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02/08/23, 10:32 FazendoVídeo | O arco-íris, o olho e o sistema RGB

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O arco-íris, o olho e o sistema RGB Buscar


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Eduardo Baptista
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Os dias de chuva são para nós geralmente sinônimo de
Sobre
problemas a serem enfrentados: preocupação com a
FAQ
água, ao sairmos a pé, trazendo capas e guarda-chuvas
Produtos e
para fora do armário. Com o vidro embaçado do carro,
Serviços
combatido com o ar condicionado entre outras técnicas.
Atualizações
O trânsito piora, levando aos inevitáveis (será mesmo?)
Recentes
congestionamentos... isso sem falar em situações mais
drásticas, como as enchentes. Mas, para muita gente
também, é sinônimo de alívio: o pessoal da agricultura
por exemplo. Ou das represas que vão abastecer de
água tratada as cidades.

E é nesses dias também que ocorre - não com muita


frequência - o fenômeno do arco-íris, que surge quando a
chuva está acabando de terminar de cair e o Sol
aparece. Nessa situação, o ar ainda está impregnado de
gotículas de água: a luz do Sol penetra dentro de cada
uma delas. Quando esses raios passam para o interior
de cada gota (processo chamado refração), refletem-se
em sua superfície interna mudando de direção até que
acabam por sair de dentro delas. Ao contrário do que
muita gente imagina, as gotas no ar são esféricas ou
ligeiramente achatadas, nunca com a parte superior
pontiaguda - exceto enquanto se desprendem da
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torneira... Quando os raios no entanto saem da gota,


saem diferentes de como entraram: o que era um raio de
luz branca transforma-se em um leque de raios coloridos.
A Física explica o fenômeno da separação de um raio de
luz branca em diversas cores ao atravessar um prisma
construído com determinadas características
geométricas. Ali no céu tudo se passa como se
tivéssemos milhões de minúsculos prismas flutuando no
ar - as gotículas d'água. É a refração do raio de luz na
gota, em determinado ângulo, que causa o leque
colorido. A amplitude desse leque (mais aberto ou mais
fechado) depende do ângulo com que os raios de luz
branca, provenientes do Sol, atingem cada gota. Isso
explica a formação de faixas largas da mesma cor,
dispostas espacialmente em determinada posição no
céu. Se cada gota projetasse seu leque de raios
coloridos em qualquer direção não teríamos o arco-íris
como o conhecemos.

O francês René Descartes, físico, matemático e também


filósofo, tentou explicar no século 15 a formação do arco-
íris, mas foi somente sir Isaac Newton, um século depois,
quem desvendou o mistério, construindo um prisma de
vidro através do qual demonstrou que a luz branca na
verdade é composta por todas as cores presentes no
arco-íris.

O prisma, ao receber um raio de luz branca de um dos


lados, separa-o em diversos outros raios, fazendo a
"classificação" por comprimento de onda. A luz é uma
onda eletromagnética e cada cor possui um comprimento
de onda diferente. Os menores, típicos da faixa azulada,
desviam-se mais do que os que tem maior comprimento,
típicos da faixa avermelhada, e assim dá-se a criação do
leque de cores.

Pois é, da próxima vez em que você observar um arco-


íris, antes de ir buscar o bilhete de loteria premiado que
encontra-se dentro de um pote em seu final, pense que
apesar de você estar vendo todas aquelas cores, na

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verdade o seu olho está vendo somente três delas. Mas


como isso é possível?

Acontece que, de fato, o olho humano só é sensível à cor


vermelha, à cor verde e à cor azul. Isto porque em seu
interior existem estruturas minúsculas, dispostas como
pastilhas aleatoriamente espalhadas em um mosaico, de
modo semelhante a como os pixels ficam agrupados nos
sensores de imagem (CCDs e CMOSs) que formam a
imagem vista pelas câmeras.

Estas estruturas, que na verdade são células foto-


sensíveis espalhadas no fundo do olho (nesse mosaico
cujo nome verdadeiro é retina), dividem-se em dois tipos:
as sensíveis somente à luminosidade e as sensíveis
somente às cores. As primeiras, denominadas
bastonetes, existem em grande quantidade na retina,
calcula-se que cerca de 125 milhões delas existam em
cada olho. As segundas, denominadas cones, existem
em menor quantidade, cerca de 7 milhões em cada olho.
Só existem 3 tipos de células-cones: as que são
sensibilizadas pela cor vermelha, as que o são pela
verde e os que o são pela cor azul. Todas as demais
cores e tonalidades são enxergadas pelo olho como
combinação em diferentes proporções dessas 3 cores ou
, em outras palavras, como combinação de
sensibilização destes 3 tipos de estruturas do olho
humano.

Os cones são responsáveis por enxergar, além das


cores, também a definição dos detalhes das imagens que
vemos. No entanto, ao contrário dos bastonetes, os
cones não tem muita sensibilidade à luz. É por este
motivo que na penumbra temos dificuldade em enxergar
tanto as cores quanto os detalhes das imagens,
justamente as atribuições específicas dos cones: objetos
que sob a luz do Sol durante o dia nos parecem bem
coloridos, ficam pardos, acinzentados e com pouca
definição de detalhes. Já os bastonetes sofrem pouco
com a falta de luminosidade; no entanto, além de não
serem sensíveis às cores, garantem pouca definição às

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imagens: além de estarem presentes em menor número


no olho, vários bastonetes são agrupados à mesma
terminação nervosa. Isto é uma maneira de garantir
maior sensibilidade à luz, mas ao mesmo tempo o
agrupamento acarreta a perda de definição -
individualização - dos pontos da imagem.

Pessoas que apresentam deficiência em determinados


tipos de cones (sensíveis ao vermelho, verde ou azul)
apresentam uma das formas de daltonismo. Já as que
apresentam deficiência nos bastonetes apresentam a
chamada cegueira noturna. Apesar dos cones serem
responsáveis pela definição das imagens em termos de
luminosidade (contornos e detalhes), sua resolução de
cores é menor do que sua resolução em termos de
luminosidade - são necessários 3 cones, sensíveis cada
um a uma das 3 cores básicas, para que o cérebro
combine suas informações e deduza a cor da área
compreendida pelos 3. Esse é um dos motivos pelo qual
a resolução horizontal de cor do sinal de vídeo não
necessita ser igual à sua resolução de luminosidade,
sendo menor do que esta.

Para entender o princípio de funcionamento das câmeras


e monitores de TV basta fazer uma correlação com o
olho humano. Quando a luz amarela emitida pelo
semáforo nesse dia chuvoso de trânsito engarrafado
atinge o olho humano, irá sensibilizar igualmente os
cones sensíveis ao vermelho e os sensíveis ao verde,
porque a luz amarela é obtida como combinação em
iguais proporções destas outras duas.

Por outro lado, o farol vermelho sensibiliza somente os


cones sensíveis ao vermelho, o mesmo acontecendo
com o farol verde. Veja agora que efeito curioso: vimos
que o amarelo sensibiliza tanto as células que enxergam
o vermelho quanto as que enxergam o verde. Se nós
montarmos um painel com minúsculas lâmpadas, nas
cores vermelha e verde, e colocarmos uma ao lado da
outra, de modo alternado, ao olharmos à certa distância
não conseguiremos distinguir uma lâmpada de outra.

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Nossos olhos estarão vendo luz vermelha misturada com


luz verde ou, em outras palavras, estarão enxergando a
cor amarela.

Se trocarmos as cores das lâmpadas por vermelho e


azul, veremos um tom parecido com o rosa (chamado
magenta). E trocando por azul e verde, um azul claro
(chamado ciano). As cores vermelho, verde e azul são
chamadas cores primárias em um esquema de cores
denominado RGB, do inglês Red, Green, Blue. E as
cores amarelo, magenta e ciano, cores secundárias.

Quando você assiste a novela na TV, o filme no telão de


plasma ou colore células em uma planilha no
computador, está vendo as cores como combinação
dessas 3 cores primárias. Chegue bem perto da tela da
TV e você verá o mosaico de luzes RGB (pixels). Com o
auxílio de uma lupa de aumento, analise a tela do
monitor do micro e descubra que não existem pixels
amarelos, que a cor branca é formada quando os 3 tipos
de pixels estão "acesos" e a preta quando estão
"apagados". É a variação da intensidade de cada um dos
tipos de cores nas células da tela que faz a "mistura" em
diferentes proporções do RGB, como se fossem tintas
que enchem um pote em diferentes quantidades.

O sistema RGB começou a ser utilizado em vídeo no


início da década de 50, nos EUA, com o surgimento da
televisão colorida, através da RCA - Radio Corporation of
America. De lá para cá tornou-se padrão em uma
infinidade de equipamentos de exibição de imagens.
Como você viu, é uma sistema baseado no modo de
funcionamento do olho humano. Resta inventar agora
uma forma de atingir o pote na base do arco-íris, o que
fica para uma próxima vez...

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