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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

Leonardo Ritter 3 de jan. de 2018

A óptica e a tecnologia
Atualizado: há 5 dias

Imagem 1 - Decomposição da luz branca ao atravessar um prisma

O que a óptica e a tecnologia tem a ver? Já pensou nisso?


Na tela do seu celular, numa câmera digital, num projetor multimídia, numa
TV CRT, LED ou LCD, na internet via fibra óptica, num leitor de CD/DVD/BluRay,
enfim, são várias as tecnologias em que a óptica é fundamental, e por meio
desta nova série de artigos quero explicar o funcionamento de cada aparelho que
citei acima.

Para que se entenda melhor, vou começar a explicar algumas coisas sobre
óptica.

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

A óptica é dividida em duas partes: óptica geométrica e óptica física. A


óptica geométrica estuda os fenômenos luminosos e suas aplicações baseando-se
na descrição da luz nos fenômenos de refração e reflexão. Na óptica física, se
estuda os fenômenos envolvendo a luz.

-> 1. Os objetos ao nosso redor podem ser divididos em dois grupos:

Fonte de luz primária


Corpo que emite luz. Uma lâmpada por exemplo, utiliza da energia elétrica
para emitir luz, portanto ela pode ser considerada uma fonte de luz primária. O
Sol é outra fonte de luz primária, já que ele emite energia luminosa.

Fonte de luz secundária


É um corpo que reflete a luz emitida por outro corpo. A lua, por exemplo,
apenas reflete a luz do Sol. Outra fonte de luz secundária, por exemplo, pode
ser um objeto que reflete a luz emitida por uma lâmpada dentro de uma sala.

-> 2. Os corpos que emitem luz podem ser classificados de acordo com as
dimensões através da distância entre o corpo e observador:

Fonte de luz extensa


É quando podemos identificar o objeto emissor de luz, pois ele está
próximo. Um bom exemplo é o da lâmpada, que podemos identificar suas dimensões
dentro de uma sala, já que estamos próximos dela.

Fonte de luz puntiforme (também pode ser chamada de


pontual)
Quando o corpo emissor de luz está muito longe do observador e não é
possível identifica-lo. Um bom exemplo é uma estrela, que tem dimensões
extremamente grandes, mas se vista da Terra por um observador é apenas um ponto
luminoso. Outro exemplo são os pixels de uma tela de TV. Por serem extremamente
pequenos, de longe não podemos identifica-los separadamente, pois são milhares
ou até milhões num espaço pequeno, mas podemos ver a imagem completa formada
pela combinação de todos eles.

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-> 3. Uma fonte de luz também pode ser classificada de acordo com a luz
emitida:

Luz monocromática
É uma luz de apenas uma cor. Normalmente é formada por uma das cores do
espectro visível, que será estudado mais adiante neste artigo. Por exemplo, o
laser de um leitor de CD/DVD/BluRay possui apenas uma cor.

Luz policromática
É uma luz formada pela combinação de cores. Numa tela de celular, por
exemplo a cor de cada pixel é formada através da combinação das cores verde,
vermelho e azul. A luz do Sol é a combinação de todas as cores do espectro
visível.

-> 4. A luz trafega em uma determinada velocidade, que depende do meio em


que ela se encontra. Por exemplo, a velocidade da luz no vácuo é muito maior do
que a velocidade da luz na água. A luz no vácuo viaja a aproximadamente 300.000
Km/s, já em outros materiais ela atinge valores menores.

Observe o desenho abaixo:

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Imagem 2

Uma lâmpada emite luz em todas as direções e ela chega ao olho do


observador, como representado na Imagem 1. Para representar isso utilizei
segmentos de reta orientados, que podem ser chamados de raios de luz. Os raios
de luz representam a trajetória da luz que sai da fonte e vai até o observador
ou até o(s) objeto(s).
Um conjunto de raios de luz forma um feixe de luz ou pincel de luz. Existem
três tipos de feixe de luz:

Imagem 3

Para que possamos enxergar os feixes de luz, deve se ter no ambiente por
exemplo partículas de fumaça ou poeira, e isso num lugar escuro para que haja
interação da luz com estes corpos e a gente possa ver o feixe de luz atingindo
objetos. Podemos concluir então que o feixe de luz é invisível, não conseguimos
enxerga-lo, apenas vemos a reação criada quando o pincel de luz atinge corpos,
se propagando em uma determinada direção.

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Os objetos são um meio de propagação da luz:


→ Eles podem barrar a passagem da luz, ou seja, ela vai ser refletida, e
em alguns casos, absorvida por completo;
→ Podem distorce-la ou deixar passa-la por completo, ou seja, ela vai ser
refratada.

Imagem 4 - A refração, reflexão e absorção de luz

Veja aqui que existem quatro valores a serem analisados:


→ Refletância e absorbância de luz;
→ Refração 'nítida' e refração 'difusa' da luz.

São coisas estudadas neste tópico e também Capítulo 3, sobre unidades de


medida no âmbito da óptica.

REFRAÇÃO
Quando as ondas luminosas passam de um meio homogêneo transparente para
outro meio com as mesmas características - ou não -, podem ocorrer alterações
na direção e na velocidade de propagação da luz.

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Um vidro comum por exemplo, permite a passagem da luz sem problemas, já um


boxe de banheiro normalmente distorce a luz, deixando a imagem borrada. Uma
parede bloqueia a passagem da luz, fazendo com que não enxergamos através dela.

Os meios de propagação podem ser classificados de acordo com sua capacidade


de refração da luz:
→ Um meio de propagação é chamado de opaco quando não é possível enxergar
através dele;
→ Um meio de propagação pode ser chamado de transparente quando
proporciona a nitidez na visualização de objetos através dele;
→ Os meios translúcidos fazem com que os feixes luminosos sejam refratados
de forma difusa, o que não provoca a visualização nítida dos objetos.

As placas de circuito impresso, quando mais rudimentares e de apenas uma


camada proporcionam uma visível passagem parcial da luz, ou seja, possuem algum
grau de translucidez:

Vídeo 1 - As placas de circuito também podem ser translúcidas!

Perceba que o substrato é translúcido na região onde não há trilhas de


Cobre. Tais placas podem ser feitas de Fenolite (Polifenol + Fibra de Celulose)
ou FR4 (Poliepóxido + Fibra de vidro). Para se aprofundar neste tema e
enriquecer ainda mais seu repertório, CLIQUE AQUI!

CURIOSIDADE: O reservatório de expansão em sistemas de arrefecimento - em


geral feitos de resina PP ou PP+PE de aparência "leitosa" - quando novos são
translúcidos, com isso não vemos muita coisa através do material. Ao envelhecer
sob altas temperaturas (próximo de 100 °C quando em plena operação) o vaso de

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plástico tende a ficar ainda mais translúcido, com aparência um tanto


"encardida", dificultando a verificação do nível de fluído. A situação piora,
atingindo um nível opaco de coloração "amarelo encardido" se o sistema de
arrefecimento for abastecido apenas com água, em especial água clorada e com
sais minerais (mais conhecida como "água de torneira").

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Imagem 5 - Vaso de expansão de um Scania R500

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Quando um feixe de luz passa de um meio de propagação para outro, acontece


uma redução ou um aumento na velocidade de propagação e uma leve mudança de
direção da luz. Isso acontece de acordo com o índice de refração do material em
que a luz se propaga. Veja a tabela abaixo:

Tabela 1 - Índice de refração de alguns materiais

O vácuo possui o menor índice de refração e por isso a maior velocidade de


propagação da luz: 300.000 Km/s.
A velocidade de propagação da luz no ar é próxima a velocidade da luz no
vácuo, portanto, o índice de refração é um pouco maior que 1.
Quando há duas ou mais camadas de um mesmo material (um bom exemplo é o ar)
e uma dessas camadas possui uma temperatura maior que a outra, o índice de
refração delas será diferente.

O meio de propagação que tiver um índice de refração maior é chamado de


mais refringente. Quando a luz passa de um meio para outro que é mais
refringente, ocorre a aproximação da reta normal (N). Neste caso a velocidade
de propagação será menor neste segundo meio. Quando acontece o contrário, ou
seja, a luz passa de um meio mais refringente para outro menos refringente, a
luz afasta-se da reta normal (N) e se propaga numa velocidade mais alta. Veja a
ilustração abaixo:

Gráfico 1

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Quando a luz incide sobre a reta N, ou seja, de forma perpendicular, não há


desvio, mas há refração e mudança de velocidade de propagação.
A o índice de refração absoluto (n) é igual a velocidade da luz no vácuo
(VL) dividida pela velocidade da luz no meio considerado (CL).

E a birrefringência?

A birrefringência é uma propriedade óptica de um material que possui


diferentes índices de refração para diferentes direções de propagação da luz.
Materiais que apresentam propriedades físicas diferentes para cada direção
são considerados anisotrópicos, diferentemente dos materiais isotrópicos, os
quais apresentam uma propriedade constante para qualquer direção analisada.
Cristais com estruturas cristalinas não cúbicas são geralmente
birrefringentes ou birrefrativos. Isso se deve a diferença de tamanho entre as
arestas da estrutura cristalina, causando a anisotropia.
Ligas poliméricas submetidas a estresse mecânico geralmente também são
birrefringentes pelo mesmo motivo, já que tem um de seus lados mais "esticado"
do que o outro. Portanto, é comum encontrarmos a birrefringência ou refração
dupla em plásticos de celofane e fitas adesivas.
Na imagem abaixo, uma foto que ilustra este efeito de birrefrigência num
transferidor composto de material plástico:

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Imagem 6 - Efeito de birrefrigência

CURIOSIDADE: A birrefrigêrncia pode ser vista em discos ópticos de baixa


qualidade. Um disco de Policarbonato com pequenas imperfeições em seu formato
pode fazer com que uma onda de luz se divida em outras duas ondas
perpendiculares no instante em que ela é aplicada no disco, espalhando-se sobre
a superfície e prejudicando a focalizarão do feixe sobre as trilhas de dados.
Quando isto ocorre, se exige da unidade leitora uma focalização crítica. Quando
o equipamento não consegue compensar esta falta de qualidade do disco, iniciam-
se as dificuldades de leitura.
Para saber mais sobre a composição de um CD, DVD e Blu-Ray, CLIQUE AQUI!
Os cristais líquidos (que também são utilizados em Displays LCD)
naturalmente possuem esta característica de birrefringência. Para saber mais
sobre cristais líquidos, CLIQUE AQUI!

A história da birrefrigência começa com a descoberta do fenômeno da


refração dupla por Erasmus Bartholin em 1669 no Espato da Islândia, mais
conhecido como o mineral chamado calcita. Posteriormente, o físico neerlandês
Christiaan Huygens associou o fenômeno a possibilidade da onda luminosa ter um
"lado", isto é, apresentar uma polarização. Maxwell, em 1867, introduziu a
ideia da birrefringência circular, ou seja, a existência de índices de refração
diferentes para as duas componentes em que pode ser separada a luz linearmente

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polarizada: luz polarizada circularmente à esquerda e polarizada circularmente


à direita.
A birrefringência é a formação de dupla refração apresentada por certos
cristais intimamente ligada com a velocidade e direção de propagação da luz.
Os materiais cristalinos revelam propriedades anisótropas (ou
anisotrópicas) face à luz.

E a difração?

A capacidade de uma onda contornar um obstáculo é chamado de Difração.


Quando uma onda choca-se com um obstáculo que possui uma abertura com dimensões
comparáveis a seu comprimento, as partes da onda que passam pelo espaço aberto
alargam-se e atingem as regiões opostas ao obstáculo.
Podemos notar a difração em qualquer tipo de onda. Não adianta termos uma
sala com um isolamento acústico perfeito nas paredes se houver uma porta com
frestas, pois a onda sonora passará por estas fendas e adentrará na sala. Uma
cortina com um rasgo no meio também deixará a iluminação pública adentrar o seu
quarto. Um dique em uma praia também será um bocado ineficiente se em algum
ponto houver uma ruptura que permita as ondas se propagarem. Veja a imagem
abaixo:

Imagem 7 - Efeito de Difração em um dique numa praia

Quanto maior o tamanho da fenda em relação ao comprimento de onda, o


fenômeno de difração torna-se menos intenso.

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Em leitores de CD e DVD é empregado a chamada "grade de difração" sobre o


LASER. Uma grade de difração consegue dividir uma onda em várias ondas menores,
sendo uma barreira de luz com pequenos orifícios que permitem que a luz se
propague.
Outro exemplo do Efeito de Difração é na lente integradora, que é montada
na frente da lâmpada fluorescente presente no bloco óptico de projetores 3LCD.
Sua função é distribuir a luz de maneira mais uniforme, assim como ocorre com o
difusor de luz montado por cima do backlight de TVs e Monitores LCD.

CURIOSIDADE: Atualmente, existem sensores ópticos de nível utilizados em


tanques que transportam líquidos cujo princípio de funcionamento se baseia no
fenômeno de refração de luz. Estes sensores estão dispostos no formato de tubo,
composto de Alumínio ou INOX, com certificação IP65 (que garante o isolamento
do sistema contra agentes externos prejudiciais).

No interior deste tubo há um circuito eletrônico controlador com um emissor


de luz e um sensor justapostos no mesmo conjunto. Na extremidade inferior, que
é posicionada para o lado de dentro do tanque, um prisma de vidro é a
'interface' para que haja detecção do líquido, isto é, os raios emitidos pelo
emissor refletem em um prisma e retornam em direção ao receptor. Quando este
prisma é mergulhado em qualquer líquido, os raios se dispersam desviando sua
trajetória, o que é detectado pelo receptor, e assim é evitado o
transbordamento durante a carga quando se utiliza o método Bottom Loading
(carregamento por baixo). Na extremidade superior do tubo há apenas o feixe de
fios que será ligado no circuito.
Veja as imagens abaixo, com a parte de cima do sensor e suas
especificações, bem como o porta-sensor:

Imagem 8 - Sensor óptico de nível utilizado em tanques rodoviários - Sensor da


marca Weg e porta-sensor da marca MGN

Abaixo, um PDF da fabricante Weg com as especificações do modelo SONJ-


20C9AD / SON-20C9AD:
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Sensor-Optico… .pdf
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Agora vamos para o próximo fenômeno luminoso:

ABSORÇÃO
Há casos em que o meio é tão translúcido que a luz é absorvida e não
conseguimos enxergar nada através dele. Isso acontece com a água: em pouca
profundidade ocorre a propagação da luz, mas de forma translúcida, já em grande
profundidade (água no oceano, por exemplo) ocorre a absorção da luz. Esse meio
irá superaquecer, pois já que a luz não é refratada e nem refletida, a energia
luminosa é transformada em energia térmica.
Note que:
→ Quando a absorção de luz é máxima, o objeto é opaco, admitindo a cor
preto.
→ Quando a absorção de luz é seletiva, o objeto possui uma cor diferente
de preto, sendo caracterizado como reflexivo, no entanto, ainda é opaco, pois
nada pode ser enxergado através dele.

Aqui entra o estudo da absorbância (ou absortância) e refletância da luz,


isto é, quanta luz é absorvida e quanta luz é refletida por um corpo. Perceba
que a absorbância e a refletância são inversamente proporcionais.
Já que citamos o termo 'refletância', veja alguns detalhes sobre
reflexão...

REFLEXÃO
Quando incide luz em um objeto e ele é opaco, pode ocorrer o fenômeno de
reflexão da luz. Existem duas formas da luz ser refletida: reflexão regular e
reflexão difusa. Vemos cada um deles na figura abaixo:

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Imagem 9 - Formas de reflexão da luz

CURIOSIDADE: A reflexão regular também pode ser chamada de "reflexão


especular".

A refelxão especular ocorre em superfícies lisas como espelhos, e faz com


que os raios de luz reflitam no mesmo ângulo e posição oposta em que atingem a
superfície, diferente da reflexão difusa, que ocorre em superfícies mais
irregulares e espalha os raios de luz em diferentes direções.

Perceba que numa superfície plana os raios refletem de forma regular e numa
superfície com imperfeições os raios luminosos refletem de forma difusa.
Veremos adiante - no tópico "Cor dos objetos e corpos" - que a reflexão e a
absorção podem variar de acordo com as características do objeto e da cor da
luz que incide nele.

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Complemento 1 - Artigo da Konica Minolta sobre reflexão regular e difusa

Mesmo um material refratando a luz, ele poderá refletir uma parte dela. O
ângulo-limite é o que define o ponto em que a luz será totalmente refletida.
O ângulo-limite depende do resultado do índice de refração do meio mais
refringente em relação ao menos refringente. Se a incidência de luz superar o
ângulo-limite irá o ocorrer o fenômeno de reflexão total, desde que a luz se
propague de um meio mais refringente para um menos refringente e o ângulo de
incidência seja maior que o ângulo-limite.

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Equipamentos de colorimetria e espectofotômetros utilizam-se da reflexão da


luz para medir a cor e sua tonalidade numa amostra. Um colorímetro funciona
medindo a intensidade de luz que é refletida por uma amostra em diferentes
comprimentos de onda.

Complemento 2 - A diferença entre um colorímetro e um espectofotômetro


(Créditos: Delta Color)

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Complemento 3 - A diferença entre um colorímetro e um espectofotômetro é a


precisão

Vamos focar no colorímetro e dar um exemplo mais comum:

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Diagrama 1 - Como é a medição de cor com um colorímetro 0° / 45°

Como a própria imagem acima traz "O CR-400 é projetado em geometria de


ângulo de visão de iluminação de difusão 0 ° (componente especular incluído).
Este método de iluminação ilumina a amostra de todas as direções usando
iluminantes com brilho quase completamente igual e recebe a luz refletida
verticalmente da superfície da amostra.
Este instrumento é, portanto, muito próximo da avaliação visual normal e
pode ser usado com todos os tipos de amostras."

Mais simples e comuns que os colorímetros ou espectofotômetros de Esfera ou


Multiangulares, os instrumentos de 0° / 45° se baseiam na emissão de uma luz
branca. A amostra (Specimen) irá refletir luz, que será conduzida por fibra
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óptica (Specimen measurement fiber) até o cabeçote - com seus sensores e


filtros de cores. Note que a luz emitida pela lâmpada interna (que neste caso é
uma lâmpada de xenôn) também precisa ser amostrada, e é guiada até seu
respectivo cabeçote através de fibra óptica (Iluminant measurement fiber). Com
isto, podemos concluir que a luz emitida pode ser comparada com a refletida
pela amostra, além de serem detectadas a intensidade de suas componentes R, G e
B.

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Imagem 10 - Perceba que o CR410 possui uma abertura maior, de 50 mm, o que
permite fazer medições de superfícies mais amplas

CURIOSIDADE: Estes colorímetros podem contar com um cabeçote composto por


um prisma tricróico, que separa a luz em três componentes (R, G e B) para que
três sensores deem resultados com precisão. Mas o que seria um prisma
tricróico? Continue lendo este texto!

Tais equipamentos se baseiam na refletância da luz e a desmembram em três


(colorímetro) ou mais (espectofotômetro) componentes para detectar com precisão
a cor e a tonalidade da amostra. Portanto, detectar a opacidade seletiva (todos
os comprimentos de onda refletidos pelo material) é muito mais complexo do que
detectar a opacidade absoluta (reflexão zero ou próxima disso e absorbância
máxima de luz). Você verá mais sobre o funcionamento de um opacímetro como
exemplo prático da absortância no capítulo "Óptica - Unidades de medida".

Como os objetos possuem cor?


A cor de um objeto ou corpo depende de suas características físicas e da
cor da luz que o ilumina. Um corpo iluminado com uma luz branca apresenta a cor
vermelho por refletir difusamente esta cor e absorver as outras.
Há também os filtros de cores, chamados de espelhos dicróicos, que são
transparentes apenas para uma ou algumas cores. Por exemplo, um filtro de cor
vermelho sobre uma luz branca irá refratar apenas a cor vermelha e absorver as
demais cores. Uso como exemplo a luz branca pois ela é a combinação de todas as
outras cores.

Mas como isso funciona exatamente?


Para entender este fenômeno, precisamos descer ao nível atômico e
compreender o GAP de energia entre a banda de condução e a banda de valência
dos átomos. Antes disso, vamos recapitular de forma resumida os três itens
descritos no tópico anterior:
→ Quando um material é capaz de transmitir luz com absorbância e
refletância que beiram a zero, dizemos que ele é transparente, ou seja, tem um
valor de transmitância predominante, uma refração quase perfeita.
→ Quando a luz é refratada de forma difusa através do material, de forma
que ela é dispersa em seu interior e objetos não podem ser distinguidos com
clareza através dele, o denominamos 'translúcido';

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→ Quando o material é impermeável à transmissão de luz visível, o


denominamos 'opaco', independente da luz ser absorvida por completo ou haver
reflexão.

Agora, para que entenda como este GAP é e funciona, leia o primeiro
capítulo da série sobre eletrônica, cujo título é "Cap. 1.0: Condutores e
Isolantes".

Estes comportamentos dependem diretamente da estrutura de bandas de energia


do material em questão (gap entre banda de valência e de condução), uma vez que
esta se relaciona à absorção de energia que o material é capaz de realizar, e
justifica o porquê de termos situações distintos entre classes de materiais
diferentes.

No caso de materiais metálicos, são opacos, uma vez que apresentam a


estrutura de bandas de energia caracterizada por vários níveis de energia
vazios em sua banda de valência, de forma que diversos comprimentos de onda
relacionados à faixa de luz visível são capazes de causar a excitação de
elétrons, e, portanto, podem ser absorvidos.
Após a excitação, quando os elétrons retornam ao seu estado fundamental,
temos que a maior parte da radiação é reemitida aparecendo como luz refletida,
e estes comprimentos de onda emitidos que definem a cor do material. Desta
forma, metais são opacos e altamente refletivos. Observe a seguinte imagem:

Gráfico 2 - o GAP em materiais metálicos

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

Caso queira conhecer mais sobre metais e suas aplicações, comece CLICANDO
AQUI!

No caso de materiais não metálicos e de semicondutores, que apresentam a


banda de valência completamente preenchida e um GAP entre esta e a banda de
condução, apenas valores de energia específicos são possíveis de serem
absorvidas para causar a excitação dos elétrons. Portanto, esse tipo de
material pode absorver faixas especificas de comprimento de onda e é
transparente a outras faixas, que correspondem a energias incapazes de causar
excitação de elétrons ou polarização. Note a próxima imagem:

Gráfico 3 - O GAP em materiais não-metálicos

→ Caso a energia de GAP seja alta o suficiente para que luz visível não
seja absorvida, o material será transparente;
→ Caso seja baixa o suficiente para que ocorra absorção total de luz
visível, temos um material opaco;
→ Sendo intermediária, de forma que apenas faixas do espectro de luz
visível sejam absorvidos, temos um material colorido, cuja cor será definida
pela combinação dos comprimentos de onda refletidos ou transmitidos.

Para saber mais sobre semicondutores, CLIQUE AQUI!

CURIOSIDADE: No caso muitos materiais plásticos, originalmente, geralmente


são transparentes, já que o GAP de energia é muito grande e a energia
relacionada à luz visível é insuficiente para ser absorvida. É o caso de

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

resinas puras de PET ou PP, por exemplo. Porém, podem se tornar translúcidos ou
até opacos devido a características internas que causam o espalhamento da luz,
como o caso da porosidade e colocação de aditivos (como por exemplo o negro de
fumo, um dos corantes mais comuns). Caso a dispersão seja muito grande, teremos
um material opaco.

CURIOSIDADE: O que faz um polímero semi-cristalino ser mais opaco que um


amorfo é a sua estrutura estar mais organizada, fazendo com que a luz se
'espalhe' por dentro do material e seja absorvida, dissipada. O negro de fumo é
um material naturalmente opaco, que não permite a passagem da luz, absolvendo-a
por completo, tendo assim a cor preta, pois nada é refletido.

Caso queira saber mais sobre polímeros e elastômeros, bem como suas
aditivações, usos e nomenclaturas, comece CLICANDO AQUI!

A luz e aquilo que vemos

A quantidade de cores que enxergamos é o espectro eletromagnético cuja


radiação é composta por fótons, sendo portanto, luz visível. O olho Humano é
sensível a estes fótons, o que permite enxergarmos as cores.
A luz é uma onda eletromagnética, porém também é uma partícula. Isto
acontece pois apresenta os fenômenos de refração, reflexão, absorção e
dispersão, que são característicos das ondas. Mas para entender fenômenos
fotoelétricos como o funcionamento de um fotodiodo, células fotovoltaicas e
sensores fotovoltaicos, devemos entender que a luz é composta de partículas,
denominadas fótons.
Cada cor que o olho Humano capta possui uma frequência e um comprimento.
Quanto maior o comprimento da onda, menor é sua frequência. Veja a tabela
abaixo:

Tabela 2 - Comprimento de onda e suas respectivas frequências

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

O espectro visível do olho Humano vai das cores vermelho ao violeta, que
possuem comprimento de onda que vai de 390 nm a 780 nm e frequências na faixa
de 3,84 a 7,69 TeraHertz.
Quando recebemos raios de luz em frequências diferentes a estas (porém
dentro do espectro visível) enxergamos outras cores, que são nada mais do que a
combinação de cores apresentadas na tabela.
Como foi dito anteriormente, a cor branca é a combinação de todas as outras
cores. Observe a imagem:

Gráfico 4 - Espectro de ondas eletromagnéticas

CURIOSIDADE: Na faixa de ondas extremamente baixas é onde fica o espectro


audível do Ser Humano (de 20 Hz até 20 kHz). No espectro das ondas de rádio
estão desde sinais de estações de rádio (AM e FM), parte das faixas de
frequência de TV (Analógica e Digital) e até parte das bandas de frequência de
internet móvel, além da tecnologia NFC (Near Field Communication). Já o Wi-Fi,
Bluetooth e a maior parte das bandas de internet móvel e TV aberta operam até
valores na faixa de 5 Ghz.

Observe que acima da luz visível está a ultravioleta, aquela luz que não
enxergamos, mas que provoca lesões na nossa pele quando ficamos muito tempo
expostos a luz solar. Lâmpadas fluorescentes geram luz ultravioleta, porém ela
é convertida em luz visível pelo revestimento de "fósforo" que há por dentro da
cápsula de vidro da lâmpada. Para saber mais sobre a lâmpada fluorescente
comece lendo o artigo "Óptica - Lâmpada à descarga".
Abaixo do espectro visível está o infravermelho, que também não é visível
ao olho Humano, mas que é bastante utilizado na tecnologia. Um bom exemplo são
os controles remotos, que usam um LED emissor de luz infravermelha para enviar
comandos para a TV.

CURIOSIDADE: Outra coisa que precisamos notar é que a faixa de frequência


da luz VISÍVEL ao olho Humano é extremamente alta, isto é, na faixa dos
TeraHertz, já a internet móvel opera em valores muito mais baixos, isto é, na

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

faixa dos GigaHertz, portanto, quando falam que "internet móvel 5G dá câncer"
ignore, pois é apenas mais uma falácia criada por quem não tem o devido
conhecimento sobre Física. Só vai ter câncer quem ficar muito exposto a luz
ultravioleta do Sol...

Para saber o básico sobre frequência, recomendo a leitura do tópico


"Frequência" do "Capítulo 1.1 - Introdução à Eletrodinâmica".
Recomendo também a leitura do tópico "Frequência" do "Capítulo 1.1b -
Introdução à Eletrodinâmica".

Os fótons são os mediadores da força eletromagnética, que é uma das quatro


forças fundamentais da natureza. Fótons são partículas que formam a luz. Estas
partículas transportam energia.
Segundo Einstein, um fóton possui quantidade fixa de energia, que é
definida pela frequência de radiação eletromagnética (f) multiplicado pela
constante de Planck (c), que vale 6,63 x 10 elevado a -34 J.s ou 4,14 x 10 e –
15 eV.s.

Outra forma de calcular a energia de um fóton é multiplicando a sua


massa(m) pela velocidade da luz (L), que é 299.792.458 metros por segundo.

Quando um fóton interage com a matéria, há um movimento, isso gera


transferência de energia. A quantidade de movimento (Q) pode ser definida pela
constante de Planck (c) dividida pelo comprimento da onda (O), que é dada em
nanômetros:

Com isso você vai conseguir entender que a absorção da luz por um meio de
propagação gera calor. Se "nada se perde tudo se transforma", isso significa
que a energia luminosa absorvida (fótons de luz) não desaparece, mas sim é
transformada, isto é, dissipada em forma de calor pelo meio que o absorveu.
Um carro de cor preta quando exposto muito tempo ao Sol tende a esquentar
mais a lataria, isto pois as luzes do espectro visível são absorvidas (há cerca
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de 95% de absorção). Já um carro branco tende a esquentar menos no Sol (cerca


de apenas 20% de toda a radiação solar incidente é absorvida), pois a luz é
refletida.

Outra coisa interessante é que o excesso de calor pode gerar luz. É o que
ocorre quando por exemplo um resistor cede por excesso de calor. Veja o GIF
abaixo:

GIF 1 - Um resistor entrando em colapso por não conseguir dissipar toda a


potência aplicada sobre ele

Ou quando ascendemos uma lâmpada incandescente:

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Imagem 11 - A lâmpada incandescente joga cerca de 80% da energia gasta fora em


forma de calor

Como você pode ver na Imagem 11, uma lâmpada incandescente é tão bom
aquecedor quanto um motor a combustão de um veículo, que é outro desperdiçador
de combustível. Para efeito de comparação, num motor a combustão de um carro
cerca de 70% do combustível gasto vira calor, que vai ter de ser dissipado
através de bloco, cabeçote, cárter e periféricos, mas principalmente pelo
radiador.

Os Sistemas Eletrônicos de Cores


O sistema de cores mais utilizado em reprodução e gravação de imagens por
aparelhos eletrônicos é o RGB (Vermelho, Verde e Azul), portanto, uma imagem

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quando reproduzida, apresenta a sobreposição de um tom de verde com um tom de


vermelho e um tom de azul.
Para formar a cor branca, é necessário a combinação das cores verde,
vermelho e azul, e por isso, lugares bastante iluminados com uma luz branca
fazem com que objetos claros fiquem esverdeados numa fotografia.

Um outro sistema de cores que também é utilizado é o CMYK (Ciano, Magenta e


Amarelo). A cor preta é a combinação destas três cores. O sistema CMYK é mais
utilizado em impressoras e alguns projetores DLP.

Magenta + Amarelo = Vermelho


Magenta + Ciano = Azul
Amarelo + Ciano = Verde
Vermelho + Azul + Verde = CMYK = Branco
Ciano + Magenta + Amarelo = RGB = Preto

Imagem 12 - Os dois sistemas de cores predominantes na indústria

Combinando estas cores entre si, temos milhares de outras cores. Observe os
exemplos:

Amarelo + Vermelho = Laranja


Azul + Laranja = Marrom

O padrão RGB é considerado um sistema de adição, pois a somatória das três


cores gera o branco. Já o CMYK é um sistema de subtração, já que a somatória
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destas cores gera o preto. Tanto que:


→ Para a exibição de imagens numa tela (que é uma fonte de luz primária),
é melhor o uso de RGB, sendo muitas vezes referida como "cor luz".
→ Já o CMYK é melhor para impressão (já que uma folha é uma fonte de luz
secundária, ou seja, reflete a luz primária), que por isso também é referido
como "cor pigmento".

E outra, se uma folha de impressão é branca, para que utilizar uma


impressora com sistema RGB, em que a mistura das três cores em proporções
iguais vai dar em branco novamente? Em muitas impressões, isto poderia gerar
até desperdício de tinta.

CURIOSIDADE: Mas se a mistura em proporções iguais das componentes C, M e Y


geram a cor preta, qual o motivo de se usar um cartucho preto dedicado em
paralelo ao colorido?
Em muitos lugares, como é o caso de escritórios, a impressão de documentos
exige apenas a cor preta. Ao invés de se utilizar três compartimentos de tinta
e o circuito eletrônico coordenando a liberação e sobreposição de tinta, é mais
simples ter um sistema secundário dedicado apenas com a cor preta!

CURIOSIDADE: Filtros Verde, Ciano e Amarelo não devem ser utilizados para
que objetos claros em uma paisagem capturada por uma câmera não fiquem ainda
mais esverdeados. Para saber mais sobre os filtros de cores utilizados na
indústria de eletrônicos veja o artigo "Capítulo 1.2 - Filtros de cores".

Num circuito eletrônico, as cores são representadas por códigos


hexadecimais, que trocando em miúdos, são nada mais do que representações
numéricas dos pulsos elétricos que circulam pelo aparelho eletrônico. Algumas
informações relevantes sobre codificação e reprodução de cores em eletrônicos
podem ser vistas no artigo "Óptica - Complemento sobre ecrãs e projetores".

Os Prismas
Nos leitores de CDs são utilizados prismas para mudar a direção da luz.
Mas como funciona este componente?

→ Prisma de Base Triangular: Um Prisma em seu formato "normal" é composto


por duas superfícies não paralelas homogêneas e transparentes. Eles podem ser
utilizados para gerar um desvio nos raios luz com base nos princípios da
refração.
Blocos ópticos de leitores de CD / DVD / BluRay utilizam prismas de
reflexão total para mudar a direção de propagação da luz no labirinto, fazendo
com que ela atinja a superfície do disco e o fotodetector.

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Imagem 13 - Um Prisma em seu formato mais comum

Para cada utilidade é desenvolvido um Prisma com características


específicas. Por exemplo, a imagem no cabeçalho do artigo é de um prisma que
recebe a luz branca e provoca a decomposição dela, mostrando todas as cores do
espectro visível que a compõe. Cada componente da luz branca sofre um desvio
diferente. A luz vermelha é a que menos sofre, pois possui um comprimento de
onda maior e uma frequência menor, e isso, juntamente com o meio em que a luz
se propaga influi na velocidade de propagação. Já a luz violeta é a que mais
sofre desvio, pois é o contrário das características da luz vermelha, portanto,
o índice de refração do material é maior para a luz violeta.

→ Prisma Rotativo: Nos projetores DLP também se utiliza um Prisma para


decompor a luz branca em algumas componentes, no entanto, seu formato e
funcionamento é diferente. São "Prismas dinâmicos", conhecidos como "Prismas
Rotativos", "Disco de Newton" (pois a composição da luz branca foi estudada por
Isaac Newton), ou então pelo simples nome comercial "Color Wheel". Um Prisma
rotativo é um disco dividido em várias zonas, sendo cada uma delas preenchida
com um filtro de cor que irá decompor a luz branca.
Um Color Wheel é acionado por um motor elétrico, que por sua vez é
comandado por um microcontrolador. Desta forma, a luz branca é decomposta em
série, já que só se pode posicionar um filtro de cada vez sobre a luz,
diferente do "Prisma estático" mostrado na Imagem 1, que consegue decompor a
luz branca de forma a mostrar todas as cores que a compõe ao mesmo tempo.
Veja a imagem de um Prisma Rotativo abaixo:

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Imagem 14 - Prisma Rotativo

Para saber mais sobre projetores DLP, CLIQUE AQUI!

→ Prisma Dicróico: Um tipo de prisma muito utilizado nos projetores com


tecnologia 3LCD é o Prisma Dicróico. Ele consiste em quatro prismas, que formam
um retângulo, e que recebem as cores RGB e as combinam para formar uma quarta
cor. Observe o desenho abaixo:

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Imagem 15 - Como funciona um Prisma Dicróico

Lembre-se do que foi falado anteriormente: verde + vermelho + azul =


branco. Cada prisma recebe uma das três cores do sistema RGB e um quarto prisma
"junta" essas três cores formando uma quarta cor.
As superfícies dos prismas devem ser muito bem alinhadas, pois qualquer
imprecisão pode gerar linhas pretas e imagens duplicadas.
Para saber mais sobre projetores 3LCD, CLIQUE AQUI!

Blocos ópticos de leitores / gravadores de CD / DVD / BluRay também podem


ter um prisma dicróico, porém neste caso a função é outra. Como um bloco óptico
pode ter um LASER para a leitura / gravação de CD, um LASER para o DVD e outro
LASER para o BluRay, o prisma dicróico serve para direcionar o feixe de luz
produzido por cada LASER.

→ Prisma Tricróico: Uma montagem de prisma tricróico é uma combinação de


dois prismas dicróicos, aplicados de tal forma que dividem a luz incidente nas
componentes vermelho, verde e azul (RGB).

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

Imagem 16 - Como é um prisma tricróico

Ele é bastante aplicado em instrumentos de medição (tais como aqueles


colorímetros da Konica Minolta usados como exemplo neste texto), além de
algumas câmeras digitais mais complexas e de alta qualidade.

Isso é o básico sobre óptica mas já é o suficiente para entender o


funcionamento das tecnologias presentes em seu dia-a-dia.
No próximo artigo sobre óptica falaremos sobre lentes. Elas são muito
utilizadas em aparelhos eletrônicos que captam, reproduzem imagens e armazenam
informações.
Gostou do artigo? Ficou com dúvidas? Tem alguma sugestão? Envie sua
mensagem pelo facebook ou por e-mail: www.hardwarecentrallr@gmail.com
Não se esqueça de compartilhar, curtir e comentar!

FONTES e CRÉDITOS

Desenhos, imagens e texto: Leonardo Ritter


Referências: livro de física do 2º ano do ensino médio; Brasil Escola; Mundo
Educação; www.3LCD.com; www.sofisica.com.br; Wikipedia (Somente artigos com
fontes verificadas!).

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22/12/2023, 22:49 A óptica e a tecnologia

Última atualização: 18 de Dezembro de 2023.

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