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Relatório I – Formação da Cor-Luz e Cor-Pigmento

Discente: João Rafael Costa Ferreira da Silva

Disciplina: Televisão Digital, 2023.2

Docente: Ronaldo de Andrade Martins

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Natal-RN, 23 de agosto de 2023


João Rafael Costa Ferreira da Silva

Relatório I – Formação da Cor-Luz e Cor-Pigmento

Relatório 1 apresentado a disciplina Televisão


Digital da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte como requisito para nota.
Docente: Ronaldo de Andrade Martins

Natal/RN
2023
Sumário
1. CONCEITOS DE SISTEMAS DE VÍDEO .......................................................... 4
2. SISTEMA VISUAL HUMANO ............................................................................. 5
3. PERCEPÇÃO VISUAL HUMANA VS. VÍDEO ANALÓGICO ....................... 7
3.1. Grade de Herman ............................................................................................ 8
3.2. Bandas Mach .................................................................................................... 8
4. COR .......................................................................................................................... 9
4.1. Cor-Luz e Cor-Pigmento ............................................................................... 10
4.2. Cores Primárias, Secundárias e Terciárias ................................................. 10
4.3. Tipos de Cores ................................................................................................ 10
4.4. Como vemos as cores ..................................................................................... 11
1. CONCEITOS DE SISTEMAS DE VÍDEO
Vídeo é uma coleção de imagens discretas exibidas periodicamente ao longo do
tempo. Cada uma dessas imagens é composta por N linhas.

Figura 1.1: Sequência de imagens.


As imagens individuais não são percebidas devido à persistência visual, um
fenômeno onde o estímulo causado por um sinal de luz não desaparece imediatamente.
Isso explica o fato de não se perceber as imagens de forma individual. Em seres humanos,
a persistência visual dura cerca de 50 ms, desde que as imagens não sejam muito
diferentes. Esse efeito é aproveitado no sistema elétrico, como visto nas lâmpadas que
piscam a uma taxa de 120 vezes por segundo.
2. SISTEMA VISUAL HUMANO
Veja na Figura 2.1 como é a anatomia do olho humano.
A retina é organizada de forma que transforma os sinais luminosos em impulsos
nervosos. Ela possui fotorreceptores de dois tipos: cones e bastonetes. Essas células não
são distribuídas uniformemente. Os impulsos nervosos gerados são enviados ao cérebro
por meio das células gangolinas.
Os bastonetes são sensíveis a baixas quantidades de luz e desempenham um papel
crucial na visão em condições de baixa luminosidade, como durante a noite. No entanto,
eles não são capazes de distinguir cores, apenas codificam a intensidade luminosa em
forma de frequência de impulsos nervosos. Isso os torna responsáveis por fornecer
informações sobre a luminância dos objetos.

Figura 2.1: Anatomia do olho humano.


Por outro lado, os cones são sensíveis a quantidades maiores de luz e são essenciais
para a visão em condições de maior luminosidade, como durante o dia. Existem três tipos
de cones, cada um sintonizado para responder principalmente a uma faixa específica do
espectro de cores - vermelho, verde e azul. Isso permite que o sistema visual humano
perceba e diferencie cores.
A fóvea, uma pequena depressão na retina, possui a concentração mais alta de
cones. Os bastonetes, por outro lado, circundam a fóvea e estão distribuídos mais
amplamente na superfície da retina. Quando direcionamos nosso olhar para um objeto,
nossos olhos se movem para que a imagem desse objeto seja projetada diretamente na
fóvea, onde a percepção visual é mais detalhada e aguda.
Figura 2.2: Eficiência luminosa relativa vs. Comprimento de onda (nm)
A retina humana é composta por cerca de 6 a 7 milhões de cones, concentrados
principalmente na região central conhecida como fóvea. Esses cones são altamente
sensíveis a cores, permitindo a percepção cromática.

Figura 2.3: Número de hastes ou cones por mm2


Além disso, a retina contém entre 75 e 150 milhões de bastonetes, que estão
distribuídos por toda a superfície retinal. Os bastonetes são responsáveis por oferecer uma
visão ampla do campo visual e são particularmente sensíveis a níveis de iluminação
baixos, como em ambientes noturnos.
3. PERCEPÇÃO VISUAL HUMANA VS. VÍDEO ANALÓGICO
No contexto eletrônico, uma conexão paralela que exigiria milhões de ligações se
torna impraticável. Pelo contrário, uma única conexão, ou algumas poucas conexões, são
mais viáveis em termos de manuseio. No caso de sensores de vídeo, como câmeras, é
implementado um método para converter a imagem, que naturalmente é processada em
paralelo, em um sinal de vídeo através de voltagem elétrica.

Figura 3.1: Percepção visual humana


A luz é uma forma de radiação eletromagnética que estimula nosso sistema visual.
O Sistema Visual Humano não avalia a quantidade absoluta de luz no ambiente, mas sim
as variações dessa quantidade. Isso significa que a percepção da luminância é não-linear.
A intensidade se refere à quantidade de luz, geralmente expressa em níveis de cinza.
A luminância, medida fisicamente, é uma grandeza que descreve a intensidade de luz de
um objeto. O brilho, uma grandeza psicofísica, é a percepção subjetiva da intensidade da
luz. A luminância de um objeto não é afetada pelo ambiente em que está inserido.
Por outro lado, o brilho de um objeto, que é como percebemos a luminância, pode
variar de acordo com o ambiente. Assim, dois objetos com luminâncias idênticas, mas em
diferentes ambientes, podem apresentar diferentes percepções de brilho.

Figura 3.2: Dois objetos com iluminâncias idênticas, mas com brilhos diferentes.
3.1. Grade de Herman
A Ilusão de Hermann, descoberta por Ludimar Hermann em 1870, é um fenômeno
visual que cria a percepção de pontos "fantasma" cinza nas interseções de um padrão
preto e branco, mesmo que esses pontos não estejam realmente presentes na imagem.

Figura 3.3: Grade de Herman.


Na ilusão, quando você olha para uma grade de linhas pretas e brancas que se
cruzam, parece haver pequenos pontos cinza nas interseções das linhas. No entanto, ao
focar diretamente nessas interseções, os pontos cinza parecem desaparecer. Isso ocorre
devido a um fenômeno chamado "inibição lateral" nos neurônios da retina e no córtex
visual. Dê uma olhada na Figura 3.3 e observe os pontos cinza nas interseções.
Surpreendentemente, esses pontos cinza não estão realmente presentes.

3.2. Bandas Mach


As faixas de Mach são ilusões ópticas que ocorrem em uma imagem com várias
tonalidades de cinza. O olho humano identifica duas listras estreitas com gradientes de
luminosidade diferentes em cada limite da imagem, embora elas não existam na imagem
original. Isso resulta em um aumento de contraste entre as áreas. O termo "Mach" em seu
nome é uma homenagem a Ernst Mach.

Figura 3.4: Bandas Mach.


4. COR
A cor é resultado da interação de fótons com células especializadas da retina,
transmitindo informações ao sistema nervoso e permitindo a distinção de objetos com
precisão no espaço.
Isaac Newton, em 1676, demonstrou que a luz branca pode se decompor em sete
cores através de um prisma de três faces. Isso cria o arco-íris, onde a luz do sol é
descomposta em várias cores pelas gotas de água da chuva.
A luz solar é composta por diversos tipos de radiação no espectro eletromagnético,
e cada comprimento de onda corresponde a um tipo de radiação. A cor está relacionada a
esses comprimentos de onda, especificamente no espectro visível, perceptível pelos
órgãos visuais humanos e alguns animais. Essa faixa se estende de 380 a 750 nanômetros.

Figura 4.1: Espectro visível.

Figura 4.2: Espectro visível.


É fundamental compreender que o branco representa a ausência completa de cor,
simbolizando a luz pura, enquanto o preto denota a total falta de luz, implicando na
ausência de reflexão de cores.
4.1. Cor-Luz e Cor-Pigmento
Na concepção das cores, é crucial considerar a distinção entre cor-luz e cor-
pigmento. Contudo, até mesmo ao discutir a cor-pigmento, é impossível evitar a
referência à luz, pois esta é essencial para a percepção de cor. A cor-luz emana
diretamente de fontes luminosas, como a luz solar, estelar, lâmpadas e monitores de
computador. Por outro lado, a cor-pigmento envolve a luz refletida por objetos, sendo
assim interpretada como cor pelo olho humano.
Portanto, as artes visuais como pintura se baseiam na cor-pigmento, enquanto meios
como fotografia, cinema, televisão e arte eletrônica fundamentam-se na cor-luz.
4.2. Cores Primárias, Secundárias e Terciárias
O conceito de cores primárias, secundárias e terciárias é essencial na compreensão
da teoria das cores. As cores primárias, que não podem ser divididas em outras cores, são
intrinsecamente ligadas à resposta fisiológica dos cones no olho humano à luz. Nossa
retina possui três tipos de cones, correspondendo a diferentes comprimentos de onda:
vermelho e laranja, verde e amarelo, e azul e violeta. Isso resulta no sistema RGB
(Vermelho, Verde, Azul), fundamental para fontes de luz.
Contudo, na prática artística, o sistema RYB (Vermelho, Amarelo, Azul) é
tradicionalmente usado, considerando pigmentos. Apesar disso, é o sistema CMY (Ciano,
Magenta, Amarelo) que corresponde corretamente a pigmentos, mas devido à raridade de
ciano e magenta na natureza, essas cores são substituídas por azul e vermelho nas artes
plásticas.
As cores primárias podem ser misturadas para criar uma variedade infinita de cores.
Para a cor-luz, as primárias são vermelho, verde e azul, enquanto para a cor-pigmento são
vermelho, amarelo e azul. A presença de cones específicos em nossa retina,
principalmente o terceiro cone, presente apenas em primatas, incluindo os humanos,
contribui para a percepção de cores e contrastes, conferindo vantagens evolutivas na
busca por alimentos e adaptação ao ambiente das árvores.
4.3. Tipos de Cores
Em diferentes cenários e contextos, a abordagem da cor assume formas diversas:
No âmbito dos padrões industriais, é a CIE que estabelece os referenciais. Quando se
trata de programação para monitores RGB, critérios específicos entram em jogo. Para a
televisão, entra em cena o modelo YIQ. Por sua vez, nas impressoras, a dinâmica de cores
se dá pelo sistema CMY e CMY(K). Quando o foco é na especificação de cor pelo
usuário, é o modelo HSV que se mostra relevante. Para garantir uniformidade perceptual,
entra em ação a escala CIELab. Estes são apenas alguns exemplos, uma vez que as
abordagens sobre cores se desdobram em diversas outras vertentes.
Para além de simplesmente acrescentar realismo, a cor proporciona uma série de
benefícios: Facilita a discriminação visual em interfaces complexas, contribui para o
aumento da satisfação do usuário, destaca a organização lógica de informações, chama
atenção para avisos relevantes e desencadeia reações emocionais. Sua influência vai
muito além da estética, repercutindo na funcionalidade e na experiência do usuário de
maneira abrangente e variada.
Para garantir uma eficaz utilização das cores, um planejamento cuidadoso se faz
necessário, dado o modo como nossos olhos interpretam as tonalidades cromáticas.
Quando se trata da produção de cores em monitores ou televisores através da luz,
um conjunto de três cores primárias entra em cena: vermelho, verde e azul, também
reconhecido como sistema RGB. Por outro lado, quando algo é impresso, como jornais,
revistas, folhetos e, naturalmente, documentos diversos, a paleta de cores utilizada
consiste em ciano, magenta, amarelo e preto, denominado sistema CMYK. No entanto,
vale destacar que, devido à discrepância na maneira como as cores são apresentadas ao
olho, o que se percebe no monitor pode apresentar variações quando impresso.
4.4. Como vemos as cores
A percepção de cor, na realidade, é a visualização da luz que atravessa ou é refletida
por um objeto específico. Isso se traduz em uma interpretação dos comprimentos de onda
que compõem o espectro visível da luz. Nossos olhos têm sensibilidade a três cores
distintas dentro desse espectro: vermelho, verde e azul, desempenhando um papel crucial
na nossa capacidade de discernir a rica gama de cores que nos rodeia.

Figura 4.3: Cor Vermelho, Verde e Azul.


Quando dirigimos o olhar ao monitor, nossos olhos se deparam com a luz composta
de vermelho, verde e azul, projetada diretamente em sua retina. Esse conceito de cor
aditiva parte do preto e acrescenta vermelho, verde e azul para gerar a variedade cromática
percebida. A combinação equitativa dessas três cores primárias resulta no branco. As
imagens e matizes que vemos na tela são meticulosamente criados pela variação das
proporções de vermelho, verde e azul.
Ao observar a Figura 4.4, as três cores aditivas primárias - vermelho, verde e azul -
são evidentes. A convergência destas cores produz o branco. No entanto, quando duas
cores se sobrepõem, emerge o ciano, magenta ou amarelo. O ciano surge da equidade
entre verde e azul, o magenta da justa proporção de azul e vermelho, e o amarelo, da
combinação equânime de vermelho e verde.

Figura 4.4: Cores aditivas primárias.


As cores utilizadas nos processos de impressão, como em jornais e revistas, são
ciano, magenta, amarelo e preto. Nesses casos, as cores que enxergamos são fruto da luz
refletida nos olhos proveniente do material impresso. Este fenômeno de cor é subtrativo,
alicerçado na luz branca. Parte das ondas presentes na luz branca são subtraídas de acordo
com as cores presentes na página impressa. Isso implica que a luz que atinge o documento
é absorvida parcialmente pelo toner aplicado na folha.

Figura 4.5: Cores subtrativa.


Se considerarmos, por exemplo, que a luz branca encontra ciano, ela absorve o
comprimento de onda vermelho e reflete o azul e verde para os olhos. Quando quantidades
equivalentes de ciano, magenta e amarelo são combinadas, o resultado é o preto. Essas
combinações igualitárias no material impresso dão origem ao preto processado. No
entanto, quando essa tinta preta é impressa, pode adquirir uma aparência de marrom
escuro ou sombrio. Portanto, a impressora incorpora um cartucho específico de toner
preto para fornecer o verdadeiro preto de acordo com as necessidades de impressão.

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