37 – HANGAR VARIG RJ. VISTA FRONTAL DA ESTRUTURA METÁLICA MONTADA .......................................................50
Figura 38 – HANGAR VARIG RJ. VISTA LATERAL DO HANGAR COM A ESTRUTURA METÁLICA MONTADA ............................50
Figura 39 – HANGAR VARIG RJ. VISTA INTERNA DO HANGAR VOLTADA PARA A SUA LATERAL DIREITA ...............................51
Figura 40 – HANGAR VARIG RJ. VISTA INTERNA DO HANGAR COM O EDIFÍCIO DE APOIO ....................................................51
Figura 41 – HANGAR VARIG RJ. FACHADA LATERAL COM TAPAMENTOS DE CHAPA DE AÇO PRÉ-PINTADAS GERANDO
SUPERFÍCIES DE DUPLA CURVATURA ............................................................................................................................52
Figura 42 – DIMENSÕES PADRÃO PARA GALPÕES..................................................................................................................52
Figura 43 – ISOPLETAS DE VELOCIDADE BÁSICA V0 (m/s) ......................................................................................................54
Figura 44 – GALPÃO EM PERFIS DE ALMA CHEIA, GALPÃO DE VÃO SIMPLES ........................................................................55
Figura 45 – GALPÃO EM PERFIS DE ALMA CHEIA, GALPÃO DE VÃOS MÚLTIPLOS .................................................................55
Figura 46 – GALPÃO EM PERFIS DE ALMA CHEIA, AMPLIAÇÃO DO TIPO ANEXO Lb ≤ (La/2) .................................................56
Figura 47 – GALPÃO EM COBERTURA TRELIÇADA E PILARES EM ALMA CHEIA ......................................................................56
Figura 48 – GALPÃO EM COBERTURA E PILARES TRELIÇADOS. ..............................................................................................57
Figura 49 – ESTRUTURA APORTICADA E CONTRAVENTADA ...................................................................................................57
Figura 50 – ESTRUTURA APORTICADA E CONTRAVENTADA ...................................................................................................58
Figura 51 – LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA ............................................................................................................60
Figura 52 – DETALHAMENTO DE LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA ..........................................................................61
Figura 53 – LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA ............................................................................................................62
Figura 54 – DETALHAMENTO DE LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA ..........................................................................63
Figura 55 – LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ROTULADA ..............................................................................................................64
Figura 56 – DETALHAMENTO DE LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ROTULADA .............................................................................65
Figura 57 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA SOLDADA .................................................................................................66
Figura 58 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA SOLDADA .................................................................................66
Figura 59 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA ..........................................................................................67
Figura 60 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA ...........................................................................68
Figura 61 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA ..........................................................................................68
Figura 62 – DETALHE LOGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA .........................................................................69
Figura 63 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA SOLDADA ...................................................................................................69
Figura 64 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA SOLDADA ...................................................................................70
Figura 65 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA ............................................................................................71
Figura 66 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA .............................................................................71
Figura 67 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA ............................................................................................72
Figura 68 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULDA PARAFUSADA ...............................................................................72
Figura 69 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA ............................................................................................73
Figura 70 – TRATAMENTO DE FRESTAS ..................................................................................................................................74
Figura 71 – TRANSIÇÃO ENTRE AÇO E CONCRETO .................................................................................................................75
Figura 72 – POSIÇÕES PARA EVITAR PONTOS DE ACÚMULO DE ÁGUA E SUJEIRA .................................................................75
Figura 73 – Exemplos de An e Ag ...........................................................................................................................................79
Figura 74– Ilustração dos espaçamentos s e g entre os furos 1 e 2 .......................................................................................79
Figura 75 – Prováveis linhas de ruptura .................................................................................................................................79

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Figura 76 – Gabarito g em cantoneiras ...................................................................................................................................80


Figura 77 – Exemplo de furação em diagonal em abas de cantoneiras..................................................................................80
Figura 78 – Indicação de b e lw ..............................................................................................................................................82
Figura 79 – Exemplo de flambagem local ocorrendo em perfil ..............................................................................................83
Figura 80 – Analogia perfil real e perfil composto por placas apoiadas ................................................................................83
Figura 81 – Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados .............................................................................88
Figura 82 – Deslocamentos verticais a serem considerados ............................................................................................... 100
Figura 83 – Indicação de a, h, tw e d ................................................................................................................................... 102
Figura 84 – Máquina de solda ESAB por eletrodo revestido .............................................................................................. 106
Figura 85 – Procedimento de solda por eletrodo revestido ................................................................................................ 106
Figura 86 – Esquema de processo de soldagem .................................................................................................................. 106
Figura 87 – Eletrodos para soldagem e solda aplicada entre duas chapas.......................................................................... 107
Figura 88 – Solda de eletrodo com e sem a remoção da escória. ....................................................................................... 107
Figura 89 – Procedimento de remoção da escória da solda com o auxílio da piqueta ....................................................... 108
Figura 90 – Equipamento para soldagem com proteção gasosa ......................................................................................... 108
Figura 91 – Procedimento de solda por arco com proteção gasosa .................................................................................... 109
Figura 92 – Esquema de processo de soldagem .................................................................................................................. 109
Figura 93 – Simbologia de soldas ......................................................................................................................................... 111
Figura 94 – Exemplos de simbologia de soldas .................................................................................................................... 112
Figura 95 – Dimensões de soldas de filete........................................................................................................................... 113
Figura 96 – Filetes de solda próximos de borda tracionadas .............................................................................................. 114
Figura 97 – Possíveis situações de Rd ................................................................................................................................ 117
Figura 98 – Parâmetros e condições de ligações ................................................................................................................. 121

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Lista de Tabelas
TABELA 1 – BITOLA DE PERFIS GERDAU (PARTE 1) .................................................................................................................30
TABELA 2 – BITOLA DE PERFIS GERDAU (PARTE 2) .................................................................................................................31
TABELA 3 – BITOLA DE PERFIS GERDAU (PARTE 3) .................................................................................................................32
TABELA 4 – AÇOS ESPECIFICADOS POR NORMAS BRASILEIRAS PARA USO ESTRUTURAL ......................................................40
TABELA 5 – AÇOS DE USO FREQUENTE ESPECIFICADOS PELA ASTM PARA USO ESTRUTURAL ..............................................41
TABELA 6 – MATERIAIS USADOS EM PARAFUSOS ..................................................................................................................42
TABELA 7 – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DO METAL DA SOLDA....................................................................................................42
Tabela 8 – Valores de (𝒃𝒕)𝒍𝒊𝒎 ..............................................................................................................................................86
Tabela 9 – Parâmetros referentes ao momento fletor resistente ..........................................................................................96
Tabela 10 – Flecha limite (𝛿𝑙𝑖𝑚) ......................................................................................................................................... 101
Tabela 11 – Tamanho mínimo da perna de uma solda de filete ......................................................................................... 113
Tabela 12 – Compatibilidade do metal-base com o metal da solda .................................................................................... 114
Tabela 13 – Resistência à tração do metal da solda ............................................................................................................ 115
Tabela 14 – Força resistente de cálculo de soldas ............................................................................................................... 116
Tabela 15 – Dimensões máximas de furos para parafusos e barras redondas rosqueadas ................................................ 118
Tabela 16 – Distância mínima do centro de um furo-padrão à bordaa ............................................................................... 119
Tabela 17 – Parafusos e barras redondas. Área nominal e outras disposições construtivas .............................................. 120

Lista de Quadros
Quadro 1 – VALORES DOS COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS AÇÕES ɣ𝐟 = ɣ𝐟𝟏 ɣ𝐟𝟑 .......................................................43
Quadro 2 – DIMENSÕES PADRÃO PARA GALPÕES .................................................................................................................52
Quadro 3 – Dimensões máximas de furos (df) para parafusos e barras redondas rosqueadas .............................................81

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1. Apresentação
1.1. Ementa
Aços estruturais. Considerações gerais para projeto. Critérios de dimensionamento. Ligações.

1.2. Carga horária total


72 horas-aula

1.3. Objetivos
Analisar projetos de estruturas de aço, por meio do dimensionamento elementar das peças e conhecimento das
propriedades dos materiais.

1.4. Metodologia
Aulas expositivas, dialogadas, debates. Utilização de data show.

1.5. Critérios de avaliação


Aplicação correta dos conceitos estudados - 90%

Organização do material aplicado - 10%

1.6. Bibliografia básica


ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8800: projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de
aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6123: Forças devido ao vento em edificações. Rio de Janeiro:
ABNT, 2014.

ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas-Procedimento. Rio
de Janeiro: ABNT, 2003.

CARVALHO, Paulo Roberto Marcondes de. Curso básico de perfis de aço formados a frio - 2. ed / 2006 Porto
Alegre, RS: [s.n.], 2006.

DIAS, Luis Andrade de Mattos. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem - 2. ed / 1998 conceitos,
técnicas e linguagem. São Paulo, SP: Zigurate, 1998.

PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas de aço: dimensionamento prático - 7. ed. atual. / 2000
dimensionamento prático. Rio de Janeiro, RJ: Livros Técnicos e Científicos, c2000.

QUITES, Almir Monteiro. Metalurgia na soldagem dos aços / 2008 Florianópolis, SC: Soldasoft, 2008.

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Curriculum resumido do professor


Daniel Krobel

Daniel Krobel é pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UDESC em 2005 e em


Manutenção Predial pela UNIVALI em 2007. Graduado Engenheiro civil pela UNIVALI em 2002. Sua área de
atuação inclui obras e projetos de estruturas metálicas e de concreto. Professor do curso de engenharia civil,
do curso de arquitetura e urbanismo e do curso de design.

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2. Estruturas Metálicas

2.1. Conceitos de estruturas metálicas


Estruturas podem ser definidas como um subsistema cuja função principal é suportar todas as cargas previstas
em projeto. Desta forma, entender o comportamento, as vantagens e desvantagem de cada tipologia estrutural, auxilia
na correta concepção, bem como escolha de formatos e dimensões.
A escolha da estrutura metálica como tipologia estrutural para uma obra ou projeto, depende muito das
características do projeto arquitetônico e das características desejadas da estrutura.
Neste caso, o aprendizado teórico da aplicação desta tipologia estrutural fundamenta as razões da escolha de
aplicação desta, minimizando as dúvidas quanto à viabilidade estrutural, econômica e de prazo.

2.2. Vantagens das estruturas metálicas


De acordo com o autor, quando comparadas às estruturas de concreto, as estruturas metálicas possuem
algumas vantagens, como:
 Menor tempo de execução – pois comparadas as estruturas de concreto, onde estas necessitam de
um tempo de cura e ganho de resistência do conjunto concreto armado, as estruturas metálicas por
serem pré-fabricadas, não requerem este mesmo tempo;
 Projetos e obras mais precisos – projetos metálicos, por serem extremamente precisos e não
admitirem imprecisão (ajustes no local), são elaborados em escala milimétrica;
 Maior resistência estrutural – aços estruturais possuem desde a tensão de escoamento até a tensão
de ruptura, valores muito maiores que as tensões de resistência a compressão de concretos
convencionais, desconsiderando ainda o fato de expressiva redução de resistência à tração do
concreto;
 Seções estruturais menores – os aços estruturais convencionais possuem tensões de resistência
superiores aos dos concretos convencionais, permitindo assim seções transversais de perfis metálicos
menores quando comparadas as de concreto armado;
 Projetos mais arrojados – os aços estruturais, por possuírem maior resistência que o concreto,
permitem maiores vãos ou maiores solicitações e, por possuírem menores seções transversais,
permitem também vãos maiores sem influenciar na arquitetura (a Figura 1 apresenta um modelo de
projeto arrojado);

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Estruturas Metálicas 12

Figura 1 - EDIFÍCIO CASA DO COMÉRCIO EM SALVADOR (BAHIA)

FONTE: DIAS (1999, p. 87)

 Mão de obra mais qualificada – os profissionais de estruturas metálicas têm, ou devem ter uma noção
maior da necessidade de precisão, além do domínio de medidas, angulações, transferência de graus,
cotas progressivas, etc., pois estes quesitos se fazem necessários às etapas de fabricação e montagem
da estrutura;

Figura 2 – EXEMPLO DE ESTRUTURA EM ARCO

FONTE: AUTOR (2020)

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Estruturas Metálicas 13

 Sustentabilidade (reciclável) – perfis metálicos podem ser desmontados, recortados e substituídos, e


sua sucata derretida e reutilizada para produção de novos perfis;
 Menor deformação com o tempo – estruturas metálicas não possuem alguns problemas com
deformação, como os presentes em estruturas de concreto (fluência) e estruturas de madeira
(empenamento);
 Facilidade de adaptação – estruturas metálicas permitem com mais facilidade, quando comparadas a
estruturas de concreto armado ou madeira, a adaptação ou alteração, desde que tomadas as devidas
precauções de dimensionamento e conservação;
 Relação custo-benefício mais precisa – obras metálicas por serem mais precisas e por permitirem
emendas por solda em suas peças proporcionam um maior aproveitamento de seu material, ou seja,
menor desperdício. Também, por não precisarem de formas ou escoras, não necessitam de custos
relativos ao uso de madeiras para caixaria;
 Desembolso tardio ou antecipação de lucro – por permitirem um prazo menor de obra, as construções
metálicas permitem que seus idealizadores posterguem seu início, permitindo assim um maior prazo
de capitalização ou rentabilidade ou permitem também, uma conclusão antecipada, permitindo assim
uma negociação antecipada do empreendimento ou atividade a se instalar no mesmo;
 Redução de despesas com administração da obra – por permitirem um prazo de obra menor, obras
metálicas demandam de um menor período de tempo de canteiro de obra, reduzindo assim as
despesas de vigilância, funcionários, engenheiros e técnicos para o período de execução;
 Produção praticamente industrializada – obras metálicas possuem seus perfis produzidos em usinas,
e adaptados/recortados/soldados em fábrica às medidas da obra, restando apenas a instalação a ser
executada em canteiro.

DICA: Você pode entender melhor sobre velocidade de execução e precisão assistindo ao vídeo “30-story building built
in 15 days! Construction time lapse of J57, Changsha, China.” (2012). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Hdpf-MQM9vY.

2.3. Desvantagens das estruturas metálicas


Já quando comparadas às estruturas de concreto, as estruturas metálicas possuem algumas desvantagens,
como:
 Custo elevado – quando comparado a concreto armado ou madeira, tem seu valor unitário de material
muito superior, dificultando muitas vezes a viabilidade desta tipologia estrutural;
 Cuidados contra corrosão – os perfis metálicos, por estarem muito mais próximos às condições
climáticas do que os aços no interior de peças de concreto, e por serem suscetíveis aos processos
corrosivos, necessitam de maior cuidado quanto ao seu isolamento;
 Resistência ao fogo (fator de massividade) – as condições de incêndio na relação perímetro exposto
do perfil e área de seção são bem maiores que os valores para seções de concreto armado ou madeira;

NOTA: u/A – fator de massividade, ou seja, relação entre o perímetro da sessão exposta ao fogo (u) e a área da sessão
transversal (A) do elemento de estudo.

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Estruturas Metálicas 14

 Não admite imprecisão – estruturas metálicas em geral são produzidas “sob medida”, e com mínimas
folgas em suas ligações, exigindo assim a necessidade de precisão em sua produção ou projeto, a fim
de minimizar a necessidade de ajustes a serem feitos no local;
 Dificuldade em transporte de peças – uma das vantagens de estruturas metálicas é a possibilidade de
grandes vãos, ou seja, peças de grandes dimensões, que mesmo seccionadas, necessitam de um
planejamento de transporte;
 Espaço em canteiro de obra – estruturas metálicas necessitam de grandes espaços em canteiro para
posicionamento das peças, pré-montagens da estrutura, posicionamento de guindastes e muncks, que
serão necessários até sua instalação em posição final;
 Relação seção versus deformação – perfis metálicos, por apresentarem seções menores que as de
concreto armado ou madeira, possuem consequentemente momentos de inércia menores,
influenciando diretamente no resultado de suas deformações máximas.

2.4. Quando construir em aço ou concreto?


Para se responder a tradicional pergunta “quando construir em aço ou concreto? ”, deve-se levar em
consideração também quais variáveis estarão presentes em todo o sistema, como por exemplo:

Variáveis de um sistema em aço:


 Tipos de aço – aços estruturais se dividem em aços comuns e aços patináveis, ou aços de média
resistência e alta resistência, que muitas vezes não são opção para todos os tipos de seção de perfis
(veja As Figura 3 e Figura 4 abaixo);

Figura 3 – COMPARATIVO AÇO-CARBONO VERSUS AÇO PATINÁVEL

FONTE: ADAPTADO DE DIAS (1997, p. 79)

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Estruturas Metálicas 15

Na Figura 3 acima é representada a maior abertura de fissuras em aço carbono do que em aço patinável. Já na
Figura 4 podemos observar a perda de espessura de forma acentuada para aço comum (ASTM A-36) do que para aços
patináveis (ASTM A-572).

Figura 4 – DESEMPENHO DOS AÇOS PATINÁVEIS – RESISTÊNCIA À CORROSÃO ATMOSFÉRICA

FONTE: ADAPTADO DE DIAS (1997, p. 80)

 Tipos de perfil – perfis metálicos podem ser laminados, dobrados, soldados, treliçados ou de seção
composta por mais de um perfil, o que por sua vez acabam influenciando na questão arquitetônica da
obra (as Figura 5 a Figura 9 abaixo ilustram alguns tipos de perfil);

Figura 5 – PERFIS LAMINADOS DE ABAS PARALELAS

FONTE: ADAPTADO DE DIAS (1997, p. 85)

Conforme Figura 5, podemos observar que o perfil é formado por um único bloco maciço de aço, moldado ao
formato desejado, sem soldas ou dobras após o processo de laminação.

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Estruturas Metálicas 16

Figura 6 – PERFIS SOLDADOS

FONTE: ADAPTADO DE DIAS (1997, p. 90)

Na Figura 6, podemos observar que o perfil é composto de chapas soldadas entre si, formando a seção
desejada.
Figura 7 – PERFIS FORMADOS A FRIO

FONTE: ADAPTADO DE DIAS (1997, p. 92)

Já a Figura 7, podemos observar que estas seções foram formadas por chapas dobradas mecanicamente, sem
a necessidade de aquecimento para facilitar a deformação ou soldas.

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Estruturas Metálicas 17

E nas Figura 8 e Figura 9, são apresentados perfis laminados com seção L (Cantoneira) e I, e perfis formados a
frio (dobrados) com seção U enrijecido e tubular quadrado.

Figura 8 – PERFIS LAMINADOS

FONTE: AUTOR (2020)

Figura 9 – PERFIS FORMADOS A FRIO

FONTE: AUTOR (2020)

 Modulação/vãos – estruturas metálicas permitem distanciamento maior entre pilares, permitindo


assim obras com menor interferência de pilares na arquitetura, como é o caso do Edifício Garagem
América, em São Paulo/SP (Figura 10);

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Estruturas Metálicas 18

Figura 10 – EDIFÍCIO GARAGEM AMÉRICA EM SÃO PAULO/SP

FONTE: DIAS (1999, p. 13)

 Tipos de laje – obras metálicas admitem o uso de praticamente todos os tipos de lajes, porém, por se
tratar de obras mais limpas, permitem a aplicação do conceito “obra seca”, sem utilização de
argamassas de cimento. Também, o tipo de laje adotada influencia diretamente no distanciamento
entre vigas (vide Figura 11);

Figura 11 – MODELO DE LAJE SECA

FONTE: LP BRASIL (2017).

 Tipos de vedação – sejam painéis de gesso ou de fibrocimento, bem como execução de alvenarias ou
instalação de telhas, todos estes demandam de cuidados quanto ao tipo e ao distanciamento de suas
vinculações e limites de deformações;

Nas Figura 12,

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Estruturas Metálicas 19

Figura 13 e Figura 14, podemos constatar um exemplo de aplicação de alvenarias em estruturas metálicas,
porém esta técnica muda a ideologia da construção de metálica sendo considerada construção a seco, pois neste caso
há a utilização de argamassas.

Figura 12 – ALGARVE APART HOTEL EM BELO HORIZONTE/MG – VISTA GERAL DO EDIFÍCIO APÓS A MONTAGEM DA
ESTRUTURA METÁLICA

FONTE: DIAS (1999, p. 86)

Nas Figura 12 e

Figura 13 podemos observar o esqueleto estrutural do edifício, com alvenarias ancoradas nas estruturas
metálicas. E na Figura 14, observa-se o modelo estrutural da escada confeccionada para a mesma edificação.

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Estruturas Metálicas 20

Figura 13 – ALGARVE APART HOTEL EM BELO HORIZONTE/MG – ASSENTAMENTO DAS ALVENARIAS DE BLOCOS DE
CONCRETO CELULAR

FONTE: DIAS (1999, p. 86)


Figura 14 – ALGARVE APART HOTEL EM BELO HORIZONTE/MG – ESCADAS METÁLICAS COM DEGRAUS DE PERFIS “U”

FONTE: DIAS (1999, p. 86)

E na Figura 15 pode-se observar outro exemplo de técnica de fechamentos (Drywall) em estruturas metálicas,
sendo esta, uma das mais procuradas para esta tipologia estrutural pois não altera a ideia de uma construção a seco,
pois não há a utilização de argamassas.

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Estruturas Metálicas 21

Figura 15 – PAREDE DE DRYWALL

FONTE: KNAUF (2021).

DICA: Você pode se aprofundar mais neste assunto lendo a apostila Alvenarias, do autor Otávio Luiz do Nascimento,
disponível no site do CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço CBCA (cbca-acobrasil.org.br).

 Estabilidade horizontal – pelo padrão de ligações, e por não serem fundidas no local, estruturas
metálicas são mais globalmente deformáveis que estruturas de concreto armado, necessitando assim
de regiões de contraventamentos, destinadas a absorver os esforços horizontais (De Figura 16 a Figura
18);
Figura 16 – EDIFÍCIO DAVILAR EM SÃO PAULO/SP – CORTE LONGITUDINAL

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Estruturas Metálicas 22

FONTE: DIAS (1999, p. 143)

Podemos observar, na Figura 16, o desenho de um corte esquemático da estrutura da edificação. E na Figura
17, temos uma visão mais próxima de como esta estrutura foi confeccionada.

Figura 17 – EDIFÍCIO DAVILAR EM SÃO PAULO/SP – VISTA DO BALANÇO LATERAL DE 2,8m

FONTE: DIAS (1999, p. 143)


Na Figura 18, tem-se uma visão atual da estrutura metálica externa do edifício, fazendo esta, parte da
arquitetura da edificação.

Figura 18 – INSTITUTO CULTURAL ITAÚ EM SÃO PAULO/SP

FONTE: DIAS (1999, p. 193)

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Estruturas Metálicas 23

 Tipos de ligação – devido ao grande número de possíveis soluções estruturais em perfis metálicos,
podem-se adaptar os elementos metálicos às diversas condições de vinculação a fim de obter nós
rotulados, rígidos ou semirrígidos;
 Vigas e pilares mistos – elementos estruturais metálicos podem receber vinculações à elementos de
concreto, para que suportem em conjunto as mesmas solicitações, permitindo assim uma combinação
mista de resistência para o mesmo elemento;
 Durabilidade – estruturas metálicas podem ser instaladas para as mais diversas condições ambientais,
desde que sejam tomados os devidos cuidados para impedir a ação de corrosão, o que neste caso
demandam permitir condição de acesso para manutenção de sua proteção e isolamento contra a ação
de corrosão;
 Tipos de proteção contra corrosão – estruturas metálicas, dependendo da condição de exposição,
necessitam de cuidados adicionais, principalmente quanto a frestas em ligações, possibilidade de
acúmulo de água e sujeira, ou exposição a condições de umidade constante, o que influenciará
diretamente nas decisões de projeto;

DICA: Você pode se aprofundar mais no assunto Durabilidade e Corrosão lendo a apostila Tratamento de Superfície e
Pintura, dos autores Celso Gnecco, Roberto Mariano e Fernando Fernandes, disponível no site do CBCA – Centro Brasileiro
da Construção em Aço CBCA (cbca-acobrasil.org.br).
 Tipos de proteção contra incêndio – estruturas metálicas, devido a sua baixa massa linear, e alta
superfície de exposição, necessitam de técnica de proteção contra a incidência de calor, o que podem
influenciar nos quesitos arquitetônicos, como no caso de argamassas projetadas ou placas de
revestimento;

DICA: Você pode se aprofundar mais no assunto Proteção contra Incêndio lendo a apostila Resistência ao Fogo das
Estruturas de Aço, dos autores Mauri Resende Vargas e Valdir Pignatta e Silva, disponível no site do CBCA – Centro
Brasileiro da Construção em Aço CBCA (cbca-acobrasil.org.br).

 Esquema de montagem – projetos de estruturas metálicas demandam cuidados quanto ao


procedimento de montagem, como por exemplo, o cuidado pela inversão de ações durante o
procedimento de içamento ou cuidado pela criação de tensões internas devido ao esticamento de
cabos. E, muitas vezes até que a estrutura alcance a condição de projeto, a estrutura fica sujeita a
rotulações e deformações por falta de contraventamentos ou estabilização por não ter todos os seus
componentes instalados.

Variáveis de um sistema em concreto:


 Resistência do concreto – os limites de resistência dos concretos, principalmente a esforços de tração,
impõem certas limitações construtivas, havendo assim a necessidade estruturação desta tipologia
com o auxílio de outras técnicas, como por exemplo perfis metálicos ou protensão;

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 Tipos de seções/protensão – elementos em concreto armado necessitam de seções maiores,


comparados a estruturas metálicas, gerando muitas vezes limitações arquitetônicas;
 Modulação/vãos – devido a menor resistência, há a necessidade de seções maiores, ou redução dos
vãos para reduzir as seções dos elementos;
 Tipos de laje – obras de concreto admitem quase todos os tipos de lajes, influenciando assim na
quantidade de vigas e distanciamento entre elas;
 Tipos de vedação – as vedações utilizadas em estruturas de concreto influenciam diretamente nas
limitações de deformações da estrutura, no distanciamento entre elementos estruturais e nos
carregamentos sobre a estrutura;
 Estabilidade horizontal – estruturas de concreto se beneficiam devido a concretagem no local e no
posicionamento da estrutural, tornando-a uma estrutura monolítica, facilitando assim a construção
de pórticos rígidos;
 Tipos de formas – estruturas de concreto, apesar de serem fundidas in loco, limitam-se a alguns
padrões de seção e técnicas construtivas devido a necessidade de distanciamento do centro de
gravidade das armaduras, ou pela dificuldade de produção artesanal das formas;
 Traço/Adensamento – estruturas de concreto armado necessitam ainda (quando não usinados) de
cuidados com o traço para a segura obtenção da resistência desejada, bem como cuidados durante a
mistura e lançamento, evitando assim incorporação de bolha e/ou segregação;
 Detalhe da armadura – as armaduras obedecem na maioria dos casos as solicitações de momentos
nos elementos de concreto armado, o que dificulta em alguns casos sua execução devido ao excesso
de barras necessárias é resistência destes momentos em vinculações (encontros) entre diferentes
elementos estruturais;
 Proteção contra incêndio – o concreto armado, apesar de melhor condição em relação ao fator de
massividade, possui baixa resistência ao calor direto, também exigindo cuidados adicionais para
edificações que se enquadrem em requisitos desta ordem;
 Durabilidade – estruturas de concreto armado, por possuírem certa porosidade, necessitam de
cuidados como cobrimento adequado das armaduras, aplicação de aditivos impermeabilizantes ou
seladores de superfície quando expostos a umidade direta;
 Sequência de concretagem – estruturas de concreto armado, por exigirem tempo de pega, tempo de
cura, e como sua resistência final baseia-se na resistência aos 28 dias, necessita de escoramentos por
um determinado tempo, dificultando sequências construtivas dos demais elementos da edificação.

ATENÇÃO: Cada tipologia estrutural apresenta diferentes características para diferentes situações de projeto. Portanto,
o entendimento de seus comportamentos resulta na correta concepção do projeto.

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Estruturas Metálicas 25

EXERCÍCIOS

1- A utilização de estruturas metálicas em edificações está diretamente relacionada a vantagens proporcionadas pelo
uso da mesma, não apenas no cunho estético, mas também de resistência e prazos.
Neste caso, obras metálicas deverão ser precisas a fim de evitar retrabalhos e ajustes localizados, tornando seus
encaixes perfeitos e de máxima precisão.
Com base nas afirmações acima pode-se identificar como características positivas de estruturas metálicas:

I. Menor tempo de execução, pois as peças já vêm prontas de fábrica;


II. Mão de obra mais qualificada devido a necessidade de precisão;
III. Obras mais arrojadas devido a possibilidade de seções maiores que as de concreto;
IV. Redução de despesas com administração devido ao menor tempo de canteiro de obra.

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

2- A escolha de estruturas metálicas como tipologia estrutural para um determinado tipo de edificação, deve levar em
consideração não somente características positivas, mas também características que dificultam a aplicação da mesma
devido a condições de durabilidade ou até instalação.
Algumas das principais características negativas de estruturas metálicas são os cuidados contra corrosão, dificuldade de
transporte de peças devido ao comprimento das mesmas e a necessidade de um espaço de canteiro de obra que
possibilite a estocagem destes materiais.
Com base nas afirmações acima pode-se identificar como características de estruturas metálicas:

I. Impossibilidade de utilização de peças metálicas expostas ao tempo;


II. Não admitir imprecisão, independentemente do tamanho da peça a ser instalada;
III. Dificuldade de transporte de peças devido as limitações de espaço viário, obrigando a realização de emendas
programadas na estrutura;
IV. Necessidade de espaço em canteiro de obra para posicionamento das peças fora do local de instalação, bem como
necessidade de espaço para munck ou guindaste.

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
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Estruturas Metálicas 26

e) Todas as alternativas estão corretas.

3- A questão quando construir em concreto armado ou quando construir em estrutura metálica dependem de algumas
variáveis de cada tipologia estrutural
Neste caso, conhecer as limitações construtivas de cada sistema, as características arquitetônicas de cada seção,
possibilidade de modulação estrutural e tamanho das seções reflete diretamente no resultado da obra.
Com base nas afirmações acima, identifique as afirmativas abaixo que estão corretas.

I. O tipo de aço utilizado influencia diretamente no dimensionamento, pois quanto maior a resistência do aço
aplicado menos material será necessário;
II. A vinculação entre os elementos estruturais, como viga e laje, ou viga e pilar pouco influencia na estabilidade da
estrutura e no tipo de seção aplicada;
III. As dificuldades de proteção contra corrosão em elementos metálicos expostos em ambientes agressivos, dificulta,
mas não impede, a instalação dos mesmos;
IV. Necessidade proteção contra ação do fogo (incêndio) em estruturas metálicas é mais expressiva em relação ao
concreto devido ao fator de massividade dos elementos.

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

4- Dentre as vantagens e desvantagens de estruturas metálicas em comparação as demais tipologias estruturais,


comente 3 características que mais lhe marcam positivamente ou negativamente perante a utilização da mesma.

5- Dentre as variáveis para escolha entre as tipologias estruturais concreto armado ou estrutura metálica, discorra sobre
modulação estrutural, durabilidade e sequência construtiva.

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Estruturas Metálicas 27

3. Concepção de projeto em estruturas


metálicas

3.1. Introdução
A concepção de qualquer projeto estrutural, para qualquer tipologia estrutural, hoje se baseia em quatro
passos, a saber: concepção, análise, dimensionamento e detalhamento.
Neste caso, a concepção fica atrelada a quatro variáveis que são o objetivo ou conceito da arquitetura, a
capacidade de resistência do material escolhido, a necessidade de manutenção desta estrutura e por fim o custo-
benefício.
Já por análise se entende a busca pelos esforços internos da estrutura, como por exemplo os momentos
máximos (MSd), o esforço cisalhante máximo (VSd), a ação de compressão (Nc,Sd) e a ação de tração (Nt,Sd).
O dimensionamento, segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008) e na maioria dos casos, se torna uma verificação,
aonde a resistência de cálculo (Rd) tem que ser maior ou igual a solicitação de cálculo (Sd).
E o custo-benefício deverá ser o resultado de todo o projeto, juntando a soma dos custos de materiais, mão de
obra e manutenção, comparados a disposição financeira para realização do projeto.

3.2. Pré-dimensionamento de seções


O pré-dimensionamento de seções estruturais muitas vezes levam em consideração conhecimento empírico
referente a resultados habituais em relação a viabilidade e dimensão da seção do elemento, mas também podem levar
em consideração quesitos mínimos estabelecidos por norma, baseados em resistência ou deformação. A
Figura 19 exemplifica o pré-dimensionamento de vigas metálicas.
A altura de seções de vigas de concreto armado, habitualmente, leva em consideração 10% do vão teórico
(h=L/10). Já no caso de vigas metálicas, é habitual que esta altura se reduza a metade da altura de vigas de concreto, ou
seja, 5% do vão teórico (h=L/20), conforme apresentado na Figura 19 a seguir.

Figura 19 – PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS METÁLICAS


Exemplo 1.

(h)
30

L (Vão)

Exemplo 2.
10

50

(h)
30

L (Vão)

h = (3% a 5%) de L

FONTE: AUTOR (2020)

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Estruturas Metálicas 28

DICA: Considerar o pré-dimensionamento da altura da seção de vigas metálicas em 5% do vão teórico não se trata de
regra, mas sim de uma tendência próxima do ideal arquitetônico e econômico.

Ainda, deve-se observar a relação entre flecha limite (flim) e flecha máxima (fmax) atuante em vigas, aonde flim ≥
fmax, sendo esta relação, em muitos dos casos, o fator determinante na escolha do perfil, tendo em vista a uma das
principais características de estruturas metálicas que é redução de altura de seção.

Já para elementos comprimidos, o pré-dimensionamento torna-se um pouco mais complexo, tendo em vista
que este não se baseia apenas em cargas, mas também em esbeltez da barra e esbeltez das chapas que compõe a seção.

Para elementos tracionados, o pré-dimensionamento da peça pode se dar por tração simples, onde esta deve
atender a relação σ = P/A, ou seja, tensão é igual a força divido pela área da seção.

3.3. Tipos de seções


Estruturas metálicas diferenciam-se das demais tipologias estruturais principalmente no quesito seções, tendo
em vista que podem ser de seções compostas (perfis associados ou treliças) conforme Figura 20, ou simples (perfis I, H,
L, U, etc.) conforme Figura 21.
Figura 20 – VIGA TRELIÇADA PLANA

FONTE: AUTOR (2020)


Na figura 20, podemos observar dois modelos de treliças, sendo a primeira delas com seção variável, sendo
esta composta por banzos (superior e inferior) diagonais e montantes.
Já na Figura 21 e 22, podemos observar um modelo de um perfil I, e indicação de nomenclatura de cada
elemento que compõe esta seção.

Figura 21 – VIGA DE ALMA CHEIA

FONTE: ADAPTADO DE GERDAU (2021).

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Estruturas Metálicas 29

Figura 22 - SEÇÃO TRANSVERSAL DE UMA VIGA I

FONTE: ADAPTADO DE GERDAU (2021).


INTERESSANTE: A nomenclatura mesas e almas são utilizadas pelas NBRs 8800 e 14762, e bibliografias.

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MASSA ESPESSURA PERIMETRO EIXO X-X EIXO Y-Y ESBELTEZ ÁREA
*CARGA*CARGA
ADM ESTADM EST
BITOLA LINEA d bf h d’ ÁREA rt It Cw u REDUZ BITOLA
R tw tf u Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy ABA - λf ABA - λwCoef Red. Q IDA (Q.A's.fy)/1,66
(Q.A's.fy)/2,00

mm x kg/m kg/m mm mm mm mm mm mm cm² cm cm⁴ cm³ cm cm³ cm⁴ cm³ cm cm³ cm cm⁴ bf/2t d’/t ≤ 1,00 cm⁶ m³/m cm² tf tf mm x kg/m

W 250 x 89,0 (H) 89,0 260 256 10,7 17,3 225 201 113,9 150 14237 1.095,1 11,18 1.224,4 4.841 378,2 6,52 574,30 7,06 102,81 7,40 18,82 1,00 712,351 1,50 91,9 193,00 154,40 W 250 x 89,0 (H)

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Estruturas Metálicas

W 250 x 101,0 (H) 101,0 264 257 11,9 19,6 225 201 128,7 151 16352 1.238,8 11,27 1.395,0 5.549 431,8 6,57 656,30 7,10 147,70 6,56 16,87 1,00 828,031 1,51 106,7 224,00 179,20 W 250 x 101,0 (H)
edificações metálicas.

W 250 x 115,0 (H) 115,0 269 259 13,5 22,1 225 201 146,1 153 18920 1.406,7 11,38 1.597,4 6.405 494,6 6,62 752,70 7,16 212,00 5,86 14,87 1,00 975,265 1,53 123,8 260,00 208,00 W 250 x 115,0 (H)

W 310 x 21,0 21,0 303 101 5,1 5,7 292 272 27,2 98 3776 249,2 11,77 291,9 98 19,5 1,90 31,40 2,42 3,27 8,86 53,25 0,84 21,628 0,98 10,5 22,00 17,60 W 310 x 21,0

W 310 x 23,8 23,8 305 101 5,6 6,7 292 272 30,7 99 4346 285,0 11,89 333,2 116 22,9 1,94 36,90 2,45 4,65 7,54 48,50 0,87 25,594 0,99 13,8 29,00 23,20 W 310 x 23,8

W 310 x 28,3 28,3 309 102 6,0 8,9 291 271 36,5 100 5500 356,0 12,28 412,0 158 31,0 2,08 49,40 2,55 8,14 5,73 45,20 0,91 35,441 1,00 19,5 41,00 32,80 W 310 x 28,3

W 310 x 32,7 32,7 313 102 6,6 10,8 291 271 42,1 100 6570 419,8 12,49 485,3 192 37,6 2,13 59,80 2,58 12,91 4,72 41,12 0,94 43,612 1,00 25,7 54,00 43,20 W 310 x 32,7

W 310 x 38,7 38,7 310 165 5,8 9,7 291 271 49,7 125 8581 553,6 13,14 615,4 727 88,1 3,82 134,90 4,38 13,20 8,51 46,66 0,93 163,728 1,25 29,0 61,00 48,80 W 310 x 38,7

W 310 x 44,5 44,5 313 166 6,6 11,2 291 271 57,2 126 9997 638,8 13,22 712,8 855 103,0 3,87 158,00 4,41 19,90 7,41 41,00 0,93 194,433 1,26 36,7 77,00 61,60 W 310 x 44,5

W 310 x 52,0 52,0 317 167 7,6 13,2 291 271 67,0 127 11909 751,4 13,33 842,5 1.026 122,9 3,91 188,80 4,45 31,81 6,33 35,61 1,00 236,422 1,27 48,1 101,00 80,80 W 310 x 52,0

HP 310 x 79,0 (H) 79,0 299 306 11,0 11,0 277 245 100,0 177 16316 1.091,3 12,77 1.210,1 5.258 343,7 7,25 525,40 8,20 46,72 13,91 22,27 0,99 1089258 1,77 72,9 153,00 122,40 HP 310 x 79,0 (H)

HP 310 x 93,0 (H) 93,0 303 308 13,1 13,1 277 245 119,2 178 19682 1.299,1 12,85 1.450,3 6.387 414,7 7,32 635,50 8,26 77,33 11,76 18,69 1,00 1340320 1,78 92,9 195,00 156,00 HP 310 x 93,0 (H)

W 310 x 97,0 (H) 97,0 308 305 9,9 15,4 277 245 123,6 179 22284 1.447,0 13,43 1.594,2 7.286 477,8 7,68 725,00 8,38 92,12 9,90 24,77 1,00 1558682 1,79 97,1 204,00 163,20 W 310 x 97,0 (H)

W 310 x 107,0 (H) 107,0 311 306 10,9 17,0 277 245 136,4 180 24839 1.597,3 13,49 1.768,2 8.123 530,9 7,72 806,10 8,41 122,86 9,00 22,48 1,00 1754271 1,80 110,0 231,00 184,80 W 310 x 107,0 (H)

HP 310 x 110,0 (H) 110,0 308 310 15,4 15,5 277 245 141,0 180 23703 1.539,1 12,97 1.730,6 7.707 497,3 7,39 763,70 8,33 125,66 10,00 15,91 1,00 1646104 1,80 114,8 241,00 192,80 HP 310 x 110,0 (H)

W 310 x 117,0 (H) 117,0 314 307 11,9 18,7 277 245 149,9 180 27563 1.755,6 13,56 1.952,6 9.024 587,9 7,76 893,10 8,44 161,61 8,21 20,55 1,00 1965950 1,80 123,3 259,00 207,20 W 310 x 117,0 (H)

HP 310 x 125,0 (H) 125,0 312 312 17,4 17,4 277 245 159,0 181 27076 1.735,6 13,05 1.963,3 8.823 565,6 7,45 870,60 8,38 177,98 8,97 14,09 1,00 1911029 1,81 132,4 278,00 222,40 HP 310 x 125,0 (H)

FONTE: GERDAU (2021).


W 360 x 32,9 32,9 349 127 5,8 8,5 332 308 42,1 117 8358 479,0 14,09 547,6 291 45,9 2,63 72,00 3,20 9,15 7,47 53,10 0,87 84,111 1,17 21,4 45,00 36,00 W 360 x 32,9

W 360 x 39,0 39,0 353 128 6,5 10,7 332 308 50,2 118 10331 585,3 14,35 667,7 375 58,6 2,73 91,90 3,27 15,83 5,98 47,32 0,91 109,551 1,18 29,5 62,00 49,60 W 360 x 39,0

W 360 x 44,0 44,0 352 171 6,9 9,8 332 308 57,7 135 12258 696,5 14,58 784,3 818 95,7 3,77 148,00 4,43 16,70 8,72 44,70 0,93 239,091 1,35 34,8 73,00 58,40 W 360 x 44,0
Tabela 1 – BITOLA DE PERFIS GERDAU (PARTE 1)

W 360 x 51,0 51,0 355 171 7,2 11,6 332 308 64,8 136 14222 801,2 14,81 899,5 968 113,3 3,87 174,70 4,49 24,65 7,37 42,75 0,94 284,994 1,36 41,9 88,00 70,40 W 360 x 51,0

W 360 x 57,8 57,8 358 172 7,9 13,1 332 308 72,5 137 16143 901,8 14,92 1.014,8 1.113 129,4 3,92 199,80 4,53 34,45 6,56 38,96 0,96 330,394 1,37 50,5 106,00 84,80 W 360 x 57,8

W 360 x 64,0 64,0 347 203 7,7 13,5 320 288 81,7 146 17890 1.031,1 14,80 1.145,5 1.885 185,7 4,80 284,50 5,44 44,57 7,52 37,40 0,98 523,362 1,46 58,6 123,00 98,40 W 360 x 64,0

W 360 x 72,0 72,0 350 204 8,6 15,1 320 288 91,3 147 20169 1.152,5 14,86 1.285,9 2.140 209,8 4,84 321,80 5,47 61,18 6,75 33,47 1,00 599,082 1,47 69,5 146,00 116,80 W 360 x 72,0

W 360 x 79,0 79,0 354 205 9,4 16,8 320 288 101,2 148 22713 1.283,2 14,98 1.437,0 2.416 235,7 4,89 361,90 5,51 82,41 6,10 30,68 1,00 685,701 1,48 79,5 167,00 133,60 W 360 x 79,0

W 360 x 91,0 (H) 91,0 353 254 9,5 16,4 320 288 115,9 168 26755 1.515,9 15,19 1.680,1 4.483 353,0 6,22 538,10 6,90 92,61 7,74 30,34 1,00 1268709 1,68 91,4 192,00 153,60 W 360 x 91,0 (H)

W 360 x 101,0 (H) 101,0 357 255 10,5 18,3 320 286 129,5 168 30279 1.696,3 15,29 1.888,9 5.063 397,1 6,25 606,10 6,93 128,47 6,97 27,28 1,00 1450410 1,68 104,8 220,00 176,00 W 360 x 101,0 (H)

W 360 x 110,0 (H) 110,0 360 256 11,4 19,9 320 288 140,6 169 33155 1.841,9 15,36 2.059,3 5.570 435,2 6,29 664,50 6,96 161,93 6,43 25,28 1,00 1609070 1,69 115,7 243,00 194,40 W 360 x 110,0 (H)

W 360 x 122,0 (H) 122,0 363 257 13,0 21,7 320 288 155,3 170 36599 2.016,5 15,35 2.269,8 6.147 478,4 6,29 732,40 6,98 212,70 5,92 22,12 1,00 1787806 1,70 130,5 274,00 219,20 W 360 x 122,0 (H)

W 410 x 38,8 38,8 399 140 6,4 8,8 381 357 50,3 132 12777 640,5 15,94 736,8 404 57,7 2,83 90,90 3,49 11,69 7,95 55,84 0,85 153,19 1,32 25,7 54,00 43,20 W 410 x 38,8
30

Nas Tabela 1 a Tabela 3 são apresentados os perfis seção I e H da Gerdau, sendo estes os mais comumente utilizados em projetos de
MASSA ESPESSURA PERIMETRO EIXO X-X EIXO Y-Y ESBELTEZ ÁREA
*CARGA*CARGA
ADM ESTADM EST
BITOLA LINEA d bf h d’ ÁREA rt It Cw u REDUZ BITOLA
R tw tf u Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy ABA - λf ABA - λwCoef Red. Q IDA (Q.A's.fy)/1,66
(Q.A's.fy)/2,00

mm x kg/m kg/m mm mm mm mm mm mm cm² cm cm⁴ cm³ cm cm³ cm⁴ cm³ cm cm³ cm cm⁴ bf/2t d’/t ≤ 1,00 cm⁶ m³/m cm² tf tf mm x kg/m

W 250 x 89,0 (H) 89,0 260 256 10,7 17,3 225 201 113,9 150 14237 1.095,1 11,18 1.224,4 4.841 378,2 6,52 574,30 7,06 102,81 7,40 18,82 1,00 712,351 1,50 91,9 193,00 154,40 W 250 x 89,0 (H)

Prof. Daniel Krobel


Estruturas Metálicas

W 250 x 101,0 (H) 101,0 264 257 11,9 19,6 225 201 128,7 151 16352 1.238,8 11,27 1.395,0 5.549 431,8 6,57 656,30 7,10 147,70 6,56 16,87 1,00 828,031 1,51 106,7 224,00 179,20 W 250 x 101,0 (H)

W 250 x 115,0 (H) 115,0 269 259 13,5 22,1 225 201 146,1 153 18920 1.406,7 11,38 1.597,4 6.405 494,6 6,62 752,70 7,16 212,00 5,86 14,87 1,00 975,265 1,53 123,8 260,00 208,00 W 250 x 115,0 (H)

W 310 x 21,0 21,0 303 101 5,1 5,7 292 272 27,2 98 3776 249,2 11,77 291,9 98 19,5 1,90 31,40 2,42 3,27 8,86 53,25 0,84 21,628 0,98 10,5 22,00 17,60 W 310 x 21,0

W 310 x 23,8 23,8 305 101 5,6 6,7 292 272 30,7 99 4346 285,0 11,89 333,2 116 22,9 1,94 36,90 2,45 4,65 7,54 48,50 0,87 25,594 0,99 13,8 29,00 23,20 W 310 x 23,8

W 310 x 28,3 28,3 309 102 6,0 8,9 291 271 36,5 100 5500 356,0 12,28 412,0 158 31,0 2,08 49,40 2,55 8,14 5,73 45,20 0,91 35,441 1,00 19,5 41,00 32,80 W 310 x 28,3

W 310 x 32,7 32,7 313 102 6,6 10,8 291 271 42,1 100 6570 419,8 12,49 485,3 192 37,6 2,13 59,80 2,58 12,91 4,72 41,12 0,94 43,612 1,00 25,7 54,00 43,20 W 310 x 32,7

W 310 x 38,7 38,7 310 165 5,8 9,7 291 271 49,7 125 8581 553,6 13,14 615,4 727 88,1 3,82 134,90 4,38 13,20 8,51 46,66 0,93 163,728 1,25 29,0 61,00 48,80 W 310 x 38,7

W 310 x 44,5 44,5 313 166 6,6 11,2 291 271 57,2 126 9997 638,8 13,22 712,8 855 103,0 3,87 158,00 4,41 19,90 7,41 41,00 0,93 194,433 1,26 36,7 77,00 61,60 W 310 x 44,5

W 310 x 52,0 52,0 317 167 7,6 13,2 291 271 67,0 127 11909 751,4 13,33 842,5 1.026 122,9 3,91 188,80 4,45 31,81 6,33 35,61 1,00 236,422 1,27 48,1 101,00 80,80 W 310 x 52,0

HP 310 x 79,0 (H) 79,0 299 306 11,0 11,0 277 245 100,0 177 16316 1.091,3 12,77 1.210,1 5.258 343,7 7,25 525,40 8,20 46,72 13,91 22,27 0,99 1089258 1,77 72,9 153,00 122,40 HP 310 x 79,0 (H)

HP 310 x 93,0 (H) 93,0 303 308 13,1 13,1 277 245 119,2 178 19682 1.299,1 12,85 1.450,3 6.387 414,7 7,32 635,50 8,26 77,33 11,76 18,69 1,00 1340320 1,78 92,9 195,00 156,00 HP 310 x 93,0 (H)

W 310 x 97,0 (H) 97,0 308 305 9,9 15,4 277 245 123,6 179 22284 1.447,0 13,43 1.594,2 7.286 477,8 7,68 725,00 8,38 92,12 9,90 24,77 1,00 1558682 1,79 97,1 204,00 163,20 W 310 x 97,0 (H)

W 310 x 107,0 (H) 107,0 311 306 10,9 17,0 277 245 136,4 180 24839 1.597,3 13,49 1.768,2 8.123 530,9 7,72 806,10 8,41 122,86 9,00 22,48 1,00 1754271 1,80 110,0 231,00 184,80 W 310 x 107,0 (H)

HP 310 x 110,0 (H) 110,0 308 310 15,4 15,5 277 245 141,0 180 23703 1.539,1 12,97 1.730,6 7.707 497,3 7,39 763,70 8,33 125,66 10,00 15,91 1,00 1646104 1,80 114,8 241,00 192,80 HP 310 x 110,0 (H)

W 310 x 117,0 (H) 117,0 314 307 11,9 18,7 277 245 149,9 180 27563 1.755,6 13,56 1.952,6 9.024 587,9 7,76 893,10 8,44 161,61 8,21 20,55 1,00 1965950 1,80 123,3 259,00 207,20 W 310 x 117,0 (H)

HP 310 x 125,0 (H) 125,0 312 312 17,4 17,4 277 245 159,0 181 27076 1.735,6 13,05 1.963,3 8.823 565,6 7,45 870,60 8,38 177,98 8,97 14,09 1,00 1911029 1,81 132,4 278,00 222,40 HP 310 x 125,0 (H)

FONTE: GERDAU (2021).


W 360 x 32,9 32,9 349 127 5,8 8,5 332 308 42,1 117 8358 479,0 14,09 547,6 291 45,9 2,63 72,00 3,20 9,15 7,47 53,10 0,87 84,111 1,17 21,4 45,00 36,00 W 360 x 32,9

W 360 x 39,0 39,0 353 128 6,5 10,7 332 308 50,2 118 10331 585,3 14,35 667,7 375 58,6 2,73 91,90 3,27 15,83 5,98 47,32 0,91 109,551 1,18 29,5 62,00 49,60 W 360 x 39,0

W 360 x 44,0 44,0 352 171 6,9 9,8 332 308 57,7 135 12258 696,5 14,58 784,3 818 95,7 3,77 148,00 4,43 16,70 8,72 44,70 0,93 239,091 1,35 34,8 73,00 58,40 W 360 x 44,0
Tabela 2 – BITOLA DE PERFIS GERDAU (PARTE 2)

W 360 x 51,0 51,0 355 171 7,2 11,6 332 308 64,8 136 14222 801,2 14,81 899,5 968 113,3 3,87 174,70 4,49 24,65 7,37 42,75 0,94 284,994 1,36 41,9 88,00 70,40 W 360 x 51,0

W 360 x 57,8 57,8 358 172 7,9 13,1 332 308 72,5 137 16143 901,8 14,92 1.014,8 1.113 129,4 3,92 199,80 4,53 34,45 6,56 38,96 0,96 330,394 1,37 50,5 106,00 84,80 W 360 x 57,8

W 360 x 64,0 64,0 347 203 7,7 13,5 320 288 81,7 146 17890 1.031,1 14,80 1.145,5 1.885 185,7 4,80 284,50 5,44 44,57 7,52 37,40 0,98 523,362 1,46 58,6 123,00 98,40 W 360 x 64,0

W 360 x 72,0 72,0 350 204 8,6 15,1 320 288 91,3 147 20169 1.152,5 14,86 1.285,9 2.140 209,8 4,84 321,80 5,47 61,18 6,75 33,47 1,00 599,082 1,47 69,5 146,00 116,80 W 360 x 72,0

W 360 x 79,0 79,0 354 205 9,4 16,8 320 288 101,2 148 22713 1.283,2 14,98 1.437,0 2.416 235,7 4,89 361,90 5,51 82,41 6,10 30,68 1,00 685,701 1,48 79,5 167,00 133,60 W 360 x 79,0

W 360 x 91,0 (H) 91,0 353 254 9,5 16,4 320 288 115,9 168 26755 1.515,9 15,19 1.680,1 4.483 353,0 6,22 538,10 6,90 92,61 7,74 30,34 1,00 1268709 1,68 91,4 192,00 153,60 W 360 x 91,0 (H)

W 360 x 101,0 (H) 101,0 357 255 10,5 18,3 320 286 129,5 168 30279 1.696,3 15,29 1.888,9 5.063 397,1 6,25 606,10 6,93 128,47 6,97 27,28 1,00 1450410 1,68 104,8 220,00 176,00 W 360 x 101,0 (H)

W 360 x 110,0 (H) 110,0 360 256 11,4 19,9 320 288 140,6 169 33155 1.841,9 15,36 2.059,3 5.570 435,2 6,29 664,50 6,96 161,93 6,43 25,28 1,00 1609070 1,69 115,7 243,00 194,40 W 360 x 110,0 (H)

W 360 x 122,0 (H) 122,0 363 257 13,0 21,7 320 288 155,3 170 36599 2.016,5 15,35 2.269,8 6.147 478,4 6,29 732,40 6,98 212,70 5,92 22,12 1,00 1787806 1,70 130,5 274,00 219,20 W 360 x 122,0 (H)

W 410 x 38,8 38,8 399 140 6,4 8,8 381 357 50,3 132 12777 640,5 15,94 736,8 404 57,7 2,83 90,90 3,49 11,69 7,95 55,84 0,85 153,19 1,32 25,7 54,00 43,20 W 410 x 38,8
31
MASSA ESPESSURA PERIMETRO EIXO X-X EIXO Y-Y ESBELTEZ ÁREA
*CARGA*CARGA
ADM ESTADM EST
BITOLA LINEA d bf h d’ ÁREA rt It Cw u REDUZ BITOLA
R tw tf u Ix Wx rx Zx Iy Wy ry Zy ABA - λf ABA - λw
Coef Red. Q IDA (Q.A's.fy)/1,66
(Q.A's.fy)/2,00

Prof. Daniel Krobel


mm x kg/m kg/m mm mm mm mm mm mm cm² cm cm⁴ cm³ cm cm³ cm⁴ cm³ cm cm³ cm cm⁴ bf/2t d’/t ≤ 1,00 cm⁶ m³/m cm² tf tf mm x kg/m
Estruturas Metálicas

W 410 x 46,1 46,1 403 140 7,0 11,2 381 357 59,2 133 15690 778,7 16,27 891,1 514 73,4 2,95 115,20 3,55 20,06 6,25 50,94 0,88 196,571 1,33 34,8 73,00 58,40 W 410 x 46,1

W 410 x 53,0 53,0 403 177 7,5 10,9 381 357 68,4 148 18734 929,7 16,55 1.052,2 1.009 114,0 3,84 176,90 4,56 23,38 8,12 47,63 0,91 387,194 1,48 41,9 88,00 70,40 W 410 x 53,0

W 410 x 60,0 60,0 407 178 7,7 12,8 381 357 76,2 149 21707 1.066,7 16,88 1.201,5 1.205 135,4 3,98 209,20 4,65 33,78 6,95 46,42 0,92 467,404 1,49 49,5 104,00 83,20 W 410 x 60,0

W 410 x 67,0 67,0 410 179 8,8 14,4 381 357 86,3 150 24678 1.203,8 16,91 1.362,7 1.379 154,1 4,00 239,00 4,67 48,11 6,22 40,59 0,95 538,546 1,50 61,0 128,00 102,40 W 410 x 67,0

W 410 x 75,0 75,0 413 180 9,7 16,0 381 357 95,8 151 27616 1.337,3 16,98 1.518,6 1.559 173,2 4,03 269,10 4,70 65,21 5,63 36,80 0,97 612,784 1,51 71,4 150,00 120,00 W 410 x 75,0

W 410 x 85,0 85,0 417 181 10,9 18,2 381 357 108,6 152 31658 1.518,4 17,07 1.731,7 1.804 199,3 4,08 310,40 4,74 94,48 4,97 32,72 1,00 715,165 1,52 86,2 181,00 144,80 W 410 x 85,0

W 460 x 52,0 52,0 450 152 7,6 10,8 428 404 66,6 147 21370 949,8 17,91 1.095,9 634 83,5 3,09 131,70 3,79 21,79 7,04 53,21 0,86 304,837 1,47 38,6 81,00 64,80 W 460 x 52,0

W 460 x 60,0 60,0 455 153 8,0 13,3 428 404 76,2 149 25652 1.127,6 18,35 1.292,1 796 104,1 3,23 163,40 3,89 34,60 5,75 50,55 0,88 387,23 1,49 47,6 100,00 80,00 W 460 x 60,0

W 460 x 68,0 68,0 459 154 9,1 15,4 428 404 87,6 150 29851 1.300,7 18,46 1.495,4 941 122,2 3,28 192,40 3,93 52,29 5,00 44,42 0,92 461,163 1,50 60,0 126,00 100,80 W 460 x 68,0

W 460 x 74,0 74,0 457 190 9,0 14,5 428 404 94,9 164 33415 1.462,4 18,77 1.657,4 1.661 174,8 4,18 271,30 4,93 52,97 6,55 44,89 0,92 811,417 1,64 65,2 137,00 109,60 W 460 x 74,0

W 460 x 82,0 82,0 460 191 9,9 16,0 428 404 104,7 164 37157 1.615,5 18,84 1.836,4 1.862 195,0 4,22 303,30 4,96 70,62 5,97 40,81 0,95 915,745 1,64 76,2 160,00 128,00 W 460 x 82,0

W 460 x 89,0 89,0 463 192 10,5 17,7 428 404 114,1 165 41105 1.775,6 18,98 2.019,4 2.093 218,0 4,28 339,00 5,01 92,49 5,42 38,44 0,96 1035073 1,65 86,2 181,00 144,80 W 460 x 89,0

W 460 x 97,0 97,0 466 193 11,4 19,0 428 404 123,4 166 44658 1.916,7 19,03 2.187,4 2.283 236,6 4,30 368,80 5,03 115,05 5,08 35,44 1,00 1137180 1,66 99,0 208,00 166,40 W 460 x 97,0

W 460 x 106,0 106,0 469 194 12,6 20,6 428 404 135,1 167 48978 2.088,6 19,04 2.394,6 2.515 259,3 4,32 405,70 5,05 148,19 4,71 32,05 1,00 1260063 1,67 110,5 232,00 185,60 W 460 x 106,0

W 530 x 66,0 66,0 525 165 8,9 11,4 502 478 83,6 167 34971 1.332,2 20,46 1.558,0 857 103,9 3,20 166,00 4,02 31,52 7,24 53,73 0,84 562,854 1,67 49,5 104,00 83,20 W 530 x 66,0

W 530 x 72,0 72,0 524 207 9,0 10,9 502 478 91,6 184 39969 1.525,5 20,89 1.755,9 1.615 156,0 4,20 244,60 5,16 33,41 9,50 53,13 0,86 1060548 1,84 55,2 116,00 92,80 W 530 x 72,0

FONTE: GERDAU (2021).


W 530 x 74,0 74,0 529 166 9,7 13,6 502 478 95,1 168 40969 1.548,9 20,76 1.804,9 1.041 125,5 3,31 200,10 4,10 47,39 6,10 49,26 0,87 688,558 1,68 61,4 129,00 103,20 W 530 x 74,0

W 530 x 82,0 82,0 528 209 9,5 13,3 501 477 104,5 185 47569 1.801,8 21,34 2.058,5 2.028 194,1 4,41 302,70 5,31 51,23 7,86 50,25 0,88 1340255 1,85 68,1 143,00 114,40 W 530 x 82,0

W 530 x 85,0 85,0 535 166 10,3 16,5 502 478 107,7 169 48453 1.811,3 21,21 2.099,8 1.263 152,2 3,42 241,60 4,17 72,93 5,03 46,41 0,90 845,463 1,69 74,3 156,00 124,80 W 530 x 85,0

533 209 502 478 55157 2.379


Tabela 3 – BITOLA DE PERFIS GERDAU (PARTE 3)

W 530 x 92,0 92,0 10,2 15,6 117,6 186 2.069,7 21,65 2.359,8 227,6 4,50 354,70 5,36 75,50 6,70 46,84 0,90 1588565 1,86 81,4 171,00 136,80 W 530 x 92,0

W 530 x 101,0 101,0 537 210 10,9 17,4 502 470 130,0 186 62198 2.316,5 21,87 2.640,4 2.693 256,5 4,55 400,60 5,40 106,04 6,03 43,14 0,93 1812734 1,86 95,2 200,00 160,00 W 530 x 101,0

W 530 x 109,0 109,0 539 211 11,6 18,8 501 469 139,7 187 67226 2.494,5 21,94 2.847,0 2.952 279,8 4,60 437,40 5,44 131,38 5,61 40,47 0,95 1991291 1,87 106,2 223,00 178,40 W 530 x 109,0

W 610 x 101,0 101,0 603 228 10,5 14,9 573 541 130,3 207 77003 2.554,0 24,31 2.922,7 2.951 258,8 4,76 405,00 5,76 81,68 7,65 51,54 0,87 2544966 2,07 87,1 183,00 146,40 W 610 x 101,0

W 610 x 113,0 113,0 608 228 11,2 17,3 573 541 145,3 208 88196 2.901,2 24,64 3.312,9 3.426 300,5 4,86 469,70 5,82 116,50 6,59 48,34 0,90 2981078 2,08 102,9 216,00 172,80 W 610 x 113,0

W 610 x 125,0 125,0 612 229 11,9 19,6 573 541 160,1 209 99184 3.241,3 24,89 3.697,3 3.933 343,5 4,96 536,30 5,89 159,50 5,84 45,45 0,91 3441766 2,09 118,6 249,00 199,20 W 610 x 125,0

W 610 x 140,0 140,0 617 230 13,1 22,2 573 541 179,3 210 112619 3.650,5 25,06 4.173,1 4.515 392,6 5,02 614,00 5,94 225,01 5,18 41,27 0,94 3981687 2,10 140,0 294,00 235,20 W 610 x 140,0

W 610 x 155,0 155,0 611 324 12,7 19,0 573 541 198,1 247 129583 4.241,7 25,58 4.749,1 10.783 665,6 7,38 1.022,60 8,53 200,77 8,53 42,60 0,94 9436714 2,47 152,4 320,00 256,00 W 610 x 155,0

W 610 x 174,0 174,0 616 325 14,0 21,6 573 541 222,8 248 147754 4.797,2 25,75 5.383,3 12.374 761,5 7,45 1.171,10 8,58 286,88 7,52 38,63 0,96 10915665 2,48 180,0 378,00 302,40 W 610 x 174,0
32
Estruturas Metálicas 33

A seguir, são apresentados diversos tipos de seções de perfis metálicos que podem ser utilizados em estruturas
metálicas (Figura 23 a Figura 30).

Figura 23 – TIPOS DE PERFIS. ESTRUTURAL E SERRALHERIA

FONTE: MEGAÇO (2021).

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Estruturas Metálicas 34

Figura 24 – TIPOS DE PERFIS. PERFIL SERRALHERIA

FONTE: MEGAÇO (2021).

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Estruturas Metálicas 35

Figura 25 – TIPOS DE PERFIS. PERFIL SERRALHERIA

FONTE: MEGAÇO (2021).

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Estruturas Metálicas 36

Figura 26 – TIPOS DE PERFIS. CHAPAS E DERIVADOS

FONTE: MEGAÇO (2021).

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Estruturas Metálicas 37

Figura 27 – TIPOS DE PERFIS. CHAPAS E DERIVADOS

FONTE: MEGAÇO (2021).


FIGURA 28 – TIPOS DE PERFIS. TELHAS

FONTE: MEGAÇO (2021).

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Estruturas Metálicas 38

Figura 29 – TIPOS DE PERFIS. TUBOS

FONTE: MEGAÇO (2021).

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Estruturas Metálicas 39

Figura 30 – TIPOS DE PERFIS. TREFILADOS ESPECIAIS

FONTE: MEGAÇO (2021).

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3.4. Tipos de aço


Segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008), no que trata de aços para perfis, barras e chapas, os aços aprovados para
uso em estruturas, tanto em perfis como em chapas, são aqueles que possuem qualificação e classificação por norma
regional ou estrangeira, desde que não ultrapassem os limites de resistência ao escoamento máxima de 450MPa e
relação fu/fy ≥ 1,18.
Ainda segundo a mesma NBR, devem ser adotados para efeitos de cálculos os valores de propriedades
mecânicas abaixo:
a) Módulo de elasticidade, E = Ea = 200.000 MPa;
b) Coeficiente de Poisson, νa = 0,3;
c) Módulo de elasticidade transversal, G = 77.000 MPa;
d) Coeficiente de dilatação térmica, βa = 1,2 x 10-5 °C-1;
e) Massa específica, ρa = 7.850 kg/m3.
Informações adicionais sobre os aços estruturais como denominação de aços produzidos a partir de
padronização normativa, tensão de escoamento e tensão de ruptura podem ser obtidos nas Tabela 4 a Tabela 7 a seguir.
Tabela 4 – AÇOS ESPECIFICADOS POR NORMAS BRASILEIRAS PARA USO ESTRUTURAL
ABNT NBR 7007 ABNT NBR 6648 ABNT NBR 6649 / ABNT NBR 6650
Aços-carbono e microligados para uso Chapas grossas de aço-carbono para Chapas finas (a frio/a quente) de aço-
estrutural e geral uso estrutural carbono para uso estrutural
Denominação
ƒy ƒu Denominação
ƒy ƒu Denominação
ƒy ƒu
MPa MPa MPa MPa MPa MPa
MR 250 250 400-560
CF-26 260/260 400/410
AR 350 350 450 CG-26 255 410
CF-28 280/280 440/440
AR 350 COR 350 485 CG-28 275 440
CF-30 ---/300 ---/490
AR 415 415 520

ABNT NBR 5000 ABNT NBR 5004 ABNT NBR 5008


Chapas grossas e bobinas grossas,
Chapas grossas de aço de baixa liga e Chapas finas de aço de baixa liga e de aço de baixa liga, resistentes à
alta resistência mecânica alta resistência mecânica corrosão atmosférica, para uso
estrutural
Denominação
ƒy ƒu Denominação
ƒy ƒu Denominação
ƒy ƒu
MPa MPa MPa MPa MPa MPa
F-32/Q-32 310 410
G-30 300 415 CGR 400
F-35/Q-35 340 450 250 380
G-35 345 450
Q-40 380 480
G-42 415 520 CGR 500 e
Q-42 410 520 370 490
G-45 450 550 CGR 500A
Q-45 450 550
ABNT NBR 5920 / ABNT NBR 5921 ABNT NBR 8261
Chapas finas e bobinas finas
(a frio / a quente), de aço de baixa liga, Perfil tubular, de aço-carbono, formado a frio, com e sem costura, de
resistentes à corrosão atmosférica, seção circular ou retangular para usos estruturais
para uso estrutural
Seções quadrada e
Seção circular
ƒy ƒu retangular
Denominação Denominação
MPa MPa ƒy ƒu ƒy ƒu
MPa MPa MPa MPa
CFR 400 ---/250 ---/380 B 290 400 317 400
CFR 500 310/370 450/490 C 317 427 345 427
a Para limitações de espessura, ver norma correspondente.

FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p.108)

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Estruturas Metálicas 41

INTERESSANTE: As especificações dos aços em projetos estruturais metálicos geralmente relacionam aços de produções
normatizadas preferencialmente pela ASTM (American Society for Testing and Materials).

Tabela 5 – AÇOS DE USO FREQUENTE ESPECIFICADOS PELA ASTM PARA USO ESTRUTURAL
Grupo de perfila b ou faixa ƒy ƒu
Classificação Denominação Produto Grau
de espessura disponível MPa MPa
Perfis 1, 2 e 3
400 a
A36 Chapas e - 250
t ≤ 200 mm 550
Aços-carbono barras c
A 230 310
A500 Perfis 4
B 290 400
42 290 415
1, 2 e 3 50 345 450
Perfis 55 380 485
60 415 520
1e2
65 450 550
A572
t ≤ 150 mm 42 290 415
Aços de baixa liga e alta
resistência mecânica t ≤ 100 mm 50 345 450
Chapas e
t ≤ 50 mm 55 380 485
barras c
60 415 520
t ≤ 31,5 mm
65 450 550

345 a
A992 d Perfis 1, 2 e 3 - 450
450

1 - 345 485
Perfis 2 - 315 460
3 - 290 435
A242
t ≤ 19 mm - 345 480
Aços de baixa liga e alta Chapas e
resistência mecânica 19 mm < t ≤ 37,5 mm - 315 460
barras c
resistentes à corrosão 37,5 mm < t ≤ 100 mm - 290 435
atmosférica
Perfis 1e2 - 345 485
t ≤ 100 mm - 345 480
A588 Chapas e
100 mm < t ≤ 125 mm - 315 460
barras c
125 mm < t ≤ 200 mm - 290 435

Aços de baixa liga 50 345 450


temperados e auto A913 Perfis 1e2 60 415 520
revenidos 65 450 550
a Grupos de perfis laminados para efeito de propriedades mecânicas:
- Grupo 1: Perfis com espessura de mesa inferior ou igual a 37,5 mm;
- Grupo 2: Perfis com espessura de mesa superior a 37,5 mm e inferior ou igual a 50 mm;
- Grupo 3: Perfis com espessura de mesa superior a 50 mm;
- Grupo 4: Perfis tubulares.

b t corresponde à menor dimensão ou ao diâmetro da seção transversal da barra.

c Barras redondas, quadradas e chatas.

d A relação ƒu/ƒy não pode ser inferior a 1,18.


FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 109)

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Estruturas Metálicas 42

ATENÇÃO: Em obras metálicas deve-se observar a especificação do tipo do aço do parafuso e das soldas, pois estas
apresentam considerável variação de grandeza de resistência.

Tabela 6 – MATERIAIS USADOS EM PARAFUSOS


ƒyb ƒub Diâmetro db
Especificação
MPa MPa mm pol
ASTM A307 - 415 - 1/2 ≤ db ≤ 4
ISO 898-1 Classe 4.6 235 400 12 ≤ db ≤ 36 -
635 825 16 ≤ db ≤ 24 1/2 ≤ db ≤ 1
ASTM A325 a
560 725 24 < db ≤ 36 1 < db ≤ 1½
ISO 4016 Classe 8.8 640 800 12 ≤ db ≤ 36 -
ASTM A490 895 1035 16 ≤ db ≤ 36 1/2 ≤ db ≤ 1½
ISO 4016 Classe 10.9 900 1000 12 ≤ db ≤ 36 -
aDisponíveis também com resistência à corrosão atmosférica comparável à dos aços AR 350 COR ou à
dos aços ASTM A588.
FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 110)

Tabela 7 – RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DO METAL DA SOLDA


Metal da solda
ƒw
MPa
Todos os eletrodos com classe de resistência 6 ou 60 415

Todos os eletrodos com classe de resistência 7 ou 70 485

Todos os eletrodos com classe de resistência 8 ou 80 550


FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 110)

3.5. Bases para dimensionamento e tipos de carregamentos

O dimensionamento de estruturas de aço leva em consideração as prescrições de duas normas brasileiras


(ABNT), sendo estas:
 NBR 8800 (ABNT, 2008) - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios;
 NBR 14762 (ABNT, 2010) - Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a
frio.

NOTA: A NBR 14762 (ABNT, 2010) apresenta processo de dimensionamento de estruturas de aço que não serão
abordados nesta apostila, podendo ser estudado em apostilas disponíveis no CBCA https://www.cbca-acobrasil.org.br/.

As ações atuantes em estruturas podem ser obtidas nas normas:


 NBR 6120 (ABNT, 2019) - Ações para o cálculo de estruturas de edificações;
 NBR 6123 (ABNT, 1988) - Forças devidas ao vento em edificações.

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Estruturas Metálicas 43

Quanto a determinação de perfis metálicos, estes devem ser verificados quanto a resistência (ELU) e quanto a
deformação (ELS) conforme indicado a seguir:
 Estados Limites Últimos (E.L.U.)
o Verificação quanto a resistência do perfil
o Inclui os coeficientes de majoração de ações (ɣ)
 Estados Limites de Serviço (E.L.S)
o Verificação quanto a deformação do perfil
o Não inclui os coeficientes de majoração de ações (ɣ)

A seguir, no Quadro 1, observamos os valores dos coeficientes de majoração conforme NBR 8800 (ABNT, 2008),
sendo estes, os valores multiplicadores de ações, a fim de aumentar a estimativa de cargas nas estruturas, fazendo
assim com que as estruturas se tornem mais preparadas para ações não previstas, erros técnicos ou de utilização.

Quadro 1 – VALORES DOS COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS AÇÕES ɣ𝐟 = ɣ𝐟𝟏 ɣ𝐟𝟑


Ações permanentes (ɣ𝐠 )

Diretas
Peso próprio
de estruturas
Peso próprio
Combinações moldadas no Peso próprio
de elementos
Peso próprio Peso próprio local e de de elementos
construtivos
de estruturas de estruturas elementos construtivos Indiretas
industrializado
metálicas pré-moldadas construtivos em geral e
s com adições
industrializad equipamentos
in loco
os e empuxos
permanentes
1,25 1,30 1,35 1,40 1,50 1,20
Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
Especiais ou de 1,15 1,20 1,25 1,30 1,40 1,20
Construção (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)
1,10 1,15 1,15 1,20 1,30 0
Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00)
Ações variáveis (ɣ𝐪 )
Combinações Demais ações variáveis,
Efeito da Ações
Ação do Vento incluindo as decorrentes do
temperatura truncadas
uso e ocupação.

Normais 1,20 1,40 1,20 1,50

Especiais ou de
1,00 1,20 1,10 1,30
Construção
Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00

FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 18)

3.6. Estruturas mistas de aço e concreto


Segundo Queiroz e Pimenta (2001), o conceito do sistema misto aço-concreto é denominado àquele no qual
um perfil de aço (laminado, dobrado ou soldado) trabalha em conjunto com o concreto (geralmente armado), formando
um pilar misto, uma viga mista, uma laje mista ou uma ligação mista (ver Figura 31). A interação entre o concreto e o
perfil de aço pode se dar por meios mecânicos e por atrito.
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Estruturas Metálicas 44

O dimensionamento de estruturas mistas também é abordado na NBR 8800 (ABNT, 2008) que trata de
“Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios”, e na NBR 14323:2013 que trata
de “Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios em situação de incêndio”.
Estes sistemas podem ser encontrados na parceria entre vigas metálicas de alma cheia alveolar ou treliçadas
e lajes moldadas “in loco”, pré-moldadas, nervuradas e com forma de aço incorporada. O que existe de comum entre
elas é a presença do conector de cisalhamento.

Figura 31 – EXEMPLOS DE ESTRUTURAS MISTAS

Malha Anti-fissuração

Conector

Mossas
FONTE: METFORM (2021).

A utilização de sistemas mistos amplia consideravelmente a gama de soluções em concreto armado e em aço,
uma vez que permite variar a proporção e forma de cada material usado, obtendo benefícios arquitetônicos e
econômicos.
A seguir alguns modelos de sistemas mistos utilizados (ver Figura 32 a Figura 35).

Figura 32 – EXEMPLOS DE PILARES MISTOS

FONTE: ADAPTADO DE QUEIROZ, PIMENTA E MARTINS (2012, p. 42 a 48)

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Estruturas Metálicas 45

Figura 33 - EXEMPLOS DE PILARES MISTOS

FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 197)

Na imagem acima podemos observar três tipos de pilares mistos, sendo o pilar metálico totalmente revestido
por concreto armado, pilar metálico parcialmente revestido por concreto armado e pilares metálicos tubulares
preenchidos com concreto armado.

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Figura 34 – EXEMPLOS DE VIGAS MISTAS

FONTE: QUEIROZ, PIMENTA E MARTINS (2012, p. 19)

Na figura acima podemos observar uma laje engastada por meio dos conectores de cisalhamento a uma viga
metálica, tornando assim uma seção mista em “T”.
Figura 35 – EXEMPLOS DE LAJES MISTAS

FONTE: QUEIROZ, PIMENTA E MARTINS (2012, p. 50)

E acima podemos observar a laje steeldeck, aonde a forma metálica funciona como armadura principal da
laje, sendo essa ancorada ao concreto pela ancoragem do concreto nas mossas.

DICA: Saiba mais sobre estruturas mistas de aço e concreto nos manuais Estruturas Mistas volume 1 e volume 2,
disponíveis no site do CBCA https://www.cbca-acobrasil.org.br/.

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Estruturas Metálicas 47

EXERCÍCIOS

1- O pré-dimensionamento de elementos metálicos muitas vezes baseia-se em conhecimentos empíricos ou resultado


padronizados e almejados por projetistas.
Com base na afirmação acima identifique a alternativa correta para:

I. Vigas metálicas possuem altura de seção estimada em 5% do vão;


II. Vigas metálicas possuem altura de seção estimada em 10% do vão;
III. Pilares metálicos não possuem método estimativo de altura de seção;
IV. Pilares metálicos possuem altura de seção estimada em 5% do vão.

Portanto:
a) Alternativas I e III estão corretas.
b) Alternativas II e III estão corretas.
c) Alternativas I e IV estão corretas.
d) Alternativas II e IV estão corretas.
e) Apenas a alternativa I.

2- Segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008), os aços aprovados para uso em estruturas, tanto para perfis como para chapas
são aqueles que possuem tensão de escoamento inferior a 450MPa.
Neste caso, pode-se afirmar que os aços regulamentados por norma nacional ou estrangeira aprovados são:

I. MR 250 e ASTM A36;


II. AR 350 e ASTM A572 gr50;
III. AR 350 COR e ASTM A588;
IV. W150x13,0 e ASTM A992.

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

3- O dimensionamento de estruturas metálicas leva em consideração duas normas brasileiras, a NBR 8800 (ABNT, 2008)
e NBR 14762 (ABNT, 2010).
NBR 14762 (ABNT, 2010) - Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio.
NBR 8800 (ABNT, 2008) - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios.
Com base nas informações acima podemos afirmar que:

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I. Os perfis metálicos são verificados e não dimensionados, pois as seções já vêm prontas;
II. Os perfis metálicos devem ser verificados em função do E.L.U. e do E.L.S;
III. A verificação do Estado Limite Último leva em consideração a verificação quanto a resistência da peça;
IV. A verificação do Estado Limite Serviço leva em consideração a verificação quanto a deformação da peça.

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

4- Estruturas metálicas usualmente são constituídas de perfis de alma cheia ou por seções treliçadas. Represente e
descreva quais elementos compõe uma seção de alma cheia e uma seção treliçada.

5- Estruturas metálicas podem ser utilizadas em parceria com outras tipologias estruturais, podendo esta ser
caracterizada por mista ou híbrida. De acordo com este conhecimento, defina estrutura mista de aço e concreto.

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Estruturas Metálicas 49

4. Procedimento para projetos de


edificações metálicas

4.1. Introdução

A aplicação de estruturas metálicas nas mais diversas finalidades arquitetônicas leva em consideração o
conhecimento dos quesitos arquitetônicos, ações atuantes, disponibilidade e padrão de material de mercado.
Neste caso, a construção de galpões, residências, edifícios comerciais ou até mesmo pequenas obras internas
podem levar em consideração padrões de produção de perfis como, por exemplo, o comprimento comercial de barras
a fim de reduzir perdas ou custos com emendas.
Também conhecer os tipos de seções comerciais e corretas técnicas de aplicação destas seções podem
minimizar os problemas relativos a manifestações patológicas, desperdícios e ligações metálicas.

4.2. Considerações de projetos

Em geral os galpões podem ter diversas configurações onde levam-se em consideração alguns fatores como:
 Arquitetura (finalidade);
 Dimensões (vão livre, distanciamento entre pórticos, pé direito, etc.);
 Ações incidentes (NBR 6123 (ABNT, 1988) e NBR 6120 (ABNT, 2019));
 Elementos construtivos para fechamento.

No quesito arquitetura, a mobilidade interna (presença de elementos estruturais), formas/geometria da


edificação ou até mesmo apenas a aparência visual, podem influenciar na elaboração do projeto, conforme exemplo
(Figura 36 a Figura 41) a seguir do Hangar da Varig no Rio de Janeiro.
Figura 36 – HANGAR VARIG RJ

FONTE: DIAS (1999, p. 43).

Na Figura 36 acima podemos observar a escala de grandeza do hangar para aviões, identificando a relevância
estrutural deste projeto.

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Figura 37 – HANGAR VARIG RJ. VISTA FRONTAL DA ESTRUTURA METÁLICA MONTADA

FONTE: DIAS (1999, p. 44).

Na Figura 37, observa-se o esquema estrutural da estrutura principal do galpão, onde essa se comporta como
pórticos rotulados em suas bases e engastando a ligação pilar viga, deixando clara a visão do gráfico de momento fletor.

Figura 38 – HANGAR VARIG RJ. VISTA LATERAL DO HANGAR COM A ESTRUTURA METÁLICA MONTADA

FONTE: DIAS (1999, p. 44).

Também, na Figura 38, se pode observar o formato dos pórticos metálicos e a angulação das paredes que serão
vazadas para permitir alívio de pressão interna em função da ação do vento.

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Figura 39 – HANGAR VARIG RJ. VISTA INTERNA DO HANGAR VOLTADA PARA A SUA LATERAL DIREITA

FONTE: DIAS (1999, p. 46).

Nas Figura 39 e Figura 40, podemos observar a estruturação interna do galpão e suas aberturas laterais para
alívio de pressão interna.

Figura 40 – HANGAR VARIG RJ. VISTA INTERNA DO HANGAR COM O EDIFÍCIO DE APOIO

FONTE: DIAS (1999, p. 44).

Na Figura 41, podemos observar as aberturas laterais para alívio de pressão interna.

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Figura 41 – HANGAR VARIG RJ. FACHADA LATERAL COM TAPAMENTOS DE CHAPA DE AÇO PRÉ-PINTADAS GERANDO
SUPERFÍCIES DE DUPLA CURVATURA

FONTE: DIAS (1999, p. 46).

Quanto às dimensões, D’Alambert (2005) apresenta alguns valores usuais para galpões, conforme apresentado
no Quadro 2 e na Figura 42 abaixo.

Quadro 2 – DIMENSÕES PADRÃO PARA GALPÕES


Vão dos Pórticos Altura das Colunas Distância entre Pórticos
L 1 = 15,00 H 1 = 6,0 B 1 = 6,00
L 2 = 20,00 H 2 = 9,0 B 2 = 9,00
L 3 = 25,00 H 3 = 12,00 B 3 = 12,00
L 4 = 30,00
L 5 = 35,00
L 6 = 40,00
L 7 = 45,00
FONTE: D’ALAMBERT (2005, p. 15).

Figura 42 – DIMENSÕES PADRÃO PARA GALPÕES

FONTE: D’ALAMBERT (2005, p. 15)

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Estruturas Metálicas 53

Já as ações atuantes em estruturas resumem-se a ações de peso próprio dos elementos construtivos, ação
variáveis mínimas estabelecidas por norma, como as apresentadas no Anexo B da NBR 8800 (ABNT, 2008), abaixo, e as
ações de vento apresentadas da NBR 6123 (ABNT, 1988), com base no mapa de velocidades básicas dos ventos (ver
Figura 43), aonde este apresenta as curvas de variação de velocidade básica (em m/s) à cada região brasileira.

Ainda, as ações de vendo levam consideração os coeficientes de pressão externos e internos associados para
composição da hipótese de carga de vento conforme dado a seguir:

𝑄vento = 𝑞. |𝐶𝑒 − 𝐶𝑝𝑖|

Onde:
𝑄vento é a ação do vento incidente sobre a estrutura
𝐶𝑒 é o coeficiente de forma externo
𝐶𝑝𝑖 é o coeficiente de pressão interno

A NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 112) em seu Anexo B trata da sobrecarga em coberturas:

B.5.1 Coberturas comuns. Nas coberturas comuns (telhados), na ausência de especificações


mais rigorosas, deve ser prevista uma sobrecarga característica mínima de 0,25 kN/m2, em
projeção horizontal. Admite-se que essa sobrecarga englobe as cargas decorrentes de
instalações elétricas e hidráulicas, de isolamentos térmico e acústico e de pequenas peças
eventualmente fixadas na cobertura, até um limite superior de 0,05 kN/m2.
B.5.2 Casos especiais. Em casos especiais, a sobrecarga na cobertura deve ser determinada
de acordo com sua finalidade, porém com um valor mínimo igual ao especificado em B.5.1.

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Figura 43 – ISOPLETAS DE VELOCIDADE BÁSICA V0 (m/s)

FONTE: NBR 6123 (1988, p. 6).

A seguir algumas definições de norma conforme NBR 6123 (ABNT, 1988):


1. Barlavento – região de onde sopra o vento, em relação a edificação.
2. Sobrepressão - pressão efetiva acima da pressão atmosférica de referência (sinal positivo).
3. Sotavento – região oposta àquela de onde sopra o vento, em relação a edificação.
4. Sucção – pressão efetiva abaixo da pressão atmosférica de referência (sinal negativo).
5. Vento básico (V0) – vento que corresponde a velocidade básica V0. É a velocidade de uma rajada de 3 segundos,
excedida em média, uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno, em campo aberto e plano e a
velocidade básica V0 é universal dentro de uma região.

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6. Velocidade característica do vento (Vk) – para cada característica ou condição de topografia e localização de
um terreno, dimensões da edificação e sua influência em relação à uma tempestade destrutiva sobre a
sociedade, existem fatores de correção que influenciam diretamente na velocidade básica, sendo assim: Vk =
V0 . S1 . S2 . S3

INTERESSANTE: A NBR 6123 (ABNT, 1988) apresenta também coeficientes de forma e pressão externos e internos a
serem considerados na obtenção da ação do vento na edificação.

4.3. Modelos de galpões


Embora o modelo dos galpões esteja muito vinculado aos fatores apresentados no item 2, existem ainda alguns
modelos padrões adotados de composição, como, por exemplo:
 Galpões com cobertura e pilares metálicos em perfil de alma cheia (ver Figura 44 a Figura 46),
funcionando como um pórtico rígido, engastado em suas ligações, levando em consideração em seu
dimensionamento a flexão em uma parcela elevada de seus elementos.

Figura 44 – GALPÃO EM PERFIS DE ALMA CHEIA, GALPÃO DE VÃO SIMPLES

FONTE: D’ALAMBERT (2005, p. 16)

Figura 45 – GALPÃO EM PERFIS DE ALMA CHEIA, GALPÃO DE VÃOS MÚLTIPLOS

FONTE: D’ALAMBERT (2005, p. 16)

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Estruturas Metálicas 56

Figura 46 – GALPÃO EM PERFIS DE ALMA CHEIA, AMPLIAÇÃO DO TIPO ANEXO Lb ≤ (La/2)

FONTE: D’ALAMBERT (2005, p. 17)

 Galpões com cobertura metálica treliçada e pilares metálicos de alma cheia (Figura 47), onde este
pórtico é geralmente considerado rotulado na ligação entre a cobertura e os pilares, e os esforços de
flexão são preponderantemente resistidos pelos pilares.

Figura 47 – GALPÃO EM COBERTURA TRELIÇADA E PILARES EM ALMA CHEIA

FONTE: AUTOR (2020)

 Galpões com cobertura e pilares metálicos treliçados (Figura 48), tendo estas seções maiores que os
que utilizam perfis de alma cheia, possibilitando também engastamento entre os elementos, sem que
os perfis que compõem a estrutura estejam necessariamente sendo solicitados a flexão.

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Estruturas Metálicas 57

Figura 48 – GALPÃO EM COBERTURA E PILARES TRELIÇADOS.

FONTE: AUTOR (2020)

Além destes apresentados ainda podemos citar os com cobertura em arco, os de estrutura híbrida (concreto
pré-moldado e aço), os com telhas autoportantes, os com lanternins, etc.

4.4. Lançamento estrutural para edificações

Os projetos estruturais metálicos levam em consideração os princípios básicos de equilíbrio, sendo as


estruturas geralmente isostáticas ou hiperestáticas, porém jamais hipostática. Neste caso, o correto equilíbrio da
estrutura, aonde todas as ações devem possuir reações, deve atender as leis da estática convencional sendo a somatória
das forças e momentos igual a zero.
Vale observar que as ações em edificação não são exclusivamente verticais, podendo ser também horizontais
ou em ângulo (perpendicular ao plano de aplicação da carga), como no caso das ações de vento. E neste caso, faz-se
necessária adoção de um dos dois tipos de consideração estrutural a seguir (ver Figura 49 e Figura 50):
 Estruturas aporticadas – nós engastados, transferindo momentos entre pilares e vigas, a fim de
garantir a estabilidade;
 Estruturas contraventadas – nós rotulados, com preponderância de ações de compressão e tração.

Figura 49 – ESTRUTURA APORTICADA E CONTRAVENTADA

FONTE: AUTOR (2020)

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Estruturas Metálicas 58

Figura 50 – ESTRUTURA APORTICADA E CONTRAVENTADA

FONTE: AUTOR (2020)

ATENÇÃO: O lançamento estrutural deve levar em consideração questões arquitetônicas como posição de paredes e
possibilidades de transições.

4.5. Detalhamento de projeto

Comparadas a estruturas de concreto, onde as seções usualmente são retangulares e representadas por duas
linhas, as estruturas metálicas são mais complexas tendo em vista a quantidades de possibilidades de seções.
Neste caso a quantidade de detalhamentos é pertinente para apresentação e entendimento total do projeto.
Assim, se faz usual a presença de pranchas intituladas conforme listado a seguir:
 Locação de pilares;
 Vista superior do nível estrutural;
 Vista inferior do nível estrutural;
 Eixos longitudinais;
 Eixos transversais;
 Detalhes de ligação;
 Memorial descritivo.

Também a NBR 8800 (ABNT, 2008) apresenta algumas considerações relativas a projetos. No que tange às
generalidades, diz a norma:

4.1.1. As obras executadas total ou parcialmente com estrutura de aço ou com


estrutura mista de aço e concreto devem obedecer a projeto elaborado de acordo
com esta Norma, sob responsabilidade de profissionais legalmente habilitados.
4.1.2. Entende-se por projeto o conjunto de especificações, cálculos estruturais,
desenhos de projetos, de fabricação e de montagem dos elementos de aço e
desenhos de fôrmas e armação referentes às partes de concreto. (ABNT, 2008, p.
10).

Na sequência, a mesma Norma trata dos desenhos de projetos:

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Estruturas Metálicas 59

4.2.1. Os desenhos de projeto devem ser executados em escala adequada para o


nível das informações desejadas. Devem conter todos os dados necessários para o
detalhamento da estrutura, para a execução dos desenhos de montagem e para o
projeto das fundações.
4.2.2. Os desenhos de projeto devem indicar quais as normas complementares que
foram usadas e dar as especificações de todos os materiais estruturais
empregados. Devem indicar também os dados relativos às ações adotadas e aos
esforços solicitantes de cálculo a serem resistidos por barras e ligações, quando
necessários para a preparação adequada dos desenhos de fabricação.
4.2.3. Nas ligações com parafusos de alta resistência, os desenhos de projeto
devem indicar se o aperto será normal ou com protensão inicial e, neste último caso,
se os parafusos trabalharem a cisalhamento, se a ligação é por atrito ou por contato.
4.2.4. As ligações soldadas devem ser caracterizadas por simbologia adequada que
contenha informações completas para sua execução, de acordo com a AWS A2.4.
4.2.5. No caso de edifícios industriais, devem ser apresentados nos desenhos de
projeto ou memorial de cálculo o esquema de localização das ações decorrentes
dos equipamentos mais importantes que serão suportados pela estrutura, os valores
dessas ações e, quando for o caso, os dados para a consideração de efeitos
dinâmicos.
4.2.6. Quando o método construtivo for condicionante, tendo feito parte dos
procedimentos do cálculo estrutural, devem ser indicados os pontos de içamento
previstos e os pesos das peças da estrutura, além de outras informações similares
relevantes. Devem ser levados em conta coeficientes de impacto adequados ao tipo
de equipamento que será utilizado na montagem. Além disso, devem ser indicadas
as posições que serão ocupadas temporariamente por equipamentos principais ou
auxiliares de montagem sobre a estrutura, incluindo posição de amarração de cabos
ou espinas. Outras situações que possam afetar a segurança da estrutura devem
também ser consideradas.
4.2.7. Nos casos onde os comprimentos das peças da estrutura possam ser
influenciados por variações de temperatura durante a montagem, devem ser
indicadas as faixas de variação consideradas.
4.2.8. Devem ser indicadas nos desenhos de projeto as contraflechas de vigas,
inclusive de vigas treliçadas. (ABNT, 2008, p. 10).

IMPORTANTE: Os projetos estruturais metálicos geralmente obedecem a escala milimétrica, devido às pequenas
espessuras de chapas e elementos de ligação.

4.6. Tipos de ligação

Tendo em vista a grande diversidade de tipos de seções de perfis metálicos, a quantidade de soluções para
ligações em estruturas metálicas pode apresentar um número extremamente alto.

Estas soluções também apresentam algumas variáveis como:


 Ângulo de encontro entre as seções;
 Tipos de seções;
 Tipos de vinculações (engaste ou rótula);
 Ligações soldadas ou parafusadas;
 Condições de acessibilidade às ligações;
 Experiência do projetista.

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Estruturas Metálicas 60

Nas imagens a seguir, podemos verificar diversas situações de ligações entre perfis e perfil-concreto.
Na Figura 51 podemos observar um pilar engastado na base de concreto, devido ao distanciamento dos
ganchos de ancoragem em relação ao eixo do pilar, sendo também a conexão entre o pilar e placa de base totalmente
soldada.

Figura 51 – LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 52 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

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Estruturas Metálicas 61

Figura 52 – DETALHAMENTO DE LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 53 podemos observar um pilar engastado na base de concreto, devido ao distanciamento dos
ganchos de ancoragem em relação ao eixo do pilar, sendo também esta conexão entre o pilar e placa de base totalmente
soldada, acrescida de chapas de enrijecimento entre a ligação e a placa de base.

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Estruturas Metálicas 62

Figura 53 – LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 54 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

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Estruturas Metálicas 63

Figura 54 – DETALHAMENTO DE LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ENGASTADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 55 podemos observar um pilar engastado na base de concreto, devido ao distanciamento dos
ganchos de ancoragem em relação ao eixo do pilar, porém com a conexão entre o pilar e placa de base parcialmente
soldada (apenas na alma), tornando-a uma ligação rotulada.

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Estruturas Metálicas 64

Figura 55 – LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ROTULADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 56 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

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Estruturas Metálicas 65

Figura 56 – DETALHAMENTO DE LIGAÇÃO DE BASE DE PILAR ROTULADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 57 podemos observar uma viga metálica engastada a um pilar metálico, devido à ligação soldada
entre os elementos, e as chapas enrijecedoras, que transferem os esforços da viga metálica para toda a seção do pilar
metálico.

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Estruturas Metálicas 66

Figura 57 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA SOLDADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 58 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

Figura 58 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA SOLDADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

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Estruturas Metálicas 67

Na Figura 59 podemos observar uma viga metálica engastada a um pilar metálico, devido à ligação parafusada
entre a viga e a mesa do pilar, e as chapas enrijecedoras, que transferem os esforços da viga metálica para toda a seção
do pilar metálico.

Figura 59 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 60 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

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Estruturas Metálicas 68

Figura 60 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 61 podemos observar uma viga metálica engastada a um pilar metálico, devido à ligação parafusada
entre a viga e a alma do pilar através de chapas enrijecedoras, que transferem os esforços da viga metálica para toda a
seção do pilar metálico.
Figura 61 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

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Estruturas Metálicas 69

E na Figura 62 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

Figura 62 – DETALHE LOGAÇÃO DE PILAR-VIGA ENGASTADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 63 podemos observar uma viga metálica com ligação rotulada a um pilar metálico, devido à ligação
parcialmente soldada entre a alma da viga e a mesa do pilar metálico, aonde neste caso, as almas dos perfis (viga e pilar)
estão alinhados.
Figura 63 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA SOLDADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)


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Estruturas Metálicas 70

E na Figura 64 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

Figura 64 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA SOLDADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 65 podemos observar uma viga metálica com ligação rotulada a um pilar metálico devido à ligação
parcialmente parafusada entre a alma da viga e a mesa do pilar metálico, aonde neste caso, as almas dos perfis (viga e
pilar) estão alinhados.

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Estruturas Metálicas 71

Figura 65 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 66 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

Figura 66 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 67 podemos observar uma viga metálica com ligação rotulada a um pilar metálico, devido à ligação
parcialmente parafusada entre a alma da viga e a alma do pilar metálico, aonde neste caso, as almas dos perfis (viga e
pilar) estão posicionadas transversalmente entre elas.

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Estruturas Metálicas 72

Figura 67 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

E na Figura 68 abaixo, podemos observar o detalhamento deste tipo de ligação.

Figura 68 – DETALHE LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULDA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

Na Figura 69 podemos observar uma viga metálica com ligação rotulada a outra viga metálica, devido a ligação
parcialmente parafusada entre as almas das vigas, e neste caso, são recortadas as mesas da viga apoiada, afim de reduzir
o comprimento da ligação.

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Estruturas Metálicas 73

Figura 69 – LIGAÇÃO DE PILAR-VIGA ROTULADA PARAFUSADA

FONTE: AUTOR, ATRAVÉS DO SOFTWARE CYPE 3D (2020)

INTERESSANTE: Ligações metálicas podem variar em sua concepção, dependendo do entendimento do projetista e dos
perfis que este habitualmente trabalha. Existem diversas possibilidades para se resolver a mesma ligação, devido à
inúmera quantidade de seções e espessuras.

4.7. Cuidados construtivos

O Anexo N da NBR 8800 (ABNT, 2008) apresenta alguns cuidados construtivos para obras metálicas, conforme
apresentado a seguir nas Figura 70 a Figura 72.

Também, conforme NBR 8800 (ABNT, 2008, p.163), as estruturas devem ser classificadas conforme classe de
agressividade apresentada a seguir:

N.2 Classificação dos ambientes: Os ambientes podem ser classificados em seis categorias
de corrosividade:
a) C1: muito baixa;
b) C2: baixa;
c) C3: média;
d) C4: alta;
e) C5-I: muito alta (industrial);
f) C5-M: muito alta (marinha).
Para a determinação da categoria, recomenda-se a exposição de espécimes de
monitoramento. A Tabela N.1 define as categorias de corrosividade em termos de perda de
massa ou de espessura para espécimes-padrão feitos em aço de baixo carbono ou zinco
após o primeiro ano de exposição. Para detalhes a respeito da constituição de tais
espécimes-padrão, e sobre o tratamento destes espécimes antes e após a exposição, deve
ser seguida a ISO 9226.

IMPORTANTE: Deve-se observar o tipo de exposição ao qual a estrutura metálica estará condicionada, não apenas às
condições climáticas, mas também em relação aos agentes nocivos do ambiente, como por exemplo, indústrias
químicas.

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Estruturas Metálicas 74

As classificações apresentadas acima, retratam o exposto pela NBR 8800 (ABNT, 2008), que em seu anexo N.3
referência seu anexo S.5, que apontam os padrões estabelecidos pelo CBCA (Centro Brasileiro de Construção em Aço),
como padrões para ambientes marítimos e padrões de pintura para períodos de durabilidade mínima.

N.3 Escolha do Sistema de Proteção. A escolha de um sistema adequado de


proteção anticorrosiva não é uma tarefa simples, devido à grande diversidade de
sistemas disponíveis e às condições em que vão ser aplicados. O principal fator
determinante nessa escolha é o tipo de ambiente em que a estrutura se encontra,
devendo-se levar em conta também a durabilidade, a aparência e a necessidade de
se minimizarem manutenções futuras e custos. Orientações para a escolha do
sistema de proteção podem ser obtidas nas alíneas a) e b) de S.5. Nas situações
em que a estrutura não necessite de proteção anticorrosiva adicional (ver N.1), ou
seja, que possa ser deixada sem pintura, o aço necessita apenas ser limpo de graxa
e óleo, por meio de solventes, e de sujeira ou outros contaminantes por meio de
escovação ou outros meios adequados após a fabricação da estrutura. (ABNT,
2008, p. 164).

S.5 Textos de interesse do Anexo N. a) Keane, J., “Steel Structures Painting


Manual”, volumes 1 e 2, Steel Structures Painting Council (SSPC), 1982. B) Gnecco,
C., Mariano, R. e Fernandes, F. “Tratamento de Superfície e Pintura”. Série “Manual
de Construção em Aço”, Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA), Rio de
Janeiro, 2003. (ABNT, 2008, p. 237).

Na Figura 70 abaixo, são apresentadas algumas precauções do anexo N da NBR 8800 (ABNT, 2008) quanto à
retenção de água e sujeiras, e que se complementam com recomendações do mesmo anexo que podem acelerar o
processo corrosivo e de deterioração de componentes metálicos, devendo assim o projetista, projetar superfícies
inclinadas ou chanfradas, eliminar seções abertas no topo, ou seu arranjo em posição inclinada, eliminar bolsas e
recessos onde a água e a sujeira possam ficar retidas e permitir a drenagem da água e de líquidos corrosivos para fora
da estrutura.

Figura 70 – TRATAMENTO DE FRESTAS

FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 166)

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Estruturas Metálicas 75

A Figura 71, também da NBR 8800 (ABNT, 2008), complementa as precauções quanto ao contato de placas de
bases em contato com a umidade de pisos expostos à umidade, ou em áreas abertas, evitando assim o contato
constante com a umidade ou a permanência de umidade na ligação.

Figura 71 – TRANSIÇÃO ENTRE AÇO E CONCRETO

FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 166)

E na Figura 72 pode-se observar algumas posições de perfis que favorecem o acúmulo de líquidos e sujeiras,
bem como as posições favoráveis para que estas situações não ocorram, reduzindo o processo de deterioração da
estrutura.

Figura 72 – POSIÇÕES PARA EVITAR PONTOS DE ACÚMULO DE ÁGUA E SUJEIRA

FONTE: NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 167)


.

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Estruturas Metálicas 76

EXERCÍCIOS

1- Os projetos de estruturas metálicas levam em consideração fatores como arquitetura, dimensões, ações incidentes
e elementos de fechamento.

Com base na afirmação acima identifique a alternativa correta para:

I. A arquitetura leva em consideração os vãos e forma da edificação;


II. A dimensão leva em consideração o distanciamento comercial entre peças;
III. As ações incidentes levam em consideração as NBR 6120 e NBR 6123;
IV. Os elementos de fechamento levam em consideração o distanciamento entre fixações, tipo de fixações e
limitações de deformações.

Portanto:
a) Alternativas I e III estão corretas.
b) Alternativas II e III estão corretas.
c) Alternativas I e IV estão corretas.
d) Alternativas II e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

2- As ações estruturais horizontais em edificações metálicas geralmente são suportadas por duas técnicas de cálculo.
o Estruturas Aporticadas
o Estruturas Contraventadas

Com base na afirmação acima identifique a alternativa correta para:

I. Estruturas aporticadas possuem nós engastados;


II. Estruturas aporticadas possuem apenas nós rotulados;
III. Estruturas contraventadas possuem nós rotulados e com ações transmitidas aos apoios por barras angulares
vinculadas aos apoios;
IV. Estruturas contraventadas não necessitam de nós engastados;

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

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Estruturas Metálicas 77

3- Alguns critérios mínimos de detalhamento de estruturas metálicas são estabelecidos por norma, porém, na maioria
dos casos, a quantidade de detalhes necessária ao correto entendimento do projeto supera as quantidades mínimas
esperadas pelo projetista.

Neste caso é correto afirmar que:

I. Em treliças se faz necessário a representação de ligações nos banzos superiores e inferiores;


II. Estruturas podem devem ser representar seus eixos estruturais longitudinais e transversais;
III. Nos detalhes das ligações deve-se representar tipos de soldas, tipos e quantidades de parafusos, tamanhos de
chapas e componentes metálicos da ligação;
IV. O memorial descritivo não é necessário para projetos metálicos desde que haja um bom detalhamento estrutural.

Portanto:
a) Alternativas I, II e III estão corretas.
b) Alternativas I, II e IV estão corretas.
c) Alternativas I, III e IV estão corretas.
d) Alternativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

4- Estruturas metálicas podem ser caracterizadas e dimensionadas segundo as considerações do projetista em suas
ligações. Descreva e explique 3 variáveis que podem influenciar numa ligação entre perfis metálicos.

5- A NBR 8800 (ABNT, 2008) apresenta cuidados construtivos que devem ser observados nas obras metálicas. Cite dois
cuidados e explique.

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Estruturas Metálicas 78

5. COMPORTAMENTO DE PEÇAS
TRACIONADAS E COMPRIMIDAS

5.1 INTRODUÇÃO

Barras metálicas são comercializadas por seções pré-fabricadas, podendo estas ser:
 Perfis Laminados: formados a partir da compressão do lingote por cilindros laminadores;
 Perfis Soldados: formados a partir da solda entre chapas metálicas;
 Perfis formados a frio: formados a partir da dobra de chapas.
Portanto, como as seções já são estabelecidas comercialmente, cabe ao calculista, verificar qual seção se
adapta a situação/solicitação de projeto, ou seja, a resistência de cálculo deverá ser maior ou igual a solicitação de
cálculo (𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑) em função do Estado Limite Último (ELU).
A NBR 8800 (ABNT, 2008) apresenta alguns roteiros para a determinação das resistências à diversas condições
de solicitações, e estas resistências nem sempre são uma análise direta, podendo estas muitas vezes ser determinada a
partir de mais de uma análise ou combinação de condições.

5.2 VERIFICAÇÃO DE BARRAS TRACIONADAS

Segundo NBR 8800 (ABNT, 2008), barras com esforços axiais de tração deverão atender a seguinte verificação:
𝑁, ≥ 𝑁,
A determinação da força de tração resistente de cálculo (𝑁 , ) a ser considerada será a menor entre:
 Escoamento da Seção bruta:
.
𝑁, = (5.1)
,

𝐴 = área bruta da seção (ver Figura 01).


 Ruptura da Seção Líquida:
.
𝑁, = (5.2)
,

𝐴 = área líquida efetiva = 𝐶 . 𝐴


𝐴 = 𝐴 ≤ 0,85 . 𝐴  PARA ELEMENTOS DE LIGAÇÃO
𝐴 = área líquida (ver Figura 73)
𝐶 – Coeficiente de redução da área líquida

CURIOSIDADE: Conforme a NBR 14762, a ruptura da seção líquida pode se dar na região da ligação ou fora desta.

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Estruturas Metálicas 79

Figura 73 – Exemplos de 𝐴 e 𝐴

FONTE: Autor (2020)

IMPORTANTE: A linha de ruptura a ser considerada é aquela que produzir menor área líquida, em função do eixo da
ação.

Conforme NBR 8800 (ABNT, 2008), alguns aspectos devem ser observados para obtenção da 𝐴 (Área
Líquida):
a) Em ligações parafusadas, a largura dos furos deve ser considerada 2,0 mm maior que a dimensão máxima
desses furos, definida na tabela a seguir, perpendicular à direção da força aplicada. (alternativamente, caso se
possa garantir que os furos sejam executados com broca, pode-se usar a largura igual a dimensão máxima).
b) No caso de uma série de furos distribuídos transversalmente ao eixo da barra, em diagonal a esse eixo, ou em
ziguezague, a largura líquida dessa parte da barra deve ser calculada deduzindo-se da largura bruta a soma das
larguras de todos os furos em cadeia, e somando-se para cada linha ligando dois furos a quantidade s2/(4g),
sendo s e g, respectivamente, os espaçamentos longitudinal e transversal (gabarito) entre esses dois furos (ver
Figura 74):

Figura 74– Ilustração dos espaçamentos s e g entre os furos 1 e 2

FONTE: ABNT (2008, p. 38)

c) A largura líquida crítica daquela parte da barra será obtida pela cadeia de furos que produza a menor das
larguras líquidas, para as diferentes possibilidades de linha de ruptura (ver Figura 75);

Figura 75 – Prováveis linhas de ruptura

FONTE: Autor

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Estruturas Metálicas 80

Para cantoneiras, o gabarito g dos furos em abas opostas, deve ser considerado igual à soma dos gabaritos, medidos a
partir da aresta da cantoneira, subtraída de sua espessura (ver Figura 76 e Figura 77).

Figura 76 – Gabarito g em cantoneiras

FONTE: Autor

Figura 77 – Exemplo de furação em diagonal em abas de cantoneiras.

FONTE: Autor

d) Na determinação da área líquida da seção que compreenda soldas de tampão ou soldas de filete em furos, a
área do metal da solda deve ser desprezada.

Portanto, pode-se entender que, se os furos forem alinhados perpendicularmente à força de tração, tem-se a
seguinte expressão de 𝐴 :
𝐴 = 𝑡 .( 𝑏 − 𝑛 .𝑑 ) (5.3)
Onde n = número de furos por onde passa a linha de ruptura.
Sendo, conforme item a, d = df + 2mm, e df obtido conforme Quadro 1.

Para os demais casos (incluindo casos em diagonais e zigzag):


𝐴 = 𝑡 .( 𝑏 − 𝑛 .𝑑 )

𝐴 = 𝑡 . ( 𝑏 − 𝑛 . 𝑑 + 𝑠 4𝑔 ) (n – na linha de ruptura) (5.4)

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Estruturas Metálicas 81

𝐴 = 𝑡 . ( 𝑏 − 𝑛 . 𝑑 + 𝑠 4𝑔 + 𝑠 4𝑔 (n – na linha de ruptura) (5.5)

Quadro 3 – Dimensões máximas de furos (df) para parafusos e barras redondas rosqueadas
Diâmetro do
Diâmetro Diâmetro do
parafuso ou da Dimensões de um furo Dimensões de um furo
do furo furo
barra redonda pouco alongado muito alongado
padrão alargado
rosqueada db
≤ 24 db + 1,5 db + 5 (db + 1,5) x (db + 6) (db + 1,5) x 2,5db
Dimensões
27 28,5 33 28,5 X 35 28,5 X 67,5
em milímetros
≥30 db + 1,5 db + 8 (db + 1,5) x (db + 9,5) (db + 1,5) x 2,5b

FONTE: ABNT (2008, p. 83)

Para a obtenção da área líquida efetiva (𝐴 ), a área líquida (𝐴 ) tem sua área corrigida em função da maneira
que a peça está conectada, influenciando na extensão da transmissão da solicitação na seção, ou seja,

𝐴 = 𝐶 .𝐴 (5.6)

𝐶 – Coeficiente de redução da área líquida (NBR 8800 (ABNT, 2008))

INTERESSANTE: Dobre longitudinalmente uma folha de papel e tracione-a segurando na ponta apenas uma de suas
abas. Você observará a ruptura acontecendo em apenas parte da seção da peça, não em toda seção. Esta situação
exemplifica a função do Ct.

a) Quando a força de tração for transmitida diretamente para cada um dos elementos do perfil (solda ou
parafuso).

C = 1,0 (5.7)

b) Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais.

C = (5.8)

Onde:
𝐴 é área da seção transversal dos elementos conectados e 𝐴 é a área bruta da seção transversal

c) Nas barras de seção transversais abertas, quando a força de tração for transmitida somente por parafusos ou
somente por soldas longitudinais ou ainda, por uma combinação de soldas transversais e longitudinais para
apenas alguns elementos, não todos, da seção transversal, devendo ser usado 0,9 para limite superior e 0,6
para limite inferior.

C = 1,0 − ( ) (5.9)

Onde:
𝑒 é a excentricidade da ligação medida a partir da distância do centro geométrico da barra até o plano de
cisalhamento da ligação.

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Estruturas Metálicas 82

𝑙 é o comprimento efetivo da ligação ou do filete em ligações soldadas. Em ligações parafusadas é a


distância do primeiro ao último furo, medidos pelo centro, na direção da força.

d) Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas longitudinais ao longo de
ambas as bordas:

C = 1,0 para l ≥ 2b (5.10)


C = 0,87 para 2b > l ≥ 1,5b (5.11)
C = 0,75 para 1,5b > l ≥ b (5.12)

𝑙 é o comprimento dos cordões de solda (ver Figura 78).


𝑏 é a largura da chapa (ver Figura 78).

Figura 78 – Indicação de 𝑏 e 𝑙

FONTE: ABNT (2008, p. 40)

5.3 VERIFICAÇÃO DE BARRAS COMPRIMIDAS

Segundo NBR 8800 (ABNT, 2008), barras com esforços axiais de compressão deverão atender a seguinte
verificação: 𝑁 , ≥ 𝑁 ,
A força de compressão resistente de cálculo (𝑁 , ) deverá ser determinada em função da resistência a
compressão simples associada as fragilidades referentes a esbeltez global (flambagem de toda a barra) e local
(flambagem dos elementos que compõem a seção).
Neste caso a resistência de cálculo a compressão será dada por:
. . .
N , = (5.13)
,

Sendo:
 é o fator de redução associado à flambagem global;
𝑄 é o fator de redução associado de flambagem local;
𝐴 é a área bruta da seção transversal da barra;
𝑓 é a tensão de escoamento do aço aplicado.

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Estruturas Metálicas 83

5.3.1 FLAMBAGEM LOCAL

Conforme apresentado na Figura 79 a seguir, a flambagem local baseia-se na esbeltez da chapa que compõe a
sessão do perfil metálico, podendo ocorrer não necessariamente em todos os elementos da sessão. Neste caso,
vinculações entre os elementos podem tornar cada elemento mais ou menos esbelto.
Esta situação de flambagem local é inserida no dimensionamento de um perfil metálico na condição de um
fator de redução.

Figura 79 – Exemplo de flambagem local ocorrendo em perfil

FONTE: Autor

Para a determinação do fator de redução associado a flambagem local (𝑄), a NBR 8800 (ABNT, 2008) sugere
fazer a identificação dos elementos que compões a seção em elementos AL e elementos AA, sendo (ver Figura 80):
Elementos AL  elemento com apenas uma borda vinculada
Elementos AA  elemento com as duas bordas vinculadas

IMPORTANTE: A análise da flambagem local se dá individualmente para cada elemento que compõe a seção. E esta está
relacionada com a proporção largura (𝑏) e espessura (𝑡) do elemento.

Figura 80 – Analogia perfil real e perfil composto por placas apoiadas

FONTE: Autor

Também, segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008),

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Estruturas Metálicas 84

Q = Q .Q , (5.14)
sendo
 para elementos AL  𝑸 = 𝑸𝒔
 para elementos AA  𝑸 = 𝑸𝒂

A análise a ser considerada para determinação do coeficiente 𝑄 se dá a partir da relação largura (𝑏) por
espessura (𝑡) comparada a um valor limite

 se ≤ 𝑙𝑖𝑚 → não há flambagem local. (5.15)

 se > 𝑙𝑖𝑚 → há flambagem local → calcular 𝑄. (5.16)

Conforme Item F.2 da NBR 8800 (ABNT, 2008), o valor de 𝑄 deverá ser o menor valor obtido para os elementos
comprimidos AL obtidos pelas seguintes condições:

a) - elementos (cantoneiras) do grupo 3 da tabela F.1:

Q = 1,34 − 0,76 , para 0,45 < ≤ 0,91 (5.17)

, .
Q = , para > 0,91 (5.18)
.

b) - elementos (perfis I, U) do grupo 4 da tabela F.1, pertencentes à perfis laminados

Q = 1,415 − 0,74 , para 0,56 < ≤ 1,03 (5.19)

, .
Q = , para > 1,03 (5.20)
.

c) - elementos (perfis I, U) do grupo 5 da tabela F.1, pertencentes à perfis soldados:

Q = 1,415 − 0,65 , para 0,64 < ≤ 1,17 (5.21)


.

, . .
Q = , para > 1,17 (5.22)
.

O coeficiente 𝑘 é dado por:

 para perfis I

k = , sendo, 0,35 ≤ k ≤ 0,76 (5.23)

Onde:

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Estruturas Metálicas 85

ℎ = altura da alma;
𝑡 = espessura da alma.

 para outras seções


k = 0,76 (5.24)

d) - elementos (perfis T) do grupo 6 da tabela F.1:

Q = 1,908 − 1,22 , para 0,75 < ≤ 1,03 (5.25)

, .
Q = , para > 1,03 (5.26)
.

Conforme Item F.3 da NBR 8800 (ABNT, 2008), o fator de redução 𝑄 das seções transversais com elementos
comprimidos AA, cuja relação entre a largura e espessura ultrapassa os valores indicados na Tabela 01 abaixo, é definido
como:

Q = (5.27)

Onde 𝐴 é a área bruta, e 𝐴 é a área efetiva da seção transversal dada por:

A = A − ∑(b − b ). t (5.28)

𝑏 é a largura efetiva de um elemento comprimido AA.


A largura efetiva dos elementos AA é igual a:

Para mesas ou almas de seções tubulares e retangulares:

,
b = 1,91. t . 1− ≤b (5.29)

Para todos os outros elementos:

,
b = 1,91. t . 1− ≤b (5.30)

Onde, 𝜎 é a tensão que pode atuar no elemento analisado, tomando igual a 𝜎 =  . 𝑓 (1.31), tomando-se Q =
1,0.

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Estruturas Metálicas 86

Elementos Tabela 8 – Valores de (𝒃⁄𝒕)𝒍𝒊𝒎

Grupo Descrição dos elementos Alguns exemplos com indicação de 𝑏 e 𝑡 (𝑏⁄𝑡 )

o Mesas ou almas de
seções tubulares
retangulares 𝑬
1 𝟏, 𝟒𝟎
𝒇𝒚
o Lamelas e chapas de
diafragmas entre linhas
de parafusos ou soldas
AA

o Almas de seções I, H ou
U

o Mesas ou almas de 𝑬
2 𝟏, 𝟒𝟗
seção-caixão 𝒇𝒚
o Todos os demais
elementos que não
integram o Grupo 1
o Abas de cantoneiras
simples ou múltiplas
𝑬
3 𝟎, 𝟒𝟓
providas de chapas de 𝒇𝒚
travejamento

o Mesas de seções I, H, T
ou U laminadas

o Abas de cantoneiras
ligadas continuamente 𝑬
4 ou projetadas de seções 𝟎, 𝟓𝟔
I, H, T ou U laminadas 𝒇𝒚
ou soldadas
AL

o Chapas projetadas de
seções I, H, T ou U
laminadas ou soldadas

𝑬
5 o Mesas de seções I, H, T 𝟎, 𝟔𝟒
ou U soldadas (𝒇𝒚 ⁄𝒌𝒄 )

𝑬
6 o Almas de seções T 𝟎, 𝟕𝟓
𝒇𝒚

FONTE: ABNT (2008, p. 128)

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Estruturas Metálicas 87

5.3.2 FLAMBAGEM GLOBAL

Segundo a NBR 8800, a força axial de compressão resistente de cálculo, 𝑁 , , de uma barra, associada aos
estados limites últimos instabilidade por flexão, por torção ou flexo-torção e de flambagem local, deve ser determinada
pela expressão:
. . .
N , = (5.32)
,

Onde:
 é o fator de redução associado à flambagem;
𝑄 é o coeficiente de flambagem local;
𝐴 é a área bruta da seção transversal da barra.

ATENÇÃO: Barras com esbeltez global muito acentuada não geram resistência suficiente para gerar flambagem local.
Neste caso a resistência a compressão de um pilar deve se iniciar pela determinação de .

Também, segundo a NBR 8800, o fator de redução associado à resistência à compressão,  é dado por:

Para 𝜆 ≤ 1,5  = 0,658 (5.33)


,
Para 𝜆 > 1,5  = (5.34)

E, 𝜆 = (5.35)

onde:
𝑁 é a força axial de flambagem elástica da barra, obtida conforme Anexo E da NBR 8800, onde:

 SEÇÕES COM DUPLA SIMETRIA OU SIMÉTRICAS EM RELAÇÃO A UM PONTO


A força normal de flambagem elástica, 𝑁 , de um perfil com dupla simetria ou simétrico em relação a um ponto
é dada a seguir, levando em consideração o comprimento efetivo da barra determinado pelo resultado de 𝑘 . 𝐿, em
relação a um eixo, sendo 𝑘 conforme Figura 81:

a) Para flambagem por flexão em relação ao eixo principal de inércia 𝑥:


. .
N =( (5.36)
)

b) Para flambagem por flexão em relação ao eixo principal de inércia 𝑦:


. .
N = (5.37)

c) Para flambagem por torção em relação ao eixo longitudinal 𝑧:

N = . [( + G. J ] (5.38)
)

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Estruturas Metálicas 88

Onde:

𝑘 𝐿 é o comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação ao eixo 𝑥;


𝑘 𝐿 é o comprimento efetivo de flambagem por flexão em relação ao eixo 𝑦;
𝑘 𝐿 é o comprimento efetivo de flambagem por torção;
𝐸 é o módulo de elasticidade do aço;
𝐶 é a constante de empenamento da seção;
𝐺 é o módulo de elasticidade transversal do aço;
𝐽 é a constante de torção da seção transversal;
𝑟 é o raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de cisalhamento, dado por:

r = r +r +x +y (5.39)

Figura 81 – Coeficiente de flambagem por flexão de elementos isolados

FONTE: ABNT (2008, p. 125)

A NBR 8800 (ABNT, 2008, p. 125) complementa:

E.2.2 Coeficiente de flambagem por torção


O coeficiente de flambagem por torção, 𝐾 , função das condições de contorno, deve ser
determinado por análise estrutural, ou, simplificadamente, tomado igual a:
a) 1,00, quando ambas as extremidades da barra possuírem rotação em torno do eixo
longitudinal impedida e empenamento livre;
b) 2,00, quando uma das extremidades da barra possuir rotação em torno do eixo
longitudinal e empenamento livres e, a outra extremidade, rotação e empenamento
impedidos.

 SEÇÕES MONOSSIMÉTRICAS (exceto caso de cantoneiras simples)


A força axial de flambagem elástica, 𝑁 , de um perfil com seção transversal monossimétrica.
Caso o eixo 𝑥 seja o eixo de simetria, é o menor valor dentre os obtidos por:

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Estruturas Metálicas 89

a) Força normal de flambagem elástica por flexão em relação ao eixo 𝑦:

. .
N = (5.40)

b) Força normal de flambagem elástica por flexo-torção:

N = .[ 1 − 1 − ( )
] (5.41)

ATENÇÃO: Se o eixo 𝑦 for o eixo de simetria, basta substituir 𝑥 por 𝑦 no formulário acima.

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Estruturas Metálicas 90

EXERCÍCIOS

1- Determine o diâmetro de cálculo de um furo (𝑑) para uma ligação qualquer de uma barra tracionada,
considerando um o parafuso ø3/8”.

2- Verifique o perfil tracionado considerando:

FONTE: Autor

 Parafuso Φ3/8”  𝑑 = 9,525mm  𝑓 = 250 MPa (25 kN/cm²)


 L 2” x 1/8” (A-36)  𝑓 = 400 MPa (40 kN/cm²)
 𝐴 = 3,10 cm²  𝑁, = 50 kN

3- Determine o fator de redução associado a flambagem local (𝑄) para as seguintes seções:

IMPORTANTE:

Se ≤ 𝑙𝑖𝑚 → não há flambagem local.

Se > 𝑙𝑖𝑚 → há flambagem local → calcular 𝑄.

E = 200.000MPa (20.000 kN/cm²)

a) L 2” x 1/8” (ASTM A36) e 𝑓 = 2.500,00 kgf/cm²

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b) L 2” x 3/16” (ASTM A36)

c) Perfil W150x13 (A572 gr50 – 𝑓 = 3450kgf/cm²)

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Estruturas Metálicas 92

d) Perfil W200x15 (A572 gr50)

Observação: considerar  = 1,00

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4- Verifique o pilar metálico considerando:


 Perfil W150x13 (A572 gr50)  𝑓 = 3450kgf/cm²
 𝑵𝒄,𝑺𝒅 = 15.000,00 Kgf
 L = 3m (k=1,0)

5- Com base no exercício anterior, verifique o perfil comprimido considerando:

 Perfil W150x18 (A572 gr50)  𝑓 = 3450kgf/cm²


 𝑁 , = 15.000,00 Kgf
 L = 3m (k=1,0)

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Estruturas Metálicas 94

6. COMPORTAMENTO DE PEÇAS
FLETIDAS E CISALHADAS

6.1 INTRODUÇÃO

Acadêmico, o Tópico 2 trata de perfis metálicos em situação de vigas, com ações transversais ao seu eixo, sofrendo
consequentemente flexão e cisalhamento.
Neste caso a NBR 8800 trata as verificações quanto a estas solicitações de forma a isolar as analises a cada
elemento que compõe a seção, ou seja, quanto à flexão a análise se dá pela mesa comprimida, pela alma e pela esbeltez
da seção, já quanto ao cisalhamento, a análise se dá pela esbeltez da alma.
Também, uma das principais considerações na determinação da resistência de seções metálicas é o quão esbelto

cada elemento da seção é, ou seja, o valor da relação largura/espessura (𝑏 𝑡) é fundamental para determinação do
processo de cálculo.
Vale lembrar também que a determinação da resistência de uma peça metálica pode-se dar pelo elemento mais
frágil da seção, aonde este determinará máxima resistência de cálculo.

6.2 MOMENTO FLETOR RESISTENTE DE CÁLCULO

O procedimento a seguir segue as prescrições da NBR 8800 onde deverão ser satisfeitas as seguintes condições:
M ≥M (resistência) (6.1)
f ≤f (deformação) (6.2)

Onde:
𝑀 – momento fletor resistente de cálculo
𝑀 – momento fletor solicitante de cálculo
𝑓 – flecha máxima de serviço
𝑓 – flecha limite

Também, segundo NBR 8800, para determinação de 𝑀 , devem ser considerados, conforme cada caso, os estados
limites últimos de flambagem lateral com torção (FLT), flambagem local da mesa (FLM) e flambagem local da alma (FLA)
preferencialmente.

Além destes ainda se recomenda, para casos específicos, a verificação de flambagem local de abas, flambagem
local da parede de tubos e escoamento de mesas tracionadas, porém estes não serão abordados nesta unidade.

A seguir serão apresentadas as metodologias de cálculo para determinação de 𝑀 , conforme FLT, FLM e FLA para
vigas de alma não esbelta, sendo estas constituídas por seções I, H, U, caixão e tubulares retangulares cujas almas, quando
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Estruturas Metálicas 95

perpendiculares ao eixo de flexão, possuem parâmetro de esbeltez 𝜆 inferior ou igual a 𝜆 (𝜆 e 𝜆 definidos na tabela 02
para o estado limite FLA), por seções tubulares circulares com relação entre diâmetro e espessura de parede não superior
a 0,45. 𝐸/𝑓 e por seções T, seções formadas por duas cantoneiras em T, seções solidas circulares ou retangulares com
quaisquer dimensões.

DICA: Para casos de vigas de alma esbeltas, deve-se consultar as prescrições da NBR 8800.

FLT – Flambagem Lateral com Torsão

A equação de 𝑀 a ser considerada será aquela que apresentar uma das condições de λ em relação a 𝜆 e 𝜆 a
seguir:

M = para λ ≤ λ (6.3)
,

M = . M − M −M . para λ < λ ≤ λ (6.4)


,

M = para λ > λ (6.5)


,

O fator modificador do momento fletor 𝐶 é um fator melhorador para a condição do momento fletor solicitante,
levando em consideração o diagrama deste momento e a proximidade do momento máximo em relação aos pontos de
travamentos da seção contra deslocamentos e torção.
A NBR 8800 apresenta equações e condições que podem ser consideradas na determinação do fator 𝐶 , porém a
NBR 14762 recomenda por questões de segurança utilizar o valor de 𝐶 = 1,0 como forma de não melhorar as condições
da viga em relação a posição do momento máximo.

FLM – Flambagem Local da Mesa e FLA – Flambagem Local da Alma

A equação de 𝑀 a ser considerada será aquela que apresentar uma das condições de 𝜆 em relação a 𝜆 e 𝜆 a
seguir:

M = para λ ≤ λ (6.6)
,

.
M = para λ < λ ≤ λ (6.7)
,

M = para λ > λ (não aplicável à FLA) (6.8)


,

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Estruturas Metálicas 96

O momento de plastificação da seção (𝑀 ) poderá ser determinado pela expressão dada a seguir:

M = Z.f (6.9)
Sendo:
Z – módulo plástico da seção

 Perfis I, U, e Caixão: Z = 1,15.W

Na Tabela 9 a seguir a NBR 8800 apresenta as equações para obtenção dos valores dos parâmetros necessárias
para determinar 𝑀 .

Tabela 9 – Parâmetros referentes ao momento fletor resistente


Estados
Tipo de seção e
eixo de flexão
limites Mr Mcr 𝝀 𝝀𝒑 𝝀𝒓
aplicáveis
FLT
Seções com 𝑳𝒃 𝑬
dois eixos de 𝒇𝒚 − 𝝈𝒓 . 𝑾 Ver nota 1 𝟏, 𝟕𝟔 Ver nota 1
𝒓𝒚 𝒇𝒚
simetria e
perfis U
𝒇𝒚 − 𝝈𝒓 . 𝑾𝒄
Seções I e H ou
com dois eixos FLT
de simetria de Seções I 𝒇𝒚 . 𝑾𝒕 𝑳𝒃 𝑬
Ver nota 2 𝟏, 𝟕𝟔 Ver nota 2
seções U não com um eixo 𝒓𝒚𝒄 𝒇𝒚
sujeitos à de simetria
torção, fletidas (O que for menor)
em torno do
Ver nota 5
eixo de maior
momento de 𝒃
inércia 𝒇𝒚 − 𝝈𝒓 . 𝑾𝒄
𝒕𝒇 𝑬
FLM Ver nota 6 𝟎, 𝟑𝟖 Ver nota 6
𝒇𝒚
Ver nota 5
Ver nota 8

Viga de alma 𝒉 𝑬 𝑬
FLA 𝒇𝒚 . 𝑾
esbelta
𝟑, 𝟕𝟔 𝟓, 𝟕𝟎
𝒕𝒘 𝒇𝒚 𝒇𝒚

Perfis I e H com 𝒃 𝑬
FLM 𝒇𝒚 . 𝑾 Ver nota 6 𝟎, 𝟑𝟖 Ver nota 6
dois eixos de 𝒕𝒇 𝒇𝒚
simetria perfis U
fletidos em
torno do eixo de 𝒇𝒚 . 𝑾𝒆𝒇 𝑾𝒆𝒇 𝟐
FLA . 𝒇𝒚
menos 𝑾 𝒉 𝑬 𝑬
momento de 𝟏, 𝟏𝟐 𝟏, 𝟒𝟎
Ver nota 3
𝒕𝒘 𝒇𝒚 𝒇𝒚
inércia Ver nota 4
Ver nota 4

Seções Sólidas
retangulares
fletidas em 𝟐, 𝟎𝟎 . 𝑪𝒃 . 𝑬 𝑳𝒃 𝟎, 𝟏𝟑 . 𝑬 𝟐, 𝟎𝟎 . 𝑬
FLT 𝒇𝒚 . 𝑾 . 𝑱𝑨 . 𝑱𝑨 . 𝑱𝑨
torno do eixo de 𝝀 𝒓𝒚 𝑴𝒑𝒍 𝑴𝒓
maior momento
de inércia

Seções caixão FLT 𝒇𝒚 − 𝒇𝒓 . 𝑾 𝟐, 𝟎𝟎 . 𝑪𝒃 . 𝑬 𝑳𝒃 𝟎, 𝟏𝟑 . 𝑬 𝟐, 𝟎𝟎 . 𝑬


e tubulares . 𝑱𝑨 . 𝑱𝑨 . 𝑱𝑨
𝝀 𝒓𝒚 𝑴𝒑𝒍 𝑴𝒓
retangulares Ver nota 3

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Estruturas Metálicas 97

duplamente Ver nota 5


simétricas
fletidas em
torno de um dos
𝑾𝒆𝒇 𝟐 𝒃
eixos de 𝒇𝒚 . 𝑾𝒆𝒇 . 𝒇𝒚 𝒕𝒇
simetria 𝑾 𝑬 𝑬
FLM 𝟏, 𝟏𝟐 𝟏, 𝟒𝟎
𝒇𝒚 𝒇𝒚
Ver nota 4
Ver nota 4 Ver nota 8

𝒉 𝑬
FLA 𝒇𝒚 . 𝑾 - Ver nota 10 𝟓, 𝟕𝟎
𝒕𝒘 𝒇𝒚

FONTE: ABNT (2008, p. 134)

.
FLA - Seções I com um eixo de simetria 𝜆 = ≤ 𝜆 (6.10)
, . ,

Alguns parâmetros necessários às equações estão apresentados nas notas subsequentes.

Nota 1)

, .
λ = 1+ 1+ (6.11)
. .

. . .
M = 1 + 0,039 (6.12)

Onde:

( ).
β =  Ver Nota 5 (6.13)

Nota 2)
,
λ = .[β + β + ] (6.14)

. . .
M = β + β + 1 + 0,039 (6.15)

Onde:

β = (6.16)

β = 5,2. β . β + 1 (6.17)

β = 0,45 d − com α conforme a Nota 9 (6.18)

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Estruturas Metálicas 98

Nota 5) A tensão residual de compressão nas mesas, 𝜎 , deve ser tomada igual a 30% de 𝑓 .

Nota 6) Para perfis laminados:

,
M = W ; λ = 0,83 (6.19)
( )

Para perfis soldados:

, . .
M = W ; λ = 0,95 ; k = (6.20)

Nota 8) 𝑏 𝑡 é a relação entre a largura e a espessura aplicável á mesa do perfil; no caso de perfis I ou H com um eixo de

simetria, 𝑏 𝑡 refere-se à mesa comprimida (para mesas de seções I e H, b é a metade da largura total). Para mesas de
seções U, a largura total, para seções tubulares retangulares a largura da parte plana e para perfis caixão, a distância livre
entre as almas.

Nota 9) Para essas seções, deve ser obedecidas as seguintes limitações:

a) ≤ 𝛼 ≤ 9 𝑐𝑜𝑚 𝛼 = (6.21)

b) a soma das áreas da menor mesa e da alma deve ser superior à área da maior mesa.

Nota 10) Para seções caixão:

λ = 3,76 (6.22)

Para seções tubulares retangulares:

λ = 2,42 (6.23)

SIMBOLOGIA
𝐴 – Área da seção transversal;
𝐶 - fator de modificação para diagrama de momento fletor não uniforme;
𝐶 – constante de empenamento da seção;
𝐸 – módulo de elasticidade do aço;
𝐺 – módulo de elasticidade transversal do aço;
𝐼 – momento de inércia da mesa comprimida em relação a um eixo no plano médio da alma;
𝐽 – momento de inércia a torção;
𝐼 – momento de inércia da seção em relação ao eixo que passa pelo plano médio da alma;

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Estruturas Metálicas 99

𝐼 – momento de inércia da mesa comprimida em relação ao eixo principal de inércia perpendicular do eixo de flexão, ou
se os momentos fletores provocarem curvatura reversa, da menor mesa;
𝐼 – momento de inércia da mesa tracionada em relação ao eixo que passa pelo plano médio da alma (se no comprimento
destravado houver momentos <0 e 0>, tomar a mesa de maior momento de inércia em relação ao eixo mencionado;
𝐿 – distância entre duas seções contidas à flambagem lateral com torção (comprimento destravado);
𝑀 – momento fletor de flambagem elástica;
𝑀 – momento fletor de plastificação da seção igual ao produto de 𝑍 por 𝑓 ;
𝑀 – momento fletor correspondente ao início do escoamento (incluindo tensões residuais em alguns casos);
𝑊 – módulo resistente elástico do lado comprimido da seção, relativo ao eixo de flexão;
𝑊 – módulo resistente elástico do lado tracionado da seção, relativo ao eixo de flexão;
𝑏 – largura;
𝑑 – altura externa da seção, medida perpendicularmente ao eixo de flexão;
𝑓 – tensão residual nas mesas;
𝑓 – limite de escoamento do aço;
ℎ – altura da alma, tomada igual à distância entre faces internas das mesas nos perfis soldados, e igual a este valor menos
os dois raios de concordância entre mesa e alma nos perfis laminados;
ℎ – 2x a distância do centro de gravidade da seção transversal à face interna da mesa comprimida nos perfis soldados e
este valor menos o raio de concordância entre mesa e alma nos perfis laminados (em perfis duplamente simétricos ℎ =
ℎ);
ℎ – 2x a distância da linha neutra plástica da seção transversal à face interna da mesa comprimida nos perfis soldados e
este valor menos o raio de concordância entre mesa e alma nos perfis laminados (em perfis duplamente simétricos, ℎ =
ℎ);
𝑟 - raio de giração da seção em relação ao eixo principal de inércia perpendicular ao eixo de flexão
𝑟 – raio de giração da mesa comprimida em relação ao eixo principal de inércia perpendicular ao eixo de flexão, ou, se os
momentos fletores provocarem curvatura reversa, da menor mesa;
𝑡 – espessura da mesa;
𝑡 – espessura da alma;
𝜆 – parâmetro de esbeltez;
λ – parâmetro de esbeltez correspondente à plastificação;
λ – parâmetro de esbeltez correspondente ao início do escoamento.

6.3 FLECHA LIMITE

Em geral estruturas devem atender não apenas as condições de resistência, mas também os valores limites de
deformações, a fim de atender não apenas questões estéticas, mas também conforto, compatibilidade com demais
materiais de vedação e o correto funcionamento da edificação como direcionamento de águas.

Neste caso a condição a ser atendida, conforme NBR 8800 é: 𝛿 á ≤ 𝛿 .

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Estruturas Metálicas 100

Figura 82 – Deslocamentos verticais a serem considerados

FONTE: ABNT (2008, p. 116)

A Figura 82 ilustras das possíveis deformações em uma viga, sendo:


𝛿 o deslocamento limite dado pela tabela 03
𝛿 contraflecha da viga
𝛿 deslocamento devido ação permanente, sem efeito de longa duração
𝛿 deslocamento devido aos efeitos de longa duração das ações permanentes (se houver)
𝛿 deslocamento devido as ações variáveis, incluindo, se houver, os efeitos de longa duração devido aos valores
quase permanentes destas ações
𝛿 á deslocamento máximo da viga no estágio final de carregamento levando-se em consideração o deslocamento
total (𝛿 )

Um exemplo de equação para obtenção de flecha de serviço é o de uma viga bi apoiada (conforme Figura 10),
sendo 𝛿 dado por:

. .
δ= → flecha de serviço (6.24)
. .

Onde:
𝛿 é o deslocamento devido a uma ação característica;
𝑄 é a ação de serviço ou característica, sem majoração;
𝐸 é o modo de elasticidade do aço;
𝐼 momento de inércia da seção em torno do eixo de flexão

Quanto a ação de serviço ou característica (𝑄 ) a NBR 8800 apresenta algumas equações para determinação destas
ações, como por exemplo ações raras de serviço, irreversíveis, causando danos permanentes a estrutura ou edificação. A
equação para este caso, apresentada pela NBR 8000, é dada a seguir.

F = ∑ F , +F , +∑ (Ψ F , ) (6.25)

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Estruturas Metálicas 101

Onde:
𝐹 é a ação combinada de serviço
𝐹 , é a ação permanente característica
𝐹 , é a ação variável característica de maior relevância
𝐹 , são as demais ações variáveis características
Ψ fator de redução para ações variáveis

ATENÇÃO: A deformação estrutural também se limita a máxima deformação dos elementos que compõem a edificação ou
fixam-se a estrutura.

Tabela 10 – Flecha limite (𝛿 )


DESCRIÇÃO δ
L / 180b
- Travessas de fechamento
L / 120cd
L / 180e
- Terças de coberturag
L / 120f

- Vigas de coberturag L / 250h

- Vigas de piso L / 350h

- Vigas que suportam pilares L / 500h


H / 300
Galpões em geral e edifícios de um pavimento:
- Deslocamento horizontal do topo dos pilares em relação à base
- Deslocamento horizontal do nível da viga de rolamento em relação à base H / 400i
H / 400
Edifícios de dois ou mais pavimentos:
- Deslocamento horizontal do topo dos pilares em relação à base
- Deslocamento horizontal relativo entre dois pisos consecutivos h / 500j
a) L é o vão teórico entre apoios ou o dobro do comprimento teórico do balanço, H é a altura total do pilar
(distância do topo à base) ou a distância do nível da viga de rolamento à base, h é a altura do andar
(distância entre centros das vigas de dois pisos consecutivos ou entre centros das vigas e a base no
caso do primeiro andar).
b) Deslocamento paralelo ao plano do fechamento (entre linhas de tirantes, caso estes existam).
c) Deslocamento perpendicular ao plano do fechamento.
d) Considerar apenas as ações variáveis perpendiculares ao plano de fechamento (vento no fechamento)
com seu valor característico.
e) Considerar combinações raras de serviço, utilizando-se as ações variáveis de mesmo sentido que o da
ação permanente.
f) Considerar apenas as ações variáveis de sentido oposto ao da ação permanente (vento de sucção) com
seu valor característico.
g) Deve-se também evitar a ocorrência de empoçamento, com atenção especial aos telhados de pequena
declividade.
h) Caso haja paredes de alvenaria sobre ou sob uma viga, solidarizadas com essa viga, o deslocamento
vertical também não deve exceder a 15mm.
i) O diferencial do deslocamento horizontal entre pilares do pórtico que suportam as vigas de rolamento
não pode superar 15mm.
j) Tomar apenas o deslocamento provocado pelas forças cortantes no andar considerado, desprezando-
se os deslocamentos de corpo rígido provocados pelas deformações axiais dos pilares e vigas.
FONTE: ABNT (2008, p. 117)

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Estruturas Metálicas 102

6.3 VERIFICAÇÃO AO CISALHAMENTO

Segundo a NBR 8800 (ABNT, 2008), este cálculo se aplica para seções I, H e U com flexão em torno do eixo
perpendicular à alma.

Onde, para E.L.U  𝑉 ≥𝑉 (6.26)

E, em seções I, H, U e Caixão fletidas em torno do eixo perpendicular à alma, a força cortante resistente
característica, 𝑉 , é dada por:

a) Para 𝜆≤ 𝜆 ∶ 𝑉 = ,
(6.27)

b) Para 𝜆 < 𝜆≤ 𝜆 ∶ 𝑉 = . ,
(6.28)

c) Para 𝜆≥ 𝜆 ∶ 𝑉 = 1,24 . ,
(6.29)

λ= ; λ = 1,10 ; λ = 1,37 (6.30)

k =5+ , para ≤ 3 (6.31)

k = 5,00 , para > 3 ou > (6.32)

Figura 83 – Indicação de 𝑎, ℎ, 𝑡 e 𝑑

FONTE: Autor

𝑎 é a distância entre as linhas de centro de dois enrijecedores transversais adjacentes;


ℎ é a altura livre da alma entre mesas ou este valor menos os dois raios de concordância entre mesa e alma de
perfis laminados:
𝑡 é a espessura da alma
𝑉 é a força cortante correspondente à plastificação da(s) alma(s) por cisalhamento dada (conforme item 5.4.3.1.2
da NBR 8800 (ABNT, 2008)) por:

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Estruturas Metálicas 103

V = 0,60 . A . f  A =d.t (6.33)

Também, conforme item 5.4.3.1.3 da NBR 8800 (ABNT, 2008), quando forem necessários enrijecedores
transversais:

 Os enrijecedores transversais devem ser soldados na alma e nas mesas, podendo ser interrompidos do
lado da mesa inferior à uma distância de 4 .𝑡 a 6 .𝑡 (6.34) ntre as soldas mesa/alma e enrijecedor/alma.

 A relação b/t dos enrijecedores: deve ser menor que 0,56 - (6.35)

 O momento de inércia da seção do enrijecedor singelo ou de um par de enrijecedores, em relação ao eixo


no plano médio da alma não pode ser inferior a 𝒂 . 𝒕𝒘 𝟑 . 𝒋 , (6.36)

,
onde j = − 2 ≥ 0,5 (6.37)

6.4 Comportamento de peças com esforços combinados de flexão e


solicitações axiais de compressão e tração

Neste caso, a NBR 8800 (ABNT, 2008), no item 5.5 apresenta que esta condição deve ser verificada, evitando que
a soma do percentual de 𝑆 /𝑅 não ultrapasse 100% da resistência da peça, ou seja, pode-se entender de forma resumida
que:

a) para ≥ 0,2

𝑁 8 𝑀 , 𝑀 ,
+ + ≤ 1,0
𝑁 9 𝑀 , 𝑀 ,

b) para < 0,2

𝑁 𝑀 , 𝑀 ,
+ + ≤ 1,0
2𝑁 𝑀 , 𝑀 ,

onde,
𝑁 é a força axial solicitante de cálculo de tração ou de compressão, a que for aplicável;
𝑁 é a força axial resistente de cálculo de tração ou de compressão, a que for aplicável,
determinada respectivamente de acordo com 5.2 ou 5.3;
𝑀 , e 𝑀 , são os momentos fletores solicitantes de cálculo, respectivamente em relação
aos eixos x e y da seção transversal;
𝑀 , e 𝑀 , são os momentos fletores resistentes de cálculo, respectivamente em relação
aos eixos x e y da seção transversal, determinador de acordo com 5.4.
(ABNT, 2008, p. 54)

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Estruturas Metálicas 104

EXERCÍCIO

1- Determine a ação de cálculo para:

Viga de piso com:


 Qacidental = 4,50 kN/m (ação variável)
 Qrevestimento = 6,00 kN/m (ação permanente)
 Qlaje = 7,50 kN/m (ação permanente)
 Qviga = 0,50 kN/m (ação permanente)

2- Determine a inércia para a viga de piso dada:


 Qacidental = 4,50 kN/m
 Qrevestimento = 6,00 kN/m
 Qlaje = 7,50 kN/m
 Qviga = ?  h=5%L = 25cm

3- Verifique o perfil da viga considerando:


 W150x13,0
 Qd = 15,0 kN/m
 fy = 34,5 kN/cm² (ASTM A572 gr50)

4- Determine a máxima carga de cálculo (Qd) para a viga a seguir:


 W150x13 (A-572)
 Qd = ?

5- Verificação do Cisalhamento VSd ≤ VRd. erifique a viga metálica considerando:


 W150x13 (A 572)
 Qd = 15,0 kN/m

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Estruturas Metálicas 105

7. LIGAÇÕES SOLDADAS E
PARAFUSADAS

7.1 INTRODUÇÃO

Nesta unidade abordaremos o dimensionamento de estruturas metálicas, que está diretamente relacionado com
a escolha das ligações entre as peças que compõem a estrutura metálica, desde a escolha dos perfis, como ângulos de
encontros, necessidades de soldas ou parafusos, acessos à estas ligações, etc., conforme visto no Item 6 da Unidade 1.

Tanto ligações soldadas quanto parafusadas levam inicialmente em consideração o comprimento da ligação, e
posteriormente, exige-se a verificação complementar do metal base.

A escolha do modo de ligação pelo projetista é algo de certa cautela, pois estas geralmente são regiões frágeis
estruturalmente ou que podem apresentar problemas de corrosão, ou acúmulo de agentes agressivos, como visto no Item
7 da Unidade 1.

CHAMADA: Todos os condicionantes relativos a dimensionamento de ligações metálicas devem obedecer ao disposto no
item 6 da NBR 8800 (ABNT, 2008), sendo apresentado a seguir, de forma resumida, alguns aspectos relativos a este item.

7.2 LIGAÇÕES SOLDADAS

Segundo a NBR 8800/2008, item 6.2, todas as disposições da AWS D1.1 (American Welding Society) relativas a
ligações soldadas são aplicáveis a estruturas metálicas.
As soldas devem ser indicadas nos desenhos de projeto e detalhes como comprimento e retornos devem ser
indicados nos desenhos de fabricação.
Os processos de soldagem mais utilizados são:

 Solda por Eletrodo Revestido (ANDRADE, 1994).

Na Figura 84, Figura 85 e Figura 86 podemos observar o esquema do processo e equipamentos para soldagem por
eletrodo revestido.

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Estruturas Metálicas 106

Figura 84 – Máquina de solda ESAB por eletrodo revestido

FONTE: Disponível em: <www.ciser.com.br>. Acesso em 2.fev. 2021.

Figura 85 – Procedimento de solda por eletrodo revestido

FONTE: Autor

Figura 86 – Esquema de processo de soldagem

FONTE: ANDRADE (1999, p. 138)

 Representado pela sigla SMAW (de Shield Metal Arc Welding), este processo, comumente chamado de
soldagem manual com eletrodo de vareta, é o mais antigo, simples e versátil entre todos.

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Estruturas Metálicas 107

 O arco elétrico, produzido entre o eletrodo e o metal base, provoca a fusão de eletrodo e do metal base,
enquanto a escória sobrenada sobre a região soldada (ver Figura 87e Figura 88).
 Também, o núcleo metálico (“alma”) possui de 250 a 500mm de comprimento e conduz a corrente
elétrica.
 O revestimento do eletrodo, ao ser consumido, cria gases de proteção em torno do metal fundido. Após
o resfriamento, a escória é retirada e o metal solidificado faz a união das duas peças.

Figura 87 – Eletrodos para soldagem e solda aplicada entre duas chapas.

FONTE: Autor

Figura 88 – Solda de eletrodo com e sem a remoção da escória.

FONTE: Autor

Curiosidade: Ligas metálicas possuem aparência brilhosa, devendo ser observado os casos em que não possuem esta
característica, pois podem estar oxidadas, revestidas ou alteradas.

 O revestimento é uma camada de minerais com outros materiais, diâmetro típico entre 2 a 8mm. Sua
escória e gases (gerados no processo) protegem a atmosfera e podem conter elementos que são
incorporados à solda.

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Estruturas Metálicas 108

Figura 89 – Procedimento de remoção da escória da solda com o auxílio da piqueta

FONTE: Autor
A remoção da escória (casca) da solda por ser feita por ferramentas elétricas, automáticas ou manuais (piquetas),
conforme Figura 89 acima.

 Arco com proteção gasosa (ANDRADE, 1994).


Na Figura 90, Figura 91 e Figura 92 podemos observar o esquema do processo e equipamentos para soldagem por
arco com proteção gasosa.
Figura 90 – Equipamento para soldagem com proteção gasosa

FONTE: Autor

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Estruturas Metálicas 109

Figura 91 – Procedimento de solda por arco com proteção gasosa

FONTE: Autor

Figura 92 – Esquema de processo de soldagem

FONTE: ANDRADE (1999, p. 138)

 Representado pela sigla GMAW (de Gas Metal Arc Welding), é também um processo automático ou
semiautomático, no qual o arame do eletrodo é consumido por um arco elétrico protegido por gás ou
mistura gasosa.
 O gás de proteção tem a múltipla função de controlar o arco, as características de transferência de metal
e de influenciar na penetração, na velocidade de soldagem, na largura de fusão e na forma da região
soldada.

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Estruturas Metálicas 110

7.2.1 SIMBOLOGIA DE SOLDAS

As soldas devem ser indicadas em projeto, conforme Figura 93 a seguir, indicando o local a receber a solda,
observando os seguintes itens:
 Se a solda será em todo contorno da ligação;
 Se a solda será realizada em campo (in loco);
 O comprimento do trecho de solda;
 O distanciamento entre os centros dos trechos de soldas (soldas intermitentes);
 Se a solda deverá ser realizada no lado indicado pela seta ou no lado oposto a esta indicação;
 O tipo de solda a ser executada (ex. filete);
 A espessura da solda ou dimensão em relação a superfície (perna);
 Qual o tipo de eletrodo;

Qual o processo de soldagem a ser adotado (eletrodo ou proteção gasosa).

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Estruturas Metálicas 111

Figura 93 – Simbologia de soldas

FONTE: gerada pelo software CYPE 3D, 2021

DICA: Saiba mais sobre a Simbologia de Soldagem acessando o link https://infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-


senai/simbologia-de-soldagem/289-simbologia-de-soldagem-dimensoes-da-solda

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Estruturas Metálicas 112

Na Figura 94 são apresentados alguns modelos de representação de soldas em ligações por filete, indicando
comprimento, distanciamento (quando intermitente) e tamanho da perna.

Figura 94 – Exemplos de simbologia de soldas

FONTE: ANDRADE (1994, p.140)

7.2.2 DIMENSIONAMENTO DE SOLDAS

Segundo a NBR 8800/2008, todas as disposições da AWS D1.1 (American Welding Society) relativas a ligações
soldadas.
Na Figura 95podemos observar algumas informações importantes ao dimensionamento de uma solda de filete,
como por exemplo:
Comprimento da solda - 𝐿
Perna da solda - 𝑑
Garganta efetiva - 𝑔
Área efetiva de solda - 𝐴 = 𝑔 .𝐿 (7.1)
Área bruta de contato com o metal base - 𝐴 = 𝑑 . 𝐿 (7.2)

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Figura 95 – Dimensões de soldas de filete

FONTE: adaptado de ANDRADE (1994, p. 141)

As dimensões mínimas para pernas (𝑑 ) de soldas de filete, estabelecidas pela NBR 8800, estão apresentadas na
Tabela 11 a seguir, devendo-se considerar para a determinação de 𝑑 a menor espessura do metal base conectado na
ligação.

Tabela 11 – Tamanho mínimo da perna de uma solda de filete


Menor espessura do metal Tamanho mínimo da perna
base na junta (mm) da solda de filete, dw 1) (mm)

Abaixo de 6,35 e até 6,35 3


Acima de 6,35 até 12,5 5
Acima de 12,5 até 19 6
Acima de 19 8
NOTAS:
1) Executadas somente com um passe

FONTE: ABNT (2008, p. 74)

Também a NBR 8800 orienta que soldas de filete, em lados opostos, devem ser interrompidas no canto comum a
ambas as soldas, na dimensão 𝑑 , conforme apresentado na Figura 96.

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Estruturas Metálicas 114

Figura 96 – Filetes de solda próximos de borda tracionadas

FONTE: ABNT (2008, p. 75)

A compatibilidade entre o metal base e o metal da solda é apresentada pela NBR 8800 pela Tabela 12 dada a
seguir.

Tabela 12 – Compatibilidade do metal-base com o metal da solda


Metal-base Metal da solda compatível
Arco elétrico
Arco Arco elétrico Arco elétrico com
com eletrodo
ABNT ASTM revestido
submerso com proteção fluxo no núcleo
(SAW) gasosa (GMAW) (FCAW)
(SMAW)
AWS A5.20 - E6XT-X,
E6XT-XM,
AWS A5.17 - E7XT-X,
F6XX-EXXX, E7XT-XM
NBR 6648 (CG-26 -
AWS A5.1 - F6XX-ECXXX, (exceto -2, -2M, -3, -10,
t ≤ 20 mm) AWS A5.18 - -13, -14 e
A36 (t ≤ 19mm) E60XX, E70XX F7XX-EXXX,
Grupo I

NBR 6649 (CF-26) ER70S-X, -GS e exceto -11 com


A500 Grau A F7XX-ECXXX
NBR 6650 (CF-26) E70C-XC,E70C-XM espessura superior a
A500 Grau B AWS A5.5 e -
NBR 7007 (MR 250 - (exceto -GS) 12 mm)
E70XX-X AWS A.523 e -
t ≤ 19 mm)
F7XX-EXXX-XX,
AWS A5.29 e - E6XTX-
F7XX-ECXXX-XX X,
E6XT-XM, E7XTX-X,
E7XTX-XM

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Estruturas Metálicas 115
NBR 5000 (G-30)
NBR 5000 (G-35)
NBR 5004 (F-32/Q-32)
NBR 5004 (F-35/Q-35)
NBR 5004 (Q-40)
NBR 5008 (CGR 400) d
NBR 5008 (CGR 500) d AWS A5.1 -
NBR 5008 (CGR 500A) d E7015, AWS A5.18 - AWS A5.20 - E7XT-X,
A36 (t ≤ 19
AWS A5.17 -
NBR 5920 (CFR 500) d mm) E7016, ER70S-X, E7XT-XM (exceto -2, -
F7XX-EXXX, 2M, -3, -10, -13, -14 e
NBR 5921 (CFR 400) d A242 d) E7018, E70C-XC, E70C-
F7XX-ECXXX XM -GS e exceto -11 com
Grupo II

NBR 5921 (CFR 500) d A572 Grau 42 E7028 espessura superior a


(exceto -GS)
NBR 6648 (CG-26 - A572 Grau 50
12 mm)
AWS A5.23 e -
t > 19 mm) A572 Grau 55 AWS A5.5 e -
F7XX-EXXX-XX, AWS A5.28 e -
NBR 6648 (CG-28) A992 E7015-X, AWS A5.29 e) -
F7XX-ECXXX-XX ER70S-XXX, E70C-
NBR 6649 (CF-28) A588 d E7016-X, XXX E7XTX-X, E7XTX-XM
NBR 6650 (CF-28) E7018-X
NBR 6650 (CF-30)
NBR 7007 (MR 250 -
t > 19 mm)
NBR 7007 (AR-350)
NBR 7007 (AR-350 COR)
NBR 8261 (Graus B e C)

NBR 5000 (G-42)


AWS A5.5 e -
NBR 5000 (G-45) A572 Grau 60 AWS A5.23 e - AWS A5.28 e -
Grupo III

E8015-X, AWS A5.29 e -


NBR 5004 (Q-42) A572 Grau 65 F8XX-EXXX-XX, ER80S-XXX,
E8016-X, E8XTX-X, E8XTX-XM
NBR 5004 (Q-45) A913 c F8XX-ECXXX-XX E80C-XXX
E8018-X
NBR 7007 (AR-415)

FONTE: ABNT (2008, p. 70)

Na Tabela 13, são apresentados os de resistência mínima a tração do metal da solda (𝑓 ).

Tabela 13 – Resistência à tração do metal da solda


Metal da solda 𝒇𝒘 (𝑴𝑷𝒂)

Todos os eletrodos com classe de 415


resistência 6 ou 60

Todos os eletrodos com classe de


485
resistência 7 ou 70
Todos os eletrodos com classe de
550
resistência 8 ou 80
FONTE: ABNT (2008, p. 110)

Quanto ao procedimento de dimensionamento de ligações, a NBR 8800 apresenta equações para a obtenção da
força resistente de cálculo da solda (𝐹 , ) para determinadas situações, conforme Tabela 14.

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Estruturas Metálicas 116

Tabela 14 – Força resistente de cálculo de soldas


Força resistente de cálculo
Tipo de solda Tipo de solicitação e orientação
𝐹 abd
,

Tração ou compressão paralelas ao eixo da solda Não precisa ser considerado


Penetração efi
Tração ou compressão normal à seção efetiva da solda Metal-base: 𝑨𝑴𝑩 𝒇𝒚 ⁄𝜸𝒂𝒍
total g)
i
Cisalhamento (soma vetorial) na seção efetiva Metal-base: 𝟎, 𝟔𝟎 𝑨𝑴𝑩 𝒇𝒚 ⁄𝜸𝒂𝒍

Tração ou compressão paralelas ao eixo da solda c Não precisa ser considerado


O menor dos dois valores:
i
a) Metal-base: 𝑨𝑴𝑩 𝒇𝒚 ⁄𝜸𝒂𝒍
Penetração Tração ou compressão normal à seção efetiva da solda
parcial g) b) Metal da solda: 𝟎, 𝟔𝟎 𝑨𝒘 𝒇𝒘⁄𝜸𝒘𝒍
j)

Metal-base deve atender a 6.5


Cisalhamento paralelo ao eixo da solda, na seção efetiva
j)
Meta da solda: 𝟎, 𝟔𝟎 𝑨𝒘 𝒇𝒘 ⁄𝜸𝒘𝒍
Tração ou compressão paralelas ao eixo da solda c Não precisa ser considerado
Cisalhamento na seção efetiva (a solicitação de cálculo é
Filete igual à resultante vetorial de todas as forças de cálculo na Metal-base deve atender a 6.5
junta que produzam tensões normais ou de cisalhamento Meta da solda: 𝟎, 𝟔𝟎 𝑨𝒘 𝒇𝒘 ⁄𝜸𝒘𝟐 hk
na superfície de contato das partes ligadas)

Tampão em Cisalhamento paralelo às superfícies em contato, na Metal-base deve atender a 6.5


furos ou rasgos seção efetiva Meta da solda: 𝟎, 𝟔𝟎 𝑨𝒘 𝒇𝒘 ⁄𝜸𝒘𝒍 k

FONTE: ABNT (2008, p. 71)

Porém, tomando-se por base que tanto o metal da solda (𝑓 ) quando a perna da solda (𝑑 ), respeitados os limites
de norma, são opções do projetista, tem-se como incógnita o comprimento da solda, aonde este deverá ter comprimento
suficiente para atender a condição 𝑅 ≥ 𝑆 .
Ou seja, tornando o comprimento de solda (𝐿 ) o valor de incógnita da equação da força resistente de cálculo da
solda, aonde esta (solda) pode ter direções diferentes para um determinado comprimento, e com a possibilidade de
inversão de ações solicitantes ou de inúmeras hipóteses de ações solicitantes, recomenda-se adoção de situações mais
drásticas para escolha da equação de 𝐹 , , conforme apresentado no item 7.2.3

7.2.3 PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO

Para o dimensionamento de soldas de filete, recomenda-se a consideração dos seguintes procedimentos:

 Determinação da somatória dos momentos (ΣM=0) e forças (ΣF=0) em função das soldas existentes e do esforço
solicitante.
 Cálculo dos comprimentos de solda a partir da resistência da solda:
, . .
F , = (7.3)
,

 Verificação final da ligação por meio da resistência do metal base: (item 6.5 - NBR 8800)
, . .
F = (7.4)
,

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Estruturas Metálicas 117

6.2.6.2.2 O tamanho máximo da perna de uma solda de filete que pode ser usado ao longo de
bordas de partes soldadas é o seguinte:
a) ao longo de bordas de material com espessura inferior a 6,35 mm, não mais do que a
espessura do material;
b) ao longo de bordas de material com espessura igual ou superior a 6,35 mm, não mais do que
a espessura do material subtraída de 1,5 mm, a não ser que nos desenhos essa solda seja
indicada como reforçada durante a execução, de modo a obter a espessura total desejada da
garganta.

6.2.6.2.3 O comprimento efetivo de uma solda de filete (ver 6.2.2.2), dimensionada para uma
solicitação de cálculo qualquer, não pode ser inferior a 4 vezes seu tamanho de perna e a 40
mm ou, então, esse tamanho não pode ser considerado maior que 25% do comprimento
efetivo da solda.
Quando forem usadas somente soldas de filete longitudinais nas ligações extremas de chapas
planas tracionadas, o comprimento de cada filete não pode ser menor que a distância
transversal entre eles. Ver também o disposto em 5.2.5d).

6.2.6.2.4 Podem ser usadas soldas intermitentes de filete, dimensionadas para transmitir
solicitações de cálculo, quando a resistência de cálculo exigida for inferior à de uma solda
contínua do menor tamanho de perna permitido, e também para ligar elementos de barras
compostas. O comprimento efetivo de qualquer segmento de solda intermitente de filete não
pode ser menor que 4 vezes o tamanho da perna, nem menor que 40 mm. O uso de soldas
intermitentes requer cuidados especiais com flambagens locais e com corrosão.
(ABNT, 2008, p. 74)

7.3 LIGAÇÕES PARAFUSADAS

Segundo a NBR 8800/2008, item 6.3, a força resistente de cálculo de um parafuso pode ser obtida para 3 situações
independentes (ver Figura 97), como:
 tração
 cisalhamento na rosca
 cisalhamento fora da rosca

Figura 97 – Possíveis situações de 𝑅

FONTE: Disponível em: <www.ciser.com.br>. Acesso em 2.fev. 2021.

Para determinação da força de tração resistente de cálculo, a NBR 8800 considera a redução de área do parafuso
em função da rosca (𝐴 ), sendo está multiplicada pela tensão de ruptura do aço do parafuso (apresentado na Unidade 3),
dividindo estes pelo coeficiente de segurança 𝛾 (1,35), conforme apresentado na equação a seguir.
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Estruturas Metálicas 118

F, = (7.5)
,

sendo:  𝐴 = 0,75 𝐴
 𝐴 = 0,25 𝜋𝑑
 𝑑 diâmetro do parafuso ou barra de ligação

A resistência de cálculo de um parafuso submetido a esforços de cisalhamento, por sua vez, depende da posição
do plano de cisalhamento. Neste caso a NBR 8800 (ABNT, 2008) apresenta as seguintes equações:

a) para parafusos de alta resistência e barras redondas rosqueadas, quando o plano de corte
passa pela rosca e para parafusos comuns em qualquer situação:
,
𝐹 , = (7.6)
,

b) para parafusos de alta resistência e barras redondas rosqueadas, quando o plano de corte
não passa pela rosca:
,
𝐹 , = (7.7)
,

(adaptado de ABNT, 2008, p. 77)

A Tabela 15 a seguir apresenta as dimensões máximas dos furos a ser realizado em elementos metálicos.

Tabela 15 – Dimensões máximas de furos para parafusos e barras redondas rosqueadas


Diâmetro do
parafuso ou barra Diâmetro do Diâmetro do Dimensões do furo Dimensões do furo muito
redonda furo-padrão furo alargado alongado
pouco alongado
rosqueada db

≤ 24 db + 1,5 db + 5 (db + 1,5) x (db + 6) (db + 1,5) x 2,5 db


Dimensões em
milímetros

27 28,5 33 28,5 x 35 28,5 x 67,5

≥ 30 db + 1,5 db + 8 (db + 1,5) x (db + 9,5) (db + 1,5) x 2,5 db

≤7/8 db + 1/16 db + 3/16 (db + 1/16) x (db + 1/4) (db + 1/16) x 2,5 db
Dimensões em
polegadas

1 1 1/16 1 1/4 1 1/16 X 1 5/16 1 1/16 X 2 1/2

≥ 1 1/8 db + 1/16 db + 5/16 (db + 1/16) x (db + 3/8) (db + 1/16) x 2,5 db

FONTE: ABNT (2008, p. 83)

7.3.1 DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

Tanto a NBR 8800 (ABNT, 2008) quanto alguns autores apresentam recomendações de distanciamento entre
centros de parafusos e bordas de chapas a fim de evitar principalmente colapso por rasgamento (item 3.2.2).
A NBR 8800 (ABNT, 2008), quanto ao espaçamento entre furos, ressalta que:

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Estruturas Metálicas 119

6.3.9 Espaçamento mínimo entre furos


A distância entre centros de furos-padrão, alargados ou alongados, não pode ser inferior a 2,7
𝑑 , de preferência 3 𝑑 , sendo 𝑑 o diâmetro do parafuso ou barra redonda rosqueada. Além
desse requisito, a distância livre entre as bordas de dois furos consecutivo não pode ser inferior
a𝑑 .

6.3.10 Espaçamento máximo entre furos


O espaçamento máximo entre parafusos que ligam uma chapa a um perfil ou a outra chapa,
em contato contínuo, deve ser determinado como a seguir:
a) em elementos pintados ou não sujeitos à corrosão, o espaçamento não pode exceder 24
vezes a espessura da parte ligada menos espessa, nem 300 mm;
b) em elementos sujeitos à corrosão atmosférica, executados com aços resistentes à corrosão,
não pintados, o espaçamento não pode exceder 14 vezes a espessura da parte ligada menos
espessa, nem 180 mm.
(ABNT, 2008, p.84)

E quanto a distância entre o centro de um foro a borda a NBR 8800 (ABNT, 2008) solicita que sejam observadas as
condições apresentadas na Tabela 16:

Tabela 16 – Distância mínima do centro de um furo-padrão à bordaa


Diâmetro db Borda cortada com serra Borda laminada ou
ou tesoura cortada a maçarico b
pol Mm mm mm
1/2 22 19
5/8 16 29 22
3/4 32 26
20 35 27
7/8 22 38 c 29
24 42 c 31
1 44 32
1 1/8 27 50 38
30 53 29
1 1/4 57 42
36 64 46
> 1 1/4 > 36 1,75 db 1,25 db
aSão permitidas distâncias inferiores às desta tabela, desde que a equação aplicável de
6.3.3.3 seja satisfeita.
bNesta coluna, as distâncias podem ser reduzidas de 3mm, quando o furo está em um ponto
onde a força solicitante de cálculo não exceda 25% da força resistente de cálculo.
c Nas extremidades de cantoneiras de ligação de vigas e de chapas de extremidade para
ligações flexíveis, esta distância pode ser igual a 32 mm.
FONTE: ABNT (2008, p. 85)

Alguns autores também apresentam algumas sugestões de espaçamentos entre furos e bordas conforme Tabela
17 a seguir.

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Tabela 17 – Parafusos e barras redondas. Área nominal e outras disposições construtivas


Diâmetro Nominal (d) do Parafuso ou Barra (pol) 1/2 5/8 3/4 7/8 1 1¼ 1½
Área Nominal do Parafuso ou Barra [cm2] 1,27 1,98 2,85 3,88 5,07 7,92 11,4
Distância (s) (a) 40 50 60 70 80 95 115
Mínima de Centro a Centro de Dois Furos (b) 40 50 55 65 75 95 110
Padrão Consecutivos (c) 35 45 55 60 70 90 105
Distância (e) (d) 30 40 50 55 65 80 95
Mínima de Centro de um Furo Padrão (e) 25 30 35 40 45 60 70
a uma Borda da Ligação (f) 20 25 30 30 35 45 50
(a): Distância mínima preferencial. Obtida a partir do arredondamento de (3,00 d).
(b): Distância mínima para que exista esmagamento – sem deformação excessiva dos furos – ao invés de
rasgamento. Obtida a partir do arredondamento de (2,90 d).
(c): Distância mínima absoluta. Obtida a partir do arredondamento de (2,70 d).
(d): Distância mínima para que exista esmagamento – sem deformação excessiva dos furos – ao invés de
rasgamento. Obtida a partir do arredondamento de (2,40 d).
(e): Distância mínima quando o corte da borda é feito por serra ou tesoura. Obtida a partir do arredondamento
de (1,75 d).
(f): Distância mínima quando a borda é natural de laminação ou quando é proveniente de oxi-corte. Obtida a
partir do arredondamento de (1,25 d).

FONTE: ANDRADE (1994, p. 121)

7.3.2 COLAPSO POR CISALHAMENTO E RASGAMENTO

De forma geral, pode se entender que as ligações tendem a romper-se por cisalhamento ou rasgamento, conforme
apresentado na Figura 26, devendo estas fazer parte da verificação da ligação, conforme apresentado nos itens 6.5.5 e
6.5.6 da NBR 8800 (ABNT, 2008).

6.5.5 Elementos submetidos a cisalhamento


A força cortante resistente de cálculo de elementos de ligação submetidos a cisalhamento deve ser o menor valor
obtido, conforme segue:
a) para o estado-limite último de escoamento
,
𝐹 = (7.8)

b) para o estado-limite último de ruptura


,
𝐹 = (7.9)

onde 𝐴 é a área líquida sujeita a cisalhamento.

6.5.6 Colapso por rasgamento


Para o estado-limite de colapso por rasgamento, a força resistente é determinada pela soma das forças resistentes
ao cisalhamento de uma ou mais linhas de falha e à tração em um segmento perpendicular. Esse estado-limite deve ser

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Estruturas Metálicas 121

verificado junto a ligações em extremidades de vigas com a mesa recortada para encaixe e em situações similares, tais
como em barras tracionadas e chapas de nó (...). A força resistente de cálculo ao colapso por rasgamento é dada por:

𝐹, = (0,60 𝑓 𝐴 + 𝐶 𝑓 𝐴 ) ≤ (0,60 𝑓 𝐴 + 𝐶 𝑓 𝐴 ) (7.9)

onde:
𝐴 é a área bruta sujeita a cisalhamento;
𝐴 é a área líquida sujeita a cisalhamento;
𝐴 é a área líquida sujeita à tração.
𝐶 é ihual a 1,0 quando a tensão de tração na área líquida for uniforme, e igual a 0,5 quando for não-uniforme
(...).
(ABNT, 2008, p. 87)

A obtenção dos valores de 𝐴 , 𝐴 , 𝐴 e 𝐶 pode ser através da Figura 26 a seguir.

Figura 98 – Parâmetros e condições de ligações

FONTE: ABNT (2008, p. 88)

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Estruturas Metálicas 122

LEITURA COMPLEMENTAR

CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAÇÕES

Alexandre Luiz Vasconcellos

Como visto, as ligações podem ser classificadas em soldadas ou parafusadas e, segundo o item 6.1.9.1 da NBR
8800 (ABNT, 2008), parafusos não podem ser considerados trabalhando em conjunto com soldas, exceto em ligações a
cisalhamento, nas quais parafusos instalados em furos-padrão ou furos pouco alongados com a maior dimensão transversal
à direção da força podem ser considerados trabalhando conjuntamente a filetes longitudinais de solda, desde que
considerada menos de 50% da força resistente de cálculo do grupo de parafusos.
Assim, quando classificamos as ligações em parafusadas ou soldadas, na maioria das vezes, o cálculo da ligação
implica na verificação de grupos de parafusos ou de linhas de solda.
Pelas próprias características dos meios de ligação, nas ligações de fábrica é preferível o uso da solda, enquanto
nas ligações de campo utilizam-se preferencialmente os parafusos.
Na análise e dimensionamento de estruturas metálicas sabe-se que não é suficiente classificar a ligação como
indicado acima. Também devem ser consideradas outras classificações.

Segundo os Esforços Solicitantes


Os parafusos devem resistir a esforços de tração, cisalhamento ou ambos, ao passo que as soldas devem resistir a
tensões de tração, compressão, cisalhamento ou a combinação de tensões tangenciais e normais. Dependendo dos
esforços solicitantes e das posições relativas desses esforços e dos grupos de parafusos ou linhas de solda resistentes, as
ligações podem ser dos seguintes tipos básicos:
- cisalhamento centrado (fig. 11a);
- cisalhamento excêntrico (fig. 11b);
- tração ou compressão (fig. 11c);
- tração ou compressão com cisalhamento (fig. 11d).
Os esforços solicitantes podem ainda ser constantes ao longo da vida útil da ligação (estaticamente aplicados) ou
variáveis ao longo dela (dinamicamente aplicados). Neste trabalho serão analisadas apenas as ligações submetidas ao
primeiro tipo de esforço.
Para ligações submetidas a esforços variáveis ao longo da vida útil, a NBR 8800 (ABNT, 2008), anexo K, deverá ser
consultada para as verificações adicionais.

Segundo a Rigidez
É fato que o comportamento mecânico das ligações influi sensivelmente na distribuição dos esforços e
deslocamentos das estruturas, tornando-se essencial o conhecimento da rigidez e da capacidade de rotação da ligação.
A análise de esforços na estrutura metálica deve incluir a influência do comportamento das ligações entre os
elementos estruturais. Como nesta fase, em geral, as ligações não estão dimensionadas, a análise pode ser feita baseada
no comportamento estimado.

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Estruturas Metálicas 123

Depois de dimensionadas as ligações, se o seu comportamento não for consistente com aquele estimado, a
estrutura deve ser recalculada até a convergência do processo.
Nas estruturas reticuladas, o comportamento das ligações pode ser traduzido pela curva momento fletor-rotação
(Mi -Φi ), como simplificadamente ilustrado na figura 12. Com base nesta curva obtêm-se as três propriedades
fundamentais de uma ligação:
- a rigidez (Si );
- o momento resistente (Mi ,Rd );
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Estruturas Metálicas 124

- a capacidade de rotação (Φd ).


A rotação de uma ligação Φi é definida como a variação do ângulo formado pela tangente aos eixos dos elementos
conectados, após a deformação, como ilustrado na figura 13.a para uma ligação viga-pilar.

O conhecimento da rigidez das ligações é fundamental para a análise elástica das estruturas. Quando se utilizam
métodos plásticos de análise também é fundamental conhecer a resistência e a capacidade de rotação das ligações.
Assim, além das barras que compõem a estrutura, também as ligações deverão ser convenientemente concebidas
e dimensionadas, sob pena da estrutura não se comportar conforme desejado.
Dessa forma as ligações deverão ser projetadas conforme as hipóteses feitas para os nós das barras na análise
estrutural:
- nos locais onde foram previstas ligações rígidas, deverão ser previstos detalhes que efetivamente impeçam a
rotação relativa das partes;

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Estruturas Metálicas 125

- nos locais onde a ligação deve permitir a rotação relativa das partes, os detalhes deverão ser tais que propiciem
essa rotação com o mínimo de restrição.

FONTE: Extraído do livro: VASCONCELOS, A. L. Ligações em estruturas metálicas. Rio de Janeiro: Instituto Aço Brasil : CBCA,
2017, p.37-40.

Prof. Daniel Krobel


Estruturas Metálicas 126

EXERCÍCIOS

1- Dimensione a ligação soldada considerando:

2- Com base no exercício 1, dimensione a ligação soldada considerando eletrodo E70XX.

3- Com base no exercício 1, dimensione a ligação soldada considerando eletrodo E60XX.

Observação: analisando-se os resultados dos exercícios 1 a 3, quanto mais resistente o eletrodo, menor o comprimento da
solda calculado, porém este comprimento menor é insuficiente na verificação quanto ao cisalhamento do metal base,
necessitando-se assim de um comprimento maior, ou seja, aços não tão resistentes não necessitam de eletrodos de alta
resistência, corroborando a informação da NBR 8800 apresentado na Tabela 05 Compatibilidade do metal-base com o metal
da solda.

4- Dimensione a quantidade de parafusos para a ligação parafusada considerando;

Observações:
-𝑉 = 22,5 𝑘𝑁

- Parafuso 1 2 ” ∶ 𝑑 = 1,27𝑐𝑚
- Plano de corte passando pela rosca
- Aço ASTM A307 : fub = 415 Mpa
Prof. Daniel Krobel
Estruturas Metálicas 127

5- Com base no exercício anterior, detalhe construtivamente

Observação: De forma conservadora, sugere-se adotar as maiores distâncias a fim de minimizar rupturas por rasgamento
e cisalhamento.

6- Com base nos exercícios 4 e 5 verifique a viga quanto ao colapso por rasgamento.

𝐶 = 1,0

Prof. Daniel Krobel

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