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Simbolismo em Tolkien

“O Senhor dos Anéis obviamente é uma obra fundamentalmente religiosa e


católica; inconscientemente no início, mas conscientemente na revisão. E por isso que não
introduzi, ou suprimi, praticamente todas as referências a qualquer coisa como ‘religião’, a
cultos ou práticas, no mundo imaginário. Pois o elemento religioso é absorvido na história e
no simbolismo”. (Carta para o Padre Murray, 2 de dezembro de 1953)
Obra magna de J. R. R. Tolkien, “O Senhor dos Anéis” reúne todo o imaginário
que formou o escritor durante a sua vida, desde os contos de fadas que sua mãe narrava até a
formação clássica que recebera do Padre Morgan.
Ao contrário do seu amigo C.S. Lewis, Tolkien rejeitava alegorias simplistas,
recorrendo à aplicabilidade dos símbolos para recordar ao homem moderno o que ele há
muito esquecera: a importância do Bom, do Belo e do Verdadeiro.
A obra tolkieniana é um respiro de sanidade em um mundo há muito dominado
pelo paganismo, pelo progressismo e por todo o tipo de ideia diabólica que não tem outra
finalidade a não ser nos separar da Cruz.
Sem usar a palavra “Deus” em nenhum momento, Tolkien proporcionou a muitos
jovens de sua geração uma experiência inédita: a de contemplar o transcendente.
O leitor que deseja apreciar o universo de “O Senhor dos Anéis” não deve tentar
achar um Cristo entre os guerreiros da Batalha dos Campos de Pelennor, um Diabo escondido
em Mordor sob a alcunha de Sauron ou a Virgem Maria na Senhora de Lothlórien.
O que Tolkien fez foi dedicar toda a sua vida e seus esforços para criar uma
história que nos recorda o tempo todo que tudo na natureza nos remete a um princípio
espiritual e que aponta sempre para o que (ou quem) é Eterno.
Tolkien - certamente auxiliado pelo Espírito Santo - fez o que parecia ser
impossível: reconciliou a humanidade com o que há de mais sublime na realidade. Um
simples homem no interior da Inglaterra provou que ainda é possível criar épicos. Assim
como Homero, Dante e Camões, John Ronald Reuel Tolkien foi capaz de nos relembrar a
importância do heroísmo, que podemos encontrar até em lugares inusitados: quer seja em um
poderoso mago cinzento, em um grande homem provando sua realeza ou em um simples,
modesto e simpático hobbit…

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