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Princípios básicos da ótica

Nos capítulos anteriores já vimos o histórico das concepções sobre a luz e


como será o tratamento da luz neste início. Começaremos o estudo pela
óptica geométrica, que trata a propagação da luz através de raios, o que
facilitará a compreensão geométrica dos fenômenos principais. Tomando
como base a óptica geométrica existem três princípios básicos para esta
compreensão: propagação retilínea da luz, independência dos raios e
reversibilidade.

Nossa percepção do mundo depende fundamentalmente da nossa


capacidade de perceber a luz. Se não houvesse luz o mundo perderia parte da
sua beleza, não poderíamos mais observar as belas cores de um arco-íris ou
observar os traços do rosto de uma pessoa.

Podemos dizer que a única coisa que enxergamos é a luz que, como veremos
mais à frente, é apenas uma pequena faixa do espectro eletromagnético. É
somente através dela que podemos construir imagens do mundo. A primeira
pergunta que poderia surgir para nós é a seguinte: como a luz faz tudo isto?

Para começar a responder a essa pergunta podemos refletir um pouco mais


sobre a natureza da luz e começar a observar com mais cuidado o que ocorre
durante a sua propagação. Historicamente o princípio da propagação retilínea
da luz já é conhecido desde a antiguidade, e a utilização desse princípio básico
pôde explicar muitos fenômenos que acontecem em nosso cotidiano.

Um dos fenômenos mais conhecidos e que é fruto desse princípio é o eclipse


(solar ou lunar), que forma na Terra (ou na Lua) uma região de sombra
(ausência de luz em uma determinada região) e outras regiões de penumbra
(iluminação parcial de determinadas regiões por uma parte do Sol não
coberto pela Lua, quando o eclipse é solar ou pela Terra, quando o eclipse é
lunar).
Figura 14: Modelo ilustrando eclipse solar

Outro fenômeno comum da propagação retilínea da luz foi observado na


Grécia antiga, quando em um eclipse solar parcial Aristóteles viu a projeção do
Sol em forma de meia lua quando os raios passavam por um orifício nas
folhas de plátano. Essa observação atribui a ele os primeiros esquemas
básicos da câmara escura de orifício, cujo esquema é representado na
atividade a seguir.

Oficina 1: Câmara escura


Materiais necessários: Para esta oficina precisaremos de:
1. Uma folha de papel cartão, de preferência preto
2. Um pedaço de folha de papel alumínio de 5 X 5 cm
3. Um prego pequeno
4. Um pedaço de papel vegetal de 10 X 10 cm
5. Cola, régua, caneta ou lápis, tesoura, fita adesiva

Procedimento
Primeiro faremos com as folhas de papel cartão duas caixas compridas que
devem se encaixar uma dentro da outra. Para isso, faça o desenho de um
grande retângulo de 32 cm X 22 cm, dividindo-o com 3 linhas distantes a cada
8 cm na parte mais comprida. Ligado à primeira faixa faça um quadrado de 8 X
8 cm, com um círculo de 3 cm no centro, como mostra a figura b do desenho
abaixo:
Recorte os desenhos e dobre nas linhas que os dividem, colando com a cola
ou com fita adesiva as abas para que as caixas possam ficar fixas. Cuidado
para que as caixas não fiquem tortas, o que vai dificultar a inserção de uma
dentro da outra.

Quando a caixa de 25 cm de comprimento estiver pronta, cole o pedaço de


papel vegetal na ponta em que se dobram as quatro abas. Corte o círculo de 3
cm da caixa formada pela figura b e cole com fita adesiva o papel alumínio no
orifício formado. Faça com um pequeno prego um buraco no papel alumínio.

Depois de prontas coloque a caixa com o papel vegetal para dentro da outra
com o papel alumínio, aponte as caixas para um local bem iluminado, olhe
para dentro das caixas e ajuste o foco da imagem.

Independência dos raios de luz indicam que mesmo que dois raios de luz se
cruzem, um não interfere na propagação do outro.
Ou seja, se tivermos dois feixes de luz monocromáticos, um vermelho e outro
verde, e existindo um ponto de cruzamento entre estes dois raios, cada um
deles segue a sua propagação como se esse cruzamento nunca tivesse
existido.

O princípio de reversibilidade dos raios diz que se a luz segue uma trajetória
desde a sua emissão até a sua incidência, outro raio de luz que seja emitido
do ponto de incidência do primeiro e que seja propagado na mesma direção
do primeiro, mas em sentido contrário a ele, mesmo que tenha sofrido uma
reflexão ou outro fenômeno óptico, volta exatamente para o mesmo ponto de
emissão do primeiro. Uma conseqüência disso é a observação de alguém
através do espelho. Se uma pessoa vê os olhos da outra através de um
espelho, essa outra pessoa também consegue ver o observador.

Formação de imagens
Vivemos atualmente numa sociedade de imagens: cinema, televisão, revistas,
painéis, internet, etc. Tomamos conhecimentos dos fatos em tempo quase
real, através de conexões via satélite ou fibras ópticas e com velocidade e
volume de informações cada vez maiores. Procuraremos discutir como as
imagens se formam, usando sempre a luz como portadora de informações. E
para isso, vamos discutir Depois de prontas coloque a caixa com o papel
vegetal para dentro da outra com o papel alumínio, aponte as caixas para um
local bem iluminado, olhe para dentro das caixas e ajuste o foco da imagem.
17 com mais detalhe os fenômenos como reflexão e refração da luz, que
aparecem quando usamos espelhos e lentes. Iremos também exemplificar
com alguns fatos da natureza como o arco-íris, a miragem, além de
dispositivos que se utilizam desses princípios como o olho, a máquina
fotográfica, a lupa, entre outros.

A grande maioria dos objetos que vemos não emite luz própria. Eles são vistos
porque reemitem a luz de uma fonte primaria como o sol ou uma lâmpada. A
luz incidindo sobre a superfície volta para o mesmo meio, sem alterar suas
características. A esse processo denominamos reflexão da luz.

Mas, de todos os objetos que refletem a luz que incide sobre eles, por que
apenas alguns formam imagens (como espelhos e superfícies polidas) e
outros (como paredes, madeira e superfícies não polidas) não formam?
A resposta a esta pergunta está na forma com que a reflexão da luz se dá em
cada tipo de material.

Existem dois tipos de reflexão que ocorrem nos materiais que encontramos
em nosso cotidiano. Na reflexão difusa os raios solares que chegam à Terra ou
que são emitidos por qualquer fonte luminosa atingem os objetos que
possuem certa rugosidade (ou seja, não são polidos) são refletidos em varias
direções.

É graças a isso que podemos ver os objetos de diferentes pontos (como por
exemplo, as páginas deste texto). Em cada ponto continua valendo a lei da
reflexão, isto é, os raios de luz encontram milhares de minúsculas superfícies
planas refletindo a luz em todas as direções.

O grau de rugosidade (distância entre as sucessivas elevações e depressões)


de uma determinada superfície depende da radiação incidente: essa folha de
papel é considerada rugosa para a luz visível incidente, cujo comprimento de
onda médio é da ordem de 0,5 micrometro (1 micrometro = 0,001 mm), já as
antenas parabólicas, cujas superfícies são grades metálicas podem ser
consideradas como superfícies polidas para ondas de radio de centenas de
metros de comprimento de onda, daí serem utilizadas nas telecomunicações a
grandes distâncias.

Figura 16 Modelo ilustrando reflexão difusa

Mas por que este tipo de reflexão não forma imagem nenhuma? Veremos
mais à frente que para que se consiga formar uma imagem de um
determinado objeto que está na frente da superfície, a reflexão dos raios de
luz provenientes de um único ponto do objeto deve acontecer da forma que
os raios de luz refletidos ou os seus prolongamentos atrás da superfície se
cruzem, formando um ponto, chamado de ponto conjugado.
Para que se forme o ponto conjugado é necessário que ocorra a reflexão
especular, que ocorre em superfícies bem polidas, caso dos espelhos e de
metais polidos, como alguns presentes em utensílios de cozinha.

Neste tipo de reflexão os raios de luz que incidem paralelos à superfície são
refletidos da mesma forma, uma vez que estes materiais depois de polidos
apresentam um grau de rugosidade muito baixo, fazendo com que todos os
raios de luz paralelos sejam refletidos também paralelamente.

Figura 17: Modelo ilustrando reflexão especular

Lei da Reflexão: princípio do tempo mínimo

Um fato experimental importante é que a luz, num meio homogêneo, se


propaga em linha reta, segundo a discussão feita na reflexão sobre a câmara
escura. A natureza nos mostra que para ir de um ponto a outro a luz escolhe
uma trajetória de modo a gastar menos energia e tempo, e para ser eficiente,
a trajetória é uma linha reta, caso não haja nenhum obstáculo à sua
passagem.

Se a luz é refletida por um espelho ou quando passa de um meio para outro,


como por exemplo do ar para a água, o seu comportamento é governado por
esse princípio geral da natureza, que foi formulado pelo cientista francês
Pierre de Fermat (1601-1665), por volta de 1650, que é conhecido como o
Princípio do Tempo Mínimo. Esse princípio estabelece que de todas as
trajetórias possíveis que vão de um ponto para outro a luz escolhe aquela que
requer o menor tempo possível.
Na fig. 18 a. temos 2 pontos, A e B, e um espelho plano. Como a luz pode ir de
A ate B gastando o menor tempo possível? A resposta óbvia seria numa linha
reta que liga A com B! Mas se acrescentarmos a condição que a luz deve
passar pelo espelho, a resposta não é tão direta.

Na fig. 18 b estão indicadas 3 possíveis trajetórias; em qual delas o tempo


gasto seria mínimo? Para responder a essa questão vamos obter o ponto A’,
simétrico de A em relação ao espelho e com isso o percurso da luz de A até B,
seria equivalente, por construção geométrica, a distância de A’ a B. Vemos,
então que o percurso 2 é aquele em que é mínimo o tempo gasto pela luz,
pelo fato de ser uma trajetória retilínea, como ilustrado na fig.18 c.

É fácil verificar geometricamente nessa figura que o ângulo de incidência do


raio NA com o espelho é igual ao ângulo de reflexão NB. Todavia, ao invés de
medir esses ângulos com o espelho é costume medir com a linha ortogonal à
superfície refletora, indicando que o ângulo de incidência é sempre igual ao
ângulo de reflexão, valido para qualquer valor do ângulo. Esse fato é
conhecido como a 2ª Lei da Reflexão. Além disso, o raio incidente a normal e o
raio refletido todos pertencem ao mesmo plano, como indicado na fig. 18 d.
Essa afirmação faz parte da 1ª Lei da Reflexão.

Atividade 1: Determinação do caminho mais curto


Nesta atividade os alunos podem determinar facilmente com uma régua o
caminho mais curto (e mais rápido, portanto) que a luz faz entre um ponto A
qualquer, até um ponto B, fazendo com que a luz saia de um deles e chegue
ao outro, desenhando as retas que indicam os raios de incidência e de
reflexão e medir com uma régua.
O desafio a fazer com o aluno é pedir que ele indique qual dos pontos tem o
caminho mais curto e que faça neste ponto uma reta a 90º com a linha
pontilhada e meça os ângulos formados entre esta perpendicular e os raios
de incidência e reflexão, para validar a 2ª lei da reflexão.

Experimento 1: determinação da 2ª lei da reflexão


Para este experimento precisaremos de:
1. Um espelho plano
2. Uma fonte de luz (pode ser um LASER)
3. Uma folha de papel sulfite
4. Lápis, régua, transferidor

Vamos lá!
Pegue o espelho plano e coloque-o em pé sobre a folha de sulfite, fazendo
uma linha com o lápis sobre o espelho (figura a). Peça para alguém ligar o
LASER e incidir no espelho, fazendo um “rasante” no papel, para que
consigamos ver a luz dispersada por ele (figura b).

Figura A Figura B
Marque com o lápis o ponto de saída do LASER, o ponto em que ele incidiu no
espelho e o ponto de chegada (figura c). Desligue o LASER e retire o espelho.
Com a régua ligue os pontos de saída do LASER, o ponto de incidência no
espelho e o ponto de chegada (figura d).

Figura C Figura D

Com o transferidor faça um ponto a 90º do risco feito com o espelho,


exatamente no ponto de incidência do LASER marcado no papel (figura e).
Agora com o transferidor meça os ângulos de incidência e de reflexão e
discuta sobre eventuais diferenças com a teoria.

Figura E Figura F

Espelhos planos: imagens virtuais


Utilizando a lei da reflexão podemos obter a imagens de pontos ou objetos
num espelho plano. Observe na fig. 19 a imagem de uma vela, traçando 4
raios quaisquer. A imagem da vela está atrás do espelho, mas os raios de luz
não provêm realmente desse ponto, daí a imagem é denominada de virtual.
Não há nenhuma energia radiante atrás do espelho e não se pode projetar ou
registrar essa imagem! Além disso, a imagem tem o mesmo tamanho, a
mesma orientação que o objeto e a distância dessa imagem ao espelho é igual
a distância do objeto ao espelho
Figura 19: traçado de raios em um espelho

Note mais uma vez que os raios de luz traçados entre o ponto da chama da
vela e o espelho sofrem reflexão e obedecem à 2ª Lei, ou seja, se traçarmos no
ponto de incidência dos raios de luz na superfície do espelho uma reta normal a
ele e medirmos os ângulos do raio que incide e do raio que reflete, pode-se
facilmente ver que eles são iguais, obedecendo à relação:

I=R

Pode-se notar também que o ponto da imagem é construído a partir do


cruzamento do prolongamento dos raios de luz refletidos, denotado pelas
linhas tracejadas. Quando se constrói graficamente a imagem formada por um
espelho usa-se sempre a 2ª lei da reflexão, pegando dois raios de luz que saem
de cada um dos pontos estratégicos do objeto que refletem ou emitem a luz, e
fazendo-os refletir no espelho e desenhando o prolongamento dos raios
refletidos atrás do espelho para que se cruzem, formando assim o ponto
imagem. Siga a próxima atividade para aprender a construir a imagem no
espelho plano.

Associação de espelhos planos


Em casa geralmente utilizamos apenas um espelho. Mas algumas vezes
precisamos de mais de um espelho para enxergar algumas partes que não
conseguimos ver naturalmente. Isso acontece, por exemplo, quando o
cabeleireiro quer mostrar o corte de cabelo da parte de trás da cabeça para o
cliente. Para isso ele utiliza um espelho menor atrás da cabeça do cliente de
modo que a imagem formada neste espelho seja mostrada a ele no espelho da
frente. Isso é uma associação de espelhos planos.

Demonstração 1: associação de espelhos planos em ângulo


Ao colocar muitos espelhos próximos uns aos outros acontecem múltiplas
reflexões que podem formar, dependendo da sua disposição no espaço, um
número maior ou menor de imagens. Esta demonstração exemplifica a ideia de
que ao colocar dois espelhos em ângulo, o número de imagens formadas por
eles pode aumentar ou diminuir, dependendo do ângulo formado entre os dois.
Para esta demonstração precisaremos de:
1. Dois espelhos planos
2. Um objeto qualquer, desde que seja pequeno e caiba entre os dois espelhos
3. Um transferidor
4. Uma folha em branco
5. Fita adesiva

Procedimento

Pegue a folha e desenhe um ângulo de 90º. Junte os dois espelhos formando


esse ângulo e prenda com a fita adesiva para que eles fiquem em pé (figura a).
Coloque o objeto escolhido em qualquer ponto do conjunto e peça para que os
alunos observem o que aconteceu. Peça para que desenhem os pontos onde as
imagens são formadas.

Após isso, peça para que eles repitam as ações com outros ângulos. Nestes
casos pode-se utilizar a equação da associação para determinar e observar o
número de imagens formadas pelos espelhos.
Mas e se colocarmos um espelho ao lado do outro como um livro aberto e
formos fechando devagar da mesma forma que fechamos um livro, o que
vemos? Ao fechar o ângulo entre os espelhos observa-se que o número de
imagens aumenta. Mas por que isso acontece? Agora que já sabemos como
construir graficamente a imagem em um espelho plano, basta utilizar a mesma
técnica para construir a imagem em dois espelhos com um ângulo formado
entre eles, descrito na atividade a seguir.

Atividade 2: Construção gráfica de imagens nos espelhos planos e em associações de


espelhos em ângulos

A construção gráfica das imagens formadas por espelhos planos e pelas suas
associações são importantes para a compreensão dos conceitos de formação
de pontos conjugados infinitos e a formação pontual das imagens, sejam elas
virtuais ou reais, caso dos espelhos curvos e das lentes. Para esta atividade
precisaremos apenas de papel, lápis e a configuração dos desenhos abaixo,
representando os espelhos planos e ponto objeto.
Nesta atividade os alunos devem ter o conhecimento de que o ponto objeto é
um corpo luminoso ou iluminado que emite ou reflete a luz para todos os lados.
Para a formação do ponto imagem ele deve tomar dois raios de luz, aplicar a 2ª
lei da reflexão medindo o ângulo de incidência formado com a reta normal
usando um transferidor e traçando o ângulo de reflexão. Para cada raio de luz
refletido pelo espelho eles devem traçar seus prolongamentos com retas
tracejadas, até que se encontrem, formando assim o local do ponto objeto.
Um desafio a partir dessa atividade é pedir aos alunos para que eles tracem as
imagens formadas pelo mesmo ponto objeto quando colocado entre dois
espelhos formando um ângulo qualquer. Claro que o mais simples é fazer um
ângulo de 90º entre os espelhos

Nesta atividade os alunos devem utilizar os conhecimentos sobre a conjugação


de pontos utilizados na atividade anterior para construir a imagem referente ao
ponto objeto. Para isso, eles deverão fazer dois raios de luz que partem do
objeto incidirem em cada um dos dois espelhos. Cada um deles formará um
ponto imagem. Para a construção do terceiro ponto o raio deve incidir perto do
ângulo entre os dois espelhos e fazer, o mesmo raio, uma reflexão em cada
espelho. Traçar primeiro um dos raios, depois o outro e fazer os traçados dos
prolongamentos dos raios refletidos, até que eles se encontrem, formando os
pontos conjugados.

O número de imagens formadas na associação depende então do ângulo entre


os espelhos, e é inversamente proporcional a ele. Para saber quantas imagens
são formadas com os espelhos formando um ângulo , pode-se utilizar a
seguinte equação:
𝒏 = (𝟑𝟔𝟎 /𝜶) − 1
O que ocorre então quando o ângulo entre os espelhos é 0? Neste caso os
espelhos estarão paralelos e o número de imagens formadas passa a ser
infinito. Este é o fenômeno que acontece no objeto que vamos construir na
próxima oficina.

Oficina 2: Construção do túnel infinito.

Este é o caso onde os espelhos são paralelos. Para esta oficina precisaremos de
alguns materiais que não são tão simples, mas que se pode facilmente
conseguir em uma vidraçaria. Aqui utilizaremos acrílicos, que não são tão
simples de conseguir, mas podem ser substituídos por vidros comuns. Para esta
oficina vamos precisar de:
1. Um pedaço de 10 X 10 cm de acrílico transparente
2. Um pedaço de 10 X 10 cm de acrílico espelhado
3. Um tubo de PVC de 4” com 10 cm de comprimento
4. Um pedaço de insul-film espelhado para residências, com o mínimo de
escurecimento (fácil de conseguir em lojas especializadas em filmes, som e
alarmes de carros que também trabalham com residências)
5. Uma furadeira com uma broca chata de 30 mm ou com uma serra copo de
40 mm
6. Tinta preta fosca
7. Fita adesiva, vela.

Tudo pronto? Vamos lá!

Pegue o cano e faça no meio do seu comprimento um furo com a broca chata
ou com a serra copo (figura a). Pinte, se preferir, o interior do tubo com a tinta
preta e espere secar. Fixe o acrílico espelhado em uma das pontas do cano, de
modo que o orifício feito fique paralelo a uma das arestas dele (figura b).
Coloque o filme no acrílico transparente e espere a cola do filme secar (figura c)
e fixe na outra extremidade do cano para que ele fique paralelo ao espelho
(figura d).

Acenda a vela e a coloque no orifício do cano com muito cuidado para que ela
não caia e derreta o cano e peça para que os alunos observem o que ocorreu.
Oriente a observação de modo que eles tenham a possibilidade de pesquisar
como este número infinito de imagens se forma. Como desafio, proponha que
eles façam o traçado dos raios de luz para que sejam formadas duas imagens
de cada lado do cano. Se quiser, pinte o interior do cano com a tinta preta
fosca.

Nesta oficina podemos ver que aparecem muitas imagens da vela no objeto
construído. Na figura abaixo podemos ver como as múltiplas imagens são
formadas. Podemos ver que o raio de luz que sai do objeto reflete muitas vezes
nos dois espelhos, fazendo com que cada uma das reflexões tenha um
prolongamento de raios que se cruzam, formando outro ponto imagem.
Outra associação destes tipos de espelho pode ser feita novamente de modo a
formar infinitas imagens, mas com outra configuração. Dessa vez a ideia é
colocar três espelhos formando um triângulo e colocar um objeto no meio dele,
observando as imagens, seguindo a atividade proposta a seguir.

Demonstração 2: caleidoscópio
Assim como a demonstração da associação de espelhos planos em ângulos,
este tipo de associação também forma muitas imagens. A diferença entre eles é
que a associação em ângulo forma um número finito de imagens e esta
associação, dependendo do ângulo de visão, forma infinitas imagens. Para esta
demonstração precisaremos de:
1.Três espelhos planos de mesmo tamanho
2.Um objeto luminoso ou bem iluminado
3.Fita adesiva para fixar os espelhos na configuração

Vamos lá!

Coloque os três espelhos lado a lado e os prenda pelo fundo com fita adesiva,
de modo que eles fiquem com um espaço que aproximadamente meio
milímetro um do outro, para facilitar a inclinação. Feche os espelhos de maneira
que eles formem um triângulo equilátero e coloque o objeto no centro do
triângulo. Oriente aos alunos para que eles observem de vários ângulos para
que eles vejam o que ocorreu.
Posicionando o olho acima da configuração dos espelhos podemos ver a
formação de um número infinito de imagens. Como desafio, pode-se pedir que
os alunos façam a formação das imagens pelo método descrito na atividade 2.

30Esta configuração é chamada de caleidoscópio(do grego Kailos-bonito, belo,


eidos-imagem e scopio-olhar). Com essa configuração podemos fazer outro
objeto óptico seguindo os passos da oficina a seguir.

Oficina 3: caleidoscópio
Os caleidoscópios são objetos ópticos que formam imagens de uma beleza sem
igual, muito por causa da sua simetria triangular e também pelas cores de
desenhos ou miçangas utilizadas neles. Nesta oficina vamos confeccionar um
caleidoscópio diferente, mais dinâmico, em que as cores se Caleidoscópio.
Caleidoscópio. Para esta oficina precisaremos de:
1.Três réguas escolares de plástico comuns com pelo menos uma das faces lisa
2.Um tubete de plástico (esse é mesmo o nome, se compra em lojas de
produtos para festas infantis)Posicionando o olho acima da configuração dos
espelhos podemos ver a formação de um número infinito de imagens. Como
desafio, pode-se pedir que os alunos façam a formação das imagens pelo
método descrito na atividade 2.
3.Estrelinhas e glitter (brocal) coloridos
4.Papel color set preto
5.200 ml de glicerina bidestilada (se acha em drogarias)
6.Tesoura e fita adesiva transparente, um pedaço de saco plástico

Tudo pronto? Vamos lá!

Primeiro pegue as três réguas e as coloque lado a lado para saber qual o
tamanho do papel preto iremos cortar. Corte um pedaço do papel que seja
suficiente para cobrir as três réguas na largura e no comprimento e que sobre
um pedaço de cerca de 1 cm na largura (figura a). Com um pequeno pedaço de
fita adesiva una as três réguas formando um prisma triangular comprido (figura
b).
Cubra o prisma com o papel preto (figura c) prendendo com a fita adesiva. Com
um pequeno pedaço de papel cartão faça um triângulo um pouco maior que o
triângulo da base do prisma feito com as réguas, com um furo no centro (figura
d) e o prenda em uma das bases do prisma com fita adesiva.

Abra o tubete e encha ele com uma proporção de 50% de água e glicerina,
misturando bem. Coloque algumas estrelinhas e um pouco de glitter, tomando
cuidado para não colocar demais a ponto de formar caroços de material (figura
e). Prenda o tubete na outra base do prisma com fita adesiva transparente para
que ele não se solte (figura f)
Pronto! Agora é só ficar em um ambiente bem iluminado e observar as formas
no seu caleidoscópio.

Outra configuração de uma associação de espelhos planos é utilizada em um


equipamento chamado periscópio,(do grego perios-ao redor, entorno e scopio-
olhar). Este equipamento auxilia a visão de dentro para fora de um submarino.
Na oficina seguinte siga os passos para confeccionar um

Oficina 4: periscópio
Podemos fazer um periscópio bem simples utilizando:
1.Uma folha de papel cartão de qualquer cor
2.Dois pedaços de 10 X 10 cm de espelhos de acrílico (ou comuns de vidro)
3.Cola, tesoura, fita adesiva, cola quente

Tudo pronto? Vamos lá!


Primeiro faremos uma caixa para acomodar os espelhos. No papel cartão
desenhe uma planificação de caixa com 10 cm de lado e 30 cm de
profundidade (figura a).Abra o tubete e encha ele com uma proporção de 50%
de água e glicerina, misturando bem. Coloque algumas estrelinhas e um pouco
de glitter, tomando cuidado para não colocar demais a ponto de formar caroços
de material (figura e). Prenda o tubete na outra base do prisma com fita adesiva
transparente para que ele não se solte (figura f).Pronto! Agora é só ficar em um
ambiente bem iluminado e observar as formas no seu caleidoscópio.

Recorte, dobre e cole a caixa inserindo os espelhos à 45º. Para fixar os espelhos
use uma tira de fita banana na parede oposta ao orifício de observação, para
que ele não deslize e caia sobre o outro (figura b).
Um fenômeno que será discutido mais à frente, mas que traz curiosidade a
quem observa é a tridimensionalidade. Assistir um filme em 3D atualmente é
comum em cinemas espalhados pelo país e quem já assistiu, sabe que é
necessário um óculos especial para que as imagens sejam separadas nos olhos
e tenhamos a impressão tridimensional do filme.
Mas apesar do cinema 3D ser algo relativamente novo, a ideia de imagem
tridimensional a partir de desenhos é de antes da invenção da fotografia. No
ano de 1838 ofísico inglês Charles Wheatstone (1802-1875|) construiu um
aparelho chamado estereoscópioque, a partir de duas imagens, poderiam
“enganar o cérebro” e fazer com que vejamos uma imagem tridimensional. Na
próximao ficina estão descritos os passos para a construção deste objeto.

Oficina 5: estereoscópio
A confecção deste equipamento é relativamente simples, mas as imagens
deverão ser procuradas na Internet em site de busca, como imagens
estereoscópicas. Para esta oficina precisaremos de:
1.Uma caixa de sapatos
2.Dois espelhos acrílicos de 10 X 10 cm (ou de vidro)
3.Cola quente, estilete, tesoura, fita isolante.

Tudo pronto? Vamos lá!


Tire a tampa da caixa de sapatos e meça 14 cm desde a sua face da largura.
Recorte nesta parte deixando uma das faces com uma aba a mais, para que a
face descoberta seja fechada. Feche a aba e cole com fita isolante (figuras a e
b).Faça o mesmo com a tampa da caixa, faça um traço a 7 cm da face e dois
furos no meio de cada um dos lados divididos. (figuras c e d).
Pegue os dois espelhos e fixe-os com fita isolante na parte de trás, formando
um ângulo de 45º e cole as outras pontas nas quinas da caixa (figuras e e f).
Depois disso cole as figuras retiradas da internet nos lados esquerdo e direito
da caixa onde colou os espelhos.
Faça dois furos na face oposta da caixa aos espelhos colados em ângulo
(Figuras g e h).Agora olhem nos orifícios e veja a mágica 3D acontecer!
Até agora vimos o que ocorre quando a luz incide em um espelho plano. Mas o
que aconteceria se encurvarmos este espelho? Será que alguma coisa muda na
formação das imagens? Com essa mudança de geometria do espelho, vejamos
o que ocorre.

Espelhos Curvos: cilíndrico, esférico e parabólico


As imagens obtidas nas atividades realizadas e nos experimentos observados
acima se formam a partir de uma geometria plana, presente em espelhos que
utilizamos diariamente. Ao encurvar um espelho plano pode-se obter a forma
mais simples de uma superfície curva cosimetria cilíndrica, que possui uma base
curva e uma altura linear.

Para superfícies curvas a lei da reflexão continua valendo, todavia podemos


obter outros tipos de imagens, além de ser diferente a distância da imagem ao
espelho. Dependendo de qual superfície dessa casca cilíndrica estiver com a
parte espelhada, podemos ter um espelho côncavo, se a superfície espelhada
está por dentro da casca cilíndrica, ou convexos e estiver por fora. Por causa
da sua geometria, ao contrário da geometria do espelho plano, os espelhos
curvos têm pontos geométricos particulares, dependendo da figura geométrica
que se tem. No caso de um cilindro, os pontos principais são o raio R e a reta
formada pelo encontro dos infinitos raios paralelos ao eixo que passa pelo raio
da base do cilindro, dispostos ao longo da sua altura (figura 22 a). Neste caso,
os raios paralelos que incidirem no cilindro serão desviados como se no ponto
de incidência do raio de luz no espelho tivesse um pequeno espelho plano
tangenciando este ponto, fazendo com que a reta normal N seja colocada na
direção radial do cilindro, como mostra a figura 22 b.
Observando a figura também se pode notar que qualquer raio de luz que incide
paralelo ao eixo óptico deste espelho é desviado para um ponto diferente do
raio R. Em vez disso, o raio de luz é desviado seguindo a lei da reflexão naquele
ponto de incidência para outro ponto chamado foco (f). Exatamente por causa
dessa geometria a conjugação dos raios de luz refletidos pelo espelho ou dos
seus prolongamentos formam alguns tipos de imagens diferentes, distorcendo
desenhos de alguns objetos em uma simetria cilíndrica, um pouco difícil de
desenhar ou de descrever, como no espelho plano.

Essas deformações nos objetos são chamadas de imagens anamórficas, ou


simplesmente anamorfoses. Na oficina seguinte construiremos um espelho
cilíndrico para “endireitar” anamorfoses. Para produzira figura com o desenho
anamórfico, baixar o programa “anamorph me” na internet e escolher a
anamorfose cilíndrica.

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