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PALESTRA SOBRE REFORMA PROTESTANTE

- No dia 31 de outubro é comemorado o aniversário da Reforma


Protestante.
- Nesse dia, no ano de 1517, o monge alemão e professor universitário
Martinho Lutero fixou suas 95 proposições (teses) nas portas da Catedral
da cidade de Winttemberg (Alemanha)
- Aquele ato, bem como o conteúdo daquele documento, originou o
movimento conhecido como a Reforma Religiosa do Século 16.
- Esse movimento é considerado como o mais importante ato de Deus
em prol da revitalização de sua Igreja desde o período apostólico.
- A participação de Lutero foi decisiva para o início e primeiros avanços
da Reforma Protestante, mas o movimento teve seus precursores e
continuou a desenvolver-se mesmo depois da morte de Lutero.
- Pre Reformadores: Valdenses (final do Sec. 12); John Wyclif (traduziu o
NT para o Inglês); John Huss (lutou contra o abuso papal); Jerônimo
Savanarola (Itália). Gritavam contra os abusos da igreja.
- RENASCIMENTO – na Alemanha, Inglaterra e França tinha um
sentimento religioso, despertando interesse pelas Escrituras.
- Na galeria dos reformadores encontramos ainda homens como: Ulrico
Zuínglio e João Calvino (Suíça), e depois os Puritanos na Inglaterra, e
tantos outros que abraçaram a causa da Reforma.
- Todavia, para se compreender corretamente a importância daquele
movimento e sua relevância para hoje é necessário considerar a sua
necessidade e verdadeira natureza.
A necessidade da Reforma

- A Reforma Protestante se fez especialmente necessária devido à


corrupção do cristianismo ao longo dos séculos.
- Aquele era um contexto distanciado da Palavra de Deus.
- Segundo o teólogo Alister McGrath a religião cristã daquela época era
caracterizada por cinco aspectos:
1. Uma verdadeira confusão doutrinária.
- As pessoas não estavam certas do que criam e nem porque criam.
- Aquela foi uma época de grandes incertezas, misticismo e intensa
confusão;
2. Uma liderança ignorante.

- O clero era alvo de chacotas devido à sua notável ignorância.


- Não havia verdadeiro ensino das Escrituras e as superstições
dominavam;
3. Superficialidade religiosa.

- O compromisso e a apropriação pessoal do evangelho eram


raridades.
- Aqueles que se mostravam zelosos nessa área eram julgados
hereges, inclusive alguns sendo queimados na fogueira (ex. João
Huss);
4. Acentuada separação entre o clero e o laicato.

- Os leigos eram desprezados, não sendo vistos como membros da


Igreja, além de serem explorados e maltratados pela Igreja.
- Somente o clero e os ricos eram valorizados;
5. A superstição religiosa.

- A ignorância religiosa resultava em ansiedade e,


consequentemente, as pessoas se “agarravam” a qualquer apelo
supersticioso.
- Como resultado, a igreja daquela época realmente se parecia
mais com uma instituição pagã do que com o cristianismo bíblico.
- Nesse contexto, a venda das indulgências (a venda da promessa de
perdão) foi apenas um meio pelo qual o erro doutrinário da igreja se
tornou claro para Martinho Lutero.
- Em sua tese de número 27, ele denunciou aquela prática ao afirmar:
“Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em
que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório”.
A natureza da Reforma

- O cerne da Reforma Protestante era de natureza teológica, pois a


grande questão debatida naquela época dizia respeito ao perdão dos
pecados.
- A pergunta que clamava por resposta era: como os pecados são
perdoados e como alguém pode ser salvo? – SOTERIOLOGIA.

- O catolicismo romano defendia que cada pessoa deve salvar a si


mesma.
- Por outro lado, os reformadores defendiam que a salvação é pela fé
somente (Rm 1.17). Eles enfatizaram a verdade bíblica que “o homem é
justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Rm 3.28).

- Com o passar do tempo os reformadores resumiram o seu ensino em


cinco tópicos, cada um deles ressaltando o Evangelho da graça de Deus:
5 Solas
1. A salvação é somente pela graça (Sola gratia).

- Nada que o homem realiza pode resultar em méritos para a sua


salvação.
- Todas as pessoas estão culpadas e condenadas por seus próprios
atos, pois “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas
justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a
folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Is
64.6);
2. Somente pela fé o cristão pode desfrutar das bênçãos da
salvação concedidas por Cristo (Sola fide).

- O justo vive pela fé e continua crendo nas promessas feitas por


Deus e registradas em sua Palavra.
- A condição para a salvação continua sendo: “Crê no Senhor Jesus
e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.31);
3. O sacrifício de Jesus Cristo foi perfeito e suficiente para a
redenção do pecador (Solus Christus).
- A ressurreição de Cristo foi uma prova de que o Pai aceitou o seu
sacrifício por quem ele morreu, pois a Bíblia afirma: “Cristo não
entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no
mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (Hb
9.24).

- Por causa de sua morte, nenhuma dívida permanece para ser


paga pelos seus discípulos;
4. Somente a Bíblia possui autoridade final sobre os cristãos
(Sola Scriptura).

- O fundamento da Reforma Protestante foi o seu compromisso com


a autoridade da Palavra de Deus.
- Enquanto os religiosos da época defendiam a autoridade da
hierarquia da igreja, do papa e dos sacerdotes, os reformadores
defenderam a centralidade das Escrituras na vida cristã.

5. O propósito da existência humana é viver em comunhão com


Deus e para a sua glória (Soli deo gloria).

- Sem a comunhão com Deus a existência humana se torna


desesperadora, vazia e desprovida de significado.
- Deus criou o ser humano à Sua imagem e para a Sua glória, e o
coração humano só encontra descanso quando descansado em
Deus.

O lema da Reforma: Igreja Reformada, sempre se reformando!

- Nós podemos observar que o fundamento de toda Reforma Religiosa é


o resgate, ou a volta à Palavra.
- Esta é uma necessidade constante e atemporal para todo cristão!
- Observe o porquê é tão importante voltar sempre à Palavra.
- 2º Reis 22:8-10
- Josias foi um rei de Judá que reinou aproximadamente por 31 anos,
filho de Amom e neto de Manassés.
- Ambos foram reis de Judá. Manassés (avô) foi um dos piores reis da
história do Reino de Sul, e seu filho, Amom (pai), seguiu pelo mesmo
caminho.
- Josias se tonou rei quando tinha 8 anos de idade e foi um dos bons reis
de Judá. Quando tinha 16 anos de idade, Josias “começou a buscar o
Deus de Davi, seu pai” (2Cr 34:3).
- Com aproximadamente 20 anos de idade, deu início efetivamente às
reformas em Jerusalém e Judá.
- Estas reformas começaram a impactar a nação quatro anos depois, e
alcançou seu clímax no 18º ano de seu reinado, quando o livro da Lei foi
encontrado (2Rs 22:8; 2Cr 34:14,15).

- Os estudiosos debatem sobre o que teria sido exatamente o “livro da


Lei”. A melhor hipótese é que ele tenha sido o livro de Deuteronômio.

- O que se sabe é que esse livro foi muito importante na sequência das
reformas de Josias.

- Quando o livro foi encontrado e Josias teve ciência de seu conteúdo,


ele entendeu que o povo havia estado em terrível rebeldia contra Deus, e
por isso seria alvo do juízo divino.

- Então rapidamente ele pediu que o Senhor fosse consultado, ou seja,


ele queria ouvir um parecer profético, e na ocasião a profetisa Hulda foi
procurada.

- A mensagem de Deus através de Hulda esclarecia que o povo


realmente seria castigado devido ao pecado, porém tal castigo seria
adiado para após os dias de Josias, visto seu arrependimento sincero e
zelo para com o culto a Deus.

- Houve em Judá a renovação da aliança, a centralização da adoração


em Jerusalém, e a purificação da nação com a eliminação de toda forma
de adoração pagã (2Rs 23:19,20; 2Cr 34:67)
- Antes dele, o rei Ezequias também promoveu uma reforma e a
celebração da Páscoa, porém a reforma liderada por Josias foi mais
completa e extensa (cf. 2Rs 23:13).
- Apesar de tudo isso, o profeta Jeremias deixou claro que tais reformas
foram apenas superficiais e temporárias (Jr 2-6; 11), ou seja, não houve
no povo um arrependimento genuíno e duradouro, inclusive, com o povo
voltando rapidamente à idolatria após a sua morte.
- No entanto, a Bíblia nos registra o seguinte a respeito de Josias: “antes
dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com
todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas
forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se
levantou outro tal” (2 Rs 23:25)
1º) A Escritura desvenda os olhos
- 2º Reis 22:11-13
- Salmo 119:105 – “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz
para os meus caminhos”.

2º) A Escritura gera arrependimento


- 2º Reis 22:19
- Hb 4:12 – “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir
alma e espirito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração”.

3º) A Escritura gera consagração


- 2º Reis 23:1-3
- 2ª Tm 3:16 – “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”.
4º) A Escritura gera transformação
- 2º Reis 23:4,15,19,24
- 2ª Tm 3:17 – “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra”.

5º) A Escritura gera testemunho


- 2º Reis 23:21-23,25
- 2ª Tm 3:17 – “a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra”.

A Reforma para Hoje

- A Reforma foi mais do que um mero evento histórico, ela possui uma
mensagem relevante para os dias atuais.
- A Reforma ensina que a vitalidade da fé cristã está intimamente
conectada com a redescoberta da riqueza do evangelho.
- A Reforma testifica sobre importância do estudo diário da Palavra
de Deus.
- A necessidade da Reforma no Sec. XVI talvez seja bem parecida com
os dias atuais, e por isso, hoje precisamos resgatar a essência do
Cristianismo expresso nos 5 Solas.

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