Você está na página 1de 13

Visão Cromática

O olho e a visão
O olho é o órgão responsável pela captação da luz refletida pelos objetos. Porém, enquanto a visão é um
processo complicado, o olho apenas recebe a luz.

A luz refletida penetra pela córnea, que faz a focalização da imagem, passando pela íris, que regula a
quantidade de luz através da pupila, e pelo cristalino até convergir na retina, que a transforma em
impulsos elétricos que chegam ao cérebro através do nervo óptico. Como a imagem formada na retina é
invertida, cabe ao cérebro decodificar esta imagem e revertê-la a forma original.

Visão cromática humana

Na retina, mais precisamente na área chamada fóvea central, existem milhões de células
fotossensíveis capazes de transformar a luz em impulsos eletroquímicos. São os cones e
os bastonetes.

Os bastonetes não possuem nenhuma informação cromática, sendo responsáveis apenas pelas
informações de intensidade luminosa dos objetos, não distinguindo diferenças finas entre forma
e cor. Já os cones são capazes de fornecer imagens mais nítidas e detalhadas, proporcionando as
impressões de cor. Existem três tipos de cones e cada um é responsável pela informação de um
matiz diferente: vermelho, verde e azul. É a interação dos cones e dos bastonetes que o ser
humano é capaz de perceber todo o espectro cromático.
O olho sofre uma acomodação toda vez que tenta visualizar uma área de cor diferente, já que
cada onda de cor converge para pontos diferentes da retina. Por isso é necessário que o cristalino
sofra alterações, através de pequenos músculos, para focalizar corretamente a imagem do objeto
visualizado, ficando mais convexo ao focalizar os tons vermelhos e mais relaxado ao focar os
azuis.

Existe, também, um mecanismo fisiológico capaz de equilibrar as cores devido a um forte


estimulo visual. Ao interromper o movimento dos olhos, a sensibilidade dos cones é reduzida,
criando as chamadas pós-imagens, onde uma cor é equilibrada com sua complementar.

Observe a figura abaixo durante 30 segundos e desloque o olho para uma superfície branca. Você
verá a formação de suas complementares.

Isso acontece porque diante de um estimulo forte a


uma determinada cor, a resposta dos cones
responsáveis por ela é suprimida temporariamente,
enquanto os outros respondem normalmente.

Diferenças na percepção das cores

O processo de percepção cromática é variável, sendo dependente de fatores como sistema visual,
assimilação cerebral e até mesmo deficiência nas células da retina. Esses fatores fazem com que cada ser
humano possa interpretar o conceito das cores de uma forma diferente.

Quando o sistema cones/bastonetes presentes na retina não está em conformidade, produz-se uma série
de irregularidades na captação das cores, causando a discromatopsia.

Existem três grupos de discromatospia: monocromacias, dicromacias e tricromacias anômalas


Monocromacia — Visão em preto, branco e tonalidades de cinza. Existem as monocromacias de
bastonetes e de cones.

Monocromia*

Dicromacia — É caracterizada pela ausência de um grupo especifico de cones, apresentando-se


sob a forma de protanopia (ausência de cones vermelhos), deuteranopia, (ausência de cones
verdes) e tritanopia (ausência de cones azuis).

Protanopia*

Deuteranopia
Tritanopia

Tricromacia anômala — Causada por uma mutação no pigmento dos cones, manifestando-se
sob as formas de protanomalia, (sensibilidade menor aos
vermelhos), deuteranomalia (menor sensibilidade ao verde) e tritanomalia, (menor
percepção dos azuis e amarelos).

Protanomalia

Deuteranomalia
Tritanomalia

*Imagens geradas em http://www.color-blindness.com/coblis-color-


blindness-simulator/

A Visão Cromática é um exame específico para analisar o comprometimento da percepção de cores.

Ele é indicado para avaliar e diagnosticar doenças do nervo óptico, doenças adquiridas da mácula e
doenças congênitas, como daltonismo.

Como funciona a percepção de cores?


Quando alguém com uma percepção de cor normal olha para um arco-íris, ela vê toda a gama de cores —
do vermelho ao violeta — presente no que chamamos de ‘luz visível’. Mas embora cada cor represente
uma onda luminosa, nossos olhos não contêm detectores específicos para cada uma dessas ondas.
O espectro eletromagnético. Crédito: Wikimedia

Na verdade, nossas retinas só possuem três tipos de células sensíveis à cores: nós as chamamos de cones.
Essas células são neurônios especializados que enviam sinais elétricos quando expostos à luz. O problema
é que eles não são muito precisos: um cone é sensível a uma vasta gama de cores. Mas quando nosso
cérebro coleta e junta as informações reunidas pelos três tipos de cones, ele é capaz de identificar
diferentes tons de uma mesma cor.

É assim que o processo funciona: os cones contêm um pigmento fotossensível que reage às ondas
luminosas de um certo segmento do espectro. Esse fotopigmento é levemente diferente em cada cone,
tornando-os sensíveis a luzes que pertencem a diferentes partes do espectro. Podemos chamá-los de cones
vermelho, verde e azul, mas é mais adequado dizer que cada tipo detecta ondas luminosas longas (L),
médias (M) ou curtas (C).

Reação típica dos cones à luz. Crédito: BenRG/Wikimedia

O gráfico acima, que mostra com qual intensidade cada tipo de cone responde à diferentes ondas
luminosas, pode nos ajudar a compreender essa reação. É possível ver como cada tipo de cone tem uma
resposta mais forte — um pico — para uma pequena extensão de ondas. Os cones L (ou “vermelhos”)
respondem mais fortemente à luz amarela; os cones M (ou “verdes”) respondem mais à luz verde; e os
cones C (ou “azuis”), à luz azul-violeta. Os cones também são ativados por uma grande gama de ondas de
cada lado de seus “picos”, mas a resposta a essas cores é mais fraca.
Isso significa que existe uma grande sobreposição entre o alcance dessas células: os cones L, M e C
respondem a muitas das mesmas ondas luminosas. A grande diferença entre os tipos de cones está na
força com que eles respondem a cada comprimento de onda. Essa diferença é essencial para nossa
percepção de cores.

Crédito: EnChroma

Imagine que você só possui uma célula cone. Pode ser um cone M, se você preferir. Se você iluminar essa
célula com luz verde, ela será perfeitamente capaz de captar essa luz. Ela irá inclusive mandar uma
descarga elétrica para seu cérebro, mas ela não saberá definir qual é a cor dessa luz. Isso porque o cone
sempre manda um sinal elétrico; seja quando ele detecta uma onda que o ativa com mais força, ou quanto
ele detecta uma luz mais forte num comprimento de onda que o faz reagir com menos força.

Para ver uma cor, nosso cérebro tem que juntar as informações dos cones L, M e C para comparar a força
do sinal lançado por cada tipo de cone. Vejamos a cor de um lindo céu aberto, localizado no gráfico
acima pelo comprimento de onda 475 nm. Os cones C têm a reação mais forte a esse comprimento de
onda, mas os cones vermelhos e verdes também detectam essa luz. É a diferença entre esses sinais que faz
nosso cérebro dizer “isso é azul!”. Cada onda luminosa corresponde a uma diferente combinação de sinais
de dois ou mais cones: um código ternário que permite que o cérebro enxergue milhões de tons.

E o que torna alguém daltônico?


Esse código ternário é eficiente, mas muito pode dar errado no caminho. O gene responsável por um
desses três fotopigmentos pode parar de funcionar. Uma mutação pode mudar a sensibilidade de um
fotopigmento, fazendo com que ele responda a uma gama diferente de ondas. (Lesões na retina também
podem causar problemas.) Numa pessoa daltônica, os cones simplesmente não funcionam como
deveriam; o termo abrange uma série de possíveis defeitos na visão.
Respostas dos cones em dois tipos de daltonismo vermelho-verde. Crédito: Jim Cooke

As formas mais comuns de daltonismo hereditário são os defeitos de percepção do verde e do vermelho.
Uma delas está ligada à incapacidade de produzir fotorreceptores L, e a outra é causada pela ausência de
fotorreceptores M.

Os daltônicos com defeitos genéticos são chamados de dicromatas: eles possuem apenas dois
fotorreceptores funcionais. Esse problema é na verdade bem simples. Você se lembra que o cérebro
compara a força com que cada tipo de cone responde à cada tipo de comprimento de onda? Agora apague
a curva L ou M do gráfico de resposta fotorreceptora da sua mente, e você verá como o cérebro perde um
grande número de informações.

O problema é mais delicado para aquelas pessoas que têm uma versão dos fotorreceptores L ou M que
detecta uma extensão diferente de comprimento de ondas. Essas pessoas são chamadas de tricromatas
anômalos: assim como alguém com uma visão normal, seus cérebros recebem informações de três
fotorreceptores; mas nesse caso, a resposta de um desses fotorreceptores é defeituosa.

Dependendo da alteração da curva de resposta desses fotereceptores, um tricromata anômalo pode ver
tons vermelhos e verdes um pouco diferente de uma pessoa com uma visão normal, ou não diferenciar
entre as duas cores, assim como um dicromata.

Um cenário de outono em seis pontos de vista. Imagem do topo, à esquerda: Visão normal. Imagem
abaixo, à esquerda: deuteranomalia (falha na cor verde). Imagem do topo, no meio: protanomalia (falha
na cor vermelha). Abaixo, no meio: tritanomalia (falha na cor azul). No topo, à direita: deuteranopia
(daltonismo da cor verde). Abaixo, à direita: tritanopia (daltonismo da cor azul).

Mas uma criança que nasce com alguma dessas deficiências de percepção de cor não tem como saber a
diferença. Descobrir que você vê um mundo diferente que as pessoas ao seu redor pode ser uma grande
surpresa. Foi exatamente isso que aconteceu com Carlos Barrionuevo, que descobriu seu daltonismo aos
17 anos.

“Eu nunca havia reparado”, disse ele ao Gizmodo. “E meus pais também não sabiam. Eu não fazia a
mínima ideia até me alistar na Marinha. Fui fazer o teste, e eles começaram a me mostrar umas imagens
de um livro e a falar ‘diga que número você vê’. Eu respondi ‘que número? Tem algum número aí?’”

O livro mencionado por Barrionuevo continha algumas versões dos testes de cores de Ishihara: círculos
feitos de pontos coloridos de diversos tamanhos e tons que servem como uma forma fácil de diagnosticar
o daltonismo. Cada círculo contêm um símbolo ou número que é difícil — ou impossível — de ser
reconhecido por alguém com certos tipos de daltonismo. Ele também pode ser desenhado de forma que o
símbolo seja visível apenas para daltônicos, e invisível para todo o resto. Na imagem abaixo, as pessoas
com visão normal veem o número 74, mas os daltônicos veem o número 21.

http://inret.com.br/exames/view/tonometria.htmlhttp://
inret.com.br/exames/view/tonometria.html
Teste de cor de Ishihara. Aqueles com uma visão normal veem o número 74. Aqueles com daltonismo
verde/vermelho veem o número 21. Crédito: Wikimedia

Barrionuevo acrescenta que não é apenas uma questão de não ver o vermelho ou o verde. “Eu consigo
diferenciar o verde do vermelho, mas diferentes tons de vermelho e verde são todos iguais para mim. Eu
confundo algumas cores. Quando vou numa loja de tintas, as cores do mostruário parecem todas iguais;
eu não consigo diferenciar entre elas.”

Sentido cromático: tipos de defeitos e testes


de avaliação clínica
RESUMO

A avaliação do senso cromático tem grande valor na clínica oftalmológica, tanto para diagnóstico dos
defeitos congênitos (daltonismo), como para diagnóstico e acompanhamento dos defeitos
adquiridos. Diversos testes clínicos podem ser aplicados para esse fim. Porém, é necessário
conhecermos a proposta e a sensibilidade de cada um deles, pois existem grandes variações de
resultados, dependendo da doença que se procura diagnosticar, se congênita ou adquirida.
Buscamos com este trabalho revisar os tipos de defeitos da sensibilidade cromática e fornecer
informações sobre os principais testes utilizados, bem como sua melhor aplicação. Enfatizamos,
ainda, a importância da padronização da iluminação do ambiente onde são aplicados esses testes.

Descritores: Defeitos da visão cromática; Luz; Percepção de cores; Testes de percepção de


cores/história; Testes visuais; Olho/fisiopatologia

HISTÓRICO

O interesse e a curiosidade sobre o fenômeno da visão de cores remontam à Antigüidade, com


especulações feitas por vários filósofos e cientistas.

Aristóteles, já demonstrando seu interesse pelo assunto, afirmava que as cores principais eram sete
e que as demais eram resultantes da mistura das originais (1).

No século XVI1, Leonardo da Vinci foi o responsável pela primeira visão do conjunto de dados que
levariam à criação de um uma teoria das cores. Postumamente e baseado em seus escritos, foi
publicado "O tratado da pintura e da paisagem" onde foi demonstrado experimentalmente que a cor
branca é composta pela união das demais(2).

No século XVIII2 (1704), Sir Isaac Newton publica o livro "Óptica: um tratado sobre a reflexão, a
refração e as cores da luz".

A maior contribuição dessa obra foi demonstrar o mecanismo de coloração dos corpos através da
absorção e reflexão dos raios luminosos, além de introduzir o conceito de comprimento de onda,
propriedade dos raios simples que permite definí-los quantitativamente (3). A maior contribuição
dessa obra foi demonstrar o mecanismo de coloração dos corpos através da absorção e reflexão dos
raios luminosos, além de introduzir o conceito de comprimento de onda, propriedade dos raios
simples que permite defini-los quantitativamente(3).
Johann Wolfgang von Goethe3, em 1820, publica seu "Esboço de uma teoria das cores", trabalho
esse que foi a base para a moderna divisão dos campos que estudam as cores: óptica fisiológica,
óptica física e óptica físico-química(4).

A teoria tricromática, proposta no início do século XIX4 por Young e Helmholtz, ambos fisiologistas, é
a base da óptica fisiológica e mostra que o olho humano possui três tipos diferentes de receptores
visuais, os cones, sensíveis às luzes vermelha, verde e azul(5). No entanto, a teoria tricromática não
conseguia explicar a variedade de fenômenos cromáticos encontrados na natureza. Em particular,
ela falhava ao explicar por que certas combinações de cores cancelavam uma às outras e por que
com outras combinações isso não ocorria. Assim, o fisiologista alemão Ewald Hering 5, em 1878,
propôs a teoria da oponência das cores, que sugeria a existência de três canais de cores oponentes,
mutuamente inibitórios: vermelho-verde, azul-amarelo e branco-preto (6).

Essas duas teorias formaram a base do entendimento da visão das cores. Desde então, o estudo da
sensibilidade cromática vem crescendo ao longo dos anos, com descobertas e avanços importantes.

Diversos compêndios têm tratado da ciência da visão das cores. Para um estudo mais profundo
sobre o assunto, recomendo os trabalhos de Pokorny et al. (1979), Fletcher, Volke (1985) e Kaiser,
Boynton (1986), entre outros(1,7-8).

A avaliação da sensibilidade cromática é valiosa para entendermos como se processa esse fenômeno
nos indivíduos normais e, principalmente, nos que apresentam alterações da sensibilidade
cromática. A perfeita percepção das cores faz parte da interação do indivíduo com seu ambiente e
com seu meio social.

PROCESSAMENTO DA VISÃO DAS CORES

Podemos dizer que a percepção das cores é o resultado de uma sensação visual, causada pela
absorção de fótons pelos pigmentos dos cones da retina(9).

Uma determinada cor, ou comprimento de onda, é definido através de três características básicas:

Tom ou Matiz: é o comprimento de onda percebido (absorvido) pelos cones, que nos permite saber
qual é a cor que estamos vendo.

Saturação: refere-se à pureza da cor. Está relacionada com a quantidade de luz branca adicionada
a um determinado matiz, se podendo distinguir entre vinte diferentes níveis de saturação para
matizes relacionados aos comprimentos de onda curtos e longos, enquanto que em matizes
relacionados a comprimentos de onda médios podem ser distinguidos somente seis níveis de
saturação.

Brilho: refere-se à quantidade de luz que um objeto emite, ou seja, número de fótons que atingem
o olho. É nossa interpretação subjetiva de luminância, que é uma propriedade acromática
quantitativa da cor.

O olho humano é capaz de captar fótons com comprimento de onda entre 380 e 760 nanômetros
(nm) e converte essa energia em impulso elétrico, que será levado ao cérebro e interpretado (10).

Os receptores dos cones, localizados nas camadas mais internas da retina, recebem a luz que
ultrapassou as camadas da retina e originam o impulso elétrico, que, neste caso, é uma
hiperpolarização(8). Esse impulso é então passado para as células bipolares e ganglionares, sendo
modulados pelas células horizontais e amácrinas.

Existem cerca de 5 milhões de cones e 92 milhões de bastonetes na retina humana, enquanto o


nervo óptico possui cerca de 1 milhão de fibras (que são os axônios das células ganglionares). Isso
mostra que uma célula ganglionar reflete a atividade de várias centenas de fotorreceptores(11).
Os axônios das células ganglionares convergem na estrutura denominada nervo óptico, que é, na
verdade, um trato de fibras que funciona como uma extensão externa do cérebro. Suas fibras são
envolvidas pelas três meninges, ao contrário de qualquer outro nervo periférico (12).

No quiasma óptico, cerca de 53% dessas fibras sofrem decussação e seguem pelo trato óptico até o
núcleo geniculado lateral. As fibras provenientes da parte nasal da retina cruzam no quiasma,
seguindo pelo trato óptico contralateral até a área visual oposta do cérebro. As fibras provenientes
da porção temporal da retina permanecem ipsilateralmente (13).

No núcleo geniculado lateral as fibras vão seguir pelo sistema magnocelular, que informa sobre
movimento de um objeto e é acromático e pelo sistema parvocelular, que fornece informações de
alta resolução sobre a forma dos objetos, baseando-se nos seus contrastes cromáticos,
proporcionando uma análise detalhada de um objeto imóvel(14).

Do núcleo geniculado lateral, a via óptica tem continuidade nas radiações ópticas, que irão fazer a
conexão com o córtex visual, nas áreas 17, 18 e 19 de Brodmann(15).

No córtex estriado (área 17), encontramos células responsáveis pela noção de orientação
(movimento e direção) e no córtex pré-estriado (áreas 18 e 19), além dessas informações, existem
também as células que codificam a visão cromática(16).

O processamento cromático é feito por três canais principais, sendo um canal de luminância e outros
dois canais oponentes: um canal vermelho-verde, no qual a informação dos cones sensíveis ao
vermelho opera em oponência aos cones sensíveis ao verde e um canal azul-amarelo (que é a
somatória das ativações do canal vermelho-verde).

Tipos de Cones

Os cones possuem funções específicas, controlando a visão diurna ou fotópica. Possuem uma certa
variedade de pigmentos fotossensíveis, cada um contendo um espectro de sensibilidade diferente,
com comprimentos de ondas aos quais respondem de forma máxima, o que proporciona, assim, a
visão das cores.

Os cones são classificados de acordo com a sua sensibilidade às diferentes faixas de comprimentos
de onda: longos, médios e curtos. Os cones sensíveis ao vermelho são estimulados por
comprimentos de onda longos, da ordem de 570 nm ("long wavelenght cones"). Os cones sensíveis
ao verde são estimulados por comprimentos de onda na faixa de 540 nm, médios ("middle
wavelenght cones"). Por último, os cones sensíveis ao azul ("short wavelenght cones") são
estimulados por comprimentos de onda curtos, da ordem de 440 nm(9).

Distribuem-se, preferencialmente, na região central da retina, e estima-se que existam, em média,


199.000 cones por mm2 na fóvea(11). À medida que se distanciam da fóvea, há uma queda brusca do
número de cones.

Dependendo da região retiniana em que se encontram, os cones apresentam variações em sua


estrutura, sendo mais delgados na região foveal e à medida que se localizam mais perifericamente,
vão adquirindo formas mais arredondadas (17). Ainda na fóvea, se verifica que os cones não têm
ligação com outros fotorreceptores, como ocorre nas porções mais periféricas. Constituem uma via
independente, com uma célula bipolar, o que também se continua com a célula ganglionar
correspondente. Essa via exclusiva é a base anatômica da excelente acuidade visual que ocorre na
região foveal.

Defeitos congênitos

O primeiro estudo sério feito sobre as alterações congênitas da visão de cores foi o do cientista
inglês John Dalton6, em 1798, baseando-se na sua própria dificuldade para ver as cores, pois era
portador de protanopia(19). Por isso a deficiência congênita para visão de cores é popularmente
conhecida como daltonismo.

Tipos de defeitos congênitos e nomenclatura


A) Tricromatismo normal: quando se percebe a cor branca através de estímulos dos três tipos de
cones, vermelho, verde e azul.

B) Tricromatismo anômalo: percebe a luz branca através de proporções anômalas de vermelho,


verde e azul.

C) Dicromatismo: percebe branco com estímulos de apenas 2 tipos diferentes de cones.

D) Monocromatismo: percebe branco com qualquer um dos estímulos.

Defeitos congênitos

O primeiro estudo sério feito sobre as alterações congênitas da visão de cores foi o do cientista
inglês John Dalton6, em 1798, baseando-se na sua própria dificuldade para ver as cores, pois era
portador de protanopia(19). Por isso a deficiência congênita para visão de cores é popularmente
conhecida como daltonismo.

Tipos de defeitos congênitos e nomenclatura

A) Tricromatismo normal: quando se percebe a cor branca através de estímulos dos três tipos de
cones, vermelho, verde e azul.

B) Tricromatismo anômalo: percebe a luz branca através de proporções anômalas de vermelho,


verde e azul.

C) Dicromatismo: percebe branco com estímulos de apenas 2 tipos diferentes de cones.

D) Monocromatismo: percebe branco com qualquer um dos estímulos.

Defeitos adquiridos

Os defeitos adquiridos podem ser atribuídos a diferentes causas: alterações nos filtros pré-
receptores (cristalino, pigmentos maculares, pupila), redução da densidade óptica dos
fotopigmentos dos cones (vermelhos, verdes ou azuis), perda desequilibrada dos tipos de cones e
alterações nos níveis de processamento pós-receptores(21).

Classificação dos defeitos adquiridos

Várias classificações dos defeitos adquiridos foram propostas(22), porém, a mais usada é a de
Verriest(23), que subdivide os defeitos em 3 tipos:

Tipo I: defeito vermelho-verde, com perda da sensibilidade aos comprimentos de onda longos,
podendo evoluir da escotopização a acromatopsia, ocorrendo em processos distróficos da mácula
envolvendo perda da função dos cones.

Tipo II: defeito vermelho-verde, sem perda da sensibilidade aos comprimentos de onda longos,
acompanhado por uma perda menos pronunciada da sensibilidade azul-verde e ocorre em doenças
que afetam a transmissão de sinais do nervo óptico.

Tipo III: defeito azul-amarelo, às vezes acompanhado de por uma deficiência vermelho-verde
menos pronunciada.

Outras denominações podem ser aplicadas aos defeitos adquiridos (8):

• Acromatopsia: seria sinônimo de monocromatismo, ou, ausência de percepção de cores.


• Cromatopsia: quando há uma distorção da percepção cromática, havendo mudança na sensação
da cor percebida, podendo levar a xantopsias, eritropsias, cianopsias e cloropsias, distorções
cromáticas que tornam os objetos amarelados, avermelhados, azulados ou esverdeados,
respectivamente.

• Discromatopsia: percepção anormal das cores, mais aplicável aos distúrbios adquiridos do que aos
congênitos.

• Agnosias cromáticas: alterações de percepção resultantes de danos corticais cerebrais.

Outras denominações podem ser aplicadas aos defeitos adquiridos (8):

2. Pedrosa I. Leonardo da Vinci e a teoria das cores. In:Pedrosa I, editor. Da cor à cor inexistente.
Rio de Janeiro: Universidade de Brasília; 1982. p.37-48. [ Links ]

3. Pedrosa I. Newton e a óptica física. In: Pedrosa I, editor. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro:
Universidade de Brasília; 1982. p.49-51. [ Links ]

4. Pedrosa I. O Esboço de uma teoria das cores, de Goethe. In: Pedrosa I, editor. Da cor à cor
inexistente. Rio de Janeiro: Universidade de Brasília; 1982. p.53-66. [ Links ]

2. Pedrosa I. Leonardo da Vinci e a teoria das cores. In:Pedrosa I, editor. Da cor à cor inexistente.
Rio de Janeiro: Universidade de Brasília; 1982. p.37-48. [ Links ]

3. Pedrosa I. Newton e a óptica física. In: Pedrosa I, editor. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro:
Universidade de Brasília; 1982. p.49-51. [ Links ]

4. Pedrosa I. O Esboço de uma teoria das cores, de Goethe. In: Pedrosa I, editor. Da cor à cor
inexistente. Rio de Janeiro: Universidade de Brasília; 1982. p.53-66. [ Links ]

Você também pode gostar