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Aulas 1 e 2
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Câmara escura
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Câmara escura
O princípio no qual se baseia a câmara escura é inspirado no olho
humano.
"Camera Obscura" significa "quarto escuro", e o uso de um orifício na
janela para formar uma imagem invertida de uma cena externa em
uma parede oposta de um quarto escuro é conhecido desde pelo
menos o tempo do estudioso árabe Ibn al Hait ou Alhazen, por volta
do século X.
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Abelardo Morell “Camera Obscura: Manhattan View Looking South
in Large Room,” 1996
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Câmara escura
Uma câmera escura é basicamente uma sala ou caixa que tem um
pequeno orifício em uma das paredes.
A luz do lado de fora entra por esse orifício e projeta uma imagem
invertida na parede oposta.
O orifício funciona como a pupila de um olho, o princípio é o mesmo.
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Câmara escura
Já em 470 a.C, havia observações escritas sobre os princípios
ópticos usados por este dispositivo.
O filósofo chinês Mo Ti se referiu a ele como "uma sala de tesouro
trancada", que parece ser uma descrição apropriada de uma câmara
escura.
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Câmara escura
A substituição do orifício por uma lente convergente foi descrita pela
primeira vez pelo veneziano Daniel Barbaro, em 1568.
Ele sugeriu que a imagem fosse melhorada cobrindo-a com um disco
com um pequeno orifício no centro, uma referência muito precoce a
usar uma lente para aumentar a profundidade do foco.
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Câmara escura
Artistas e cientistas trabalham com a câmera escura há séculos.
Leonardo da Vinci publicou um extenso estudo em 1502 sobre o
assunto. Alguns afirmam que o desenvolvimento da perspectiva
linear durante o Renascimento dependia do uso de uma câmera
escura.
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Câmara escura
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Câmara escura
Essa câmara escura está na coleção de
aparelhos históricos da Universidade
Nacional da Irlanda em Galway. Foi
usada para desenhar; o papel vegetal
foi colocado em um vidro, dentro do
capuz dobrável e um espelho de 45°
dentro da caixa refletia a imagem no
papel.
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Ilustração do princípio da câmara escura, 1671
Câmara escura
Aparato
Objeto
Imagem
Orifício
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Câmara escura
Relação matemática entre distâncias e medidas em uma câmara
escura são dadas pela fórmula:
𝒊 𝒑′
=
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Exercícios
2. Um objeto de 4,0 m de altura é colocado a 2,0 m de uma câmara
escura de orifício, que possui 20 cm de profundidade. Qual o tamanho
da imagem formada no fundo da câmara escura?
𝑖 𝑝′
=
𝑜 𝑝
𝑖 0,20
=
4 2
2𝑖 = 4 × 0,20
2𝑖 = 0,80
0,80
𝑖= = 0,40 𝑚
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Exercícios
3. Calcule a altura h da imagem.
𝑖 𝑝′
=
𝑜 𝑝
𝑖 6
=
300 500
500𝑖 = 300 × 6
500𝑖 = 1800
1800
𝑖= = 3,6 𝑐𝑚
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O olho como ente óptico
Do ponto de vista teórico, o olho humano pode ser tratado como
uma câmara escura de orifício; e um composto de lentes capazes de
projetar uma cena externa no fundo dessa câmara, o fundo de olho.
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O olho como ente óptico
Nesse contexto a pupila faz o papel do orifício da câmara escura,
com a vantagem de que esta pode aumentar ou diminuir de
diâmetro, permitindo a entrada de mais ou menos luz.
Aliás, se compararmos com uma câmera fotográfica, na máquina
temos o diafragma, que faz o papel do conjunto íris/pupila da
câmera.
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O olho como ente óptico
Assim como a câmara escura é completamente vedada de outras
entradas de luz que não o orifício, também o olho deve manter-se
completamente escuro internamente (exceto pela abertura pupilar),
para que a imagem se forme com qualidade.
O que garante esta condição é uma combinação de camadas das
diferentes túnicas que compõem o globo ocular, com destaque para
lâmina fusca, na túnica fibrosa (esclera); a membrana de Brush, na
túnica vascular (coroide); e o epitélio pigmentar da retina (EPR), na
túnica nervosa (retina).
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O olho como ente óptico
Como já mencionado, a própria íris cumpre este papel de vedação,
ou ao menos controle, da entrada de luz no globo ocular.
Por isso mesmo, uma lesão, perfuração, coloboma, ou qualquer
alteração que permita a entrada de luz no globo ocular que não
aquela devidamente controlada pelo orifício pupilar irá impactar
diretamente sobre a qualidade da imagem formada no fundo de
olho, e consequentemente na ACUIDADE VISUAL.
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O olho como ente óptico
É o caso de indivíduos submetidos a iridectomia, por exemplo, ou
casos graves de esclerite necrosante, apenas para citar dois
exemplos.
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Esclerite anterior necrosante
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12/09/2020 Esclerite anterior necrosante p. 27
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Causas comuns:
• Doenças auto-imunes
• Artrite
reumatoide
• Infecções
• Endoftalmites
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Iridecomia
Resseção cirúrgica de tecido da
íris, geralmente indicado em
12/09/2020 casos de glaucoma. p. 32
Iridecomia
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O olho como ente óptico
Por fim, as mais diversas estruturas transparentes do olho
funcionam como lentes.
Algumas com maior protagonismo na refringência ocular, outras
menos importantes.
No sentido anteroposterior, a luz que ingressa no globo ocular se
depara com:
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Córnea
• A palavra córnea, tem origem no grego, kerato, que significa chifre.
• Os gregos antigos acreditavam ser a córnea composta pelo mesmo
material do chifre dos animais.
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Córnea
• A córnea é uma estrutura complexa que, além de ter uma função
de proteção do globo ocular, é responsável por ¾ do poder
refrativo do olho (40 a 45 dioptrias).
• Fibrosa e avascular, é a estrutura mais anterior do globo ocular,
correspondendo a 4/5 da superfície do olho.
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Córnea
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Córnea
• A formação de uma imagem nítida na retina dependerá, entre
outros fatores, da sua transparência, e poder refrativo.
• O índice de refração da córnea é 1,376, e seu poder refrativo
dependerá, além desse índice, de suas curvaturas anterior e
posterior.
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Córnea
Sua superfície anterior é elíptica, enquanto a superfície posterior é
esférica.
Mede aproximadamente 12,6 mm de diâmetro horizontal e 11,7
mm de diâmetro vertical.
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Córnea
• O raio de curvatura médio da porção central da córnea é 7,8 mm,
sendo mais plano na periferia.
• A espessura central média da córnea é 0,52 mm
• Na periferia, a espessura chega a 0,67 mm em média.
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Diâmetro da córnea
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Espessura da córnea
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Córnea
• A córnea normal é livre de vasos sanguíneos; os nutrientes são
fornecidos e os produtos metabólicos são obtidos do humor
aquoso posteriormente e as lágrimas anteriormente.
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Córnea
• A córnea é o tecido mais densamente inervado no corpo, e
condições como escoriações e ceratopatia bolhosa estão
associadas com dor acentuada, fotofobia e lacrimação reflexa.
• Tanto o plexo nervoso subepitelial quanto o estromal mais
profundo são ambos derivados da pela primeira divisão do nervo
trigêmeo.
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O olho como ente óptico
Se o olho humano é compostos por esta variedade de lentes,
algumas perguntas relevantes surgem.
Pelo menos duas características são bastante relevantes.
1.Índice de refração
2.Potência das lentes (vergência)
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O olho como ente óptico
Qual é o índice de refração dos meios transparentes oculares?
Qual é a potência óptica (vergência) destes meios?
Qual é a potência óptica total do olho humano?
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Índice de refração
O índice de refração de um material é razão da velocidade da luz no
meio de origem e a velocidade da luz no meio de destino do raio
luminoso.
Logo, o índice de refração é um valor relativo, e pode variar, em um
mesmo material, quando esse se relaciona com meios
transparentes diferentes.
O índice de refração do vidro imerso na atmosfera é diferente do
índice de refração do mesmo vidro imerso na água, por exemplo.
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Índice de refração
Uma das formas de se medir este índice de refração, relativo entre
dois materiais, é através da fórmula:
𝑛𝐴
𝑛𝐴𝐵 =
𝑛𝐵
Onde,
𝑛𝐴𝐵 = índice de refração de A em relação a B
𝑛𝐴 = índice de refração de A
𝑛𝐴 = índice de refração de B
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Índice de refração relativo
Isso significa que o vidro tem um índice de refração relativo à água
menor do que o índice de refração do mesmo vidro, em relação ao
ar.
Porém o vidro possui um índice de refração absoluto, que é o valor
calculado do índice no vácuo.
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O olho como ente óptico
Imagem Objeto
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Eixos e ângulos
• Entre paredes
laterais da orbita
= 90°
• Entre parede
lateral e medial
da mesma órbita
= 45°
• Entre eixos da
órbita = 45°
• Entre eixo da
órbita e eixo
visual = 22,5°
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Posição de repouso
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Posição primária de olhar
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Avaliação diagnóstica dos eixos visuais
ÂNGULO KAPPA
Ângulo Kappa é a diferença entre o eixo pupilar e o visual.
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Ângulos formados entre os eixos oculares
• O ângulo λ (lambda) é formado entre o eixo pupilar e a linha de
visão e o k (kappa) é formado entre o eixo pupilar e o eixo visual.
• O eixo pupilar é uma reta perpendicular à córnea que passa no
centro da pupila de entrada.
• A linha de visão (raio chefe) é a primeira parte da trajetória do raio
de luz, ligando o objeto de fixação ao centro da pupila de entrada.
• O eixo visual é uma reta determinada por um ponto no objeto de
fixação e outro ponto na fóvea, passando pelo ponto nodal
(interseção entre o eixo visual e o eixo óptico) do olho.
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Ângulo Kappa
• Um deslocamento normal em direção ao nariz do reflexo da luz da
córnea do centro da pupila é chamado de ângulo kappa positivo.
Um deslocamento temporal é negativo.
• O ângulo positivo é o resultado da projeção temporal do eixo
pupilar no espaço em relação ao eixo visual. Este ângulo é
normalmente de cerca de 10 dioptrias prismáticas em um adulto e
20 dioptrias de prisma em um recém-nascido.
• Os deslocamentos reflexos são normalmente simétricos nos dois
olhos, ou seja, ambos são nasais (positivos) quando um dos olhos
se fixa monocularmente.
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Teste de Hirshberg
O teste de Hirshberg determina as posições aproximadas dos eixos
visuais de ambos os olhos.
Este método é usado para identificar o estrabismo se nenhum outro
procedimento mais preciso puder ser usado.
Tradicionalmente uma lanterna é usada iluminar nos olhos e o
Optometrista estima o desvio do reflexo observado.
É comum o paciente ficar confuso sobre desvios e posições
oculares, portanto, o teste determina objetivamente a direção do
desvio.
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Teste de Hirshberg
Ligar a lanterna e posicioná-la para os olhos do paciente a uma
distância de cerca de 50 centímetros.
Instrua o cliente a olhar para a luz, observe o reflexo da luz da
córnea de ambos os olhos, enquanto observa por atrás da lanterna.
O desvio pode ser estimado aproximadamente medindo em
milímetros a descentração do reflexo a partir do centro da pupila.
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http://optometriainfoco.blogspot.com
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/2019/02/teste-de-hirschberg.html
Teste de Krinsky
Você pode medir o ângulo do desvio colocando prismas na direção
em que o reflexo do desvio precisa se mover para corresponder ao
olho fixador.
O objetivo é obter a posição simétrica dos dois reflexos da córnea de
ambos os olhos. O método é chamado de Teste de Krimsky.
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Acomodação
A acomodação é o processo pelo qual o olho altera sua potência
óptica, afim de manter uma determinada imagem nítida na retina,
ao focalizar um objeto a medida que a distância de observação
muda.
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Acomodação
Ponto remoto é a distância máxima do olho para a qual uma imagem
nítida de um objeto pode ser vista.
Ponto próximo é a distância mínima para uma imagem nítida.
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Acomodação
A acomodação geralmente age como um reflexo mas também pode
ser controlada conscientemente.
Mamíferos, pássaros e répteis variam o poder óptico, alterando a
forma da lente elástica usando o corpo ciliar (em humanos, até 15
dioptrias).
Peixes e anfíbios variam o poder alterando a distância entre um
cristalino rígido e a retina, pela ação de músculos.
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Acomodação
Existe uma sincinesia entre ACOMODAÇÃO,
CONVERGÊNCIA e MIOSE.
Miose
Acomodação
Convergência
Tríade sinciética
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Teorias - Helmholtz
Helmholtz - A teoria da acomodação mais amplamente adotada foi a
proposta por Hermann von Helmholtz em 1855.
Ao visualizar um objeto distante, o músculo ciliar circularmente
organizado relaxa, permitindo que as zônulas do cristalino e
ligamentos suspensórios tracionem o cristalino, achatando-o.
A fonte da tensão é a pressão que humor vítreo e humor aquoso
exercem sobre a esclera.
Ao visualizar um objeto próximo, os músculos ciliares se contraem
(resistindo à pressão externa sobre a esclera), fazendo com que as
zônulas do cristalino se afrouxem, o que permite que o cristalino
tome a uma forma mais espessa e convexa.
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Teorias - Schachar
Schachar - Ronald A. Schachar propôs em 1992 o que foi chamado de
"teoria geométrica bastante bizarra“ que afirma que o foco os cristalinos
humana está associado ao aumento da tensão através das zônulas
equatoriais; que quando o músculo ciliar se contrai, a tensão zonular
equatorial aumenta, fazendo com que as superfícies centrais da lente
cristalina se inclinem, a espessura central da lente aumente (diâmetro
ântero-posterior) e as superfícies periféricas da lente achatem.
Enquanto a tensão nas zônulas equatoriais aumenta durante a
acomodação, as zônulas anterior e posterior relaxam simultaneamente. A
tensão zonular equatorial aumentada mantém a lente estável e nivela a
superfície periférica da lente durante a acomodação.
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Teoria – Catenária
D. Jackson Coleman propõe que o cristalino, zônulas e vítreo
anterior compreendem um diafragma entre as câmaras anterior e
vítrea do olho.
A contração do músculo ciliar inicia uma pressão entre vítreo e
aquoso que suportam a forma do cristalino anterior no estado de um
raio de curvatura acentuado no centro da lente, com leve
achatamento o cristalino anterior periférico, ou seja, a forma, em
corte transversal, de uma catenária.
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Amplitude de acomodação
Amplitude de acomodação é a capacidade potencial máxima de
ajuste de foco que o olho é capaz de realizar por meio da
acomodação, mantendo a imagem nítida na retina.
A amplitude de acomodação é o limitador do ponto próximo, em
condições de emetropia. Isto é, quanto maior a capacidade de
acomodar (e consequentemente a amplitude de acomodação)
menor será a distância do ponto próximo.
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Amplitude de acomodação
Portanto, a amplitude de acomodação (AA) varia com a idade.
Para Hofsteter: