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DECRETA
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 4º Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, cujas
condutas estejam previamente tipificadas no anexo II deste decreto por violação à Lei nº
3.789, de 23 de dezembro de 2003.
Parágrafo único. Os itens elencados no anexo II não excluem infrações previstas em outras
legislações estadual e federal.
Art. 5º Constatada a ocorrência de infração administrativa ambiental, por infração aos
dispositivos da Lei nº 3.789, de 2003, deste Regulamento e das demais normas deles
decorrentes, serão aplicadas as seguintes penalidades e medidas administrativas cautelares,
sem prejuízo das cominações cíveis e penais cabíveis:
I – advertência;
II – multas, classificadas em:
a) simples, aplicada no valor de R$ 379,11 (trezentos e setenta e nove reais e onze centavos) a
R$ 70.000,00 (Setenta mil reais);
b) diária, no valor de R$ 379,11 (trezentos e setenta e nove reais e onze centavos) a R$
70.000,00 (Setenta mil reais), que será devida até que o infrator corrija a irregularidade;
III – suspensão, total ou parcial, de atividades ou de funcionamento de equipamentos
geradores de poluição, contaminação, distúrbios sonoros ou de vibração ou de outras
incomodidades;
IV – cassação de alvarás e licenças;
V – apreensão dos produtos ou objetos da infração;
VI – embargo de obras;
VII – demolição de obras;
VIII – não concessão, restrição ou suspensão de incentivos fiscais e de outros benefícios
concedidos pelo Município ou por empresa sob seu controle direto ou indireto, enquanto
perdurar a infração;
IX – destruição ou inutilização do produto, subprodutos ou bem e instrumentos da infração;
§ 1º As penalidades previstas incidirão sobre os infratores, sejam eles diretos, contratuais,
bem como todos aqueles que de qualquer modo concorram para a prática da infração ou para
dela obter vantagem.
§ 2º Para efeito da aplicação das penalidades previstas neste Capítulo, as infrações
classificam-se como leve, grave, ou gravíssima, contida no anexo I;
§ 3º A infração terá sua gravidade acentuada, passando de leve para grave ou de grave para
gravíssima, quando se der nos casos considerados como emergência ambiental que
representam riscos ao meio ambiente e ao equilíbrio ecológico da fauna e flora, tais como:
I – contaminação de solo e de recurso hídricos por produtos químicos nocivos ao meio
ambiente e à saúde humana;
II – acidentes ocorridos em fontes de dessedentação humana e animal;
III – atividades potencialmente poluentes, podendo ser caracterizada por vazamentos de
produtos químicos, mortandade de peixes, descarte clandestino de resíduos, acidentes
rodoviários, ferroviários e hidroviários no transporte de produtos perigosos (explosivos,
inflamáveis, tóxicos, radioativos e outros).
§ 4º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, serão aplicadas,
cumulativamente, as sanções cominadas a cada uma delas.
Art. 6º O agente de fiscalização ambiental atuante, no exercício exclusivo de seu poder de
polícia, poderá, de imediato à lavratura do Auto de Infração, convolar as penalidades previstas
nos incisos III, IV, V, VI, VII, IX do art. 5º em medidas administrativas cautelares, dotadas de
autoexecutoriedade, com o objetivo prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a
recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo administrativo.
Parágrafo único. A adoção das medidas administrativas cautelares de que trata este dispositivo
constará do Auto de Fiscalização e será vinculada ao processo instaurado em razão da emissão
do auto de infração ambiental.
Seção I
Da sanção de advertência
Art. 7º A sanção de advertência poderá ser aplicada, mediante a lavratura de auto de infração,
para as infrações administrativas de menor lesividade ao meio ambiente quando forem
praticadas infrações classificadas como leves e não contenham circunstâncias agravantes.
§ 1º O autuado terá o prazo máximo de até noventa dias para regularizar a situação objeto da
advertência e comprová-la no processo administrativo de auto de infração, sob pena de
conversão em multa simples e aplicação das demais penalidades cabíveis.
§ 2º Quando da aplicação da penalidade de advertência, deverão ser informados o prazo para
regularização da situação objeto da advertência e o valor da multa simples aplicável, no caso
de conversão da penalidade de advertência em multa simples.
§ 3º Sanadas as irregularidades no prazo concedido, o processo será arquivado, com as
anotações em sistema de controle do órgão ambiental.
§ 4º Caso o autuado, por negligência ou dolo, deixe de sanar as irregularidades, o agente de
fiscalização ambiental certificará o ocorrido nos autos e dará seguimento ao processo em
observância do procedimento estabelecido no Capítulo III.
Art. 8º A aplicação da sanção de advertência não excluí a aplicação de outras sanções e de
medidas administrativas cautelares.
Art. 9º Sempre que forem realizadas ações de fiscalização de natureza orientadora e, desde
que não seja verificado dano ambiental, degradação ou maus tratos à fauna e flora, será
cabível a notificação de advertência, para regularização da situação constatada, quando, além
de infração leve, o infrator for:
I – entidade sem fins lucrativos;
II – microempreendedor individual;
III – agricultor familiar;
IV – pessoa física de baixo poder aquisitivo e baixo grau de instrução.
§ 1º Será considerada pessoa física de baixo poder aquisitivo e baixo grau de instrução, para
fins do inciso IV, aquela que:
I – a renda familiar for inferior a um salário-mínimo per capita; ou
II – cadastrada em programas sociais oficiais de distribuição de renda dos Governos Federal
ou Estadual, e que possua ensino fundamental ou médio incompleto, a ser declarado sob as
penas legais.
§ 2º A notificação de advertência será relatada em formulário próprio pelo agente de
fiscalização ambiental responsável por sua lavratura.
§ 3º A notificação para regularização de todas as inconformidades constatadas no ato da
fiscalização será oportunizada uma única vez ao infrator.
§ 4º Em caso de autuação, verificada a ocorrência de uma das hipóteses dos incisos do caput,
comprovada no prazo de defesa do auto de infração, se indicada penalidade diversa, a mesma
poderá ser convertida em sanção de advertência, quando do julgamento.
§ 5º A aplicação de advertência não impede que o funcionamento, a instalação ou operação
das atividades, o uso e intervenção dos recursos hídricos, a exploração da flora, sejam
suspensos até sua regularização junto ao órgão ambiental competente.
§ 6º Para infração que por sua natureza mostrar-se consumada, por não ostentar natureza
continuada, não será aplicada sanção de advertência e ou realizada ações de fiscalização
orientadora, devendo o agente de fiscalização ambiental aplicar as demais sanções.
Seção II
Da Sanção de Multa
Subseção I
Da Multa Simples
Subseção II
Da Multa Diária
Art. 18. A multa diária poderá será aplicada como medida coercitiva para cumprimento de
relevante obrigação ambiental, de medida necessária para evitar, conter e reparar danos,
poluição e outras formas de degradação ambiental, podendo ser fixada de plano quando do
julgamento do auto de infração e do mesmo decorrer cominações consistente em obrigações
de fazer.
§ 1º Constatada a situação prevista no caput, o valor da multa diária, somados ao final, será
limitado ao valor máximo constante no anexo I atribuído à infração principal.
§ 2º A multa diária deixará de ser aplicada a partir da data em que o autuado apresentar ao
órgão ambiental documentos que comprovem a regularização da situação que deu causa à sua
imposição
§ 3º Caso o agente de fiscalização ambiental ou a autoridade competente verifique que a
situação que deu causa à lavratura do auto de infração não foi regularizada, a multa diária
voltará a ser imposta desde a data em que deixou de ser aplicada, sendo notificado o autuado,
sem prejuízo da adoção de outras sanções previstas neste decreto.
§ 4º Por ocasião do julgamento do auto de infração, a autoridade ambiental deverá, em caso
de procedência da autuação, confirmar ou modificar o valor da multa diária, decidir o período
de sua aplicação e consolidar o montante devido pelo autuado para posterior execução,
quando sua imposição tiver sido fixada no momento da lavratura do auto de infração pelo
agente de fiscalização ambiental.
§ 5º O valor da multa será consolidado e executado periodicamente após o julgamento final,
nos casos em que a infração não tenha cessado.
§ 6º A celebração de Termo de Compromisso ou Termo de Ajustamento de Conduta – TAC –
com órgão ambiental para reparação ou cessação dos danos e ou obrigações de fazer,
encerrará a contagem da multa diária, admitido ajuste diverso.
Seção III
Da Sanção de Suspensão de Atividade
Art. 19. A sanção de suspensão de atividade pode ser total ou parcial, e constitui medida que
visa impedir a continuidade de processos produtivos em desacordo com a legislação
ambiental em atividades ou funcionamento de equipamentos geradores de poluição,
contaminação, distúrbios sonoros ou vibração ou outras incomodidades, até sua eliminação ou
mitigação nos limites de tolerância e padrões das normas técnicas aplicáveis.
§ 1º A sanção mencionada no caput poderá ser aplicada quando o infrator estiver exercendo
atividade sem regularização ambiental, causando ou não poluição ou degradação ambiental.
§ 2º A suspensão de atividades será efetivada tão logo seja constatada a infração.
§ 3º Se não houver viabilidade técnica para a imediata suspensão das atividades, deverá ser
estabelecido cronograma executivo para o seu cumprimento.
§ 4º A penalidade descrita no caput prevalecerá até que o infrator obtenha a regularização
ambiental ou firme TAC com o órgão ambiental para sua regularização, independente de
decisão nos autos do processo administrativo.
Art. 20. A penalidade de suspensão de atividades não será aplicada nos casos de uso
prioritário de recursos hídricos, para o consumo humano e a dessedentação de animais, exceto
se houver exploração comercial em atividade econômica.
Seção IV
Da Sanção Restritiva de Direito
Seção V
Da Sanção de Apreensão dos Produtos, Objeto da Infração
Seção VI
Do acautelamento de animais
Art. 38. Os animais silvestres vivos acautelados pelo órgão ambiental terão a seguinte
destinação:
I – libertados sumariamente, prioritariamente em seu habitat natural, observados os seguintes
critérios atestados por técnico habilitado:
a) houver indícios de que o espécime foi capturado recentemente;
b) a espécie ocorrer naturalmente no local;
c) o espécime não apresentar problemas que impeçam sua sobrevivência ou adaptação em
vida livre;
d) o espécime não apresentar enfermidades ou alterações morfológicas que impeçam sua
sobrevivência ou adaptação em vida livre;
II – entregues aos Centros de Triagem de Animais Silvestres – Cetas – sobre direção de
órgãos integrantes do Sisnama, que poderão destiná-los conforme critérios a serem definidos
por meio de regulamento específico, com prioridade à devolução dos animais à natureza,
sempre que possível, sumariamente.
§ 1º Para fins deste regulamento, entende-se por acautelamento a apreensão e recolhimento de
animais pelo órgão ambiental que tenha sido objeto ou vítima de infração ambiental para sua
salvaguarda e bem-estar animal.
§ 2º Na hipótese do inciso I, será necessária a prévia autorização do órgão gestor de Unidade
de Conservação para a libertação dos animais, exceto Área de Proteção Ambiental – APA.
§ 3º Na impossibilidade de atendimento imediato das condições previstas nos incisos I e II, o
órgão autuante poderá, provisoriamente, confiar os animais a depositário até a implementação
das medidas mencionadas, respeitando os seguintes critérios:
a) o bem-estar e a segurança do animal;
b) a saúde pública e a segurança da população;
c) a proteção do ecossistema e a prevenção de invasões biológicas.
§ 4º Animais anilhados, com anilhas idôneas ou autênticas, ou anilhas em conformidade com
a legislação e origem legal comprovada, salvo em condições de cativeiro irregular, deverão
ser confiados a fiel depositário até o julgamento do processo administrativo.
Art. 39. Os animais domésticos de pequeno porte, objeto da infração de maus tratos, serão
acautelados e destinados a entidades ou programas de adoção, proteção e defesa animal.
§ 1º Integrará o valor da condenação da decisão administrativa que julgar o auto de infração
as despesas de tratamento veterinário necessário para o animal, bem como os custos referentes
a alimentação, pelo tempo de permanência dele na instituição.
Art. 40. Em sendo realizada o acautelamento de animais de grande porte, deverão ser
destinados a entidades ou programas de adoção, proteção e defesa animal, e na sua
impossibilidade, ao curral do Município, sendo em todo caso, restituído, às custas do infrator,
as despesas de tratamento veterinário e alimentação, na forma dos incisos I e III do art. 31.
Art. 41. Havendo comprovação de hipossuficiência financeira do infrator, a autoridade
ambiental julgadora poderá dispensar o cumprimento da condenação de restituição das
despesas de tratamento veterinário e alimentação para que não haja prejuízos ao sustento
próprio e de sua família.
Art. 42. Em casos de maus tratos considerados como grave não será permitido o retorno do
animal para o infrator caso haja situação de risco que ameace sua integridade física e bem-
estar.
Art. 43. Na hipótese de animais domésticos e exóticos serem apreendidos por estarem em área
de preservação permanente ou por impedirem a regeneração natural de vegetação, os
proprietários deverão ser previamente notificados para que promovam a remoção dos animais
do local no prazo assinalado pelo agente de fiscalização ambiental, ressalvado os casos em
que a atividade tenha sido caracterizada como de baixo impacto e previamente autorizada pelo
órgão ambiental.
Seção VII
Da Sanção de Embargo de Atividade e ou Obra
Art. 44. As obras ou atividades e suas respectivas áreas serão objeto de medida administrativa
de embargo quando:
I – realizadas sem licença ou autorização ambiental ou em desacordo com a concedida;
II – realizadas em locais proibidos; ou
III – houver risco de dano ou de seu agravamento.
§ 1º O embargo de obra ou atividade será determinado e efetivado de imediato.
§ 2º Se não houver viabilidade técnica para o imediato embargo das atividades, deverá ser
estabelecido cronograma executivo para o seu cumprimento.
§ 3° O embargo de obra ou atividade restringe-se aos locais onde efetivamente se caracterizou
a infração ambiental, não alcançando as demais atividades realizadas em áreas não
embargadas da propriedade, empreendimento ou posse não correlacionada com a infração,
salvo impossibilidade de dissociação de eventuais atividades regulares ou risco de
continuidade infracional.
§ 4° A penalidade de embargo não será aplicada nos casos de uso prioritário de recursos
hídricos, quais sejam, consumo humano e dessedentação animal, desde que não seja
verificado uso econômico.
§ 5º Constatada a existência de desmatamento ou queimada caracterizados como infração
administrativa o embargo recairá sobre todas as obras ou atividades existentes na área,
ressalvadas as atividades de subsistência.
Art. 45. Caso o responsável pela infração administrativa ou o detentor do imóvel onde foi
praticada a infração seja desconhecido ou possua domicílio indefinido, o órgão ambiental
autuante providenciará:
I – a publicação do extrato da medida administrativa de embargo no Diário Oficial de
Contagem; e
II – a emissão de certidão que certifique a obra ou atividade e a parcela da área ou local objeto
do embargo, a pedido de qualquer interessado.
Art. 46. O embargo de obra ou atividade prevalecerá até que o infrator comprove, no processo
administrativo de auto de infração, a adoção das medidas específicas para cessar ou corrigir a
poluição, degradação ambiental, bem como promover sua regularização, ou optando por
celebração de Termo de Ajustamento de Conduta, haja assim disposto o referido instrumento.
Seção VIII
Da Sanção de Demolição de Obras
Art. 47. A demolição de obra será aplicada e efetivada quando a decisão se tornar definitiva,
com garantia ao contraditório e à ampla defesa, nas seguintes hipóteses:
I – quando verificada a construção de obra em área ambientalmente protegida em desacordo
com a legislação ambiental;
II – quando a obra ou construção realizada não atenda à legislação ambiental e não seja
passível de regularização.
III – quando descumprida determinação de paralisação de obras, constatado a continuidade da
construção ou reforma.
Parágrafo único. Não será aplicada a penalidade de demolição quando for comprovado que o
desfazimento poderá trazer piores impactos ambientais que sua manutenção, mediante laudo
técnico.
Art. 48. A demolição de edificação não habitada situada em área de preservação ambiental
permanente, cujo uso não esteja dentro das hipóteses autorizadas em lei, quais sejam,
utilidade pública, interesse social e baixo impacto, poderá ser imposta de forma sumária e
executada de imediato à diligência fiscal, salvo a hipótese do parágrafo único do art. 47.
Art. 49. A demolição deverá ser devidamente descrita e documentada, inclusive com relatório
fotográfico, e poderá ser feita:
I – pelo agente de fiscalização ambiental;
II – por quem este autorizar; ou
III – pelo próprio infrator.
§ 1º O infrator será notificado para efetivar a demolição e dar destinação adequada aos
materiais dela resultantes, de acordo com o cronograma estabelecido pelo órgão ambiental.
§ 2º Caso a demolição não seja realizada no prazo estabelecido, ou seja executada pelo
Município, caberá ao infrator ressarcir os custos devido.
Seção IX
Da Destruição ou Inutilização
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO
Seção I
Da Autuação e Aplicação da Penalidade
Art. 52. Realizada diligência fiscal, será lavrado auto de fiscalização, do qual deverá ser dado
ciência ao interessado, pessoa física ou jurídica fiscalizada.
§ 1º O auto de fiscalização conterá a descrição detalhada da vistoria realizada pelo fiscal ou
técnico, bem como os fatos que podem ou constituem em infração, e será utilizado como peça
de instrução do processo devendo ser assinado pelo responsável do empreendimento,
atividade fiscalizada ou pessoa física responsável pela infração.
§ 2º Na ausência de representante da empresa ou estando presente se recuse a assinar o auto
de fiscalização, deverá o agente de fiscalização ambiental certificar o ocorrido no próprio auto
e ser providenciado o envio respectivo pelos correios.
§ 3º A intimação da lavratura do auto será publicada no Diário Oficial de Contagem quando
frustrada a ciência do autuado por via postal ou se ele estiver em lugar incerto ou não sabido.
Art. 53. Nos casos de ausência do empreendedor, de seu representante legal, administrador ou
empregado, ou em caso de empreendimentos inativos ou fechados, o agente de fiscalização
ambiental deverá proceder à fiscalização.
§ 1º Se presente o empreendedor, seu representante legal, administrador ou empregado, ser-
lhe-á fornecida cópia do auto de fiscalização, quando for possível sua lavratura no ato da
fiscalização.
§ 2º Na ausência do empreendedor, de seu representante legal, administrador ou empregado,
ou na inviabilidade de lavratura imediata do auto de fiscalização, observar-se-á o
procedimento previsto nos §§ 2º e 3º do art. 52.
Art. 54. Para avaliação do cumprimento das obrigações ambientais previstas em normas,
termos de compromisso, TAC e licenças ambientais, o agente de fiscalização ambiental
poderá determinar ao empreendedor ou quem detenha a responsabilidade de fazer, quando
necessário, a adoção de dispositivo de medição, análise, mitigação e controle, contratação de
análises laboratoriais, bem como que realize os estudos ambientais necessários.
Art. 55. Constatada a infração, será lavrado o respectivo auto em 3 (três) vias, destinando-se a
primeira ao autuado, a segunda para abertura do processo de Auto de Infração e a terceira
destinada ao processo que tenha dado origem a infração ou, se não existir, para arquivo na
unidade responsável pela fiscalização, devendo aquele instrumento conter:
I – nome do autuado, com o respectivo endereço, bem como os demais elementos necessários
à sua qualificação e identificação civil;
II – o fato constitutivo da infração e o local, hora e data da sua constatação;
III – a disposição legal ou regulamentar em que fundamenta a autuação;
IV – ciência, pelo autuado, de que responderá pelo fato em processo administrativo;
V – o prazo para apresentação da defesa, e bem como, quando for o caso, medidas e prazos
para o cumprimento da advertência;
VI – a assinatura do agente fiscal; e
VII – ciência do autuado em uma das formas contidas no § 1º do art. 56.
§ 1º O auto de infração deverá ser lavrado para cada infrator que tenha participado,
concorrentemente, da prática da infração, sendo aplicadas as respectivas penalidades.
Art. 56. O autuado será cientificado do teor do auto de infração para apresentar defesa,
interpor recursos e dar cumprimento à decisão.
§ 1º A cientificação será realizada por uma das seguintes formas:
I – pessoalmente ou por seu representante legal, administrador ou empregado;
II – por via postal, mediante carta registrada;
III – por meio eletrônico, nos termos de regulamento.
§ 2º Quando frustradas a hipótese do inciso II do § 1º ou o autuado estiver em lugar incerto ou
não sabido, deverá realizada a cientificação por publicação de edital no Diário Oficial de
Contagem.
§ 3º No caso do inciso I do § 1º, na hipótese de o autuado recusar a dar ciência ao auto de
infração, o agente de fiscalização ambiental, certificará o ocorrido, e providenciará o envio do
Auto pelos correios, que será considerado notificado para todos os efeitos.
§ 4º A cientificação prevista no inciso II independe do recebimento pessoal do autuado,
bastando ser recebida no endereço do autuado, declarado pelo mesmo ou obtido nos cadastros
e sistemas de informações de órgãos ou entidades públicos.
§ 5º O edital referido no § 2º será publicado uma única vez no Diário Oficial de Contagem,
contando-se os prazos legais a partir da data de sua publicação.
Art. 57. O uso de meios eletrônicos é admitido na tramitação do processo administrativo para
apuração de infrações ambientais desde a lavratura do auto de infração.
Parágrafo único. A autoria, autenticidade e integridade dos documentos e da assinatura, nos
processos administrativos eletrônicos de que trata este regulamento, poderão ser obtidas por
meio de certificado digital ou identificação por meio de usuário e senha.
Seção II
Da Defesa, da Instrução Processual e do Julgamento
Art. 58. O autuado poderá apresentar defesa escrita dirigida ao órgão responsável pela
autuação, no prazo de 20 (vinte dias), contados da cientificação do auto de infração, sendo
facultada a juntada de todos os documentos que julgar convenientes à defesa.
Art. 59. A defesa deverá conter os seguintes requisitos, cabendo sua emenda no prazo de 10
(dez) dias:
I – a autoridade administrativa ou o órgão a que se dirige;
II – a identificação completa do autuado;
III – o endereço completo do autuado ou do local para o recebimento de notificações,
intimações e comunicações relativas à defesa;
IV – o número do auto de infração correspondente;
V – a exposição dos fatos, fundamentos e a formulação do pedido;
VI – a data e a assinatura do autuado, de seu procurador ou representante legal;
VII – o instrumento de procuração, caso o autuado se faça representar por advogado ou
procurador legalmente constituído;
VIII – a cópia dos atos constitutivos e sua última alteração, caso o autuado seja pessoa
jurídica.
§ 1º O autuado deverá especificar em sua defesa as provas que pretenda produzir a seu favor,
devidamente justificadas.
§ 2º O autuado será notificado para sanar eventual irregularidade formal da defesa, por
ausência de assinatura ou de procuração outorgada a representante, no prazo de 15 (quinze)
dias, sob pena de não conhecimento.
Art. 60. A defesa não será conhecida quando interposta:
I – fora do prazo;
II – por quem não tenha legitimidade;
III – sem atender a qualquer dos requisitos previstos no art. 59.
§ 1º A intempestividade da defesa ou a sua não apresentação não afastam a instrução
probatória dos autos e a observação do disposto no art. 38 da Lei 9.784, de 1999.
Art. 61. A lavratura de auto de infração dispensa a realização de perícia pelo órgão ambiental,
cabendo o ônus da prova ao autuado.
Art. 62. As autuações conexas serão autuadas em processos administrativos ambientais
apartados, permitida a vinculação, e reunidas para julgamento conjunto quando houver risco
de que sejam proferidas decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididas
separadamente.
Art. 63. O protocolo de quaisquer documentos atinentes aos processos de fiscalização
ambiental deverá ocorrer junto à unidade indicada no auto de infração, sendo admitido o
protocolo através de postagem pelo Correio, com aviso de recebimento, bem como por e-mail
institucional das unidades do órgão ambiental.
§ 1º No caso em que o envio do documento se der por meio de postagem pelo Correio,
considerar-se-á, para fins de contagem de prazo, a data da postagem, e por e-mail, a data de
envio.
§ 2º Não serão conhecidos quaisquer documentos apresentados em desacordo com o disposto
neste artigo, salvo os canais e ferramentas decorrentes da adoção do processo eletrônico.
Seção III
Da Produção de Provas
Art. 64. O autuado produzirá e custeará as provas especificadas em sua defesa, ressalvadas
aquelas que se encontrem em poder do órgão ambiental autuante.
Art. 65. O autuado poderá solicitar a produção de provas:
I – na hipótese de vistoria, com base em dados e informações consistentes, que contrariem
elementos de fato ou de direito relacionados à autuação;
II – na hipótese de oitiva de testemunhas, com a indicação clara de sua contribuição para
infirmar elementos de fato ou de direito relacionados à autuação e o compromisso de
apresentá-las no local, dia e hora designados;
III – na hipótese de perícia, acompanhada de laudo técnico que contrarie elementos de fato ou
de direito relacionados à autuação e da demonstração de que não há outro meio de prova
capaz de dirimir a dúvida existente.
Parágrafo único. Serão recusadas, mediante decisão fundamentada, as solicitações de provas
que não observem os pressupostos previstos neste artigo e as que sejam ilícitas, impertinentes,
desnecessárias ou protelatórias
Art. 66. A unidade administrativa a que se vincular o agente de fiscalização ambiental
responsável pela lavratura do Auto de Infração realizará a formação de processo relativo à
autuação e, esgotado o prazo de defesa, encaminhará à autoridade administrativa titular do
órgão ambiental, que após análise técnica jurídica, e esgotada a possibilidade de conciliação
na hipótese em que for obrigatória nos termos do art. 85, decidirá sobre a aplicação da
penalidade ou, caso se trate de infração gravíssima, encaminhará o expediente à Câmara
Especializada na Apuração de Penalidade Ambiental – CAP – para dele conhecer e julgar as
razões da defesa.
Art. 67. Julgado o auto de infração, o autuado será notificado por via postal com aviso de
recebimento ou outro meio válido que assegure a certeza de sua ciência, observando- se as
disposições do art. 56, para:
I – pagar a multa no prazo de 20 (vinte) dias;
II – apresentar pedido de reconsideração ou recurso no prazo de 20 (vinte) dias;
§ 1º A notificação de que trata o inciso I conterá também a advertência de que o valor da
multa será definitivamente constituído e incluído na Dívida Ativa do Município, caso não haja
pagamento ou interposição de recurso.
§ 2º O pedido de pagamento ou parcelamento implicará na definitividade das penalidades
aplicadas, na data da solicitação ou requerimento, independentemente da fase em que o
processo se encontrar.
Seção IV
Do pedido de Reconsideração e do Recurso Administrativo
Art. 68. O pedido de reconsideração da decisão de primeira instância deverá ser dirigido à
autoridade julgadora ou colegiado que a proferiu, sendo:
I – ao titular da Semad, nos casos de infrações leves e graves;
II – à Presidência da CAP, no caso de penalidade de multa imposta por infrações consideradas
gravíssimas.
Art. 69. Da decisão que definir a aplicação da penalidade ou que indeferir o pedido de
reconsideração formulado pelo infrator caberá recurso, em última instância, sem efeito
suspensivo, dirigido:
I – ao presidente da CAP, nos casos de julgamento proferido pela Semad;
II – à presidência do Conselho Municipal do Meio Ambiente de Contagem - COMAC, nos
casos de julgamento proferido pela CAP.
Art. 70. O pedido de reconsideração ou recurso administrativo deverá ser apresentado no
prazo de 20 (vinte) dias, contados da cientificação da decisão objeto de impugnação,
independentemente de depósito ou caução, e deverá conter os seguintes requisitos:
I – a autoridade administrativa ou o órgão a que se dirige;
II – a identificação completa do recorrente;
III – o número do processo e do auto de infração correspondente;
IV – a exposição dos fatos e fundamentos e a formulação do pedido recursal;
V – a data e a assinatura do recorrente, de seu procurador ou representante legal;
VI – o instrumento de procuração, caso o recorrente se faça representar por procurador
diverso da defesa.
Art. 71. Durante a fase recursal, faculta-se ao autuado a apresentação de documentos relativos
a fatos supervenientes, ou que puderam ser obtidos ou conhecidos tardiamente.
Art. 72. O pedido de reconsideração e ou recurso administrativo não será conhecido quando
interposto:
I – fora do prazo;
II – por quem não tenha legitimidade;
III – depois de exaurida a esfera administrativa;
IV – sem atender a qualquer dos requisitos previstos no art. 70;
V – com o objetivo de discutir a multa após a assinatura de termo de compromisso de
conversão ou de parcelamento.
Art. 73. A apresentação de defesa, pedido de reconsideração ou de recurso quanto à aplicação
de penalidade não terá efeito suspensivo, salvo se for precedida de assinatura de Termo de
Compromisso firmado pelo infrator, obrigando-se à eliminação das condições poluidoras e
correção da irregularidade dentro de prazo razoável fixado pela Semad.
Art. 74. A autoridade julgadora competente proferirá decisão de julgamento do pedido de
reconsideração ou de recurso em segunda instância consubstanciada na rejeição ou
acolhimento total ou parcial das razões recursais.
Parágrafo único. Não caberá novo recurso e ou pedido de reconsideração contra a decisão de
segunda instância.
Art. 75. Julgado o pedido de reconsideração ou recurso, observar-se-á o disposto no art. 67
quanto a notificação e providências para cumprimento da sanção, quando imposta.
Seção V
Da Revisão
Art. 76. Após definitivamente constituído o auto de infração, qualquer pedido do autuado
visando desconstituir ou modificar o julgamento será considerado pedido de revisão.
§ 1º O pedido de revisão somente será admitido quando o autuado alegar fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação das sanções aplicadas.
§ 2º A revisão não pode resultar no agravamento de penalidade ou sanção restritiva de direito.
Seção VI
Da Autotutela Administrativa
Art. 77. O auto de infração que apresentar vício insanável deverá ser declarado nulo pela
autoridade julgadora competente, que determinará o arquivamento do processo.
§ 1º Para os efeitos do caput, considera-se vício insanável aquele em que a correção da
autuação implica na modificação do fato descrito no auto de infração.
§ 2º Nos casos em que o auto de infração for declarado nulo e estiver caracterizada a conduta
ou atividade lesiva ao meio ambiente, deverá ser lavrado novo auto para apuração da infração
e aplicação da devida sanção.
§ 3º O erro no enquadramento legal da infração não implica vício insanável, podendo ser
alterado pela autoridade julgadora mediante decisão fundamentada que retifique o auto de
infração, quando do julgamento.
§ 4º Os vícios sanáveis, como a inobservância de forma e procedimentos, deverão ser
saneados pelo agente fiscal e pela autoridade julgadora, sem que, contudo, implique nulidade
ao processo desenvolvido.
CAPÍTULO IV
DA CONVERSÃO DAS MULTAS EM SERVIÇOS DE PRESERVAÇÃO, MELHORIA E
RECUPERAÇÃO DA QUALIDADE DO MEIO AMBIENTE
Art. 78. A autoridade ambiental competente para a apuração da infração poderá converter a
multa simples em obra, ações, e serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade
do meio ambiente, mediante requerimento do autuado.
Art. 79. São considerados serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do
meio ambiente, as ações, as atividades e as obras, que tangenciam no mínimo, um dos
objetivos:
I – recuperação:
a) de áreas degradadas para conservação da biodiversidade e conservação e melhoria da
qualidade do meio ambiente;
b) de processos ecológicos essenciais;
c) de vegetação nativa para proteção;
d) de áreas de recarga de aquíferos;
II – proteção e manejo de espécies da flora nativa e da fauna silvestre;
III – atividades de monitoramento da qualidade do meio ambiente e desenvolvimento de
indicadores ambientais, aprimoramento das atividades dos órgãos ambientais, visando a
efetividade no controle ambiental e proteção dos recursos ambientais;
IV – mitigação ou adaptação às mudanças do clima;
V – manutenção, requalificação e arborização de espaços públicos que tenham como objetivo
a sua conservação, a proteção e a recuperação de espécies da flora ou da fauna silvestre e de
áreas verdes urbanas destinadas à proteção dos recursos hídricos;
VI – organização e execução de serviços de educação ambiental, palestras, seminários,
congressos, que contenham pertinência com a temática de proteção dos recursos ambientais.
VII – promoção da regularização fundiária de unidades de conservação.
VIII – promoção da defesa e bem-estar animal.
Art. 80. O autuado, ao pleitear a conversão de multa, deverá optar:
I – pela implementação, por seus meios, de serviço de preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente, no âmbito de, no mínimo, um dos objetivos previstos nos incisos
I a VII do art. 79, apresentando o projeto básico para análise do órgão ambiental.
II – pela adesão a projeto previamente selecionado pelo órgão ambiental, observados os
objetivos previstos nos incisos I a VII do art. 79.
§ 1º Nos termos do inciso I, caso o autuado ainda não disponha de projeto básico na data de
apresentação do requerimento, a autoridade ambiental, se provocada, poderá conceder o prazo
de até trinta dias para que seja procedida a juntada aos autos do referido documento, bem
como dispensar o projeto básico quando o serviço ambiental for de menor complexidade ou,
ainda, determinar ao autuado que proceda a emendas, revisões e ajustes no projeto básico, até
a decisão do pedido de conversão.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso II, o autuado outorgará poderes ao órgão ambiental
emissor da multa para escolha do projeto a ser contemplado.
§ 3º O não atendimento por parte do autuado de qualquer das situações previstas neste artigo
importará no pronto indeferimento do pedido de conversão de multa.
Art. 81. O valor dos custos dos serviços de preservação, conservação, melhoria e recuperação
da qualidade do meio ambiente será igual ou superior ao valor da multa convertida.
§ 1º Independentemente do valor da multa aplicada na conversão, o autuado fica obrigado a
reparar integralmente o dano que tenha causado.
§ 2º A autoridade ambiental, ao deferir o pedido de conversão, aplicará sobre o valor da multa
consolidada, incluído juros e correções monetárias, o desconto de 35% (trinta e cinco por
cento).
Art. 82. A decisão sobre o pedido de conversão é discricionária, podendo a autoridade
julgadora, em decisão motivada, deferir ou não o pedido formulado, baseado pelo critério de
ganho e relevância ambiental do projeto apresentado.
§ 1º Em caso de acatamento do pedido de conversão, deverá a autoridade julgadora notificar o
autuado para a assinatura do respectivo termo de compromisso.
§ 2º Caso a conversão não abranja a integralidade do valor consolidado da multa simples, o
autuado poderá parcelar o valor remanescente da multa simples atualizada a ser convertida.
§ 3º O descumprimento do termo de compromisso implica:
I – a imediata rescisão com inscrição do débito em Dívida Ativa para cobrança da multa
resultante do auto de infração em seu valor remanescente, acrescida de juros e correção
monetária, não sendo descontados os valores empregados para o cumprimento parcial das
obrigações assumidas;
II – na esfera civil, a imediata execução judicial das obrigações assumidas, tendo em vista seu
caráter de título executivo extrajudicial;
§ 4º A assinatura do termo de conversão tratado neste capítulo suspende a exigibilidade da
multa convertida, bem como implicará na renúncia a recursos, ações, impugnações à execução
fiscal, com renúncia ao direito sobre o qual se fundam, tanto judicial como
administrativamente.
§ 5º A celebração do termo de compromisso não põe fim ao processo administrativo, cabendo
ao órgão ambiental monitorar e avaliar, a qualquer tempo, o cumprimento das obrigações
pactuadas.
§ 6º A efetiva conversão da multa se concretizará somente após a conclusão do objeto, parte
integrante do projeto, e sua comprovação pelo autuado executor.
CAPÍTULO V
DA CONCILIAÇÃO AMBIENTAL
Art. 83. A conciliação ambiental deve ser estimulada pelo órgão ambiental autuante, com
vistas a encerrar os processos administrativos relativos à apuração de infrações
administrativas por condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Art. 84. A realização de conciliação ambiental:
I – independe da concordância total do autuado com as medidas administrativas cautelares e
sanções não pecuniárias aplicadas; e
II – implica desistência de impugnar judicial ou administrativamente a imposição da sanção
pecuniária e de renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentariam as
referidas impugnações.
Art. 85. A audiência de conciliação ambiental, se requerida pelo autuado, será obrigatória,
devendo o pedido ser dirigido de forma escrita à autoridade julgadora até o trânsito em
julgado da última decisão administrativa proferida.
§ 1º O agendamento de data, horário e local da audiência de conciliação será comunicada ao
autuado com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, por uma das formas de notificação
previstos no art. 56 e acessoriamente por e-mail ou contato telefônico.
§ 2º Excetuada as hipóteses do caput, é facultada a autoridade ambiental, com base no critério
da conveniência e oportunidade, balizado pelo interesse do ganho ambiental, realizar
audiência de conciliação após o trânsito em julgado do processo administrativo.
Art. 86. Na audiência de conciliação ambiental, o autuado poderá comparecer:
I – pessoalmente;
II – representado ou acompanhado por procurador, advogado ou defensor público constituído
por meio de procuração pública ou particular com poderes específicos para participar do ato e
optar por uma das soluções legais possíveis para encerrar o processo; ou
III – acompanhado por pessoa de sua escolha.
Art. 87. Durante a audiência, o autuado deverá ser informado acerca das soluções legais para
encerrar o processo, tais como o desconto para pagamento, o parcelamento e a conversão da
multa em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 1º Restando infrutífera a conciliação e estando o processo em condições de julgamento,
havendo condições técnicas, poderá, no ato, ser proferido o julgamento valendo–se o termo de
audiência como decisão administrativa bem como respectiva ciência para início do prazo
recursal.
Art. 88. A conciliação ambiental será reduzida a termo e homologada pela autoridade
julgadora, e conterá:
I – a qualificação do autuado e, quando for o caso, de seu advogado ou procurador legalmente
constituído, e dos servidores públicos atuantes na conciliação, com as respectivas assinaturas;
II – a certificação de que foram explanadas ao autuado as razões de fato e de direito que
ensejaram a lavratura do auto de infração, e de que foram apresentadas as soluções possíveis
para encerrar o processo;
III – a manifestação do autuado:
a) de interesse na conciliação, que conterá:
1. a indicação da solução legal por ele escolhida para encerrar o processo e os compromissos
assumidos para o seu cumprimento;
2. a declaração de desistência de impugnar judicial e administrativamente a autuação e de
renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentariam as referidas
impugnações;
3. a assunção da obrigação de protocolar pedido de extinção do processo com resolução do
mérito em eventuais ações judiciais propostas, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da data
de realização da audiência de conciliação ambiental, sob pena de o órgão de contencioso da
Procuradoria-Geral do Município fazê-lo;
b) de ausência de interesse na conciliação;
c) de decisão de homologação de eventual opção feita pelo autuado;
d) de decisão fundamentada acerca de eventuais questões de ordem pública; e
e) as providências a serem adotadas, conforme a manifestação do autuado.
§ 1º O autuado receberá uma via do termo de conciliação ambiental e poderá solicitar
esclarecimentos finais sobre o seu teor de forma oral.
§ 2º O termo de conciliação ambiental será publicado no Diário Oficial de Contagem,
podendo ser adotado extrato simplificado.
§ 3º O descumprimento da opção feita pelo autuado implica a execução judicial imediata do
termo de conciliação ambiental, que possui natureza de título executivo extrajudicial, na
forma do inciso II do art. 784 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
§ 4º A realização de conciliação ambiental não exclui a obrigação de reparar eventual dano
ambiental.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 89. Após a execução integral das sanções aplicadas, os autos serão arquivados, mantido o
seu registro no sistema para efeito de eventual caracterização de agravamento por
reincidência.
Art. 90. Este decreto e suas normas procedimentais, notadamente o disposto nos arts. 16, 78 a
88, se aplicarão desde a entrada em vigor aos processos pendentes de julgamento em trâmite
perante o órgão ambiental, preservando, contudo, os atos e decisões concluídos.
Art. 91. Às infrações lavradas e pendentes de julgamento, ser-lhe-á aplicada, quanto as
penalidades, as disposições da legislação em vigor na data do fato.
Art. 92. Fica revogado o Decreto nº 11.292, de 26 de abril de 2004.
Art. 93. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio do Registro, em Contagem, 15 de agosto de 2022.
MARÍLIA APARECIDA CAMPOS
Prefeita de Contagem