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A VERDADE AO ALCANCE DO HOMEM - SEGUNDO VOLUME

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por dar-me força, luz e determinação no cumprimento do magnífico dever de
anunciar Sua Verdade, segundo as revelações que tem dado aos profetas desta nossa última
dispensação do Evangelho, o Evangelho Restaurado ou seja, o Evangelho do Reino.

Agradeço ao élder Arnaldo Teixeira Chauvet pelo cuidadoso trabalho de revisão ortográfica dos
manuscritos; bem como pelas boas sugestões que ofereceu para tornar mais claras algumas
passagens.

Agradeço ao élder Marco Goldbarg que leu os primeiros manuscritos e fez sugestões; ao élder
Mark L. Grover, Bibliotecário dos Estudos latino-americanos na Universidade Brigham Young,
que me visitou e deu-me novo alento para prosseguir neste trabalho.

PALAVRAS DO ÉLDER ARNALDO TEIXEIRA CHAUVET, HOJE JÁ FALECIDO, EM


SUA APRECIAÇÃO DO LIVRO

"Preparando o segundo volume de seu magnífico trabalho de fundo filosófico-científico-


religioso, o autor brinda o público com obra singular no gênero. Demonstra sereno domínio dos
assuntos canônicos com a coragem altaneira dos corações bem formados; expõe a verdade
espiritual que deve presidir e caracterizar a doutrina da única e verdadeira Igreja Cristã sobre a
face do planeta, com clareza meridiana, fluindo fácil do seu pensamento.

É um documentário sério e desafiante que desperta no leitor o vivo interesse para melhor
entender o que de mais sublime encerram: a Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e
Pérola de Grande Valor, fazendo colocações e inserindo quadros sinóticos interpretados com
acuidade de especialista.

Não se prende em discussões estéreis, mesmo enfocando temas polêmicos como: "A Pena de
Morte é um Decreto de Deus" e, tampouco, leciona como catedrático, antes, transporta ao
interessado as verdades proféticas, sem pruridos tendenciosos, mas, ao contrário, fazendo
raciocinar com mansuetude e livre-arbítrio. É notável a ortodoxia do autor em apontar o
altruísmo da mensagem cristã de que tanto precisa a humanidade de hoje, escravizada pela
tecnologia ateísta.

A obra é um grito de alerta que nos prepara para enfrentar as responsabilidades do Milênio
que terá seu início profético aproximadamente no princípio do século XXI. Cremos que a
inspirada exposição de Francisco X. S. dos Santos terá excelente acolhida entre as pessoas
inteligentes, independentes e verdadeiras, por seu estilo simples, mas cartesiano, sem
gongorismos nem redondilhas.
O autor vai direto ao objetivo e o expõe em rara felicidade, valendo-se de sua inspiração aliada à
sólida cultura religiosa.

Por tudo isso, atrevemo-nos a prognosticar êxito completo, já que urge meditarmos
seriamente sobre os temas abordados, nesta época de massificação de informações e que satura o
espírito dos "Status" sociais, afastando-os perigosamente de Deus.
”Estas impressões aqui registradas foram reais pela oportunidade que tivemos de aprender no
contato com a obra, ainda no prelo, nestes dias sombrios, quando a tecnologia desenfreada invade
nossas "cabanas eletrônicas" na linguagem de Alvin Toffler."

Rio de Janeiro, dezembro de 1982

“...OS HOMENS DEVEM SE OCUPAR ZELOSAMENTE


NUMA BOA CAUSA, E FAZER MUITO DE SUA PRÓPRIA
E LIVRE VONTADE, E REALIZAR MUITO BEM ...”
D&C 58:27 (*)

_______________________________________
(*) As citações de D&C ao longo deste livro são revelações modernas de Jesus Cristo ao profeta
Joseph Smith, 1805 a 1844.

ÍNDICE

BIBLIOGRAFIA

ESCLARECIMENTO INICIAL

ABREVIATURAS

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO (primeira e segunda partes)

CAPÍTULOS:

I - O Ânimo Carnal e o Ânimo Espiritual 13

II – Um Ensaio sobre a Verdade 16

- Os segmentos da Verdade
– A Verdade Permanece Para Todo o Sempre
- A promessa, a dispersão e a coligação de Israel A promessa...

III – Alguns Segmentos da Verdade 21

- Uma Sutileza Satânica – A fé, o conhecimento e a inteligência


- A perda do governo de Deus
– Um episódio marcante da rejeição do povo Um episódio marcante...
de Israel ao sistema teocrático
– O Evangelho e os trabalhos precursores O Evangelho e os...
– O advento do Livro de Mórmon

IV – Os judeus cometeram, e os gentios cometem erros semelhantes 34

V – Ampliando os conceitos sobre Sião e Sionismo 36

VI – Onde se iniciaram os fundamentos da Teocracia? 43

VII – A Ordem Religiosa Econômico-Social de Enoque versus a Ordem Ateísta


Econômico-Social de Karl Max 46

VIII – O evangelho e a ciência econômica 51

IX – O estabelecimento do Reino Milenar de Cristo 55

X – A caridade do homem e a caridade de Deus 60


XI – A família e o evangelho no Reino de Deus 62

XII – O poder do nosso dinheiro e o evangelho de Jesus Cristo 64

XIII – As bênçãos do dízimo 67

XIV – O indivíduo, a família e o programa do bem-estar no Reino de Deus 68

XV – O poder do sacerdócio no governo dos santos através da Igreja 71

XVI – A auto justificação humana e a advertência de Deus 73

XVII – A lei dos testemunhos no evangelho 79

XVIII – O batismo, uma ordenança para cidadania no Reino de Deus 83

XIX – A singular doutrina do batismo pelos mortos 85

XX – A força legal e o poder da expiação de Cristo 87

XXI – A Segunda vinda de Cristo 93

VER OS APÊNDICES NA PARTE 2

BIBLIOGRAFIA

A Bíblia Canônico
O Livro de Mórmon canônico d´A I.J.C.S.U.D.
Doutrina & Convênios canônico d´A I.J.C.S.U.D
Pérola de Grande Valor canônico d´A I.J.C.S.U.D
Government of God John Taylor
The First 2000 years Cleon W. Skousen
God, Man and the Universe Hyrum L. Andrus
Doctrines of the Kingdom Hyrum L. Andrus
Principles of Perfection Hyrum L. Andrus
Lectures on Faith (compilação de discursos de J.Smith por N.B. Lundwall)
The Twenty Seventh Wife Irving Wallace
O Universo Azimov
A História da Raça Humana Henry Thomas
A Conspiração Mundial dos Judeus, Mito ou Realidade? Norman Cohn
Enciclopédia Barsa
Enciclopédia Prática Jackson
A Verdade ao Alcance do Homem, primeiro volume F.X.S. dos Santos
A Terceira Onda Alvin Toffler
Prophecy Key to the Future DuaneS. Crowther

________________________

ESCLARECIMENTO INICIAL

Há muitas citações referentes aos livros considerados canônicos por A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias, além da Bíblia, cujos textos não estão aqui reproduzidos
integralmente. Isso porque este livro tornar-se-ia muito volumoso e caro. Foram transcritas porém
aquelas julgadas indispensáveis para a compreensão dos temas. Mas se o leitor quiser aprofundar-
se na compreensão, deverá informar-se com os missionários mórmons, os quais hoje, podemos
dizer - estão em quase toda parte do planeta. As obras literárias mais importantes deste autor
foram quase todas instaladas em sua página pessoal na Internet. Este segundo volume de A
Verdade ao Alcance do Homem foi o único que não foi. Embora este livro tenha sido publicado
em 1983, só agora em maio de 2002 começou a ser preparado para a Internet.
O objetivo deste nosso segundo volume é definir mais especificamente as metas do homem,
segundo Deus as estabeleceu nas suas revelações antigas e, especialmente, nas modernas. É para
convidar o leitor a uma reflexão séria e profunda sobre as questões da peregrinação humana no
estado mortal.
Este livro é um encadeamento dos esforços que, anteriormente, outros já fizeram por nós, no
sentido de que víssemos mais claramente as coisas deste mundo no seu relacionamento com os
acontecimentos do passado, presente e futuro revelados por Deus. Ele é parte de nossa
contribuição para propagação de importantíssimo conhecimento chegado a nós desde os meados
do século XX, no seu convite para elevarmos ainda mais nossas metas temporais e espirituais;
para nos dar maior poder interior, por autodisciplina em busca de nos alinharmos com a grande
meta revelada por Deus para nossa vida. Para isso, é necessário preparar o leitor para dispor-se a
fazer uma revolução nos conceitos e tradições que o possam estar impedindo de buscar mais além
dos conhecimentos atuais, estabelecidos pela filosofia temporal dos séculos.

ABREVIATURAS

A Bíblia Como universalmente usado


O Livro de Mórmon LM

Os profetas do LM:

1 Néfi ..................................................1Né
2 Néfi ..................................................2 Né
Jacó .....................................................Jacó
Enos ....................................................En
Jarom ...................................................Jar
Ômni ...................................................Ômni
Palavras de Mórmon Pal. Mórm
Mosias .................................................Mos
Alma ....................................................Al
Helamã ................................................Hel
3 Néfi ..................................................3 Né
4 Néfi ..................................................4 Né
Mórmon ...............................................Mórm
Éter...................................................... Ét
Morôni ..................................................Morô
Doutrina & Convênios ............................D&C
Declaração Oficial-1................................DO-1
Declaração Oficial-2 ...............................DO-2

Pérola de Grande Valor ...........................PGV


Moisés Mois
Abraão Abr
Joseph Smith-Mateus ..............................JS-M
Joseph Smith-História ..............................JS-H
Regras de Fé ...........................................RF
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias A IJCSUD
A Verdade ao Alcance do Homem-1 AVAH-1
A Verdade ao Alcance do Homem-2 AVAH-2

PREFÁCIO
“Buscai primeiro estabelecer o Reino de Deus e sua justiça e todas as demais coisas vos serão
acrescentadas.” – Jesus Cristo

A meta suprema na vida temporal do homem no pensamento divino, sempre foi, é e será,
estabelecer o sistema de governo teocrático do Reino de Deus na terra. Para, através de sua
justiça, ter todas as necessidades supridas, tanto as temporais quanto as espirituais. As demais
metas buscadas nos séculos são todas menores e não podem levar os homens à completa
autorealização e à justificação diante de Deus

“ ... CONTEMPLAI A GRANDEZA DE VOSSO CHAMADO,


PURIFICAI OS VOSSOS CORAÇÕES E OS VOSSOS VESTIDOS,
SENÃO O SANGUE DESTA GERAÇÃO SERÁ REQUERIDO DE
VOSSAS MÃOS ...” D&C 112:33.

Esta revelação é uma exortação aos homens que receberam a honra de agir como portadores
do Santo Sacerdócio Segundo a Ordem do Filho de Deus, ou O Sacerdócio de Melquisedeque.
Aqueles que foram chamados para ajudar a estabelecer o fundamento do Reino de Deus na terra –
A I.J.C.S.U.D.

“ ... QUE O MEU EXÉRCITO SE TORNE MUITO FORTE,


E QUE SE SANTIFIQUE PERANTE MIM ... E OS SEUS
ESTANDARTES SEJAM TERRÍVEIS PARA TODAS AS NAÇÕES;
PARA QUE OS REINOS DESTE MUNDO SEJAM CONSTRANGIDOS
A RECONHECER QUE O REINO DE SIÃO É NA REALIDADE, O REINO DE NOSSO
DEUS E SEU CRISTO ...”
D&C 105: 31-32

Esta revelação é uma declaração solene de Deus de que Sua Igreja será, no devido tempo, um
estandarte para todos os povos. Naturalmente, as grandes calamidades anunciadas e que cairão
sobre os habitantes da terra, serão o fator preponderante para abater o orgulho das nações; quando
então, elas serão constrangidas a reconhecer onde verdadeiramente está a salvação de Deus para o
tempo e a eternidade.

Portanto, avaliemos a grandeza do nosso chamado, purifiquemos nossos corações, para que a
perdição desta geração não seja alimentada nem atribuída às nossas palavras, pensamentos e
ações. Permaneçamos na liberdade que nos faz livres, não nos embaracemos no pecado, para que
a culpa desta geração não caia também sobre nós. (parodiando D&C 112: 33 e 88: 86).

INTRODUÇÃO

PRIMEIRA PARTE

A IMPORTÂNCIA DE BUSCAR A VERDADE

A Verdade é o summum bonum de toda a filosofia. É o conhecimento de todas as coisas e


razões universais, quer temporais quer espirituais. É a maior conquista possível ao homem em
algum estágio do porvir. Em resumo, ela é o conhecimento de todas as coisas, como são hoje,
como foram no passado e como serão no infinito porvir.
Definido nesses termos, esse conhecimento grandioso só pode existir na mente de Deus. Mas o
homem, de acordo com as escrituras, poderá participar dele – compreender a plenitude da mente
de seu Criador em algum momento do porvir eterno.
A Verdade existe como um desafio para ser alcançada pelo homem. Sua plenitude está para
nós, na mortalidade, espiritualmente alhures. Mas não pode ser assim com relação a Deus, com o
qual ela tem de ser una ou seja, deve com Ele coexistir eternamente. Isso leva-nos a entender que
só poderemos chegar ao conhecimento pleno da Verdade, se fizermos tudo ao nosso alcance para
merecermos chegar à presença de Deus na eternidade. Para O vermos em coexistência com Ela,
da mesma forma que formos vistos por Ele.
No presente, Ele nos vê como somos, mas nós não O vemos como Ele é.
Infelizmente, por causa da liberdade sagrada de escolha que Deus nos concedeu, a grande
maioria entre nós não chegará a essa plenitude ... porque não se deixa conduzir pelo Espírito para
essa meta grandiosa. No Sermão da Montanha, Jesus especifica as qualificações dos que verão ao
Pai face a face ... e conviverão eternamente com Ele.
Em D&C aprendemos que mundos sem fim jamais chegarão a essa plenitude, em
concordância com o Sermão da Montanha.
Para coexistir com a Verdade é preciso ter instrumentos que possam medir sua manifestação
– um corpo, uma mente, um espírito de inteligência. Caso contrário, se nos faltasse quaisquer um
desses instrumentos, não saberíamos jamais o que fosse coexistir com Deus na eternidade. É por
isso que todos seremos ressuscitados e que alguns serão glorificados com a plenitude do Espírito,
em demanda da meta final. É para isso que existiu, existe e existirá a Igreja do Primogênito na
eternidade.
As qualificações de dignidade são alcançadas por direito adquirido, o qual é produto direto
da obediência aos princípios do evangelho e o cumprimento dos convênios revelados. Conforme
disse Jesus, em face da perplexidade de João Batista, por ocasião do Seu batismo - era preciso
que toda a justiça fosse cumprida. Isso, independentemente de Jesus não ter pecados, mesmo por
Ele, todos os princípios e convênios do evangelho precisavam ser cumpridos, para dar o exemplo
a toda a humanidade.
Os primeiros princípios do evangelho foram ensinados por Jesus aos apóstolos, os quais foram
constituídos no Sacerdócio e enviados por todo o mundo então conhecido, para ensiná-los.

INTRODUÇÃO

SEGUNDA PARTE

Pequena quanto possa ser fisicamente a terra no contexto universal, ela não deixa de ser
grandemente importante para Deus. Se assim não fosse, não teria enviado incontáveis bilhões de
seres para nela habitar. Não teria chamado centenas de profetas para ensinar o comportamento
justo aos seus habitantes; não teria lançado tantos e diversificados julgamentos sobre indivíduos e
povos; não teria enviado Jesus Cristo nem os anjos de Sua glória para realizar missões nesta nossa
poeira cósmica.
Deus anunciou pelos profetas que as leis do Seu Reino serão obedecidas na terra e que Seu
governo será aqui estabelecido. Isso já foi visto entre alguns segmentos da população ao longo
dos milênios – o povo de Enoque e, provavelmente também, o de Melquisedeque. Mas a
promessa nos últimos dias é para todos os povos da terra.
É agora, a partir deste mesmo milênio que estamos vivendo, que Deus terá Sua derradeira
oportunidade para fazer cumprir a palavra profética. Como diria o vulgo : -Agora vai ou racha!
Os sinais que marcariam a proximidade desse termo, foram claramente anunciados nas
profecias:

1 – Haveria guerras e rumores de guerra em profusão.


2 – O povo judeu seria reunido na Palestina, os descendentes das demais tribos da Israel
dispersa, seriam congregados nas terras
de sua herança.
3 – O Evangelho do Reino seria pregado a todos os povos.
4 – A iniqüidade varreria a terra.

Todos esses sinais estão em pleno cumprimento diante de nós, mas por agora nos deteremos
na anunciada reunião de Israel.
Para que possa ser realizada a coligação da semente de Israel, espalhada entre todos os povos
da terra, e para que o evangelho possa ser pregado a todas as nações, será preciso estabelecer uma
organização mundial à altura da magnitude do programa.
As tribos de Israel foram dispersadas por decreto de Deus, anunciado pelos antigos profetas e
executado pelo poder dos reis e governantes do mundo, sem nem mesmo terem consciência disso.
Nos últimos dias, por decreto de Deus, a semente da Israel dispersa será libertada do poder dos
governantes do mundo, quer dos seculares quer dos espirituais, para ser executada a próxima
futura coligação anunciada pelos profetas.
Os judeus ganharam seu estado nacional nos meados do século XX e o processo de reunião
de Judá está em pleno desenvolvimento desde então. Todas as manobras políticas das nações,
acabam por incentivar os judeus para que se vá cumprindo a profecia.
A reunião da Israel dispersa entre os gentios, porém, guarda a diferença de ser primeiramente
uma reunião espiritual - pelo gradual conhecimento do Evangelho do Reino, ou do Evangelho
Restaurado.
Esse evangelho já estava sendo pregado em mais de 80 países entre os existentes na época da
impressão deste livro em 1983. Eram 30.000 missionários, hoje eles devem estar beirando os
60.000 para mais.

Um trabalho de restauração geral de tal magnitude, não poderia ser realizado pelo simples
entusiasmo de homens crentes. É uma tarefa ciclópica temporal e espiritual que só poderá ser
executada sob a manifestação e direção do próprio Deus, de acordo com as escrituras. Esse fato é
anunciado em Atos dos Apóstolos 3: 19-23.

No capítulo 7 do profeta Daniel, lemos que Deus estabelecerá na terra um reino universal e
que Seus santos serão os herdeiros perpétuos. No mesmo capítulo, Daniel anuncia um período de
tempo em que seria estabelecido na terra um reino pequeno, mas influente – o mesmo seria
inimigo do trabalho de Deus, subjugaria os justos e os maltrataria durante um período equivalente
a 1.260 anos (de acordo com Ezequiel 4:6 e Apocalipse 13: 5 e 12: 6). Sendo cada dia profético
correspondente a um ano secular.

Em 533 da nossa era, por decreto do imperador Justiniano, o bispo de Roma foi declarado o
cabeça de todas as igrejas, investido com o poder temporal para corrigir os heréticos. O bispo
romano já subjugara os Erúlios e os Vândalos, quando exterminou os Ostrogodos em 538. O
pequeno reino reinou sobre todos os reis submetidos ao Império Romano e à medida que esse
grande poder imperial declinava, o bispo de Roma crescia em poder e influência, até que tornou-
se o imperador espiritual de toda a cristandade da terra então conhecida, e mais tarde das nações
oriundas da cultura greco-romana.
O ano 538, o do extermínio dos Ostrogodos, pode ser considerado um marco para contar o início
do tempo de cumprimento da profecia de Daniel. Somando-se os 1.260 anos, chegamos a 1798 –
ano em que o cabeça da igreja romana foi feito prisioneiro do exército francês.
Desde então, o enorme poder temporal e espiritual que o catolicismo exerceu sobre os povos,
vem declinando. Isso resultou no aparecimento de miríades de igrejas. Mas a força das tradições
e doutrinas engendradas pelo catolicismo, misturadas com algumas verdades ensinadas por Cristo,
ainda é capaz de influenciar e dominar muitas mentes entre as nações. Isso só é possível devido a
falta de interesse dos homens em buscar fidedignamente a Verdade espiritual e preferir se deixar
conduzir por confortáveis tradições recebidas do entendimento alheio nos séculos. Elas
dominaram muitas gerações e estenderam seus tentáculos até nossos dias.
Essa é a razão pela qual o homem não busca estabelecer o Reino de Deus e Sua justiça – se
não compreende o seu significado, como irá empenhar-se por colaborar no seu estabelecimento?

A força do catolicismo consiste exatamente nessa fraqueza espiritual do homem.


O sistema de tradições erradas desenvolvido século atrás de século, eclipsou as verdadeiras e
objetivas metas do evangelho; lançou uma cortina espessa que impede os homens de enxergar na
correta perspectiva, a mensagem poderosa das escrituras, no concernente ao Plano de Deus para
estabelecer o Seu Reino no tempo, para em seguida, uni-lo literalmente com o eterno.
Tanto os leigos quanto todo o clero católico, são vítimas desse mesmo mal. Mal
desenvolvido por seus antecessores dos séculos passados, os quais, inconseqüentemente,
mudaram as leis e quebraram os convênios eternos revelados por Cristo. Assim cumprindo as
palavras de Isaías em 29:13-14, quando Ele define a situação dos crentes nos nossos dias: “ ... este
povo se aproxima de mim com a boca ..., mas seu coração está longe de mim, e seu temor
(reverência) para comigo consiste em mandamentos dos homens, que maquinalmente aprendeu.
Continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo; ... de maneira que a sabedoria dos seus
sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá.”
Este segundo volume é mais uma tentativa de convidar os leitores a reconsiderar sua posição
religiosa tradicional; livrar-se dos erros a que foram induzidos inadvertidamente pelas falsas
religiões do mundo., e assim, vencer a batalha espiritual deste século.

Em quase todo seu desenrolar, a Bíblia transcreve a luta de Deus por meio de Seus profetas,
para corrigir, ensinar e tentar conduzir Seu povo, por auto-consentimento, a alcançar a
culminância das bênçãos a advirem com a implantação na terra do Seu Reino.
Constituem o povo de Deus, todos os homens que aceitam e se esforçam para viver a plenitude de
Suas leis – o Evangelho de Jesus Cristo. A carta constitucional do governo divino no universo. É a
lei, a justiça e a força de todos os que se deixam reger por ela.
“ ... vinde a nós o teu Reino; que seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus ...” Pode
haver palavras mais claras para confirmar o que dissemos acima?

Deus não governa por efeito de eleição como os homens fazem. Seu sistema é o da revelação
de Sua vontade e a aceitação humilde e unânime daqueles que pretendem vir a ser o Seu povo,
após obterem o testemunho do Espírito Santo da veracidade da obra.

Para que se desenrolasse o gigantesco programa de restauração a ser realizada nos últimos
dias (Atos 3: 19-23), os requisitos legais do chamado de um novo profeta foram todos aplicados
no procedimento divino. Ele chamou o primeiro profeta entre vários outros que viriam depois para
liderar a última dispensação do evangelho à terra - o chamado celestial; o batismo; o sacerdócio; o
estabelecimento da Igreja; as investiduras do sacerdócio; o trabalho missionário.
Enfim, a preparação de um povo uno, aceitável aos olhos de Deus e, por isso, capaz de suportar as
leis espirituais superiores do Reino de Deus, que gradualmente se irá estabelecendo e governará
toda a terra ao percurso do Sétimo Milênio.

Lutero já havia dado início ao trabalho de libertação das consciências, pelo esforço
reformador do século XVI. Em seguida o exército francês, quase ao ocaso do século XVIII,
quebrou a influência dominadora da política papal. A providência divina conduziu esses
acontecimentos para abrir o caminho do chamado do novo profeta restaurador – Joseph Smith,
nascido em 1805 – apenas sete anos após os eventos de 1798.
Deus conduziu os eventos históricos e os atos das nações para dar cumprimento ao
cronograma de trabalho estabelecido na eternidade. Passa-se porém um triste drama diante dos
nossos olhos – a maioria da humanidade não crê no testemunho de Joseph Smith e suas palavras,
as quais vieram do próprio Cristo, testificadas pelo Espírito Santo a qualquer homem que busque
sinceramente a Verdade.
Essas revelações restauradoras nos trazem o programa de governo dos céus, e a única política
econômica capaz de acabar com toda injustiça na terra. A única esperança para o homem, diante
da total incapacidade das nações de solucionar os problemas internos e externos, gerados pela
cobiça, mentira, egoísmo e beligerância dos seus governos. É exatamente por isso que Deus
decretou o fim para todas as nações da terra, para poder instalar o Reino Milenar de Cristo (ver
todo o capítulo 24 de Isaías)

Os homens justos em todas as eras, sempre sonharam com os dias desse Reino. Mas a
iniqüidade geral dos homens não permitiu – exceção seja feita ao povo governado pelo profeta
Enoque, e possivelmente o povo de Melquisedeque.
Acontece que está decretado e muito bem expresso nas escrituras que nos últimos dias Seu
governo será estabelecido na terra. Para isso, Deus retirará do planeta cerca de dois terços dos
habitantes – os que serão incapazes de suportar a elevação das leis do Reino Milenar de Cristo.
Seus desígnios malignos serão todos frustrados – para que não se frustrem os anjos, os profetas,
os santos, e o próprio Deus. Para que desçam dos céus os dividendos para aqueles que esperam
dignamente por Cristo.

Todos os sinais profetizados e que apontam a iminência desses acontecimentos, podem ser
por nós constatados em plena decorrência – nos jornais, revistas, livros, rádios televisão, Internet,
festas, reuniões sociais, e no comportamento geral das sociedades em todo o mundo.
“PORTANTO, EU, O SENHOR, CONHECENDO A CALAMIDADE
QUE HAVERIA DE VIR SOBRE OS HABITANTES DA TERRA,
CHAMEI MEU SERVO JOSEPH SMITH, LHE FALEI DOS CÉUS
E DEI-LHE MANDAMENTOS ... E FORAM DADOS AOS MEUS
SERVOS NA SUA FRAQUEZA, CONFORME A SUA LINGUAGEM,
PARA QUE ALCANÇASSEM COMPREENSÃO”.
D&C 1: 17 e 24

CAPÍTULO I

O ÂNIMO CARNAL E O ÂNIMO ESPIRITUAL

As motivações de natureza carnal convidam o homem a buscar sua alegria no estrado do


universo, formado pelas manifestações de natureza física ou temporal e corruptível.
As motivações de natureza espiritual porém, apontam para o Zênite do universo, formado pelas
manifestações fundamentais da matéria espiritual eterna e incorruptível. As primeiras são
efêmeras, por natureza, esgotam-se inapelavelmente; enquanto as segundas são perenes. As
alegrias carnais, ainda que intensas, explosivas e apaixonantes, são insensatas quando tomadas
como metas da vida; porque seu final são sempre frustrações e aflições de espírito. Elas são como
as estrelas cadentes, de súbito brilham intensamente, mas mudam rápido de posição ... não se
fixam, desencantam, fenecem em breves segundos, elas não passam de uma mentira
incandescente.
As alegrias espirituais, embora tênues, desenvolvem-se gradualmente; por isso são sensatas e
perenes. São como um eterno alvorecer, porque o universo espiritual existe de eternidade em
eternidade; ele permanece no estado em que primeiramente foi organizado por Deus. Assim, as
alegrias espirituais são como as estrelas fixas. Se as encontramos e fixamos por elas nosso rumo,
nunca seremos dominados pela desorientação, o pânico e a perplexidade. Porque quanto mais
espessa a treva em torno delas, mais intenso é o seu brilho. Deus nos convida, tanto pela palavra
quanto pelos portentos da natureza, a buscarmos orientação pelas estrelas fixas - as motivações
espirituais em lugar das carnais. Ele nos adverte que se formos de ânimo espiritual, seremos
conduzidos à vida eterna. O ânimo carnal terá como herança a morte espiritual. (2 Né 9: 39)

Deus estabeleceu Sua Igreja na terra, para nos ajudar a mudar nossa natureza – do carnal para
o espiritual. Essa mudança é de estado mental. Isso só é possível através de obediência
autoconsentida a preceitos e princípios que estarão além dos nossos horizontes e desejos carnais.
Portanto, ao princípio de domínio sobre as coisas carnais, está implícito e explícito o princípio de
autosacrifício, o qual, exige exercício de força espiritual; dirigida ao que é justo segundo a
palavra revelada por Deus e não a engendrada na mente do homem; pois para isso não é possível
exercer esforço que tenha qualquer autenticidade perante Deus. A obediência às Suas leis exige
força de decisão e esforço constante, porque todo homem está sujeito a ceder diante de sua índole
carnal, devido à influência que o mundo exerce sobre ele desde o nascimento.

É dessa forma que somos provados neste mundo. É dessa forma que poderemos crescer em
fé, inteligência, conhecimento, poder, domínio e glória que nos serão conferidos por Deus ao
término da provação. É por isso que, no princípio do caminho para a conversão, o homem deve
experimentar um processo de revolução espiritual, é uma batalha que ele deverá enfrentar e
vencer pela fé em Cristo. O campo de batalha é o esforço interior de arrependimento. É uma luta
física, mental e espiritual cuja vitória será laureada no porvir com a participação de tudo o que
Deus possui na eternidade (D&C 76: 50 – 70).

“ ... o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do
Espírito ceifará a vida eterna.”
(Gálatas 6: 8; D&C 3: 4)

Aquele que almejar livrar-se de sua ignorância das coisas de Deus, deve aprender a ansiar
pelo conhecimento da Verdade – De onde vim? Quem sou? Para onde vou?
Como coroamento final de todo esforço que empreendermos nesse sentido, buscando,
perseverando e seguindo no caminho apertado que se descortinará após passarmos pela porta
estreita (o batismo), será a obtenção da plenitude das bênçãos de Deus.

Se não compreendermos a importância desta criação temporal e do nosso estado presente, no


seu relacionamento com o passado preexistente e o futuro na imortalidade; enfim, se não dermos a
devida importância às revelações e profecias de Quem já viveu todas essas coisas, continuaremos
perdidos em perplexidade, tateando nas trevas, em ignorância do portentoso Plano de Deus para o
progresso de nossos espíritos.

Fomos enviados da presença de Deus para a terra, a fim de conquistarmos a compreensão


dessas coisas. Viemos para conhecer a terra nos seus elementos, entender seu progredir nas rotas
dos sóis e galáxias, dominar sua matéria, transformá-la, purificá-la, embelezá-la e promovê-la no
cosmo através de antes purificarmos a nós mesmos. Viemos para desenvolver a ciência do
relacionamento familiar e social entre as individualidades que Deus nos concedeu. Viemos para
aprender as conseqüências do mal; para a prender a amar os nossos semelhantes, como somos
amados por Deus. A terra foi organizada para nossa morada, tanto no tempo quanto na eternidade.
Deus nos assegura pelas revelações modernas que ela será elevada à condição celestial, fazendo
sistema com os inumeráveis mundos que já atingiram essa condição e com os que no futuro o
farão.

Essa é pois a importância da terra e seus habitantes a despeito de toda angustiante miséria
que hoje deparamos e nos lança em perplexidade. Mas a magnitude do trabalho que nos é
confiado por Deus, demonstra o que verdadeiramente somos – os filhos de Deus.

A despeito de tudo o que presenciamos de escandaloso neste mundo, isso é só um breve


momento na eternidade, pelo qual todas as humanidades e seus mundos alhures que foram
anteriormente criados já passaram, antes que atingissem o estado promovido de existência ... que
eles mesmos construíram com suor e lágrimas, mas agora desfrutam para todo o sempre.
Tão grande é a importância desse conjunto homem/terra, que toda a nossa Salvação foi
colocada por Deus naquilo que faremos de nós mesmos (como corpos dela formados) e dela
mesmo no seu próprio corpo planetário.
Aqueles que através de comungarem com Deus, seguindo o Seu Plano de Salvação e
conseguirem promover-se juntamente com o planeta, herdarão a terra transformada, glorificada e
exaltada pelo Espírito de Deus para toda a eternidade. Nessas coisas reside tudo aquilo que há de
comum entre o nosso chamado, o de todos os antepassados e o dos que vierem à terra em qualquer
época futura do estado temporal. Essa coisas é que unem o nosso chamado ao chamado de Jesus
Cristo, sua missão foi a maior e capital do Plano, mas todos nós fomos enviados para um mesmo
fim e propósito. É pela aceitação e autosubmissão dos nossos espíritos a essa causa, que nos
tornaremos os herdeiros da exaltação que será concedida aos obedientes e seu habitat. É aqui
mesmo o lugar onde o homem deve realizar a sua obra em preparação para o reencontro com
Deus. O nosso é também o trabalho de Deus, todos somos chamados a executá-lo, desde os que
ainda não desceram da preexistência aos que já a deixaram a mortalidade pela morte e entraram
no mundo dos espíritos.

Para irmos de encontro ao sistema de mundos celestiais, não iremos sozinhos; a mãe terra
terá que seguir conosco; pois ela faz parte do trabalho de Deus para nossa salvação. Conscientes
ou não disso, os homens vão sendo administrados por Deus neste estado probatório. Todos temos
responsabilidade no progresso pessoal e no da terra com seus habitantes. Mas os governantes,
tendo nas mãos maior poder para realizar essas coisas, serão julgados com extremo rigor se não o
fizerem. (Sabedoria VI : 6).
O propósito desta vida é testar os homens para ver se eles receberão os corpos que lhe forem
dados e, por meio da escolha, farão deles habitação adequada para o Espírito Santo ( Mormon
Doctrine, 28 e Abra 3: 25).
O recebimento do Espírito Santo é o que permite ao homem realizar com maior poder o
trabalho para o qual foi chamado e tornar mais eficaz a união com os propósitos de Cristo,
aperfeiçoando sua participação na obra do Pai através Dele. Dessa forma é que seremos tornados
como Eles são – seres exaltados vivendo vidas eternas em mundos celestializados.
.“PORTANTO, Ó VÓS QUE EMBARCAIS NO SERVIÇO DE DEUS, VEDE QUE O SIRVAIS
DE TODO CORAÇÃO, PODER, MENTE E FORÇA, PARAQUE POSSAIS COMPARECER
SEM CULPA PERANTE O TRIBUNAL DE DEUS ...” D&C 4: 2

CAPÍTULO II

UM ENSAIO SOBRE A VERDADE

A Verdade é o conhecimento que Deus tem de todas as coisas – como foram, como são e
como virão a ser no porvir. Não pode haver nada mais elevado, compensador, gratificante, pleno
de alegria e sentimento de realização para o espírito humano, do que participar da perfeita
comunhão com o Espírito que ilumina o pensamento de nosso Criador. A glória suprema que
Deus nos reservou é a plenitude de Sua Inteligência. Só em posse dela, nossa sede estará
satisfeita. O primeiro passo para encontrar a Verdade é desenvolver o desejo para encontrá-la.
Não pode haver transmissão de conhecimento sem que antes existam:

- Um transmissor de conhecimento;
- Um meio portador para transmissão;
- Um receptor.
Em outras palavras:
- Deus;
- O Espírito;
- O homem, o receptor ou alvo da comunicação.

Mas ainda há outros fatores capitais nesse processo para a comunicação ser tornada efetiva –
é preciso que alguém procure a comunicação e chame no canal correto; é preciso que alguém
responda de modo compreensível.
O homem precisa aprender a orar corretamente;
Deus responderá pelo Espírito;
O homem deve estar atento, para não deixar a resposta passar desapercebida.
Ele precisa compreender que Deus dá Suas respostas de diversas formas. Elas podem vir
num sonho, numa leitura meditada das escrituras, na palavra de um amigo ou na de um parente ou
num acontecimento marcante posterior à oração. Quando quaisquer desses eventos causa um
sentimento espiritual significativo, como um ardor no peito algumas vezes, acompanhado de uma
clareza e certeza mental – então, aí estará a resposta para nossas indagações ou pedidos na
oração.
Todo homem pode comunicar-se com Deus, porque Ele deseja ser procurado para
responder. “Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus – que a todos dá liberalmente,
com simplicidade e sem recriminação – e ser-lhe-á dada.” (Tiago 1: 5).

Revelações e profetas são fatores essenciais para nosso Deus realizar Seu Plano.
Para crermos em coisas espirituais, devemos aprender a vencer as contingências seculares
formadoras de nosso pensamento; colocarmo-nos em condições mentais de examinar a nós
mesmos e ao nosso mundo, desde uma perspectiva mais alta. Só assim seremos capazes de
discernir espiritualmente, alcançar independência das pressões carnais avassaladoras que nos
acediam. É preciso aprender a compreender pelo coração espiritualizando nossos sentimentos.
Sem crermos na revelação contínua de Deus por Seu Espírito, sem crermos nos profetas
verdadeiros, os antigos e os modernos, por Ele enviados, será impossível entender espiritualmente
o tempo presente, na sua verdadeira correlação com o passado e o futuro.
Para darmos o primeiro passo em busca da Verdade, é preciso aprender a assumir uma
atitude sã de dúvida diante dos conceitos que nos foram transmitidos, especialmente os teológicos
e religiosos. Quanto de verdadeiro, quanto de falso existirá neles?
Devemos adotar a atitude mental do grande pensador René Descartes: - duvidar de todas as
coisas que a razão puder admitir possibilidade de estarem erradas ou parcialmente certas. E então
partir na busca para encontrar as respostas. Só a comunhão com o Espírito de Deus pode tirar
nossas dúvidas espirituais.
O homem que não compreender sua absoluta dependência da revelação de Deus para
encontrar o caminho da Verdade, jamais escapará dos erros somados das gerações passadas e da
presente. Não poderá compreender seu relacionamento com os patriarcas da raça; sem isso, não
compreenderá a extensão das promessas de Deus a eles, nem o direito que o homem moderno tem
a elas; não entenderá sua posição dentro do Plano de Deus; não discernirá o que Ele quer de nós.
Aquele que exercer uma escolha espiritual, e a tiver sancionada por manifestação do
Espírito, terá a segurança de que sua escolha agradou a Deus. A atitude mental de dúvida é sadia
quanto a intenção é buscar a Verdade. A atitude de dúvida sistemática porém, é própria daquele
que não aprendeu a controlar o poder de duvidar, quando é a dúvida constante o que controla o
seu pensamento. Esses tornam-se os eternos indecisos, indefinidos, medrosos ou excessivamente
prudentes – não saem nunca do mesmo lugar. Não são nem frios nem quentes, são os mornos de
sempre que aborrecem ao nosso Deus, de acordo com as escrituras.
O entendimento alcançado pelo homem através de esforço individual, baseando-se tão
somente no seu esforço intelectual dissociado das revelações de Deus, não o pode levar ao Seu
reino de justiça.

OS SEGMENTOS DA VERDADE

Como já consideramos antes, a Verdade completa, plena de todo o conhecimento dos


atributos de Deus e de Sua Inteligência, só pode ser alcançada e desfrutada por aqueles que
percorrerem todo o caminho indicado pelo Espírito Santo e passarem a viver com o Pai na
eternidade – tornarem-se filhos de Deus para todo o sempre. Filhos porque serão sempre menores
do que Ele, mas deuses também, pela filiação espiritual; isto é, pela aceitação plena por Deus, das
suas obras ... no tempo, na imortalidade e na eternidade.
Como o coroamento desse percurso segue um caminho de justiça, compreendemos haver
muitos segmentos da Verdade ou etapas de progresso ... linha por linha, preceito por preceito,
convênio por convênio; sendo o primeiro deles o batismo da água.
Na verdade, progredimos passo a passo no processo da busca de comunhão com Deus, desde
que cumpramos todos os requisitos de justiça por Ele estabelecidos e que cheguem ao nosso
conhecimento. Cada segmento da Verdade é uma porção da Luz Total. A luz adere à Luz até a
claridade perfeita.
Na mortalidade, o primeiro segmento da Verdade é o convênio do batismo da água; por isso
ele é tão importante no Plano de Deus; por isso ele é dito como sendo a porta estreita que levará
por um caminho apertado ao Reino Celestial.
Por que a porta é estreita?
- Porque para encontrá-la o homem deve ter fé em Cristo; arrepender-se dos pecados; e o mais
difícil de tudo – encontrar os portadores do Sacerdócio com autoridade para efetuar legalmente
essa primeira ordenança do evangelho. Eles serão membros da verdadeira Igreja de Jesus Cristo
na terra.
- Qual entre milhares é ela?
- Nenhum homem poderá resolver esse problema por sua intelectualidade apenas. Ou ele recorre
a nosso Pai Celeste ou fará uma má escolha.

Mesmo que ele escolha a verdadeira por seu intelecto apenas, essa escolha não será perfeita
por faltar o testemunho do Espírito – ele terá escolhido por sua opinião apenas, o que não lhe dará
autoridade para dar o testemunho de que sabe ... apenas pode dizer que acha ter escolhido a
verdadeira. O achar apenas não lhe dará forças para prosseguir no caminho apertado, não resistirá
as provações e terminará por cair.

Obter o testemunho do Espírito faz parte das obras de justiça, porque todo o testemunho do
Espírito é uma revelação de Deus – é a rocha sobre a qual Ele disse que edificará a Sua Igreja.
(ver Mateus 16: 17-18).
É essa pois a importância de buscar a Igreja Verdadeira porque ela será a única. E como tal, a
única capaz de realizar com a autoridade dos céus as ordenanças do evangelho.

Alguém poderia dizer: - Seria tudo muito difícil e impraticável que o homem tivesse de obter
um testemunho para cada segmento da Verdade. Não é assim porém o Plano de Deus para
colocar-nos o caminho da Verdade. Seu Plano é bem mais lógico e simples : Ele chama um
profeta e o investe como o Seu porta-voz. Manda o profeta abrir a boca e declarar Sua palavra
aos homens das diversas gerações. Cabe ao homem obter um testemunho do Alto sobre o
chamado do profeta. Obtido o testemunho, basta seguir a palavra, com a certeza dela ter vindo de
Deus. “Aquele que recebe um profeta na qualidade de profeta, recebe uma recompensa de
profeta”
Os que não crêem que o Espírito Santo revela-Se ao coração dos que buscam diligentemente o
conhecimento das coisas de Deus, já se autodesqualificaram para alcançar a promessa.

A VERDADE PERMANECE PARA TODO O SEMPRE

“ ... O Senhor é Deus, e o Espírito testifica, e o testemunho é verdadeiro, e a Verdade permanece


para todo o sempre ... (D&C 1: 39)

Sem haver um registro contínuo, fiel, incorruptível, a Verdade não poderia permanecer para
todo o sempre. Ela porém está permanentemente presente diante de Deus, impressa no Seu
Espírito; guardada na memória de Deus desde as “eternidade passada” e projetando-se à
“eternidade futura” , onde Deus focaliza o progredir ou a multiplicação das Suas obras.
Sem sugerir-se às inteligências individuais para produzir efeitos, a Verdade não teria propósito em
ser preservada. Mas ela existe preservada para poder edificar, desde o âmago, as inteligências
menores; iluminando-as com sua luz de maior inteligência, até mesmo ao ponto delas poderem
brilhar com a mesma luminosidade e poder. Para, assim, rasgarem as trevas infinitas, abrindo
caminho para a contínua organização do espaço, estabelecendo novos reinos e ampliando a obra
de Deus na eternidade, povoando o universo em eterna expansão.

O curso da Luz ou Verdade, em nada se altera diante da crença ou descrença humana;


embora as atitudes negativas possam atenuar Sua força e velocidade de propagação, porque Deus
usa os homens, dando-lhes participação no desenvolver de Sua obra. Mas eles não podem frustrar
as obras e os desígnios de Deus. (ver D&C 3: 1-3)
As inteligências menores não se podem furtar às conseqüências relativas ao comportamento
individual que adotem diante da Inteligência Maior, porque, tendo origem nela, vivendo nela e
dela se nutrindo, são suas dependentes eternamente.
A força geradora da luz mais pura e intensa reside no âmago da Inteligência Maior. Se os
“acumuladores” de energia espiritual das inteligências menores (os corações) não permanecerem
diretamente ligados à fonte, suas “lâmpadas” (inteligências) não poderão brilhar mais do que
tenuemente. Seu brilho será advindo apenas da influência da Luz Maior, por carência de conexão
direta. O Dom é a chave da conexão, e o Espírito Santo em comunhão com a Luz de Cristo, é a
corrente de Luz espiritual que flui da Inteligência Maior para todas as suas dependentes, em
proporção às condutibilidades individuais.
As inteligências menores, enquanto nos corpos mortais, não podem suportar a intensidade de
Luz da Inteligência Maior, por debilidade dos corpos. Mas nossos corpos serão mudados para que
no porvir se cumpram as palavras de Cristo:
“ ...Vossos corpos se encherão com luz, e o corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas”.
(D&C 88: 67)
A compreensão da Verdade em plenitude, não é possível por meio da mente apenas, mas sim
por meio do corpo total. Não do corpo trevoso (opaco) que agora temos, mas daquele corpo
espiritual da ressurreição, cheio com a luz integral do Espírito Santo.

A PROMESSA, A DISPERSÃO E A COLIGAÇÃO DE ISRAEL

As ações de Deus são exercidas dentro de um sistema lógico de método e ordem.


“Eis que a minha casa é uma casa de ordem, diz o Senhor Deus, e não de confusão” (D&C 132:
8)
Compreenderemos melhor as ações de Deus, dentro do Seu sistema logístico de método e
ordem, se examinarmos e correlacionarmos as escrituras referidas em Princípios do Evangelho, p.
264 - Edição de 1978, abaixo resumidas:

A PROMESSA
- Gênese 17: 1-8 (O convênio de Deus com Abraão)
A DISPERSÃO
- II REIS 17 (O reino do Norte é levado cativo)
- I Crônicas 36: 11-20 (O reino do Sul é levado cativo)
- Tiago 1:1 ( As doze tribos são dispersadas)
- 1 Né 10: 12-13 (A migração nefita é parte da dispersão)

A COLIGAÇÃO
- Deut 1: 6 (Israel deve vir de todas as nações)
- Jeremias 3:14-18 ( Um de uma cidade, dois de uma família)
31: 7-14 ( As tribos perdidas virão dos países do Norte)
- Ezequiel 20: 33-36 ( Israel é reunida dentre todas as nações)
- 3 Né 20: 29-46 ( Os judeus que pertencem ao convênio voltarão a Jerusalém)
- 3 Né 21: 26-29 ( A coligação começa pela reunião produzida pela restauração do evangelho)
- D&C 133: 26-34 ( As dez tribos devem voltar do Norte)
- Isaías 11: 11-13 ( O Senhor recuperará Seu povo)
- Apocalípse 18: 4-8 ( Uma voz proclamará a reunião)
- D&C 110: 11 ( As chaves são restauradas para proceder a reunião)
- D&C 133: 6-15 ( Os gentios para Sião nas Américas; os judeus para Jerusalém)

“E QUANDO O TEMPO DOS GENTIOS CHEGAR, ENTRE AQUELES QUE SE ASSENTAM


NAS TREVAS, RESPLANDECERÁ UMA LUZ, A QUAL SERÁ A PLENITUDE DO MEU
EVANGELHO” (D&C 45-28)

CAPÍTULO III

ALGUNS SEGMENTOS DA VERDADE

UMA SUTILEZA SATÂNICA

A simples substituição de uma palavra no texto bíblico da Gênese é razão de enorme dano.
Resulta em efeito catastrófico contra o potencial de fé entre milhões de criaturas, especialmente os
mais instruídos nas ciências do mundo. Ao ser substituída a palavra organizou , do texto hebraico,
pela palavra criou , muito dano foi introduzido no entendimento humano.
No texto hebraico a idéia transmitida era que Deus usara a matéria já existente, embora em estado
desorganizado, para tê-la ordenada e organizada a fim de ser produzido o efeito ecológico-
cibernético da natureza; preparando o planeta para suportar a vida dos seres naturais – homens,
animais, vegetais e minerais.
Já a palavra criou , trouxe em si a errônea idéia de que Deus tenha criado do nada tudo o que
existe. Esse erro colocou Deus em desacordo com o comportamento da natureza, a qual dá
testemunho da verdade.
Os criacionistas e evolucionistas poderiam aproximar-se e eventualmente chegar a um
acordo. A paleontologia, antropologia, geologia e outros mais, poderiam estar em harmonia com
as escrituras, se todos nós houvéssemos sido corretamente instruídos. (ver o apêndice 6 no
primeiro volume).
A falsa idéia de Deus ter realizado esta ou qualquer outra criação desde o nada, violenta
nossa inteligência e nos lança no caos do absurdo ou em rebelião contra a palavra de Deus. Mas a
idéia da palavra criação ter acepção de organização das coisas desde um estado caótico, para daí
fazer surgir algo produzente de efeitos planejados, essa sim, nos eleva em fé no verdadeiro e na
humildade diante do Criador. No organizou há lugar para os bilhões de anos do arqueozóico, para
os homens de Cro-Magnon, Neandertal e o Pithecanthropus Erectus; há lugar para os 7.000 anos
do relato bíblico da criação e os seguintes 7.000 anos depois da queda de Adão. Há também lugar
para uma descrição bíblica sumária do relacionamento de Deus com a família adâmica
exclusivamente – em face do grande mistério não revelado sobre as criaturas pré-históricas, cujas
carcaças já viajavam havia muitos milhões de anos, sepultadas no bojo da matéria desorganizada,
constituinte de outros mundos que nos precederam e foram destruídos por ordem de Deus. Essa
matéria foi reorganizada por decisão de nosso Pai Eterno para preparar um novo mundo – o
planeta terra, para ser nossa morada e herança eterna. O entendimento dessas coisas é o único
meio capaz de fazer a paz entre criacionistas e evolucionistas, entre a ciência e a fé, entre a
inteligência e a Verdade.

No organizou há lugar para compreendermos o porquê no relato da criação da terra, ela


ocupar na Gênese um movimento anterior ao relato da organização do sol, da lua e das estrelas, os
quais, como constituídos dos mesmos elementos fundamentais formadores da terra, são como ela
também autoexistentes e coeternos com o Espírito de Deus (ver o apêndice 5).
Mal tão grande à fé que Deus plantou no coração humano, para ser exercida em sintonia com
a inteligência, o conhecimento, a sensibilidade e a intuição, só poderia ter sido arquitetada por um
espírito ardiloso e conhecedor da fraqueza e limitações humanas – o demônio. É assim que ele
submete a humanidade por suas ardilosas mentiras.
Este intróito vem como preâmbulo deste capítulo, com o intento de convidar o leitor a
reconsiderar idéias tradicionais que eventualmente venha cultivando e que o predisponha contra
uma interpretação mais literal do relato bíblico, especialmente o da Gênese.

A FÉ, O CONHECIMENTO E A INTELIGÊNCIA

A fé é um poder ou faculdade espiritual inerente à substância inteligente que ilumina a mente


de todo ser vivente. Por meio dela podemos exercer esperança de alcançar as metas que
estabelecemos. Ela arregimenta a força de determinação de nossos espíritos e a coragem para
vencer as dificuldades que se interpõem entre nós e nossas metas. A fé pode manifestar-se
inicialmente apenas como uma pequena semente sem cultivo. Mas se for devidamente valorizada
e cuidada, desenvolverá seu poder latente para produzir árvore frondosa e generosamente
frutificada.
O conhecimento é algo que a inteligência capta do meio exterior e vai acumulando por meio
do seu próprio sistema de faculdades espirituais. O acúmulo de conhecimento é proveniente do
esforço da inteligência para armazenar dados, observações e experiência no manuseio das ciências
em geral – físicas e metafísicas, ou seja, materiais e espirituais – para usá-los no processo de
obtenção das metas almejadas.
A inteligência é o conjunto de faculdades espirituais que podem ser exercidas pela substância
lucificada constituinte da entidade espiritual da alma humana – sensibilidade, emotividade,
introspeção, exteriorização, discernimento, análise, memória, fé e decisão.
O conhecimento é um alimento da inteligência para que ela possa crescer em fé e retroaja
sobre o conhecimento, acrescentando-lhe progressivamente luz e verdade.
Para desenvolvermos a fé que agrada a Deus, é preciso alimentar a inteligência com o
conhecimento da verdade, passo a passo até a claridade perfeita. Empanturrar a inteligência com
falso conhecimento, levará o espírito à escravidão. O mérito da inteligência humana não será
avaliado pelo acúmulo de conhecimentos temporais, nem pelo grau de fé desenvolvida na busca
de metas espirituais falsas. Mas sim pelo empenho na busca da Verdade e na perseverança no
perseguir as metas espirituais reveladas por Deus para a salvação eterna do homem. Portanto, é
imprescindível encontrarmos o caminho da Verdade. Sem compreender as palavras dos profetas
de Israel, do Velho e Novo Testamentos; bem como a palavra do Livro de Mórmon e dos profetas
modernos chamados por Deus para nossos dias, será impossível encontrar o caminho da Verdade,
e muito menos segui-lo.
Sem esforço da inteligência para obter o conhecimento verdadeiro de Deus é impossível
desenvolver a fé que salva. Por isso são chamados profetas de tempos em tempos. As restaurações
do evangelho, são o meio que Deus usa para vencer a corrupção de Suas palavras no decorrer dos
séculos.
Quando a inteligência humana está escravizada pelas falsidades tradicionais, só novas
revelações de Deus terão poder para libertá-la. A inteligência só pode ser submetida por forças da
mesma espécie, isto é, forças espirituais. As mentiras bem aplicadas são a força usada pelo
adversário de Deus para deter, submeter e escravizar os homens e espíritos – quando eles não
cedem diante das revelações de Deus para sua geração. A fonte dessas mentiras é o demônio,
secundado por seus próprios ministros e anjos. Eles dominam uma enciclopédia de mentiras
aplicáveis a cada indivíduo, quer na matéria quer no mundo dos espíritos.
Só outra força espiritual maior pode vencê-los – a Verdade de Deus por meio do Seu Sacerdócio.
Quem desejar ser livre deverá procurar obter esse Sacerdócio ... quem não aprender a necessidade
de abrigar esse desejo, já recebeu sua recompensa.
Não há liberdade fora dos domínios da Verdade. Ela nos vem pela Palavra de Deus, veículo
de transmissão de Seu conhecimento, fé ou poder, julgamento, justiça, misericórdia e verdade. O
demônio também usa o poder da palavra para transmitir ao homem uma imitação falsa de todos
esses atributos de Deus, para levar-nos ao desconhecimento do Deus verdadeiro e dos Seus
caminhos. Por isso, dizem as escrituras: “Ele (o Espírito Santo, como Advogado) convencerá ao
mundo a respeito do juízo, consistindo em que o príncipe deste mundo (o demônio) já está julgado
e condenado”. (João 16: 11)
“...E quem se oporá ao vosso julgamento? Quem vos repreenderá por haverdes aniquilado nações
que vós criastes? Ou quem se levantará contra vós para defender os culpados? ... porque vós sois
justo, governais com toda a justiça e julgais indigno de vosso poder condenar a quem não merece
ser punido” . (Sabedoria 12: 12-15)

Em síntese: Toda justiça e julgamento de Deus consiste em que o demônio e seus anjos,
como os principais responsáveis pelos escândalos deste mundo, já estão condenados pela justiça
incorruptível desde a eternidade. Por isso ninguém pode levantar quaisquer argumentos em favor
deles. Mas os escândalos deste mundo são inevitáveis, devido aos co-responsáveis, os homens que
se vendem às sugestões do demônio. Esses serão condenados no julgamento final. (ver apêndice
3)

A PERDA DO GOVERNO DE DEUS

O Reino de Deus perdeu-se para o homem. Não por que Ele o desejasse, mas porque os
israelitas, os primeiros chamados ao convênio, preferiram rejeitá-lo, juntamente com suas leis
maiores, pelos acenos das glórias medíocres que vêm de baixo.
A cristandade moderna, em virtude disso, perdeu a perspectiva dessas palavras. O Reino de Deus
passou a ter uma significação etérea, subjetiva, indefinida, vaga ... e os teólogos de muitas igrejas,
com seus conhecimentos e fé corrompidos ajudam a manter o povo em ignorância.
O que Deus quer dizer quando nos manda procurar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça?
Com isso, devemos entender devermos procurar encontrar Seu Reino onde; em algum lugar fora
da terra?
A resposta está nas escrituras: - Devemos procurar a Igreja verdadeira de Jesus Cristo estabelecida
entre nós – ela é o Reino de Deus na terra.
Quando Jesus disse a Pilatus “Meu Reino não é deste mundo” disse sim que não é um reino
gerado pela cobiça carnal dos homens. Sua Igreja porém, embora na terra, não é gerada dessa
forma, mas sim por revelação dos céus. Ela é um Reino divino que, mesmo estando entre nós, não
pertence ao mundo. Portanto, ela não é deste mundo corrompido e sim de Deus, porque é
conduzida por Ele, por meio da inspiração e revelações do Seu Espírito a profetas autênticos –
chamados pelo poder dos céus.
Cristo jamais declarou que não reinará aqui, pelo contrário, toda escritura diz que Ele o fará.
Após estabelecido nos últimos dias, o Reino de Deus entre os homens jamais passará como
passou no passado e como passaram e passarão todos os governos humanos. Será um Reino
conduzido por leis espirituais, mas literal e tangível como é Cristo na ressurreição; e na
ressurreição de todo ser vivente que for digno, e da terra com todos os seus mananciais em estado
glorificado.
Os teólogos que dizem ser o Reino de Deus, apenas um sentimento de paz e amor dentro do
coração humano – algo subjetivo e intangível; não compreenderam as figuras de linguagem
usadas nas escrituras. Esse ensinamento não tem apoio nas descrições proféticas do Reino Milenar
de Cristo, nas palavras de Daniel e de Isaías. Elas dão conta de um reino literal, embora regido por
leis espirituais, estabelecido nesta terra, e com domínio sobre todas as nações.
A desgraça do homem na terra, tem sido o não participar da proteção que o Reino de Deus e
sua Justiça poder-lhe-iam proporcionar. Por isso, somos exortados a procurar primeiro o Reino e,
então, todas as demais necessidades individuais e coletivas serão automaticamente supridas – na
medida em que, individual e coletivamente, formos nos aperfeiçoando no cumprimento dos
requisitos da lei eterna. Vivemos num caos porque essas leis são ignoradas ou desprezadas pelo
povo em geral.
UM EPISÓDIO MARCANTE DA REJEIÇÃO DO POVO DE ISRAEL AO SISTEMA DE
GOVERNO TEOCRÁTICO

Ao homem foi concedida por Deus a dignidade do livre-arbítrio – portanto não poderia ser
por Ele governado sem o livre consentimento. Embora o único detentor do direito moral e legal
para exercer o governo seja Deus, ao homem foi permitido optar pela ilegalidade, desconsiderar o
direito divino de governo, e fazer-se lei para si mesmo.
“Eis que ponho diante de ti a vida e a morte, o bem e o mal, escolhe pois o bem, para que vivas, tu
e a tua descendência” (Deut 30: 19)
Esclarecemos: vida e morte espirituais como conseqüência no porvir das escolhas exercidas
no tempo da provação.
Examinemos um dos muito atos de rebeldia do povo de Israel nas palavras do profeta John
Taylor no seu livro “The government of God” ,VIII p. 65 – 68. (ver 1 Samuel 8: 4- 22) : “... eles
resistiram ao conselho de Deus; mas como eram o povo do Senhor , Ele ouviu seus pedidos e lhes
deu conforme seus desejos ... um governo de sua própria escolha; embora, não tão bom quanto o
que lhes propusera, foi contudo sancionado por Deus; mesmo assim, aqueles reis, escolhidos e
ungidos por meio de Seus profetas (Saul, David e Salomão) continuaram a ter o direito de buscá-
Lo para obter Sua direção, a qual receberam, e na medida em que executaram Sua vontade ...
foram abençoados como foi possível naquelas circunstâncias.
Porque os reis não podiam ser responsabilizados pela ordem existente, já que eles não
originaram o governo – foi o povo. Tudo o que aqueles reis poderiam fazer, seria governar com as
diretivas dadas por Deus para o sistema de governo que herdaram por escolha do povo. O Senhor
tinha os olhos voltados para algo mais glorioso, algo em que a salvação e felicidade do mundo
estavam diretamente envolvidas. Um governo de justiça, em que não somente Israel, mas também
os reinos e domínios de toda a terra seriam dados ao Filho de Deus. Quando todas as nações,
tribos, línguas e povos, serviriam e obedeceriam a Ele; ... Nem todo governo instituído por Deus é
exercido para dar-Lhe glória, nem está associado com Seu Reino e Governo. Nabucodonosor e
Baltazar foram designados por Deus, mas ambos eram idólatras. Ciro foi designado por Deus, mas
era pagão.
Deus regula Seus próprios negócios; e quando o mundo está num estado de idolatria, apostasia e
rebelião, Ele por Sua providência, sobrepuja os atos das nações ... Deus estabelecerá Seu próprio
governo ... É requerido mais sabedoria que a dos imperadores, reis, príncipes e sábios, para livrar
o mundo do caos selvagem, da miséria desolação que o inundaram” .

O fracasso dos governos humanos ao longo dos séculos seguintes até os nossos dias, já
deveria ter sido bastante para nos ter ensinado a reverter. Buscar reconciliação com Deus e
trabalhar com Ele para o estabelecimento de Seu Reino na terra – a meta ensinada por Cristo
diante de todo cristão verdadeiramente esclarecido: “Venha a nós o teu reino; seja feita a tua
vontade, assim na terra como céu”.

O conhecimento da Verdade incorpora aquisição da consciência desse dever:


Colaborar na edificação da Sião de Deus sobre a superfície de toda a terra, para irradiar
sabedoria, justiça e paz entre todas as nações, tribos, línguas e povos.
Sem novas e contínuas revelações dos céus seria impossível alcançar tão assombrosa meta.
Ela não poderia emergir somente por esforço humano, exercido dentro das nações da cristandade
moderna (ver o apêndice 9, e também os segundo e terceiro quadros do apêndice 18 e suas
descritivas).
O estabelecimento dessa Sião nos últimos dias precisa antes sobrepujar a grande Babilônia
moderna – arrogante, poderosa, envolvente de seduções e sofismarias sacerdotais de toda ordem;
veloz na concepção e propagação do mal, vigorosa na consolidação de suas blasfêmias, injustiça e
corrupção geral.
Será necessário empregar um poder muito superior ao dos homens – Deus revelou que o fará
... e já começou Seu trabalho restaurador diante de todos os que tiverem a espiritualidade
necessária para enxergar o desenrolar da “obra maravilhosa e um assombro”. Esses terão a
segurança da experiência direta com o Espírito de Deus, dando-lhes a certeza de que é Ele quem
dirige a arrancada final para o estabelecimento do Reino Milenar de Cristo na sua Segunda vinda.
Quais serão capazes de crer nas revelações modernas de Deus, declaradas por voz suave e
sussurrante do Seu Espírito; entre as vozes trovejantes de decibéis da grande e abominável igreja
de toda a terra?
Alguns dizem: “Cristo já consumou sua obra ... as revelações cessaram após a morte dos
apóstolos ... elas não mais virão aos homens até que Cristo retorne na sua glória. O reino de Deus
já está estabelecido na terra, ele é constituído pela cristandade moderna, a qual será unida e
fortalecida nos últimos dias” .

Sobre isso é muito pertinente citar o livro de John Taylor agora referido, Cap. III, pags. 16-
18 :

“Há alguns supondo que a influência da cristandade, como é hoje ensinada e administrada,
virá a desenvolver e trazer o reino Milenar da Paz. Examinaremos brevemente o assunto:
Primeiramente tomaremos as Igrejas Católica e Grega, conforme têm existido por muitos
anos – sem exame de suas doutrinas, se certas ou erradas – porque elas formam dois dos maiores
ramos da Igreja Cristã. As duas, governaram uma grande porção da Europa em tempos diversos; e
qual é a situação do povo e das nações onde elas tiveram controle, influência ou domínio? Já
observamos os efeitos e tocamos brevemente nos males que prevaleceram naqueles países; e se a
Grécia e a Rússia, ou qualquer outro país onde a Igreja Grega teve domínio, forem um bom
exemplo da influência dessa Igreja, teríamos muito pouco a esperar (caso aquela religião fosse
mais largamente difundida ou estendida) que os resultados fossem mais benéficos porque, se
falhou para umas poucas nações no melhoramento de suas condições, necessariamente teria
falhado em beneficiar a maioria se estendida sobre todas elas.. Nem divisamos qualquer prospecto
melhor para o caso da religião Católica.
Que benefício tem ela sido para as nações onde mais prevaleceu? Tem nelas havido menos
guerras, menos animosidade, menos mal de qualquer espécie sob seu império?
Não pode ser dito que ela teve interrupções em seu progresso e em suas operações nessas
nações. Ela manteve pleno poder na Espanha, Roma e grande porção da Itália, na França e no
México por muitas gerações, para não mencionar muitos estados menores.
Aumentou ela a felicidade dessas nações no mundo? Não é necessário referir-me aqui à
história dos Valdenses, Albigenses e Huguenotes, à dos Cruzados, nas quais tantos reis cristãos se
engajaram, nem às suas infelizes divergências, guerras e comoções, derramamento de sangue e
carnalidade, que existiram entre esses povos; porque suas histórias são bem conhecidas. A posição
atual de ambas as Igrejas, Romana e Grega, mostra um espetáculo nada encorajador para nos levar
a ter esperança de que o mundo, caso estivesse sob suas influências, fosse conduzido um reino
Milenar de paz e retidão. Não se diga que essas igrejas Ter oportunidade para desenvolver-se,
porque sua religião prevaleceu e foi acolhida nessas nações. Elas mantiveram influência universal
em tempos diversos por várias gerações. Os reis, Conselhos e Legislaturas têm sido dessas
religiões.
Em Roma o Papa governou supremamente, e ainda , por algum tempo, na Lombárdia,
Ravena e outros Estados. Na Grécia, o Patriarca de Constantinopla, e na Rússia, o imperador é o
cabeça da Igreja. (este livro foi escrito em 1852)
... O que fizeram as reformas de Calvino, Lutero e outros reformadores em benefício do mundo?
Podemos notar que a Dinamarca, Suécia, Prússia, grande parte da Alemanha, Holanda e Suíça,
como também Inglaterra e Estados Unidos, são protestantes. Que podemos dizer deles?
- Que são parte de um mundo desorganizado, e que manifestaram a mesma e infeliz disposição
que as outras partes (as igrejas já consideradas) ... Vemos entre eles a mesma ambição, avareza e
inconseqüência e, portanto, as mesmas guerras, derramamento de sangue, pobreza, miséria e
sofrimento; e milhões de seres humanos sacrificados por seu orgulho, ambição, avareza e sede de
fama e glória nacional.
A reforma da Igreja da Inglaterra é qualquer coisa de inatribuível àquela igreja. Refiro-me a
Henrique VIII e o caminho de vacilação tomado por alguns de seus primeiros reformadores; e a
perseguição aos que se opunham a ela em fé religiosa.
... Se olharmos para as nações cristãs como um todo, veremos um quadro verdadeiramente
lamentável, um retrato miserável da humanidade caída e degenerada. Vemos nações cristãs, com
os ministros cristãos de cada uma delas, clamando pelo Deus cristão, para dar-lhes a vitória contra
seus inimigos cristãos! E adoradores do mesmo Deus!
... Se Ele houvesse sido tão incoerente quanto eles, e ouvido suas preces, há muito eles teriam sido
destruídos, e o mundo cristão despovoado.
... A cristandade tem permanecido neste estado por mais ou menos mil e oitocentos anos
(considerado o ano de 1852). Se continuar assim e espalhar-se por todo o mundo nessa forma, o
que realizará? A redenção e regeneração do mundo?

- Verdadeiramente não! ... Porque causas iguais sempre produzem efeitos iguais; e se
falharam em regenerar as nações nas quais tiveram plena influência, necessariamente falharão em
regenerar o mundo. Se falharam nas pequenas coisas, como poderão elas alcançar a realização das
grandes?”.

O arrazoado do Presidente Taylor é claro, conciso, poderoso. É tremendamente lógico e


exato; embora na década de 50 do século XIX, é hoje tão atual quanto nos seus dias. Basta
examinar o comportamento das nações modernas.
Positivamente o governo de Deus perdeu-se para o homem. Confundida que está na
avalanche de problemas que se levantam nas nações, a humanidade perplexa procura um líder
verdadeiro em quem possa confiar, amar e seguir ... mas o mundo não tem as condições
espirituais para produzi-lo. Será necessário um profeta tão grande quanto Moisés – formado pelo
Espírito de Deus e não pela infrutuosa e pretensa sabedoria deste mundo corrompido em que
vivemos. É exatamente por isso que declarou o Senhor Jesus Cristo ao profeta que chamou para
dar abertura à restauração de todas as coisas:
“Portanto, Eu, o Senhor, conhecendo a calamidade que haveria de vir sobre os habitantes da terra,
chamei meu Servo Joseph Smith, lhe falei dos céus e dei-lhe mandamentos”. (D&C 1: 17)
Da mesma maneira que os israelitas rejeitaram no passado o governo teocrático para seguir
os sistemas de governo deste mundo, e Deus deixou que eles fizessem suas experiências, da
mesma forma, nos últimos dias Ele atenderá a vontade dos justos para o retorno de Sua teocracia,
após o sofrido amadurecimento a que o povo se submeteu por exercício da livre escolha.
Um profeta moderno foi chamado para que Deus venha a cumprir as promessas feitas aos
patriarcas; desde Adão, passando por Abraão, Isaque, Jacó e todos os demais que se seguiram a
eles até os nossos dias. Ele fará isso através da reunião e coligação de Israel nos Últimos Dias. O
povo de Deus nos Últimos Dias (Israel) será reunido dentre todos os povos da terra – os homens
que aceitarem o convite divino por meio dos missionários da Igreja restaurada por Jesus Cristo.

O EVANGELHO E OS TRABALHOS PRECURSORES

Nas guerras entre os exércitos da terra há soldados designados para limpar o terreno por onde
passarão os blindados e a infantaria, são os sapadores. Munidos de detetores de várias espécies,
vasculham , encontram, neutralizam armadilhas e desarmam explosivos de pressão. Eles são os
precursores das ações de maior envergadura nos movimentos dos exércitos. Sem sua atuação, as
perdas seriam proibitivas e o progredir das ações seria extremamente prejudicado. Os sapadores
são criteriosamente preparados e equipados, para evitar que eles mesmos vão pelos ares.
Na guerra espiritual que se desenvolve entre nós, Deus também emprega Seus sapadores, aos
quais dá o nome de Elias. Um Elias é um precursor, um preparador de condições, um amaciador
de espíritos, um restaurador menor abrindo caminho para a missão de alguém maior do que ele.
João Batista foi um Elias para Jesus na Sua primeira vinda. Joseph Smith foi um Elias para Jesus
na Sua Segunda vinda. Elias é também o nome pessoal de um grande profeta de Deus.
Como no caso dos sapadores militares, os Elias de Deus devem ser seres altamente qualificados e
bem equipados – seu melhor apetrecho é o poder do Espírito Santo.
Disse o anjo Gabriel a Zacarias “que o sapador de Deus ou o Elias que lhe seria dado como
filho, deveria ser chamado João, que ele haveria de ser grande aos olhos de Deus e que viria
armado do Espírito Santo já desde o ventre materno”.
Disse também que João iria adiante do Senhor no espírito e poder de um Elias para converter
muitos filhos de Israel e preparar o caminho para o Senhor realizar a missão de maior envergadura
– a restauração do Evangelho no Meridiano dos Tempos e consumação de Seu grandioso trabalho
expiatório.
Mas João Batista não foi o primeiro sapador de Deus na vida temporal, nem seria o último.
Isso é comprovado pelo trabalho dos profetas e apóstolos, pois todo grande trabalho de Deus é
precedido pela ação de Seus Elias.
Assim como foi necessário um precursor humano para a Primeira Vinda, seria também necessário
um precursor para a Segunda Vinda – ele já veio na pessoa do Profeta Joseph Smith, seguido de
todos os profetas que presidiram a Igreja depois dele, e dos seres celestiais que se manifestaram
para restaurar as chaves do sacerdócio.

Os israelitas representados pelos judeus no Meridiano dos Tempos, não alcançaram a


compreensão de que os tempos e o trabalho precursor da Lei de Moisés estavam cumpridos e
superados pelo advento do Evangelho do Filho de Deus.
Paulo, falando ao povo israelita dos dias anteriores a ele, disse: “Como se deu com eles também a
nós foram anunciadas as boas novas; mas a palavra ... não lhes trouxe proveito, visto não ter sido
acompanhada pela fé ...”(Hebreus 4:2).
Na atitude de não aceitação da superação da lei de Moisés, sob a qual viviam, os judeus do
sacerdócio do tempo de Cristo excluíram-se das bênçãos da lei superior – o Evangelho. Essa
atitude mental da liderança judaica daquela época, tanto impediu que a maioria do povo judeu, seu
contemporâneo, aceitasse a missão de Jesus Cristo quanto impediu pelos séculos seguintes, até
nossos dias, que o povo judeu aceitasse o verdadeiro Messias na sua primeira vinda. A lei de
Moisés, nas palavras de Paulo, foi um aio para conduzir o povo ao Cristo, mas quando Ele veio só
foi reconhecido por poucos entre eles.
Portanto, no entendimento de Paulo, a lei de Moisés era um trabalho precursor (um trabalho
de Elias) para a entrega da lei Superior pelo Elias (Jesus Cristo) que haveria de vir para restaurar
todas as coisas em preparação do mundo para a futura vinda do Pai no fim dos tempos.
Semelhantemente, pelo mesmo apego às tradições herdadas de seus pais, católicos e
protestantes, os povos gentios de hoje, estão se auto-impedindo de compreender o propósito, o
alcance e a superação do trabalho precursor dos reformadores do século XVI, em face do trabalho
maior de Deus – a restauração do Evangelho nos tempos modernos; de acordo com a profecia de
Pedro (Atos 3: 19-23).
A Reforma Protestante teve como líderes principais, Lutero, Calvin, Roger Williams e
muitos outros, os quais, na influência do Espírito do Senhor, prepararam o caminho da libertação
do jugo vociferante do catolicismo secular, abrindo o caminho para o trabalho maior de Deus no
raiar do século XIX - pelo chamado de Joseph Smith e depois dos profetas seguintes até nossos
dias.
“Não posso submeter a minha fé quer ao papa quer ao conselho; porque claro é como o dia que
eles têm errado freqüentemente e se contradizem uns aos outros ... e amenos que eles conquistem
a minha consciência pela palavra de Deus, não posso me retratar e não me retratarei, pois é
inseguro para um cristão falar contra a sua consciência ...” (Worms, 1521, diante do conselho ou
dieta).
Assim, vemos Lutero rompendo os grilhões medievais e lançando a semente de liberdade de
consciência dos indivíduos e dos povos - tão necessária para a futura restauração espiritual e de
todas as coisas.
Os pais do protestantismo lançaram uma semente que deveria germinar e fortalecer suas
raízes, para no futuro dar surgimento a um povo especificamente preordenado e preparado por
Deus para, por meio dele, realizar a obra maravilhosa e um assombro anunciada pelos profetas em
preparação para a Segunda Vinda de Cristo.
Como adverte Paulo em Atos 13: 40-41: “Cuidai pois, que não venha sobre vós o que foi dito
pelos profetas - Vede ó desprezadores, pasmai e morrei de espanto. Pois eu vou realizar uma obra
em vossos dias, obra a que não creríeis se alguém vo-la contasse”
Envolvidos como estavam na época de suas lutas, os reformadores não poderiam
compreender a profundidade dos efeitos futuros que sua ação levaria; qual o seu verdadeiro papel;
quais os termos legais de sua instrumentalidade nas mãos de Deus para o restabelecimento do
Reino fundado por Cristo no Meridiano dos Tempos. Eles não poderiam antever os limites das
suas atuações no concernente ao trabalho que o Senhor preparava por meio deles. A visão humana
não alcança tão longe, a menos que haja revelação dos céus. Mas no calendário do Altíssimo, ela
estava reservada para a abertura do século XIX. Por isso, ao conquistarem a liberdade de
consciência, os reformadores deram início à organização de muitas igrejas, de acordo com as
interpretações particulares que cada líder desenvolvia do estudo dos textos sagrados. Não poderia
ser de outra forma, pois sem nova revelação, a restauração da autoridade legal para exercer em
nome de Deus, não poderia existir; em conseqüência, a Igreja Verdadeira não poderia ser
restabelecida.
Foi exatamente nisso que eles exorbitaram do direito legal, ao chamarem a si mesmos o
direito de falar e agir em nome de Deus - “Ninguém toma para si esta honra, a não ser que seja
chamado por Deus como foi Aarão”.
Eles lutaram e venceram a tirania do catolicismo sobre suas consciências, mas deixaram de
apelar para a sabedoria de Deus a fim de entender o seu próprio papel. Por isso, mais tarde vieram
a tornar-se tiranos da mesma forma que aqueles que os oprimiram. Alguns reformadores porém,
chegaram a compreender posteriormente que eram carentes de autoridade divina e que seria
necessário fossem chamados novos apóstolos para que pudesse ser restabelecida a Igreja de Jesus
Cristo - Roger Williams declarava isso publicamente.
De qualquer forma, a proliferação de igrejas fundadas por homens, teria que suceder, como
efeito da falta de revelação dos céus. Mas esse evento da proliferação de denominações religiosas,
seria usado por Deus para provar os homens, tanto na mortalidade quanto no estado de espírito
pós-mortal; para ver a capacidade individual de discernirem a verdadeira justiça do Reino quando
lhes fosse anunciada no futuro.
A capacidade individual de discernir o caminho da Verdade, será sempre uma questão de
espiritualidade (conhecimento, fé, sensibilidade, amor e serviço ou caridade - predicados que se
completam e determinam o valor espiritual de cada um).
O amor do homem pela causa divina, será medido na exata proporção em que ele se dispõe e
renuncia os interesses pessoais para obedecer os princípios do evangelho e colaborar na edificação
do Reino de Deus na terra. Somente aqueles que buscarem com essa disposição, obterão o
testemunho pessoal dado pelo Espírito Santo - quanto à restauração do evangelho e a veracidade
do profeta escolhido para dar a abertura ao estabelecimento da Sião de Deus nos últimos dias.
Podemos dizer dessa forma, que os líderes da Reforma, a partir do século XVI, trabalharam,
sofreram e até mesmo entregaram suas vidas pela causa da libertação das consciências da
humanidade no seu século e nos vindouros. Mesmo inconscientes disso, estabeleceram os
alicerces para a anunciada restauração, pois só Deus conhecia as manobras de seus dias e as
conseqüências futuras.
Por essas limitações , eles são justificados nos erros de interpretação e avaliação de sua posição.
Não é tão grave terem deixado de compreender o seu momento nos séculos - eles estavam muito
envolvidos pelos acontecimentos contemporâneos. Porém o homem cristão dos nossos dias, não
está justificado se deixar de avaliar corretamente esses fatos históricos, diante das atuais
revelações restauradoras de Deus, no chamado do profeta Joseph Smith. Hoje temos mais cinco
séculos de altura para ampliar nosso campo visual e as perspectivas da história, fatos que somados
às revelações modernas, tornarão injustificável a posição dos incrédulos na Obra do Pai nos
últimos dias.
Que o Senhor nos livre de sermos dos tais!
Quão lastimável será a condição dos homens das diversas denominações religiosas que não
alcançarem esse entendimento, para abraçar a verdadeira causa de Deus nos seus dias; para virem
fazer parte da Igreja restaurada. Mas, sem compreenderem o engano dos antepassados -
fundadores das inúmeras igrejas humanas; como poderão entender o seu momento no século,
diante da Verdadeira Igreja de Jesus Cristo?
Porém haverá alguns que entenderão, para isso estão no mundo todo perto de 61.000
missionários anunciando essas coisas:

“Pois existem ainda muitos na terra entre todas as seitas, partidos e denominações ... que só estão
afastados da verdade por não saberem onde encontrá-la”. (D&C 123: 12)

UM TRABALHO PRECURSOR - O ADVENTO DO LIVRO DE MÓRMON


(Razões e necessidade de seu advento)

Livro de Mórmon é uma bênção de Deus à humanidade, ele só incomoda, irrita ou exaspera
aqueles que têm hostilidade contra a Verdade. Seu advento é um fato absoluto, documentado tanto
na terra quanto nos céus. Quem poderá cancelar um fato que já aconteceu por ordem de Deus?
Se meditarmos sobre as condições existentes na terra desde o desaparecimento dos apóstolos
no Meridiano dos Tempos e tentarmos defini-las, poderemos dizer em poucas palavras: - Grande
confusão espiritual no mundo cristão no concernente à doutrina, ordenanças, convênios e
autoridade legal para ministrar em nome de Deus. Sem dizer da malignidade que se introduziu no
clero e imperou por muitos séculos.
Seria um acontecimento maravilhoso e uma grande bênção se, como nos tempos antigos,
Deus se revelasse dos céus a um profeta escolhido e trouxesse a palavra esclarecedora para acabar
com as querelas religiosas deste mundo. A Bíblia testemunha que isso foi feito muitas vezes no
passado. Toda vez que Deus assim procedeu foi para um povo “moderno” daqueles dias. Hoje
somos nós os modernos; por que Ele não nos falaria da mesma forma?
Todos os cristãos concordariam que isso seria maravilhoso!
Pois bem! Deus o fez ao chamar Joseph Smith e conduzi-lo ao Livro de Mórmon por
instrumentalidade do anjo Moroni. Ao homem só resta deixar-se abençoar pela aceitação desse
fato absoluto por efeito do testemunho do Espírito Santo, embutido nas palavras do Livro; ou
rejeitar o trabalho de Deus para os seus dias. Os arrazoado divino e seu forte raciocínio, estão lá
contidos para satisfazer e regozijar a todo homem que tenha sede da Verdade. Se tal arrazoado
não for o bastante para demonstrar e convencer, muito menos para tal servirão nossas palavras.
As razões para o advento do Livro de Mórmon estão contidas no frontispício do livro.
Essas razões não foram definidas e lá colocadas pelo profeta descobridor do Livro, elas já
estavam nas placas, escritas pelo próprio profeta Mórmon - o autor do resumo dos anais (ver
Morm 1: 1-4).
Vamos interpretá-las aqui, para ajudar a compreensão dos leitores iniciantes no assunto:
O Livro de Mórmon é um resumo dos anais escritos pelos profetas do povo de Nefi e pelos
descendentes de Lamã (os lamanitas) que se houveram convertido ao evangelho pela pregação dos
nefitas justos no passado. Mórmon escreveu o resumo a partir dos anais que lhe chegaram às mãos
por informação do profeta Amaron, o qual, por ordem de Deus, os havia ocultado no ano 321
A.D. no país de Antum, numa colina chamada Shim naquele tempo. Mais tarde a mesma colina
foi chamada Ramah - onde depois, Mórmon também veio a ocultar seus anais. Moroni chamou o
mesmo outeiro de Cumorah, onde ocultou o Livro de Mórmon em 421 A.D. para, finalmente, o
Livro chegar às mãos de Joseph Smith em 1827. O Livro foi escrito por mandamento de Deus aos
profetas e também pelo espírito de profecia e revelação (inspirado à mente dos profetas pelo dom
do Espírito Santo). Ele foi escrito, selado e escondido na proteção do Senhor para que não fosse
destruído; para ser trazido à luz mais uma vez pelo dom e poder de Deus, para poder ser
interpretado. Foi selado pela mão do profeta Moroni, filho de Mórmon, e escondido sob a
proteção do poder do Senhor, para ser apresentado no Seu devido tempo, por intermédio dos
gentios (os descendentes dos europeus, oriundos da colonização greco-romana) e ser interpretado
pelo dom de Deus” (traduzido da língua original).
O Livro destina-se a mostrar aos remanescentes da Casa de Israel (os índios das Américas
que descendam das emigrações do povo israelita) quão grandes coisas o Senhor fez aos seus
antepassados; para que eles possam conhecer as alianças do Senhor ( os convênios feitos com seus
pais e as promessas a que têm direito como filhos - se aceitarem os termos dos convênios); e para
que saibam que não foram rejeitados para sempre. O Livro destina-se também a convencer aos da
tribo de Judá (os judeus) e aos gentios, de que Jesus é o Cristo anunciado nas escrituras. Aquele
que veio investido com o poder do Deus Eterno, o qual manifesta-se a todas as nações.

*
Livro de Mórmon cumpre muitas outras finalidades no sentido de esclarecer o homem e
ampliar o conhecimento que deve ter do seu relacionamento com o Criador e o conhecimento de
si mesmo como indivíduo, como família, povo e nação. Ele é o meio pelo qual Deus determinou-
Se a preservar a pureza da doutrina, corrigir idéias erradas que seriam difundidas por todo o
mundo, confundindo a palavra dada aos patriarcas da raça adâmica desde o princípio do homem
(veja-se 2 Né 29: 28; 26-32 e 2 Né 30: 1-6).
O Livro mostra o forte raciocínio e o arrazoado de Deus para eliminar a confusão doutrinária
reinante no mundo (ver Moroni 8: 8-16 e Né 29: 1-9) Ele vem por causa de profecias contidas na
Bíblia e também em favor dela, para eliminar os erros introduzidos pela mão do homem na obra
de Deus. É um livro de libertação para todos os que se deixarem conduzir por suas palavras.

CAPÍTULO IV

OS JUDEUS COMETERAM E OS GENTIOS COMETEM ERROS SEMELHANTES

Por ocasião da primeira vinda de Cristo, os judeus estavam sob o domínio do Império
Romano. Embora gozassem de regalias, na verdade eram vassalos. Pesavam-lhes os impostos e a
obediência forçada aos mandatários romanos. Eles ansiavam por um libertador - o Messias
prometido na profecia. Mas com isso, os seus corações almejavam acima de tudo o poder deste
mundo. Não tinham a necessária sede de justiça e verdade; eles queriam exercer sobre os outros
povos o mesmo domínio que sofriam da parte deles e receber a glória do mundo como receberam
nos reinados de Saul, Davi e Salomão principalmente. Por essa disposição de espírito, a grande
maioria deles deixou de compreender e aceitar a primeira vinda do Salvador; no caráter do
cumprimento de toda a justiça espiritual anunciada nas escrituras por todos os profetas anteriores.
Seus olhos não puderam ver, seus corações aceitar e suas mentes entender a vinda de um Messias
sem poder temporal, sem exércitos celestiais aguerridos e preparados para conquistar o domínio e
a glória para o povo judeu.
As escrituras eram claras sobre as lutas e sofrimentos temporais e espirituais pelos quais o
Servo de Jeová passaria na mão dos homens, por instigação de seu povo; por aqueles judeus que
eram do seu próprio sangue, como descendente do rei Davi pelo sangue de Maria. Isso teria de
acontecer antes que Ele descesse em glória e poder para exercer domínio sobre todas as nações da
terra, e reclamar os seus direitos como Rei dos reis e Senhor dos senhores. A ânsia de poder dos
judeus daqueles dias impediu que o Messias fosse aceito naquelas circunstâncias e, desde então,
formou-se um véu de obscurecimento na mente das gerações seguintes até o dia de hoje,
impedindo o povo judeu de aceitar Jesus como o Messias. (sobre essa rejeição, consultar o livro
deste mesmo autor, Jeová, Jesus e o Judaísmo). Assim cumpriu-se o estigma pela boca dos pais
judeus, ao induzir os romanos a crucificar Jesus - “Que seu sangue caia sobre nós e nossos filhos
...”
Somente Jesus tem o poder para retirar esse véu. Os judeus não podem crer Nele
coletivamente e se Salvar ... até que o véu lhes seja retirado com poder pela descida de Cristo no
Monte das Oliveiras na Sua segunda vinda. Esse tempo está próximo.
Da parte de Deus, a primeira vinda de Cristo estava sendo anunciada desde a fundação do
mundo. Ela foi grandemente enfatizada na palavra de Isaías e em altas vozes por seu precursor
contemporâneo, João Batista. Isso de nada serviu à maioria dos judeus, por todas as razões já
expostas. Eles perderam a visão da salvação eterna, porque seus olhos estavam fitos nas glórias do
mundo. Aqueles dias não eram ainda o tempo determinado nos céus para a redenção do povo de
Israel. Mas a oportunidade de salvação eterna estava aberta, e alguns a usaram individualmente
falando.
Os judeus cometeram aquele grande erro nos seus dias, jogando fora sua grande
oportunidade de salvação espiritual devido à força das idéias insufladas do seu mundo
contemporâneo. Eles não foram capazes de superar as circunstâncias negativas do seu século, por
não terem compreendido o momento histórico que atravessavam, descrito pela profecia.
Os gentios jactam-se de haver compreendido a primeira vinda e aceitado Jesus como o
Salvador; de que receberam-No como um libertador espiritual através de Sua Expiação. Mas os
gentios coletivamente falando, estão cegos para o caráter e peculiaridades precursoras da segunda
vinda de Cristo. A imagem do humilde carpinteiro não quer ceder lugar nas suas mentes, ao Cristo
dono de todas as riquezas do Universo, conquistadas de fato e de direito pela justiça que Ele
operou, desprezando na vida mortal as riquezas e honras do mundo pela causa de Deus. Isso é
exigido de todos os homens que desejarem alcançar o mesmo estado de vida que Cristo usufrui na
eternidade. Quem não fizer por isso, herdará menos ou muito menos, de acordo com suas obras no
dia desta vida - “A cada um será dado de acordo com suas obras”.
Na segunda vinda, Cristo virá como os judeus esperam pelo Messias. Virá com poder e
grande glória, seguido pelas milícias celestiais. Como diz Isaías: “Com efeito, Javé virá no fogo,
com seus carros de guerra, como um furacão, para aplacar com ardor a sua ira e a sua ameaça com
chamas de fogo” (66: 15) e em Salmos 68: 17 lemos que os carros de Deus são milhares de
miríades; algumas Bíblias, dizem que são 20.000 os carros do Senhor.13
Seu reino crescerá passo a passo nos últimos dias; em poder econômico, social e político,
aqui mesmo nesta terra. Depois de consolidado, o reino de Deus na terra será unido ao reino dos
céus, literalmente, assim como dizem as escrituras.
Enquanto o anjo de Deus não declarar “Não haverá mais tempo” (Apocalipse 10), no final do
sétimo Milênio, ainda viveremos sob condição temporal. Assim, o poder do reino de Cristo na
terra, terá que ser desenvolvido no tempo, através da preparação de um povo apto para absorver as
leis dos reinos superiores dos céus, e receber a elevação de vida daqueles que de lá virão. Essa
preparação exigirá revelações de Deus, profetas, pastores, evangelistas, missionários; poderes
econômico, social e político; unidade de propósitos, muito trabalho e sacrifício dos interesses
pessoais da parte do povo eleito.
A Igreja que Cristo restaurou nos últimos dias tem que ser poderosa em todos os sentidos,
mas esse poder é algo a ser conquistado gradualmente; pois ela terá que dar origem ao Estado de
Sião, congregando a nação de Israel nos dois hemisférios. Isso é necessário para ela poder
proceder seu chamado de levar à conversão os homens, as famílias e a sociedade nas nações, em
preparação da futura fusão com os justos que descerão com Cristo na abertura do Milênio da Paz.
Muitos gentios estão rejeitando A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias devido
à sua crescente riqueza temporal, sem se darem conta de sua ainda maior riqueza - a espiritual. É
preciso considerar tudo o acima dito, para evitar cair no mesmo erro dos judeus na primeira vinda
de Cristo.
Os judeus rejeitaram o Messias pobre porque não veio cheio de glória, rico e poderoso
temporalmente. Os gentios rejeitam o Messias rico porque não volta pobre.
A treva é portanto semelhante. Vemos no livro de John Taylor, anteriormente citado, pág.
75: “Os judeus cometeram um grande erro com respeito à vinda de Cristo; os gentios têm
cometido erro eqüivalente com respeito à sua segunda vinda. Os judeus esperavam-no vir como
um libertador temporal exclusivamente, e não reconheceram seus sofrimentos, privações,
perseguição e morte, os gentios , tendo crido em seus sofrimentos, perderam a compreensão de
sua segunda vinda; das promessas de Deus aos seus pais; da redenção da terra e do reino de Deus.
Ambos estão errados; ambos creram em parte; nem um deles no total. Os judeus, em
conseqüência de sua incredulidade foram cortados, mas quando Cristo vier novamente, virá da
maneira que seus pais esperavam, como um rei com poder e autoridade. Os gentios, tendo caído
em escuridão, perderam de vista os grandes propósitos de Deus com respeito à redenção do
homem e a do mundo; da restituição de todas as coisas, e da vinda de Cristo para reinar. Eles
esqueceram-se a tal ponto, que estão verdadeiramente cumprindo a profecia de Pedro:
“Aparecerão nos últimos dias escarnecedores, caminhando segundo suas próprias paixões, e
dizendo, onde está a promessa da sua vinda?” (Pedro 3: 4) Mas por outro lado, as escrituras
representam Cristo como o Senhor da |vinha, como o herdeiro que foi morto; como o lançador da
semente no mundo; como o destruidor dos iníquos; como vindo para governar as nações com um
cetro de ferro, etc., e tomar posse do reino. (ver Daniel, Zacarias e outros profetas).

“Pois este é um dia de advertência e não de muitas palavras. Pois eu, o Senhor, não serei
escarnecido nos últimos dias. Eis que eu sou do Alto, e o meu poder permanece em baixo ... e o
dia vem em que todas as coisas me serão sujeitas. Eis que sou o Alfa e o Ômega, mesmo Jesus
Cristo”. ( D&C 63: 58-60).

CAPÍTULO V

AMPLIANDO OS CONCEITOS SOBRE SIÃO E SIONISMO

SIÃO E SIONISMO SEGUNDO A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS


ÚLTIMOS DIAS

Sião pode referir-se a lugar ou lugares. Também pode referir-se a estados de consciência -
aos puros de coração.
Sião - Nome dado por Deus ao Seu povo (Moi 7: 1111111--18);
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (D&C 21: 7-8);
A Nova Jerusalém, a ser construída em Jackson County, Missouri;
As terras americanas, do Norte e do Sul, (Ensinamentos do Profeta J.S., pág. 362; 1Né 2:20;
Eter 1: 42) que são as terras escolhidas para a reunião da Israel dos Últimos Dias;
O local definido como Monte Sião ( Apo 14: 1-5; D&C 133: 18) - onde o Senhor descerá
acompanhado dos 144.000 portando o nome do Pai nas suas frontes;
A habitação dos seres exaltados, Monte Sião (Hebreus 12: 22-24)
Sionismo - O movimento moderno que visa a reunião dos judeus na Palestina. Essa
motivação dos judeus reside nas muitas profecias do Velho Testamento que dizem do retorno de
Judá às terras de sua herança.
O movimento atual dos judeus para a Palestina é apenas um início da grande reunião dos
judeus; a qual, será acelerada depois que Jesus Cristo for reconhecido por eles como o Messias
(D&C 133: 35)
Os judeus estavam sem uma pátria já a 18 séculos; 12 milhões deles estavam congregados em
várias grandes cidades dos gentios em todo o mundo nos idos 1840 ( no princípio da década de 80
eles passaram a ser 14 milhões, mesmo após o grande massacre sob Hitler na década de 40.
O elder Orson Hyde, cumprindo ordem do Senhor, foi ao Monte das Oliveiras e, em 24 de
outubro de 1841, pronunciou, pelo Espírito da Profecia, as palavras de poder que abririam dali
em diante o caminho para dar início ao cumprimento das profecias sobre a coligação de Israel, no
que concernia à volta dos judeus para a Palestina (A Igreja Restaurada, pgs. 167 e 168 - A oração
dedicatória e o seu cumprimento). Elder Orson Hyde exerceu excepcional fé para cumprir essa
missão. Ele enfrentou e venceu enormes dificuldades em nações engajadas em guerra, viajou mais
do que 32.000 quilômetros totais. Depois de pronunciar sua bela oração, já na cidade Egípcia de
Alexandria, ele enviou um texto para ser publicado no jornal pertencente aos santos, em
Liverpool, o “Millenial Star” : Dizia o texto:

“ Foi por poder político e influências que a nação judaica foi posta abaixo; e seus súditos
dispersados para fora; e eu aqui lanço minha opinião de que, por poder político e influência, eles
serão reunidos e elevados; e depois, de que a Inglaterra é destinada, na sabedoria e economia dos
céus, a estender em primeiro lugar o seu braço de poder político na liderança dessa realização
gloriosa” , Millenial Star, March, 1842.

SIÃO E SIONISMO SEGUNDO O MUNDO SECULAR

Sião - hebraico tsiyon, uma colina; colina em Jerusalém onde foi localizado o templo e o
palácio de Davi, tida pelos judeus como o centro da vida nacional judaica; o povo judeu; a cidade
celestial; a teocracia de Deus.
Sionismo - Movimento para o restabelecimento do estado nacional judeu na Palestina; sionista é
toda a pessoa que apóia os princípios do sionismo.
O primeiro Congresso Sionista deu-se em Basiléia, 1897. Definiu as aspirações políticas do
sionismo - que eram fundamentalmente, o estabelecimento de um lar para a nação judaica,
garantido pelo direito público.
Herzl foi a grande estrela judaica nesse congresso. Ele morreu em 1904, com 44 anos de idade,
esgotado na luta por essa causa. Ao encerrar-se o primeiro Congresso Sionista, Herzl anotou no
seu diário: “Hoje fundei o Estado Judeu, se eu dissesse isso em voz alta dariam gargalhadas. Mas
em cinco anos ou com certeza dentro de cinqüenta anos, verão que eu tinha razão”.
Realmente, exatamente cinqüenta anos após, estava nascendo o Estado Judeu!
A partilha da Palestina em dois Estados, árabe e judeu, deu-se em 29 de novembro de 1947.
A 14 de maio de 1948 o Conselho Nacional Judeu proclamou o Estado de Israel. A admissão de
Israel na ONU aconteceu em 11 de maio de 1949 - em conformidade com os artigos 1o e 2oo da
Carta da ONU, os quais dizem do princípio de autodeterminação dos povos na constituição dos
Estados Nacionais.

APRECIAÇÃO HISTÓRICA

Séculos II a IV AD - durante a luta ideológica entre o cristianismo e o judaísmo, João


Crisóstomo, um influente prelado cristão, rotulou os judeus como demônios a serviço de Satanás.
Séculos IX a XII - A Igreja Católica acusou os judeus de adoradores do demônio, praticantes
de magia negra - incluindo o sacrifício de crianças. Apareceu a falsa estória do governo secreto
judaico, exercido por um Conselho de Rabis para destruir os cristãos.
Esse tratamento contribuiu para que os judeus se apegassem ainda mais às suas tradições se
unissem solidamente para lutar por preservar sua nação dispersa. Dessa forma, a identidade da
Nação Judaica (os filhos de Judá) não se diluiu como aconteceu com a descendência dos
israelitas das demais tribos, que formaram o Reino de Israel ao Sul. Jeová disse que eles seriam
dispersos e pisados por todas as nações ... mas que no futuro seriam congregados para redimir e
salvar os justos entre eles.
Das tribulações sofridas por este povo, foram gerados os grandes líderes mundiais judeus em
todos os ramos do conhecimento humano. Fossem eles benquistos entre os povos e nunca se
teriam superado e unido no esforço de autopreservação. Devido a essa poderosa motivação,
embora inicialmente os judeus tenham sido mantidos em atividades inferiores e pouco produtivas,
assim que surgiu a oportunidade, eles abraçaram os movimentos liberais e democráticos. Com
isso, ganharam passo a passo, enorme poder econômico e político no mundo livre, resultando em
verdadeiro domínio da economia mundial. Mas suscitaram o ódio de todos os regimes de governo
opostos ao capitalismo democrático, os quais, desejosos da erradicação das democracias,
escolheram os capitalistas judeus para representar o inimigo-objetivo. Sobre eles desencadearam
a guerra psicopolítica, cuja ação principal é saturar as massas com a força ideológica de um
sistema correlacionado de mentiras.
Essas mentiras transformam-se numa força poderosa para destruir por inversão de conceitos
as mentes formadas pelo sistema capitalista democrático. Com isso visam pôr abaixo as tradições
nacionais, seu sistema de governo, a história, os heróis e as instituições. Qualquer pessoa que se
deixe envolver por esse tipo de combinação secreta, acaba por tornar-se inimiga extremada dos
valores em que se apoiam as estruturas cívicas e políticas de sua própria nação. Essa campanha
sediciosa operou com grande força até o desmantelamento da União Soviética. Depois da queda,
embora muito mais brandamente, ela ainda opera, mascarada em movimentos social-democráticos
e/ou revolucionários tentando converter pessoas no mundo Ocidental em agentes avançados a
serviço dos que odeiam o direito de autodeterminação dos povos.
Os assassinatos, as mentiras políticas e as combinações secretas existem desde o princípio
do mundo (ver Éter 8: 18-26; Alma 37: 28, 30, 35)
Modernamente tivemos e temos combinações semelhantes e algumas delas até mesmo
sancionadas por seus governos : SS; NKVD; MAFIA; CIA; NSA; OLP e muitas outras facções
terroristas.
Quem toma como verdade o que é falso e a isso se sujeita, torna-se escravo da mentira. Isso é
verdadeiro quer seja em política, história, economia ... quer seja em religião. Toda mentira aceita
como verdade esvazia o espírito humano e destrói sua liberdade.
O fato a lamentar é que nenhum sistema político humano usa a verdade pura e simples como
arma para persuasão das massas. O homem natural enamora-se mais da mentira do que da
verdade. Simplesmente porque nem governantes nem governados amam a grandiosa verdade.
Ambos preferem os subterfúgios, as meias-verdades, os sofismas, as tergiversações e os jogos de
interesse.
Mesmo assim podemos dizer sem receio de errar que é melhor servir aos governos que nos
permitem dizer e agir mais livremente, do que àqueles que violentam nosso direito ao exercício da
consciência e nos compelem a ser ou fazer o que não queremos.
O domínio das mentes pela Verdade em autoconsentimento, só pode ser exercido na
teocracia de Deus e não na do homem. Porque só a perfeição da lei obedecida pode conduzir o
homem à liberdade perfeita.
A política do homem, por fundamentar-se na mentira, nunca alcançará solução permanente
para governar as sociedades humanas - a história o prova inapelavelmente.
Só a teocracia de Jesus Cristo fundamenta-se na verdade. Portanto, é o único sistema de
governo capaz de trazer felicidade permanente ao gênero humano.
Nossos espíritos foram primeiramente gerados para serem livres, pela harmonia com leis
divinamente estabelecidas. Por isso, Deus decretou para os últimos dias que serão extintas todas
as nações, para poder ser implantado o governo de Cristo. (D&C 87: 6).
No abrir do século XIX Deus iniciou a restauração do Evangelho, do sacerdócio e de sua
Igreja na terra; como preparação de seus instrumentos para o próximo futuro governo Milenar.
Paralelamente na política Satã inspirou o movimento da Internacional Comunista - declarado
inimigo de Deus e da liberdade de exercício da consciência; bem como o nazismo, fascismo e
imperialismo - em oposição ao modelo democrático, inspirado por Deus àqueles homens que
redigiram o texto da Constituição Americana.
Cristo trouxera o Evangelho no Meridiano dos tempos. Satã deturpou-o no Catolicismo
antigo, medieval e moderno (atenuado nas suas injustiças por força dos protestos humanos). Satã
também instituiu as combinações secretas em todas as nações.
A mentira política sistematizada iniciou o bombardeio das mentes. Modernamente somaram-
se o derrame das drogas, as perversões sexuais e a subversão da sagrada instituição familiar.
Enquanto Deus iniciou Seu esforço final para restaurar o povo judeu de sua ignorância
espiritual, Satã redobrou seus esforços para aniquilar esse povo na terra pelo poder político dos
inimigos das democracias. Mas o convite de Deus é para todos os homens que quiserem ouvir o
Seu chamado.
Uma das mais terríveis armas maquinadas por Satã para pôr os homens contra os judeus, é a
mentira chamada hoje em dia de “Os Protocolos dos Sábios de Sião”. Neles, Satã expõe
sistematicamente o seu próprio plano de subjugação das massas, o qual, atribui diretamente
àqueles a quem mais odeia - os judeus; os únicos de Israel perfeitamente discriminados entre os
povos gentios, e como tal, passíveis de serem atingidos pela força destruidora das mentes
governantes - enfurecidas pelas mentiras ideológicas da guerra psicológica satânica antiga e
moderna.
Dentro dos sistemas democráticos podem ser desenvolvidas situações em que uma minoria
do povo, eventualmente, seja tornada uma força viva a serviço da injustiça. Mas com o tempo a
maioria acabará por derrubá-la por processos democráticos.
Uma multidão insana não pode tirar de si mesma, através de seu próprio critério, governantes
sãos. Não obstante, a escolha dos governantes é um direito que lhe assiste. Todo povo deve ter o
governo que merece por meio das escolhas que fizer. As nações democraticamente evoluídas
devem oferecer a maturidade de suas experiências, às democracias emergentes; estas, se usarem
de sabedoria, poderão adotar ou adaptar muitas coisa úteis aos seus próprios contextos nacionais.
A imprensa deve ser livre. Mas idônea e responsável; a oposição honesta e operante. Uma
imprensa inidônea não pode gerar liberdade na consciência do povo e, muito menos, produzir
oposição honesta.
Os mandatos devem ser de períodos limitados, para que o governo seja exercido pelo direito
popular e não pelos interesses das minorias.
O verdadeiro cristianismo opõe-se a toda e qualquer compulsão. Ensina que o direito reside
na lei, a qual traz consigo o julgamento e o veredicto. Este deve ser sustentado pela força, para
que a lei o direito não venham a ser violentados impunemente, e para que os observantes da lei
possam por ela ser preservados.
O cristianismo ensina o homem a dispor da força a serviço do direito, o qual deve pela lei,
dirigir a ela - para não ser anulada a justiça, e os princípios da moral cristã. Mesmo diante do
conhecimento dessas coisas, as nações cristãs governam seus povos e suas relações internacionais
pela força da hipocrisia e das meias-verdades.
Embora possamos admitir que os governos democráticos estejam menos afastados dos princípios
do amor cristão que os regimes totalitários, ainda assim eles estão muito longe dos verdadeiros
princípios e instrumentos da teocracia de Cristo. As democracias são apenas toleráveis por um
tempo aos olhos de Deus.
O egoísmo individual e das nações trouxe o mundo ao ponto sem retorno em que hoje se
encontra. Se fôssemos compelidos por Deus a aceitar Suas soluções de governo; se Ele nos
forçasse por manifestações de poder, sem nos dar tempo e oportunidades para escolhermos por
nós mesmos, ELE estaria empregando os métodos do comunismo, fascismo, nazismo etc.
Deus dispõe de toda a força, mas só pode aplicá-la a serviço do direito. Isso exige que Ele
contenha Sua ira ...até que o mal chegue ao limite estabelecido na eternidade para cada povo,
nação e indivíduo.
A luta por poder é o móvel dos espíritos neste mundo; onde o combustível é o ouro em todas
as suas formas; hoje, especialmente na forma do petróleo e dos minerais radioativos. Sendo a
história da política humana, reconhecidamente uma luta eterna pelo poder - por meio de
hipocrisia, rapina, dissimulação, subversão e homicídio; onde estará a salvação da sociedade e do
indivíduo a não ser no advento do governo incorruptível do próprio Deus? Se Ele prometeu que
chegará o tempo para a salvação do homem, não será pelos governos humanos, e sim pela
teocracia do Messias Milenar.
A política de Deus sobre a terra nos últimos dias, já que Ele se deve manter oculto até o
tempo designado, deve ser realizada por emprego dos meios naturais, em ato imperceptível aos
que não têm a fé, a integridade e o conhecimento puro. Portanto, Deus arregimenta as riquezas
naturais do planeta, em homens e materiais, para poder agir naturalmente desde o Seu esconderijo.
O método divino para arregimentar Seu exército na terra nestes últimos dias é:

1 - Pregação do Evangelho verdadeiro (restaurado);


2 - edificação espiritual e temporal dos membros de Sua Igreja;
3 - convênio de dízimos e ofertas alçadas;
4 - estabelecimento de um povo justo sobre a terra;
4 - convênio da consagração e estabelecimento do governo Milenar de Cristo.
Satã também exerce sua política em busca de poder sobre a terra e seus habitantes. Ele
recolhe o seu ouro através dos princípios de sua igreja - edificação de igrejas para obter lucro;
sofismaria sacerdotal; comércio da fé, jogatinas, furto, roubo, homicídios, pilhagem, comércio das
drogas e toda espécie de negócios escusos, mentiras e combinações secretas. Esses são os ditos
poderes do mundo, os quais, serão totalmente abatidos com a segunda vinda de Cristo. Todas
essas forças congregadas constituem a igreja do mundo, a qual abarca as grandes multidões da
terra. Esse panorama é visto aos olhos de Deus, como declarado no capítulo 14 do livro 1 Né, no
Livro de Mórmon, resumindo:
“... Eis que não há mais do que duas igrejas; uma é a do cordeiro de Deus e a outra, a igreja do
diabo; portanto, quem não pertencer à igreja do Cordeiro de Deus faz parte daquela grande igreja,
que é a mãe de abominações; e ela é a prostituta de toda a Terra”.

Se não houvesse Deus, não haveria também quaisquer responsabilidades no porvir; não
haveria razão para qualquer esperança de paz. O direito da força seria o único a ser reconhecido
como eficaz. Em tal conjuntura, a força do direito não existiria em nossa moral como um vetor
objetivo na busca da paz, da alegria e felicidade. Não haveria lei, nem justiça e nem condenação.
Porque o direito só existe onde houver um Deus que legisle, o honre e cobre dos transgressores
por exercício de justiça soberana.
Se a salvação da humanidade pudesse vir do próprio homem, não haveria nenhum lugar para
Deus no processo. Que necessidade teríamos nós Dele, se as soluções dos nossos problemas
estivessem na exclusiva dependência de nós mesmos?
Mas eis que há Deus! Ele intervirá no Seu devido tempo de forma ostensiva, soberana e
magnífica, de acordo com as escrituras antigas e modernas. Mostrará que Seus caminhos e
pensamentos são mais altos que os nossos; que governa com sabedoria, paciência, amor,
misericórdia e longanimidade.

Seu processo educacional é a longo prazo, pois os espíritos humanos não podem ser
moldados a curto prazo, devido à consciência de que são munidos e a liberdade sagrada de
escolha com que foram agraciados como filhos de Deus. Assim, o processo é lento e sofrido. Quer
povos quer indivíduos, jamais poderão obter a riqueza e dignidade da liberdade de consciência, se
não experimentarem as dificuldades e provações inerentes ao exercício dessa mesma liberdade.
Por isso são reprováveis diante de Deus os governos totalitários, a não ser por breves momentos,
quando o caos reinante não permite adotar um regime democrático de imediato.
A persuasão é o instrumento de talhe que esculpirá nos espíritos a consciência da verdadeira
liberdade; esta será conquistada progressivamente, em função da maturidade e envergadura da lei
adotada, prestigiada e obedecida.
Essas mesmas questões fundamentais que hoje discutimos na terra, persuasão e compulsão - a
serem aplicadas no sistema educacional dos espíritos que seriam futuramente descidos à terra,
dividiram os filhos de Deus na guerra pré-mortal, e continuam a subdividir aqui na guerra da
carne. Os variados graus de confiança, participação e fé demonstrados por nossos espíritos sob o
governo de Deus na pré-mortalidade, são reproduzidos agora na mortalidade. A guerra é a mesma,
só o meio variou. Por isso é aqui mesmo o lugar onde o homem se deve preparar para o
reencontro com Deus.

A liberdade é um conceito decorrente da lei, e onde não há uma lei justa, não pode haver
liberdade. As leis humanas são mais ou menos justas entre os vários governos estabelecidos no
planeta. Portanto, só pode haver plena liberdade quando a lei for plenamente justa - e isso,
conforme já dissemos, só será possível quando Cristo assumir o governo da Terra. Alguém duvida
de que hoje o governo está sob Lúcifer?
No Plano de Deus, o poder que deve dirigir os espíritos é aquele germinado na fé e razão
superior, e no livre exercício da consciência. Fora disso não haveria dignidade nem nos filhos nem
Naquele que os gerou.
Deus manobra os acontecimentos na confusão da política humana para conduzir Seu povo
para a Salvação. Em Sião, circunscrevendo as Américas, serão congregados os gentios
descendentes das doze tribos dispersas entre todas as nações da terra; em Jerusalém serão
congregados os judeus. Estes passarão por grandes tribulações na Palestina, antes que os justos
entre eles sejam salvos por interferência direta do Messias que eles ainda esperam ( ver o Quadro
2 do Apêndice 18).
O sistema patriarcal será restabelecido entre os que fizerem parte do reino de Deus na terra.
A teocracia de Cristo regerá os negócios do povo santo vivendo na terra durante o Milênio. A
organização e administração d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias dirige o
processo de preparação do povo santo para o governo Milenar.
“De Sião (nas Américas) sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor”. (Joel 3: 16).

“... TORNAI CONHECIDOS ENTRE O POVO OS


SEUS TRABALHOS MARAVILHOSOS, INVOCAI
AO SENHOR, PARA QUE SEU REINO POSSA IR
AVANTE SOBRE A TERRA, E OS SEUS HABITANTES
POSSAM RECEBÊ-LO E ESTAR PREPARADOS
PARA OS DIAS QUE VIRÃO, NOS QUAIS
FILHO DO HOMEM DESCERÁ DOS CÉUS,
VESTIDO NO RESPLENDOR DE SUA GLÓRIA,
PARA ENCONTRAR O REINO DE DEUS
ESTABELECIDO SOBRE A TERRA”.
(D&C 65: 4-5)

CAPITULO VI

ONDE SE TERIAM INICIADO OS FUNDAMENTOS DA TEOCRACIA?

(ENSINAR O COMPORTAMENTO INDIVIDUAL, FAMILIAR E SOCIAL AOS ESPÍRITOS


QUE GEROU, É UMA DAS MAIS DELICADAS OBRAS DE DEUS NO UNIVERSO)

- É evidente que a resposta seria: Na eternidade! Mas como, por que e com que propósito? -
Talvez seja menos difícil respondermos, o porquê e o propósito.
Uma vez que somos uma família de espíritos, teria sido preciso que houvesse uma lei a nos ser
dado conhecer com o propósito de sermos governados por ela. Estão aí as duas últimas questões
respondidas, de acordo com as escrituras e a nossa experiência vivida como povos. Mas responder
a primeira questão - “o como?”, é coisa muito complexa para quem está no tempo; pois não temos
aqui nenhum termo de comparação para satisfazer nossa razão quanto as coisas que se passaram
na eternidade e que Deus não as tenha revelado. Podemos porém ter a certeza de que houve um
“como”.
Embora não tenhamos revelação direta que nos instrua sobre essa primeira questão, temos um
conjunto de revelações que nos permitirão vislumbrar a resposta, associando-as uma a outra:
A primeira de todas as ações de Deus na eternidade, teria sido reconhecer-Se a si mesmo no
estado fundamental da existência de Espírito que então vivia. A segunda ação teria sido exercer
amor por si mesmo. A terceira teria sido organizar a si próprio - para exercer autogoverno. Isso
feito, teria passado à ampliação eterna de Sua obra infinita; pois, uma vez plantada uma semente
de ação na eternidade, ela nunca mais poderia deixar de germinar, produzindo ações e obras
semelhantes.
Sendo Deus naqueles albores a Inteligência Global, vivendo eternamente dentro, por fora e
em volta dos elementos globais, toda aquela vastidão infinita de Espírito e elementos,
constituíram o Seu corpo universal.
“Vós também no princípio estáveis com o Pai; aquilo que é Espírito, sim, o Espírito da Verdade.
E a verdade é o conhecimento das coisas como são, como foram e como serão.” (D&C 93: 23-24)
“O homem também estava no princípio com Deus. A inteligência, ou seja, a luz da verdade não
foi criada nem feita, nem verdadeiramente pode sê-lo.”
“Toda verdade é independente para agir por si mesma na esfera em que Deus a colocou, como
também toda inteligência; caso contrário, não há existência.” (D&C 93: 29 - 30).
Deus decidiu ser a semente que daria individualidade a inteligências menores, Suas
semelhantes. Ele organizou miríades e miríades de individualidades inteligentes, gerando-as de
Sua própria substância e existência; para que elas pudessem participar por si mesmas daquela obra
que esteve inicialmente diante de Um só - o Deus Pai de todos os outros deuses, Aquilo que é
Espírito, a Semente de todas as ações e criações da eternidade.
Assim teria explodido o universo das infinitas ações de Deus, multiplicando-se, expandindo-
se em progressões geométricas dimensionais ... interminavelmente. O regozijo do Deus Eterno
pôde ser assim multiplicado, pela contemplação da alegria dos demais participantes de Suas obras
e glória na eternidade.
Teria sido essa a primeira ação de dar-Se graciosamente na eternidade, o primeiro ato de
amor ao próximo. Desde então, deve ter surgido a lei primordial do relacionamento entre o Pai e
os filhos e entre eles mesmos: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo ... e Amarás a Deus
sobre todas as coisas.”
Nenhuma lei mais justa poderia haver diante de tais circunstâncias. Teriam nascido daí os
primeiros convênios apresentados por Deus aos seus filhos. São mandamentos vinculados a
promessas, julgamento, bênção e maldição. Leis fundamentais, portanto eternas, imutáveis e
irrevogáveis.
Como criaturas de Deus, essas inteligências menores deveriam ser instruídas nos Seus
caminhos, isto é: reconhecer-se a si mesmas no estado de existência, exercer amor próprio e
autogovernar-se. Exatamente como teria feito o Pai da eternidade Consigo mesmo nos albores ou
seja, no Estado de Existência Fundamental do Espírito e Elementos.
Ao decidir partilhar de Si mesmo com outras individualidades que viria a organizar, Deus teria
estabelecido outros princípios eternos, nos quais baseou as leis do relacionamento entre os
indivíduos.
Os atributos fundamentais em Deus para realizar essas ações foram o do conhecimento e o da
fé ou poder. As leis fundamentais do relacionamento entre Suas criaturas universais, originadas
desses dois atributos divinos é que tornaram possível caracterizar diante da compreensão dos
filhos, os demais atributos do Pai - julgamento, justiça, misericórdia e verdade.
Estes atributos são manifestados por Deus às Suas criaturas, através de aplicação dos princípios
legais de atuação do Seu governo no tempo e na eternidade, para que seja obtido o relacionamento
ideal entre Governante e governados (em verdade, autogovernados, pela união de propósitos com
Deus e o autoconsentimento diante da lei oferecida). teria sido fundamentado o governo divino, a
teocracia tornou-se a única forma legal de governo entre os espíritos universais.
Portanto, o sistema divino não pode ser superado por nenhum sistema carnal de governo. Por
menos injustos que possam nos parecer, os sistemas humanos de governo são apenas toleráveis
temporariamente aos olhos de Deus.
A teocracia é o único governo legal em exercício no universo; o único que pode produzir
completa realização no íntimo dos nossos espíritos, porque, sendo eles de natureza divina, infinita
e eterna, nenhum outro governo que não seja da mesma natureza poderá satisfazer plenamente.
Uma das mais sábias leis temporais produzidas pelos homens, foi a Carta Constitucional
Americana de 1776. Mas, apesar de ter inspirado seus produtores, o Senhor a ela se referiu nestes
termos: “De acordo com as leis e a constituição do povo, as quais eu tolerei que fossem
estabelecidas ...” (which I have suffered to be stablished) (D&C 101: 77).
Daí compreendemos que a despeito da sabedoria do texto, a constituição americana é apenas
tolerável aos olhos de Deus, comparativamente às leis da teocracia.
Devido ao arbítrio moral que recebemos na eternidade, tornou-se necessário que
constatássemos isso por nós mesmos, exercendo nossas escolhas e sofrendo as conseqüências,
provando o amargo para poder apreciar o que é doce; testemunhando por experiência própria quão
incompletos são os governos humanos. Até que aprendamos a desejar e partir em busca da justiça
do governo de Deus, não teremos poder para enxergar além dos chavões humanos.
Nosso Deus jamais abdicou do direito de governar os espíritos que criou; deu-nos porém um
prazo para fazer nossas experiências e as decepções nos levem a ansiar pelo Reino de Deus e Sua
justiça. No devido tempo veremos de Quem é o timão do universo.
“Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória do
Deus Pai.”
É uma satisfação moral que será exigida de todo espírito no devido tempo.
A teocracia de Cristo impor-se-á por si mesma. Ela existiu no princípio e voltará no fim dos
tempos porque as obras de Deus são como um círculo eterno e não têm fim.:
“Primeiro as coisas espirituais, depois as temporais e novamente as coisas espirituais, para o
aperfeiçoamento da obra ...” (D&C)
Por todas essas razões fundamentais, é de Deus o inalienável direito de exercer governo sobre
toda a criatura. Mas é preciso que elas aprendam a reconhecer esse direito. Aqueles que não se
dispuserem a obedecer a plenitude das Suas leis, serão governados por leis menores que puderem
suportar no arbítrio de suas consciências e inteligência. Mas não poderão participar da plenitude
da graça e das bênçãos preparadas para os mais justos. Os contínuos insucessos, induzirão muitos
homens a reconhecer sua fraqueza e dependência do governo de Deus para resolver todos os
problemas humanos. Se essa dependência não fosse estabelecida desde a eternidade, o amor e
misericórdia divina não se poderiam manifestar ao homem.; nem o homem desenvolver gratidão e
amor por Deus.
Só então a humanidade estará apta a entender todo o significado das palavras usadas por
Cristo no modelo de oração ensinada aos apóstolos:
“Pai nosso que estás no céu ... (reconhecimento de nossa filiação)
...santificado seja o Teu nome ... ( destacado e elevado seja o Teu nome)
...venha a nós o Teu reino ... (seja estabelecido entre nós o teu governo)
...seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu ...(sejam obedecidas por nós as Tuas leis de
governo, da mesma forma que elas são obedecidas nos mundos superiores dos céus)

“Para que se conheçam na terra os Seus caminhos


E em todas as nações a Sua salvação.
Alegrem-se e exultem as nações,
Porquanto com eqüidade regeis os povos,
E dirigis as nações sobre a terra”. (Salmos 66: 3, 5)

A obediência foi um requisito preexistente, prolonga-se pela mortalidade e prossegue na


vida vindoura, em busca da obediência perfeita, a qual nos poderá levar à salvação mais
esplêndida ao lado de todos os que já a alcançaram ... e por isso vivem como Deus vive.
O amor, compaixão e misericórdia que Deus sente pela humanidade são devidos ao Seu
conhecimento e lembrança sempre presentes das nossas origens eternas; dos propósitos pelos
quais todos nós, esperançosos, concordamos em partir de Sua presença para continuar nossa
provação neste novo estado. A justa ira que às vezes sobe ao Seu coração, é porque não raras
vezes os limites toleráveis são ultrapassados pelos homens, em surdez e cegueira espirituais
profundas. Mas a ira divina cede lugar à misericórdia sempre que Seus filhos manifestam
verdadeiro arrependimento. Porque Deus nos amou na eternidade antes que viesse a irar-se
conosco no tempo.
Portanto Seu amor prevalecerá eternamente ... mediante o nosso arrependimento.

“Não vos canseis de fazer o bem, pois estais construindo


o alicerce de um grande trabalho. E de pequenas coisas
provêm as grandes ... Eis que eu, o Senhor, fiz a minha
Igreja, nestes últimos dias, semelhante a um juíz que se
assenta sobre um monte ou num lugar alto, para julgar
as nações ... E dia virá em que as nações da terra
estremecerão por causa dos seus terríveis ...
e dois porão em fuga dezenas de milhares.”

(D&C 64: 33. 37, 43 e 133: 58)


*

CAPÍTULO VII

A ORDEM RELIGIOSA ECONÔMICO-SOCIAL DE ENOQUE


VERSUS
A ORDEM ATEÍSTA ECONÔMICO-SOCIAL DE KARL MARX

( Foram usados como referência: “The First 2000 Years, de Cleon W. Skousen;
A História da Raça Humana, de Henry Thomas; A Enciclopédia Barsa e A Enciclopédia Prática
Jackson.)

A ORDEM DE ENOQUE
Enoque fundou a cidade de Sião na época patriarcal quando contava 65 anos de idade. Ele foi
filho de Jared e pai de Matusalém. Como contemporâneo de Adão, viveu sob o sistema sócio-
econômico-religioso adotado pelos patriarcas da raça humana para governo de suas famílias e
povos - daqueles que eram tementes a Deus, obedeciam seus mandamentos e aceitavam os
sagrados convênios para a salvação. Foi nesse espírito que Enoque recebeu revelações de Deus
quanto aos princípios sob os quais organizaria a sociedade de Sião nos seus dias.
O Altíssimo foi a fonte básica inspiradora e diretora do patriarca. Com o correr do tempo e
aperfeiçoamento do povo na prática daquele governo, a Sião de Enoque foi elevada a um status
extraterreno. O grande mérito de Enoque foi, além de sua irrestrita fidelidade a Deus, a liderança
que exerceu sobre o povo; ao ponto de conseguir dele tal perfeição na observância dos princípios
de justiça social naquela Ordem Econômica, que todo o povo e a cidade foram transladados pelo
poder de Deus para um habitat superior.
Devido a tais alicerces espirituais foi que a liderança de Enoque levou o povo a refinar-se
gradualmente em amor cristão até ser capaz de praticar plenamente a Lei da Consagração no
Sistema Econômico da Ordem Unida e, dessa forma, obter tão elevada honra da Divindade.
Essa Lei estabelece que todos os indivíduos afiliados à Ordem, consagrem a si próprios e
tudo o que lhes pertence ao bem-estar alheio e ao serviço de Deus. Para atingir tamanho
desprendimento e grandeza de propósitos, as seguintes convicções tiveram que ser alcançadas e
aceitas como fatos irrefutáveis:
1 - todos os bens existentes no mundo e os homens pertencem a Deus;
2 - esses bens são emprestados pelo Criador aos Seus filhos, que os recebem em mordomia para o
bem comum de toda a Ordem, e não apenas aos familiares mais diretos (D&C 104: 15-17; 55-57);
3 - a filiação a Deus, comum a toda a humanidade, determina que os homens são definitiva e
literalmente membros de uma mesma família espiritual. Isso faz cada um responsável pelo bem-
estar dos demais (D&C 104: 18);
4 - como membro da família, cada pessoa tem tarefas a executar e dar toda a substância obtida por
seu trabalho para o orçamento da Ordem Familiar, recebendo de volta apenas o necessário ao
conforto e subsistência próprios e dos familiares diretos que não tenham condições de trabalhar
(D&C 42: 33, 34, 55 e 70: 7-10);
5 - homem ou mulher que tenham condições de trabalhar, mas não o fazem, não têm direito de
receber sustento da substância desenvolvida pelo trabalho de outros. Isso afasta da Ordem, os
ociosos (D&C 42: 42);
6 - os pobres (inicialmente) e os deficientes incapazes de produzir para prover seu sustento,
devem receber ajuda, educação e treinamento, até serem elevados ao status de dignidade pessoal
de se autoproverem e continuarem a prosperar. Uma vez estabelecida a Lei da Consagração e a
Ordem Econômica no governo Milenar de Cristo, não haverá pobres nem deficientes físicos ou
mentais entre os que consentirem em pertencer ao Sistema Divino do Reino.
7 - todo indivíduo continuará a ter direito à propriedade privada, e sua dignidade pessoal deve ser
preservada por toda a família da Ordem;
8 - a propriedade privada deve ser de acordo com o tamanho de sua família direta, com as
circunstâncias do momento, seus desejos e necessidades, desde que sejam justos (D&C 51: 3 e 82:
17).

ESCLARECIMENTO:

Não seria possível preservar o livre-arbítrio, a dignidade pessoal ou a propriedade, se não


fosse permitido ao indivíduo ingressar e/ou sair da Ordem quando assim o desejasse; bem como,
fazer o uso que quisesse de sua propriedade.
A consagração dos bens in totum, por ocasião do ingresso na Ordem, deve ser feita ao Bispo da
ala (a área geográfica especificada onde reside um determinado número de membros da Igreja).
Durante essa transação, deve ser feita cuidadosa entrevista buscando o comum acordo quanto à
substância da doação, a qual deve ser restituída proporcionalmente de conformidade com os
princípios da administração da Ordem - para que o doador continue a gerar e desenvolver. Esse é
um ponto crítico, do qual depende todo o sistema, pelo que, o Profeta Joseph Smith ensinou:
“ ...dar poder ao bispo para dizer quanto cada homem terá em mordomia (para receber como
propriedade e os bens diversos para administrar, consumir e desenvolver) ... e este ter que aceitar,
compelido a concordar com o julgamento do bispo, é dar a este último mais poder do que o de um
rei; em contra partida, deixar que cada homem diga o quanto precisa, e o bispo ser compelido a
concordar com o seu julgamento, é lançar Sião à confusão e fazer do bispo um escravo ... deve
haver um equilíbrio de poder entre o bispo e o povo ... Por isso, as pessoas consagrando
propriedades, devem demonstrar de modo razoável, que necessitam do quanto pedem. Mas, caso
as partes não cheguem a um acordo, o bispo não tem porquê receber essas consagrações; e o caso
deve ser levado diante de um Conselho de doze sumo-sacerdotes ...” (Documentary History of
the Church, Vol. 1, ps. 364-5).
Ao julgamento desse Conselho, deverão aquiescer ambas as partes. Mas ainda assim, se
quem consagra os bens não concordar, poderá recuar e sair da Ordem livremente.
- Aqueles que se mostrarem capazes de multiplicar os bens da sua mordomia, sucessivamente, à
cada entrevista com o bispo, receberão mais em mordomia; até serem atingidos os máximos de
suas capacidades e/ou o desejo de prosperarem economicamente; quando então, trabalharão para
manter o status alcançado.
- Esse Sistema Econômico da Ordem de Enoque, além de excluir as pessoas ociosas, também
evita que os meios de riqueza venham a se tornar ociosos (ao caírem nas mãos de pessoas menos
competentes para desenvolver seus potenciais de riqueza); tende a acelerar geometricamente a
produção de bens, por criar um espírito sadio de competição, onde os mais industriosos terão
oportunidades crescentes de autorealização. O são orgulho de estarem servindo a si mesmos e à
Ordem - outro fator de desenvolvimento.
- O Sistema é fundamentalmente de incentivo à iniciativa privada, e é inteiramente baseado na
grandeza espiritual e no mérito das demais pessoas afiliadas.
- A industriosidade continuará a permitir a existência de pessoas mais ricas do que outras no
contexto sócio-econômico da Ordem. Mas os desnivelamentos escandalosos que hoje
presenciamos no mundo, não terão lugar. O valor da consciência grupal na Ordem, é posto muito
acima do valor atribuído às riquezas acumuladas e estagnadas em mãos individuais ou grupos
minoritários ditatoriais.
- Para ser dado início à Ordem, os muito ricos que consentirem em ser membros, devem possuir
desprendimento pessoal, amor pela justiça social, grandeza de caráter e de ideais, inconcebíveis
no espírito do mundo atual. O mesmo é verdade para os medianamente ricos. Os pobres,
inicialmente, terão muito mais para receber do que para dar - até que progridam como
conseqüência natural do Sistema e possam crescer em generosidade por aplicação da Lei da
Consagração às suas vidas.

Pelas informações das Escrituras, podemos discernir apenas dois povos que viveram esse
sistema de forma aceitável à Deus: O povo de Enoque e, possivelmente aquele povo liderado por
Melquisedeque, rei de Salém na época de Abraão. O primeiro a cerca de 3.000 anos A.C., e o
segundo a cerca de 2.000 anos A.C. Ambos os povos foram transladados para cumprir propósitos
específicos dentro do Plano de Salvação.
A Ordem de Enoque é a solução de Deus para a vida sócio-econômica da humanidade, a
única capaz de libertar as massas oprimidas.
O que poderá fazer pela humanidade a Ordem de Karl Marx ou quaisquer outras semelhantes?
Vejamos a seguir:

A ORDEM DE KARL MARX

Karl Heinrich Marx viveu neste mundo de 1818 a 1883. Foi ele homem de grande força de
vontade ao perseguir o ideal que o motivou na vida - libertar as massas trabalhadoras das
injustiças sociais provocadas, segundo ele, pela desmedida ambição das classes dominantes em
todo o mundo.
Inúmeras influências exteriores contribuíram para a formação do seu caráter, e o modo pelo
qual enxergaria o mundo e a sociedade nos seus dias. As primeiras influências terão sido do
judaísmo; posteriormente do protestantismo, em função da conversão de seu pai - supostamente
para livrar a família das perseguições que pesavam sobre os judeus. O fato é que essas
experiências levaram Marx a tornar-se materialista convicto desde os vinte e três anos. Idealista
radical, bem cedo, concebeu gradualmente um modelo de justiça social, que foi formando ao
longo de uma vida política grandemente conturbada; marcada por perseguições e vários exílios.
Em conseqüência, a pobreza, a fome e a doença tornaram-se constantes na sua vida familiar. Isso
estabeleceu em sua mente um sentimento irreconciliável, e de revolta definitiva contra toda ordem
social reinante. Mas, houve outras influências marcantes na formação de Marx:
- A filosofia clássica alemã com as bases no materialismo filosófico. A dialética de Hegel (1770-
1831) levou Marx a desenvolver sua própria concepção materialista da história. Ele aceitou que a
felicidade humana deveria ser um fato científico certo no futuro, através da emancipação das
massas.
Outras influências foram a economia-política inglesa e o socialismo francês.

Enquanto exilado em Paris, Marx uniu-se a Friedrich Engels para elaborar a doutrina do
comunismo científico. Já em 1848 redigiu o Manifesto Comunista, cuja temática básica era o
materialismo dialético como filosofia de base e a luta de classes como política de ação. Em
rápidas palavras, a concepção daquilo que aqui denominamos “A Ordem Ateísta-Econômico-
Social de Karl Marx” desenvolveu-se sob as assertivas abaixo:

A FILOSOFIA - Não são as idéias o que pode governar o mundo ... porque o conjunto de
forças da produção material é o que determina as idéias.
A HISTÓRIA - A história das sociedades humanas é o desenrolar de lutas de classes ...uma
luta ininterrupta, ora velada ora ostensiva ... ela conduz em cada etapa à transformação
revolucionária de todo o regime social vigente ou ao extermínio de ambas as classes beligerantes.
A POLÍTICA - Derrubar pela força o sistema capitalista burguês; os fins justificam os
meios, ou seja: Para alcançar o ideal da internacional comunista, qualquer meio empregado é
justificado. A justiça social só será conseguida pelo caminho da sublevação das massas
trabalhadoras em todo mundo, lançadas contra a burguesia dominante através de revolução
armada. A propriedade privada deve ser eliminada, o Estado possuirá, operará e controlará tudo; o
lucro particular será abolido, bem como toda iniciativa privada que possa conduzir a isso. A
iniciativa pertence ao Estado, o único com direito a manipular o lucro; como conseqüência
natural, a família como instituição burguesa, deve desaparecer juntamente com o capital ... o ideal
comunista será introduzir uma comunidade feminina legalizada, onde as crianças nascidas de
amor livre sejam criadas e educadas pelo Estado. São artigos do Manifesto Comunista, páginas 26
- 28. E continua dizendo que o Comunismo abole todas as religiões e toda moralidade; em lugar
disso, as constitui em novas bases. Por isso, age em contrário a toda experiência histórica do
passado.
Apresentados os dois Sistemas, podemos discernir o intransponível abismo que separa a
Ordem de Enoque da Ordem de Karl Marx. Podemos apreciar melhor as contingências que
inspiraram esses dois líderes mundiais, cada um nos seus próprios dias.
Em face do acima exposto, perguntamos:
O que tem a ver o Sistema criado por revelação de Deus e os criados aqui em baixo pelos
homens? Quem em sã consciência poderá adotar a tola posição dos que se fazem entendidos para
dizer que os primeiros cristãos praticaram o comunismo puro?
O espírito do mundo, na sua injustiça sócio-econômico-religiosa, conduziu a mente de Marx
para buscar uma solução para a desgraça das massas espoliadas em todo o mundo na base do ódio,
e para destruir o que havia de bom junto com o que não prestava.
A justiça sócio-econômica-religiosa dos céus foi o moto inspirador da mente de Enoque, pela
qual conheceu melhor a sabedoria de Deus, sendo por Ele honrado sobremaneira. Embora
houvesse um ponto comum nos dois Sistemas - alcançar a felicidade da humanidade pela justiça
social - os meios concebidos e empregados foram diametralmente opostos. Tanto Enoque quanto
Marx são filhos amados de Deus. Mas sendo verdade que o primeiro andou nos caminhos de
Deus; nos de quem andou Marx?
O Sistema de Marx durou 72 anos na União das Repúblicas Soviéticas, mas foi abatido em
1989. Hoje ele ainda perdura na China e em Cuba. Marx foi contemporâneo do profeta Joseph
Smith e dos dois presidentes seguintes d´A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias -
Brigham Young e John Taylor.
Na época de Joseph Smith houve um breve ensaio para restabelecer a Ordem de Enoque, mas
o povo ainda não estava preparado para suportar a grandeza da lei de Consagração; então a lei do
dízimo prosseguiu ... até que chegue o devido tempo de Senhor. Esse tempo chegará, mas só
depois deste mundo passar pelo fogo dos julgamentos anunciados para os últimos dias ... eles
estão às nossas portas. No espírito da Restauração, a oportunidade de viver a lei da Consagração
deveria ser dada, e foi dada por Deus nos primórdios do mormonismo, mas o povo não se apegou
a ela.
“Enoque e todo o seu povo caminharam com Deus, e Ele habitou no meio de Sião; e aconteceu
que Sião não existia mais, porque Deus a recebeu em seu seio; e desde então apareceu o ditado:
Sião fugiu.” (Moisés 7: 9)

CAPÍTULO VIII

O EVANGELHO E A CIÊNCIA ECONÔMICA

A harmonia do macro-universo é fundamentada na do micro-universo que o estrutura. Da


mesma forma a solidez da macroeconomia das sociedades humanas, deve ser fundamentada no
correto sistema de microeconomias que a constituem.
Na Ordem Econômica Unida, o equilíbrio da microeconomia é conseguido pela coesão
estabelecida entre os poderes econômicos físicos, mentais e espirituais do Estado de Sião (um
Estado governado pelos puros de coração) e os de determinado número de famílias e/ou
indivíduos residentes numa área geográfica específica, constituindo uma ala na organização da
Igreja.. Essa coesão significa:
- Consagração de todos esses poderes para, dentro de trabalho coordenado e presidido por um
bispo, formar um tesouro comum de bens - o armazém do bispo ou celeiro do Senhor. Esse
tesouro é continuamente acrescido; pois na Ordem Unida a consagração é um processo contínuo e
o desenvolvimento econômico das mordomias individuais também. O alvo máximo da lei de
Consagração é estabelecer e consolidar o Reino de Deus na terra, e cuidar dos pobres e
necessitados; para torná-los auto-suficientes e eventualmente ricos.
Quando o desenvolvimento na implantação das estruturas do Reino alcançar determinado
ponto no Milênio da Paz, o governo de Deus assumirá o controle econômico e político das nações
da terra. Então, cada sistema microeconômico (ala) caminhará para alcançar sua própria
independência na produção, armazenamento e distribuição de bens e gêneros básicos.
O conjunto desses sistemas microeconômicos formarão o poder econômico das estacas de
Sião, e o conjunto de todas as estacas e alas, estabelecerá o poder econômico total da sociedade de
Sião nas Américas e na Palestina.
O criterioso aproveitamento da terra, como fonte primeira para produção dos bens de
consumo, é fator primordial no estabelecimento de uma microeconomia sólida. O
armazenamento, distribuição e comercialização dos excedentes são outros fatores básicos para o
sucesso dos empreendimentos. É por meio da Ordem Unida e a Consagração que Deus fará a
independência econômica da Sião terrena e salvará Israel (todos os membros de Seu Reino)
espiritualmente.

O sistemas econômicos do mundo moderno concentram-se no estabelecimento da


macroeconomia, através do gigantismo das iniciativas privadas de homens talentosos e donos das
grandes empresas, as quais, engolindo as menores de mesmo e de outros ramos, assumem o poder
do mercado e subjugam todo o povo, inclusive seus governos.
A iniciativa privada torna-se privilégio de muito poucos.
Esse modelo econômico de gigantismo é a geratriz das multinacionais. Elas levam em si
mesmas, latentes, os germens das lutas sociais e da guerra. Quando o Estado se faz o paquiderme
empresarial, o mesmo se dá. O leão só será generoso com o cordeiro quando estiver cheio do
Espírito de Deus e desejar comer palha em vez de beber o sangue das vítimas.
O modelo econômico que melhor incentivo dá à iniciativa privada, à competição e
criatividade é aquele que encoraja o estabelecimento de pequenas empresas, levando à
independência os indivíduos constituintes dos microsistemas.
A menor das microempresas é o lar daqueles que se tornam gradualmente auto-suficientes e
independentes, pela produção e armazenamento doméstico e cultivo de habilidades pessoais.

A ciência econômica visa o bem-estar temporal do homem ... o Evangelho visa algo mais - o
bem-estar temporal e eterno do homem. Donde , o Evangelho tem que possuir um componente de
ciência econômica incluído nos seus preceitos. A atitude do homem diante do modelo econômico
de Deus para a salvação temporal de Seus filhos é o que o levará ou não à salvação com exaltação
na eternidade. Quem não alcançou ainda essa compreensão, não entendeu a restauração do
Evangelho ou, quando menos, minimizou seu poder. Disse Joseph Smith: “... Um sistema
religioso que não possa, com sucesso, auxiliar o homem a resolver seus problemas temporais e
alcançar as bênçãos da terra, não exprime confiança para salvá-lo e exaltá-lo na eternidade.”

Qual o sistema religioso que pode, em pleno acordo com o Evangelho, apresentar ao mundo
um modelo econômico para a salvação temporal do homem, eliminando as injustiças,
descontentamentos, contendas e guerras? - Além d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, simplesmente nenhum!
A física nuclear nos ensina: Se bombardearmos o micro-universo atômico, provocaremos sua
desintegração produzindo uma reação em cadeia com assombrosa e descontrolada liberação de
energia. No universo da macroeconomia as leis são semelhantes:
Se bombardearmos seu micro-universo (a economia dos indivíduos) até ao ponto de
desintegração, produziremos reação em cadeia de imprevisível e incontrolável liberação de
energia física e espiritual - até que o meio circundante a possa absorver. Essa energia liberada é
farta em radioatividade emocional, física e espiritual em formas de indignação, ódio e violência,
contaminando o meio por muitas gerações. Como exemplos recentes temos a revolução francesa e
a revolução russa.
Na busca de compreensão das leis físicas, o homem tem conseguido desenvolver de modo
admirável a tecnologia; mas por teimar em desconhecer as leis mais importantes, as espirituais,
acabou por erigir a grande babilônia moderna, um verdadeiro campo minado de ogivas atômicas
prestes a explodir. É pelo conhecimento profundo dessas leis espirituais que a palavra profética de
Deus tornou-se terrível ao referir-se aos nossos dias:
“Não buscam ao Senhor para estabelecer a Sua justiça, mas cada um segue o seu próprio caminho,
segundo a imagem do seu próprio deus, a qual é à semelhança do mundo, e cuja substância é a de
um ídolo, que envelhece e perecerá em babilônia, mesmo a Grande Babilônia que cairá.” (D&C 1:
16; ver também o capítulo XVI deste livro)
Ao estudarmos o potencial do programa do Bem-Estar da Igreja, aplicado ao nível dos
indivíduos e famílias dentro das alas, depois estacas, multiestacas e regiões, podemos antever o
sucesso do grandioso Plano de Deus para desenvolver o poder de Sião nas Américas e na
Palestina, e depois em todo o mundo Milenar (ver o capítulo V). Depois que já terão ruído todas
as nações deste mundo que rejeitarem o Evangelho Restaurado; levando de roldão seus reis,
governadores, magistrados e doutores com todos os seus sistemas e pontos de vista; juntamente
com aquele espírito de “prudência” que os tenha feito rejeitar as advertências de Deus para os
seus dias, e continuado a seguir com a injustiça de seus sistemas econômicos, os quais agirão
como estopins da autodestruição das nações. (ver o capítulo XXI deste livro).

NÃO HÁ RELIGIÃO PRÁTICA SEM AÇÕES ECONÔMICAS JUSTAS

Nem todos somos carentes das coisas temporais, mas todos o somos das coisas espirituais;
porque a verdadeira realização espiritual está na plenitude de participação do Espírito de Deus, o
que nenhum de nós ainda conhece.
Na prática, a religião verdadeira resume-se em atos de caridade, porque de assistência aos
carentes; quer de coisas temporais quer de espirituais. A verdadeira religião consiste em assistir
aos órfãos e às viúvas nas suas tribulações, e guardar-se das corrupções do mundo.
A religião só é viva e eficaz quando são aplicados seus princípios econômicos e espirituais. Sem
eles ela é morta, sem força motriz ou fé; ela não passará de um sentimento adormecido, afogado
pela inação e/ou procrastinação dominadoras que avassalam o espírito humano e o detém na
escuridão.
O mundo está repleto de professos religiosos, mas muito poucos praticam a verdadeira
religião. Por não compreenderem o modo que Deus quer as coisas feitas, acabam por fazê-las do
seu próprio entendimento; o qual não tem poder para produzir um bem permanente. Essas obras
humanas, embora por breve instante na mortalidade possam parecer um bem, resultam em mal no
porvir eterno do espírito. Os caminhos de Deus não são os caminhos dos homens e os Seus
pensamentos são mais altos. A conseqüência direta dessa verdade é que sem a revelação contínua,
os homens não serão capazes de seguir os caminhos de Deus, porque seus pensamentos são
inferiores. Sem profetas chamados para ouvir e declarar a vontade divina, os homens tatearão nas
trevas de seu pouco entendimento.
As circunstâncias enfrentadas pela diversas gerações são diferentes entre si. Portanto, as
revelações além de contínuas, devem ser adequadas a cada época (ver o raciocínio de Deus
declarado em 2 Né 29).
A entrega da terra com todas as suas riquezas temporais para habitação dos nossos espíritos
em corpos nela e dela formados, foi um ato de doação ao próximo. No Plano de Deus, nós, como
indivíduos, famílias e povos em nossas diferentes nações e territórios, deveríamos ser observados
quanto ao que faríamos na posse desses bens.
As ações econômicas dos indivíduos e dos povos, nos seus respectivos estados nacionais em
relação ao seu próximo, é que revelarão de fato sua lealdade ou falsidade em relação à religião
que professam seguir.
.
Só praticando o modelo econômico da verdadeira religião as nações obterão paz interna e
externa. A falsidade das ações econômicas levará os homens à guerra, por mais religiosos que se
declarem seus governos.
É exatamente por isso que a vida na terra tem sido uma história de guerras incessantes. Isso
traz uma conclusão trágica: Ou as religiões deste mundo são todas falsas, e seus seguidores
ignorantes da verdadeira religião, ou, se alguma delas é verdadeira, ainda não teve capacidade de
influenciar o mundo e seus poderosos para suas fileiras.
Em verdade o cristianismo não é uma falsa religião. Mas os que hoje se intitulam cristãos nas
diversas denominações, não o compreendem corretamente para poderem praticá-lo como um povo
uno e eficaz. Houve muita desorientação, cancelamentos e corrupção da doutrina ensinada por
Cristo - a falta de profetas chamados por Deus causou o caos em que hoje estamos mergulhados.
Como alcançar a paz ideal, se os homens não aprenderem a reconhecer os verdadeiros profetas?
Deus chamou o profeta Joseph Smith e restaurou à terra a pureza do Seu Evangelho, dando
aos homens a oportunidade de compreender a verdade, ampliando a visão do Seu grandioso
trabalho. Essa restauração foi anunciada por todos os profetas desde o princípio do mundo. Mas
de que servirá isso para o bem do homem se ele não aceitar essa dádiva de Deus?
O poder do cristianismo só será desenvolvido em plenitude na terra, quando seus princípios
temporais e espirituais forem praticados por um povo uno, organizado numa nação poderosa e
justa, dirigida por sacerdotes-reis (governadores escolhidos por Deus das fileiras do Sacerdócio de
Melquisedeque - o Santo Sacerdócio Segundo a Ordem do Filho de Deus; portado pelos homens
constituintes da Igreja que Ele restaurou à terra nos últimos dias para realizar o fechamento do
Plano divino neste planeta.
Somos ensinados que depois de muitas tribulações vêm as bênçãos. Nossa vida tem sido um mar
de tribulações neste planeta. Ela continuará até que seja edificada temporal e espiritualmente a
Sião de Deus para governar este mundo segundo as leis eternas.
O Evangelho não foi restaurado para ser vivido por grupos dispersos. Mas sim de um modo
global, abençoando todos os povos que se auto-submeterem às suas leis. Quando o povo sabe por
revelação do Espírito que o governo proposto é o de Deus, não há razão para haver oposição.
Nessa forma de governo (teocrático) a oposição será inapelavelmente um mal. Ela é necessária
nos governos humanos, mas deve ser alicerçada na sinceridade de propósitos, com os olhos fitos
no bem-estar nacional. Nessas circunstâncias, o governo e a oposição teoricamente trabalham com
as mesmas metas. Os erros recíprocos somados aos acertos, desenvolvem uma resultante final que
leva em si aquilo de melhor possível fazer as partes em conjunto.
Isso porém não se dá na teocracia de Cristo; pois a oposição que trabalhasse para melhorar o
que já é perfeito, só poderia operar para corromper. Assim, qual é a mais justa esperança para o
homem?

Esperar que a teocracia de Jesus Cristo seja desenvolvida a partir de algum segmento da
babilônia moderna; ou esperar que caiam todos os governos do mundo, e que desça do alto a
teocracia verdadeira, a qual já tenha formado na terra pelo próprio Deus uma cabeça-de-ponte...
para realizar as palavras de Isaías quando diz da descida da milícia celestial? (ver o segundo
quadro e sua descritiva no Apêndice 18).

CAPÍTULO IX

O ESTABELECIMENTO DO REINO MILENAR DE CRISTO


ESSE EVENTO NÃO ACONTECERÁ PELO ESFORÇO E BOAS INTENÇÕES DOS
HOMENS POR SI SÓS; MAS SIM PELA OBEDIÊNCIA ÀS MODERNAS REVELAÇÕES DE
DEUS, ESPECIFICAMENTE ADEQUADAS AO NOSSO CULMINANTE MOMENTO.

Ao examinarmos o pronunciamento do Papa João Paulo II na abertura do III CELAM e ao


procurarmos penetrar no íntimo de seu pensamento ao meditar para organizar palavras
motivadoras aos seus bispos na América Latina, somos movidos de simpatia, tristeza e aflição
cristã por sua pessoa; embora há muito tenhamos deixado de crer no catolicismo (ver o Apêndice
III).
Tristeza, pela certeza fundamentada no conhecimento da História Eclesiástica e em
testemunho pessoal, da inutilidade do esforço papal para estabelecer um espírito de união num
clero desunido desde os primeiros séculos da era cristã.
Simpatia pelo esforço abnegado que faz para unificar as vagantes mentes dos bispos
progressistas impelindo o clero a realizar ações sociais, econômicas ou mesmo políticas para
atender aos pobres e desvalidos deste nosso globo babilônico. Mas suas fórmulas são trabalhadas
nas mentes humanas, auto-alienadas da revelação moderna de Deus, e por isso não têm alcance
nem poder.
Tristeza por reconhecermos a sinceridade do seu coração como pessoa humana; porém
envolvido numa teia de erros tradicionais, intransponíveis para ele e seus dignitários. Tristeza por
vê-lo anunciar suas esperanças, baseando-se na eventual evangelização dos poderosos do mundo -
na sua grande maioria irremediavelmentte corrompidos pela embriaguez do poder, enredados no
contexto turbulento das relações internacionais; onde o egoísmo dos mais fortes solapa a
economia dos mais fracos e os mantém subjugados.
Tristeza por ver o clero católico buscando soluções, mas inspirando-se nos sistemas
econômicos e sociais imaginados pelos homens - tentando mesclá-los com aquilo que eles pensam
ter vindo de cima no Meridiano dos Tempos, mas foi perdido na grande apostasia que se seguiu a
partir do segundo século AD. Gradualmente a Igreja de Jesus Cristo se foi transformando em
outra peça da babilônia mundial, onde hoje estão lançados o papa, todo o clero e os fiéis que se
obstinarem a segui-los, rejeitando a Restauração dos nossos dias.

Nenhum católico fiel pode aceitar a Restauração sem antes compreender o processo da
apostasia da Igreja. Embora esse fato seja consubstanciado por testemunhos solenes, proferidos
por homens proeminentes da Igreja daqueles dias, os católicos fiéis negam-se a sequer examiná-
los. Essa é uma grande tragédia espiritual, já que para manter essa fidelidade, devem sacrificar a
bênção que Deus lhes oferece. Aliás esta é uma tragédia que se estende a todas as igrejas do
mundo.
O grande historiador Eusébio foi feito bispo em Cesaréia, nascido provavelmente em 260
AD. Entre quarenta e seis obras produzidas, escreveu A História Eclesiástica em dez volumes,
supostamente pouco antes do ano 326. Ao denunciar os “progressistas” do passado ele demonstra
o cumprimento da profecia de Paulo em 1 Tim 4: 1-3. Escreveu Eusébio:

“Clemente de Alexandria ... dá uma lista dos apóstolos que eram casados. Faz isso por causa
daqueles que condenam o casamento. - condenarão eles também os apóstolos? Pois Pedro e Felipe
tinham filhos ... Paulo não hesita em dirigir-se à sua esposa em uma de suas cartas. Citando Irineu
: ... grupo de pessoas chamadas encratitas pregava contra o matrimônio, rejeitando assim o
clássico Plano de Deus ... cujo propósito é a geração do gênero humano ... Citando Hegésipo
(100-180 D.C.) : ... Mas quando os membros do sagrado grupo de apóstolos atingiram o fim da
vida ... e havia desaparecido a geração privilegiada que ouvira pessoalmente da sabedoria de
Deus, então começou a arraigar-se a impiedade do erro, através de falazes propagadores de
falsidades. Não restando com vida nenhum dos apóstolos, eles tentaram contrariar abertamente a
mensagem da verdade com a proclamação de pretenso e falso conhecimento ... Com a maior
liberdade (após ser amenizada a perseguição externa) deu-se uma transformação em nós.
Entregamo-nos ao orgulho e á indolência. Demo-nos à inveja e abuso recíprocos ... indizível
hipocrisia e dissimulação chegaram às raias extremas do mal”.

Esses testemunhos são dados por pessoas proeminentes do clero católico naqueles dias, são
fatos históricos registrados. Mas, os líderes católicos deste mundo, enredados na Babel de hoje,
estão entre aqueles que não contabilizarão essas coisas em suas consciências, e conduzirão as
multidões a segui-los em surdez comum.
É coerente a posição do Papa quando condena as releituras do Evangelho na tentativa
progressista de adaptar a palavra de Cristo às idéias modernas, sociais, econômicas e políticas. Na
verdade, se Cristo se deixasse conduzir pelo pensamento dos homens, não haveria razão para
cristianismo - o humanismo nos seria o suficiente.
Outrossim, seria incoerência da parte de Deus enviar Seus pensamentos do Alto, sem que
houvesse possibilidade de sua aplicação prática. Se Cristo não teve capacidade de oferecer
solução para os problemas do homem no tempo, não pode ser aceito como tendo poder para
salvar-nos na eternidade. Mas é pela justiça praticada no tempo que se conquista a salvação na
eternidade ... e isso Ele ensinou a fartar tanto por preceito quanto por exemplo. O fato é que todas
as soluções foram dadas e efetivadas por Cristo. Mas os homens não as compreenderam, não as
suportaram, e o mundo mergulhou no caos.
Cristo e todos os profetas, antigos e modernos, não falariam num Reino de Deus sobre a
terra, a ser estabelecido nos últimos dias, literalmente e com domínio sobre todas as nações, se
não fosse possível estabelecê-lo Ele próprio.

“Porque eu, o Senhor, amo a eqüidade, detesto o fruto da rapina; por isso vou dar-lhe
fielmente sua recompensa ... Porque quão certo o sol faz germinar seus grãos ... o Senhor fará
germinar a justiça e a glória diante de todas as nações” (Isaias 61: 8-11).
“ O Senhor levantará o seu estandarte entre as nações, reunirá os exilados de Israel, e recolherá os
dispersos de Judá dos quatro cantos da terra; Naquele tempo o Senhor levantará de novo a mão
para resgatar o resto do seu povo ...” (Isaias 11: 11-12).

Não será portanto por artifícios humanos que esse poder será soerguido entre nós nos últimos
dias, mas por ação direta de Deus; tendo como coroamento do processo, a segunda vinda de
Cristo. Isso é uma esperança que desapareceu da fé entre o clero católico. Pois, entre as cerca de
40.000 palavras pronunciadas pelo Papa, por ocasião da seção de abertura da III CELAM, nem a
mais simples alusão foi feita ao mais importante alvo de esperança para os verdadeiros cristãos. E,
seguindo o exemplo do Papa, assim procederam os bispos. O Papa não aceita as idéias
progressistas quanto ao envolvimento do catolicismo com as filosofias marxistas e/ou a política
dos diversos estados nacionais, e tem sérias restrições ao capitalismo quanto ao critério de
distribuição de renda e das suas relações internacionais. Mas não pode recomendar nenhuma
fórmula, sistema ou ordem econômica superior - que seja independente dos fracassados sistemas
humanos. Ele então anuncia uma esperança vã: Evangelizar os poderosos, juntamente com seus
povos. Para que eles, dentro dos seus próprios sistemas corrompidos de governo, mudem o estado
de coisas em benefício dos desvalidos do mundo.
Dessa forma, mesmo pensando estar agradando a Cristo, o Papa põe sua perspectiva no
governo dos homens; pois ele não declara valentemente a esperança na segunda vinda iminente de
Cristo para salvar o homem no tempo e na eternidade; para reinar sobre um sistema perfeito de
governo, fundamentado na lei celestial - o que forçosamente nada ter a ver com os sistemas
humanos.

“Eles se achegam a mim com os seus lábios, porém, seus corações estão longe de mim;
ensinam como doutrina os mandamentos dos homens, tendo uma religiosidade aparente, mas
negam o meu poder, diz o Senhor”

Será preciso grande e poderosa transformação mental e espiritual para que os homens
venham a suportar em plenitude o sistema do Alto. O fato é: Ou Cristo desce para governar ou
jamais haverá justiça no mundo e o nosso Deus terá fracassado nos Seus objetivos finais
profetizados para os últimos dias.
Um povo peculiar deverá estar preparado para receber e aceitar Suas leis e executar Seu
governo. Como disse o apóstolo Paulo - “Se a nossa esperança em Cristo resume-se nas coisas
deste mundo, somos os mais desgraçados dos homens”.
A esperança do clero católico, demonstradamente pelos debates de Puebla, desviou-se do
Reino prometido vir de cima, e centrou-se no reino do mundo, no potencial falido de suas
formulações e reformulações.
O sistema econômico da sociedade dos céus não se assemelha ao capitalismo ou comunismo.
A ordem econômica do governo de Deus não pode ser baseada na acumulação de riquezas nas
mãos de poucos, nem na distribuição de bens por confisco. Ela é fundamentada em grandeza
espiritual de seus constituintes - na consagração geral, consciente e espontânea dos mais
abastados (para dar início ao programa) em convênio sagrado feito à priori nos Templos de Deus.
É baseada na confiança irrestrita dos justos no governo de Deus, através dos servos designados
como gestores dos bens consagrados, os quais, viverão sob a mesma lei.
As consagrações gerais feitas pelos convenentes, residentes em regiões geográficas
específicas, formarão um verdadeiro tesouro de bens. A esse tesouro, como sendo uma reunião de
bens da coletividade, todos terão acesso, mediante o controle do respectivo gestor (um bispo). Em
entrevistas pessoais com os responsáveis pelas famílias, o gestor examinará as necessidades
básicas de cada grupo familiar - os planos de trabalho, estudos, projetos de desenvolvimento, etc.
Então, das consagrações gerais, quer de pobres quer de ricos, virá a aplicação da justiça de Cristo,
quando os pobres serão acrescidos daquilo que os ricos serão diminuídos de espontânea vontade.
O gestor distribuirá em mordomia os bens necessários à cada família, de modo a haver um
equilíbrio justo de padrões de vida entre todos, terminando com os escândalos que presenciamos
tanto no passado quanto no presentemente.
Ao término de cada período designado, novas entrevistas e consagrações serão feitas, para
verificar o que fizeram os servos dos bens que em mordomia receberam ... Então, desse processo
administrativo do Reino de Deus, resultará mais outra aplicação da justiça de Cristo: Servo bom e
fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito mais ...Servo mau e preguiçoso ... tirai-lhe
mesmo o pouco que recebeu e daí ao que tem mais ... (àquele que por sua diligência e capacidade
contribuiu para desenvolver os bens da coletividade).
Quase todos os grandes princípios para administração do Reino de Deus na terra, podem ser
discernidos no sistema de parábolas ensinadas por Cristo, mas há um véu sobre elas. Só é possível
entende-las plenamente depois de aceitar as revelações modernas de Deus dadas ao profeta Joseph
Smith.

No sistema econômico de Deus não haverá o caso da força das circunstâncias acabar por
acumular bens em mãos ociosas - o ocioso não comerá o pão do trabalhador. Os mais operosos e
capazes serão os que receberão maiores mordomias, para o enriquecimento do tesouro comum;
elevando automaticamente o padrão geral; para que os demonstradamente fiéis nas suas
mordomias entrem no gozo do Senhor, primeiro no tempo e depois na eternidade. Com o
desenvolvimento serão formadas cooperativas e depois sistemas delas em coordenação mútua.
Toda sorte de atividades humanas serão controladas, ajustadas e administradas.
Os revezes que possam ocorrer resultando em perda dos bens recebidos em mordomia, não
terão efeitos devastadores capazes de arruinar financeiramente uma pessoa. Porque o tesouro
comum de bens poderá ter seus recursos drenados imediatamente em socorro dos atingidos. Isso
dará aos participantes um sentimento inigualável de segurança econômica. Novamente será o
gestor de bens, o responsável diante de Deus e dos homens por essas eventuais aplicações dos
recursos do tesouro.
O gestor responderá diante de um quorum de supervisores, também membros do reino. Os
supervisores responderão diante do quorum dos doze apóstolos, anexo à presidência do reino.
Esperar, mesmo dos homens mais justos que vivem dentro dos sistemas humanos,
capacidade para suportar as leis do sistema econômico de Deus, sem que haja primeiro uma
radical transformação interior por ação conjunta do indivíduo com a força espiritual que vem do
Alto, tanto por revelação quanto inspiração, será uma esperança vã.
Para que esse sistema seja executado, será preciso antes eliminar da terra o poder da
iniqüidade; destruir o poder físico, mental e espiritual que domina a mente dos homens e os
incapacita de enxergar as coisas de Deus. Essa força tem impedido Deus de estabelecer o Seu
governo na terra; porque o grosso da humanidade não se arrepende dos seus pecados. A derrocada
do poder do mundo será realizada primeiramente por auto-eliminação entre os injustos, e mútua
destruição de todas as nações da grande babilônia espiritual dos últimos dias; depois, por grandes
cataclismos e convulsões telúricas; para, em ação final, descerem os anjos comissionados por
Deus para a ceifa definitiva que eliminará da terra de uma vez por todas os praticantes de grossas
iniqüidades.
Se o direito de governar pertence a Deus, tudo o que for feito fora do Seu sistema de
governo, será ilegal. Todos os governos humanos, por serem muito diferentes do sistema divino,
resultarão em maiores ou menores injustiças e estarão todos eles longe da aceitação de Deus. Até
mesmo os governos democráticos são apenas toleráveis por um tempo determinado, mas também
terão que passar e ceder lugar ao governo que vem do Alto para instalar-se na terra no decorrer do
presente milênio.

Para finalizar, faremos algumas outras considerações:

- Nunca poderia haver igualdade permanente na participação dos bens da terra, nem mesmo
pelo sistema de dividir as coisas disponíveis num dado momento por todos os homens. Porque a
igualdade só existiria nesse exato momento. Tão logo começassem a atuar os sistemas naturais de
circunstâncias e contingências, particulares a cada local e indivíduo, seriam gradualmente
restabelecidas as desigualdades. Com elas as injustiças, discórdias, cobiça, rebelião e guerra.
Simplesmente porque os sistemas humanos de governo não puderam, não podem, nem poderão
levar a outra coisa.
- Mais uma vez frisamos que a ordem econômica de Deus não é a divisão de bens, mas a união
deles. União de todos os participantes do reino para a formação de um tesouro comum. Esse
tesouro constituirá o farto capital de giro com o qual todos e cada um poderão contar, dentro da
criteriosa administração de um gestor responsável por cada tesouro ou armazém do Senhor. Não
há outro sistema econômico que possa salvar temporalmente o homem e a sociedade, para isso
deverá haver um esforço de conscientização primeiramente. Esse passo inicial está sendo dado
pela pregação do Evangelho restaurado. Em preparação de um povo para suportar a ordem
econômica do reino e seu alicerce - a lei da consagração. Todas as tentativas que forem feitas fora
desse sistema revelado, serão ineficazes e incapazes de corrigir o mal nas suas causas
fundamentais.

AFIRMAMOS QUE DE UMA ÁRVORE MÁ, NÃO PODE SAIR BOM FRUTO ... DE UM
REINO BABILÔNICO NÃO PODE ADVIR O GOVERNO MILENAR DE CRISTO.

“POIS NÃO FOI DADO QUE POSSUÍSSE UM HOMEM MAIS DO QUE O OUTRO,
PORTANTO O MUNDO SE ACHA EM PECADO” (D&C 49:20) “PARA QUE POSSAIS SER
IGUAIS NOS LAÇOS DAS COISAS CELESTIAIS, SIM, TAMBÉM DAS COISAS
TERRENAS, PARA OBTENÇÃO DAS COISAS CELESTIAIS, POIS SE NÃO FORDES
IGUAIS EM COISAS TERRENAS, NÃO PODEIS SER IGUAIS NA OBTENÇÃO DAS
COISAS CELESTIAIS.” (D&C 78: 5-6)

CAPÍTULO X

A CARIDADE DO HOMEM E A CARIDADE DE DEUS

A caridade do homem faz bem à sua alma, mas é pequena, acanhada, não tem longo alcance
nem se irradia como um bem permanente para os assistidos. Depende da vontade, dedicação,
determinação e presença de indivíduos de vida efêmera, poder limitado e inteligência relativa. Ela
é sem dúvida fruto de amor ao próximo. Mas o amor humano não alcança o terceiro degrau da
escala: philos + eros + ágape. Onde o ágape é o amor perfeito e incondicional, na escala do amor
divino.

A caridade de Deus, embora sendo exercida através do homem, fará ainda um melhor bem à
sua alma; porque ela será ampla, sem fronteiras, de alcance infinito, poderosa ... será irradiada
como um bem permanente; não dependerá só do valor e presença de indivíduos, mas sim será
fundamentada no poder, inteligência e presença franca do Espírito de Deus entre os homens. Não
apenas influenciando indivíduos que agem por si mesmos, sem uma organização global; portanto
agindo dentro do círculo limitado de suas visões pessoais. Mas sim, agindo por uma nação inteira
(a Israel ou Sião de Deus). Una em vontade e propósito; poderosa e eficaz no cumprimento da
plena vontade de Deus, no Seu modo próprio de praticar a caridade que habita integralmente no
Seu Espírito.
Esta é a razão superior pela qual os profetas ansiaram e ensinaram sobre o estabelecimento da
Sião de Deus na terra - a nação santa, prometida para estabelecer a justiça divina, irradiar o amor
e a verdade sobre todos os homens.
Não é possível estabelecer uma nação qualquer, especialmente uma nação de tal
envergadura, sem antes congregar seus cidadãos, para erguê-los sob um espírito nacional e
unidade de ideais. Isso não seria possível sem o uso do poder da palavra da pregação autorizada; o
que exige o chamado divino de um líder (um profeta), a organização de um sacerdócio (um corpo
de homens investidos com o poder e a autoridade de Deus para realizar Seus trabalhos); a
organização da Igreja (para congregar, ensinar, desenvolver os indivíduos e administrar todas as
coisas do reino da Sião de Deus na terra) e o envio de missionários à todas as nações para
convocar o povo à congregação.
Embora a indiferença do homem a esse chamado e/ou a falta de espírito de luta no trabalho
não possam impedir a Deus de alcançar os Seus objetivos, podem retardar um pouco o
estabelecimento do Reino de Deus na terra, prolongando os dias de sofrimento humano no
planeta.
Aqueles que têm em si verdadeiramente sede de justiça integral, universal, aliem-se à esta
causa! A única e indefectível causa do Senhor na terra nestes últimos dias. Façam-se cidadãos do
Reino por fé em Cristo, arrependimento, batismo e confirmação na Sua Igreja e, guiados pelo dom
do Espírito Santo, labutem neste programa do Plano de Deus. Tenham consciência de que essas
ações extrapolam o tempo e alicerçam os direitos do homem na eternidade, fazendo-o participante
de tudo o que Deus possui - por juramento e promessa divinos.
A caridade acanhada do homem preenche temporariamente o vazio de um estômago, mas
não o vácuo que vive no espírito; nem do que dá nem do que recebe. Ela abriga e aquece por fora,
mas não o faz suficientemente por dentro da criatura assistida ou daquele que a assiste. Porque o
frio, recôndito e angustiante sentimento de tristeza permanece em ambos os corações. É aquele
conhecimento preexistente que veladamente se insinua nas consciências, e transmite um frio às
almas sensíveis ao contemplarem as injustiças estabelecidas debaixo do sol.
A caridade imperfeita do homem exalta o rico e humilha o pobre. Mas a caridade perfeita de
Deus dará dignidade ao pobre e tornará grande em humildade o rico. Porque a caridade do homem
não desenvolve poder para mudar as posições relativas de uns para com os outros - ela mantém as
castas do mundo. Os escravos e os seus mestres.
Porém a caridade que vem do Alto, levará aos pobres aquelas justas oportunidades temporais
e espirituais que os farão, de direito divino alienável, participantes de todos os bens da terra, no
tempo primeiro e depois na eternidade. Isso se dará pela grandeza e humildade daqueles que
detiverem nas suas mãos as riquezas da terra (em bens e talentos), os quais, se tendo convertido ao
verdadeiro Evangelho, ao chamado de Deus pela voz do Profeta Presidente para dar início à
Ordem Unida sob a Lei da Consagração, ampliarão suas almas, depondo nos celeiros do Senhor
todas as suas posses. Eles se consagrarão inteiramente à causa da Sião Celestial estabelecida na
terra, em benefício do bem-estar do próximo. Assim alcançarão a unidade de propósitos com o
Cristo e seu Pai Celestial.
Essa grandiosa ação dará testemunho ao nosso Deus do justo reconhecimento que alcançamos;
entregando-Lhe todas as posses obtidas segundo os sistemas injustos do mundo, e pondo à Sua
disposição, voluntariamente, todos os nossos bens e talentos; para que Ele os use no Seu próprio
modo de administrar; para exercer Seu sábio governo sobre nós; distribuir entre os homens as
diversas mordomias de acordo com as capacidades individuais; para que todas as riquezas da terra
e os homens sejam aplicados com justiça e eqüidade.
O direito absoluto do governo, e que Deus exercerá sobre nós não será estabelecido por
exercício da força Todo-Poderosa que dispõe. Mas por imposição de força moral das consciências
iluminadas dos seus filhos.

“E SE QUALQUER HOMEM DENTRE VÓS FOR FORTE EM ESPÍRITO, QUE TOME


CONSIGO AQUELE QUE É FRACO, PARA QUE SEJA EDIFICADO EM TODA
MANSIDÃO, A FIM DE QUE ELE TAMBÉM SE TORNE FORTE” (D&C 84: 106)

CAPÍTULO XI

A FAMÍLIA E O EVANGELHO NO REINO DE DEUS


O Senhor reuniu Seus filhos na terra em vários sistemas grupais - tribos, línguas e nações.
Mas a célula fundamental de todos eles sempre foi a instituição familiar, a começar dos patriarcas
da raça adâmica na terra. A fortaleza ou a dissolução desses grupos maiores sempre estiveram
diretamente associadas com a qualidade das suas famílias. As nações são corrompidas de dentro
para fora, embora as influências sejam insufladas desde o exterior. Para destruir uma nação
fisicamente, é preciso antes minar os valores morais que sustentam a família - em outras palavras,
é enfraquecer o alicerce que dá força à nação por essa instituição divina no tempo e na eternidade
A força e o escudo contra os fatores externos de desagregação da família, são da
responsabilidade dos pais desenvolver. Mas os governos têm também grande peso nesse mister -
pelo auxílio eficaz que podem dar no combate à corrupção moral dos indivíduos, especialmente os
jovens. Essa é a tática mais poderosa e deletéria insuflada pelos combatentes espirituais liderados
pelo Adversário de Deus. O efeito desse trabalho sub-reptício é o que vemos se avantajando nos
nossos dias. Lentamente a corrupção da família se foi instalando e, em nome da liberdade de
escolha com que Deus ataviou o homem, os incautos se entregam à destruição da verdadeira
liberdade que os faria livres. As lições da história de nada servem para motivar esses escravos
espirituais a avaliar o estado atual do mundo e a direção que estão indo. Repetem ipse literis o
procedimento das nações passadas, as quais foram destruídas pelos mesmos pecados que hoje eles
praticam.
Um governo complacente diante da viciosidade e licenciosidade malignas insufladas para
dentro da nação tendo como alvo os indivíduos para destruir as famílias, seja por qual motivo for -
filosóficos, políticos ou comerciais - estará investindo contra as famílias, enfraquecendo
moralmente os pais e preparando inconscientemente a própria ruína de sua nação e povo.
A família que se deixa governar pela lei do Evangelho, transforma-se num protótipo em miniatura
do sistema de governo do Reino de Deus nos Céus. Constitui-se num pólo de irradiação do
Espírito para levar o verdadeiro conhecimento de Deus a outras famílias; até que, por associação
de muitas delas, a Sião de Deus seja estabelecida na terra.
Muitas vezes no passado Deus tentou estabelecer núcleos do Seu Reino na terra, para promover a
salvação temporal do homem, preparando-o para a salvação espiritual na eternidade. Mas com
raríssimas exceções, os homens não permitiram que Seu esforço prosperasse entre eles.
O povo que se deixar governar espiritualmente pelo sistema eclesiástico da Igreja de Deus e
temporalmente pelo sistema sócio-econômico do Seu Reino, automaticamente será tornado o mais
poderoso politicamente entre todos os demais à sua volta.; pelos dividendos que colherá das
bênçãos derramadas por Deus e pela influência benigna que irradiará.
Essa é pois a importância da instituição familiar, conforme foi concebida por Deus - a
família temporal deveria ser o símbolo vivo do Reino de Deus nos Céus e o único instrumento
através do qual Ele pode perpetuar e magnificar Sua obra, no tempo e na eternidade.
Todo aquele que investe contra essa instituição divina para todos os seus filhos, o faz contra
os mais sagrados fundamentos da obra de Deus para o progresso dos nossos espíritos. Por isso o
apóstolo Paulo ensinou que o homem não é completo sem a mulher nem a mulher sem o homem
diante do Senhor. Sem que se unam para formar as bases daquela célula fundamental do Reino de
Deus, ambos são incompletos.
O celibato, quer por voto quer por egoísmo ou imaturidade moral é uma escolha que afronta
diretamente os objetivos do Plano de Deus, ela penalizará todo aquele culpado dessa falta. Da
mesma forma, os que desorganizarem suas famílias por motivos injustificáveis.
A plenitude das bênçãos de Deus só pode ser alcançada através de uma família justificada pela
Lei, e santificada pela aplicação do poder do sacrifício sangrento do Filho de Deus. As ordenanças
completas do Evangelho por indivíduos e famílias deverão ser todas cumpridas para obtenção ao
direito de justificação pelo Espírito Santo. Algumas delas só podem ser realizadas nos Templos.
Todo homem e mulher que podendo cumprir essas coisas, não fizer por negligência, egoísmo
e ignorância consentida, não alcançará a justificação para ser exaltado e receber a plenitude.
Devido ao desconhecimento voluntário ou não dessas coisas, é que Deus declara estar o
mundo em trevas (ver o Apêndice 11).
Na sua primeira carta a Timóteo o apóstolo Paulo denuncia os impostores na Igreja recém
organizada e que levariam alguns a apostatar da fé, proibindo o casamento (obviamente entre os
membros em posição eclesiástica) - ver 1 Tim 4: 1-3.
Para retirar o mundo das trevas (do desconhecimento de Suas Leis e Convênios) Deus
determinou a Restauração do Evangelho nos nossos dias. Mas essa grande bênção de nada valerá
para os que não a aceitarem. Por tão importante e sagrado ser o dom do livre arbítrio, Deus
sujeitou-se a perder muitos de nós para Sua Salvação mais excelsa - porque Ele obrigou-se a dar a
cada um de acordo com nossas obras. A força desse livre-arbítrio é tal, que eu poderia dizer a
mim mesmo, “eu não acredito em nada dessa conversa de restauração” e, a partir daí, anular todo
o trabalho que Deus fez em meu benefício. Então, por mais que Ele me ame, nada mais poderá
fazer por mim, pois terei fechado voluntariamente meu coração à luz que me foi oferecida do
Alto.
O Plano de Salvação de Deus é um empreendimento que incorpora altíssimos dividendos.
Mas ele é de alto risco. Tanto Deus quanto nós o aceitamos antes de virmos para este mundo. No
julgamento final (que será um auto-julgamento) seremos lembrados desse pré-conhecimento ...
então, todos dobraremos os joelhos, confessaremos que Jesus é o Cristo e que todos os
julgamentos de Deus são justos. Sem esse conhecimento preexistente, não poderia haver auto-
julgamento, nem a confissão acima declarada, nem seriam justos todos os Seus julgamentos ...
portanto, Deus deixaria de ser Deus, e toda a nossa fé, caridade e esperança seriam vãs. Os ateus
seriam os únicos certos neste mundo, e nossa recompensa seria a mesma que eles esperam ... o
nada depois desta vida!
Felizmente, diante do tribunal de Deus não haverá mais ateus, e as nossas esperanças serão
plenamente realizadas.

CAPÍTULO XII

O PODER DO NOSSO DINHEIRO E O EVANGELHO DE JESUS CRISTO

Se perguntarmos a cem pessoas o que pensam sobre esse tema, veremos que grande número
delas desassociarão uma coisa da outra.
Ao tentarmos explicar os princípios do dízimo, das ofertas de jejum, manutenção,
construção, fundo missionário e outros, somos acusados de ser uma Igreja que tanto fala em
dinheiro, que parece mais ser inventada pelo homem do que revelada por Deus.
Dizem eles que Deus não precisa do nosso dinheiro; que o poder do dinheiro é incompatível
com a obra de Deus. É um ponto de vista de grande incongruência, uma vez que tudo o existente
na terra - “nosso” dinheiro, nossos bens e nós mesmos e o planeta - pertencem a Deus.
Nós temos essas coisas porque são Dele, e Ele as quer ceder a nós por um tempo em
mordomia. Nada deste mundo é nosso de forma absoluta, é apenas emprestado por um lapso de
tempo na eternidade. É uma grande honra para nós ceder-Lhe voluntariamente parte da totalidade
do que nos foi confiado. Para o nosso Doador usar como Lhe aprouver.
Por que o Senhor pronunciou-Se por Malaquias, dizendo:

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimentos em minha casa, e
depois fazei prova de mim ... se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.” (Mal 3: 10)
Seria bastante a citação acima para mostrar que a ordem das ofertas partiu de Deus.
No referente ao entendimento das escrituras, a confusão de interpretações que se difundiu no
mundo impede às mentes o acesso à luz que vem do alto; aquela que trás compreensão das
verdades profundas e das razões de Deus, implícitas em cada mandamento e princípio constantes
das escrituras.

“Assim ... mandei ao mundo o meu eterno convênio ... para ser um padrão para o Meu povo
... portanto, entrai nele, e com quem vier Eu raciocinarei como com os homens em dias passados,
e vos mostrarei o meu forte raciocínio. Portanto, juntos atentai e deixai-me mostrar-vos a Minha
Sabedoria.” (D&C 45: 9-11)

Para o bom entendedor poucas palavras bastam, mas para o mal entendedor ou o que não faz
questão de entender ou, ainda, o que faz questão de não entender, todas as palavras do mundo não
bastarão.
Para aqueles que conseguem discernir espiritualmente, a certeza das coisas que vêm de Deus
sucede num relance. Ela vem primeiro em forma de síntese, repentinamente um sentimento
espiritual mostra a verdade da palavra. Os detalhes analíticos são apreendidos e compreendidos
depois, passo a passo. Eles chegam como uma verdadeira soma de testemunhos convergindo para
aquela síntese total que se manifestou indelevelmente por ação do Espírito de Deus ao coração e
mente do homem receptivo e sincero que se dispôs a buscar. Não é fácil falar de coisas espirituais
para quem só aprendeu a compreender carnalmente, superficialmente. Por não ter cultivado
sentimentos espirituais, não consegue discernir espiritualmente.

A RAZÃO DO SURGIMENTO DO DINHEIRO

Na Antigüidade os indivíduos comerciavam trocando as posses diretamente - tantas galinhas


por um leitão, tantos carneiros por uma vaca, uma medida de trigo por umas tantas de arroz.
O desenvolvimento da vida social trouxe gradualmente processos mais práticos para as
trocas comerciais. Pouco a pouco surgiram os sistemas monetários - moedas, papel-moeda e
relações cambiais. Em síntese, essas convenções foram internacionalmente aceitas por todos os
povos civilizados. Passou assim o dinheiro a ser a medida universal do valor do trabalho e das
posses dos indivíduos e de suas nações; cujo poder, definitivamente está vinculado ao valor
relativo de suas moedas entre os vários sistemas monetários do mundo.
Além de por outras maneiras, é, em grande parte, também através do poder convencional dessa
instituição chamada dinheiro, que os homens podem objetivar a dedicação, o zelo, o cuidado e o
amor que sentem por seus familiares, por seu próximo e por causas outras que abraçam.
No meio social em que vivemos, todo o trabalho que realizamos para benefício de outros,
significará um tempo que não estamos usando para nós mesmos, diz o ditado popular: “Tempo é
dinheiro”.
O dinheiro pode ser definido como um instrumento convencional, que por comum acordo
entre as sociedades humanas, passou a representar poder nas mãos daqueles que o detém - para
realizar atos de justiça, ordem e amor ou atos de injustiça, desordem e ódio; segundo o arbítrio
individual ou coletivo. Isso torna cristalino: O poder temporal que o dinheiro representa no
mundo, tem papel indispensável para a edificação do Reino e do Governo de Deus na terra.
Tanto Deus quanto Satanás precisam que o homem lhes conceda o poder do seu dinheiro
temporal para edificarem os respectivos reinos no mundo. O caos generalizou-se na terra porque
o homem serve (ama) a Satanás mais do que a Deus.
O propósito de Deus ao instar Seu povo a cooperar com Ele, abastecendo a Sua Casa com a
substância de seu ganho, é faze-lo participante efetivo de Seu esforço na realização do Plano de
Salvação; para poder honrá-lo com as bênçãos de Sua plenitude.
A grande sabedoria de Deus, condicionou o desenrolar de Seu Plano ao grau de cooperação
que receberia do Seu povo. Ele sabe que a alegria perfeita do espírito de Seus filhos, só pode ser
alcançada pelo sentimento de auto-aprovação diante Dele no julgamento final. Deus sabe que não
pode haver alegria sem glória ou poder; nem glória sem mérito; nem mérito sem trabalho; nem
trabalho sem esforço; nem esforço sem que haja algo a superar; nem algo a superar que não
demande em dispêndio de parte de nossa substância e energia.
Ele é o dono de toda terra e de todos nós. Mas refreia-se de usar Sua força para realizar
aquilo que, por determinado tempo, condicionou ao arbítrio humano.
O poder temporal assim erigido, será aplicado segundo o justo critério do Espírito Santo -
por inspiração à liderança da Igreja na terra para:

1o- Divulgar a mensagem do Evangelho Restaurado a todas as famílias, línguas e povos;


2o- Congregar os filhos de Israel (o povo de Deus nos Últimos Dias);
3o- Edificar Casas de Reunião e Templos;
4o- Manter as edificações;
5o- Treinar e educar o povo para o Reino Milenar;
6o- Assistir aos necessitados;
7o- Levar avante todos os programas revelados pelo Senhor para os nossos dias.

O testemunho, a lealdade e a compreensão dos homens desta causa de Deus, será por Ele
avaliada, em função daquilo que objetivarem de fato; não apenas emocionalmente, como aqueles
crentes que pensam estar salvos pela simples confissão da boca de que aceitam Jesus Cristo como
o seu único Salvador.
Objetivar de fato significa muito mais do que isso - é realizar na medida de nossas forças, o
trabalho físico, mental e espiritual exigidos por Deus a cada um pela causa do Evangelho:
“Ó vós que embarcais no serviço de Deus vede que o sirvais de todo vosso poder, mente e força
...” (D&C 4: 2)
Significando:
Todo poder - todos os meios de que dispomos;
Toda mente - toda inteligência e conhecimento que possuímos;
Toda força - toda capacidade física e espiritual disponíveis.

Pela adesão ou não a esses princípios revelados, serão julgados os homens e separados os
justificados dos não-justificados para a plenitude da graça de Deus.
Os que forem suficientemente instruídos sobre essas coisas e, a despeito disso, obstinarem-se
e se furtarem de fazer esse sacrifício pessoal, automaticamente excluir-se-ão das melhores
bênçãos do Sacerdócio, contra o desejo de Deus - que é dar participação de tudo que Ele possui a
todos quantos forem justificados pelo Espírito Santo.
Tanto o sacrifício do dízimo quanto o do jejum e das ofertas alçadas, quanto mais tarde a
consagração de todos os bens individuais, serão os testes pelos quais a lealdade de fato será
imputada ao homem (ver Tiago 2: 14-26).
Por todas essas razões superiores, o poder do dinheiro não é incompatível com a justiça dos
céus. Mas assim como injusto não poderá comprar sua salvação por mais dinheiro que ofereça;
ninguém será dado como justo sem doar o que lhe for requerido.

CAPÍTULO XIII

AS BÊNÇÃOS DO DÍZIMO

A OBEDIÊNCIA À LEI DO DÍZIMO E ÀS IMPLICAÇÕES DESSE PRINCÍPIO, SÃO


PONTOS DIFÍCEIS DE ENTENDER PLENAMENTE ATÉ MESMO PELO HOMEM
ESPIRITUAL

Referir-se a Malaquias 3: 8-10 e Deuteronômio 14: 22-23

As bênçãos prometidas ao dizimista são grandes, apesar de ser uma lei menor em grau de fé
e de sacrifício pessoal exigidos. Quão maiores serão as bênçãos para aqueles que suportarão a lei
da consagração!
O homem que não conseguir obter o espírito do dizimista agora, jamais conseguirá
desenvolver em si o espírito da consagração; quando Deus chamá-lo a obedecer essa lei maior do
Evangelho. E quem não for capaz de suportar a vida sob a lei da consagração, jamais conhecerá a
Sião sobre a terra, e muito menos a Sião Celestial.
Entre as muitas bênçãos obtidas pelo dizimista estão os testemunhos e a força espiritual
decorrentes, os quais irão prepará-lo para crescer em fé e poder, na qualidade de força espiritual
para observar a lei da consagração quando ela for instituída. E, como tal, poder ser preservado por
ela no direito à obtenção da vida eterna. (D&C 88: 21-22; 105: 5).
“... por ela (a lei do dízimo) será sabido se somos fiéis ou infiéis. Quando um homem
observa toda a lei que é revelada (de acordo com sua força, substância e habilidade), embora o
que ele faça possa parecer pouco, será tão aceitável aos olhos de Deus quanto se ele fosse capaz
de fazer mil vezes mais. A lei do dízimo é um teste pelo qual, tanto o povo quanto os indivíduos
serão provados. Qualquer homem que deixar de observar esse princípio será reconhecido como
indiferente ao bem-estar de Sião. (Mormon Doctrine pg. 797).

Por que o Senhor promete grandes bênçãos por esse princípio aparentemente tão pequeno?

1o- Pela sabedoria de Deus, o dízimo tornou-se um dos requisitos da Lei;


2o- Deus agirá por meios naturais - o dinheiro e os bens materiais que adquirimos como produto
de nosso trabalho são meios naturais de poder aqui na terra;
3o- No Plano de Salvação foi estabelecido que o esforço humano deveria ser conjugado ao de
Deus para sua realização;
4o- A prática do dízimo é uma poderosa força de edificação da fé, já que Deus põe-Se à prova por
próprio consentimento, quando nos desafia a pagar o dízimo e então constatar se Ele não nos
abrirá as janelas do Céu e derramará Sua bênção sobre nós em abundância.

Na lei do dízimo, o que está fundamentalmente em questão é a obediência ou não ao


princípio da Lei. As bênçãos são principalmente espirituais; o dizimista demonstra fé, tornando-se
digno de receber mais fé, o que significa poder - fé é poder espiritual.
Aquele que crescer em poder no sacerdócio, crescerá em obras de justiça e prosseguirá com
mais segurança para a vida eterna.
As bênçãos prometidas não devem ser esperadas especificamente em bens materiais; embora
seja prometido que o devorador dos nossos bens será detido, mas sim em bens espirituais -
conhecimento puro, paz interior, harmonia familiar, saúde física mental e espiritual, esperança
firme na salvação e o companheirismo do Espírito Santo, tanto na bonança quanto nas horas
difíceis que vêm sobre os todos os homens nesta vida.

PAGAI INTEGRALMENTE OS DÍZIMOS ... PARA QUE HAJA ALIMENTO EM MINHA


CASA, E DEPOIS DISSO FAZEI PROVA DE MIM, DIZ O SENHOR, SE NÃO VOS ABRIR
AS COMPORTAS DO CÉU, E SE NÃO DERRAMAR MINHA BÊNÇÃO SOBRE VÓS EM
ABUNDÂNCIA. (Malaquias 3: 10).

CAPÍTULO XIV

O INDIVÍDUO, A FAMÍLIA E O PROGRAMA DO BEM-ESTAR NO REINO DE DEUS

Nossa família poderá ser um maravilhoso exemplo pela maneira como viver o Evangelho
diariamente no lar. De que forma especificamente?
- Pelos frutos produzidos a curto, médio e longo prazos diante daqueles que seguem os padrões do
mundo e suas filosofias;
- pelo amor e a paz que pode uma família verdadeiramente convertida irradiar;
- pela visão mais ampla, prática e objetiva que a família convertida obtém praticando o Evangelho
- ensinando por preceito e exemplo.

Podemos resumir todo o programa do Evangelho num único mandamento:


“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.
Isso significa que devemos servir a Deus com dedicação maior do que a todas as outras coisas e
ao nosso próximo com a dedicação e zelo que temos por nós mesmos.

O Senhor Jesus Cristo ensinou que é mais bem-aventurado o que dá do que aquele que
recebe. Infere-se que Deus é o mais bem-aventurado dos seres - Ele dá a todos os seus filhos tudo
o que são capazes de receber, e ensina-os pacientemente para que sejam cada vez mais capazes de
alcançar Suas bênçãos.
Ninguém pode dar a Deus qualquer bem material ou espiritual que Ele já não tenha. Apenas,
por causa do sagrado livre-arbítrio que nos deu, podemos negar-Lhe nosso justo reconhecimento,
amor e gratidão por todos os bens, propriedades e poderes que pôs à nossa disposição para
promover o nosso desenvolvimento e do mundo que habitamos.
Embora, Dele possamos obter tudo que exista neste mundo, isso nem de longe constituir-se-á
em Sua plenitude. Esta só poderemos obter através do bom uso que fizermos das coisas menores
que aqui nos forem confiadas.
Quem não aprender a ser fiel na posse das coisas perecíveis; como poderá sê-lo na posse das
riquezas eternas?
O objetivo máximo dos cristãos aqui na terra (incluindo-se o mundo dos espíritos), de acordo
com o apóstolo Paulo, é: “... atingir o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo”.
(Efésios 4: 13)
Um filho de Deus que não alcançar desenvolvimento pessoal, adquirindo condições de dar de
si por outros - para que eles, por sua vez, também cresçam e contribuam com seus bens, dons e
talentos para o crescimento de mais outros, numa cadeia de crescimento e doações eternos, nunca
será tido como bem-aventurado por Deus. Nunca se poderá sentir aprovado, justificado pelo
Espírito, e ter dentro de si a paz que Deus prometeu e que o mundo não pode dar.
Portanto, enquanto ainda somos dependentes ou momentaneamente carentes, o que
recebemos de nossos pais temporais ou de esforços familiares, de instituições filantrópicas e
governamentais, deve ser considerado um auxílio temporário - até que consigamos nos auto-
prover. Passadas as circunstâncias da dependência justificável, entramos na condição de
dependência sem dignidade, que nos desonra diante de Deus e dos homens.
A família é a escola básica para o homem aprender a conquistar a condição de bem-
aventurança: - aprender a receber com gratidão; crescer em poder, mente e forças físicas e
espirituais, para então dar generosamente de si por outros que se seguem a eles, para que eles
também desenvolvam as mesmas qualificações.
A Igreja, por ação dos seus quoruns do sacerdócio, é outro instrumento capital para ensinar o
indivíduo a estender ainda mais os seus serviços a outros, além dos de sua própria família. De
nenhuma outra forma o homem poderá caminhar para obter a maturidade de Cristo e poder viver
na presença do Pai Celestial. Ninguém poderá alcançar a plenitude da graça de Deus se cuida
apenas do bem-estar de sua família consangüínea, isso até mesmo os infiéis conseguem fazer.
Se Deus nos vê a todos como membros de Sua família, é exatamente assim que devemos ver
a todos os nossos irmãos espirituais, e agir com eles de acordo com a justiça ensinada dos céus,
especialmente com aqueles que professam a mesma fé e enfrentam dificuldades. (ver Gálatas 6: 6-
7)
O crescimento do poder de ação dos quoruns do sacerdócio, e de nossa compreensão quanto
ao modo de aplicá-lo, constitui-se na única solução para levedar o mundo com o espírito da
salvação temporal, para depois poder salvá-lo espiritualmente.
Se não nos associarmos ao programa da Igreja, instituído por revelação de Deus, para que as
coisas sejam feitas de Seus modo, e não do homem, não poderemos alcançar a plenitude das
bênçãos que Deus; porque o derramamento dessas bênçãos está condicionado à execução dessas
coisas.
Os dízimos e ofertas que colocamos nas mãos dos líderes da Igreja na terra, serão
empregados da forma que o Senhor deseja, para edificar o poder temporal e espiritual de Sião nos
últimos dias ... até que seja feita a vontade de Deus na terra como é feita nos céus. (ver D&C 119)

CAPÍTULO XV

O PODER DO SACERDÓCIO NO GOVERNO DOS SANTOS

O Sacerdócio é um princípio de poder que coexiste com Deus na eternidade. Sendo ele o
poder de Deus é também Sua honra. (D&C 29: 36; 75: 5 e 76: 5).
Lúcifer pediu a Deus a Sua honra, portanto o Seu poder para conduzir os homens ao seu
próprio modo e satisfazer propósitos injustos aos olhos de Deus.
A fé é outro princípio eterno de poder. Um atributo de Deus, segundo o qual Ele exerce
governo sobre todas as coisas, quer temporais quer espirituais (Lectures on Faith 1: 12-16, 17, 22,
23, 24).
O Sacerdócio e todos os atributos de Deus (Conhecimento, Fé ou Poder, Justiça, Julgamento,
Misericórdia e Verdade) formam um conjunto de manifestações harmônicas, através das quais
podemos sentir a presença do Altíssimo por Seu Espírito. Ele é o único a possuir todas essas
faculdades e atributos independentemente de qualquer outro ser.
Todos esses poderes irradiam-se da presença do Pai por meio do Espírito Santo e enchem a
imensidão do espaço.
O Filho Unigênito ( assim chamado por causa do corpo de carne) tem em si a plenitude
desses poderes e atributos por concessão do Pai e por meio do Espírito Santo.
O Filho irradia um espírito semelhante, chamado o Espírito do Senhor, o qual enche também
a imensidão do espaço, mas não é Aquele que se irradia da pessoa do Espírito Santo - o membro
de espírito constituinte da Trindade Divina.
O Espírito do Senhor é um veículo de poder e execução, é o instrumento que Cristo usou e
usa para organizar os elementos e os inúmeros mundos que criou, e para trazer entendimento aos
filhos dos homens - “Há um espírito no homem e a inspiração do Todo-Poderoso os faz
entendidos”, Jó.
Os membros da Igreja recebem o dom do Espírito Santo através do Espírito do Senhor e não
diretamente, porque além de dependentes do Pai, o somos também do Filho - o único intercessor
entre o Deus Pai e o homem.
Os membros da Igreja estão sendo treinados pelo dom do Espírito Santo, para desenvolver os
poderes e atributos de Deus em si mesmos e, gradualmente melhor exercerem o Sacerdócio que
lhes é conferido para trabalhar na obra de Deus no tempo, e prosseguir na eternidade.
O Sacerdócio nos é conferido sob o poder do Espírito Santo, mas através do Espírito do
Senhor.
O poder do Sacerdócio não atua sem ser dinamizado ou canalizado pelo poder da
fé.(Imortalidade e Vida Eterna Vol. II, pág. 304).
O homem não pode crescer no Sacerdócio sem antes crescer na fé. Não é possível crescer na
fé sem exercer os ofícios e encargos do Sacerdócio.
Deus governa os santos pela fé que eles exercem no Seu nome. Quanto maior a fé e o poder
no Sacerdócio, melhor se tornarão os santos para serem governados ... E para governarem a si
mesmos e as suas famílias no tempo e depois na eternidade.
O veículo que o Senhor usa para edificar os poderes e atributos de Deus nos santos é o
Espirito Santo ou a Luz Maior, o qual, revela, instrui, ilumina e dá testemunho ao coração do
homem no concernente ao trabalho de Deus, Suas instruções e Seu pensamento.
Os santos crescerão em fé gradualmente, exercendo seus chamados dentro da autoridade e
poder que as chaves do Sacerdócio lhes facultam. Isso fará que testemunhem da realidade do
poder de Deus em suas vidas, e cresçam espiritualmente para o Reino, no tempo e ao longo da
imortalidade que segue sua presente existência - de eternidade a eternidade.
A fé é poder, portanto é espírito, é luz ou matéria purificada e irradiante. Caso não fosse, não
se poderia transmitir pelo Espírito do Senhor, levando ao Pai os anseios dos seres que a veiculam.
A palavra é um símbolo proferido que leva ao Espírito do Senhor a idéia, vontade e fé do
portador do Sacerdócio. Mas deve nascer de um coração quebrantado e um espírito contrito, em
conhecimento e fé que Deus aprova, para que ela frutifique no Espírito. (ver Liahona de
agosto, 1976, p. 5) A palavra é um instrumento de enorme poder quando aplicada no poder do
Espírito Santo.
(ver “A Igreja
Restaurada”pág.167
- Orson Hyde em 24 de outubro, 1981 faz a oração dedicatória para a volta dos judeus à Palestina,
ver também o capítulo V).
O Sacerdócio atua com eficiência, quando a palavra é comunicada ao Espírito com fé ... porque:

DEUS EXERCE SEU SACERDÓCIO E GOVERNA AO SANTOS PELA FÉ

O Espírito Santo e o Espírito do Senhor são autocontidos, e ambos enchem a imensidão do


espaço, mas o primeiro só chega ao homem através do segundo.

As chaves que autorizam os homens a exercer o poder do Sacerdócio nos diversos setores de
ação do Reino de Deus, foram restauradas à Terra por seus detentores celestiais sempre que o
Evangelho foi restaurado à Terra após período de apostasia, desde Adão até nossos dias. Por isso,
os portadores das chaves do Reino que agem sobre a Terra em todos os tempos, o fazem mediante
a autoridade de Adão, o qual foi eleito por Deus para ser o primeiro homem entre os que viriam
para esta Terra como seus descendentes carnais sangüíneos (e não espirituais) - porque todos nós
fomos gerados corporalmente depois da queda do pai desta geração - o Adão terreno caído, o
arcanjo Miguel Celestial - um dos sete que ministram na presença do Pai na eternidade.

Embora Adão deva entregar as chaves do poder a Quem as concedeu a ele, Jeová, que desceu
como o Cristo no Meridiano dos Tempos; este também dará conta de Sua mordomia ao Pai, após
a transfiguração da Terra ao fim do sétimo Milênio. Então o governo será de Cristo eternamente,
por concessão do Pai. (relacionar com o capítulo I)
Jesus Cristo, Adão, todos os demais arcanjos, todos os patriarcas e os élderes fiéis de todas as
dispensações do Evangelho na Terra receberam o Sacerdócio na preexistência, porém, as chaves
do Sacerdócio para exercerem em justiça o trabalho de Deus na Terra, só lhes foram concedidas
depois que já estavam na carne mortal.
“EIS QUE A MINHA CASA É UMA CASA DE ORDEM, DIZ O SENHOR DEUS, E NÃO DE
CONFUSÃO. ... E TUDO QUE EXISTE NESTE MUNDO, QUER SEJA ORDENADO POR
HOMENS, POR TRONOS, QUER POR PRINCIPADOS, PODERES, OU COISAS DE
RENOME, SEJA O QUE FOR, QUE NÃO FOREM POR MIM E PELA MINHA PALAVRA,
DIZ O SENHOR, SERÃO DERRUBADOS, E NÃO PERMANECERÃO DEPOIS QUE OS
HOMENS MORREREM, NEM NA RESSURREIÇÃO, NEM DEPOIS DELA ... TUDO O QUE
NÃO É DE MIM SERÁ ABALADO E DESTRUÍDO.” (D&C 132: 8, 13, 14)

CAPÍTULO XVI

A AUTOJUSTIFICAÇÃO HUMANA E A ADVERTÊNCIA DE DEUS

Jesus Cristo denuncia o espírito farisaico da humanidade. Falando ao profeta Joseph Smith:

“Não buscam ao Senhor para estabelecer a Sua justiça, mas cada um segue o seu próprio
caminho, segundo a imagem do seu próprio deus, a qual é à semelhança do mundo, e cuja
substância é a de um ídolo que envelhece e perecerá em babilônia, mesmo a grande babilônia que
cairá.” (D&C 1: 16)

O erro espiritual básico que se agregou poderosamente ao pensamento dos homens da idade
chamada moderna, é amplamente caracterizado pelo Senhor nessas palavras ditas ao profeta em
1o de novembro de 1831. Pois a humanidade em quase sua generalidade não busca obter uma
noção correta de Deus individualmente; prefere entregar-se às confortáveis tradições que
receberam da cadeia familiar, as quais podem estar erradas desde muitas gerações. Deus não quer
que elejamos tradições recebidas de homens como sendo à imagem de nosso Deus. Ele quer que
O busquemos e recebamos individualmente da forma que Ele verdadeiramente é. Quer que
conheçamos por nós mesmos os Seus atributos... O que só é possível por busca individual
autêntica e sincera de nossa parte e o testemunho do Seu Espírito ao nosso espírito. Como ensinou
o apóstolo Paulo - devemos buscar obter uma noção exata de Deus.

Embora os antigos discípulos de Cristo contassem com o testemunho de sua presença na


carne entre eles; não era o bastante para poderem afirmar saber que Ele era o Filho de Deus
anunciado nas Escrituras. Era preciso o testemunho do Espírito Santo também, para selar a fé com
um conhecimento perfeito daquele fato ... caracterizando com poder o que de outra forma seria
simplesmente uma opinião da carne e do sangue. Foi por isso que ficou registrado na Escritura a
passagem do testemunho alcançado por Pedro:
“Bem-aventurado és Simão, filho de Jonas, porque Quem t´o revelou não foi carne e sangue, mas
meu Pai que está nos céus.”

Os homens podem declarar crer que Jesus é o Cristo, mas não podem dizer em justiça que
sabem ser Ele o Filho de Deus prometido nas Escrituras; porque somente o selo divino cumpre a
justiça dos céus e sobrepuja a simples crença da carne e do sangue sobre qualquer coisa deste
mundo, a qual deve ser corroborada pelo testemunho do Espírito Santo. É por isso que a Escritura
afirma que “Ninguém pode dizer (saber) que Jesus é o Cristo, a não ser pelo Espírito Santo.”

Se o próprio Cristo só se pôde reconhecer como o Messias prometido, por concurso do


Espírito Santo, como pode o homem dizer que o sabe sem o mesmo concurso (testemunho)?
É em virtude da ignorância desse fato capital, que a humanidade “não busca o Senhor para
estabelecer a Sua justiça ... mas cada um segue o seu próprio caminho”. Por não compreenderem
esses requisitos da justiça divina, os homens incorrem na leviandade pecaminosa definida por
Deus nestas palavras:

“Eles se achegam a mim com os seus lábios, porém, seus corações estão longe de mim; eles
ensinam como doutrina os mandamentos dos homens tendo uma religiosidade aparente, mas
negam o Meu poder.”
Significa que os homens ignoram a necessidade do poder do Espírito para iluminar suas
decisões no que concerne às coisas de Deus, confiando nas próprias opiniões carnais e
inadvertidamente pondo em risco sua Salvação mais excelente - o verdadeiro motivo do
Evangelho ser pregado neste mundo.
Joseph Smith muito jovem ainda, teve o discernimento e a coragem moral de não aceitar
quaisquer afiliações religiosas simplesmente por escolhas paternas ou a influência de ministros
destacados de seus dias. Hoje temos muito mais ministros destacados em todo o mundo do que
havia no tempo de Joseph, mas os ensinamentos desse grande profeta de Deus dos últimos dias,
permite-nos discernir entre os destacados, todos os que são descartáveis.
Para a dúvida justa e atroz em que se viu envolvido, procurando as respostas na Bíblia,
Joseph entendeu só haver uma opção correta - consultar a Deus diretamente. Para arregimentar
sua fé, ele dispôs da palavra encontrada em Tiago 1: 5 e abriu o caminho de sua libertação. Mas,
até então, ainda não dispunha dos testemunhos inclusos no Livro de Mórmon, o qual Deus pôs à
nossa disposição nos últimos dias por instrumentalidade do novo profeta que chamou. Pois hoje,
além da promessa em Tiago 1: 5, conduzindo o homem à maior comunhão com Deus, temos o
Livro que Ele determinou-Se a nos revelar; para, associado à Bíblia e todos os demais livros que
houver por bem revelar, conduzir o povo da Terra ao Seu Reino, a todos quantos crerem no Seu
trabalho ... pois se crerem, virão a saber por testemunho do Espírito Santo, que a obra não é de
homens, anjos ou de demônios. A obra é de Deus.

O Altíssimo já conhecia desde a preexistência aquele lá designado para ser o profeta


restaurador do Evangelho nos últimos Dias. Por influência de Seu Espírito, foi conduzindo por
inspiração a mente do jovem Joseph; para que os acontecimentos o levassem a encontrar o
caminho do seu chamado - Deus realizou o Seu trabalho e não Joseph, o qual, tendo sido
conduzido, chamado e aceitado o desafio, tornou-se um instrumento nas mãos de Deus, para
representá-Lo entre os homens da nova dispensação do Evangelho à Terra.
Essa é a perspectiva justa que os homens devem usar ao lerem o relato de Joseph Smith sobre os
eventos que o levaram a receber as grandiosas revelações de Deus na abertura da “Obra
Maravilhosa e Um Assombro” anunciada para os nossos dias, em preparação da Segunda Vinda
de Cristo.
Joseph era um ser moldável nas mãos de Deus por suas qualificações espirituais
preexistentes. Por isso ele tornou-se um modelo para todos os que pretendem associar-se a Deus
na obra de restauração dos Últimos Dias - Joseph foi um buscador autêntico, sincero, cheio de fé e
disposto a trabalhar pela Causa, de acordo com o desenvolvimento de seu conhecimento do
Evangelho de Jesus Cristo.
Buda, 500 anos antes de Cristo, compreendeu a insensatez de tentar obter conhecimento
verdadeiro baseando-se apenas em tradições herdadas, e disse:

“Não acredites numa coisa simplesmente por ouvires dizer; não acredites debaixo de fé em
tradições, pois elas são veneradas há numerosas gerações. Não acredites em nada através
unicamente da autoridade dos teus mestres e sacerdotes. Crê no que tu mesmo experimentares,
provares e reconheceres como verdadeiro, que seja de acordo com teu bem e o dos outros; e
conforma tua conduta a isso.”

“ Não procuram o Senhor para estabelecer a Sua justiça ...”

Aqui o Senhor caracteriza o motivo que tornará autêntico o desejo interior do espírito humano ao
buscar a Deus - estabelecer Sua justiça na Terra. Aquela justiça que está muito acima das nossas
perspectivas carnais, mas mesmo assim ao alcance de nossa compreensão espiritual quando nos
deixamos conduzir pelo Espírito a entender as coisas de Deus. Para isso, deveremos seguir os
passos espirituais de Cristo, andar na senda que Ele desbravou e andou, para então poder chegar
onde Ele está.
Nem mesmo os discípulos antigos de Jesus, entendiam inicialmente todas essas coisas - até
que receberam o Espírito Santo.
Jesus soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo.” (João 20: 22)
“Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras”(Lucas 24: 45).
E quanto a nós poderemos ter certeza que compreendemos as Escrituras sem ter recebido o
dom desse Espírito e efetivamente o exercido, por oração, estudo e obediência à Lei do
Evangelho?

“A minha palavra e a minha pregação não se consistiram de eloqüência persuasiva de sabedoria,


mas na demonstração do Espírito e do poder divino, para que vossa fé não se baseasse na
sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” (1 Cor 2: 4-5)
“Se alguém quiser fazer a vontade Dele, reconhecerá se ela (a doutrina) é de Deus ou se eu falo de
mim mesmo.” (João 7: 17)

Enquanto ainda estamos na fase do discernimento carnal simplesmente, as coisas de Deus


não nos parecerão plausíveis, aceitáveis ou coerentes; pois a mente carnal é adversa à mente de
Deus. Ele precisa ser submetida pela mente espiritual, se o homem desejar obter e manter
comunicação com a mente de Deus. Como bem disse o apóstolo Paulo:

“Não falamos dessas coisas numa linguagem que nos foi ensinada pela sabedoria humana, mas
pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais. Mas o homem natural não percebe as coisas do
Espírito de Deus; pois para ele são loucuras. E não as pode entender, porque é o Espírito que as
julga. O homem espiritual ao contrário, julga (bem) todas as coisas, mas não é julgado (superado
em julgamento) por ninguém” (1 Cor 2: 13-15)
Deus quer que os homens espiritualizem suas mentes carnais em busca de compreensão da
mente de Cristo através do dom do Espírito Santo.

...Mas cada um segue seu próprio caminho. Segundo a imagem de seu próprio deus, a qual é à
semelhança do mundo...

Cada um segue um sistema de vida que desenvolveu pela mente carnal. Nele justifica-se e
torna-se aceitável diante de seu próprio julgamento. E nega-se a reconhecer a pequenez de sua
justiça quando comparada às excelcitudes dos preceitos da justiça segundo Deus. Transfere o
homem em seguida essa auto-aceitação fabricada, para a mente de um falso deus que imaginou
para si mesmo - um deus complacente com as faltas da humanidade, tolerante com os pecados
individuais e os da multidão.

Um Deus, cujos princípios e preceitos revelados não permitam ao homem ter paz de
consciência diante de Sua Palavra, não se ajusta à sua vida. É preciso imaginar um falso deus
menos austero; tornar mais acessíveis seus mandamentos, reinterpretá-los; bem como Seus
atributos e ajustá-los ao sistema de vida que melhor agrade a mente carnal. Enfim, um deus
imaginado por cada indivíduo, cuja justiça devesse ser coincidente com a injustiça do homem e do
seu mundo corrompido.
Seria uma inversão diabólica, todos concordarão. Portanto é uma atitude diabólica a do
homem que adota tal posição. Isso nos leva a concluir que a auto-justificação vem do diabo.

Para que então o requisito do arrependimento no Plano de Salvação do verdadeiro Deus? Na


situação fabricada acima descrita, Deus é que se deveria arrepender por não ter feito um
Evangelho condizente com os desejos carnais de cada mente humana.
É por isso que todos os homens, sem exceção, são chamados ao arrependimento; porque todos
estão desviados da Verdade, hoje novamente restaurada por Deus ao nosso mundo, através do
chamado de novos profetas e apóstolos para os Últimos Dias.

“... e cuja substância é a de um ídolo que envelhece e perecerá em Babilônia, mesmo a grande
Babilônia que cairá.”

As qualificações, atributos, personalidade e caráter desses deuses imaginados pelo homem,


são comparados pelo Senhor à substância que compõe um ídolo pagão - sem poder e indigno para
servir como alvo de nossas esperanças. Os quais, perecerão juntamente com todas as coisas do
mundo que levaram os homens a imaginá-los. O mundo, com todos os seus sistemas políticos,
econômicos, filosóficos e religiosos; bem como todos os que neles puserem suas esperanças e não
se arrependerem, juntamente perecerão para as coisas da Vida Eterna. Isto é, para todas as coisas
concernentes à plenitude das bênçãos divinas. Incontáveis homens perecerão com o nome de Deus
nos lábios, sem se dar conta de que afastaram seus corações da Verdade, que os poderia salvar de
perder a plenitude das bênçãos do Espírito.

“Muitos me dirão naquele dia (dia do julgamento individual) - Senhor, Senhor, não pregamos nós
em vosso nome, e não foi em vosso nome que profetizamos e em teu nome que expulsamos os
demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres? E no entanto eu lhes direi: - Nunca vos
conheci (reconheci como servos chamados ao sacerdócio). Retirai-vos de Mim, maus operários!”
(Mat 7: 22-23)

Inúmeras pessoas neste mundo pensam que seus caminhos espirituais são aceitáveis aos
olhos de Deus, devido às bênçãos que recebem na vida mortal. Como tal, sentem-se qualificados
para herdar as glórias prometidas para o porvir. Mas sucede que até mesmo os maus recebem
bênçãos temporais nesta vida como herança de seus pais. Embora, na maioria das vezes só as
usem para aumentar sua condenação. Inúmeras vezes, as bênçãos espirituais manifestam-se
desassociadas das temporais em certas fases de nossa vida; pois “Os caminhos de Deus não são os
caminhos dos homens, e Seus pensamentos são mais altos.”

Há três categorias de bênçãos dadas por Deus aos homens:

- As bênçãos da Terra;
- As bênçãos da Sabedoria
- As bênçãos do Sacerdócio

As duas primeiras vêm exclusivamente pelo Espírito de Cristo e são obtidas em vários graus
(condicionadas ao esforço individual e a aplicação do homem em obtê-las; bem como às
injunções preexistentes da presciência divina). Elas independem de filiação ou não à verdadeira
Igreja de Jesus Cristo. São distribuídas extensa e abundantemente, até mesmo aos incrédulos e
rebeldes desta provação. Elas são palpáveis a qualquer pessoa que medite profundamente quanto a
tudo que desfruta sem nada ter feito por isso.
A última categoria de bênçãos porém, embora também nos venham através de Cristo, são as
bênçãos do Sacerdócio, comunicadas ao homem pelo Espírito Santo. São maiores que as duas
primeiras porque são concernentes às coisas espirituais do Reino de Deus, nos Céus e na Terra.
Para usufruir delas são exigidas do homem algumas qualificações extras; pois são reservadas
àqueles que se dispõem a obedecer a Deus sem restrições; aos que se associam à Igreja do Filho
de Deus e se prestam a perseverar até o fim; em fidelidade aos convênios sagrados feitos no
Templo de Deus. Elas se estendem á eternidade, para serem gozadas sem medidas restritivas, são
destinadas a elevar gradualmente o homem que as obtiver em plenitude, ao estado de divindade.
Embora sejam identificáveis nesta vida, são primordialmente destinadas ao porvir, onde seu
potencial será amplamente desenvolvido; bem mais do que nosso débil entendimento possa
alcançar agora.

A pregação do Evangelho, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com sua
missão, encargos, Templos, ordenanças e convênios, são destinados por Deus a qualificar os
membros a obterem as bênçãos do Sacerdócio de Melquisedeque. Não apenas as bênçãos da Terra
e da Sabedoria pelo Espírito de Cristo, mas também as bênçãos maiores do Sacerdócio pelo
Espírito que vem do Pai - o Espírito Santo. A Igreja está agora na Terra, como esteve no passado,
especificamente para isso.
Pudesse Deus, Ele qualificaria a todos, mas não pode; porque na Sua Sabedoria e Justiça, pôs
isso na dependência do desejo interior de Suas criaturas ... e muitos não desejam pagar o preço da
qualificação, pela obediência a todos os mandamentos.

“E TAMBÉM TODOS OS QUE RECEBEM ESTE SACERDÓCIO, A MIM ME RECEBEM,


DIZ O SENHOR; POIS AQUELE QUE RECEBE OS MEUS SERVOS A MIM ME RECEBE; E
AQUELE QUE ME RECEBE A MIM, RECEBE O MEU PAI; E AQUELE QUE RECEBE O
MEU PAI, RECEBE O REINO DE MEU PAI; PORTANTO, TUDO QUE MEU PAI POSSUI
SER-LHE-Á DADO. E ISTO É DE ACORDO COM O JURAMENTO E CONVÊNIO QUE
PERTENCE AO SACERDÓCIO.” (D&C 84: 35-39)
*

CAPÍTULO XVII

A LEI DOS TESTEMUNHOS NO EVANGELHO

“Pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra será estabelecida” (2 Cor 13:1; Deut 19: 15 ;
Mat 18: 16).

Jesus confirma essa lei ao argumentar com os fariseus : “Está escrito em vossa lei que o
testemunho de dois homens é aceito como a verdade. Eu sou um que de mim mesmo dá
testemunho, e o Pai que me enviou, dá testemunho de mim!” (João 8: 17-18).
Desses versículos podemos discernir os seguintes pontos:

1- Jesus confirma que Ele e o Pai são pessoas distintas;


2- Se o Pai é um homem, para ser contado como uma testemunha, só pode ser um Homem de
Santidade;
3- O testemunho do Pai complementa o requisito da lei de testemunhos do Evangelho. É razoável
concluir que esse critério seja usado por Deus para provar aos homens em qualquer tempo ou
lugar, que Jesus é o Cristo.

As palavras ditas por Jesus a Pedro no caminho de Cezareia de Felipe :


“Bem aventurado és Simão, filho de Jonas, porque quem t´o revelou não foi carne e sangue, mas
meu Pai que está nos céus.”
(Mat 16: 17)
Vemos aí Pedro obtendo o duplo testemunho, proveniente de duas fontes - da pessoa do
Filho e da Pessoa do Pai.

Tanto antes, durante ou depois da primeira vinda de Cristo, aqueles que professaram o Seu
nome legalmente, o fizeram sob a força de dois testemunhos da mesma natureza. Um desses
testemunhos veio através do próprio Cristo ou do trabalho missionário da parte de homens
autorizados por Deus, por terem legalmente obtido a bênção desse testemunho, passando daí em
diante ao dever de divulgá-lo por todo o mundo; e o outro testemunho veio, vem e virá pela
manifestação do Espírito Santo.
A manifestação do poder do Espírito Santo não pode faltar na testificação de fato tão
importante, porque disso depende a salvação das almas - “É grande o valor das almas diante de
Deus.” (D&C 18: 10)

Por não atentarem para esses fatos, mesmo tendo sido suficientemente instruídos, é que
muitos pregadores não-autorizados e seus seguidores, terão que ouvir as decepcionantes palavras
do Senhor - “... Apartai-vos de mim, maus operários!”

1. Por chamarem a si autoridade divina para pregar, simplesmente por leitura da Bíblia;
2. Por terem dado ouvido a falsos missionários e pastores.
3. Por terem rejeitado os verdadeiros servos de Deus.
4. Por terem trabalhado para difundir o erro.
5. Por terem atribuído ao Espírito Santo as suas próprias interpretações particulares.
6. Por se terem deixado enganar pelos prodígios satânicos e mandamentos humanos.
7. Por terem usado o nome de Deus em vão, como conseqüência direta de todos esses erros.

Há testemunhos que dado à grandeza de sua importância, devem ser selados à sangue pelos
seus testificadores. Nessa qualidade, essas pessoas são chamadas a dar sua vida pela veracidade
da causa. Na abertura da dispensação do Meridiano dos Tempos, foram martirizados os apóstolos
e muitas centenas de discípulos cristãos, com exceção de João.
Na abertura da dispensação dos Últimos Dias, também foi requerido o testemunho de sangue de
dois testificadores especiais do trabalho de Deus - Joseph Smith e seu irmão Hyrum, mortos à bala
na cadeia de Carthage em 1844.
É muito sério para o porvir, um homem rejeitar esses testemunhos de supremo sacrifício dos
testadores. Sobre isso, vejamos as palavras de Joseph Fielding Smith em Doctrine of Salvation,
VI, I, 228:

“Ai daquele que rejeita a palavra de Deus - quando ela nos vem por meio de duas, três ou
oito testemunhas. Este testemunho levantar-se-á contra o mundo no último dia, e todo homem que
hoje vive e tenha ouvido o testemunho de Oliver Cowdery, David Whitmer, Martin Harris e
Joseph Smith e recusar receber esta mensagem, terá que dar uma razão pela qual a tenha rejeitado,
diante do tribunal de Deus, porque esses testemunhos foram dados solenemente e eles eram
testemunhas de Deus para o mundo todo.”

Referências: 2 Ped 1:16 e 18 - 21; Atos 10: 39 - 43; D&C 76: 39 - 24; 110: 1 - 4; 84: 94; 2Ne 27:
13 - 14.

TRÊS FONTES DIVERSAS CONVERGEM SEUS TESTEMUNHOS ESTABELECENDO


IMPORTANTE VERDADE

O testemunho da Bíblia

Observamos um conjunto de três versículos no Evangelho Segundo João, 10: 15, 16 e 17.
Vamos partir do versículo 16 - “E tenho outras ovelhas que não são deste aprisco, a elas também
preciso conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor.”
No versículo 15 o Senhor declara: - “... Dou a minha vida pelas ovelhas.”
E no versículo 17: “Dou a minha vida para que possa retomá-la.”

Qual a correlação entre esses três versículos? Que relação têm os versículos 15 e 17 com o
versículo central?
Certamente não será fácil discernir de modo satisfatório tal correlação sem examinar essas
coisas sob luz adicional, advinda de mais dois testemunhos à nossa disposição, conforme expostos
mais adiante.
É evidente que quando o Senhor construiu na Sua mente a estrutura dessa mensagem,
especificamente naquela ordem e forma, foi porque haveria uma correlação definitiva entre as três
afirmações. Examinemos a idéia básica de cada uma delas:

1- Está explícito que o Senhor daria a vida pelas ovelhas;


2- que depois de ser morto, precisaria conduzir outras ovelhas que não eram daquelas paragens
(aprisco), às quais falaria pessoalmente, da mesma forma que ouviram Sua voz os filhos de Israel
que estavam na Palestina;
3- finalmente Ele declara que depois de ser morto reassumiria a vida (evidentemente, a única
maneira de poder cumprir a palavra contida no versículo 16).

Cabe ressaltar que Jesus fôra enviado exclusivamente para chamar os filhos de Israel e não
os gentios (o que só aconteceria após o chamado do apóstolo Paulo). Donde concluímos que as
outras ovelhas que não eram daquele aprisco, eram também israelitas , mas que estavam em outro
lugar. Que lugar ou lugares seriam esses?

Isso aconteceu plenamente? Vejamos o segundo testemunho de que dispomos:

O testemunho do Livro de Mórmon

O Livro de Mórmon declara que após Sua ressurreição no Oriente o Senhor desceu dos céus
no Ocidente e apresentou-se aos antigos habitantes deste hemisfério, os quais eram descendentes
dos israelitas vindos para as terras Ocidentais por mandamento de Deus. Essas pessoas estavam
reunidas provavelmente na região onde hoje conhecemos como a América Central - chamava-se
Terra da Abundância naquela época.
Um grande julgamento de Deus havia sido abatido sobre todo aquele povo, antes que o
Senhor se mostrasse a eles:
“ ... Elevaram seus olhos ao céu; e eis que viram um homem que descia, vestido com uma túnica
branca, o qual desceu e se colocou no meio deles. (3Ne 11:8) E aconteceu que ele estendeu a mão
e assim falou ao povo - Eis que sou Jesus Cristo, cuja vinda ao mundo foi anunciada pelos
profetas. E eis que sou a luz e a vida do mundo; bebi da taça amarga que o Pai me deu e o
glorifiquei, tomando sobre mim os pecados do mundo, cumprindo assim a vontade do Pai em
todas as coisas, desde o princípio.” (3Ne 11: 9 - 11)

Novamente o Senhor acrescentou a esse povo, os nefitas, que tinha ainda outras ovelhas, as quais
não eram dali, nem de Jerusalém, nem de qualquer outra parte circunvizinha ao país onde estivera
oficiando.

Seriam ovelhas espalhadas pelas ilhas dos mares?


Seriam os remanescentes das Dez Tribos Perdidas do Norte?
Seriam os habitantes do mundo dos espíritos?

O Senhor poderia se estar referindo a todos eles, pois são todos suas ovelhas.
Quão curto é o alcance da mente dos homens que limitam o ministério do Senhor a uns
poucos quilômetros quadrados no Oriente, ou mesmo aos limites do planeta Terra.
Os evangelistas atestam que quando teve lugar a crucificação e morte do Senhor, tremores de
terra abalaram a Palestina. A palavra dos profetas que escreveram o Livro de Mórmon demonstra
que o epicentro desses tremores foi localizado no Continente Americano. Pela Palestina
manifestaram-se apenas as ondas sísmicas.

Este é o testemunho dos Nefitas:

“ ... No ano trigésimo quarto, no dia 4 do primeiro mês, levantou-se uma tormenta como nunca
antes havia sido vista no país ... e houve uma grande e terrível destruição no território Sul. Mas eis
que a destruição foi muito mais terrível no território Norte ... toda superfície dessa região ficou
transformada ... E, assim, a superfície de todo país ficou modificada, em virtude das tempestades,
trovões, relâmpagos e tremores de terra.” (3Ne 8: 5 - 17).
Nos versículos 19 e 20 do mesmo capítulo, é dito que o cataclismo durou cerca de três horas
e que houve trevas sobre a face da terra. Os poucos habitantes que não haviam morrido podiam
sentir o vapor de obscuridade. Houve trevas durante três dias.

O testemunho dos povos pré-colombianos:

Os pesquisadores e os historiadores das culturas aborígenes nas Américas estão convencidos


da realidade de um personagem maravilhoso descrito na tradição dos índios americanos, tanto do
Norte quanto do Sul, e dos habitantes das ilhas do Oceano Pacífico.
Os feitos desse personagem são descritos por todos esses povos de modo espantosamente
semelhante - Ele curava os enfermos, devolvia a visão aos cegos, a audição aos surdos, ensinou
métodos superiores de agricultura, ensinou Sua religião e mandou-os construir templos em Seu
nome. Além disso prometeu que voltaria.
É relatado nas tradições indígenas que Ele apareceu após um período de escuridão em toda a
terra. Foi quando surgiu o homem branco de grande estatura, cuja aparência e pessoa despertavam
grande respeito e veneração ... e então viram Seu poder, chamaram-no o Criador de todas as
coisas, o Princípio, o Pai do Sol ( ver Os Íncas, de Pedro Cieza de Leon e In Quest of the White
God, de Pierre Honore).

Essas tradições eram tão fortes e veneradas pelas sucessivas gerações, que o próprio
Imperador Montezuma, ao receber a coroa em cerimônia sacerdotal, ouviu do sacerdote oficiante
que aquela coroa não lhe pertencia, era apenas emprestada, e que deveria ser entregue ao
verdadeiro dono quando voltasse! Por isso Montezuma prostrou-se diante de Hernando Cortez
quando este desembarcou das suas caravelas usando o pomposo uniforma da armada espanhola.
Pensou estar diante do Deus Branco tão esperado. Mas cedo viu que Cortez não passava de um
endemoninhado branco! Esse engano acabou por levar Montezuma a perder a coroa e a vida.
Outros erros dessa natureza foram cometidos pelos nativos em toda a vasta região que vai do
Chile ao Alasca e do Havaí à Nova Zelândia.
São três testemunhos que convergem e se entrelaçam firmemente. Qualquer pessoa de bom
julgamento pode aquilatar a importância dessas informações quando conjugadas.

O LIVRO DE MÓRMON É VERDADEIRO

Além da voz da Bíblia e dos povos pré-colombianos, há ainda o testemunho de fogo que o
Espírito Santo dá a todos os que perguntam a Deus com fé em Cristo e sinceridade de propósitos
sobre a veracidade do Livro de Mórmon.
Assim, a incredulidade e indiferença do homem em face de tais eventos da Restauração do
Evangelho nos Últimos Dias, torna-se inescusável diante de Deus.

Ao reunirmos esses dados e apresentarmos organizadamente na forma de três testemunhos -


da Bíblia, do Livro de Mórmon e dos povos pré-colombianos, não podemos esquecer do quarto
testemunho e maior de todos eles - a manifestação ardente do Espírito Santo ao coração de todo
homem que se aproximar de Deus com real intenção e com fé em Cristo.

“E quando receberes essas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, O Pai Eterno, em nome de
Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e, se perguntardes com um coração sincero e com real
intenção, tendo fé em Cristo, Ele vos manifestará sua verdade disso pelo poder do Espírito
Santo.” (Moroni 10: 4)

Que enorme perda de oportunidade para aproximar-se de Deus sofrerá todo homem que não
aprender essa verdade por esforço próprio!

CAPÍTULO XVIII

O BATISMO, UMA ORDENANÇA PARA CIDADANIA NO REINO DE DEUS

( Referências tomadas em “Os Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, pag. 194)

O batismo é a primeira ordenança essencial para a Salvação, é o ritual estabelecido por Deus
para naturalização no Seu Reino. É um símbolo exterior que testemunha a Deus, homens e anjos,
a determinação interior da criatura por fazer a vontade de Deus.
Os requisitos exigidos para aceitação plena do ato batismal, estão descritos no livro D&C 20: 37.
Ao batismo da água, recebido e oficiado pelo homem, segue-se o batismo do fogo e do Espírito
Santo; oficiado pelo poder e autoridade do Sacerdócio de Melquisedeque, mas somente tornado
efetivo por atuação do Espírito Santo. O batismo de fogo acontece quando o receptor obtém o
gozo do dom oferecido pela imposição das mãos do oficiante. (ver Mormon Doctrine, p.73; Hel 5:
45 e 3 Ne 9: 20).
Esse batismo de fogo não é algo adicional à concessão do dom do Espírito Santo, mas sim um
prolongamento dessa bênção, o qual, tem o poder para remissão dos pecados. Ele queima como
que por fogo os pecados cometidos antes do batismo da água, vivificando o homem interior. (João
3: 6 e 7; 2 Ne 31: 17)

O batismo da água e do Espírito Santo é um convênio proposto por Deus e deve ser aceito
conscientemente pelo homem. Ele é ratificado nos céus por efeito da obediência aos termos pré-
estabelecidos antes da fundação do mundo. Ao cumprir dignamente essa primeira ordenança do
Evangelho na mortalidade, o homem, estando morto espiritualmente pelo pecado, torna-se
novamente vivo espiritualmente - um filho de Deus na carne; confirmando sua filiação
preexistente como espírito, e entrando no caminho apertado que o poderá levar de volta a
conviver com o Pai na eternidade.

Em face da grandiosidade do significado dessa ordenança é que o profeta Mórmon


indignou-se quando recebeu a notícia de que os nefitas estavam batizando criancinhas, as quais
nenhuma possibilidade tinham de entender esse convênio, mesmo ao mínimo que fosse. Suas
palavras são candentes. (ver Moroni 8, todo o capítulo)

O Reino de Deus na terra tem a Igreja como fundamento espiritual. Mas ele é um sistema
completo de governo; possuidor de bens temporais e espirituais; objetivos, programas e leis, para
o tempo e a eternidade.
Um governo precisa de pessoas e de meios para administrar suas metas educacionais,
assistenciais, desenvolvimentistas, recreativas e etc.

Os membros do Reino devem ser perseverantes em servir à Igreja dignamente; manter os


olhos fitos na meta de implantação do Reino de Deus na terra, para que o Reino dos Céus possa
encontrar solda com ele quando vier. E a vontade de Deus seja feita tanto na terra como no céu.
Essa meta gigantesca começa para cada um de nós com um pequeno passo, em direção a um
porvir incomensurável.
O batismo não leva o homem à sua meta, simplesmente no ato de realizá-lo. Leva somente à
porta estreita que descortina um caminho apertado de - obediência, serviço, fidelidade, dedicação,
zelo, sacrifício pessoal no esforço de estabelecer todos o componentes do Reino que virá após a
implantação e expansão da Igreja.

“ ...SE FOR ESSE O DESEJO DE VOSSOS CORAÇÕES, O QUE VOS IMPEDE DE SER
BATIZADOS EM NOME DO SENHOR, COMO TESTEMUNHO PERANTE ELE DE SERVI-
LO E GUARDAR SEUS MANDAMENTOS, PARA QUE POSSA DERRAMAR SEU
ESPÍRITO COM MAIS ABUNDÂNCIA SOBRE VÓS?” (Mosiah 18:10)

CAPÍTULO XIX

A SINGULAR DOUTRINA DO BATISMO PELOS MORTOS (1 Coríntios 15: 29).

Consta no entendimento da Igreja Católica:

1- “Ignora-se em que consistia essa prática” - Bíblia Sagrada, Edição Claretiana de 1957, p. 1502,
29.
2- “Recorda São Paulo um costume dos coríntios cuja natureza desconhecemos, mas que supõe a
crença na ressurreição dos mortos. Parece que quando morria um catecúmeno, portanto só com o
batismo de desejo, algum amigo ou parente recebia uma espécie de batismo com a intenção de
suprir, como que por procuração, o rito que o defunto não recebera.” - Bíblia Sagrada, Barsa p.
154 v. 222222299.
3- “Alude o apóstolo a um costume curioso que se introduziu entre os coríntios ... Paulo não o
reprova. Diz apenas que o costume era apenas uma profissão de fé no dogma da ressurreição.”

Em verdade, o apóstolo Paulo simples e sabiamente apenas usou o ato da realização do


batismo pelos mortos - generalizado na Igreja primitiva, e não apenas entre os saduceus - para
demonstrar que só haveria aplicação e coerência naquela ordenança pelos mortos, se houvesse a
ressurreição; portanto, quem aceitasse a doutrina daquele batismo, forçosamente teria que aceitar
a ressurreição dos mortos. Os saduceus praticavam o batismo pelos mortos, mas não criam na
ressurreição.
A Igreja católica classifica a ordenança como um costume estranho ao Evangelho que se
introduziu entre os coríntios. Mas na verdade o costume era a doutrina verdadeira que passou a ser
praticada pelos membros da Igreja após a ressurreição de Cristo. Por isso, o apóstolo usou aquele
argumento para demonstrar a realidade da ressurreição dos mortos. Ou sua palavra teria sido
vazia de coerência, como é vazia a interpretação do catolicismo sobre a passagem. É até irônico o
fato de que Paulo também disse:

“Mas, ainda que alguém - nós ou um anjo baixado do céu vos anunciasse um Evangelho
diferente do que vos temos anunciado, que ele seja rejeitado! Repito mais uma vez o que já
dissemos: Se alguém pregar doutrina diferente da que recebeste, seja ele rejeitado.” - Gálatas 1: 8-
9.

Diante dessas palavras enfáticas de Paulo, perguntamos:

Como iria ele usar um costume estranho ao Evangelho para provar a realidade da
ressurreição?
Estamos aí diante de dois fatos irrefutáveis:

- Ou grande incoerência de Paulo;


- Ou grande inconsistência no entendimento do catolicismo sobre tema tão importante!

Para estarmos bem com Cristo devemos rejeitar o que é falso. Rejeitaremos Paulo?
- Das duas uma: Ou o batismo pelos mortos é uma autêntica ordenança do Evangelho e o
apóstolo Paulo pregou dentro do Espírito da Verdade e, nesse caso a interpretação católica
estabeleceu confusão nas mentes; ou a interpretação católica está certa e Paulo foi incoerente.
Com quem ficaremos?

Vamos analisar o mesmo assunto por outra perspectiva - Ensinou Jesus:

1. Quem não nascer da água e do Espírito não entrará no Reino dos Céus;
2. Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado;
3. O Evangelho foi pregado aos mortos para que embora sejam condenados em sua humanidade
de carne (por não terem aprendido e aceitado viver segundo Deus quando na carne) vivam
segundo Deus quanto ao espírito (e poderem ser salvos).

Ninguém pode receber o batismo sem que lhe seja anunciado o Evangelho e haja aceitação
de sua parte, por testemunho que dá diante de Deus que compreende e aceita os termos do
convênio.
Se a grande maioria da humanidade só ouvirá de Cristo quando já tiver passado ao mundo
dos espíritos, não terá rejeitado o Evangelho, nem poderá ser salva ou condenada. Mas Jesus
cumpriu a Expiação para apagar os pecados da multidão e dar oportunidade de ressurreição e
salvação espiritual a todos nós. Sendo como Ele é, Justo e Verdadeiro, como deixaria sem
oportunidade o grosso da humanidade?
Em conseqüência, tanto a anunciação do Evangelho quanto a ordenança do batismo terão que
ser realizadas de alguma forma em benefício de todos os que não tiveram oportunidade na vida
mortal. Mas se é requerido o batismo na água e este elemento não existe no mundo dos espíritos,
como irão recebê-lo os que já tenham morrido?
A solução que Deus deu para esse grande problema foi a mais sábia de todas - Ele
estabeleceu no Seu Plano de Salvação as ordenanças vicárias para serem feitas na mortalidade por
procuradores autorizados, em benefício das multidões que já morreram sem ter conhecido o Deus
Verdadeiro e Seu Plano Maravilhoso.
Caso não fosse assim, nosso Deus teria cometido uma terrível gafe no Seu Plano, deixando a
grande maioria da humanidade inteiramente desqualificada para a Salvação. Podemos agora
discernir onde está o Evangelho Verdadeiro e onde está o evangelho diferente anatemizado pela
palavra de Paulo.

Esta é a verdade sobre o singular batismo pelos mortos e sobre quem verdadeiramente prega
o evangelho diferente; o qual, portanto, não passa de um pseudo-evangelho, onde o nome de Deus
está sempre nos lábios dos que o professam, mas seus corações estão afastados da Verdade e têm
não mais do que uma aparência de religiosidade, mas que no fundo de seus corações negam o
trabalho que Deus faz entre eles para seu benefício. A restauração do Evangelho por intermédio
do profeta Joseph Smith, depois da bênção incomparável da missão realizada por Cristo, foi a
maior dádiva de Deus às multidões. Mas ambas só se tornam eficazes entre os que as aceitam de
todo o coração, todo o seu poder, mente e força. (ver D&C 128: 17-18; Regras de Fé, p.142-144)

*
CAPÍTULO XX

A FORÇA E O PODER LEGAL DA EXPIAÇÃO DE CRISTO

Compreender a justiça de Deus, e todos os Seus demais atributos, aplicados à existência


eterna dos mundos e dos homens, será a realização máxima da inteligência no porvir. Disse o
apóstolo Pedro:
“Estai sempre prontos a responder ... a todo aquele que perguntar a razão de vossa esperança....
Porque esta é a vontade de Deus, que praticando o bem, façais emudecer a ignorância dos
insensatos.” (1 Pedro 3: 15 e 2: 15)

ENSINAMENTOS CAPITAIS DA REVELAÇÃO MODERNA PARA COMEÇAR A


COMPREENDER O PODER LEGAL DA EXPIAÇÃO.

1. Os habitantes da Terra são filhos e filhas gerados por Deus e para Deus (D&C 76: 24)
2. No princípio os homens estavam na presença de Deus (D&C 93: 23)
3. Na esfera em que Deus pôs a inteligência humana, desde aquele princípio, ela já era
independente para agir por si mesma, doutra maneira não poderia haver existência (D&C 93: 30)
4. O livre-arbítrio humano vem da eternidade (D&C 93: 31)
5. No princípio o espírito humano era inocente. Houve uma queda, Deus redimiu-o para que, ao
assumir o estado de infância na carne ele pudesse ser considerado, outra vez, inocente diante de
Deus (D&C 93: 38)
6. Os pais que conhecendo o Evangelho, não criarem esses espíritos em luz e verdade, estarão
sob a condenação de Deus; serão afligidos enquanto não puserem em ordem suas casas (D&C 93:
40-44)
7. Deus mostrou a Abraão que nossas inteligências foram organizadas antes de existir o mundo
(Abra 3: 22)
8. Foi decidido que as inteligências mais nobres e grandes desceriam da esfera em que se
achavam, sob o comando de Um que era semelhante a Deus em glória e poder. O objetivo foi usar
o espaço disponível ao longe, e os materiais existentes onde elas estavam , para organizá-los e
fazer uma Terra onde as demais inteligências menores pudessem ser enviadas para habitar (Abra
3: 24)

O objetivo dessas ações foi claramente expresso:

a - Ver se essas inteligências obedeceriam a todas as coisas ordenadas por Deus. Note-se que
as ordens seriam dadas como provas de obediência, desde aquele primeiro estado - “ ... aos que
guardarem seu primeiro estado lhes será acrescido; e aos que não guardarem seu primeiro estado
não terão glória no mesmo reino com aqueles que guardarem seu primeiro estado (significando
guardar o mesmo grau de fidelidade no primeiro estado) e os que guardarem seu segundo estado
terão aumento de glória sobre suas cabeças para todo o sempre.” (Abra 3: 25 e 26) Nós fomos
provados na preexistência e obtivemos determinado grau de glória em função das qualidades
espirituais que demonstramos. Vemos mais comprovação dessa verdade ao lermos as palavras do
profeta Alma, 13: 3 a 8 e também Abraão 3: 22 a 26.

b - elevar os mais fiéis a estados superiores de vida após as provas desses dois estados.
Sabemos por revelação que a maioria de nós guardou satisfatoriamente a fidelidade a nosso Deus
no primeiro estado (estado de espírito num mundo de espírito). Mas uma minoria não guardou a
fidelidade e perdeu a condição de vir conhecer ou seja, obter a glória de viver no segundo estado.
(Abra 3: 28). Dois terços dos nossos espíritos obtiveram a graça de nascer na carne para conhecer
essa glória do segundo estado, e um terço perdeu para sempre essa oportunidade, por se ter
rebelado abertamente quando ainda estava na presença de Deus. Esses decidiram confiar em
Lúcifer e tornaram-se inimigos do Filho de Deus. Foram condenados a se tornar anjos do demônio
por toda a eternidade, sem qualquer chance de retorno.

Mas o grau de dificuldade das provas do segundo estado seria bem maior do que as do
primeiro. Porque agora os espíritos estariam afastados da presença de Deus. Afastados da visão do
Altíssimo, eles só poderiam encontrá-lo pela fé em vez da visão de conhecimento pessoal que
contavam no primeiro estado.

É por isso que as escrituras dizem que sem fé é impossível agradar a Deus; e que poucos
encontrarão a porta estreita e, ainda menos prosseguirão até o fim o caminho apertado que leva à
plenitude da glória de Deus. É exatamente por isso que a escritura diz que muitos irão pela porta
larga ... que levará multidões a perderem a promessa de aumento pleno de glória sobre suas
cabeças.
Mas, afortunadamente, também nos foi revelado que há muitas moradas e corpos gloriosos que
nelas morarão; preparados de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus, para que os vencedores
no primeiro estado, mas que não se tenham saído totalmente bem no segundo, recebam as bênçãos
que fizerem jus ... a cada um será dado de acordo com suas obras.

Assim como os fiéis do primeiro estado obtiveram a glória do segundo estado pelo
nascimento na carne mortal, os que passarem deste estado a outro estado de aumento de glória,
será pelo “renascimento” (por ressurreição) em corpos imortais glorificados - para conhecerem
para sempre a glória desse novo estado.

Ironicamente este autor diz:


Esta é a verdadeira doutrina da “reencarnação” pregada por Deus ... a outra que pregam os
espíritos e os homens enganados é mesmo do diabo.

CONCLUSÕES

Todas as ações de Deus acima consideradas permitem-nos concluir que Ele positivamente
tem um plano organizado, desde antes da fundação da Terra, que visa fundamentalmente
proporcionar aumento de glória para todo o sempre sobre Seus filhos. Ele alcançará Seu
propósito. Porque, embora não Lhe seja possível acrescer a todos o mesmo grau de glória, devido
à justiça aplicada ao exercício sagrado do livre-arbítrio conferido aos espíritos, é certo que,
relativamente à que já possuímos neste segundo estado, herdaremos uma porção de glória ainda
maior no próximo estado - o da ressurreição. Exceção feita aos relativamente poucos que serão
declarados filhos-da-perdição. Aqueles que , na mortalidade, tenham participado de um elevado
grau de comunhão com o Espírito Santo e, mesmo assim, o negarem e se voltarem contra o
trabalho de Deus. Como fez Lúcifer na eternidade e, por isso, foi condenado desde lá à perdição
sem nenhuma possibilidade de retorno.

Ao sermos redimidos e salvos deste segundo estado probatório, seremos mais glorificados,
segundo nossas obras. O Senhor nos informa que quando ainda no primeiro estado (de espírito
puramente) fomos redimidos de uma queda espiritual. “Todo espírito do homem era inocente no
princípio; e Deus tendo redimido o homem da queda, o homem tornou-se novamente, no seu
estado de infância, inocente diante de Deus.” (D&C 93: 38) Isso nos permite concluir que ao lá
sermos redimidos, fomos elevados a um determinado grau de glória maior que o anterior àquela
provação espiritual preexistente. (ver o Apêndice 14 de AVAH, 2o. Vol, deste autor).

No capítulo 13 de Alma, lemos do versículo 3 ao 8, a confirmação do que dizemos -


efetivamente fomos preparados antes da fundação do mundo por efeito de provação, queda e
redenção em estado de espírito. Isso confirma que fomos provados por Deus na preexistência.; e
que dessa primeira provação fomos preordenados e para nascermos nas diferentes épocas,
dispensações do Evangelho e nas várias nações da Terra ... e até mesmo nas famílias que
pertenceríamos. A escritura diz que “ Deus organizou os povos e estabeleceu os limites de suas
habitações, e pôs um príncipe à testa de cada povo, Israel foi nitidamente o quinhão do próprio
Deus.” E é por isso que Jesus declarou ter sido enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel, as
quais, na Sua época eram representadas pelo povo judeu.
O Senhor declara que somos deuses (na qualidade de filhos espirituais de Deus) - “ Vós sois
deuses, sois todos filhos do Altíssimo. Contudo morrereis como simples homens” (Salmo 82: 6-
7).
Quase no final de Sua missão neste segundo estado, o Senhor orou ao Pai e pediu que lhe
fosse restaurada a aquela glória que teve ao Seu lado antes do mundo ser criado (João 17: 5); nós
todos somos irmãos do Filho de Deus como espíritos e, desde aquele princípio, fomos instados
pelo Pai a seguir os passos do Filho; por isso podemos em são entendimento dizer que, embora
em graus menores, todos nós recebemos uma determinada porção de glória na preexistência, após
aquela redenção pré-mortal em espírito. Nossa vinda a este mundo visa que nos tornemos mais e
mais semelhantes ao Pai e ao Filho - por ressurreição, glorificação e eventual exaltação - Deus
disse a Moisés que “...esta é a minha obra e a minha glória, proporcionar a imortalidade e a vida
eterna ao homem.”

As nossas qualificações serão obtidas especificamente por meio de obediência consentida, o


que requer seja revelada uma lei proveniente da Mente de Quem nos testa. Se a obediência é a
chave da aprovação, a rebeldia diante da lei revelada será a chave da reprovação. Decorre daí que
o maior auxílio que Deus pode dar para as inteligências em teste, é torná-las humildes de alguma
forma. Isso requereu esvaziá-las da glória preexistente, fazendo-as esquecer dela (houve
necessidade de impor-lhes um véu mental) e colocá-las em corpos corruptíveis e sujeitos a
necessidades físicas. Isso foi conseguido ao lhes ser imposta uma subcondição de existência no
segundo estado; à sujeição ao pecado e à morte.
Essa condição foi planejada para despertar no espírito um anseio, um desejo de buscar
compreensão sobre sua origem; e à busca de Deus pelos menos insensíveis, diante do estado
inferior de vida que experimentam na mortalidade. “Deus dá a fraqueza aos homens, para que eles
aprendam a ser humildes.”
Esta qualidade de vida inferior não se poderia produzir por ato direto de Deus. Pois Suas
obras são perfeitas. Assim, Deus criou seres perfeitos ... então usou o sábio artifício da tentação,
que levaria à desobediência e queda. Para aquela criação perfeita descer para a subcondição de
existência desejada no Seu Plano de Progresso, Salvação e Vida Eterna.
A necessidade inarredável de uma queda de estado física e espiritual, é conseqüência
imediata, inteligente e lógica. Mas a queda, para ser justa, deveria ser voluntária. Para isso, ela
deveria ser compreendida e aceita por todos os espíritos que iriam descer para o segundo estado.
Donde a conclusão obrigatória é que o Plano deveria ser exposto integralmente para os
candidatos ao Progresso Eterno. Na antevisão das grandes oportunidades, os espíritos
demonstraram grande alegria em descer para a Terra.

O sistema pelo qual se daria a queda, foi planejado de forma a que não houvesse falha.
Então, o primeiro homem recebeu dois mandamentos que se tornariam conflitantes. Depois da
desobediência da mulher, o conflito levou o homem a sentir-se obrigado a fazer uma escolha -
entre desobedecer a um ou o outro mandamento.
Conscientemente o homem desobedeceu aquele mandamento que o permitiria seguir a queda
da mulher, e assim poder cumprir o mandamento maior - o de procriar com ela, abrindo as portas
do segundo estado para todos nós. É por isso que o Apóstolo Paulo ensinou que o Adversário não
enganou o homem, mas sim à mulher. A mulher compreendeu que fora enganada depois de
transgredir o mandamento. Mas Adão não se deixou enganar - ele decidiu transgredir por ter
compreendido a necessidade de fazê-lo.
Adão sabia perfeitamente o que estava fazendo e as conseqüências da desobediência ao
mandamento escolhido. Ao concordarmos com o Plano de Deus na preexistência, todos nós,
vicariamente, caímos juntamente com a queda de Adão. É isso, ou teríamos sido compelidos a
cair contra a nossa vontade, o que não é do estilo de Deus agir.
A sabedoria de Deus determinou que os caídos não teriam poder para redimir-se da queda por
mérito de suas próprias obras, a não ser que a elas fossem adicionadas as obras de um Salvador
vindo do Alto.
Se nosso Pai se excluísse como o elemento essencial para a salvação dos caídos; e, dessa
forma, deixando de incutir nos seus espíritos o entendimento da absoluta dependência do poder
divino para libertação das mortes, espiritual e física; então, Ele estaria abrindo caminho para que
muitos desenvolvessem o injusto sentimento de auto-suficiência, orgulho e rebeldia. Estariam
sendo criados seres sem o sentimento de vinculação afetiva e sentimento de gratidão por Quem os
gerou. Seria bastante provável virem a se tornar seus adversários ou seres indiferentes por seu Pai
Eterno.
Além disso, Deus não pode abdicar de Sua honra, sem deixar de ser Deus. Ele tem zelo por
Seu nome, no devido tempo está determinado que ”Todo joelho se dobrará e toda língua
confessará que Jesus é o Cristo para a glória do Deus Pai.”

Se o homem, ao cair espiritual e fisicamente, fosse feito capaz de não transgredir a lei por
sua própria força, sabedoria e conhecimento; então, não entraria em condenação. Não precisaria
nem teria do que se arrepender; não haveria necessidade de um Salvador. Deus não teria como
manifestar aos Seus filhos os Seus atributos - Conhecimento, Fé ou Poder, Justiça, Julgamento,
Misericórdia e Verdade.
Os homens não poderiam conhecer o Amor de Deus, não O compreenderiam, por
incapacidade de sentir como Ele sente todas as coisas. Todos os atributos de Deus precisavam ser
descortinados diante dos Seus filhos. Esses atributos se abrem como uma supernova diante de nós
no poder da Expiação do Messias. Disso aprendemos que a queda foi planejada para dar vida à
Expiação e não esta em conseqüência daquela.
Por essas razões superiores, o homem foi feito fraco diante da lei - um transgressor por
natureza, e incapaz de obedecê-la em plenitude por mais justo que o julguem ou que ele se julgue
ser. O homem só poderia ser feito forte por intercessão de força do Alto. Mas, para tal, ele se
precisaria exercitar em obediência e serviço, para crescer espiritualmente até conseguir no porvir
viver a plenitude da lei. Ele deveria trabalhar arduamente para poder fazer jus à plenitude da força
salvadora que Deus pôs na Expiação de Seu Filho.
Mas nesse ponto do Grandioso Plano, foi preciso considerar um fato capital. E este foi o fato:
O Plano foi integralmente concebido pelo Pai, em decorrência do qual, o homem teria que
morrer sem possibilidade de autoresgate. Portanto, Alguém muito mais poderoso que o homem,
deveria descer para a mortalidade e abrir as cadeias da morte, para resgatar a multidão. Esse
Alguém deveria trazer em si mesmo a capacidade de morrer e a de ressuscitar; para tal, seria
preciso que Ele fosse um ser divino no estado de espírito, mas com a categoria de um Deus - “E o
Senhor mostrou a mim Abraão, as inteligências que foram organizadas antes da criação do
mundo; e entre elas havia muitas das nobres e grandes..” ... “E havia entre elas uma que era
semelhante a Deus,” (Abraão 3: 22 e 24) ... “E o Senhor disse: A quem enviarei? E um como o
Filho do Homem respondeu: - Eis-me aqui. Envia-me. E outro respondeu:: - Eis-me aqui, envia-
me. E o Senhor disse: Enviarei o primeiro.” (Abraão 3: 27).
E por que Deus decidiu enviar o primeiro; já que Ele não faz acepção de pessoas?
- Além de só ter sido possível escolher um entre dois, certamente foi escolhido o melhor, o
mais capaz, o mais conforme com a integridade do Plano.
Dissera o primeiro - “Seja feita a tua vontade e seja tua a glória para sempre”.
Dissera o segundo - “Salvarei a todos no teu Reino Celestial, mas dá-me o teu poder”. (D&C 29:
36).
Nesse dia, um terço dos filhos de Deus, usando seu livre-arbítrio, seguiu aquele anjo de alto status
diante de Deus e que pela rebelião tornou-se o diabo (D&C 29: 37 e 38).
Por tal ação, Lúcifer tornou-se o homicida de um terço das hostes, matando-os todos
espiritualmente para sempre.

Ao dizer aquelas palavras, Lúcifer revelou ser diretamente contra o Plano; pois Deus havia
baseado o progresso eterno dos seus filhos no exercício do livre-arbítrio; em conseqüência de que,
certamente haveria muitas perdas para o Reino de Glória Celestial (embora o Plano previsse
salvação em glórias menores).

A dignidade espiritual do livre-arbítrio teria de ser exercida num mundo de tentação (D&C
29: 39). Isso levaria os espíritos a pecados menores e até mesmo grandemente sérios, com
repercussão mundial de geração em geração.
A Justiça de Deus exercida no Plano, deteria sob condenação para as coisas grandiosas de
Deus, a humanidade inteira. Todos seriam aprisionados, uns pela morte física (os que morreriam
inocentes na infância) e outros, também pelo inferno de consciência no mundo dos espíritos -
pelas irremissíveis dívidas contraídas na mortalidade.(Ver Mosías 3: 18, 21, 22)
Já que o homem não seria responsável pelo ter que morrer da morte física ou das duas mortes
(a física e a espiritual), o Autor do Plano, por Seu atributo da Misericórdia, deveria prover um
meio de resgate. Ele proveu esse meio através de Alguém que se dispôs a sofrer as conseqüências
do pecado das multidões, em si mesmo. Foi necessário que Ele levasse à Terra, pelo nascimento
especial, as sementes da própria morte e da ressurreição.
Por esse requisito eterno do Plano, Ele nasceu da mortal Maria e do Autor da Ressurreição, o
Pai Eterno, por meio do Espírito Santo.
“Porque sou eu que tomo sobre mim os pecados do mundo; porque fui eu quem criou o homem; e
sou eu que dou àquele que crê até o fim um lugar à minha direita.” (Mosías 26: 23)

Mais escrituras para referência:

Romanos 5: 14-21
2 Nefi 2: 24-27
2 Nefi 9: 5-8
Hebreus 5:7-9
3 Nefi 27: 13-22
Ver também o Apêndice 1

CAPÍTULO XXI

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - UMA VISÃO DOS PRÓXIMOS ACONTECIMENTOS


CONFORME PROFECIAS
(ver Jacó 7: 11; 1Nefi 10: 5; JST, João 1,2)

Soa a primeira trombeta, ecoando no seio da Eternidade. Toda a Terra estremece ao seu soar,
e os corpos dos justos, no ato solene determinado por Deus desde antes da fundação do mundo,
começam a ser levantados, da terra e do mar - de onde quer que tenham sido lançados os seus
restos mortais.
Juntamente com os justos vivendo na carne, todos serão reunidos no pilar de fogo erguido no
Céu para a descida do Senhor e Suas hostes celestiais em Jerusalém. Vão ao encontro de Cristo
nos ares, para descer com Ele e participar da mesma honra conferida a todos que já se encontram
com Jesus, desde a abertura da primeira ressurreição no Meridiano dos Tempos.

Ainda não é o momento para o grande julgamento de toda a Terra. Mas é o acontecimento
precursor do Grande e Terrível Dia; é o cumprimento das escrituras, dando o testemunho do Dia
do Senhor no Vale da Decisão. É o auge da batalha do Armagedom, onde as nações inimigas do
povo de Israel, cercam a Cidade Santa e ameaçam destruir por completo os poucos que restam do
povo judeu.
A justiça do Reino exige que todos os povos sejam perfeitamente avisados. da iminência do
Grande e Terrível Dia do Senhor para toda a Terra. O trabalho missionário é grandemente
intensificado em todo o mundo.

Mas a despeito desse derradeiro esforço divino ...

Galopante, a iniqüidade dos povos vai atingindo a medida de Deus - pilhagem, rapina,
estupro, incesto, pedofilia, adultério, seqüestro, homicídio, combinações secretas, terrorismo e
outros escândalos são generalizados. Na derrocante Babilônia mundial, a instituição familiar é
pisoteada, a homossexualidade prolifera e ganha status nas mentes corrompidas. Adultos
contaminam as novas gerações que surgem e, braços dados, mergulham no fosso das paixões
desenfreadas em aberta rebelião aos mandamentos divinos. Falsas Igrejas se multiplicam para
obter lucros e iludir as massas.
O mal é mudado em bem e o bem é julgado por mal na impudicícia das mentes.; as leis de
Deus são ignoradas; o justo é posto em questão e substituído pelo que é indigno aos olhos de
Deus. A quase generalidade da humanidade torna-se idólatra, dissimulada e hipócrita no seu
pretenso relacionamento com o Senhor dos Céus e da Terra. Os homens tornam-se lei para si
mesmos, rejeitam os sagrados preceitos e os transformam para viver seus interesses de cobiça
carnal; pisam o Dia Consagrado em diversões e bebedeiras.
Por todas essas coisas, o copo da indignação divina vai chegando ao ponto de transborde ... o
Altíssimo prepara-se para pregar o derradeiro sermão aos habitantes da Terra. “ ... a mão de Javé
se revelará aos seus servos, mas a sua cólera aos seus inimigos. Com efeito, Javé virá no fogo,
com os seus carros de guerra, como um furacão, para acalmar com ardor a sua ira e a sua ameaça
com chamas de fogo (Isaías 66: 14-15) “Na minha ira calquei aos pés os povos, na minha cólera
os despedacei e derramei por terra o seu sangue.” (Isaías 63: 6)
Agora Ele não mais usará a voz mansa e delicada da paciência e longanimidade milenares,
não mais enviará Seus servos em duplas para encontrar pessoas e comunicar Sua mensagem. O
sermão final é o da ira do Altíssimo, majestosa, terrificante - chuva de pedras, fogo, tufão,
terremoto e maremoto. São os instrumentos que usará para honrar as palavras pronunciadas por
Seus profetas, dar testemunho de Sua indignação e do Seu assombroso poder. (D&C 88: 87-92)
É o dia da tardia ira divina ser manifestada; é o tempo que Ele se concedeu para revelar-se
em julgamento ao mundo nos Últimos Dias. Até mesmo aos mais iníquos que restarem; para
reivindicar o Seu direito de governo em chamas de fogo. Cobrar a honra que Lhe é devida. Para
mostrar a imprudência dos que riram; mostrar a diferença entre os que servem e os que não
servem a Deus. É o tempo do início da plenitude para os justos, na alegria e beleza do estado
celestial; é o tempo do início da plenitude de condenação para os grandemente injustos - em
tristeza, lamentos, agonia, e terrível expectativa , sob o poder do Maligno, a quem serviram.
O pano começa a ser erguido para a cena final, é o princípio do fim para a carnalidade do
mundo - A Terra na sua órbita está trôpega como um bêbado; convulsões telúricas rugem do seu
âmago; poderosas rochas deslocam-se, qual gigantescas ondas oceânicas em pavoroso fragor,
estalam e partem-se.
A indignação planetária grita pelos elementos, como a voz trovejante no raio, no fulgor do
seu relâmpago. Tal qual a violência deflagrada sob os pés, é aquela manifestada sobre as cabeças.
O Céu parece desabar numa chuva de estrelas; os meteoros e meteoritos, atingindo a superfície,
destroçam as plantações; os grandes oceanos rugem ferozes e escorregam para o Ártico quando a
Esfera empertiga-se no eixo; unem-se os continentes divididos - litorais e fronteiras são todos
confundidos.
Fragmentam-se as nações da babilônia mundial. Inúmeras grandes cidades são tragadas pela
Terra, outras desaparecem sob as águas. Jazem por terra todo conforto, comodidades e segurança
dos que restam na grande babilônia.
Temor e desespero engolfam o espírito dos povos. Envolvidos pela catastrófica visão dos
acontecimentos, os corações falham inteiramente - não há para os tais, móvel algum de esperança.
Posses, planos, projetos, tudo o mais arquitetado por seus ânimos carnais derramam-se
bruscamente dos corações, como de um saco roto na base.
Tomados de pavor, perplexidade e aguda aflição, o antes rico comunga com o pobre e com o
miserável - tornam-se todos miseráveis. O jovem comunga com o velho, o sábio com o ignorante,
o orgulhoso com o humilde, na mesma perplexidade. O terror nivela ao relento os corações e os
irmana na mesma dor. É sepultada num relance a vaidade que a tola pretensão humana cultivou e
amou nos séculos - opiniões, rompantes, tudo emudece.
A voz interior dos corações menos empedernidos, então, e só então, começa a sussurrar á
consciência: Só em Deus pode haver esperança!
O temor se assenhora dos hipócritas de todas as religiões. Muitos dos idólatras inconscientes
compreendem agora que seus ídolos não têm poder algum. Seus santos e espíritos familiares estão
todos mudos e assustados do outro lado do véu, onde a ira de Deus também está presente em Sua
manifestação universal e infinita.
A manifestação generalizada da cólera cósmica consegue subitamente o abrandamento de
muitos corações. Tão longamente solicitado sem resultado, quando na brandura do convite, o
Senhor bateu à porta do filho iníquo, da filha rebelde, do homem instruído, ao longo dos
sucessivos séculos e milênios.
Choram os feiticeiros, astrólogos, curandeiros, os espíritas, os incrédulos, ateus, agnósticos e
livres-pensadores. Esgotaram-se os dias concedidos à humanidade para desenvolver suas
filosofias, pesá-las e reconhecer seus erros pelo arrependimento e serviço ao seu Deus.
A usurpação do direito de Deus, a ingratidão e as ofensas ao Altíssimo chegaram a seu
termo. Chegou o tempo tão irresponsavelmente ignorado quão diligentemente anunciado pelos
profetas. É o Dia do Senhor! Grandioso e terrível!
A Terra ruge e se contorce, os Céus libertam suas forças em ressonância sideral; trazendo aos
rebeldes o testemunho vivo da indignação do Criador. A morte varre o mundo como um tufão
devastador, moscas multiplicam-se assombrosamente, elas atormentam os vivos e se apoderam
dos mortos - comem suas carnes e disseminam bicheiras entre os habitantes da Terra. O Senhor
retirou inteiramente Seu Espírito de sobre os homens e Satanás impera com seus exércitos.
As feras e as aves se fartam da carne dos políticos, comerciantes, funcionários-públicos,
advogados, liberais, professores, estudantes, artistas, e de todos os que devotaram seu amor às
seduções da Grande Babilônia Moderna. Lá estão os corpos dos capitalistas, comunistas,
democratas, republicanos e militantes de todos os partidos políticos do mundo, generais, oficiais
superiores e subalternos, sargentos e soldados; com suas carnes caindo dos ossos e os olhos das
órbitas ... todos servindo de pasto às feras do campo, aves e moscas.
É o Senhor confirmando as palavras dos profetas e exercendo justiça sobre os ímpios que não
atenderam Seu apelo ao arrependimento, até levarem ao ponto de transborde o cálice da
indignação.
No seio das nações, desde muito o espírito do diabo e seus agentes, espirituais e carnais,
reinavam - a guerra, a fome e a peste, consumiam avidamente as vidas e a lei da selva assumira
sua força entre os homens.
As estruturas sociais das nações já haviam esgotado suas capacidades administrativas e
econômicas, o caos derramara-se sobre o mundo, dando o testemunho vivo dos descaminhos
escolhidos pelos homens para viver neste planeta.
Então, o Sol é obscurecido por denso vapor de escuridão; nenhuma chama pode ser acesa no
ambiente da névoa tenebrosa. Aterrorizados, homens, mulheres e crianças rastejam e tateiam
sobre o solo vacilante. Soluços, gemidos e gritos emolduram de horror o quadro, mergulhados no
terrível odor da morte, presente em todos os cantos.
No auge dessa inenarrável agonia, é percebida uma voz, como que partindo dos elementos
conflagrados ; “Arrependei-vos porque é chegado o grande e terrível dia do Senhor,”
Ocorre então nos Céus um surpreendente silêncio grandemente solene e profundo, devido ao
assustador ribombar dos elementos que o precedeu. Aparece o sinal do Filho do Homem.
Manifesta-se vindo do Oriente e rasgando as trevas aterradoras. Vem como se fosse uma
magnífica estrela e é reconhecido por todos os que o esperam. Então o Espírito de Deus rasga o
véu que encobre das mentes carnais as visões da eternidade, o véu que eclipsa nossos olhos de ver
as realidades eternas e esconde o tabernáculo divino.
O inusitado efeito dessa ação do Espírito de Deus sobre as mentes humanas, é a própria
projeção exterior do fenômeno - a manifestação resultante, conforme ela se apresenta à
observação dos mortais : Rasga-se o véu nas mentes, mas é o céu que se apresenta rasgado. Pois o
firmamento, obscurecido por efeito das convulsões cósmicas e telúricas, abre-se como uma folha
de pergaminho sendo desenrolada. Revelam-se então numa avalanche de ultraluz, as realidades
ocultas do Espírito.
A beleza contemplada extasia, mas é aterrorizante e esmagadora para aqueles que se sentem
afastados de Deus em suas consciências culpadas; que se reconhecem rejeitados e desarraigados
das promessas do Reino.
Imediatamente depois do silêncio de meia hora no céu e, em ato contínuo, e é aberta a
cortina do céu como o desenrolar de um pergaminho ... Surge a face do Filho de Deus, Jeová, o
Deus de Israel, Jesus Cristo! (D&C 88: 95) Um grande sinal visto ao mesmo tempo por todos os
povos. Soberana, magnífica, refulgente de glória, mas terrível em Sua majestade para os maus. O
semblante é como o vívido relâmpago, os olhos assemelham-se a labaredas de fogo, os cabelos
são longos e brancos como a mais pura neve. Está diante de todos os espíritos, dos vivos e dos
mortos, num mesmo instante. A face que se apresenta abrange todo o Céu e projeta-se
globalmente diante de todos os homens; e não há olhos que não vejam, nem ouvidos que deixem
de ouvir. Nenhum coração deixa de ser penetrado pelo o testemunho da presença do Filho de
Deus. (D&C 88: 93).
Soa então uma trombeta ecoando no seio da eternidade. Toda a terra estremece ao seu som. É
o sinal para os herdeiros da primeira ressurreição serem levantados. Os justos ainda na
mortalidade, são transformados para o encontro com todos os que foram dignos de herdar a
primeira ressurreição, que serão os de Cristo na Sua vinda.
Os iníquos que se salvaram das grandes ceifas anteriores, têm agora a insuportável presença
da glória do Senhor; correm para os buracos das rochas, angustiados procuram fugir. Uma dor
indefinida queima-lhes todo o corpo como se fôra um lago de fogo. Para eles, a presença da glória
de Cristo é como um fogo devorador, ela incinera suas carnes corrompidas pelo pecado que as
habita.
O espírito fulgurante que desce como o orvalho, apresenta-se como os fachos de raios solares
atravessando passagens entre as nuvens. As cores que tanto admiramos transfiguram-se e irradiam
beleza transcendental,. O impuro é automaticamente consumido em calor ardente.
Algo inusitado aumenta o desespero dos seres viventes que acumularam impurezas físicas e
espirituais nas almas. Isso porque, neles, a ação do Espírito é principalmente abrasante da carne,
pois o processo de purificação espiritual resulta num calor insuportável a ela quando não está
vivificada pelo mesmo Espírito. Há porém, mesmo sobre os os mais iníquos, alguma ação
vivificante, a qual acende suas consciências, para que possam contemplar a justa dimensão de sua
incúria, imprudência e desgraça. Por isso, os espíritos desses iníquos ainda vivendo, têm
dificuldade para desligar-se da carne pela morte. Ela demora a ocorrer.
Eles sentem suas carnes escorregarem dos ossos e os olhos caírem das órbitas, mas a morte,
ardentemente desejada, demora a aliviá-los. Para o extremo da angústia e dor, eles contemplam a
glória obtida pelos justos, a qual, poderiam ter obtido. Assim, só depois da profundidade da
desgraça que os envolveu entrar em suas consciências é que a morte lhes sobrevem. Mas não
antes de pronunciarem, por influência do espírito maligno que os possui acorrentados, a
blasfêmia: - “Maldito seja o nome de Deus.”
Mergulham então na noite tenebrosa, onde permanecerão por mil anos, levando as bofetadas
daquele a quem serviram no tempo da provação. Passados os mil anos, os que não se
arrependerem, serão ressuscitados para a perdição. Irão reinar sobre os demônios nas trevas
exteriores, alheias a quaisquer das glórias de salvação preparadas por Deus. Conhecendo tudo
isso, o Senhor de todas as hostes seráficas dos céus, quer salvar a todos quantos puder dessas
terríveis aflições. Ainda há tempo para escutá-lo, mas em breve os acontecimentos culminantes
anunciados pelos profetas, serão deflagrados de maneira rápida e sucessiva ... e os que não
houverem feito o que devem fazer, não terão mais tempo.
“Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno, e todos os soberbos, sim, e todos os que
praticam iniqüidade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos
exércitos. De sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.” (Malaquias 4: 1) “ ... E isto
recebereis de minha mão - Jazereis em tristeza ... ; pois não obedecestes a Minha voz quando dos
Céus vos chamei; não crestes nos Meus servos, e, quando vos foram enviados, não os recebestes.
Portanto, selaram o testemunho e ligaram a lei, e fostes entregues à escuridão ... Eis que o Senhor
vosso Deus o disse.” (D&C 133: 68, 70 - 72 e 74).

APÊNDICES

1 – A doutrina do karma versus a expiação de Jesus Cristo 100

2 – A liberdade, a lei e o testemunho 102

3 – De que forma Deus executa o julgamento de nossos espíritos? 105

4 – O Omni aplicado a Deus 109

5 – O algo mais que o homem não sabe sobre o sol 110


Por que processo compreendemos a luz? Por que processo...?
Qual é o fundamento da Inteligência no cosmo? Qual é o
fundamento...?
Qual o relacionamento da luz com a palavra profética? Qual o
relacionamento...?
Qual a verdadeira participação da luz no cosmo? Qual a
verdadeira...?
O que anunciam os profetas sobre os componentes da luz? O que
anunciam...?

6 – A questão da poligamia antes e depois de Cristo 118

7 – A ressurreição 123

8 – Extratos do primeiro volume deste livro 124


9 – As comunidades eclesiais de base 125

10 – René Descartes 128

11 – A metáfora e o celibato 130

12 – Os anticristos 135

13 – Os povos pagãos serão poupados 138

14 – A importância do Oriente Médio no plano de Deus 140

15 – A pena de morte é decreto de Deus 142


A Revogação da Pena Capital Vem da Incredulidade

16 – A linguagem da profecia e a da tecnocracia 145

17 – A economia de massa no capitalismo 153


O Sistema Econômico Ideal..........................................................................161
A Ordem Econômica Revelada por Deus a Joseph Smith................................162

18 – Perspectiva esquemática panorâmica dos temas abordados 165


Avaliação dos temas abordados:
A Salvação da Raça Adâmica.........................................................................166
Acontecimentos cruciais................................................................................170
A plenitude de oportunidades dadas aos gentios...............................................172
O êxodo dos judeus para a Palestina aumentará.............................................. 173
Posfácio.......................................................................................................175

BIBLIOGRAFIA

A Bíblia Canônico
O Livro de Mórmon canônico d´A I.J.C.S.U.D.
Doutrina & Convênios canônico d´A I.J.C.S.U.D
Pérola de Grande Valor canônico d´A I.J.C.S.U.D
Government of God John Taylor
The First 2000 years Cleon W. Skousen
God, Man and the Universe Hyrum L. Andrus
Doctrines of the Kingdom Hyrum L. Andrus
Principles of Perfection Hyrum L. Andrus
Lectures on Faith (compilação de discursos de J.Smith por N.B. Lundwall)
The Twenty Seventh Wife Irving Wallace
O Universo Azimov
A História da Raça Humana Henry Thomas
A Conspiração Mundial dos Judeus, Mito ou Realidade? Norman Cohn
Enciclopédia Barsa
Enciclopédia Prática Jackson
A Verdade ao Alcance do Homem, primeiro volume F.X.S. dos Santos
A Terceira Onda Alvin Toffler
Prophecy Key to the Future DuaneS. Crowther

________________________

APÊNDICE 1

A DOUTRINA DO CARMA VERSUS A EXPIAÇÃO DE JESUS CRISTO


A luz que vem da presença de Deus e passa das escrituras sagradas à mente do homem em
forma de inteligência é infinitamente mais brilhante, confortante e acolhedora do que as luzes
aparentes vinda dos espíritos que circundam o mundo.
Os conhecimentos que nos são transmitidos por espíritos desde o mundo dos espíritos representam
idéias pessoais e de grupos ali organizados. Entre eles estão muitos demônios, os quais portam o
sacerdócio do Adversário - instruídos para desviar a atenção dos homens e torná-los incapazes de
enxergar a justiça de Deus e o verdadeiro Plano de Salvação operado por Cristo e ensinado por
Seus apóstolos.
O Plano de Deus prevê que os homens serão instruídos por concurso do Espírito Santo
através da luz que está em Cristo e ilumina todo homem que nasce neste mundo. Satanás sabe
disso melhor do que nós ... ele precisa impedir que os homens recebam o dom do Espírito Santo;
porque uma vez recebido e cultivada Sua luz, o entendimento humano cresce em direção à
obtenção da Mente de Cristo. O homem passa então a ser menos susceptível aos desvios
maquinados pelas trevas.
É por isso que Deus adverte os homens pelas escrituras que não devem consultar os espíritos
dos mortos, para não serem contaminados por eles (contaminados pelos ardis satânicos dos
demônios que se infiltram entre eles e vagam por toda a Terra). Quem quiser estará livre para
desobedecer esse conselho, mas não estará livre de ser dominado pelas mentiras e de beber
condenação para sua alma. Em nome de fazer o bem, o diabo leva para suas fileiras inúmeros
inocentes úteis - De que valerá ao homem fazer o “bem” segundo Lúcifer e perder sua salvação
por não ter feito o bem segundo Cristo?
Desobedecer a Deus conscientemente é algo muito sério para o cristão. Porque aquele que
peca sem conhecer a vontade de Deus, sofrerá poucos açoites, mas o que peca contra esse
conhecimento, receberá muitos açoites. Os açoites serão as aflições de consciência no julgamento
final.
As doutrinas do Carma e da Reencarnação são os fundamentos da Doutrina Espírita. Elas não
foram, não são e jamais serão ensinadas por Cristo e Seus apóstolos; nem foram ensinadas pelos
antigos profetas; pelo contrário, elas foram condenadas desde o princípio. As escrituras ensinam
da Expiação e da Ressurreição do Messias. Ensinam de uma única expiação, uma única morte e
uma única ressurreição do Filho de Deus; ensinam de uma única morte física para os homens,
seguida de ressurreição e julgamento. Ensinou o apóstolo Paulo: “Cristo não entrou num santuário
feito por mão humana ... e sim no próprio céu, a fim de comparecer, agora, diante da face de Deus
a nosso favor. E não foi para oferecer-se a si mesmo muitas vezes ... Pois, se assim fosse, deveria
ter sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas foi de uma vez por todas, agora, no fim
dos tempos, que ele se manifestou para abolir o pecado através do seu próprio sacrifício. E como é
um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento, do mesmo
modo, Cristo foi oferecido uma vez por todas para tirar os pecados da multidão.” (Hebreus 9; 24-
28)
A Expiação do Filho de Deus foi estabelecida como o ponto focal de todo o Plano de
Salvação. Para isso, o mundo foi organizado e aqui colocados os dois primeiros pais, os quais,
através de uma queda física e espiritual, seriam os genitores de toda a raça humana; para isso foi
dado a Satanás poder para tentar os homens por um tempo; para isso foi revelado o Evangelho e
enviado o Filho de Deus no devido tempo, para vencer o Demônio e tornar vencedores a todos os
que obedecerem os mandamentos de Deus.
Jeová, por designação do nosso Pai Eterno, organizou o mundo e preparou todas as circunstâncias
para ocorrer a queda do homem e, em conseqüência da tentação satânica e o livre-arbítrio dado à
humanidade, desenvolverem-se todas as conseqüências trágicas da desobediência aos
mandamentos divinos. Mas, em contrapartida, o próprio Jeová deveria descer e compensar todas
as perdas físicas e espirituais decorrentes do Seu ato criador.
O homem não pecaria se Deus não houvesse revelado a lei. Mas, ao ser ela declarada e ele
exortado a cumpri-la mediante promessas de bênção ou maldição (Deut 30:19), o homem passou a
ser responsável diante de Deus e árbitro de si mesmo. Ao ser feito árbitro de si mesmo, o homem
fez sua escolha contra a lei e dinamizou o potencial do pecado com todos os efeitos devastadores.
Mas o mestre do pecado é o demônio (Mosías 4: 14).
O pecado levou às mortes - a física e a espiritual. Essas mortes seriam de caráter eterno,
irreversíveis, porque os homens não teriam força espiritual para fazer revertê-las; a menos que
interferisse o poder de Deus. Portanto, o Criador é quem deveria descer e fazer o sacrifício
libertador - da morte física incondicionalmente para todos e da morte espiritual condicionalmente
às obras individuais por causa do livre-arbítrio ( Mosías 15: 7-9, 19,20).
Pelas penas que fariam cair sobre si, ao se enredarem nas teias do pecado por mal uso do
livre-arbítrio, a misericórdia de Deus estabeleceu um meio para que os homens pudessem livrar-se
da dor espiritual decorrente. O próprio Deus sofreria as dores de todos os que se arrependessem e
passassem a viver de toda palavra revelada por Deus. Pelo arrependimento do homem e a
Expiação do Messias, a Misericórdia suplantaria as demandas da Justiça e a libertação teria vida.
A dialética cármica e a doutrina da reencarnação contrariam tudo isso de maneira flagrante,
mesmo assim domina muitos milhões de mentes; Por que?
- Porque o homem desprezou a leitura independente e criteriosa da Bíblia em troca de sofismarias
recolhidas ilegalmente do mundo dos espíritos.
As escrituras dão testemunho de que Jesus Cristo realizou a Expiação, portanto ele é Jeová (Isaías
43: 3,10, 11, 15; 50: 6-10; 53: 4-11 e Filipenses 2: 6-8).
Deus revelou a verdade, veio ao mundo para confirmar tudo o que anunciara pelos profetas, viveu
exemplarmente, expiou, morreu, ressuscitou e subiu ao céu. Ele fez Sua parte e deixou-nos sem
desculpas se não fizermos a nossa.

APÊNDICE 2

A LIBERDADE A LEI E O TESTEMUNHO

“Permanecei na liberdade que vos faz livres ...”

Essas palavras do Senhor demonstram haver uma pseudoliberdade que nos ilude, pois ela nos
mantém sob o peso de algum tipo de servidão. Tanto os crentes quanto os descrentes, nos seus
variados graus de cultura, seja temporal seja espiritual, estarão sob servidão na exata medida de
sua ignorância e/ou rebeldia diante do Plano de Deus para si mesmos. Não pode haver liberdade
na plena acepção da palavra se qualquer parcela de ignorância desse Plano prevalecer sobre nosso
conhecimento e entendimento espiritual.
Embora muitos se possam considerar libertos, amancipados e auto suficientes, todos os que se
entregam sob essa bandeira aos hábitos, costumes e vícios que minam a saúde, roubam o tempo e
limitam espíritos e mentes do conhecimento das razões superiores da existência humana, mesmo
alardeando liberdade, tornam-se escravos inconscientes de si mesmos.
O homem que é compelido por um vício, seja ele qual for, é seu escravo. Se não era quando
decidiu experimentar, passou a ser ao se deixar dominar por ele. Uma vez dominado pelo vício,
sua culpa permanece porque a decisão de entregar-se foi sua. Só uma decisão muito mais forte
poderá afasta-lo do domínio a que se entregou.
O poder das drogas que hoje avassala o mundo é alimentado por todos os participantes, todos
são culpados dessa desgraça mundial – traficantes, usuários ocasionais, dependentes, e também os
governantes por terem deixado o mal crescer sem terem tomado consciência do perigo, sem terem
doutrinado a população enquanto ainda era possível conscientizar o povo. Somando-se a
frouxidão das leis e a brandura das penas, o quadro crescente de miséria fica completo.
A liberdade verdadeira é um conceito da mente Divina. Para ser compreendida precisa ser
sentida, experimentada por sentimento interior do espírito. Para que ela tenha existência concreta
diante da inteligência, precisa ser justaposta a uma lei revelada por Deus; pois onde não houver
essa lei revelada não pode haver sentimento superior de liberdade, porque tal sentimento é
transmitido pelo poder do Espírito, como testemunho ao coração humano de que o caminho
trilhado é do agrado de Deus.
Uma liberdade absoluta é algo absurdo diante da inteligência, porque libertaria
completamente o espírito diante da lei; isso destruiria na mente o próprio conceito de liberdade;
uma vez que anarquia não pode gerar liberdade.
Nas insondáveis profundezas de Sua Mente, o Criador de todas as coisas organizou uma Lei;
para edificar sobre ela nosso sentimento superior de liberdade. Nosso aprendizado deve começar
paulatinamente, de princípio menor a maior, gradualmente de convênio menor a convênio maior;
de acordo com nossa capacidade de adesão ao código, princípios e preceitos contidos na Lei.
Caso em obstinação, orgulho, teimosia ou incredulidade, não nos permitirmos examinar,
aderir e obedecer aos princípios menores da lei Eterna, como jamais alcançaremos as bênçãos
vinculadas à obediência aos maiores?
“Há uma lei irrevogavelmente decretada nos céus desde antes da fundação do mundo, na qual se
baseiam todas as bênçãos ... e se de Deus recebemos uma bênção, é por obediência ao princípio
no qual essa bênção se baseia” (D&C 130:20).

Voltando aos conceitos expostos sobre lei e liberdade, podemos agora afirmar que primeira,
embora sendo o fundamento da segunda, de sua feita também tem sua dependência – as forças
contingentes exteriores que deverão agir sobre o experimentador da liberdade para influí-lo a não
obedecer a lei – “pois a noção de liberdade só é concebível quando essa liberdade é posta em
relação com circunstâncias exteriores que possa vencer.” (Stephane Lupasco)
A lei não poderia ser praticada se não houvesse oposição concreta a ela, ou seja,
possibilidades de agir fora de seus códigos.
Como primeiro princípio a lei de Deus manda: “Amai a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo
como a vós mesmos.”
Essa é uma lei de serviço a Deus e ao próximo, já que não se pode amar fidedignamente sem
servir. A qualidade do amor confunde-se com a qualidade de serviço que intentamos e que
prestamos a Deus e ao próximo. Assim podemos dizer de forma equivalente: “Servi a Deus sobre
todas as coisas, e ao próximo como a vós mesmos”.
O homem que ignora ou se nega a receber o serviço que Deus fez e faz por ele, demonstra
que não O ama. Isso o inabilita para ser chamado ao serviço e preencher o propósito para o qual
foi enviado à terra.
Não é possível servir sem realizar trabalho, o que significa: dedicar tempo, recursos, esforço
físico, mental e espiritual. Não é dessa forma que objetivamos o amor por nossos filhos?
Sem que tivéssemos poder para dar o produto dos meios que dispomos, nosso amor ficaria
no terreno do subjetivo, nunca emergiria para o terreno das coisas concretas, dinâmicas, objetivas.
Deus não nos deu o mandamento para que O amássemos subjetivamente, e esclarece como
quer ser amado (ou servido) por nós:
“Ó vós que embarcais no serviço de Deus, vede que O sirvais de todo vosso poder, mente e força
...”
O caminho que leva o homem a servir fidedignamente a Deus é o mesmo que o leva a
conquista da liberdade, porque foi Ele quem a engendrou e é Quem a concede pelos dons do Seu
Espírito. Esse sentimento de liberdade plena só pode ser experimentado após o aperfeiçoamento
completo dos nossos instrumentos corpóreos e espirituais – através da ressurreição, glorificação e
exaltação na presença do Pai Eterno, a qual é a meta final da saga dos espíritos humanos na
eternidade.
Para que o homem possa ter a certeza de que não está desperdiçando sua vida em busca de
uma quimera, Deus envia o testemunho ardente do Seu Espírito a todos os que o buscam
diligentemente. A existência e disponibilidade desse testemunho, quer na carne quer no mundo
dos espíritos, é o que abre as portas para a mais excelsa salvação de Deus, mas também abre as
portas da condenação ou seja, o fechamento para sempre dessa oportunidade. Porque é dado ao
homem morrer uma só vez, e logo a seguir vem o juízo (Hebreus 9: 27) e como ensina também o
Livro de Mórmon que este é o dia que o homem tem para preparar-se para o encontro com Deus.
.Tal testemunho é a única força espiritual capaz de suster nossa fidelidade à causa Suprema
quando as pressões do mundo exterior arremetem contra nós.
O homem jamais poderia vir a conhecer o grandioso sentimento de liberdade antes de
experimentar o sentimento de sua própria fraqueza e escravidão física, mental e espiritual por
efeito das aflições, incertezas, perdas, doenças, corrupção física e morte. Significando cativeiro
sob um poder que o detém em sua fraqueza diante de um Opressor muito mais forte do que ele.
Mas se Deus criou o homem para que viesse a conhecer a verdadeira liberdade e teve que
organizar em primeira etapa as circunstâncias para que ele fosse detido sob um poderoso
Opressor; como daria prosseguimento ao Seu Plano, se numa etapa seguinte deixasse de enviar
um Libertador, em tudo mais forte que o Opressor?
Como o Libertador faria que nós crêssemos e aceitássemos Sua vinda como o ponto focal de
nossa libertação? Nós que não testemunhamos Suas obras, que segurança poderíamos ter para
pormos Nele nossa esperança?
- A única resposta razoável para tal questão é o testemunho por revelação individual do Espírito
Santo. Não só para essa questão, mas também para todas as outras relacionadas diretamente com
salvação das almas, pois “pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas.”
(Moroni 10: 5)
Essa explanação demonstra o porquê do homem ter que peregrinar por este vale de sombras,
dor, pranto, aflições e morte. Não haveria outra maneira de executar o Plano de Salvação e glória
imortal. Porque ao ser liberado o poder do livre-arbítrio, a conseqüência inarredável seria essa. É
exatamente devido a tal verdade difícil de suportar que Jesus declarou serem os escândalos
inevitáveis, mas ai de quem os causa. Nem Deus pode evitar os escândalos que se instalam neste
mundo no tempo da provação, porque as escolhas devem ser efetivamente por arbítrio do homem.
Por todas essas coisas a palavra do nosso Libertador é:

“PERMANECEI NA LIBERDADE QUE VOS FAZ LIVRES; NÃO VOS EMBARACEIS NO


PECADO, MAS QUE SE CONSERVEM LIMPAS AS VOSSAS MÃOS, ATÉ QUE VENHA O
SENHOR ... POIS APÓS O VOSSO TESTEMUNHO VIRÁ O TESTEMUNHO DOS
MAREMOTOS, QUE FARÃO GEMER A TERRA NO SEU ÂMAGO, E HOMENS CAIRÃO E
NÃO PODERÃO FICAR DE PÉ” (D&C 88: 86,89)
“EIS QUE VOS ENVIEI PARA TESTIFICAR E PREVENIR O POVO, E TODO O QUE FOR
PREVENIDO DEVERÁ PREVENIR O SEU PRÓXIMO.” (D&C 88: 81)

APÊNDICE 3

DE QUE FORMA DEUS EXECUTA O JULGAMENTO DE NOSSOS ESPÍRITOS

Ao anunciarmos algumas palavras do Livro de Mórmon a alguns conhecidos e amigos,


quando elas dizem dos julgamentos que Deus fará cair sobre a humanidade, temos recebido as
mais variadas formas de oposição.
-“Não posso concordar com a severidade declarada nessas palavras de julgamento ... Creio que
Deus é amor e saberá perdoar muitos dos nossos pecados menores com tolerância.” , disse-me um
deles.
Enquanto ele expunha seu ponto de vista, veio-nos à mente uma escritura moderna que diz
“Eu o Senhor não posso encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância.” (D&C 1: 31).
São palavras duras e difíceis de serem entendidas por quem ainda não amadureceu na
doutrina do sacerdócio quando ele ensina sobre o caráter e personalidade do nosso Pai e Criador
de tudo. O homem natural não pode entender nem medir o conhecimento, o poder, o julgamento,
a justiça, a misericórdia e a verdade que estão na mente de Deus. Ele não pode julgar a mente
Divina com a pequenez de sua mente.
Enquanto o homem não se arrepender e seguir os passos declarados na Lei Eterna (O
Evangelho) para receber o dom do Espírito Santo, e deixar-se guiar pela doutrina do Sacerdócio
de Deus, ele estará nas trevas no concernente a esses entendimentos superiores – os atributos da
mente Divina e o Seu Plano de Salvação.
Poderá ter uma fé incipiente, mas desprovida de conhecimento e de entendimento
verdadeiros como Deus deseja que os homens cultivem ao longo do tempo e da eternidade.
Ensinou o apóstolo Paulo que o cristão deveria buscar um entendimento exato de Deus, e
reprovou os judeus dos seus dias dando testemunho de que eles tinham zelo por Deus, mas um
zelo sem discernimento.
Hoje, da mesma forma que no passado, a cristandade dos gentios demonstra zelo por Deus,
mas no julgamento revelado modernamente por Ele, está tão fora de rumo quanto os judeus no
Meridiano dos Tempos:

“Eles não procuram o Senhor para estabelecer a sua justiça, mas cada um segue seu próprio
caminho, segundo a imagem do seu próprio Deus, cuja imagem é à semelhança do mundo, e cuja
substância é a de um ídolo que envelhece e perecerá na Babilônia, mesmo a grande Babilônia que
cairá.” (D&C 1: 16)

Duras como possam soar essas palavras do Senhor, o fato é que Ele declara a cristandade
moderna estar sujeita à grande Babilônia mundial. Ele convida a todos que ouvirem seu chamado
dos últimos dias para saírem porque ela será derrubada. Mas o Senhor ainda diz algumas outras
coisas que demonstram sua reprovação à cristandade moderna quando afirma que eles têm o Seu
nome nos lábios, mas que seus corações estão afastados e que negam o Seu poder (por não
aceitarem as manifestações do Seu poder – os verdadeiros trabalhos realizados por Seu Espírito
para reunir o povo de Deus nos últimos dias).
Ditas essas palavras, estamos preparados para discorrer sobre os fundamentos que
alicerçaram o trabalho divino e determinaram o desenvolvimento de todas as coisas – como elas
foram na “primeira eternidade”, como elas hoje são e como serão no porvir eterno segundo as
revelações do Filho de Deus para o moderno povo da Terra.
Comecemos com alguns extratos de D&C:
“No princípio Eu estava com o Pai, e Eu sou o Primogênito... Vós também no princípio
estáveis com o Pai; aquilo que é Espírito, mesmo o Espírito da Verdade... A inteligência, ou luz
da verdade não foi criada nem feita, nem poderia deveras ser feita... Toda verdade é independente
para agir por si mesma, assim como também toda inteligência; doutra maneira não há existência.
Eis que nisto consiste o livre arbítrio do homem; e nisto consiste a condenação do homem; porque
aquilo que foi desde o princípio lhe é claramente manifesto, e ele não recebe a luz.”
Observemos que a palavra usada pelo Senhor para definir o Pai em Sua manifestação
fundamental é “aquilo que é Espírito” (porque naquela eternidade, o Pai, da mesma forma que os
filhos, ainda não poderiam ser definidos como “aqueles que são espíritos).
“Aquilo que é Espírito”, a Inteligência ou a Luz da Verdade, sempre foi independente para agir
por si mesmo, o que o faz autoexistente e, portanto incriável.
A Verdade é a vida Daquilo que é Espírito, é a existência eterna da Inteligência antes que
quaisquer outras coisas fossem organizadas – antes que tanto espírito quanto elementos universais
sofressem as sucessivas organizações e transformações ao longo da eternidade, para dar lugar ao
universo que hoje conhecemos, bem como os que ainda não conhecemos. O universo físico que
hoje habitamos é apenas um dos muitos que se sobrepõem em outras manifestações da Criação.
Há em todos nós uma porção da Inteligência, “daquilo que é Espírito” que nos dá a luz da
consciência divina – é a luz de Cristo ou o Espírito do Senhor. Isso é o que constitui o poder de
arbítrio de nossas consciências individuais, para podermos discernir a verdade entre a multidão de
mentiras, a justiça da injustiça, o certo do errado, o que nos vem de Deus do que vem do
Adversário. O exercício de julgamento a respeito de qualquer coisa que seja só é possível através
do poder e faculdades dessa luz espiritual ou Inteligência, a qual, conjugada aos corpos que nos
animam (o físico e o de espírito) dá vida e percepção aos nossos sentidos, desejos e pensamentos.
Diz o Senhor: “Eu preparei todas as coisas e permiti que os homens fossem seus próprios
árbitros.” (D&C 104: 17)
Os homens não se poderiam sentir quer condenados quer justificados, caso não pudessem
experimentar em si mesmos esses sentimentos por meio de suas próprias consciências. Isso
significa que não será pelo sentimento de alguma consciência externa ao indivíduo o que poderá
impor ao homem o sofrimento de uma condenação ou a alegria da justificação.
“Para que todo homem possa agir em doutrina e princípio relativos ao futuro, de acordo com o
arbítrio moral que Eu lhe dei, para que todo homem seja responsável por seus próprios pecados no
dia do juízo.” (D&C 101: 78)
Jamais poderia o homem ser feito semelhante a Deus se não lhe fosse dado poder para ser o
árbitro de si mesmo.
Assim podemos compreender que Deus exercerá Seu julgamento dos nossos atos por meio
daquela mesma luz fundamental – daquilo que é Espírito – e que vive tanto Nele eternamente
quanto em todos os seus filhos.
Nessa sábia forma de organizar todas as coisas, Deus fez com que nossa luz, naquele capital
momento do julgamento final, seja nada mais nada menos do que a Eterna Consciência exercendo
julgamento desde o interior de nós mesmos.
Naquele impasse solene e decisivo, descobrir-nos-emos em autojulgamento, mas nas bases e
perspectivas, pensamento, justiça e verdade que habitam na Luz Maior vivificando nossa luz
menor e fazendo que o julgamento seja como se fora de um Deus no interior de nós mesmos.
Dessa forma, as desgraças e escândalos inevitáveis que se abatem sobre a humanidade são devido
às más escolhas da família humana e não por destinação inapelável declarada por Deus. A única
força de apelação possível é a do arrependimento e o serviço pela Causa de Deus. Mas isso a
humanidade, coletivamente falando, não usa... E a desgraça permanece.
O código da Lei escrita por Deus nos Seus livros revelados aos profetas será o nosso
referendum.
“Pois eis que pelos livros que já foram escritos, e pelos que ainda se venham a escrever, será
julgado este povo, porque é pelos livros que suas obras serão levadas ao conhecimento dos
homens. E eis que todas as coisas são escritas pelo Pai; portanto o mundo será julgado segundo o
que está escrito nos livros” (3 Ne 27: 25 e 26).

Os pecadores contumazes violentam o discernimento da luz de Cristo que receberam desde a


eternidade, não compreendem que estão cometendo o ato mais insensato de sua vida. No acerto
final, julgarão a si mesmos e se autocondenarão de forma implacável caso não levarem consigo o
sentimento de justificação, o qual só habitará naqueles que exercerem fé em Cristo, se
arrependerem de todos os pecados e cumprirem a lei do Evangelho para poderem usar a seu favor
o poder da Expiação. (ver o Capítulo XX).
Dessa forma, o julgamento de Deus será exercido em toda sua magnificência e justiça
naquele dia terrível para os iníquos.
“... E ninguém há de escapar... Nem coração que não será penetrado. E os rebeldes serão tomados
de muita tristeza, pois suas iniqüidades serão proclamadas... E revelados os seus atos secretos.”
(D&C 1: 2 e 3)
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também
ceifará.” (Gal 6: 7)

Gostamos de imaginar a luz formadora de nossa consciência, como uma substância espiritual
brilhante, uma luz plasmática espiritual de pureza transcendental, esférica e pulsante. Depois do
nascimento físico, a ela se vão agregando gradualmente impurezas espirituais que habitam este
mundo desde a grande queda física e espiritual dos pais de nossa raça – Adão e Eva. Essa luz
poderá ser novamente purificada e mais luz lhe ser acrescentada quando posta em contato com seu
ambiente natural fundamental – o Espírito Santo.
“... A inteligência se apega à Inteligência; a sabedoria recebe Sabedoria; a verdade abraça a
Verdade; a virtude ama a Virtude; a luz se apega à Luz ...” (D&C 88: 40).
A coisa mais preciosa e delicada que o homem possui no seu âmago é essa porção da
Inteligência, ou seja, do Espírito de Deus. Se ela for deixada escurecer por efeito das más escolhas
do homem, a mente vai ficando passo a passo menos capaz de captar a luz que lhe é enviada do
Alto. A presença psicossomática humana tenderá ao embrutecimento.
Pobre daquele que levar a luz de Deus que tem em si a testemunhar de suas iniqüidades no juízo
final, por não ter usado a graça do cancelamento de seus pecados, proporcionada pela Expiação do
Messias.
É pelo bombardeio dessa luz que o demônio subjuga o homem e gera seus filhos no mundo.
Ele sabe que confundindo as mentes o cabresto é mais facilmente colocado (ver no Capítulo III,
“Uma Sutileza Satânica”).

“O MEU POVO DEVE SER PROVADO EM TODAS AS COISAS, PARA QUE ESTEJA
PRONTO A RECEBER A GLÓRIA QUE TENHO PARA ELE, MESMO A GLÓRIA DE SIÃO;
E AQUELE QUE NÃO SUPORTAR CASTIGOS NÃO SERÁ DIGNO DO MEU REINO... O
QUE FOR IGNORANTE SE HUMILHE E BUSQUE AO SENHOR SEU DEUS, E ASSIM
ADQUIRA SABEDORIA, PARAQUE OS SEUS OLHOS SE ABRAM E ELE POSSA VER E
SEUS OUVIDOS SE DESTAPEM E ELE POSSA OUVIR; POIS PARA ILUMINAR OS
HUMILDES E CONTRITOS, E PARA A CONDENAÇÃO DOS ÍMPIOS É O MEU ESPIRITO
ENVIADO AO MUNDO.” (D&C 136: 31-33)

APÊNDICE 4

O OMNI APLICADO A DEUS

OMNI – Significa tudo, em todo lugar;

OMNIPOTENTE – Onipotente – todo poder;

OMNICIENTE – Onisciente – todo conhecimento;


OMNIPRESENTE – Onipresente – em tudo presente.

Deus tudo pode fazer, pela força que dispõe a Seu governo e pela onipresença do Seu
instrumento de poder – O Espírito.
Poder fazer tudo é uma coisa diversa de ter direito de fazer qualquer coisa. Como Deus não faz o
que é injusto, já que se o fizesse Se estaria desqualificando como Deus, concluímos que Ele
autolimita-se para não fazer o que não é justo ou direito diante da Lei que Ele próprio criou. Por
essa decisão sábia, Ele sujeita-se por um tempo a contemplar as injustiças praticadas por Seus
filhos no tempo da provação. Se assim não fosse, não haveria escândalos de injustiça e maldade
no mundo, todos eles seriam eliminados imediatamente por Ele – a conseqüência direta seria a
revogação do livre-arbítrio humano e a impossibilidade de virmos a ser tornados como nosso Pai é
– Conhecedor do Bem e do Mal.
O poder de ação de Deus está circunscrito ou limitado pela Lei estabelecida nos céus, a qual
nem os Deuses podem quebrar. O direito da Lei limita a atuação do poder divino, para ser
preservada a força do direito em lugar do direito da força. Pois, embora Deus tenha direito de
empregar a força, Ele só pode faze-lo depois de esgotado o Seu próprio tempo de espera, pré-
estabelecido por Lei nos céus desde antes da fundação do mundo. A indignação de Deus diante
dos escândalos deste mundo tem que ser represada por um espaço de tempo, Ele tem que sofrer
esse represamento, disse Jesus: “Geração incrédula e perversa, até quando vos suportarei?”.
Se Ele próprio não se autosubmetesse ao código que criou, para elevar-Se à condição de Deus,
não poderia exortar Seus filhos a obedece-lo e não poderia ser reconhecido e apoiado por Seus
pares (entenda quem puder).

O Demônio não se preocupa em seguir a Lei de Deus. Ele não limitaria por força de
consciência o direito da força. Se pudesse destruiria o mundo para frustrar o Plano de Progresso
Eterno elaborado por Deus para crescimento espiritual de Seus filhos. Já que ele sente-se banido,
julgado e condenado desde o princípio a não mais pode participar desse progresso, se pudesse,
deteria o Plano de Deus pela raiz.
O poder do Demônio é limitado ou contido pelo poder de Deus. Mas foi dado ao homem
poder para “amarrar” o Inimigo. Se ele não pode faze-lo para limitar o poder maligno no coração
do seu próximo, pode em relação a si mesmo. O sucesso depende de adesão à Lei de Deus no
melhor do seu poder, mente e força. Para que o Maligno seja totalmente amarrado e impedido de
fazer o mal neste mundo, será preciso que todos os habitantes da Terra tornem-se como Deus
deseja que sejam. As Escrituras nos dizem que isso será conseguido algum tempo depois da
Segunda Vinda de Cristo para assumir o governo da Terra. A grande luta de Deus no presente
momento, com referência a todos os Seus filhos enviados a este planeta, é conseguir fazê-los
vencedores do mundo, significando ser vencedores do Diabo e suas poderosas obras aqui
plantadas.

Essa é, pois a grande diferença entre o poder e as ações do Demônio e as ações e poder de
Deus – enquanto Num tudo é omni, no outro nada é omni, sua ação é circunscrita, localizada,
limitada. Mas tem seus limites governados desde fora pelo poder de Deus. Suas ações jamais
visam o bem porque ele não possui o livre-arbítrio, seu caminho dirige-se sempre ao mal. O
“bem” que dele vem só pode enganar os que não conhecem suas maquinações espertas, dele e dos
seus ministros do erro.

APÊNDICE 5

O “ALGO MAIS” QUE O HOMEM NÃO SABE SOBRE O SOL

No princípio do século XIX foram descobertos alguns rolos de papiros nas imediações da
antiga cidade de Tebas, no Egito. Entre outros escritos estava o livro de um profeta que viveu dois
mil anos antes de Cristo, Abraão.
Durante o decorrer daquele século, poucos anos depois da descoberta dos papiros, parte dos
manuscritos foi traduzida por um profeta moderno, Joseph Smith. A matéria que vamos apresentar
neste apêndice condensa o acervo de conhecimento advindo do trabalho desses dois profetas ao
unirem-se no tempo pelo advento desses dois homens de Deus. Incluímos também os estudos e
conclusões de outros homens proeminentes dos séculos dezenove e vinte que estudaram
detidamente o assunto e as ciências ligadas a eles.

Para iniciarmos, formalizemos algumas indagações:


1. O que é o sol fundamentalmente?
2. De onde vem sua energia?
3. Como foi formado?
4. Acabará algum dia?

Diz a ciência na palavra de Isaque Azimov no seu livro “O Universo”:

“Parece seguro... que o sol é essencialmente uma mistura incandescente de hidrogênio e


hélio, em proporção de quatro para um em termos de volume... A superfície do sol é muito quente
– o bastante para fundir e volatilizar todas as substâncias conhecidas. Apesar de tudo, não é tão
quente a ponto de forçar o hidrogênio à fusão para hélio – encontra-se muito longe disso.
Podemos asseverar com toda segurança que essa fusão não ocorre em parte alguma da superfície
do sol. Contudo, deve ocorrer algures, para que se possa explicar a produção da energia solar.
Alguns cientistas atribuem um período de cem bilhões de anos para o potencial de vida solar.
A teoria atualmente mais aceita é que tanto o sol quanto os planetas formaram-se a partir de uma
gigantesca nebulosa há 4,7 bilhões de anos... que o nosso sol, algum dia, mais ainda não por
muitos bilhões de anos, começará a expandir-se para o estágio de gigante vermelho, e se a essa
altura a humanidade não houver deixado a Terra... Será o seu fim Estima-se hoje em dia que
noventa por cento de todos os átomos do universo seja de hidrogênio, o mais simples de todos;
que nove por cento seja de hélio, o seguinte mais simples. Todos os demais tipos de átomos
constituem o remanescente um por cento. Em suma julga a ciência que a composição elementar
do sol seja típica da composição do universo em geral.”

O QUE REPRESENTA O SOL PARA NOSSA VIDA FÍSICA?

Incontestavelmente, o poder que nos chega do sol é o sustentáculo das vidas que se
manifestam nos reinos animal e vegetal. Esses reinos têm na energia solar seu veículo da
perpetuação como formas organizadas de vida em equilíbrio biológico.
Há porém um terceiro reino na natureza igualmente organizado, o reino mineral, ao qual não
atribuímos a manifestação chamada vida. Mas essa atitude nos parece ser devido ao ciclo de vida
entre os minerais de tal magnitude que tendemos a classifica-lo como um reino inanimado (o que
significa um reino sem alma).
Arrazoemos melhor porém. Por que, quebrando a harmonia das leis naturais, seria nosso sol
o sustentáculo de dois reinos e deixaria de ser do terceiro reino ou de outros que descobríssemos
existir? Que tal se considerarmos os reinos das esferas espirituais?
Para a ciência essas perguntas ainda parecem ser desconcertantes, mas certamente não são para os
profetas, nem para aqueles que desenvolveram bons motivos para crer mais no que vem de sua
direção.
Antes porém de considerar as palavras dos profetas, vamos organizar melhor nossas idéias a
respeito do entulho de teorias com ares de nobreza que por aí andam, e os fatos reais que
experimentamos. Vamos tentar discernir aquilo que vale a pena reter e o que devemos jogar fora.
Não obstante as teorias científicas, erradas, certas ou aparentemente certas, o fato é que a
verdade é soberana e independente. Ela está consubstanciada na eternidade dos fenômenos
universais, em pleno curso diante de nós. Apenas ainda não a compreendemos corretamente; nem
mesmo avaliamos a importância disso – “Reconhecer o que vem de Deus para poder subjugar
aquilo que não vem” Ou fazemos isso ou estaremos subjugados pelo que é falso. Mas isso exige
tempo e esforço espiritual, o que muito poucos estão dispostos a exercer.
As conclusões puramente racionalistas da mente são paupérrimas nas suas tentativas de
compreender e classificar a verdade sobre qualquer assunto fundamental. Porque a simples visão
de um segmento da verdade ou mesmo muitos deles de forma dispersa, nunca poderão transmitir
ao entendimento a justa avaliação da unidade completa. Para a compreensão plena das coisas será
necessário usar o pleno acervo da inteligência disponível. Se deixarmos de exercer uma porção
que seja, alguma coisa ficará faltando no poder que empregamos na nossa observação. Portanto,
se é verdade existir um meio de nos associarmos à mente de Deus para penetrarmos melhor na
compreensão e entendimento de Sua obra, e a despeito disso não o usamos, é evidente que não
estaremos empregando todo o poder mental e espiritual que Ele põe à nossa disposição. Não
conseguiremos subjugar o que é falso da mesma forma que Ele subjuga, continuaremos
subjugados pelas coisas de Deus que ignoramos.
É exatamente por isso que nosso Deus nos exorta a obter o Dom do Espírito Santo e promete
que aquele que busca acha e a quem bate lhe será aberto.

POR QUE PROCESSO COMPREENDEMOS A LUZ?

No que diz respeito à nossa vida físico-química é ponto pacífico que, em menor ou maior
grau, ela depende do sol. Mas ao falarmos da vida, não nos referimos apenas à sua manifestação
físico-química; tratamos também das outras manifestações características – emoção, instinto,
afetividade, intelecto. Enfim, a vida psíquica ou atuação funcional da mente, considerada como
um sistema orgânico espiritual, alcançando perceptiva e atuantemente todas as partes da entidade
humana para ajusta-la às suas necessidades no meio onde vive. Tanto a vida físico-química quanto
à vida psíquica dependem da ação da luz, a qual lhes é enviada principalmente através do sol.
A luz atua sobre as substâncias e é atuada por elas em suas reações características. Ao tornar-se
dessa forma modificada ou modulada, a luz passa a transmitir-nos mensagens inteligíveis. Isso a
torna o poder vivificador de nossa mente. As modificações ou modulações várias que a luz nos
pode transmitir são comunicações que nossa mente capta, discrimina, analisa e compreende.
É muito importante, porém esclarecer que ao nos referirmos à luz neste Apêndice, queremos
significar algo muito mais extenso do que simplesmente a luz comum do sol percebida por nossos
sentidos físicos.

Todas as substâncias emitem certo grau de radiância. As coisas profundas da constituição das
substâncias em suas manifestações mais puras ou espirituais, também serão regidas por leis à
semelhança daquelas que regem o comportamento das manifestações nossas conhecidas. Onde
houver radiância haverá manifestação luminosa, visível ou não ao olho físico. Podemos concluir
que a luz está em toda parte, quer nos seres quer nas outras coisas universais.

Nas revelações modernas o Senhor nos ensinou que a Luz ou espírito e os elementos
constituintes da matéria mais densa, são eternos e estão igualmente entrelaçados:

“O espírito é matéria, não existe matéria imaterial” (D&C 131: 6-8).


Para a luz ser compreendida, será necessário antes de qualquer coisa que ela possa ser captada por
alguma substância afim. Substância essa capaz de perceber as variações ou modulações que a luz
porta; que possa vibrar em sintonia com ela.
Esta é a grande questão! Compreendemos a luz e suas mensagens, exatamente porque possuímos
matéria da mesma espécie no nosso ser, sem o que jamais poderíamos compreende-la.
O Dr. Julius Krmersky, matemático e físico tcheco, examinou a energia não explicada que se
irradia dos seres humanos e publicou um artigo científico para a Cátedral de Física do Instituto
Pedagógico de Trnava em 1963. A força irradiada tinha a potência de 1,2 x 10 elevado a –3 dina.
Ele acrescentou que parece a mente quem a controla.
Mais recentemente foi constatado que essa radiação é também produzida desde os vegetais e
minerais.

QUAL É O FUNDAMENTO DA INTELIGÊNCIA NO COSMO?

Sem a luz as manifestações físico-químicas da vida nos três reinos não existiriam, não
obstante, mesmo sem elas a luz continuaria a abundar no universo. Isso demonstra que a luz ou
espírito é o fundamento de toda a criação. Ela manifesta o princípio de inteligência no cosmo. Ela
é a matéria eterna que não poderia ser criada nem feita do nada. Não poderia ser compreendida
por outra substância qualquer que não fosse ela própria. Antes que a Inteligência compreendesse o
exterior e interior de si mesma, o princípio e o fim, o alfa e o Omega... O Espírito Eterno, a
criação não poderia começar.
Tudo deveria ser criado ou organizado a partir dela mesma. O Espírito ou Luz e os elementos
passaram a constituir–se nos elementos duais de toda a criação, mas a Luz veio primeiro. (Ver o
Apêndice 8).
A luz seja qual for sua fonte de manifestação, emite matéria ou espírito na sua manifestação
ultrapurificada. Seus raios não visíveis, conhecidos ou desconhecidos ainda, são capazes de
penetrar e atravessar todas as substâncias e chegar a todas as partes do universo.
Considerando as luzes de todos os sóis (estrelas), o poder da luz exerce influência sobre
quaisquer partículas do cosmo.
Desde que suficientemente intensa e dentro do espectro visível, toda a luz trás consigo um
poder que ilumina nossos olhos e faz com que nossos cérebros vejam. A variedade de impressões
luminosas transmitidas dessa forma aos nossos cérebros físicos, exercita nossa mente (nossa luz
interior ou consciência) e permite que compreendamos os objetos de nossa observação, não só
visualmente, mas também emocionalmente e espiritualmente pelos sentidos do coração em
comunhão com a mente.

Atentemos para as palavras de Azimov no seu livro “O Universo”. Foram selecionados


trechos das páginas 259 e 271 e adicionados nossos próprios comentários.
“A luz pode ser considerada como um chuveiro de fótons descendo sobre nós de todas as
direções... Os fótons são partículas de luz, os quanta denominados pelo físico alemão Planck
(1859/1947). Quanto menor o comprimento de onda da luz, tanto maior a energia dos seus quanta
individuais...”.
O homem conhece apenas uma ínfima parte dos poderes e manifestações que os raios
luminosos portam no oceano de luz que enche o espaço. Mas já sabe que quanto mais refinada é a
luz, mais curto é o seu comprimento de onda e maior o poder energético. E, conforme dizem os
profetas, até chegarmos á mais pura luz de todas – a Luz do Espírito Santo, onde reside a
plenitude do poder de Deus.

QUAL O RELACIONAMENTO DA LUZ COM A LUZ DA PALAVRA PROFÉTICA?

Retomemos as palavras de Azimov e comparemos com as palavras proféticas modernas:


“Pelo menos duas outras partículas... o gráviton e o neutrino têm sido postuladas pelos físicos...
enquanto existem, deslocam-se normalmente na velocidade da luz... Se não podemos assinalar
diretamente a existência do gráviton pelo menos estamos em condições de fazê-lo indiretamente,
através dos campos gravitacionais que ele produz... o intercâmbio de grávitons entre a lua, o sol e
a terra produz as marés e mantém a lua e a terra em órbita vinculada em torno do sol. O
intercâmbio entre o sol e o centro galáctico mantém o sistema solar em sua majestosa revolução
em roda desse núcleo invisível”.

É importante compreendermos que Deus fala por meio de Seus profetas, usando linguagem
sintetizada e que envolve todas as futuras descobertas científicas que concede aos homens. Isso é
o que fornece as evidências medidas, necessárias e suficientes e com as quais Ele testa a nossa fé.
De que forma o profeta moderno ouviu essas coisas escolhidas na linguagem de Deus lá pelos
idos 1835?

“E os seus caminhos são fixos, sim, os caminhos dos céus e da terra, os quais abrangem a terra e
todos os planetas... A terra move-se nas suas asas, o sol dá a sua luz de dia, a lua dá a sua luz de
noite, e as estrelas também dão a sua luz, ao se moverem nas asas da sua glória, no meio do poder
de Deus”.

A palavra asas significa poder e glória significa luz ou espírito, que por sua vez também é
conceituado como poder. Evidente é que o Senhor escolheu expressar-Se nessas palavras para
não repetir excessivo número de vezes o termo poder. Mas o fato é: tudo o que existe, vive, move-
se e se transforma, o faz dentro e devido ao poder de Deus ou seja, o Espírito de Deus, o qual
vimos desde o princípio deste Apêndice que é o fundamento eterno de todas as coisas que existem
e existirão no nosso universo e em todos os outros universos ou céus que o circundam e
interpenetram – “Não há reino onde não haja espaço nem espaço onde não haja reino.”
Ditas essas coisas, podemos continuar dizendo que as nossas manifestações de inteligência,
emoção, afetividade, instinto e inspiração, como caracterizações da vida, estão em direta
dependência da substância lucificada de nossas discussões. Tudo tem existência por causa da luz,
inteligência, poder, ou seja, o Espírito de Deus.
Como tal, o sol irradia espírito, porque luz é espírito ou poder; o sol nos envia inteligência-
substância na forma da luz que conhecemos e através de todas as outras partículas quânticas, as
conhecidas e as desconhecidas para esta humanidade. É por isso que o Senhor revelou ao profeta
Joseph Smith que Ele estava no sol, na lua e nas estrelas. Porque Seu espírito está em toda parte.
Acontece que se admitíssemos que a luz se originasse no sol, acabaríamos por tornar-nos
heliólatras como era o Imperador Constantino. Obrigatoriamente devemos compreender que esse
espírito ou luz passa pelos sóis vindo de “alhures”, onde se fundamenta o eterno poder de Deus.
Sobre essas questões os profetas modernos têm muito a dizer nas palavras figurativas do
Senhor. Mas a Ciência tem muito pouco.
Vamos deixar mais uma vez Azimov nos ilustrara nas coisas conhecidas pela Ciência: “Os
neutrinos provêm diretamente dos núcleos estelares... Têm a propriedade de atravessar,
incólumes, grandes massas de matéria... Penetram pela terra à dentro... a cada segundo – como se
a massa terrestre nem existisse. Qual sua função? Não sabemos; embora incontáveis trilhões deles
atravessem a massa da terra a cada segundo! Se ainda não conhecemos a função das partículas de
luz que já identificamos, que dizer daquelas que nem postulamos ainda?”
Podemos afirmar, portanto, que a força incomensurável que se abriga nos átomos, na
eletricidade, no magnetismo, na gravitação e em todas as outras partículas universais, vêm pela
luz dos sóis nos seus entrelaçamentos intergalácticos.
Azimov nos informa que a Ciência conhece um pouco mais sobre as partículas mais
grosseiras que chamamos raios cósmicos. Elas são possuidoras de massa identificável; são
formadas nos espaços interestelares e são possuidoras de tremenda concentração de energia.

Foram construídos aceleradores de partículas (os ciclotrons), capazes de dota-las


isoladamente de picos de até 30 bilhões de electron-volts (30Bev) de energia. Mas as partículas
cósmicas aceleradas nos ciclotrons galácticos podem chegar ao nosso planeta com mais de
1.000.000 de Bev. Algumas estrelas têm muito mais abundante produção de raios cósmicos que o
sol.

O físico ítalo-americano Enrico Fermi (1910-1954) sugeriu que o campo magnético da


galáxia fosse capaz de acelerar as partículas cósmicas e aumentar-lhes a energia por estágios. Essa
ação seria semelhante à que é realizada nos ciclotrons fabricados pelo homem – engenhos que
fazem rodar seguidamente as partículas carregadas sob influência de um campo magnético.
Adicionando-lhes energia a cada ciclo... Até que elas não possam mais permanecer nos confins do
ciclotron e escapem. Fermi sugeriu existir verdadeiras organizações de estrelas e campos
magnéticos no cosmo. Em outras palavras, uma organização de sóis para obter efeitos planejados.

Salve Fermi1 Você falou como os profetas!

Poucos meses atrás (2002) alguns cientistas observaram alinhamentos surpreendentes entre
supernovas e comentaram ser difícil admitir que elas estivessem alinhadas por mero acaso; mas
sim por alguma ação inteligente e com algum objetivo, embora indefinido para o nosso
conhecimento atual..

QUAL A VERDADEIRA PARTICIPAÇÃO DA LUZ NO COSMO?

Há na luz mistérios insondáveis para o conhecimento secular presente. Para dar uma boa
idéia disso, falemos um pouco mais sobre algumas propriedades observadas pela ciência para as
partículas assemelhadas aos fótons, grávitons e neutrinos.
No momento em que elas são formadas, afastam-se da fonte de emissão na velocidade de 300.000
quilômetros por segundo quando viajando num meio ambiente que definimos como vácuo. Ao
atravessarem outro meio, como o ar, água ou vidro, essa velocidade decresce substancialmente.
Mas assim que ganham novamente o vácuo, a velocidade inicial é instantaneamente restabelecida.
Nenhum fóton pode ser levado ao repouso (velocidade zero) sem ser antes absorvido pelo meio
que o desacelerou a zero, nesse caso ele desaparece sumariamente. Já as partículas possuidoras de
massa em estado de repouso, não podem jamais atingir a velocidade da luz sem se transformarem
em energia luminosa, ou seja, em fótons ou outras partículas da mesma natureza dos fótons, os
quanta.
Isso nos leva a concluir que existe uma lei estabelecida que regula as coisas dessa forma: Há um
conjunto de manifestações corpusculares que podem manter sua identidade, da velocidade zero
(estado de repouso) até quase a velocidade da luz, sem, no entanto poderem atingi-la sem que
antes sejam transformadas em luz. Em contrapartida, há outro conjunto de manifestações
corpusculares que só podem manter sua identidade, do estado de velocidade 300.000 quilômetros
por segundo até um limite mínimo determinado, a partir do qual são absorvidas – transformam-se
na substância que os deteve, incorporando-se a ela. Em outras palavras, materializam-se,
acrescentando energia à substância absorvente nesse processo, a qual, mantém sua massa original
(pelo menos aparentemente).

A velocidade da luz porta-se como uma barreira dimensional das partículas que têm massa
no estado de repouso; e a velocidade tendendo a zero, porta-se como outra barreira dimensional
para aquelas que conseguem manifestar sua identidade nas velocidades da luz ou próximo dela,
mas não logram faze-lo nas velocidades tendentes a zero.
Evidentemente a ciência sabe muito pouco quanto ao papel integral da luz na vida universal, (ver
a figura 1, anexa a este Apêndice).

O QUE ANUNCIAM OS PROFETAS SOBRE OS COMPONENTES DA LUZ AINDA LONGE


DO ALCANCE CIENTÍFICO?

Vamos agora apresentar alguns dos ensinamentos de Deus aos profetas antigos e modernos,
bem como a palavra de homens associados a eles no concernente à luz. O profeta moderno:

“Esta é a luz de Cristo. Como também (o poder de Cristo) está no sol, e é a luz do sol e é o
poder pelo qual o sol foi feito; toda luz e calor são a glória de Deus, a qual é o seu poder, que
enche a imensidão do espaço e é a vida de todas as coisas e permeia com vida latente e calor toda
partícula das quais todos os mundos são compostos.”

Embora o corpo do sol esteja distante de nós 150 milhões de quilômetros, o poder que ele irradia à
imensidão do espaço, e permeia todas as partículas formadoras dos planetas, lhe dá o justo crédito
de onipresente no sistema. Ora, se a substância lucificada do poder de Deus é irradiada através
dos sóis do universo, evidente se torna que Deus é onipresente por esse meio – o poder irradiante
da luz por integração dos Seus sóis.

“E a luz que brilha (o sol), e que vos alumia, provém Daquele que ilumina os vossos olhos, e
é a mesma luz que vivifica a vossa compreensão; luz essa que provém da presença de Deus, para
encher a imensidão do espaço. A luz que está em tudo, e dá vida a tudo, que é a lei pela qual todas
as coisas são governadas, sim o poder de Deus...”

Um associado dos profetas:

“... Há vários canais através dos quais a glória e poder de Deus são manifestados... Há uma
organização de luz no cosmo. O sol é um dos canais básicos através do qual o Espírito ou glória
de Cristo é manifestado na terra. Contudo o sol não recebe seu poder e luz diretamente de Cristo,
mas através de uma série de esferas até chegar a Kolob... O sol recebe sua luz de Kolob por meio
de Kae-e-van-rash... o poder governante, o qual governa quinze outros planetas fixos ou estrelas e
Kae-e-van-rash recebe sua luz por meio de outras estrelas que recebem sua luz de Kolob, o grande
corpo governante deste sistema estelar, o qual só é inferior em poder e governo quando
comparado com a esfera onde Deus habita.”
Esses ensinamentos constam do livro do profeta Abraão.

O poder do Espírito de Deus é luz. Ela chega até nós via Kolob seguindo um sistema de
distribuição usando os sóis como retransmissores e um sistema de atenuações, de acordo com as
necessidades de cada humanidade nos seus vários graus de evolução. Há várias ações de
atenuação para determinadas radiações provenientes do sol – magnetosfera, ionosfera,
estratosfera, troposfera. Essas camadas de atenuação tornam possível a vida na terra para os seres
de nossa constituição orgânica. Não somente os corpos físicos desses astros têm poder para
irradiar luz. Os corpos físicos dos seres que comungam com Deus têm também essa faculdade e
função. Eles conquistaram a plena integração com a força universal do Espírito e a processam nos
seus corpos. Cristo ensinou e demonstrou: “Vossos corpos encher-se-ão com luz, e o corpo que é
cheio de luz, compreende todas as coisas.”
Isso torna claro a estreita associação entre a quantidade de luz que podemos receber e concentrar
no corpo e a compreensão das coisas de Deus que podemos exercer.

Nossa capacidade de compreender reside em substância lucificada incorporada ao âmago de


nossos corpos.
O Espírito de Deus nos chega como luz modulada. Ele traz todas as informações e poderes
necessários ao nosso desenvolvimento; tanto como indivíduos quanto povo. Nada há que o
homem possa conhecer ou inventar de bom e de útil que já não seja de domínio do Espírito desde
a eternidade. É exatamente como bem define a palavra dada ao profeta Jô: “Há um espírito no
homem, e a inspiração do Todo-Poderoso os faz entendidos.”

Outro associado dos profetas:

“Há um grande número de espécies de luz além daquela que identificamos como emitida
pelo sol... Ou por alguma fonte artificial que possa ser criada na terra. Algumas formas são puras,
refinadas e altamente investidas com divina inteligência e poder, e podem ser classificadas como
luz espiritual; enquanto outras estão mais associadas com os elementos grosseiros da terra ( e
pensamentos grosseiros do homem). Procuramos separar a luz espiritual da luz natural... Mas
haverá algum meio de traçar uma linha de distinção entre as duas? Em vez de tentar isso, pode ser
mais apropriado olhar a Luz de Cristo, nas suas incontáveis manifestações, como um espectro
divino; com espécies e graus variados de luz, que se estendem como um grande continuum, dos
graus menos refinados, progressivamente subindo para mais e mais elevadas formas de luz,
investidas com cada vez maior poder e inteligência.” (Hyrum L. Andrus)

Quão coerentes estão esses ensinamentos com as palavras de Paulo: “Não quero que ignoreis
essas coisas. Os dons são muitos, mas o Espírito é um só.”

Deus organizou e distribuiu os pontos de emissão do Seu poder (ou Luz, Glória, Espírito ou
Verdade), os quais são Seus sóis; regulou sua intensidade nos pontos de recepção através de
anteparos gasosos ou de outra natureza com que envolveu os planetas. Assim impedindo que a luz
consuma a vida que plantou sobre eles.

“Não somente a Glória de Deus (ou a Luz de Cristo) é difundida por meio dos grandes corpos
estelares, mas na sua mais pura expressão, é dada ao homem através da ação de seres superiores
que são designados como canais dessa divina substância de Verdade e Luz. Um desses agentes é o
personagem intitulado o Espírito Santo.” (aqui na acepção de um ser espiritual glorioso, Hyrum L.
Andrus).

A Luz irradiada pelo Espírito Santo está intimamente associada à Luz de Cristo e, como ela,
enche a imensidão do espaço. A Luz de Cristo está na Luz do Pai. Mas o homem só pode receber
os benefícios da luz do Pai, através da Luz do Filho. É por isso que alguns usam as expressões –
luz menor e luz maior. Mas isso deve ser entendido como aquelas luzes que os espíritos podem
receber ou não, em função do mérito espiritual. Todo homem nascido neste mundo recebeu as
duas luzes na sua infância. Mas ao perder a inocência, perde a luz maior; conserva, porém a luz
menor, para lutar contra a natureza carnal dominante e fazer o homem “renascer” na luz maior.
A Luz de Cristo constitui a razão no homem, o instinto nos animais, e concede aos profetas
através da Luz do Espírito Santo as visões, revelações e as obras poderosas em nome do Senhor –
separação das águas, remoção de montanhas, ressurreição dos mortos.
A deturpação desses ensinamentos por gerações corruptas, os quais foram de conhecimento dos
patriarcas, deu nascimento aos adoradores do sol (entre os quais o rei Constantino). Isso nos
demonstra que a religião não evoluiu como muitos pensam. Considerando o conhecimento dos
patriarcas, ela involuiu... E tragicamente!
O paganismo não representa os degraus evolutivos que levaram ao cristianismo, como
pensam os historiadores seculares. A adoração do sol e das forças elementares não foi o
fundamento. Essas coisas, quando se estabeleceram, já eram deturpações da religião revelada aos
patriarcas da raça adâmica.
O próprio cristianismo adotado pelas religiões modernas está longe de ser aquele ensinado
por Cristo no Meridiano dos Tempos. Hoje dispomos de testemunhos vindos de várias fontes que
provam essa verdade – Os pergaminhos do Mar Morto, O Livro de Mórmon e acima de tudo O
Espírito de Deus.

Disse o Senhor Jesus Cristo ao profeta Joseph Smith:

“POIS ASSIM SERÁ A MINHA IGREJA CHAMADA NOS ÚLTIMOS DIAS, MESMO A
IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS.
NA VERDADE DIGO A VÓS TODOS: ERGUEI-VOS E BRILHAI, PARA QUE A VOSSOA
LUZ SEJA UM ESTANDARTE PARA AS NAÇÕES; E PARA QUE A CONGREGAÇÃO NA
TERRA DE SIÃO E EM SUAS ESTACAS SEJA PARA DEFESA E REFÚGIO CONTRA A
TEMPESTADE E IRA, QUANDO ESTA FOR DERRAMADA SEM PIEDADE SOBRE TODA
A TERRA.” (D&C 115: 4-6)

APÊNDICE 6

A QUESTÃO DA POLIGAMIA ANTES E DEPOIS DE CRISTO

É uma matéria altamente polêmica. Muito difícil de tratar quando a audiência já perdeu a
capacidade de dispor-se a examinar o assunto acima dos preconceitos já firmados em sua mente.
Não podemos, porém deixar de tratar o assunto neste trabalho, já que a desinformação sobre os
fatos ocorridos no princípio da restauração da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
quanto às razões, objetivos e metas da adoção da poligamia entre os mórmons têm sido
grandemente deturpados ao longo dos anos.
O quadro polêmico da poligamia é exatamente aquele que mais atiça a curiosidade de quem
ouve falar do mormonismo por canais inadequados. A esse quadro sempre estava junto o da
questão do sacerdócio, que não podia ser conferido aos homens descendentes da semente negra,
até que uma revelação de Deus ao Presidente Spencer W. Kimball ao final da década de 70, desse
por fim a esta restrição; a qual fora imposta temporariamente pela própria Divindade. Esses fatos
só são válidos para os membros da Igreja que têm o testemunho do Espírito e sabem nos seus
corações que Joseph Smith e Spencer W. Kimball agiram por ordem revelada por Deus. Para o
resto do mundo essas explicações provocam risos, tão pueris e falsas elas parecem... Mas é Deus
quem os adverte:

“Os que rirem verão sua imprudência”

Nosso sincero desejo é que o leitor destas páginas, não ria do que vamos dizer a seguir, e
assim esteja livre da condenação que lançará sobre si próprio ao ser levado à presença de Deus no
último dia de sua provação.
Por ordem de Deus a Joseph Smith o convênio do casamento múltiplo foi restabelecido na
terra, nos mesmos moldes que Ele já havia feito no tempo de Abraão.
Sem esse convênio ser revelado e todos os demais que o foram a Joseph, a restauração do
Evangelho não seria perfeita, justa e completa. Em 1889 o Presidente Wilford Woodruff, também
por revelação de Deus, suspendeu temporariamente esses casamentos através de um manifesto à
Igreja, o qual está em pleno vigor e é bem conhecido hoje por todos os membros.

A seguir vamos fazer um exercício de racionalização. Ele seria inteiramente supérfluo se o


leitor tivesse o testemunho do Espírito quanto à veracidade dos nossos profetas da restauração.

“E Eu, Deus, criei o homem em Minha própria imagem, macho e fêmea os criei... os abençoei e
lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra..." (Moisés 2: 27-28).

Sobre frutificar diz o dicionário – produzir fruto;


Sobre multiplicar – crescer em número, aumentar em número por procriação;
Sobre encher – ocupar um espaço ou volume completamente.
O mandamento foi dado dessa forma específica aos pais da raça dando idéia de que Deus
desejava rápida e eficiente geração de seres humanos para espalhar-se sobre toda a superfície da
terra.
Adão viveu 930 anos, não sabemos quantos viveu Eva. Mas vamos agora fazer uma pergunta
ousada ao leitor:
Você acharia insuportável se Deus nos viesse um dia a revelar que Adão, depois de
determinado tempo, passou a ter várias esposas; da mesma forma que as tiveram mais tarde os
patriarcas Abraão, Isaque e Jacó e até mesmo o grande profeta Moisés?
Todos com o objetivo de erguer mais rapidamente sementes do sacerdócio na terra?
Se o leitor puder aceitar essa possibilidade, também poderá aceitar que Deus tenha
restaurado essas coisas nos nossos dias com o mesmo objetivo – o de multiplicar rapidamente o
sacerdócio em Sua Igreja. Ele nunca poderia usar essa medida se ela fosse constituída de
celibatários.
Por que, em Sua sábia economia, Deus fez o homem fértil por 365 dias no ano e até idade
avançada, enquanto fez a mulher fértil apenas algumas horas no mesmo período (considerando os
nove meses de gestação e o reinício da ovulação) e mais, por período de vida bem menor que o
homem?
Sendo esse fato indiscutível, que propósito haveria para o plano de Deus de encher a terra se
Ele desse vários maridos a uma única mulher? (poliandria)
Se tal absurdo fosse feito ele estaria direta e indiscutivelmente ligado à promiscuidade
sexual; já que nele não haveria nenhum propósito que pudesse ir além da gratificação sexual. A
poliandria é diabólica, como prima-irmã que é da prostituição. Mas a poligamia, quando ordenada
por Deus é justa, legal e verdadeira.
Estudando a Bíblia, vemos que Deus sancionou por várias vezes a poligamia, mas entre Seus
mais diletos servos apenas. Pois se os casamentos múltiplos fossem sancionados entre pessoas
iníquas, sem o sacerdócio de Deus, sua geração cresceria para a iniqüidade e penalizaria muitos
espíritos ainda por nascer. Deus jamais trabalharia contra Si mesmo.
É por isso que a multiplicidade de esposas entre os mórmons foi somente cerca de 2%, o
restante não estava apto para entrar no convênio. Quem desobedeceu ao mandamento, derrubou-
se a si mesmo; e quem assumiu esposas múltiplas sem ter sido chamado ao convênio por Deus,
foi excomungado.
Óbvio está que a revelação e ordem para adoção da poligamia só poderiam ser dadas ao
profeta da Igreja verdadeira e não ao mundo. Os inocentes úteis que no passado investiram contra
o casamento celestial adotado na Igreja, e os que hoje acusam os que fizeram não menos nem
mais do que foram mandados por Deus, ajudaram e ajudam o diabo na sua arte de atrasar o
desenvolvimento do Plano de Deus na terra.
O diabo pode fazer isso porque em geral os homens usam seu livre-arbítrio a seu favor e não
reconhecem o que vem de Deus.
A igreja que investe contra o Plano Clássico de Deus, que é a rápida multiplicação do Seu
sacerdócio, impedindo o matrimônio ao seu clero (até mesmo o monogâmico) é uma desastrosa
deturpação da Igreja de Jesus Cristo revelada no Meridiano dos Tempos, quando os apóstolos
eram casados (ver o Apêndice 11).

Cabe agora colocar um parêntese:

No princípio de maio de 1976 o Elder E. Erickson, durante um Serão Domingueiro em Palm-


Springs, Califórnia, falou sobre “Os Escritos do Mar Morto”. Entre esses escritos estão muitos
livros cuja existência era inteiramente desconhecida para a cristandade moderna, tais como: O
Evangelho de Marcos e O Evangelho de Paulo.
Anteriormente já haviam sido encontrados O Livro de Abraão, Os Textos de Maden e o
Livro de João, o Amado, junto com O Livro de Filipe. Além desses, foram encontrados mais
quatrocentos livros dos quais não se sabe coisa alguma. E os escritos do Mar Morto só foram
traduzidos cerca de 40 por cento até agora!
Diante desses fatos só os tolos continuarão a dizer que a Bíblia contém toda a palavra de
Deus.
No seu Evangelho, Filipe declara que Jesus era casado com Maria Madalena e que os apóstolos
mostravam-se um pouco ciumentos pela afeição que Jesus demonstrava à sua esposa em público.
A descrição das bodas de Canaã no Novo Testamento e a aparição do Senhor ressurreto à
Maria Madalena isoladamente e antes de se mostrar aos apóstolos, são fatos curiosos e que
apontam para a grande possibilidade da veracidade dessa declaração de Filipe.

No ano de 1852 o presidente Brigham Young tornou público que Deus revelara a lei dos
casamentos plurais a Joseph Smith desde 1832, ele disse:
“Deus nunca introduziria a ordem patriarcal do casamento com o intuito de agradar ao
homem e aos seus desejos carnais, mas Ele a criou com o propósito expresso de conseguir um
sacerdócio real, um povo expressamente destinado ao seu serviço.”
“Foi o Senhor que me ordenou. E querem saber para que? Foi para criar jovens mórmons e não
para ter mulheres que se prostituíssem comigo, nem tampouco para satisfazer desejos lúbricos da
carne e sim para criar filhos.” (Heber C. Kimball)
Foi muito difícil para Joseph Smith cumprir a ordem de dar início aos casamentos múltiplos. Ele
tentara esquivar-se ao mandamento, pois previa conseqüências muito graves, dentro e fora da
Igreja; Joseph protelou até a ponto de um anjo aparecer diante dele brandindo uma espada e
ameaçando-o de destruição caso não cumprisse a ordem de Deus.
Diante das condições críticas da Igreja naqueles dias, a fé necessária para obedecer tal
mandamento era equivalente à fé que Abraão teve que usar para dispor-se a sacrificar seu filho
Isaque... Muitos mórmons foram derrotados pela prova; caíram todos os que não tinham a fé
suficiente. A prova continua até hoje já que muitos no mundo não aceitam o mandamento como
sendo de Deus.
“... Eu o fiz para provar a todos, com o fiz com Abraão...”, disse o Senhor.

“Estava Abraão, portanto, sob condenação? Na verdade te digo, Não; pois eu, o Senhor, o
mandei... Abraão recebeu concubinas, e elas lhe geraram filhos; e foi-lhe imputado como justiça,
porque elas foram dadas, e ele obedeceu a minha lei; assim também Isaque e Jacó nada mais
fizeram do que aquilo que lhes foi mandado; e por que fizeram nada mais do que as coisas que
lhes foram mandadas, entraram para a sua exaltação, de acordo com as promessas... David
também recebeu muitas esposas e concubinas, assim como Salomão e Moisés, meus servos, e
muitos outros dos meus servos, desde o princípio da criação até agora; e em nada pecaram a não
ser naquilo que não receberam de mim.” (D&C 132:35,37 e 38)

Ao tomar conhecimento do mandamento, Brigham Young declarou:


“Eu desejava o túmulo e levei muito tempo para conseguir superar o meu sentimento.”
Heber C. Kimball sofreu séria perturbação e levou muitos dias sem saber o que dizer à sua
esposa. Ela notou que ele definhava na sua aflição sem conseguir dizer-lhe o que se passava. Ela
recolheu-se num quarto em oração, quando o Senhor lhe revelou em visão celestial que a fez
compreender o que se passava com seu marido Ela aceitou submeter-se diante da evidência do
mandamento...
A confiança que esses homens e mulheres tinham no testemunho do Espírito, de que Joseph
era o profeta chamado para os seus dias; estariam rejeitando o próprio Deus que o ungiu; estariam
rejeitando o governo da divindade.
Por isso, o mundo os julgou e desprezou nas trevas de seu próprio espírito.
Disse o apóstolo Paulo:
“Tudo é puro para os que são puros, mas para o homem sem fé nem integridade, nada é puro, até
seu coração e sua consciência são contaminados.”

A prática da poligamia entre os mórmons transformou o estado do Illinois em outro inimigo


sedento do sangue dos membros da Igreja. Entre os membros surgiram muitos apóstatas, eles
tornaram-se terríveis inimigos do profeta e depois da Igreja.
William C. Law fora uma vez segundo conselheiro do profeta, ele escreveu:
“Estamos fervorosamente tentando explodir os princípios viciosos de Joseph Smith e
daqueles que participam nas mesmas e abomináveis práticas de prostituição.”
Esses acontecimentos levaram as massas à histeria e acabaram por induzir os congressistas,
em 1874, a aprovar a lei Poland contra a prática da poligamia.
Em 1881 o presidente James Garfield declarou:

“A Igreja Mórmon não somente ofende o sentimento moral da humanidade, quando autoriza
a poligamia, como ainda impede o funcionamento da justiça com simples tecnicidades da lei.”
Em 12 de fevereiro de 1882 o senado aprovou a lei Edmunds e em 22 de março do mesmo ano o
presidente Arthur sancionou-a.
Em março de 1887 essa lei foi revisada e passou a ser conhecida como a lei Edmunds-Tucker, ela
dizia:

1. Em todos os casamentos múltiplos que viessem a ser realizados, as testemunhas seriam levadas
diante dos tribunais;
2. As esposas polígamas poderiam testemunhar contra seu marido;
3. Eleitores e funcionários públicos teriam que jurar por escrito que se submeteriam às leis
antipoligâmicas;
4. Os polígamos condenados seriam privados dos direitos civis e seus filhos seriam declarados
ilegítimos;
5. Os registros dos casamentos posteriores a essa lei seriam obrigatoriamente arquivados no
tribunal;
6. O voto feminino e as milícias locais seriam extintos em Utah;
7. A Igreja e o Fundo de Emigração seriam desapropriados e todas as propriedades da mesma,
seriam confiscados pelo governo federal, excetuando os edifícios de adoração.

Após a promulgação dessa lei, a perseguição dos agentes federais foi terrível sobre as
famílias dos polígamos. O então presidente da Igreja, John Taylor que havia escapado
milagrosamente da morte na prisão de Carthage quando uma turba enfurecida assassinou o profeta
Joseph e seu irmão Hyrum em 1844, acabou seus dias assistidos por algumas de suas esposas e
seus conselheiros, num esconderijo.
Em 1889 a Igreja estava com inúmeros foragidos e a situação de suas famílias piorava dia a
dia. Grandemente aflito e contristado, sob a enorme pressão que o mundo fazia sobre a Igreja, o
presidente Willford dirigiu-se ao Senhor e pediu conselho (já que ele não se achava com
autoridade para suspender um mandamento por si só). Foi então mandado em revelação suspender
a prática dos casamentos plurais. Por causa dessa revogação, nova onda de apostasia sucedeu.
Foi o Senhor que decidiu revogar o mandamento, não o presidente da Igreja. Ele o fez para evitar
que o governo federal destruísse o que ainda restava da Igreja e porque, a partir da promulgação
dessa lei, os membros da Igreja estariam infringindo as leis estabelecidas pelo governo da terra.
Quando a ordem dos casamentos múltiplos foi dada não havia lei governamental estabelecida
sobre o assunto no território onde viviam os mórmons, se houvesse o Senhor não teria induzido os
membros de sua Igreja a uma prática contrária às leis do país.
Deus perdeu a disputa contra os governos da terra?
Certamente não! Ele apenas fez uma parada estratégica, prudente, sábia e lógica. Até que
chegue o momento propício no seu julgamento para reinstituir o mandamento. Naturalmente Ele
terá antes que abater todos os governos da terra e instituir o Seu próprio.

O propósito de provação que ele tinha para aquela e para a nossa geração foi cumprido
integralmente no período de quase 60 anos em que os casamentos múltiplos não eram fora da lei
secular. A provação de agora é para ver quem desta geração condenará os membros da Igreja que
praticaram corretamente o que Deus lhes mandou fazer, sejam eles membros ou não da Igreja.

“Naquele tempo... o que restar de Sião, e os sobreviventes de Jerusalém serão chamados


santos... E o Senhor virá se estabelecer sobre suas assembléias... Sete mulheres disputarão entre si
um homem e dirão... deixa-nos tomar o teu nome. Faze cessar nosso opróbrio.” (Isaias 4: 1-5).

APÊNDICE 7

A RESSURREIÇÃO

O profeta Brigham Young ensinou que não importa quão estragados estejam nossos corpos
por ocasião da morte, eles terão um importante papel no processo da ressurreição:
“... Conforme o corpo aproxima-se da dissolução, o espírito do homem toma controle mais
firme de sua substância perpétua que está sob o véu; retirando das profundezas da eterna Fonte de
Luz, partículas cintilantes da inteligência (a substância espiritual fundamental de que falamos no
Apêndice 5) que envolvem o frágil e evanescente corpo com uma aura de sabedoria imortal.”
(D&C 88: 28)

Dessa aura é que nosso espírito, vivificado pela porção do Espírito que fizer jus, levantará
nosso corpo da ressurreição para herdar a glória futura:

“... Assim recebereis os vossos corpos, e a vossa glória será aquela pela qual os vossos corpos
serão vivificados.” (D&C 88: 28).

Obter pleno domínio sobre os poderes de corrupção física e espiritual que se manifestam
neste mundo e nos esmagam, é a maior realização que nossos espíritos podem alcançar no tempo
e na eternidade. Disso depende o nosso encontro com Deus o Pai. Porque só os corpos da glória
celestial chegarão à Sua presença para habitar com Ele.
Os corpos de glória menor não poderão chegar onde o Pai está por falta de poder. (D&C 88:
29-30).

O fato dos mortos serem elevados das covas ou do mar onde seus restos mortais sejam
lançados, até mesmo as cinzas, não invalida nada do que disse o profeta B. Young. Na nossa
compreensão, o fato dos corpos serem erguidos de onde forem lançados, não passa de um ato
solene determinado por Deus para simbolizar a vitória sobre a morte; concedida a todo o gênero
humano pelo poder da redenção de Cristo na Expiação. A vitória é de Cristo, pois Ele nos fez
participantes dela, sejamos bons ou maus. Mas a vitória da ressurreição geral é apenas parcial,
porque ela não nos leva à meta suprema. Essa, embora também seja uma dádiva da Expiação,
deve ser conquistada por nós ao cumprirmos todos os convênios do Evangelho de livre vontade. A
obediência a toda a palavra de Deus é a única maneira pela qual o espírito pode obter a
capacidade de controlar o poder pleno do Espírito Santo e elevar para si na ressurreição um corpo
capaz de suportar a glória celestial. Nesse sentido, quão grandemente ignorantes são os homens!
Sacrificam seu bolso, impõem-se sofrimentos e até risco de morte em busca de se apresentarem
melhor diante de si mesmos e dos outros homens por um simples lapso de tempo. Mas descuidam-
se inteiramente de cuidar da edificação dos seus corpos eternos, acima de todas as limitações
futuras que a justiça de Deus lhes imporá se O desobedecerem.

APÊNDICE 8

ESCLARECIMENTO

Este Apêndice não será reproduzido nesta edição porque sua matéria já consta do Primeiro
Volume desta obra nos Apêndices 18, 19 e 20.

A matéria contida nesses três Apêndices fundamenta-se nas grandiosas lições que o profeta
Joseph Smith aprendeu de Deus durante o seu ministério de 14 anos (1830 a 1844). Vamos
registrar aqui apenas um preâmbulo do assunto:

O profeta Joseph Smith aprendeu diretamente de Deus e nos deixou ensinamentos


maravilhosos e profundos:

– “Nenhuma partícula fundamental do grande universo pode ser aniquilada ou destruída.


- Os elementos têm existência eterna, são parte constituinte do espaço, onde se manifesta o
Espírito de influência e poder de Deus.
- O espaço é infinito e sempre existiu. Os organismos tiveram um princípio, mas os elementos
fundamentais que o constituem, não.
- As leis são o fundamento da existência organizada.
- O universo é constituído de duas espécies fundamentais ou principais de matéria: uma é mais
ponderável para os sentidos orgânicos do homem, outra menos, ou seja, a matéria densa (os
elementos) e a matéria sutil (o espírito, ou luz) ambas em variedade de formas e poder de
manifestação. Dessas duas espécies de matéria está formado tudo o que existe.
- A luz que mais intensamente brilha no cosmo é aquela referida nas escrituras como a Luz da
Verdade, a luz que se irradia à imensidão do espaço através de Cristo.
- Espírito e elementos não estão inteiramente separados (embora possam ser discriminados entre
si diante de sentidos especiais dados por Deus aos seres organizados). Há uma determinada
ligação ou entrelaçamento sutil entre espírito e elemento, por onde é comunicado alguma
radiância ou determinado grau de luz ou vida à matéria densa ou menos viva.
- A Luz da Verdade interpenetra todas as demais manifestações luminosas ou espirituais, bem
como todas as demais manifestações da matéria universal. Ela comunica aos elementos e aos
seres, as leis que os mantêm nas suas esferas de existência. Existe um determinado grau de
espírito em todo elemento, sem o que, Deus não teria controle total sobre Seu universo.
- Há um princípio de ação no espírito e um princípio de passividade no elemento” (ver 2 Néfi 2:
13 e o Apêndice 20 de AVAH, Primeiro Volume).

APÊNDICE 9

AS COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE

As Comunidades Eclesiais de Base são mais uma tentativa humanista da liderança católica,
mais um movimento bem intencionado para ajudar os mais necessitados. Alguma coisa afinal
precisa ser feita em face dos escândalos estabelecidos nas sociedades humanas entre as
populações menos favorecidas. Mas perguntamos:

- Qual a solução de Deus para tal quadro apresentado todos os dias diante de nós?

O verdadeiro Evangelho contém em si os princípios fundamentais para o desenvolvimento de


um sistema econômico divino para salvar temporalmente a sociedade humana. Isso como ação
básica no temporal, para que a justiça segundo Deus seja exercida de fato na terra e habilite os
praticantes à salvação excelsa na eternidade. Desde a mais remota antiguidade na saga da raça que
veio por Adão, Deus tem revelado esses princípios fundamentais de economia aos Seus profetas
verdadeiros.
Assim Ele agiu a cada restauração do Evangelho que foi trazida aos homens nesse grande
período de 6.000 anos já decorridos desde a queda de Adão. O melhor exemplo que temos de
sucesso na aplicação desse modelo econômico divino é o de Enoque e seu povo. Tão grande foi
sua justiça que Deus transladou toda a Siâo de Enoque para um habitat superior fora da terra.
Alguns outros poucos povos chegaram a viver esses princípios por duzentos anos, como o povo
de Néfi depois da apresentação do Cristo ressuscitado nas Américas, e o povo de Melquisedeque
na época de Abraão. (ver o Capítulo IX e o Capítulo VII)

Se Joseph Smith não tivesse recebido a revelação desse sistema econômico divino durante
seu ministério, ele teria sido um falso profeta. Ele recebeu-a integralmente e tentou implanta-la.
Mas o povo mostrou-se incapaz de viver o sistema e, como a grande maioria dos que foram
abençoados com esse conhecimento no passado, fracassou.
No Meridiano dos Tempos também os apóstolos tentaram viver esse sistema, mas
justificadamente não conseguiram.
Houvesse ou não possibilidade do povo da Igreja viver esses princípios econômicos, Deus
teve que revela-los, pois eles fazem parte integrante do Evangelho do Reino e precisam ser
declarados toda vez que é aberta uma nova dispensação do Evangelho. Podemos nomear as
seguintes: as de Adão, Enoque, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e os Apóstolos. Além das
dispensações entre os povos de Jared e de Néfi (onde hoje estão as Américas) e finalmente a
última, a de Joseph Smith.

A conversão ao verdadeiro Evangelho, de parte das pessoas que detêm o poder econômico e
cultural do planeta seria condição fundamental para fazer uma reviravolta e mudar inteiramente o
sistema econômico mundial para estabelecer o poder do Reino de Deus na terra. Mas a
conscientização unilateral dos pobres, quanto à sua condição miserável e das injustiças
esmagadoras de que são vítimas, tem mais força espiritual para gerar revoluções do que
conversões.
Não são os pobres, portanto os que precisariam conhecer prioritariamente o Evangelho
restaurado. São os ricos em primeiro lugar, para salvar os pobres temporalmente e a si próprios
espiritualmente. Caso contrário, não se salvarão espiritualmente... Nem dos pobres
temporalmente. A História é farta de exemplos e a violência contemporânea grita essa verdade. A
falta de abnegada, altruísta e decisiva ação dos abastados, ricos e medianos em esforço conjugado
e orientado pelos princípios econômicos do sistema divino, torna impossível solucionar os
grandes dramas da sociedade humana no planeta.
Deus declara a condenação deste mundo, justamente porque os ricos e os cultos deste século,
coletivamente falando, não O ouviram nem ouvirão. A ganância das nações poderosas acabará
por lançar umas contra as outras em guerras mortais. Quando elas estiverem exauridas em seu
poder econômico e administrativo, incapazes de conter internamente seus deserdados, estes, em
turbas enfurecidas, pilharão e destruirão o que restar delas. O populacho apenas espera para dar
vazão às frustrações acumuladas.
A falta do Deus verdadeiro na vida das pessoas levará o mundo à autodestruição

A promulgação por parte de Deus do Seu Plano de Progresso Eterno na pré-existência diante
das individualidades espirituais, antes da fundação da terra, gerou o partidarismo preexistente
devido à defecção de um terço dos espíritos liderados por Lúcifer.
Os ideais da política de Deus estão contidos no Evangelho de Jesus Cristo; Suas metas estão
definidas no propósito revelado – Proporcionar a imortalidade a todos os que nascerem na carne, e
o modo de vida que vive o Pai Eterno a todos os que se empenharem na busca dessa exaltação,
usando a plenitude da graça oferecida na Expiação do Filho de Deus.
De acordo com o Plano, após os espíritos passarem para esta vida mortal, Deus chamou
profetas de tempos em tempos e passou a eles os termos de Sua política, o Evangelho e seus
eternos convênios. Os profetas então deveriam abrir a boca e declarar as revelações recebidas para
conquistar indivíduos e formar um povo para obter as melhores bênçãos de Deus. Eles deveriam
estabelecer o Reino de Deus na terra – Um programa social, econômico e religioso, o qual,
automaticamente geraria força política e representativa entre as nações da terra. O
estabelecimento da Igreja verdadeira seria o segundo passo depois do chamado do profeta. O
profeta e os doze apóstolos são as colunas que se assentam na fundação ou a rocha da revelação
de Deus.
Assim, a Igreja verdadeira não pode declarar uma opção por ricos ou pobres, crentes ou
descrentes, pretos ou brancos, democratas ou comunistas, socialistas ou capitalistas. Sob pena de
ser destruída pelos germens do partidarismo que vem de baixo, no lugar de ser fortalecida pela
política que vem de cima. – o partidarismo celestial.
O Reino de Deus sobre a terra, a Igreja, é encarregada de instruir e edificar os membros
espiritualmente e ensina-los a serem auto-suficientes e assim constitui-los como força do Estado.
Ela será protegida através deles mesmos. Haverá uma perfeita unidade de propósitos, embora
sejam diferentes as mordomias (a da Igreja e a do Estado). Essa unidade será possível depois que
o verdadeiro conhecimento de Deus se espalhar sobre a terra, não antes disso.

Vemos hoje neste planeta a antítese de todo esse sistema ideal, devido ao geral
desconhecimento do verdadeiro Deus e do Seu Plano de Salvação. A única opção aceitável para a
Igreja verdadeira é o partidarismo do Alto, cuja meta é o estabelecimento de uma sociedade de
Sião sobre toda a terra, precedendo a Segunda Vinda de Cristo para reclamar o seu direito de
governo sobre tudo e todos.
Essa é, pois a questão fundamental no final dos dois últimos séculos que passaram e este que se
inicia agora – Ou escolhemos o Partido de Deus ou ficamos com o partido do mundo. Este último
congrega todos os credos, ideologias, filosofias, sociedades, governos, reinados e tudo mais que
tenha sido gerado no desconhecimento do verdadeiro Deus.

O Livro de Mórmon, escrito a partir de 600 anos antes de Cristo, descreve este mesmo
quadro, usando as palavras do anjo revelador ao profeta Néfi: “Eis que não há mais do que duas
Igrejas; uma é a Igreja do Cordeiro de Deus e a outra a igreja do demônio; e, portanto, quem não
pertencer à Igreja do Cordeiro de Deus, fará parte da grande igreja que é a mãe das abominações e
é a prostituta de toda a terra.” (1 Néfi 14: 10)

É impossível ver-se livre dessa igreja babilônica sem antes se fazer membro da Igreja do
Cordeiro de Deus; ou somos partidários de uma ou faremos parte da outra; ou aceitamos fazer
parte dos que aceitam as revelações modernas de Deus para preparar um povo peculiar e
obediente aos Seus convênios, tornando-nos edificadores do Reino Milenar de Cristo; ou
ignoramos conscientemente tudo isso, tornando-nos indiferentes ou ausentes à convocação ao
trabalho e, portanto deserdados das bênçãos vinculadas, para o tempo e o porvir eterno.

“A restauração de todas as coisas é a única ação compatível com os métodos divinos para
solucionar o complexo de problemas acumulados pela insensatez dos desgovernos humanos neste
mundo. Foi Cristo quem declarou: “Não se põe vinho novo em odres velhos, pois ele fermentará e
eles romper-se-ão.”
O governo milenar de Cristo não se fundará em estruturas velhas. Ele terá seus alicerces em
fundações inteiramente novas; fortificadas por revelação moderna, adequada à culminância do
nosso momento na vida deste planeta”
(o autor)

APÊNDICE 10

RENÉ DESCARTES

Até onde é lícito duvidar? Até onde podemos classificar nossas dúvidas como sãs? Qual o
ponto além do qual nossas dúvidas deixam de ser uma virtude da razão, da prudência e da
inteligência?
Dizem os ditados populares: “O seguro morreu de velho”; “Contra fatos não há argumentos”.
Mas, na verdade podemos dizer também que os seguros além dos limites em que a prudência
ainda pode ser classificada como virtude, acabam por não tomar decisões inadiáveis por medo e
indecisão contumazes. E os fatos que parecem fatos, nem sempre o são quando observados desde
novas perspectivas.
Ao enveredar pelos caminhos da dúvida metódica (técnica de investigação por ele mesmo
concebida, e que usa o princípio de lançar dúvida sobre tudo que se apresenta como verdadeiro,
quando haja qualquer possibilidade discernível de ser falso) o grande pensador René Descartes,
nascido em Turena, 1594 e falecido em Estocolmo, 1650, percebeu o seguinte: Mesmo admitindo
a existência toda como sendo falsa ou ilusória; era necessário que ele, como um ser pensante,
fosse em verdade alguma coisa verdadeira.
A segurança inabalável dessa conclusão resultou na sua universalmente conhecida
afirmação: “Penso, logo existo”. Desse fato ele formou o primeiro princípio de sua filosofia.
Descartes considerou que poderia imaginar que não tivesse um corpo e que o próprio universo não
existisse. Mas, a despeito disso tudo, não poderia deixar de estar pensando que tudo o mais não
existia. Reconheceu por isso, que sua essência pensante poderia e deveria existir independente de
tudo.
Descartes não conseguiu duvidar de que ele era fundamentalmente um ser que existia e
pensava. Observamos - Se não pensasse, não existiria diante de si mesmo, embora pudesse existir
para outro ser que pensasse. Caso contrário não poderia haver existência.
Nesse ponto, Descartes cometeu um pequeno engano. Foi quando afirmou que esse ser,
inteligência ou razão fundamental, não dependeria de qualquer coisa material para poder existir.
Como fartamente já expusemos em Apêndice anterior, se a inteligência não fosse alguma forma
de manifestação da matéria, então ela própria também não poderia existir; e se ela não existisse,
da mesma forma o mundo não existiria, nem mesmo Deus.
Se a inteligência não fosse uma substância eternamente existente, sem princípio ou fim, ela
jamais poderia vir a existir. Pois do nada seria impossível formá-la. Se a matéria na forma de
inteligência e elementos existe, inegavelmente só podem ser eternos, como ensinou Jesus Cristo a
Joseph Smith: “Tudo é matéria, o espírito é matéria...”
Disse Descartes: “Os princípios básicos e lógicos do pensamento de Deus, o conceito de
substância e de causa... de extensão e número, são semeados por Deus em nossa razão e vêm
conosco ao nascermos. A causa não pode conter menos realidade ou perfeição que o seu efeito...
Encontro em mim a idéia de Deus como a de um ser infinitamente perfeito... Essa idéia só pode
vir a mim, de um ser que contenha realmente toda a perfeição... Deus tem que existir.”

Este é um conceito que Descartes coloca entre as idéias inatas, incorruptíveis, evidentes
como a física, a geometria e a matemática. Estas, para ele, são as idéias que constituem os
fundamentos do conhecimento verdadeiro das leis do nosso mundo físico. Diz ele:
“Deus semeou no homem a idéia do infinito”. Essa idéia estará sempre associada com os
conceitos de existência (a inteligência) e de substância (a matéria). A inteligência e a substância
permitem-nos formar o conceito de espaço, este o conceito de distância e esta última o conceito de
tempo (para percorrer o espaço).
Como já vimos anteriormente, a inteligência não poderia existir e elaborar raciocínio sem
utilizar-se de substância em si mesma, para poder exercer suas introspecções e exteriorizações.
Disso decorre que tudo é matéria, não existe o imaterial porque a ausência de matéria é
inexistência.
Para melhor entendimento dessa evidência inata de Descartes, imaginemos o quadro absurdo
que segue:
- Você está no centro geométrico do universo, observando-o em todas as direções e
divisando as bordas extremas da infinita esfera. Além daí é o nada, o zero absoluto, a inexistência.
- A seguir, você joga na região da não-existência um grão de areia do nosso universo.
Instantaneamente aquele nada deixa de existir por causa daquele grão que agora está lá.
- Mas, se naquela mesma região de inexistência, antes de você jogar aquele grão de areia, já
estava um grão muito maior (o nosso universo); de que forma poderia existir o nada, o imaterial?
Concluímos daí que a idéia do nada é apenas um conceito irreal e abstrato; imaginado pela
inteligência-substância para entender a si mesma. É um conceito imaginário e abstrato que põe um
limite conceitual para a existência da matéria e da inteligência para tornar possível compreender a
nós mesmos no sentimento de existirmos num universo infinito e eterno.
Pelo processo de admitirmos o que não é verdadeiro para poder tomar consciência da verdade,
estaremos empregando os caminhos da dúvida metódica de Descartes.
A atitude de dúvida honesta, racional, sincera, desapaixonada, analítica, não sistemática,
pode conduzir o homem a um caminho verdadeiro de busca. Mas, a atitude mental de dúvida
irracional, teimosa, tendenciosa e contenciosa-sistemática, conduzirá o espírito ao caos da
ignorância de si mesmo e, em conseqüência, da semente da inteligência de Deus que vive nele.
Podemos agora avaliar a grandiosidade dos ensinamentos recebidos pelo profeta Joseph
Smith, os quais só poderiam ser comunicados pelo Senhor da Verdade:

“É impossível ao homem ser salvo em ignorância. Não existe matéria imaterial. Todo espírito é
matéria, mas é mais fina ou pura. Nós não podemos ver; mas quando os nossos corpos forem
purificados, veremos que tudo é matéria (D&C 131: 6-8). A inteligência, ou a luz da verdade não
foi criada nem feita, nem pode deveras ser feita. Naquela esfera em que Deus a colocou, toda
verdade é independente para agir por si mesma, assim como também toda inteligência... doutra
maneira não há existência... Todo homem cujo espírito não recebe a luz está sob condenação. Pois
o homem é espírito. Os elementos são eternos... A Glória de Deus é inteligência, ou em outra s
palavras, luz e verdade. (D&C 93: 29-36)... Entesourai estas coisas em vossos corações, e que as
solenidades da eternidade descansem em vossas mentes” (D&C 43: 34).

APÊNDICE 11

A METÁFORA E O CELIBATO

“... Se entre vós há profeta, eu o Senhor, em visão a ele me faço conhecer, ou falo com ele
em sonhos. Não é assim com meu servo Moisés... Boca a boca falo com ele, claramente, e não por
enigmas, pois ele vê a forma do Senhor...”
(Num 12: 6-8)
Vemos por essa escritura que Deus determinou-se a falar aos profetas em visões ou em
sonhos; não claramente, mas por enigmas.
Moisés porém sendo fiel sobremaneira, mereceu tratamento especial. A ele, Deus falava
claramente, face a face, boca a boca.
Por que Deus agiria assim com os demais profetas?
- É evidente que dessa forma, desperta-se no homem a sensibilidade, induzindo-o à meditação e
reflexão; impulsionando o espírito, convidando-o a exercer fé. Porque ela é a força motriz que
conduz o espírito a buscar compreensão de si mesmo no universo e diante de seu Criador.
- O próprio mundo, o nascimento e a morte são um enigma permanente diante do homem para
convida-lo à busca de Deus.

Essa metodologia divina vem sendo aplicada desde que os pais de nossa raça tomaram
consciência de sua existência neste mundo; influenciou os patriarcas; os profetas do Velho
Testamento, os rabis, o povo hebreu e o próprio Senhor Jesus Cristo – Jesus, “sem parábolas não
lhes falava” (Marcos 4: 34) até mesmo aos apóstolos. O emprego da metáfora estava arraigado ao
sistema de instrução dos judeus na época de Cristo na Galiléia (Ver o capítulo XIV do primeiro
volume desta obra).

Paulo de Tarso, como hebreu e cidadão romano, recebeu essa influência juntamente com a
educação secular dos romanos. Mais tarde, convertido ao cristianismo, não abandonou aquelas
características de sua formação mental e educacional em Roma, como abandonara os erros de sua
formação religiosa.
Os escritos de Paulo como apóstolo, eram cheios de metáforas e simbolismos, muitas vezes
difíceis de entender pelos espíritos mais simples; mesmo tendo sido acostumados a conviver com
as metáforas judaicas, mas que não tinham instrução secular elaborada como a de Paulo.
O apóstolo Pedro, ao procurar enaltecer a inteligência e o trabalho de seu irmão no
apostolado, advertiu aos membros da Igreja para que lessem com cuidado e atenção redobrada os
escritos de Paulo, para que os entendessem corretamente.
Ora, se na época em que o povo estava acostumado às manobras metafóricas dos judeus,
escritas em hebraico e aramaico, línguas que dominavam, já era difícil entender os escritos de
Paulo; o que dizer das dificuldades dos povos estrangeiros em futuro longínquo?
Hoje, além das dificuldades naturais do passado, temos a imperfeição de certas traduções,
cancelamentos e interpretações particulares destinadas a forçar dogmas preferidos. Por esses fatos,
há interpretações desastrosas e que até mesmo invertem os ensinamentos de Paulo.
Recomendamos neste ponto a leitura do livro Jeová, Jesus e o Judaísmo em
www.geocities.com/amoramonsud.

Se deixarmos de considerar o conjunto dos ensinamentos de Paulo; se tentarmos estabelecer


doutrina baseando-nos em textos isolados de seus escritos; se desconsiderarmos o contexto em
que ele estava no momento de seus pronunciamentos, faremos eco com os tolos e não
entenderemos o cerne de seus ensinamentos. Nosso entendimento não resistirá a uma crítica mais
cuidadosa da razão.
Para exemplificar, vamos tomar alguns de seus ensinamentos sobre o casamento, considerando o
conjunto deles.
“O casamento é ordenado por Deus; ... Alguns apostatarão da fé... Induzidos pela hipocrisia de
alguns impostores... proíbem o casamento...” (1 Tim 4: 1-3).
Dessas duas citações podemos concluir que o casamento é ordenado por Deus para todos os
homens e mulheres.
Mas ao lermos um trecho isolado em 1 Coríntios 7: 38:
“Em suma, aquele que faz a sua filha casar-se, faz bem; e aquele que não a faz casar-se, faz
ainda melhor.”

Isso pareceria uma incoerência desorientadora do apóstolo ... se não fosse por uma pequena
frase esclarecedora escrita antecipadamente no mesmo capítulo – “Julgo pois, que em razão das
dificuldades presentes, é bom ao homem ficar assim como ele está.” (solteiro)
Os acontecimentos calamitosos que ameaçavam os santos naqueles dias estavam sendo
erroneamente interpretados por eles como sinais iminentes da volta de Cristo. Além disso, as
perseguições e perigos daquela época justificavam que Paulo dissesse aquelas palavras. Mas, por
desconhecimento desses fatos, concluir que em quaisquer circunstâncias seja melhor o celibato do
que o casamento, é erro crasso. Pois isso anularia o mandamento de Deus. E transformaria em
virtude o que é condenável diante de Dele.
O dogma do celibato não tem o mínimo apoio nas escrituras.

No texto do Evangelho de Mateus 19: 3-12, Jesus ensina a sacralidade do casamento aos
fariseus. Jesus ensinou aos apóstolos e discípulos por meio de uma metáfora difícil e desafiante.
Ele terminou-a dizendo: “Quem puder compreender, compreenda.”
Diante das grandes obrigações ensinadas por Jesus, que o homem deveria assumir com sua
esposa, alguns discípulos disseram infantilmente: “Se tal é a condição do homem à respeito da
mulher, é melhor não se casar!” Ao que Jesus replicou, dizendo:
“Não sabeis o que dizeis” e apresentou a metáfora do eunuco:
“Há eunucos que o são desde os ventres de suas mães; e há eunucos tornados tais pelas mãos dos
homens; e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor ao reino dos céus.” (Mateus
19: 10-12)

Os eunucos desde o ventre e aqueles que foram emasculados pela mão dos homens
(castrados), estão justificados em não gerar filhos para Deus neste mundo. A seguir Jesus justifica
a si mesmo pelo fato conhecido por seus discípulos quanto a ele não ter gerado filhos neste
mundo. Jesus estava justificado por fazer a si mesmo “eunuco” por amor ao reino dos céus. Ele
estava dizendo que não geraria filhos neste mundo através de mulher. No Seu caso
particularíssimo, ele não deveria colocar no mundo filhos que tivessem o poder que ele tinha no
corpo, por herança genética direta da semente do Pai Eterno.
Jesus estava dizendo que fora Dele, nenhum homem que fosse apto estaria justificado em não
gerar filhos para Deus neste mundo. Mas é preciso que entendamos: A figuração “fazer-se
eunuco” não significava emascular-se fisicamente e nem deixar de cumprir o mandamento do
casamento. Agora sou eu que parodio as palavras de Jesus:
- Quem puder entender, entenda.
Assim nos dias do Novo Testamento, aqueles que deixavam pais, filhos e esposas por amor
ao reino dos céus, o faziam para cumprir missões temporárias, para não comprometer o esforço
que deveriam empenhar na sua missão nem expô-las aos grandes perigos que envolviam os
cristãos naquela época.. Em linguagem metafórica, eles se estavam fazendo eunucos
temporariamente para cumprir sua missão – por amor ao reino dos céus.
É por isso que o apóstolo Paulo disse: “Desejo que fiqueis livres de toda preocupação. O
solteiro cuida das coisas que são do Senhor, procurando agradar a Deus. Mas o casado preocupa-
se com as coisas do mundo; procurando agradar a sua esposa.” (1 Cor 7: 32-33) “... O tempo é
breve. O que importa é que os que têm mulher sejam como se não as tivessem.” (1 Cor 7: 29-30)

Ai está mais uma aproximação metafórica de Paulo que equivale a dizer:


-“Os casados que ajam como se solteiros fossem; isto é, sem levar consigo os fardos das
preocupações cotidianas, afim de se poderem se concentrar com todo o poder mente e força na
missão temporária usando seu tempo integral”.

Isso, de forma alguma significava que o homem devesse definitivamente furtar-se à


grandiosa responsabilidade de constituir uma família ou de preservar aquela que já tivesse
formado.
“Quem deseja o episcopado, deseja uma função sublime. É porém necessário que o bispo seja
irrepreensível, que só tenha casado uma vez... que saiba governar bem sua casa, tenha seus filhos
submissos... se alguém não souber governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de
Deus? (1 Tim 3: 1-5).

Assim, a força do erro tradicional; a incapacidade consentida por não empenhar-se na busca
da verdade; a imprudência de entregar a instrução de sua preciosa alma a pessoas que foram
formadas no erro desde o princípio; a falta de disposição mental e espiritual de receber a
revelação restauradora enviada por Deus para os nossos dias; todas essas coisas negativas juntas,
levam os homens a não compreender a clareza dessas palavras da escritura.
Quando os principais dirigentes do clero católico tomam por virtude a iniqüidade do celibato
e forçam a aplicação no seu meio, cometem o grande pecado de anular a palavra de Deus e
destruir a grande oportunidade de progresso que lhes foi oferecida para alcançar as melhores
bênçãos divinas. Através de erguerem uma família justa diante de Deus, colaborando com Ele na
obra de encher a terra com Seus filhos espirituais.
Com base nas mesmas citações da primeira epístola de Paulo aos coríntios, que apresentamos
acima, o papa João Paulo II conclui que a virgindade e o celibato são espiritualmente melhores
que o casamento (ver página 13, O Globo, 25 de junho de 1982).
Já anteriormente, no decorrer desse mesmo ano de 1982, o papa havia expressado idéias da
mesma natureza ao analisar Lucas 20: 34-36. Ele escolheu essas passagens da escritura para dizer
da sua compreensão sobre a sexualidade dos corpos após a ressurreição, do matrimônio e da
procriação no mundo vindouro.
Diz Lucas: “Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento; mas os que serão
julgados dignos do outro mundo e da ressurreição dos mortos, não terão mulher nem marido. Eles
jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos da ressurreição.”
Dessas palavras o papa concluiu que os sexos continuarão caracterizados no outro mundo,
mas que não haverá procriação; que os sexos encontrarão suas realizações superiores de alguma
outra maneira desconhecida para o homem.
Acontece que o conhecimento abrangente da escritura denuncia imediatamente que esta
passagem de Lucas foi obliterada, pois a palavra de Deus diz que todos os homens ressuscitarão
para o julgamento final, não importando se serão justos ou injustos. A ressurreição geral é um
passo inarredável do Plano de Deus. Quem nasceu neste mundo é automaticamente digno de
ressurgir para ser julgado na carne, diante do tribunal de Deus, de acordo com as obras realizadas
no dia desta vida.
Em Mateus 22 e Marcos 12 essas passagens estão muito resumidas. O grau de obliteração em
Lucas não seria possível descobrir se não contássemos com o conhecimento ampliado do Plano de
Salvação, pela revelação moderna dada por Deus a Joseph Smith.
Sem a luz da revelação moderna, o papa não poderia entender melhor do que demonstrou. Ele
seguiu o retalho de escritura que lhe chegou às mãos e procurou interpreta-la ipsi literis. Não se
importando se iria ou não agradar ao mundo, expressou seu entendimento corrompido pela
própria precariedade da tradução em Lucas.
Para nós, se o texto estivesse correto e completo, ele traria idéia muito mais coerente e clara:
“Os filhos de Deus neste mundo, casam-se e são dados em casamento; mas os que (não) forem
julgados dignos, (no) outro mundo e (na) ressurreição dos mortos não (conservarão) mulher nem
marido, porque serão iguais aos anjos, e (serão) filhos de Deus (se) forem dignos da (primeira)
ressurreição”.

Não há realização superior para os sexos neste mundo sem matrimônio, procriação, e uma
vida familiar digna diante das leis de Deus. Semelhantemente, não poderá haver realização
superior no mundo vindouro sem um matrimônio que perdure na eternidade. Com a diferença que
naquele novo estado de vida não mais haverá corrupção física, mental e espiritual. Em
conseqüência, nem velhice, doença ou morte, nem incompreensão nem separação de casais.
Os casais que voluntariamente se fizerem selar na terra pelo poder selador que Deus pôs no
Sacerdócio de Melquisedeque, pelas mãos de Pedro e de todos os futuros profetas presidentes de
Sua Igreja no tempo, esses serão os únicos que alcançarão a plena realização no mundo futuro.
Todas as coisas imagináveis e inimagináveis lhes serão acrescentadas. Eles gerarão filhos
espirituais para Deus, educa-los-ão, construirão residências, mansões e colaborarão na criação de
mundos. Viajarão pelo universo em seus corpos revigorados, embelezados e exaltados pelo poder
flamejante do Espírito de Deus. Ministrarão a outros seres em desenvolvimento no universo.
Conhecerão todas as coisas, nada lhes será retido. Serão como Deus é – portanto filhos de Deus
pelo poder do Espírito ... portanto Deuses.

Se o texto de Lucas primeiramente considerado estivesse correto como o papa considerou


que estivesse, e daquela forma o interpretou, o “entendimento” direto seria uma catástrofe:
“Somente aqueles (neste mundo) que não tomarem mulher ou marido (os celibatários e as virgens
por voto) é que serão julgados dignos da ressurreição e do outro mundo.”
Onde iriam parar os que não fossem dignos da ressurreição e do outro mundo?
Catastrófica doutrina seria essa para o espírito humano! Nela, a sagrada instituição familiar
perde em dignidade para a violência física, mental e espiritual do celibato forçado e injustificável.
Doutrina tradicional anti-escriturística, oposta ao Plano de Deus.
Não é do Plano de Deus eliminar as relações familiares que Ele mesmo ordenou. De Deus só
devemos esperar o melhor e justo, não o pior e injusto – por ser contrário aos mais profundos e
sinceros anseios do espírito de amor e união familiar que Ele pôs nos corações bem formados.
Esta é pois a interpretação que nos autoriza a doutrina d´A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias.
O casamento na mortalidade é como se fosse um teste de habilitação inicial para selecionar
aqueles que se mostram dignos de conservar o casamento na eternidade. Quem não for capaz de
exercer governo sobre poucos, como poderá exerce-lo sobre miríades na eternidade?
Aqueles na terra, que desprezam o casamento e suas responsabilidades, não inspiram confiança
diante de Deus para receber da Sua Plenitude. Esses terão exatamente o que desejam – serão feitos
como os anjos, separados e solteiros para toda a eternidade. Eles servirão a Deus, mas sob a
administração dos que forem mais dignos.

“EM VERDADE VOS DIGO, QUE TODO O QUE PROIBE O CASAMENTO NÃO É
ORDENADO POR DEUS, POIS O CASAMENTO É ORDENADO POR DEUS PARA OS
HOMENS.
PORTANTO, É LEGÍTIMO QUE O HOMEM TENHA UMA ESPOSA, E OS DOIS SERÃO
UMA SÓ CARNE, ISTO TUDO PARA QUE A TERRA CUMPRA O FIM DE SUA CRIAÇÃO;
E PARA QUE SE ENCHA COM A MEDIDA DO HOMEM, DE ACORDO COM A SUA
CRIAÇÃO, JÁ ANTES DA FORMAÇÃO DO MUNDO.” (D&C 59: 15-17)

APÊNDICE 12

OS ANTICRISTOS

O dicionário define um anticristo uma pessoa oponente ou descrente de Cristo.


No livro Mórmon Doctrine de Bruce R. McConkie, pgs. 39 e 40 vemos definição bem mais
desenvolvida: “Um anticristo é aquele que está em oposição ao verdadeiro Evangelho, à
verdadeira Igreja e ao verdadeiro Plano de Salvação (ver 1 João 2: 19 e 4: 4-6); é aquele que
oferece a salvação aos homens de alguma forma diferente do que a ensinada por Cristo.”
Em 1 João 2:18, lemos: “E como já ouvistes que o anticristo virá, mesmo agora há muitos
anticristos.” No livro do Apocalipse há referência a um grande anticristo que se deverá levantar
como antagonista de cristo nos últimos dias, e que será derrubado quando Ele vier purificar a terra
e dar início à justiça milenar (aqui o anticristo é referido como sendo a igreja do demônio, Apo
13:17). Em 2 Tess 2: 1-12, fala o apóstolo Paulo do homem do pecado que estará à cabeça do
anticristo-Igreja.

Desse esclarecimento, podemos concluir que a designação anticristo pode referir-se tanto a
uma pessoa individual quanto várias delas e também a uma organização qualquer. Desde que
trabalhem contra a verdadeira palavra de Cristo, estarão caracterizando o espírito do anticristo.

Agora é preciso tocar num ponto de suma importância – o anticristo consciente e o


inconsciente. O demônio e suas hostes são anticristos conscientes devido ao conhecimento pré-
existente que conservaram desde a sua primeira rebelião contra Deus. Já os anticristos humanos
(na carne e no mundo dos espíritos pós-mortal) são em esmagadora maioria, anticristos
inconscientes, devido ao conhecimento pré-existente que perderam nesta vida; e, por isso, foram
feitos aqui, no dia desta vida, instrumentos úteis na mão dos anticristos conscientes do mundo
tenebroso (o demônio e seus anjos).
Para que o homem, na carne mortal se torne um anticristo consciente, será preciso antes
reaver uma parte significativa do seu conhecimento pré-existente por revelação do Espírito Santo,
e depois disso, voltar-se contra Cristo, sua Igreja e seus ungidos; passando a lutar contra Deus.
Desses não trataremos aqui, porque para os tais não há cura possível, nem neste mundo nem no
vindouro.
Trataremos daqueles que têm possibilidade de cura – os anticristos inconscientes. Para esses
é que foi revelado o Evangelho; para que se arrependam pela pregação da verdade, vençam seus
opressores pela fé, conhecimento e inteligência, e passem a trabalhar pela verdadeira causa de
Deus. O amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo é dirigido a todos os anticristos inconscientes,
num esforço supremo para liberta-los.
Todo homem que não junta com Cristo, espalha; e quem espalha é um anticristo
inconsciente, mesmo que no seu próprio julgamento seja um bom cristão. Não é lícito ao homem
julgar-se um bom cristão, esse julgamento pertence a Deus.
Quando o apóstolo Paulo disse que o homem natural é um inimigo de Deus, ele colocou no
mesmo saco todos os que não mudaram sua condição de natural para espiritual. Todo anticristo
inconsciente não perdeu a peja de ser um homem natural; porque não aderiu conscientemente à
verdadeira causa de Cristo. E ninguém pode saber se aderiu a ela sem revelação do Espírito Santo.
Após o julgamento final, a zona de choro, lamentos de consciência e aflição estará cheia de
anticristos inconscientes que desprezaram sua oportunidade de se tornarem bons cristãos segundo
Deus.

O grau de anticristandade varia de indivíduo para indivíduo; e o poder do espírito anticristão


irradiado, depende da influência que cada um possui em relação ao seu próximo no sentido de
induzi-lo a não encontrar ou afastar-se da verdade. Um líder religioso que ensine doutrinas
erradas, desviando sua congregação da justa compreensão da verdade revelada, torna-se um
perigoso anticristo pelo poder cativante do espírito que irradia com sua liderança sobre a
congregação. As palavras da Bíblia têm poder, e quando elas são usadas segundo interpretações
particulares, sem o endosso do Espírito Santo através de um profeta e do sacerdócio de
Melquisedeque, elas só servem para levar cativos os homens, sob a liderança de pastores
cegos...Ambos cairão no mesmo buraco.

É por isso que o livro do Apocalipse diz de um homem da iniqüidade, à testa de uma grande
organização mundial nos últimos dias, a qual, organização, chama de anticristo.
Toda igreja organizada por iniciativa humana, estará fora do sistema de Cristo e do Seu
sacerdócio. Estará associada ao espírito anticristão e espalhará o rebanho que Cristo se esforça por
juntar.
Se formos pessoas de boa índole, ao contemplarmos a miséria e injustiças implantadas nas
sociedades humanas neste planeta, logo nos sentimos atraídos por algumas pregações
humanísticas de associações filantrópicas, filosóficas e religiosas. Temos impulso de admirá-las,
colaborar com elas, seguir seus métodos, ensinamentos, programas e padrões. Mas se tivermos
meios para comparar as coisas do humanismo filosófico e religioso da terra com as coisas
modernamente reveladas dos céus sobre o tema, nosso entusiasmo pelos primeiros arrefecerá.
Porque passaremos a enxergar os problemas desde perspectivas mais altas. Poderemos então
discernir aquilo que realmente terá poder para salvar o homem no temporal e depois na
eternidade. Isso não significa abandonarmos os esforços comunitários, mas que passamos a
compreender suas limitações e impotência para solucionar em definitivo os problemas.
No binômio “boa índole x humanismo das associações terrenas”, reside o engano fatal no seu
maior poder. Porque ao nos afiliarmos ao humanismo dos filósofos, filântropos e religiosos da
terra, perdemos a capacidade de compreender o humanismo dos céus ao nos ser revelado o
verdadeiro cristianismo.

O diabo sabe que a índole dos homens bons e pacíficos, não pode ser subjugada e
manipulada a não ser por construir em suas mentes um sentimento de auto-aceitação dentro de um
clima de bem aparente.
É por essas sutis razões que o anticristo anunciado nas escrituras para os últimos dias, terá
que ser um homem altamente religioso e pacífico, líder de uma grande congregação de influência
mundial. Ele deverá ser bom e justo segundo os homens; sincero, amoroso e autêntico segundo
suas próprias concepções religiosas, filosóficas, humanísticas e teológicas. Ele deverá ser
extremamente fiel ao engano a que foi submetido. Seu auto-engano deve ser maior que o de todos
os demais que o seguem.
Se assim não for, não poderá irradiar o autêntico espírito de sinceridade, bondade e verdade
aparente segundo a sabedoria da terra.. Ele, dessa forma. cativará e aglutinará em torno de si
muitas congregações e muitos povos. Conduzirá cegamente as multidões para a perda das bênçãos
plenas do Evangelho no mundo vindouro. Inconscientemente ele levará à essa condenação todos
os que não derem crédito à verdade restaurada para se comprazerem no erro de braços dados com
seu líder.
Se o homem do pecado, denunciado nas escrituras, não tiver todas essas qualificações
segundo o julgamento dos homens honestos da terra, ele não poderá ser um anticristo poderoso,
influente líder mundial, capaz de conduzir os homens para ignorar o verdadeiro apelo de Cristo
nos últimos dias. Assim, o anticristo conseguirá fazer com que as multidões percam a grande
oportunidade de enxergar a Restauração do Evangelho.

Haverá muitos anticristos em manifestação nos últimos dias, um deles, porém será o
principal. Os anticristos menores, gradualmente serão reunidos em torno do principal. Numa
harmonia aparente e surpreendente, num ecumenismo jamais antes imaginado. Será formada uma
espécie de igreja mundial, onde muitas das diferenças anteriores aparentemente desaparecerão,
dando lugar a uma pacificação entre ministros e entre sectários. Nesse período os anticristos
inconscientes não se combaterão abertamente como antes. Eles aprenderão a reprimir o sectarismo
religioso num esforço de boa vontade, mas cegos para a verdade. Estará assim formado o grande
mar (de povos) visto por João no Apocalipse.
Povos liderados pelo anticristo principal e espalhados por toda a superfície da terra, por todas
as nações. Para que?
- Para combater contra os princípios, a doutrina, a teologia, a sabedoria, o conhecimento e o
testemunho do Espírito Santo revelado à única Igreja que não se dobrará a qualquer ecumenismo
produzido na terra – A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Ela será relativamente
pequena nesse período, mas também estará espalhada por todas as nações.

Mas os germes da destruição viverão latentes no seio da grande congregação dos anticristos
inconscientes. Seu espírito de coligação, não sendo fundamentado na luz e na verdade, não dará a
força necessária para que os poderosos dominem seus corações egoístas, cobiçosos e beligerantes.
Eles não conhecerão a paz. Suas obras não serão aceitáveis e o tempo que lhes foi dado estará
esgotado. Por todas essas razões, a opção dos governantes é sempre chegar às medidas extremas,
as soluções armadas. As guerras se sucederão num crescente alarmante até que os anticristos
destruam-se mutuamente.

Deus, diante da urgência requerida para a grande renovação e purificação do planeta,


cumprirá Sua palavra destruindo todas as nações da terra, menos a Sua Própria – A Israel dos
Últimos Dias.
Então, começará a ser avistado por todos os povos que restarem, o estandarte da gloriosa nação
milenar. Ele se alteará sobre os escombros da grande babilônia mundial recém desfeita.

APÊNDICE 13

OS POVOS PAGÃOS SERÃO POUPADOS

As referências deste Apêndice foram tomadas do livro “Prophecy Key To The Future”, Duane S.
Crowther, Chap. X.

Antes do despertar do esperado Milênio de ordem e paz, terão chegado ao termo as


oportunidades dadas por Deus aos povos gentios da Europa e das Américas – para reconhecer e
aceitar Seu grande trabalho de Restauração do Evangelho.
Muitas nações serão desmanteladas por dentro, sob a virulência das crises sociais, políticas e
econômicas.
O lugar designado como o centro governante de Sião, nas Américas, onde estarão
concentrados muitos membros da Igreja, será o único a ter paz e organização social nesses dias
tormentosos.
Os judeus fugirão em massa para a Palestina, abandonando as nações em colapso. Eles
levarão consigo os seus bens, agravando ainda mais a derrocada econômica da cristandade cega
que, de forma semelhante aos judeus do meridiano dos tempos, terá rejeitado ao Seu Deus nos
últimos dias. Embora levando Seu nome nos lábios, nas letras de suas canções, nos pára-brisas
dos seus automóveis, nas fachadas de suas igrejas e estampado nas vestimentas, os gentios
mostram-se surdos e cegos para o chamado de Deus nos seus dias.
A quarta besta da visão de Daniel representa não só o Império Romano, mas também as
nações que dele se originaram – “... Ela será morta, seu corpo destruído e entregue às chamas
abrasantes.”
Esse é o destino das nações européias oriundas da besta romana: Alemanha, França, Itália,
Espanha, Portugal, Escandinávia; também a Rússia, Áustria e Prússia, além de outras mais.
Mas vemos nos capítulos 36 a 39 de Ezequiel, que as nações pagãs, representadas pelas três
demais bestas não sofrerão a devastação que se abaterá sobre a quarta e suas filhas. As vidas das
nações pagãs será prolongada, embora percam seu poder. Significando que serão governadas por
algum outro poder – o reino de Deus nos últimos dias.
É interessante notar que as nações pagãs estão fora da mira das ogivas atômicas.
Será a justa oportunidade dada aos povos pagãos para conhecer a seu Deus. Já que os filhos
da quarta besta terão perdido sua chance ao tê-lo rejeitado. Serão enviados em massa ao mundo
dos espíritos para purgação de sua maldade.
“Eis que o Senhor virá com fogo, e com suas carruagens como o furacão, para derramar sua
ira com fúria, e sua repreensão com chamas abrasantes” (Isaias 66: 15).

Assim, o castigo dos gentios será maior. Porque terão pecado contra maior luz que
receberam. Esses julgamentos os alcançarão onde quer que estejam; não só na Eurásia, mas
também no hemisfério ocidental, para onde seus descendentes emigraram. O destino das nações
da Europa, na profecia de Daniel, é o mesmo que o das nações da Ásia Ocidental – destruição
total pelos julgamentos de Deus.
Todas essas nações terão ignorado o chamado divino nos últimos dias para edificar o Reino
Milenar de Cristo. Esse convite tem sido feito desde a década de 1830 e continuará a ser feito por
muitos milhares de missionários operando no mundo inteiro, em busca dos gentios que desejarem
aceitar a causa do Evangelho Restaurado. Mas quando no julgamento de Deus estiver
definitivamente caracterizada a rejeição dos gentios, a força missionária passará a ser dirigida aos
judeus. A chance dada aos primeiros terá passado e eles estarão prontos para sofrer os
julgamentos anunciados.

As nações acima consideradas como partes da quarta besta, são todas cristãs (segundo os
homens). Mas a força do seu cristianismo nada pode diante do poder dos interesses políticos e
econômicos de suas nações, os quais são saturados de anticristandade.
A observância dos verdadeiros princípios cristãos é incompatível com os métodos e metas dessas
nações. Sua política move-se por hipocrisia, conchavos e combinações secretas, cegueira
espiritual e egoísmo. Sua aversão pela verdadeira palavra de Cristo é notória, seu tempo está por
um fio.
Os gentios terão que sofrer o sermão de última instância – o da ira e indignação de Deus. Já
que o convite dos missionários em mansuetude e paciência não faz efeito para convencer as
multidões dos seus erros e más ações diante do Altíssimo. Ele mesmo vai pregar o sermão
derradeiro. Então os gentios descobrirão que o credo do seu cristianismo era uma abominação
para Deus. Só dessa forma calamitosa seus ouvidos se abrirão.
Tanto os que restarem no temporal quanto os que passarem ao mundo dos espíritos na
grande varredura, terão melhor disposição para escolher o justo, certo e verdadeiro.
Quão tola é a humanidade ao crer nas propostas de solução por meio de um ecumenismo
religioso formado do cristianismo de retalhos dos nossos dias; fragmentado em milhares de
pedaços amorfos e cheios de arestas inajustáveis; sem o poder, sem a autoridade do sacerdócio de
Melquisedeque – o mesmo sacerdócio que Jesus recebeu do Pai e o transmitiu aos apóstolos no
meridiano dos tempos e que agora restaurou nos últimos dias. Ao declarar que possui dentro de
seu corpo eclesiástico esse sacerdócio, por linha direta desde Pedro o apóstolo, a Igreja Católica
bate-se de frente com a palavra de Deus em Sua restauração do Evangelho. Pois Ele declara que o
sacerdócio foi retirado da terra depois da morte de Seus apóstolos e a corrupção desenfreada que
tomou conta da Igreja de Jesus Cristo desde então. Não há mais que duas opções colocadas diante
dos homens desta geração – decidir quem dos dois está mentindo. Mentira inconsciente é também
mentira, tanto uma quanto a outra faz mal a quem a divulga; também a quem recebe, abriga e
aprende a amar o que é falso..
Por todas essas razões é que a Obra Maravilhosa e Um Assombro – a Restauração do
Evangelho nos últimos dias, não está sendo considerada seriamente pelos governantes e seus
povos... Assim compre-se a escritura:
“UMA LUZ QUE BRILHA NAS TREVAS, E AS TREVAS NÃO A COMPREENDEM.” (D&C
34: 2)

APÊNDICE 14

A IMPORTÂNCIA DO ORIENTE MÉDIO NO PLANO DE DEUS

Isaías, Daniel e Ezequiel profetizaram entre 750 e 600 anos antes de Cristo. Portanto cerca de
2.700 anos atrás dos nossos dias. Eles falaram dos movimentos geográficos e políticos das nações
ao longo dos tempos. Os eventos mundiais, comprovados pela história dos povos têm sempre
levado ao cumprimento da palavra anunciada por aqueles profetas.
Deus não conduz essas coisas em descompasso com o comportamento coletivo dos povos
apenas para forçar que elas sucedam como Ele disse que se dariam; embora, em algumas de Suas
revelações conste que o comportamento dos povos poderá mudar para bênçãos muitos dos
castigos anunciados. Nossas ações não foram pré-programadas, mas sim previstas apuradamente
por Quem conhece todas as coisas. É exatamente o comportamento das massas o que conduz as
componentes circunstanciais que irão produzir os eventos futuros como as resultantes previstas na
profecia; as quais agirão como novas componentes circunstanciais para influir sobre as gerações
ainda mais adiante no futuro.
Deus pode prever com precisão o comportamento individual e coletivo dos grupos humanos,
em face das variáveis que incidirão sobre os espíritos, e as decisões que eles tomarão sob a força
das circunstâncias. O encadeamento de conseqüências é então previsto pelo espírito de
conhecimento e sabedoria divinos.
De que forma então Deus pode realizar Seus desígnios sem violentar o livre-arbítrio que deu
ao homem?
Deus fez-se pelo poder de Seu Espírito, a componente principal do sistema de forças do meio
universal. Nele se movem as humanidades de todos os mundos. Ele influi em todo o sistema de
modo a que a resultante final seja o progresso de toda a Criação ao longo da eternidade. Ele
interfere cuidadosamente em todas as coisas da vida universal conduzindo-as para cumprir Seus
propósitos (proporcionar a imortalidade a todos os homens e a excelência de vida que Ele mesmo
desfruta a todos os que O aceitarem sem restrições, obedecendo a todos os mandamentos e
convênios por Ele revelados).
É nessa combinação sábia de forças que Deus consegue fazer caminhar Sua obra para as
metas que Se propôs desde antes da fundação do mundo, sem anular o livre-arbítrio dado ao
homem. Assim Ele conduz os negócios das nações e dos seus povos; para que possam vir a
usufruir em justiça as melhores bênçãos de poder e inteligência que merecerem no porvir eterno.
Em última análise, é sempre o homem quem faz a escolha, embora Deus sempre interfira
indelevelmente para persuadi-lo a escolher melhor. Se não fosse assim, Ele não pregaria o
Evangelho tão insistentemente como tem feito ao longo de toda a história da humanidade.

Vamos agora considerar algumas das componentes que mais têm influído os homens na vida
temporal – A economia, integrada às componentes espirituais do egoísmo, inveja e ambição
desmesurada ou cobiça. Forças que têm dominado a humanidade desde o advento dos patriarcas.

Ao ser organizada esta terra para nossa habitação, Deus já conhecia a localização dos
mananciais e dos motos principais do futuro progresso dos Seus filhos nas diversas nações. Em
função do progresso no conhecimento e aplicação desses materiais e dos avanços tecnológicos
que os homens alcançariam, Deus anteviu os grandes conflitos que surgiriam, devido às forças
negativas da personalidade humana diante das riquezas decorrentes da exploração desses recursos
distribuídos para o bem de todos, mas usurpados pela cobiça e maldade das nações. Com o
crescimento populacional e a ascese da consciência dos povos oprimidos e espoliados dos seus
direitos, foi simples para Deus prever a longo prazo as conseqüências que temos vivido neste
mundo.

A situação especial do Oriente Médio, sua geopolítica e economia no oceano dos interesses
particulares de cada nação dos últimos dias, faz parte do conhecimento pré-existente e da
futurologia divinos. Lá estaria o ponto focal das forças negativas que dominam os espíritos no
temporal.- Fanatismo religioso, egoísmo, inveja e cobiça. Lá seria o ponto nevrálgico da
economia planetária.

É bastante compreensível que Deus tenha determinado para lá o encontro-desfecho de toda a


problemática da terra e dos céus no concernente a este planeta. A confrontação decisiva de Deus
contra os exércitos da terra... Para mostrar o esplendor de Sua vitória à vista de todas as nações
anticristãs em derrocada... Para que se cumpram as profecias.
A primeira vinda de Cristo naquela região tem tudo a ver com a presciência de Deus. A
concentração da energia combustível do poder econômico e bélico das nações da terra nos últimos
dias, já era a força determinante de todo esse processo profético; porque a tecnologia do petróleo
culminaria exatamente nesses dias. Em torno do ouro negro, giraria a economia das nações
poderosas da terra. Deus previra isso desde o princípio e escolheu, antes da fundação da terra, a
região da Palestina para realizar Sua obra expiatória, multiplicando ao infinito a importância dos
eventos temporais lá ocorridos.

A presença do Senhor no Oriente Médio na Sua primeira vinda, marcou na história os


eventos transcendentais que deflagrariam novas e poderosas componentes de influência no
comportamento de indivíduos e nações – As motivações religiosas, econômicas e políticas de
todos os matizes, em função das paixões humanas, muito mais do que de conhecimento
verdadeiro.

Ao observarmos o que sucede hoje na Palestina, nas regiões circunvizinhas e nas disputas
entre os poderosos da terra para controlar em proveito próprio aquela região, obtemos um
testemunho vivo das profecias de quase três milênios atrás.
As potências atômicas dispõem hoje de um arsenal que somado, daria para destruir toda a terra
centenas de vezes. As ogivas apontam-se mutuamente para os alvos estratégicos. Por que a grande
desgraça terá que acontecer?
Certamente não será por que Deus quer, mas porque o homem não usa o único poder disponível
para evita-la – O arrependimento.
Por todas essas coisas está escrito que “Os governantes serão julgados com extremo rigor.”
Mas nos governos resultantes da livre escolha do povo, a severidade do julgamento cairá sobre
todos, será proporcionalmente repartida por todos os co-responsáveis.

APÊNDICE 15

A PENA DE MORTE É UM DECRETO DE DEUS

Por mais polêmico e estranho que possa parecer, conforme consta na Bíblia, a pena de morte
foi primeiramente instituída pelo próprio Doador da vida. Por instrumentalidade de Moisés, um
dos maiores profetas de todos os tempos, foi dado a conhecer aos homens a sentença de Jeová:
“Todo aquele que derramar o sangue humano, terá o seu próprio sangue derramado pelo homem.”
(Gen 9:6).
A instituição da pena capital remonta ao tempo de Adão. Sua aplicação estende-se pelos séculos e
milênios passando pela administração de Abraão, Isaque , Jacó e daí até Moisés. Era uma
legislação revelada ao povo conduzido diretamente por Deus ao longo de todo tempo do Velho
Testamento.
Enquanto esse povo era governado pelas leis reveladas aos seus profetas e ainda não havia
sido adotado um governo secular, separado do governo teocrático, não havia como nem porquê
discutir a lei vigorante. O povo sabia que não era lícito aconselhar a seu Deus.

Com a separação entre os governos, as instituições humanas começaram a aplicar seus


próprios critérios. Nosso senso de misericórdia e justiça passou a permitir que optássemos por
colocar em risco potencial de morte um inocente, nas mãos de um homicida declarado. Não
porém a dele, a qual estará assegurada por proteção da lei.
Quando o sistema era baseado na justiça de Deus, o governante terreno era o instrumento
pelo qual a pena capital era aplicada, segundo os critérios revelados para levantar as testemunhas
e realizar os julgamentos. Estabelecida a culpa, o homicida era morto para cumprir a lei de Deus.
Com a vinda de Jesus Cristo e a superação da lei dada a Moisés, muitas pessoas passaram a
pensar que a pena de morte havia sido abolida. Mas ela foi reconfirmada, tanto quanto os dez
mandamentos da Lei revelada a Moisés.
Palavras de Jesus Cristo ao seu servo João:
“Quem tiver ouvidos ouça... Quem matar pela espada, pela espada deve ser morto...” (Apo 13:
9,10).

Há outras pessoas que, baseando-se em retalhos da escritura, põem em conflito o verdadeiro


sentido da palavra de Deus:
Se dissermos que o “Não matarás” de Êxodo 20: 13 aplica-se ao executor da lei, estaremos
dizendo que Deus se contradiz (ver Gen 9: 6, acima). Mas usando a lógica sã, entenderemos que
ambos os mandamentos são perfeitamente correlatos. Desde que atribuamos o “Não matarás” ao
potencial homicida... Porque se matar, ele saberá que deverá morrer pela lei, “Terá seu sangue
derramado pelo homem”.
O decreto divino contém conhecimento, julgamento, justiça, misericórdia e verdade. Misericórdia
por todos os demais inocentes que serão poupados; e também pela alma do homicida, pois tudo o
que Deus decreta visa algo de melhor, dentro de Suas próprias perspectivas.
Se para o homicida não houvesse alguma esperança em Cristo além desta vida, Deus jamais
mandaria a justiça dos homens retira-lo daqui prematuramente. Ele saberá melhor lidar com ele do
outro lado do véu do que nós do lado de cá.

A REVOGAÇÃO DA PENA CAPITAL VEM DA INCREDULIDADE HUMANA.

Todo o homem que prestigia e obedece a lei, tem o direito de ser por ela preservado; para
poder viver com dignidade, protegido e exercendo sua liberdade dentro dos limites e condições
estabelecidos pelos legisladores e aceitos pela sociedade. O maior de todos os direitos é o de
viver. Portanto, todo aquele que investe contra e violenta esse magno direito do seu semelhante
por motivos torpes, deve perder o direito de ter a vida preservada por essa mesma sociedade. Se a
sociedade o preserva, o faz investindo contra o mais fundamental direito das próximas vítimas.

Para não destruir o propósito fundamental da lei, a sociedade, por dispositivo da própria lei,
deveria tirar a vida do homicida. Ele representa um câncer social da mais perigosa espécie que
precisa ser extirpado preventivamente para não produzir males maiores.
Diante deste castigo exemplar, muitos (embora não todos) deixariam de matar com medo de
serem mortos. Não devemos pretender que a pena de morte seja a solução para deter os
homicídios de forma global. Sabemos que a solução encontra-se nas raízes mais profundas da
formação da alma humana neste mundo. Pretendemos sim, atenuar o tamanho da desgraça na
proliferação dos atos homicidas. A solução definitiva é impossível para o homem no seu estado
atual.

Quando Deus revelou o decreto da pena de morte ao profeta Moisés, e quando a reafirmou
no Apocalipse ao apóstolo João, não o fez para resolver o problema, mas para atenuar o mal. E
para os que não entenderam ainda a posição do Senhor em relação ao homicídio, aqui vai a Sua
palavra restaurada nos nossos dias, os últimos dias segundo as escrituras:

“Se qualquer dentre vós matar, será entregue e julgado de acordo com as leis da terra; pois
lembrai-vos de que ele não terá perdão; e isso se provará de acordo com as leis da terra.” (D&C
42: 79).

Não é possível ser mais claro do que foi o Senhor nestas palavras dadas ao profeta Joseph
Smith. Eu sei que o Senhor as proferiu e me curvo diante delas, a despeito de todos os argumentos
usados pelos humanistas deste mundo com suas interpretações particulares e deturpadas.
Pretendem eles ser mais misericordiosos do que o próprio Deus?

Ao desviar a direção de sua misericórdia pelas vítimas de fato e as potenciais, para aplicá-la
aos homicidas, a lei dos humanistas mostra sua cegueira. Ela mergulha a sociedade em desgraça
cada vez maior.
A preocupação principal dos nossos legisladores deveria ser a de preservar a vida do bom
cidadão. Mas temos legislado e aplicado a lei no sentido inverso. Cada vez mais os que estão
obedecendo a lei têm menos segurança; enquanto os homicidas assumem o direito de decidir
quem vai ou não continuar vivendo. Ele está protegido pela lei que pisa. Ela lhes dá garantia de
vida e a nega aos que a querem prestigiar.
O homicida, mesmo que desenvolva um grande arrependimento por seu ato, jamais poderá
compensar a vítima, pois não pode devolver-lhe o que lhe tirou – a vida! Além disso, não pode
compensar a dor que causou aos amigos e parentes da vítima, bem como o sofrimento impostos
aos seus próprios amigos e parentes. Ele terá investido contra a sociedade como um todo.

No entendimento deste autor, a morte do condenado à pena capital deveria ser a mais rápida
e indolor possível; sem esperas torturantes em corredores da morte. Ele e seus parentes perderiam
o direito de decidir quanto à doação dos seus órgãos e tecidos para transplantes. Essa decisão
passaria a ser da lei estabelecida pela sociedade. Os órgãos do homicida iriam para os bancos
apropriados, para socorrer os seus semelhantes afligidos pelas esperas intermináveis nas filas para
transplantes.
Ao ser promulgada a sentença de morte, o juiz pronunciaria solenemente o texto da lei que
determinasse essa decisão da sociedade. Pelo menos, o grande mal causado a muitos, seria
transformado em algum alívio para alguns poucos na sociedade; o condenado seria o primeiro a
saber disso e, se quisesse levaria esse conforto para a outra vida. Mas, como decretou o Senhor:
“Lembrai-vos de que ele não terá perdão.”
________________________________

Há casos em que matar é justificável diante de Deus e da lei dos homens:


- A legítima defesa da própria vida ou da vida de terceiros, quando o defensor é movido por um
espírito justo de preservação.
- Quem mata durante as operações de guerra, sem ato doloso premeditado, mas sim compelido por
insuperáveis circunstâncias que o envolveram no conflito armado, esse não merece ser
condenado. O soldado na guerra não deve matar para obter satisfação pessoal, para obter lucro ou
exercer vingança pérfida como um homicida comum. Ele mata para não ser morto, aprisiona para
não ser aprisionado.

Moisés matou um egípcio movido por um espírito justificável diante de Deus, embora não
diante do Faraó. Por isso, o próprio Deus encarregou-se de preservar Moisés.
Néfi foi instruído pelo Espírito a matar Labão para preservar a própria vida e permitir
preservar da incredulidade um povo inteiro que viria a nascer de sua semente e da de seus irmãos
na terra prometida, caso não fosse instruído pela palavra de Deus constante nas placas em posse
de Labão, as quais ele negava-se a entregar. Por isso Labão foi entregue em suas mãos,
embriagado, incapaz de proteger a si mesmo e sem sua guarda pessoal. Néfi foi instruído para
matar pelo Espírito de Deus, e fê-lo mesmo com relutância, porque o desejo de Néfi era não ter
que matar Labão. (1 Né 4: 12-14)
David foi um homem de guerra e matou populações inteiras que haviam sido votadas ao
interdito pela palavra de Deus. Quem as matou, portanto, foi o próprio Deus, embora tenha usado
David como instrumento ordenado para tal.
Em tudo isso David foi justificado, menos ao agir como o mandante do assassinato de Urias
o hitita para coabitar com Betsabá, sua esposa. Por isso perdeu sua exaltação.

APÊNDICE 16

A LINGUAGEM DA PROFECIA E A DA TECNOCRACIA

Ao longo deste livro temos falado inúmeras vezes sobre a queda das nações nos termos
usados pela palavra profética. Mas o homem moderno está de tal modo alheio a esta linguagem,
que não consegue associa-la clara e coerentemente com os eventos seculares para avaliar melhor o
seu momento no temporal.
Foi providencial termos lido a obra de Alvin Toffler, A Terceira Onda. O livro é bastante
apropriado para ajudar o homem moderno a interpretar a profecia em face dos acontecimentos
contemporâneos.
Vamos fazer inicialmente algumas considerações sobre o nosso momento, segundo as
palavras da tecnocracia usadas pelo referido autor. Antes porém vamos fazer menção a umas
breves palavras ouvidas do Ministro Delfim Neto quando ocupava a pasta da Economia em 1982:
“O mundo está desabando, se os Estados Unidos não diminuírem as taxas de juros sobre as
dívidas extemas, a situação será catastrófica.”
A elevação dos juros pela nação credora levará as devedoras exauridas a tomar medidas
extremas para salvar-se da bancarrota, desorganizarão até um ponto incontrolável o sistema
econômico mundial; pelas miríades de ramificações e de efeitos colaterais liberados; resultando
em desestabilizações tanto locais quanto generalizadas em primeira instância, e males outros em
profundidade; os quais poderão gerar um efeito dominó e levar ao colapso as nações, uma após
outra. Como exemplo moderno tivemos a crise econômica no México e recentemente em pleno
decurso a da Argentina. O México, por haver aceito prazo curto para o pagamento da dívida
externa, teve de tomar medidas extremas para salvar-se do colapso econômico imediato, mesmo
os juros tendo baixado para 14,5 por cento e logo depois para 13,5.
Enquanto forem os pequenos a serem os ameaçados de perder seu poder de remanejamento e
de renegociação, ainda será possível para eles, ajudados pelos grandes, absorverem os efeitos
negativos e evitar o colapso econômico. Mas se a catástrofe iminente ameaçar a muitos de uma
vez, as medidas extremas somarão suas componentes e os reflexos sobre os grandes poderão
tornar-se inabsorvíveis pela economia global. Como um castelo de cartas ruirá a injusta,
abominável e iníqua economia mundial do planeta.

Numa outra instância, a grande catástrofe econômica pode ser desencadeada sobre todos de
uma vez pela mútua destruição dos grandes numa guerra atômica, a opção final para transbordar o
ódio represado entre os homens.
Estamos diante desses fatos assustadores, sua transposição é intransferível. Teremos
inapelavelmente que passar por eles. O relógio das conseqüências dos nossos atos nunca foi ou
será detido. Seu eixo é firme como a palavra do Altíssimo e os ponteiros movem-se pelo poder do
Seu Espírito.
Uma vez que o homem, coletivamente falando, não se dispõe a mudar seu curso espiritual
pelo arrependimento, a transposição será terrivelmente amarga. Mas servirá como inigualável
experiência espiritual para os que restarem. O reconhecimento dos erros e as conseqüências
desencadeadas servirão como acervo para a eternidade.
Já discutimos em Apêndice anterior o fundamento do mal. A culpa não pode ser posta nesse
ou naquele sistema, mas sim na natureza egoísta dos mentores e participantes que detêm o poder
para fazer as coisas. Tal disposição inviabilizará qualquer sistema, por melhor que seja. Se os
alicerces das relações comerciais forem iniciados com base em trocas injustas (por exemplo, da
matéria prima e dos manufaturados ou fabricados), todo edifício econômico daí resultante jamais
deixará de ser injusto.
Quando muitos desses edifícios fazem parte formadora da estrutura econômica de uma nação
que se impõe sobre as outras – por supremacia cultural, econômica, técnica, militar e política – a
espoliação dos menos dotados é o efeito permanente. Na atmosfera injusta deste mundo, o leão só
será generoso com o cordeiro depois que começar a comer palha com ele.

A situação só poderá ser mudada demolindo todo o sistema mundial; para depois reconstruí-
lo sobre novas bases – justas, sábias e espirituais. Para demolir, Deus usará como escavadeiras e
niveladoras as próprias forças injustas desenvolvidas pelo homem na sua rebeldia e ignorância da
Verdade revelada.- o egoísmo e a cobiça dos poderosos da terra e a revolta das outras nações
acabará por reduzir o mundo a escombros. Eles servirão como adubo para plantar e fazer florescer
a Nação Milenar governada por Deus.

Ditas essas coisas, passaremos em revista algumas das observações de Toffler no seu
portentoso livro. Na sua figuração, ele usa as ondas, primeira, segunda e terceira; representando
cada uma o avolumar de efeitos conseqüentes da dinâmica do relacionamento do homem com seu
habitat em cada momento histórico. As ondas representam o somatório dos vetores circunstanciais
agindo sobre as sociedades humanas no tempo e no espaço. influenciando-as, mudando seu
enfoque, suas perspectivas em relação às coisas da vila, do estado, da nação, do planeta e do
universo.
Em sua ondulante figura de linguagem, Toffler apresenta a gradual ampliação das mentes por
diversificação de experiência e expansão paulatina dos horizontes individuais, sociais,
econômicos, políticos e das demais ciências em geral.
O papel da ciência econômica é capital na formação de cada uma das ondas de Toffler. Ele
move suas ondas pela palavra escrita obedecendo a uma seqüência uniforme de uma para a outra.
Mas na zona de passagem o movimento deixa de ser harmonioso, há constantes entrechoques,
descompassos e encrespamentos antes que a seguinte se imponha à precedente.
A resistência às mudanças nas consciências identificadas mais fortemente com os sistemas
vigentes, na luta por preservação de interesses próprios ou de grupos em comando, é a causa dos
entrechoques e encrespamentos nos embates com a nova onda mutante.

A Primeira Onda é caracterizada pelo feudalismo, apego a terra e a vila, é a economia


natural, simples e despretensiosa dos que se conformam em produzir para o próprio consumo. É
um período de pequeníssimas ambições, de submissão, de conformismo e de nenhuma expansão
de conhecimento para o povo em geral, salvo para uns poucos dos que poderíamos chamar de
“elites”.

A Segunda Onda figura a gradual imposição dos métodos e sistemas da produção industrial;
a astronômica expansão dos negócios; a necessidade e as conseqüências da massificação imposta
a todos os componentes do sistema (mentes, corpos e aparatos). Essa onda mostra uma desmedida
ambição; inconseqüente espírito de gigantismo a qualquer preço. Nessa volúpia de produzir por
fome insaciável de lucro, ela violenta a biosfera; artificializam-se os gostos populares, os
costumes e as metas. Essa é a onda que estabeleceu os alicerces injustos e irretratáveis que deram
origem às bases das relações de trocas entre as nações desde então. Foi a onda que deu origem aos
excessos de luxo e conforto para uns poucos e apenas sobrevivência para as multidões.
Ela multiplicou geometricamente as condições para o homem comum obter conhecimento. Mas
com isso propiciou o inconformismo, a insubmissão e a sublevação das massas. A sociedade
industrial lançou o mundo em duas grandes guerras e gerou algumas centenas de guerras menores.
Embora ainda não tenha ocorrido a terceira conflagração mundial, tudo nos indica que ela poderá
eclodir a qualquer momento. Quando ela acontecer, exaurirá as forças que restarem nessa
Segunda Onda, para dar lugar ao balanço da Terceira Onda e dela à maré do sétimo milênio - o
Milênio da economia segundo Cristo.

A Terceira Onda - Uma das características notáveis dos movimentos que estabelecerão a
formação da Terceira Onda, é a questão das mudanças das fontes básicas de energia que serão
usadas para mover as novas máquinas, da indústria e dos aparatos bélicos. A energia será
renovável e não poluente, ao contrário da atual que é exaurível e poluente.
Em lugar dos combustíveis ficarem concentrados em determinados pontos do planeta, serão
usadas variedades de formas e grandemente dispersas. Haverá com as formas de energia que se
somem aos esforços da biosfera e o rompimento com as que lhe são adversas. Essa consciência já
vem se formando para a grande transposição da Segunda Onda.
A natureza sabe como manter a paz com o Espírito de Deus, porque se deixa conduzir por Ele.
Mas o homem não tem cultivado essa paz para seu próprio benefício. A inconseqüência e o
egoísmo daqueles que têm poder de decisão para corrigir as violências industriais contra a
biosfera, transformou e transtornou de tal forma danosa o equilíbrio ecológico do planeta que
indignou as consciências esclarecidas e podemos assegurar que a sociedade industrial vigente está
com seus dias contados.
As violações contra os sistemas naturais, o que dá suporte e enriquecimento à vida psicossomática
dos seres, têm gerado verdadeira avalanche de desequilíbrios emocionais, neuroses depressivas,
esquizofrenia, loucura, suicídios e doenças físicas várias.

Diz Toffler:

“O colapso da civilização da Segunda Onda criou uma epidemia de crises de personalidade...


Nos Estados Unidos, como veremos, as manifestações das crises de personalidade são bizarras.
Suas vítimas lançam-se na terapia de grupo, misticismo, ou jogos sexuais. Eles estão ávidos por
mudanças, mas são aterrorizados por elas... Eles querem mudar dos trabalhos, das esposas, das
obrigações e das responsabilidades.” (pág. 135).

O desabamento iminente desta nossa sociedade em todas as suas bases é descrito por Toffler
em linguagem moderna, técnica e analítica. Mas, fundamentalmente diz o mesmo que disseram os
profetas na sintética linguagem da profecia.
As expressões da tecnocracia são caracterizadas pela paixão por análises sobre análises, a profecia
é por figuras de linguagem e síntese. Ao nos apaixonarmos pela análise é comum que percamos a
capacidade de nos abstrairmos dos seus detalhes para poder antecipar a direção geral a que se
encaminhará a resultante, devido às inúmeras circunstâncias que nos cercam e dominam nossas
ações. A profecia, como olha através da mente de Deus, vê a resultante final combinada com
todos os efeitos menores que a causaram – os previsíveis e os imprevisíveis para o homem. Mas a
profecia vê sempre um outro resultado final paralelo (antevê um universo de conseqüências
paralelas) no caso do homem reverter a direção que segue, pelo arrependimento coletivo.
Infelizmente isso quase nunca acontece e a opção do castigo vence.

A sociedade industrial vigente foi uma conquista do espírito humano, mas envelheceu e está
caducando. Chegou a hora de sua morte para ser procedida a necessária transformação. Ela
contribuiu para ensinar a coordenar suas ações no tempo e no espaço, com isso, multiplicou seu
poder de realização temporal em todos os ramos do conhecimento. Mas os alicerces de suas
instituições econômicas tornaram-se incompatíveis com a ânsia explosiva de mudanças sociais
almejadas pelas massas; ânsia essa causada pelos próprios métodos desenvolvidos na Segunda
Onda. As grandes injustiças foram conscientizadas e foi vista a imagem da fera – a grande
Babilônia mundial da linguagem sintética da profecia.
O poder de realização aprendido, não foi aplicado em conjunto com o grande princípio da
unidade de propósitos com Cristo. Para que a justiça, alegria e paz do Evangelho varresse o
mundo de braços dados com as multinacionais. Em vez disso, os princípios aplicados foram os
satânicos, resultando em injustiça, ódio e guerra. Nossa civilização da Segunda Onda entrou
francamente na fase pré-agônica; os conflitos sociais generalizados, como efeito direto da anoxia
econômica de indivíduos e povos, anunciam a catástrofe próxima para todo o sistema criado pelo
homem.
A volúpia da expansão inconseqüente e a qualquer preço violentou de tal forma nossa
biosfera e pôs em risco constante a vida dos seres no planeta. Mas a fase industrial não nos
pareceu ser de todo má; serviu para mostrar ao homem a necessidade premente de buscar a
realização social, política e econômica numa direção e filosofia diferentes, que possam superar os
impasses surgidos pelo desenvolvimento e crescimento.

Não seria possível entrar no Milênio da Paz, permanecendo em guerra contra a natureza.
Para mudar ao espírito da paz é preciso novas técnicas de manipulação e de aproveitamento
econômico de fontes de energia mais refinadas e que sejam afins com a ação cibernética da
natureza para preservar a saúde da biosfera. Esse espírito de mudança já começou a operar
poderosamente; consubstanciado na pesquisa acelerada na busca e implantação de novas técnicas
de obtenção de energia proveniente de fontes cujos resíduos sejam biodegradáveis e não-
poluentes.

A queda de nossa Babilônia, Iduméia ou do Mundo da Segunda Onda de Toffler, está


declarada das duas formas – Na linguagem da tecnocracia e na linguagem da profecia. Mas a
profecia falou primeiro, muito antes que acontecesse; já a linguagem tecnocrata veio depois, em
pleno desenrolar dos efeitos longamente anunciados. Diz Toffler:
“Os sistemas da Segunda Onda estão em crise. Assim, vemos crise no sistema de bem-estar. Crise
nos sistemas postais. Crise nos sistemas escolares. Crise nos sistemas financeiros internacionais.
O próprio estado-nacional se encontra em crise. O sistema de valores da Segunda Onda está em
crise...”
“... Finalmente, essa convergência de pressões – a perda de subsídios chaves, o mau
funcionamento dos principais sustentos da vida da sociedade, o desarranjo de toda estrutura –
tudo isso produz crise naquela mais elementar e frágil das estruturas: A personalidade. O colapso
da civilização da Segunda Onda criou uma crise epidêmica de personalidade.” (pág. 135/136)
Os sistemas atuais de produção de energia para girar nossos motores à combustão, já são
economicamente insustentáveis. Esses motores foram concebidos e desenvolvidos para
combustíveis fosseis ou da fermentação de vegetais.
Novos motores terão que ser concebidos e desenvolvidos no porvir próximo para combustíveis
derivados das fontes inexauríveis. Assim, na primeira linha de avanço da Terceira Onda, Toffler
aponta a mudança das fontes básicas da energia hoje utilizadas.

O poder econômico das nações está diretamente relacionado com a capacidade de utilização
das fontes básicas de energia disponíveis no planeta. Uma nação só será soberana e independente
se puder exercer domínio sobre as fontes de energia que movimentam sua parafernália industrial e
bélica, estejam onde estiverem essas fontes.

O desenvolvimento tecnológico e das ciências humanas fazem parte dos planos de Deus e
estão sob Seu controle. Pela inspiração de Seu Espírito Ele faz os homens entendidos e comanda
as variações da tecnologia terrena; conduzindo as mentes e as nações para produzir as resultantes
que melhor Lhe convêm – no sentido de trabalhar os espíritos na senda do progresso temporal e
depois no eterno.
Por todas essas razões e a premência de mudanças, afirmamos que o fator principal que acelerará
a supremacia da Terceira sobre a Segunda Onda e que modificará de forma dramática a
velocidade do progresso geral da humanidade e do planeta, será a manifestação e interferência do
povo de Cristo que vem do espaço exterior; conduzindo o conhecimento, os princípios e as leis do
reino social, econômico e político de Cristo, para governar a Terra, de acordo com a profecia.
Então, as fontes de energia não mais serão baseadas na transformação física ou química dos
elementos mais grosseiros, mas no poder da luz, da eletricidade, do magnetismo e da gravitação.
Isto é, das fontes de energia que fazem diretamente parte do Espírito de Deus. (ver o Apêndice 5).

Na separação inicial entre o homem e seu Deus, foi ordenado lavrasse a terra e dominasse o
que nela existe – feras aves e os elementos: terra, água, ar e fogo. A terra e a água contêm os
minerais; o ar os gases; e o fogo contém substância espiritual por ser de natureza luminosa.
Inicialmente, a experiência do homem com os materiais não lhe permitiu ir além da manipulação
superficial; sem interferir ou modificar a intimidade das substâncias constituintes. Posteriormente,
à medida que desenvolveu poder sobre eles, o homem penetrou na compreensão da intimidade das
substâncias e as explorou, até chegar a manipular os átomos e as partículas sub-atômicas. Entrou
no estágio universal da eletrônica, dos fótons, neutrinos e grávitons... Já na intimidade da luz.

Da substância, na acepção de elemento físico, o homem passou à manipulação da luz. Como


explicamos no Apêndice 5, a luz visível é o ponto de contato visível do Espírito de Deus com os
nossos sentidos corporais.
A luz seja ela visível ou não, perceptível ou não aos nossos medidores, é da mesma matriz da
eletricidade, do magnetismo e da gravitação.- todos componentes do Espírito que permeia o
universo visível ou invisível. (ver o Apêndice 5)
Falamos agora do presente relacionamento da ciência com a luz reconhecível na variedade de
suas manifestações. Mesmo sem ter consciência disso, a ciência humana começa a manipular nas
fronteiras do Espírito, nas suas manifestações menos refinadas de luz.

O rendimento obtenível da aplicação da energia de natureza espiritual é infinitamente maior


do que o obtido da combustão dos elementos. Mudadas as fontes de energia e os motores, o
homem entrará francamente na era do espaço. Não timidamente como agora com seus retrógrados
motores a propelentes sólidos e/ou líquidos. Para o espaço como sócio efetivo, o homem levará
suas recentes conquistas em eletrônica e fotônica em desenvolvimento acelerado.

Outro ponto de grande interesse no livro de Toffler é quando ele considera a verdadeira
loucura do presente sistema urbanístico; no que diz respeito à necessidade de deslocamento físico
das massas da população ativa, para chegar e voltar dos escritórios, consultórios, indústrias, lojas,
escolas, etc. Pergunta ele:
“ Por que mover os corpos de um lado para o outro quando podemos movimentar muito mais
rápida e economicamente a informação?”
A comunicação face a face, na base de perna e de aparatos de transporte mecânicos, será
substituída por imagens televisadas, depois holográficas.

Finalmente, após o assombroso fortalecimento psicossomático do homem, no decorrer do


tempo e por ação do Espírito de Deus, a comunicação face a face se dará pela eletrônica do
cérebro. Ela estabelecerá a comunicação ideal entre os seres afins; usando integração com a
portadora de informações e inteligência do espectro da luz divina – a Luz do Espírito Santo – que
supera todas as outras em poder e refinamento. Essa técnica já é usada no universo por muitas
civilizações que ultrapassaram todas as barreiras. Deus e Seus anjos a usam para comunicar-se
com os profetas na mortalidade.
Não é necessário que Deus ou Seus anjos embarquem num disco voador ou num foguete
fotônico para falar face a face com as criaturas universais. O poder de Suas mentes espirituais e a
onipresença do Espírito da Verdade realizam o assombro. Mas há outras categorias de seres que
prestam serviço a Deus e ainda não possuem todas essas faculdades e poderes. Esses se
comunicam por técnicas menos refinadas.

A tangibilidade do “Anjo” ou da imagem de Sua presença é também possível pela mesma


combinação de poderes. Nas escrituras bíblicas, muitas vezes é usada a expressão “Anjo do
Senhor” referindo-se ao próprio Senhor e não a um dos Seus anjos. Antes da ressurreição era
bastante apropriado usar essa expressão, uma vez que ele ainda não havia ressuscitado num corpo
tangível.

Na sua trajetória de volta para o reencontro com Deus, o homem deve primeiro palmilhar e
percorrer o caminho de conhecimento dos elementos físicos e depois o caminho do Espírito, até o
domínio completo de todas as coisas. Ele deve aprender a refinar o poder da vontade, para
transforma-la em perfeita fé e, dessa forma, poder operar na intimidade do Espírito, para um dia
poder reproduzir as ações do Pai Eterno no Universo. Para tal ele se deve qualificar para receber o
Sacerdócio, o qual é a autoridade e o poder para realizar os trabalhos de Deus no universo, quer
na mortalidade quer na imortalidade e vida eterna.
A imortalidade do homem e a ressurreição dos mortos serão realizadas pela Ciência do
Espírito – magnífica, assombrosa para nós neste estágio, mas comum para a tecnologia divina.
Essas coisas constituem-se na parcela conhecida e mensurável de nossa esperança em Cristo.
Aqui declaradas para demonstrar quão grande, objetiva e realística ela é; ao fundamentarmos
nossa fé na palavra revelada por Deus nas antigas e modernas escrituras.
Quem nada sabe das escrituras não pode compreender do que falamos, e ao julgar nossas palavras
com seu pouco entendimento, só pode mesmo é classifica-las como loucura. Mas disse Paulo que
a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens e que ela não lhes trás proveito.

Tudo isso é um assombro para nós, mas diante de Deus é um simples prolongamento do
progredir das humanidades em busca do retorno ao seu Deus, são um padrão de progresso
espiritual no Cosmo, ordenado por Ele para o bem de Seus filhos.

Toffler também discorre sobre a fragmentação e transformação da instituição familiar,


ocorrendo na linha de turbulência entre a Segunda e a Terceira Onda:

“A ruptura familiar atualmente é, de fato, parte da crise geral do industrialismo – a ruína de


todas as instituições criadas pela Segunda Onda. É parte do desbravamento para uma nova sócio-
esfera da Terceira Onda. E é este processo traumático, refletido em nossas vidas pessoais, que está
alterando o sistema familiar até a ponto de não mais o reconhecermos.” (pág. 218)
Mas aqui Toffler não demonstra estar seguro quanto ao destino futuro da instituição familiar
segundo as normas convencionais. Ocorre porém que a preservação da família nos moldes
judaico-cristãos tem sido a preocupação dos governantes, pregadores, sociólogos, e etc. como
fundamento da própria nação.
A posição da Igreja restaurada por Cristo é manifestada por dupla preocupação – a preservação da
família no tempo e depois na eternidade. Por contarmos com a barra firme da profecia é que não
temos dúvidas sobre o modelo familiar que prevalecerá no futuro, a partir da alvorada milenar. Á
despeito de todas as marolas, ondas e maremotos que a inquietação humana produzir, o sistema
ideal familiar concebido por Deus prevalecerá.
A verdadeira e final organização familiar será a mesma sob a qual viveram os patriarcas da
raça que está hoje sobre a terra. Assim como instituído no princípio, será restaurado no fim pelo
mesmo Autor; depois de suportar por um período as experiências malsucedidas dos Seus filhos
em rebeldia, ao fazerem uso do livre-arbítrio.
Tudo aquilo que não houver sido instituído pelo poder e autoridade de Deus (o Sacerdócio) será
destruído:

“... Todos os convênios, contratos, laços, obrigações, votos, promessas, realizações,


conexões, associações ou expectativas que não forem feitos e selados pelo Santo Espírito da
Promessa e por meio daquele que é ungido, tanto para esta vida como para toda a eternidade, e
isso também da maneira mais sagrada, por revelação e mandamento, por intermédio do Meu
Ungido, o qual, na terra para reter esse poder designei..., não terão eficácia, virtude ou vigor
algum na ressurreição dos mortos; nem depois dela, pois todos os contratos que não forem
realizados com esse propósito, têm fim quando os homens morrem.” (D&C 132:7).

Os espíritos foram gerados por seres excelsos, para propósitos grandiosos e determinados,
expressos nas escrituras. Por isso é impossível alcançar suas plenas realizações se forem
conduzidos para objetivos diversos daqueles para os quais foram criados.
A fortaleza das nações terrenas é função da qualidade dos seus indivíduos, e estes da qualidade de
suas famílias. Da mesma forma, a fortaleza das famílias eternas será formada. Pelos alicerces
formados no temporal diante de Deus é que iremos constituir as famílias eternas.

Finalmente, as grandes questões que propomos a todos os que, conscientemente ou não, se


debatem nas Ondas de Toffler são:

- A instituição familiar foi criada para servir os sistemas estabelecidos pelos homens, ou para
cumprir a vontade de Deus, dando geração aos seus filhos, criando-os, educando-os e protegendo?
- São os indivíduos criados para se completar no sistema ou para se realizar na família?
- Deverá a família do feitio judaico-cristão ser transformada para satisfazer as variações e
pressões circunstanciais do momento secular?
- Quando Deus primeiramente organizou as famílias, foi somente para o temporal ou visou
também a eternidade?

Todo o homem que vier a saber por um testemunho revelado do Alto, que a família foi mesmo
criada para a eternidade, não terá quaisquer dificuldades para responder a essas questões. Para os
demais, será impossível responder com qualquer segurança. Mas nós podemos responder com
firmeza que os princípios regedores da organização patriarcal das famílias, são o ideal de Deus
para conduzir os espíritos à plena realização na eternidade. Os homens que aprenderem a praticá-
los na mortalidade, poderão vislumbrar as alegrias que os esperam no porvir eterno.

APÊNDICE 17

A ECONOMIA DE MASSA NO CAPITALISMO E O SISTEMA ECONÔMICO IDEAL

No seu livro Mórmons, the Constitution, and the Host Economy, o professor L.Dwight
Israelsen, economista formado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, apresenta um
interessante estudo comparativo entre os sistemas econômicos modernos e os critérios essenciais
do modelo econômico revelado por Deus ao profeta Joseph Smith.
Neste Apêndice, vamos resumir e comentar algumas partes do extrato do citado livro, chegado às
nossas mãos por cortesia de Mark L. Grover.

O professor Israelsen inicia considerando a importância da Constituição Americana para


permitir desenvolvimentos no sistema econômico e eventualmente alcançar o sistema ideal. Ele
conclui que o sistema capitalista é uma transição que, no devido tempo, evoluirá para um sistema
político-econômico superior.
Diz o professor que a influência da experiência secular pesa muito na forma por que o
homem organiza sua mente para aceitar ou rejeitar e déias que estejam fora dos sistemas vigentes.
Ele considera a forte influência que o pensamento capitalista do século vinte exerce sobre alguns
membros da Igreja (mórmons)
Esse pensamento de alguns mórmons modernos contrasta muito com os pensamentos e
pronunciamentos anticapitalistas expressos oficialmente pela Igreja no século dezenove; e com a
crença de que o sistema econômico comunitário primeiramente tentado pelos membros da Igreja
na década de 1830 será reinstituído do futuro.

Ao analisarmos o livro, neste ponto exato, ocorreu-nos uma questão crucial - Como jamais
se poderia dar a consumação ou o fim de todas as nações da terra, de acordo com as escrituras, se
antes não ruíssem os sustentáculos econômicos dos seus estados-nacionais?
A grande verdade é que a atitude errada de um povo pode tornar inviável qualquer sistema criado
pelo homem, por melhor que ele seja.
Mas como um povo tornaria inviável um sistema econômico divino, uma vez estabelecido? Esse
sistema, para ser estabelecido em plenitude, seria entre um povo viável. Esse povo para tornar-se
viável de suportar o sistema divino teria que ser gradativamente treinado e preparado, como no
passado o foi o povo liderado por Enoque. A ponto daquele povo não poder mais conviver com o
restante dos habitantes da terra e ser levado para outras paragens.

Os sistemas econômicos seculares podem ser erigidos no seio de povos inviáveis em relação
a eles, porque são edificados pelos homens. Mas o sistema divino, uma vez erigido, nunca mais se
poderá tornar inviável, pois o povo que chegar a dele participar, não mais poderá inviabiliza-lo,
porque será um povo santificado. As tentativas de aproximação do sistema ideal podem vir a
acontecer e ruir como já aconteceu no passado. Mas, nos últimos dias, quando Deus der o início à
Ordem Econômca do Milênio, será entre um povo integralmente viável.

No presente não existe ainda nenhum povo pronto para desenvolver o sistema econômico
ideal de Cristo. Os menos inviáveis são os mórmons, mas mesmo eles têm muito a se
transformar.(Arrington, Early Communitariannism, pág. 350-61).
Disse Brigham Young: “Eu estava presente quando veio a revelação para que os irmãos
dessem o sobressalente das suas propriedades nas mãos dos bispos para a edificação de Sião, mas
ainda não conheci um homem que tivesse um simples dólar de sobra na sua propriedade. Não
importa o quanto uma pessoa pudesse ter, ela queria tudo que tinha para si, seus filhos, seus netos
e daí por diante.” (Journal of Discourses, 26 vols.).
Comenta o professor Israelsen:
“A característica vital do capitalismo como sistema de massa – os direitos do uso privado e a
disposição da propriedade; a ausência de controle ou planejamento governamental – foram
consistentemente defendidos pelos mórmons como parte da Constituição inspirada (aceita como
inspirada por Deus).
Brigham Young não procurou eliminar o sistema de mercado ou a nacionalização da
propriedade privada.
... Ao apoiar a manutenção das características básicas do capitalismo, os mórmons estavam
simplesmente garantindo a possibilidade de poder retirar-se do sistema através de estabelecer sua
própria instituição não capitalista.
... Assim Brigham Young e outros líderes da Igreja atacaram as atitudes de egoísmo e cobiça
características do capitalismo. Mas ao mesmo tempo dependiam das características institucionais
básicas do capitalismo para a existência de suas instituições não capitalistas.
... Além as atitudes do capitalismo, os mórmons seguidamente criticavam as características
operantes do sistema – flutuação de preços, competição ruinosa, ciclo de negócios, greves,
desemprego, exploração dos monopólios, pobreza, desigualdade de renda, e concentração de
riqueza – foram todos atribuídos ao capitalismo e então condenados. Esses ataques foram feitos
quase sempre em conjunto e em comparação com o sistema ideal.
... A diferença observada nas atitudes dos mórmons em face do capitalismo, entre os séculos
dezenove e vinte é principalmente diferença na ênfase dada às respostas (do capitalismo) às
mudanças de condição desejadas pelos mórmons, do que diferenças substanciais. No século
dezenove, a principal preocupação era conseguir uma retirada em atitude para combinar com a
retirada institucional que havia tomado lugar com o êxodo mórmon para a região dos lagos... A
ênfase dos ataques, então, era sobre os fracos resultados do capitalismo em relação ao sistema
ideal, e não sobre as forças do capitalismo como um sistema de massa (no aspecto dele,
eventualmente, vir a tentar impedir o estabelecimento de novas instituições dentro do sistema
vigente).

No século vinte a situação é muito diversa. As instituições econômicas, dízimo e programa


de bem-estar, estão bem estabelecidos e bem apoiados. São porém reconhecidamente inferiores à
Lei da Consagração e mordomia que os mórmons crêem será algum dia futuro estabelecida.
... Assim (no século vinte) há uma ênfase sobre as forças básicas do capitalismo como um sistema
de massa, em relação ao socialismo ou outras alternativas, em vez da comparação com o sistema
ideal...
... Tendo sido alguns mórmons ensinados quanto à superioridade do capitalismo como sistema de
massa, começaram a atribuir às instituições capitalistas, tanto quanto às atitudes e características
operacionais do capitalismo, às do sistema ideal. Na minha opinião esta confusão entre o sistema
de massa e o sistema ideal é séria.” (pág. 73, 74 e 75).

No nosso particular julgamento, não será possível a convivência de dois sistemas


econômicos tão diversos num mesmo contexto.
Enquanto reinar o capitalismo selvagem do nosso século, ele mesmo não dará espaço para
qualquer outro de presença significativa.

Somente após a derrocada das nações é que o sistema ideal poderá ganhar o seu momentum
e será estabelecido definitivamente. Daí em diante, e só então, será possível a convivência com
sistemas menores que forem toleráveis diante da justiça daqueles que regerão sobre todos os
demais povos do planeta. Para que o sistema ideal possa prevalecer, será preciso acontecer a
aniquilação física e espiritual dos sistemas estabelecidos pela injustiça do homem; eles só ruirão
através dos julgamentos de Deus. Dentro de nossas presentes condições e perspectivas, o sistema
ideal, por ser um sistema revelado por Deus, em vez de surgido pelas paixões menores do homem,
é ainda um sistema econômico utópico.

Continua o professor mais adiante:


“Pode ser demonstrado que sistemas utópicos, previsivelmente, ver-se-ão em face de sérios
problemas se os protagonistas tomarem suas decisões baseando-se somente no interesse
econômico pessoal. Os tipos de problemas esperados incluem incentivos, distribuição de recursos
e acumulação de capital – de maneira geral, eficiência econômica. Muitos desses problemas são
suficientemente sérios para pôr-me em dúvida se poderiam jamais operar, particularmente no
contexto de um sistema de economia de massa como é o capitalismo. Presumidamente o problema
da competição direta com a economia de massa poderia ser atenuado ao se conseguir auto-
suficiência (para um novo sistema instituído). Mas a auto-suficiência tem um custo dobrado – as
perdas dos ganhos advindos das trocas comerciais e dos ganhos advindos da especialização
disponível através de negócios com a economia de massa vigente. Em contrapartida, pode
também ser demonstrado que a maioria, ou talvez todos os problemas de eficiência nos sistemas
utópicos desapareçam ou sejam grandemente diminuídos se os indivíduos não forem egoístas.
... Se houver uma mudança na natureza do homem, qualquer sistema dará certo; se os indivíduos
não mudarem, nenhum dará.” (págs. 75 e 76)

Vamos passar agora a descrever o que no presente é ainda utopia, mas que o poder da fé nos
autoriza a sonhar; porque sabemos que tudo passará, menos a palavra do Senhor, até que toda ela
se cumpra tanto na terra quanto nos céus:

O SISTEMA ECONÔMICO IDEAL

Conforme considera o professor Israelsen sumariamente na página 65:

1 – As principais metas do sistema econômico ideal são a igualdade econômica, a eliminação da


pobreza e a auto-suficiência da economia do grupo.
2 - Instituições econômicas como a lei de consagração e mordomia, dízimo, cooperativas, a ordem
unida e o plano do bem-estar foram instituídos para expedir a realização dessas metas. Essas
instituições têm uma característica básica comum; todas elas são cooperativas, comunais, ou
comunitárias em vez de serem capitalistas.

3 – O sucesso das instituições é condicionado ao sucesso dos membros em mudar suas atitudes e
comportamento. Eles devem antes desenvolver amor na irmandade, e pôr de lado egoísmo e
preguiça. As instituições então fornecerão uma estrutura na qual as metas divisadas poderão ser
atingidas.

4 – O dízimo e o plano do bem-estar são instituições menores que refletem o nível de preparação
dos membros da Igreja. Eles se devem preparar para algum dia futuro viver a lei mais perfeita da
consagração e mordomia.”

Ao terminar seu estudo comparativo entre os vários sistemas econômicos em curso nos nossos
dias, com as metas propostas no sistema econômico ideal, conclui o professor:
“A análise realizada leva-me a quatro conclusões:

Primeira – De todos os sistemas econômicos, o capitalismo é o que melhor se aproxima do critério


essencial da economia de grandes grupos – ausência de planejamento central e existências de
direitos à propriedade privada.
Segunda – A Constituição (dos USA) ajuda na garantia de que essas condições continuarão a
existir.
Terceira – O capitalismo não é o sistema ideal. As instituições, atitudes, e as características
operantes do sistema ideal são diferentes daquelas do capitalismo (muitas das vezes,
diametralmente opostas).
Quarta – Não houve mudança entre os séculos dezenove e vinte no que concerne ao modo pelo
qual os mórmons enxergam o relacionamento entre Deus, os indivíduos e as instituições." ( pag.
77)

Em complemento a este apêndice, apresentamos abaixo um esquema e descritiva do modelo


econômico ideal, conforme as revelações recebidas por Joseph Smith até onde pudemos entende-
las. O leitor verá que o pensamento do professor Israelsen está de acordo com a apresentação e
descrição deste quadro:
DESCRITIVA DO QUADRO:

A ORDEM ECONÔMICA REVELADA POR DEUS A JOSEPH SMITH

O esquema é um sumário do sistema econômico do Reino de Deus, a Ordem Unida.


Os estudos e interpretações por parte de membros proeminentes da Igreja, também estão aqui
considerados.
Vamos seguir a numeração inscrita no esquema:

1 – A ordem para dar início no sistema partirá de Deus por revelação ao profeta presidente.
Antecipadamente um povo terá sido reunido, treinado e fortalecido pelo Espírito numa
organização capaz de cumprir a ordem do Alto. Essa organização já existe, embora o povo ainda
não esteja devidamente preparado para atender ao chamado da Ordem Unida; é o conjunto
formado pelo Sacerdócio e as organizações Auxiliares da Igreja. Nossos líderes já sabem o como
fazer. No devido tempo o povo estará preparado.

2 – Dada a ordem dos céus, os homens ricos da Igreja (que não são poucos), através de entrevistas
com os milhares de bispos da Igreja em todo o mundo, desempenharão um papel vital (sin ne qua
non) para dar início à Ordem Unida. Os homens ricos da Igreja enriquecerão o tesouro comum das
centenas de milhares de alas da Igreja ao consagrarem seus muitos bens de forma integral. “Os
ricos serão voluntariamente decrescidos para que os pobres sejam acrescidos” – Os ricos se
humilharão diante de Deus para que os pobres possam ser exaltados.
Por esse ato de justiça, obediência e fé em Deus, os ricos serão grandemente acrescidos em bens
espirituais porque “Mais bem aventurado é dar do que receber”.
No sistema da Ordem Unida, com o decorrer do tempo e de praticarem o sistema, os que eram
pobres no início, alcançarão riqueza, e também terão oportunidade de consagrar de sua abastança,
crescendo espiritualmente.
Os sistemas econômicos dos povos não convertidos continuarão a produzir suas limitações e a
gerar carentes temporais e espirituais. Mas os que se deixarem converter pelo Espírito, também
serão feitos ricos nos dois sentidos.

3, 6 e 7 – Os excedentes determinados nas entrevistas periódicas com os bispos (anuais), irão


enriquecer continuamente o Celeiro do Senhor nas centenas de milhares de alas. Os excedentes
desses tesouros comuns das alas serão canalizados para os tesouros comuns dos santos das
Estacas, as quais serão celeiros maiores do Senhor – para tornar ricos os santos das alas mais
carentes no começo da operação do sistema.
“Quem não junta com o Senhor, espalha”.

4 – O Celeiro do Senhor nas alas será enriquecido de acordo com o desenvolvimento imprimido
pelos santos às suas mordomias individuais e/ou coletivas; como nas grandes cooperativas e
corporações.
Os tipos de mordomia e seus valores confiados aos santos serão grandemente variados – de
acordo com as habilidades e capacidade demonstradas individualmente. Cada Celeiro do Senhor
nas alas é um seguro individual e coletivo para os santos de cada uma das alas. E o Celeiro do
Senhor nas estacas, será um resseguro para as alas, da mesma forma que o Celeiro do Senhor nas
Regiões será um resseguro para as estacas envolvidas.
Em todos os casos de perdas extraordinárias, por calamidades naturais eventuais (julgamos que
serão poucas a partir de determinado tempo do Milênio da Paz), recursos poderão ser solicitados e
imediatamente atendidos pelos bispos; para restaurar a condição da última entrevista a todos os
atingidos.
No sistema econômico de Deus, nenhum santo será levado à pobreza e aflição decorrentes de
situações imprevistas.
No sistema econômico do Reino, os bispos serão instrumentos de Deus, investidos de grande
poder temporal; verdadeiros reis justos dentro de suas mordomias geográficas, digamos para
exemplo seja de cinqüenta quilômetros quadrados. O Senhor é um Rei, mas trabalha por seus
súditos mais do que eles por Ele. Assim será o bispo para seus irmãos.

5, 8 e 9 – São auto-elucidativos.

O verdadeiro conhecimento de Deus e a força proveniente da presença de Seu Espírito em


intensidade ainda não experimentada coletivamente pelo povo são o que darão capacidade aos
santos de tornar exeqüível o sistema, passo a passo.
Mas, a despeito da grandiosidade dessas coisas, mesmo no decorrer do Milênio, haverá homens
que não suportarão viver sob a lei da consagração; eles se manterão de fora do sistema econômico
de Deus, mas farão transações comerciais e acordos com os santos.
Esses serão homens justos segundo o mundo, mas não inteiramente justos segundo Deus. Por isso,
mesmo assim, sua presença no planeta será tolerada por Ele durante um tempo.
Os ladrões, homicidas, corruptos, adúlteros e mentirosos; enfim, todos os praticantes de grossa
iniqüidade, já terão sido varridos da terra pelos julgamentos dos últimos dias; para tornar viável a
paz no Milênio.
Obviamente, se algum dos participantes das bênçãos paradisíacas do Milênio, vier a cometer um
daqueles crimes que desqualificaram as multidões para permanecer no planeta, será julgado,
condenado e morto... Para que sua iniqüidade não contamine a paz milenar.
Os crimes de corrupção e malversação das coisas de propriedade comum com intento doloso,
serão passíveis da pena de morte.
Em Atos dos Apóstolos 4: 32-37 e 5: 1-11, vemos um exemplo do rigor da lei para aqueles que
voluntariamente aceitam viver o sistema econômico de Deus e depois tentam fraudar o Espírito
Santo.

“VÓS SOIS CHAMADOS PARA EFETUAR A REUNIÃO DOS MEUS ELEITOS; POIS OS
MEUS ELEITOS OUVEM A MINHA VOZ E NÃO ENDURECEM SEUS CORAÇÕES;
PORTANTO O PAI DECRETOU QUE SERÃO REUNIDOS NUM MESMO LUGAR SOBRE
A FACE DA TERRA, PARA PREPARAR SEUS CORAÇÕES E PARA QUE ESTEJAM
PREPARADOS EM TUDO PARA O DIA EM QUE TRIBULAÇÕES E DESOLAÇÕES
VIRÃO SOBRE OS INÍQUOS. POIS A HORA ESTÁ PERTO E SE APROXIMA O DIA EM
QUE A TERRA ESTARÁ MADURA; E TODOS OS SOBERBOS E OS QUE OBRAM
INIQÜIDADE SERÃO COMO O RESTOLHO; E EU OS QUEIMAREI, DIZ O SENHOR DOS
EXÉRCITOS, PARA QUE NÃO HAJA INIQÜIDADE SOBRE A TERRA; POIS A HORA
ESTÁ PERTO E AQUILO QUE FOI DITO PELOS MEUS APÓSTOLOS DEVE SER
CUMPRIDO; POIS COMO FALARAM, ASSIM HÁ DE ACONTECER; POIS DO CÉU EU
ME REVELAREI COM PODER E GRANDE GLÓRIA, COM TODAS AS SUAS HOSTES, E
COM JUSTIÇA HABITAREI COM OS HOMENS NA TERRA POR MIL ANOS, E OS
INÍQUOS NÃO PERMANECERÃO.” (D&C 29: 7-11)

APÊNDICE 18

PERSPECTIVA PANORÂMICA DOS TEMAS ABORDADOS

Na primeira edição deste livro foram elaborados vários quadros esquemáticos acompanhados
de descritivas. Nesta edição porém alguns quadros serão eliminados e conservados apenas os
textos descritivos, adaptados à nova situação. Exceção feita aos três quadros esquemáticos aqui
apresentados, referentes às revelações recebidas por Joseph Smith no concernente ao Modelo
Econômico Ideal que será vivido no Milênio da Paz pelos membros d´A igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias; ao Plano de Salvação e aos Acontecimentos Cruciais dos Últimos Dias.

O objetivo deste Apêndice final é dar uma idéia geral sintetizada e correlacionada com as
ações de Deus em relação aos homens neste planeta; para que o leitor possa exercer visão
abrangente e situar melhor o seu momento de vida em relação às gerações passadas, presente e
futuras. Ter uma melhor idéia do seu relacionamento com Deus e do Seu Plano de Progresso
Eterno para Suas criaturas.
Vai aqui nosso esforço final para transmitir o esclarecimento que recebemos ao freqüentar as
aulas do sacerdócio e estudar incontáveis livros publicados sobre o Evangelho de Jesus Cristo ao
lado dos livros canônicos aceitos pela Igreja durante esses últimos trinta e três anos. Temos plena
consciência de não poder converter ninguém. Mas cremos poder convencer a alguns da
veracidade da mensagem geral recebida pelo profeta Joseph Smith; da mesma forma que fomos
convencidos a mais que trinta anos passados.
Há um passo muito grande entre o convencer-se e o converter-se. Qualquer homem de
sensibilidade espiritual, honesto e curioso de saber sobre as coisas de Deus, uma vez disponha das
informações necessárias, pode encontrar e convencer-se da verdade daquilo que busca; porque
“Aquele que procura acha”. Mas é preciso bater com poder espiritual para que lhe seja aberta a
porta da conversão; porque não é com espírito leviano que se obtém de Deus qualquer coisa. Ao
dirigir-se aos homens através de seus profetas, Deus falou pelo Espírito, palavras poderosas que
saíram da mente de Cristo:

“E agora, meus queridos irmãos, e também vós outros judeus, e todos os extremos da terra,
ouvi estas palavras e acreditai em Cristo.... Se acreditares em Cristo, acreditareis nestas palavras;
porque são as palavras de Cristo; Ele m´as deu e elas ensinam que todos os homens devem fazer o
bem. E se não forem as palavras de Cristo, julgai, porque no último dia Cristo vos mostrará, com
poder e glória, que são suas palavras, e vós e eu estaremos face a face ante o seu tribunal e
sabereis que ele mandou escrever estas palavras, apesar de minha fraqueza. Porque o que eu selo
na terra será apresentado contra vós no tribunal de julgamento.
... Trarei esta parte do meu Evangelho ao conhecimento do meu povo.
Eis que não a trago para destruir aquilo que receberam, mas para acresce-lo. Mas os que não me
temem, nem guardam meus mandamentos, mas edificam igrejas com o fito de lucro, sim, e todos
os que praticam iniqüidades e edificam o reino do diabo – sim, na verdade, na verdade te digo são
eles os que inquietarei e farei tremer-lhes até as entranhas” (2 Né 33:10, 11, 15; D&C 45: 49-50;
D&C 10: 52-56)

A SALVAÇÃO DA RAÇA ADÂMICA

Trataremos aqui apenas da salvação dos seres que aqui viveram, vivem e viverão através da
semente corporal de Adão. Assim, nossos horizontes descritivos estarão limitados ao que Deus
houve por bem revelar à raça adâmica, e só! O resto é mera especulação e teoria, nada provado
com absoluta certeza, por mais bonita e inteligente que nos pareçam as elucubrações científicas do
mundo, quando elas estiverem contra a palavra revelada, nós as rejeitaremos.
Na metodologia que Deus estabeleceu para alcançarmos entendimento das coisas universais, no
que diz respeito à nossa presença neste planeta, Ele previu o sistema de revelações comunicadas a
profetas preordenados. E inspirou muitas mentes brilhantes para buscar entendimento nos
elementos formadores do planeta e dos sistemas estelares. Deus estava ciente dos conflitos que
surgiriam em face das descobertas científicas quando postas em confronto com as palavras
planejadamente usadas por Ele nas revelações aos profetas – “Eis que as repito a ti, e elas são
verdadeiras segundo a minha vontade”, disse Deus ao profeta Joseph Smith quando restaurou as
palavras anteriormente dadas ao profeta Moisés.
Entendemos dessas palavras que: Ele usou, usa e usará palavras figurativas para referir-se a
alguns fatos de que não quer falar abertamente, mas que “segundo a Sua vontade” são
verdadeiros.
Com esse impasse Ele pode provar a fé que os homens têm na Sua palavra.
É mais fácil duvidar delas do que descrer das “evidências” científicas descobertas quando
nos parecem ir contra as revelações de Deus aos profetas.

Adão (a despeito dos cromagnons e neanderthals da ciência) foi o primeiro profeta mortal de
nossa raça, ele recebeu a plenitude do Evangelho, aprendeu de Deus integralmente o Plano de
Salvação (a despeito das teorias da linguagem da ciência) e esmerou-se em instruir seus filhos, os
quais encheram a superfície da terra durante os quase mil anos da vida do grande patriarca (a
despeito da incredulidade científica dessa possibilidade). Como contemporâneos de Adão e após
ele, viveram muitos profetas proeminentes até o primeiro advento do Messias. A Bíblia e outros
livros presentemente perdidos, contam os feitos de todos eles.
Nos termos estabelecidos por Deus para a salvação dos homens, Ele propôs convênios aos
patriarcas, os quais os aceitaram e receberam as promessas de bênçãos e de maldições, para eles e
sua posteridade, condicionadas à obediência ou à desobediência aos mandamentos.
A posteridade dos patriarcas ficou ligada a esses convênios no tempo e no espaço,
conscientemente ou não, pois a palavra de Deus não pode ser frustrada. Por isso, o Altíssimo, em
zelo por Seu nome, tem que restaurar esse conhecimento às sucessivas gerações. O que requer as
revelações da plenitude do Evangelho quando ele é perdido nas apostasias que se sucedem.
Nós somos a posteridade dos patriarcas. O Livro de Mórmon nos foi revelado para nos
lembrar disso agora nos últimos dias.
Há passagens verdadeiramente notáveis e que o mundo moderno não crê terem acontecido. A
ciência procura explicações que preencham a lacuna no entendimento causada pela falta de fé.
Mas a transladação da cidade de Enoque, conhecida como Sião naquele tempo bíblico, demonstra
que o desejo de Deus é levar o homem a um estado superior de vida, através de erguer uma Sião
na terra.
As coisas foram acontecendo e para pior com o restante do povo da terra. Até que o cálice de
indignação chegou a ponto de transborde, e Deus mandou o dilúvio. Depois, quando novamente a
população da terra cresceu, os homens continuaram a desafiar os céus. Continuaram a
desobedecer ao mandamento de se multiplicar para encher a terra com a medida do homem. Com
a tola idéia de frustrar o castigo de um novo dilúvio construíram a célebre Torre de Babel. A
resposta de Deus foi a grande separação das terras nos dias de Peleg seguida da dispersão do povo
pela confusão das línguas.

Dessa época longínqua, o Livro de Mórmon nos fala de um povo liderado pelo profeta Jared,
o qual foi disperso sendo trazido para o Ocidente por providência divina. A cada chamado desses
grandes profetas, houve um pequeno período de luz, mas logo seguido por um período de
escuridão conhecido como apostasia.
De Adão passando por Enoque, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e os apóstolos até o chamado de
Joseph Smith, houve seis desses períodos negros de apostasia. Mas o maior de todos eles
aconteceu quase imediatamente depois do desaparecimento do último dos apóstolos de Cristo,
João, o evangelista. Esse último período de trevas espirituais é conhecido como a Grande
Apostasia, o qual durou aproximadamente do ano 100 de nossa era até 1820, quando o Pai e o
Filho apareceram a Joseph Smith numa visão gloriosa para inaugurar a sétima e última
dispensação do Evangelho à terra.
Nesse período final temos a garantia revelada de que não mais haverá apostasia. Desta vez
Cristo estabelecerá definitivamente o Seu Reino porque o reino do mundo será expurgado da
terra.

Cabe agora esclarecer a origem dos povos americanos, produtos das dispersões comandadas
por Deus, que receberam o Evangelho de Jesus Cristo:
Numa daquelas dispersões passadas, logo depois da confusão das línguas no tempo da Torre
de Babel, um grupo de pessoas partiu para o Ocidente atravessando o Oceano Pacífico. Jared era
seu líder, ele foi guiado por Deus para uma terra prometida – as Américas.
Mais tarde, seiscentos anos antes de Cristo, outra colônia liderada por Lehi partiu da Palestina
com destino à sua terra prometida nas Américas. Quando a segunda colônia de israelitas chegou, o
povo gerado pela colônia de Jared já estava extinto por julgamentos de Deus. A colônia de Lehi
formou um grande povo nas Américas, mas eles foram quase totalmente eliminados pelas mesmas
causas que eliminaram os jareditas.
O Livro de Mórmon conta parte da história desses povos; para que o homem moderno
entenda que Deus cuida de todos os filhos dispersos e fala a todos eles em quaisquer partes da
terra que os tenha dispersado. Quando o homem compreender isso, conhecerá melhor o seu Deus
e Seu Plano; não será mais por Ele classificado como tolo nas palavras candentes do Livro de
Mórmon.
O relacionamento de Deus com os homens, descrito na Bíblia do Velho Testamento, trata
principalmente das ações de Deus com referência a um povo peculiar que Ele escolheu para
conduzir no seio de inúmeros outros povos vivendo no Hemisfério Oriental.
Ao criar colônias desse mesmo povo no Hemisfério Ocidental por efeito das dispersões
ordenadas, esse relacionamento continuou a ser descrito por profetas levantados nas Américas.
Essa é a razão da existência do Livro de Mórmon.

CURIOSIDADE

Precedendo a primeira vinda de Cristo no Oriente, houve uma série de profetas precursores – de
Elias a João Batista (dezenove deles em minhas contas).
Precedendo a primeira vinda de Cristo no Ocidente contamos dez profetas – De Lehi até o
Terceiro Nefi.
Agora, nos nossos dias, precedendo a segunda vinda de Cristo, já temos quinze profetas – de
Joseph Smith ao presidente Hinkley.

____________________________

Enquanto a Igreja era desmantelada no Hemisfério Oriental, no Ocidental ela ainda subsistiu
entre os Nefitas, começando a declinar até a completa destruição a partir do ano 200 da nossa era.
Seu último vestígio foi quando Moroni escondeu os anais sagrados num outeiro chamado
Cumorah no ano 421, na região onde estaria mais tarde o Estado de Nova York.. Moroni, como o
último guardião do Livro na mortalidade, manteve sua mordomia na imortalidade. Foi ele mesmo
quem entregou o Livro em placas a Joseph Smith no ano de 1827.
Enquanto esse livro permaneceu oculto no Hemisfério Ocidental pela vontade de Deus (de
421 DC ao nosso ano de 1827), no Hemisfério Oriental a corrupção da sã doutrina revelada por
Cristo e Seus apóstolos foi crescendo gradualmente, até mergulhar os povos de lá numa enorme
escuridão espiritual. Quem desejar fazer uma idéia melhor dessa queda leia o Capítulo 40 da obra
de James E. Talmage, Jesus, O Cristo, publicado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias.
Podem ter havido outras migrações para as Américas, mas o Livro de Mórmon só trata do
relacionamento de Deus com os descendentes de Lehi e de Ismael, que eram israelitas. Por isso, a
maioria dos índios aqui encontrada pelos descobridores era descendentes daqueles israelitas
dispersos. Os índios americanos, do norte e do sul, são em sua maioria filhos de Israel, israelitas
pura e simplesmente, herdeiros das promessas feitas aos patriarcas. Massacrados, pisados e
aprisionados em reservas pelos gentios, mas que serão restaurados ao conhecimento de seus pais
(os patriarcas) e do Seu Deus; para serem salvos como os herdeiros das promessas. Para isso nos
foi enviado o Livro de Mórmon.
No Oriente, o castigo dos israelitas rebeldes foi cativeiro sob os povos gentios e dispersão
por todos os cantos da terra. No Ocidente, o castigo foi a eliminação dos que vieram com Jared e a
quase extinção completa dos que vieram com Lehi. Mas nesse último caso, Deus não quis destruir
a todos; se o fizesse, como iria cumprir as promessas feitas aos patriarcas para a sua
descendência?

O objeto da Restauração de todas as coisas em decurso agora nos nossos dias, é restituir
todas as coisas organizadas por Deus ao seu estado original. Se no princípio o estado da terra era
paradisíaco, é a esse mesmo estado que ela deverá ser restaurada.
É por isso que as terras separadas no tempo de Peleg serão novamente reunidas antes do início do
Milênio profético.- O leito do Oceano Atlântico será elevado devido a um gigantesco terremoto; o
povo disperso será também reunido e conduzido às terras designadas como herança perpétua – Os
judeus para Jerusalém e os demais israelitas para os seus quinhões da herança na Palestina. Os
gentios convertidos, como herdeiros por adoção na linhagem de Abraão terão suas heranças nas
Américas com a capital na Nova Jerusalém, a ser construída em breve em Jackson County,
Missouri.

Mas o ato final de coligação envolverá prodígios ainda mais assombrosos quando forem
reunidos ao planeta todos os pedaços que lhe foram retirados e os povos de Enoque, de
Melquisedeque que estão no espaço exterior aguardando a ordem para descer, pois é na terra
glorificada que estarão suas heranças. Essa é, pois, a razão da coligação de Israel nos Últimos
Dias e o porquê do Livro de Mórmon ter sido guardado para aparecer nestes dias. Esse Livro veio
para promover primeiro a reunião espiritual do povo, dando oportunidade aos gentios de ganhar a
herança de Abraão por adoção, em preâmbulo da coligação final de Israel para reinar com Cristo
no Milênio.

Antes da queda física e espiritual, Adão era imortal. A restauração de todas as coisas
demanda que ele e toda sua geração sejam feita imortal. Por isso Cristo veio abrir o caminho da
ressurreição geral. A ressurreição é parte da grande coligação de Israel para restaurar a glória
preexistente, mas num estado mais avançado da existência dos espíritos, nos mundos glorificados
do porvir magnífico.
Essa é a qualidade de nossa esperança em Cristo. Ela não se resume nas coisas deste mundo,
mas extrapola o tempo e nos conduz ao progresso eterno no infinito.

ACONTECIMENTOS CRUCIAIS DOS ÚLTIMOS DIAS:

O quadro abaixo deve ser analisado pelos setores convencionados - AB - BC e CD.


Na parte de baixo do quadro há outros três setores - primeiro, segundo e terceiro períodos.
Eles correspondem aproximadamente aos setores AB, BC e CD. Há um quarto período, quando o
Evangelho Restaurado será pregado a toda a humanidade.
Os eventos mundiais esperados para acontecer dentro desses períodos e setores, estão
verticalmente dispostos.
A linha em diagonal descendo e partindo de A, representa a derrocada gradual do poder dos
reinos do mundo.
Ela vai ao encontro da linha diagonal que sobe, a partir da restauração do sacerdócio e d´A
Igreja de Jesus Cristo.
O ponto de encontro representa o desfecho da Batalha do Armagedon, com a vitória de
Cristo sobre os poderes do mundo.
Além desse ponto da Batalha, a diagonal continua subindo até D, representando o encontro
entre a Sião terrena e a Sião Celeste.
As escrituras citadas são todas pertinentes a cada setor e período.
Vamos iniciar com a restauração da Igreja de Jesus Cristo.
Em 1820, 1823 e 1827 eventos de incomensurável importância aconteceram, mas
desapercebidos do mundo: A abertura dos céus para novas revelações de Deus à humanidade da
terra. Estava sendo encerrada a grande noite de espessas trevas que já durava 1900 anos no
Hemisfério Oriental e 1.400 anos no Ocidental.
Este novo período da vida humana neste planeta é o princípio do fim da Grande Babilônia
Mundial – significando o conjunto das nações, tribos, línguas e povos, com suas crenças,
filosofias, religiões, sistemas e tudo enfim organizado pelo homem, mas que não é para servir a
Deus como Ele quer ser servido.
É o período designado nos céus para o restabelecimento dos alicerces do Reino de Deus na
terra – A Igreja de Jesus Cristo, com todas as chaves de poder do Sacerdócio para cumprir todas
as etapas necessárias em preparação para a segunda vinda de Cristo para assumir o governo da
terra de acordo com as escrituras.
É um período de recrudescimento das guerras entre os povos, conflitos generalizados entre
nações e de fermentações internas.
Enormes descontentamentos, inconformismos, contestações e reivindicações de todos os
tipos.

O efeito final da grande confusão mundial criada pelo crescimento populacional, velocidade
das informações e perda dos valores morais entre os homens. Os povos espoliados tomam
consciência das injustiças que sofrem e reagem com atos desesperados e insuflados de ódio por
seus líderes.
Esse período marca o termo de vida para os governos de força que oprimem seus povos pelas
armas e pelas falsas filosofias políticas e religiosas; preparando o terreno para a marcha dos
missionários na pregação do Evangelho Restaurado em todas as nações da terra. O Comunismo
Soviético era a maior e mais poderosa ditadura da terra quando a primeira edição deste livro foi
lançada em 1983. Este autor, baseando-se em profecias e comentários, disse que o sistema
soviético seria derrubado pela força após a terceira guerra mundial. Mas ele foi derrubado ao
terminar a década de 80 por método muito mais econômico do que uma guerra mundial. A
Economia soviética fracassada derrubou o comunismo sem ser necessário usar mísseis ou bombas
atômicas. Ainda restam o comunismo Chinês e o Cubano; no devido tempo eles cairão.
Os totalitarismos menores dos últimos dias – Alemanha nazista, Itália fascista, Japão
Imperial, caíram todos na segunda guerra mundial. Deus deixou que eles procurassem sua própria
ruína. Atacaram primeiro e, aparentemente venceriam. Mas o Espírito levantou o ânimo das
nações menos injustas, deu-lhes inteligência e determinação. Inspirou-os nas decisões de combate
e desamparou aquelas nações que mais prejudicariam Seu Plano de Salvação. Esse período de
guerras ainda tem muitas surpresas e reviravoltas, os amigos de hoje poderão ser os inimigos de
amanhã.
Chegará também a hora do capitalismo injusto do século ser peneirado por revoluções e caos
intestinos nos Estados Unidos e na Europa. O resto das nações dos gentios será arrastada e
arrasada economicamente no mesmo processo. Porque a esse tempo todas essas nações terão
caracterizado sua rejeição ao chamamento de Deus ao arrependimento e à aceitação do Evangelho
Restaurado. A cegueira espiritual, os preconceitos e grossa ignorância dessas nações gentias terá
jogado fora as advertências de Deus pelo profeta designado para esta geração – Joseph Smith – e
elas estarão prontas para receber a recompensa do mestre que escolheram – o diabo.

O fim desse período caótico está marcado pela terceira guerra mundial. Uma guerra terrível
que terá o poder de abalar definitivamente todas as fundações onde estão alicerçados os sistemas
da Grande Babilônia Mundial; para que se complete o decreto do Altíssimo – o fim de todas as
nações da terra.
As escrituras modernas dizem claramente que só em Sião haverá salvação e que aqueles que
não forem capazes de levantar a espada contra seus irmãos devem fugir para Sião.
A palavra sintética da profecia dada a Joseph Smith em 1832 ao falar das guerras que se
sucederiam a começar pela Guerra da Secessão nos USA, engloba todas as demais até a terceira
guerra mundial e a guerra do Armagedon; antecedendo imediatamente à abertura profética do
Milênio da Paz, marcada pela descida de Cristo no Monte das Oliveiras para esmagar os exércitos
do mundo que procurarem destruir por completo os judeus restantes, cercados em Jerusalém. (ver
D&C 87: 4).
A humanidade moderna, em ignorância dos caminhos de Deus, criou os palcos para os atos
das últimas grandes guerras – Guerra Civil nos USA, Primeira e Segunda Guerra Mundial;
respectivamente em 1861, 1914 e 1939. A despeito de todos os sofrimentos decorrentes, a
humanidade continua a ignorar os caminhos de Deus, por isso, a terceira Grande Guerra está às
portas.
O fundamento do mal é ignorar os mandamentos de Deus, seja consciente ou inconscientemente,
mas traduz-se sempre em termos econômicos. Note-se que o fundamento da salvação temporal
das sociedades é basicamente econômico, mas será baseado em princípios espirituais. Se for
baseado em princípios carnais dará no que nosso mundo deu, dá e dará no futuro até ser destruído
por eu próprio sangue contaminado.
Entre muitas outras coisas, o que fará a diferença na salvação temporal da humanidade será
na administração da economia num sistema econômico ideal – na produção, armazenamento e
distribuição dos bens e mordomias; sobretudo no espírito de consagração de todos os seus bens
por parte dos homens preparados para participar do sistema econômico teocrático do Milênio.
Por efeito da restauração do Evangelho do Reino, esses homens vêm sendo arregimentados e
preparados temporal e espiritualmente na Igreja. É a profetizada reunião de Israel nos últimos
dias, o chamado para preparara grande coligação, para tornar um povo apto a receber e governar
a terra com Cristo no Milênio.
Esse trabalho se desenvolve paralelamente no mundo dos espíritos adjacente, em preparação
dos espíritos dos mortos que lá habitam e que serão levantados com os que farão parte da primeira
ressurreição. A morte não terá poder para mudar um milímetro sequer na disposição dessas coisas
– saímos do tempo pela morte, mas continuamos sujeitos ao mesmo sistema da justiça divina.
O toque de clarim chamando todos os povos (gentios, pagãos e judeus) à reunião de Israel
começou a soar quando o anjo Moroni entregou as placas nefitas a Joseph Smith no monte
Cumorah em 1927. (ver o capítulo 12 de “Uma Obra Maravilhosa e Um Assombro”, de LeGrand
Richards, e “O Caminho da Perfeição”, de Joseph Fielding Smith, editados pela Igreja).Há outro
trabalho importante que os estudiosos não deverão deixar de estudar – o capítulo 18 de “Regras de
Fé”, de James E. Talmage.
O trabalho missionário é dirigido primeiramente aos povos gentios. Para recolher entre eles, tanto
os que têm no sangue a semente literal de Abraão – através dos seus ascendentes ligados
genealogicamente aos dispersados das tribos de Israel pelo mundo todo - quanto os que serão
feitos herdeiros das promessas feitas ao patriarca, por adoção. Aqueles entre os gentios que,
mesmo sem serem descendentes literais de Abraão, recebem de todo coração o mesmo Evangelho
e convênios aceitos pelo grande patriarca.

A PLENITUDE DAS OPORTUNIDADES DADAS AOS POVOS GENTIOS

Acabamos de descrever os trabalhos missionários do primeiro período, o trabalho dirigido às


nações originadas da colonização greco-romana, os gentios. Aqueles que se intitulam cristãos
entre os povos da terra; mas cujo cristianismo está eivado de erros das tradições apóstatas dos
séculos. Deus declara que os rejeitará se não aceitarem o Seu convite mudando seu estado
presente. Foi um período pelo qual a Igreja passou por provações dificílimas, sob a perseguição
dos gentios, nos primeiros 100 anos de sua implantação na terra.
O final das oportunidades dadas por Deus aos povos gentios para aceitar o Evangelho
Restaurado, terminará aproximadamente com a eclosão da terceira guerra mundial; quando os
missionários espalhados pelo mundo dos gentios serão chamados de volta aos seus países. Após o
recolhimento de Sua força de élderes à segurança, Deus permitirá que os gentios multipliquem a
própria desgraça. Ele os desamparará, deixando que a fúria dos elementos pregue o sermão de Sua
indignação (ver D&C 88: 97-91).
Ao ser retirado o Espírito equilibrador que ajuda o homem a controlar a besta carnal, então, o
espírito do diabo ganhará desmedida força entre os gentios. Eles promoverão a autodestruição. Só
escaparão os que fugirem para Sião.

A saúde física, mental e espiritual das nações da terra, coletivamente falando, já está em
estado precário; pela carnalidade incontrolada, o desprezo pelos valores familiares tradicionais; os
vícios degradantes da civilização desgraçam as multidões – drogas, fumo e álcool avassalam
centenas de milhões entre os gentios.
O descuido permissivo dos governos em nossos dias é o escândalo do século. Consentem que
suas nações sejam contaminadas nos seus indivíduos em nome de uma liberdade de escolha falsa.
Porque verdadeiramente não trabalham para dar chance de que seus cidadãos escolham melhor,
submetidos que os mantêm sob propaganda enganosa de slogans e anúncios comerciais. Lançam
sua juventude para os vícios destruidores do fumo e do álcool em inconseqüência criminosa.Hoje
a terra tornou-se um planeta maldito por causa dos seus moradores. Os governos não mostram a
verdade, corajosa e ostensivamente; com medo de prejudicar as indústrias que prosperam da
miséria mental e física dos povos. Nosso mundo afasta-se aceleradamente dos propósitos para os
quais fomos criados. Deus nos convida ao arrependimento. Se não o exercermos, Ele avisa que
destruirá o mundo atual da mesma forma que já o fez no passado com outros povos rebeldes.

As guerras citadas no primeiro período acima descrito têm o propósito de dar aos povos
oprimidos por governos inimigos do exercício da liberdade de consciência, a capacidade de
autodeterminação. Já no segundo período, as guerras desencadearão conseqüências mais
profundas nas estruturas nacionais dos povos gentios. Serão guerras intestinas de destruição total.
Esse terrível flagelo acontecerá às nações gentias porque terão definitivamente rejeitado a
mensagem de Deus por Seus missionários (a despeito de muitos terem recebido a mensagem de
outros missionários das inúmeras Igrejas falsas do mundo).
Os gentios serão levados em massa para o mundo dos espíritos, lá aprenderão a pôr em sujeição
os seus espíritos em preparação para uma salvação melhor, embora menor do que aquela
desprezada por sua rejeição ao Evangelho Restaurado na mortalidade.

O ÊXODO DOS JUDEUS PARA A PALESTINA CRESCERÁ

Terminada a missão aos gentios, começará o chamado dos judeus nos últimos dias. Após a
guerra do Armagedon e ainda na abertura do Milênio, acontecerá a missão final a toda a
humanidade que restar dos julgamentos que se abaterão sobre o mundo.
O poder do comunismo já terá ruído na etapa anterior. Agora será a vez do capitalismo mundial,
coincidindo com o colapso do governo nos USA, exaurido pela terceira guerra mundial e a
terrível guerra civil em conseqüência do caos econômico.
O colapso Americano estará ligado ao colapso da Europa. Milhões de pessoas entenderão que a
salvação estará em Lago Salgado, ao abrigo das Montanhas Rochosas.Lá estará o único sistema
administrativo capaz de dar segurança ao povo no seu território.
O êxodo dos judeus aumentará muito para a Palestina nesses dias caóticos. Por todo o conjunto de
circunstâncias desenvolvidas, eles serão impelidos para lá. Mesmo sem ainda crer em Jesus, eles
esperarão a chegada do Messias segundo as tradições do judaísmo.
Os judeus concentrarão seu ouro e bens na Palestina, despojando as nações gentias.
Momentaneamente, haverá grande prosperidade entre os judeus lá reunidos. Eles serão liderados
por um homem de grande envergadura espiritual de nome David, o qual terá seu governo pelo
Milênio adentro sob a direção de Cristo. Mas antes da segunda vinda de Cristo, a prosperidade
dos judeus atiçará inveja e cobiça entre os povos em volta; somando-se ao receio da força
crescente dos judeus lá instalados. Com isso estará formado o palco para a batalha final – Onde
Deus decidiu marcar o encontro literal da Sua Milícia com os exércitos da terra que Lhe são
adversos.
Nesta condição finalíssima é que começará o recolhimento dos membros justos da Igreja para
Lago Salgado, vindos de todas as partes do mundo. Mas muitos gentios, mesmo sem crerem na
Igreja, fugirão também para lá por conta própria ao ouvirem dizer da segurança existente em Sião.

Será um período de gigantesco esforço da Igreja, quando o poder político do Reino de Deus
começará a ser reconhecido pelas nações em derrocada. É nesse tempo que será iniciada a
construção da Nova Jerusalém e do seu templo – onde Cristo aparecerá e lançará um escudo
protetor, como se fora uma tenda gigantesca contra a procela e a chuva. Multidões estariam ao
desabrigo, não fosse essa providência (ver Isaías 4: 5 e 6).
O mesmo acontecerá na Velha Jerusalém, após a batalha do Armagedon. O escudo também
protegerá contra ataque de armas terrenas, convencionais ou atômicas.
Os gentios convertidos, mais os componentes das dez tribos perdidas do norte e os lamanitas,
convertidos em massa pelo esforço missionário desse período - o da Missão à Casa de Israel - é
que unirão suas forças e habilidades para construir a Nova Jerusalém e o templo. Nesse período,
Cristo aparecerá localizadamente por três vezes sucessivas – no templo da Nova Jerusalém, num
grande Conselho em Adam-Ondi- Ahman (localidade específica no estado do Missouri, USA;
poucas pessoas no mundo saberão desse evento preparatório para a segunda vinda de Cristo) e
depois na batalha do Armagedon. Nessa batalha Cristo dará um fim no poder e no orgulho das
nações esmagando seus exércitos com fogo, chuva de pedras e terremoto (ver Joel 2: 10, 31; 3:
12-15; Apoc 6: 12-14; D&C 29: 14-20).
A descida de Cristo no Monte das Oliveiras produzirá um impacto tão grande entre os
judeus, que a tradicional incredulidade em relação ao Senhor Jesus Cristo, será transformada na
mais profunda devoção. Os judeus abraçarão a causa do Senhor com todo seu poder, mente e
força. Os 144.000 sumo-sacerdotes citados em Apoc 7: 1-8 e D&C 77: 7-11) exercerão seus
chamados entre os perigos das guerras, epidemias, fome e peste. Nada do mal lhes sucederá
porque estarão selados pelo poder de Deus (imunizados e escudados contra quaisquer males). Eles
irão avante para reunir os judeus que ainda estiverem dispersos e levar as dez tribos perdidas para
a Palestina, após elas terem ajudado na construção da Nova Jerusalém. (ver D&C 57: 1,15; 84: 4).

Após a dispersão pelos babilônios em 587 antes de Cristo, o destino dessas tribos perdidas
tem sido um grande mistério. Na primeira edição deste livro, escrevemos algumas deduções que
entendemos ao estudar D&C 133: 26 e 27, muitas águas rolaram desde então. Hoje nosso
entendimento é um pouco diferente, por algumas informações extras recebidas. Cremos hoje que
essas tribos tiveram dois diferentes destinos. O primeiro foi que parte das tribos perdeu sua
identidade genealógica pela miscigenação com as nações do norte da terra mesmo. Outra parte das
tribos foi conduzida por Deus para o Norte da Terra (planeta Terra) e que até hoje está no espaço
exterior aguardando a ordem para reunir-se e coligar-se ao povo de Deus na terra,
semelhantemente ao que se dará como povo de Enoque, vivendo no espaço exterior desde a
transladação de Sião lá para o ano 3.000 antes de Cristo.

Pouco tempo depois da batalha do Armagedon acontecerão os eventos magistrais


relacionados com a segunda vinda propriamente dita, quando todos os demais povos da terra já
houverem sido suficientemente alertados e instruídos.
Na segunda vinda, na acepção plena do termo, Cristo desvendará seu rosto diante de toda a
humanidade a um só tempo; quando promoverá a esperada união entre o Reino de Deus na terra
com o Reino de Deus vindo do céu. Porque os que estão no espaço exterior são todos pertencentes
ao Reino de Deus ou A Igreja de Jesus Cristo, fundada entre eles no tempo de sua provação
mortal. Eles vêm reunir-se a nós para recebermos todos as nossas heranças conquistadas no
temporal. Só após a segunda vinda de Cristo é que o Reino Milenar será plenamente consolidado
e estabelecido sua supremacia sobre todos os povos.
Sobre a partilha de terras para distribuição das heranças prometidas ao povo de Israel, ver Eze 47;
21-23 e o capítulo 48.

POSFÁCIO

O objetivo principal deste livro foi ajudar o leitor a crer em Cristo com a maturidade
edificante do conhecimento verdadeiro; o que só seria possível depois que Ele novamente
revelasse Sua mente aos homens desta geração, através do chamado de um profeta moderno. Mas,
nas Suas próprias palavras: “De que serve um dom se o homem não o recebe?”.
Não seja você, caro leitor, um dos muitos que se negarão a receber esse dom maravilhoso do
Senhor; para poder desenvolver a fé que agrada a Deus; para encontrar a força e a motivação para
submeter-se aos requisitos da justiça revelada, e cumprir todas as ordenanças do Evangelho
Restaurado e, finalmente, preparar-se para receber Cristo na Sua segunda vinda.

Referindo-se ao Seu Livro de Mandamentos, conhecido entre nós por Doutrina e Convênios, o
Senhor prestou este testemunho:

“Estas palavras não são de homens ou de um homem, mas minhas; portanto, vós testificareis
que são minhas e não de homem; pois é a minha voz que vo-las diz; pois são dadas pelo meu
Espírito, e pelo meu poder vós as podeis ler uns para os outros; e senão fosse pelo meu poder, não
as poderíeis ter; portanto, podeis testificar que ouvistes a minha voz, e conheceis as minhas
palavras.” (D&C 18: 34-36)

* * *

ÚLTIMA REVISÃO EM JUNHO DE 2003

Amoramon

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