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Podemos dizer que a única coisa que enxergamos é a luz que, como veremos
mais à frente, é apenas uma pequena faixa do espectro eletromagnético. É
somente através dela que podemos construir imagens do mundo. A primeira
pergunta que poderia surgir para nós é a seguinte: como a luz faz tudo isto?
Procedimento
Primeiro faremos com as folhas de papel cartão duas caixas compridas que
devem se encaixar uma dentro da outra. Para isso, faça o desenho de um
grande retângulo de 32 cm X 22 cm, dividindo-o com 3 linhas distantes a cada
8 cm na parte mais comprida. Ligado à primeira faixa faça um quadrado de 8 X
8 cm, com um círculo de 3 cm no centro, como mostra a figura b do desenho
abaixo:
Recorte os desenhos e dobre nas linhas que os dividem, colando com a cola
ou com fita adesiva as abas para que as caixas possam ficar fixas. Cuidado
para que as caixas não fiquem tortas, o que vai dificultar a inserção de uma
dentro da outra.
Depois de prontas coloque a caixa com o papel vegetal para dentro da outra
com o papel alumínio, aponte as caixas para um local bem iluminado, olhe
para dentro das caixas e ajuste o foco da imagem.
Independência dos raios de luz indicam que mesmo que dois raios de luz se
cruzem, um não interfere na propagação do outro.
Ou seja, se tivermos dois feixes de luz monocromáticos, um vermelho e outro
verde, e existindo um ponto de cruzamento entre estes dois raios, cada um
deles segue a sua propagação como se esse cruzamento nunca tivesse
existido.
O princípio de reversibilidade dos raios diz que se a luz segue uma trajetória
desde a sua emissão até a sua incidência, outro raio de luz que seja emitido
do ponto de incidência do primeiro e que seja propagado na mesma direção
do primeiro, mas em sentido contrário a ele, mesmo que tenha sofrido uma
reflexão ou outro fenômeno óptico, volta exatamente para o mesmo ponto de
emissão do primeiro. Uma conseqüência disso é a observação de alguém
através do espelho. Se uma pessoa vê os olhos da outra através de um
espelho, essa outra pessoa também consegue ver o observador.
Formação de imagens
Vivemos atualmente numa sociedade de imagens: cinema, televisão, revistas,
painéis, internet, etc. Tomamos conhecimentos dos fatos em tempo quase
real, através de conexões via satélite ou fibras ópticas e com velocidade e
volume de informações cada vez maiores. Procuraremos discutir como as
imagens se formam, usando sempre a luz como portadora de informações. E
para isso, vamos discutir Depois de prontas coloque a caixa com o papel
vegetal para dentro da outra com o papel alumínio, aponte as caixas para um
local bem iluminado, olhe para dentro das caixas e ajuste o foco da imagem.
17 com mais detalhe os fenômenos como reflexão e refração da luz, que
aparecem quando usamos espelhos e lentes. Iremos também exemplificar
com alguns fatos da natureza como o arco-íris, a miragem, além de
dispositivos que se utilizam desses princípios como o olho, a máquina
fotográfica, a lupa, entre outros.
A grande maioria dos objetos que vemos não emite luz própria. Eles são vistos
porque reemitem a luz de uma fonte primaria como o sol ou uma lâmpada. A
luz incidindo sobre a superfície volta para o mesmo meio, sem alterar suas
características. A esse processo denominamos reflexão da luz.
Mas, de todos os objetos que refletem a luz que incide sobre eles, por que
apenas alguns formam imagens (como espelhos e superfícies polidas) e
outros (como paredes, madeira e superfícies não polidas) não formam?
A resposta a esta pergunta está na forma com que a reflexão da luz se dá em
cada tipo de material.
Existem dois tipos de reflexão que ocorrem nos materiais que encontramos
em nosso cotidiano. Na reflexão difusa os raios solares que chegam à Terra ou
que são emitidos por qualquer fonte luminosa atingem os objetos que
possuem certa rugosidade (ou seja, não são polidos) são refletidos em varias
direções.
É graças a isso que podemos ver os objetos de diferentes pontos (como por
exemplo, as páginas deste texto). Em cada ponto continua valendo a lei da
reflexão, isto é, os raios de luz encontram milhares de minúsculas superfícies
planas refletindo a luz em todas as direções.
Mas por que este tipo de reflexão não forma imagem nenhuma? Veremos
mais à frente que para que se consiga formar uma imagem de um
determinado objeto que está na frente da superfície, a reflexão dos raios de
luz provenientes de um único ponto do objeto deve acontecer da forma que
os raios de luz refletidos ou os seus prolongamentos atrás da superfície se
cruzem, formando um ponto, chamado de ponto conjugado.
Para que se forme o ponto conjugado é necessário que ocorra a reflexão
especular, que ocorre em superfícies bem polidas, caso dos espelhos e de
metais polidos, como alguns presentes em utensílios de cozinha.
Neste tipo de reflexão os raios de luz que incidem paralelos à superfície são
refletidos da mesma forma, uma vez que estes materiais depois de polidos
apresentam um grau de rugosidade muito baixo, fazendo com que todos os
raios de luz paralelos sejam refletidos também paralelamente.
Vamos lá!
Pegue o espelho plano e coloque-o em pé sobre a folha de sulfite, fazendo
uma linha com o lápis sobre o espelho (figura a). Peça para alguém ligar o
LASER e incidir no espelho, fazendo um “rasante” no papel, para que
consigamos ver a luz dispersada por ele (figura b).
Figura A Figura B
Marque com o lápis o ponto de saída do LASER, o ponto em que ele incidiu no
espelho e o ponto de chegada (figura c). Desligue o LASER e retire o espelho.
Com a régua ligue os pontos de saída do LASER, o ponto de incidência no
espelho e o ponto de chegada (figura d).
Figura C Figura D
Figura E Figura F
Note mais uma vez que os raios de luz traçados entre o ponto da chama da
vela e o espelho sofrem reflexão e obedecem à 2ª Lei, ou seja, se traçarmos no
ponto de incidência dos raios de luz na superfície do espelho uma reta normal a
ele e medirmos os ângulos do raio que incide e do raio que reflete, pode-se
facilmente ver que eles são iguais, obedecendo à relação:
I=R
Procedimento
Após isso, peça para que eles repitam as ações com outros ângulos. Nestes
casos pode-se utilizar a equação da associação para determinar e observar o
número de imagens formadas pelos espelhos.
Mas e se colocarmos um espelho ao lado do outro como um livro aberto e
formos fechando devagar da mesma forma que fechamos um livro, o que
vemos? Ao fechar o ângulo entre os espelhos observa-se que o número de
imagens aumenta. Mas por que isso acontece? Agora que já sabemos como
construir graficamente a imagem em um espelho plano, basta utilizar a mesma
técnica para construir a imagem em dois espelhos com um ângulo formado
entre eles, descrito na atividade a seguir.
A construção gráfica das imagens formadas por espelhos planos e pelas suas
associações são importantes para a compreensão dos conceitos de formação
de pontos conjugados infinitos e a formação pontual das imagens, sejam elas
virtuais ou reais, caso dos espelhos curvos e das lentes. Para esta atividade
precisaremos apenas de papel, lápis e a configuração dos desenhos abaixo,
representando os espelhos planos e ponto objeto.
Nesta atividade os alunos devem ter o conhecimento de que o ponto objeto é
um corpo luminoso ou iluminado que emite ou reflete a luz para todos os lados.
Para a formação do ponto imagem ele deve tomar dois raios de luz, aplicar a 2ª
lei da reflexão medindo o ângulo de incidência formado com a reta normal
usando um transferidor e traçando o ângulo de reflexão. Para cada raio de luz
refletido pelo espelho eles devem traçar seus prolongamentos com retas
tracejadas, até que se encontrem, formando assim o local do ponto objeto.
Um desafio a partir dessa atividade é pedir aos alunos para que eles tracem as
imagens formadas pelo mesmo ponto objeto quando colocado entre dois
espelhos formando um ângulo qualquer. Claro que o mais simples é fazer um
ângulo de 90º entre os espelhos
Este é o caso onde os espelhos são paralelos. Para esta oficina precisaremos de
alguns materiais que não são tão simples, mas que se pode facilmente
conseguir em uma vidraçaria. Aqui utilizaremos acrílicos, que não são tão
simples de conseguir, mas podem ser substituídos por vidros comuns. Para esta
oficina vamos precisar de:
1. Um pedaço de 10 X 10 cm de acrílico transparente
2. Um pedaço de 10 X 10 cm de acrílico espelhado
3. Um tubo de PVC de 4” com 10 cm de comprimento
4. Um pedaço de insul-film espelhado para residências, com o mínimo de
escurecimento (fácil de conseguir em lojas especializadas em filmes, som e
alarmes de carros que também trabalham com residências)
5. Uma furadeira com uma broca chata de 30 mm ou com uma serra copo de
40 mm
6. Tinta preta fosca
7. Fita adesiva, vela.
Pegue o cano e faça no meio do seu comprimento um furo com a broca chata
ou com a serra copo (figura a). Pinte, se preferir, o interior do tubo com a tinta
preta e espere secar. Fixe o acrílico espelhado em uma das pontas do cano, de
modo que o orifício feito fique paralelo a uma das arestas dele (figura b).
Coloque o filme no acrílico transparente e espere a cola do filme secar (figura c)
e fixe na outra extremidade do cano para que ele fique paralelo ao espelho
(figura d).
Acenda a vela e a coloque no orifício do cano com muito cuidado para que ela
não caia e derreta o cano e peça para que os alunos observem o que ocorreu.
Oriente a observação de modo que eles tenham a possibilidade de pesquisar
como este número infinito de imagens se forma. Como desafio, proponha que
eles façam o traçado dos raios de luz para que sejam formadas duas imagens
de cada lado do cano. Se quiser, pinte o interior do cano com a tinta preta
fosca.
Nesta oficina podemos ver que aparecem muitas imagens da vela no objeto
construído. Na figura abaixo podemos ver como as múltiplas imagens são
formadas. Podemos ver que o raio de luz que sai do objeto reflete muitas vezes
nos dois espelhos, fazendo com que cada uma das reflexões tenha um
prolongamento de raios que se cruzam, formando outro ponto imagem.
Outra associação destes tipos de espelho pode ser feita novamente de modo a
formar infinitas imagens, mas com outra configuração. Dessa vez a ideia é
colocar três espelhos formando um triângulo e colocar um objeto no meio dele,
observando as imagens, seguindo a atividade proposta a seguir.
Demonstração 2: caleidoscópio
Assim como a demonstração da associação de espelhos planos em ângulos,
este tipo de associação também forma muitas imagens. A diferença entre eles é
que a associação em ângulo forma um número finito de imagens e esta
associação, dependendo do ângulo de visão, forma infinitas imagens. Para esta
demonstração precisaremos de:
1.Três espelhos planos de mesmo tamanho
2.Um objeto luminoso ou bem iluminado
3.Fita adesiva para fixar os espelhos na configuração
Vamos lá!
Coloque os três espelhos lado a lado e os prenda pelo fundo com fita adesiva,
de modo que eles fiquem com um espaço que aproximadamente meio
milímetro um do outro, para facilitar a inclinação. Feche os espelhos de maneira
que eles formem um triângulo equilátero e coloque o objeto no centro do
triângulo. Oriente aos alunos para que eles observem de vários ângulos para
que eles vejam o que ocorreu.
Posicionando o olho acima da configuração dos espelhos podemos ver a
formação de um número infinito de imagens. Como desafio, pode-se pedir que
os alunos façam a formação das imagens pelo método descrito na atividade 2.
Oficina 3: caleidoscópio
Os caleidoscópios são objetos ópticos que formam imagens de uma beleza sem
igual, muito por causa da sua simetria triangular e também pelas cores de
desenhos ou miçangas utilizadas neles. Nesta oficina vamos confeccionar um
caleidoscópio diferente, mais dinâmico, em que as cores se Caleidoscópio.
Caleidoscópio. Para esta oficina precisaremos de:
1.Três réguas escolares de plástico comuns com pelo menos uma das faces lisa
2.Um tubete de plástico (esse é mesmo o nome, se compra em lojas de
produtos para festas infantis)Posicionando o olho acima da configuração dos
espelhos podemos ver a formação de um número infinito de imagens. Como
desafio, pode-se pedir que os alunos façam a formação das imagens pelo
método descrito na atividade 2.
3.Estrelinhas e glitter (brocal) coloridos
4.Papel color set preto
5.200 ml de glicerina bidestilada (se acha em drogarias)
6.Tesoura e fita adesiva transparente, um pedaço de saco plástico
Primeiro pegue as três réguas e as coloque lado a lado para saber qual o
tamanho do papel preto iremos cortar. Corte um pedaço do papel que seja
suficiente para cobrir as três réguas na largura e no comprimento e que sobre
um pedaço de cerca de 1 cm na largura (figura a). Com um pequeno pedaço de
fita adesiva una as três réguas formando um prisma triangular comprido (figura
b).
Cubra o prisma com o papel preto (figura c) prendendo com a fita adesiva. Com
um pequeno pedaço de papel cartão faça um triângulo um pouco maior que o
triângulo da base do prisma feito com as réguas, com um furo no centro (figura
d) e o prenda em uma das bases do prisma com fita adesiva.
Abra o tubete e encha ele com uma proporção de 50% de água e glicerina,
misturando bem. Coloque algumas estrelinhas e um pouco de glitter, tomando
cuidado para não colocar demais a ponto de formar caroços de material (figura
e). Prenda o tubete na outra base do prisma com fita adesiva transparente para
que ele não se solte (figura f)
Pronto! Agora é só ficar em um ambiente bem iluminado e observar as formas
no seu caleidoscópio.
Oficina 4: periscópio
Podemos fazer um periscópio bem simples utilizando:
1.Uma folha de papel cartão de qualquer cor
2.Dois pedaços de 10 X 10 cm de espelhos de acrílico (ou comuns de vidro)
3.Cola, tesoura, fita adesiva, cola quente
Recorte, dobre e cole a caixa inserindo os espelhos à 45º. Para fixar os espelhos
use uma tira de fita banana na parede oposta ao orifício de observação, para
que ele não deslize e caia sobre o outro (figura b).
Um fenômeno que será discutido mais à frente, mas que traz curiosidade a
quem observa é a tridimensionalidade. Assistir um filme em 3D atualmente é
comum em cinemas espalhados pelo país e quem já assistiu, sabe que é
necessário um óculos especial para que as imagens sejam separadas nos olhos
e tenhamos a impressão tridimensional do filme.
Mas apesar do cinema 3D ser algo relativamente novo, a ideia de imagem
tridimensional a partir de desenhos é de antes da invenção da fotografia. No
ano de 1838 ofísico inglês Charles Wheatstone (1802-1875|) construiu um
aparelho chamado estereoscópioque, a partir de duas imagens, poderiam
“enganar o cérebro” e fazer com que vejamos uma imagem tridimensional. Na
próximao ficina estão descritos os passos para a construção deste objeto.
Oficina 5: estereoscópio
A confecção deste equipamento é relativamente simples, mas as imagens
deverão ser procuradas na Internet em site de busca, como imagens
estereoscópicas. Para esta oficina precisaremos de:
1.Uma caixa de sapatos
2.Dois espelhos acrílicos de 10 X 10 cm (ou de vidro)
3.Cola quente, estilete, tesoura, fita isolante.