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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA – IBMR LAUREATE

INTERNATIONAL UNIVERSITIES; CURSO BACHARELADO EM ESTÉTICA.

LARA CAMPOS DA SILVA NUNES


JAQUELINE COELHO FELIPE DAS NEVES

TRATAMENTO DA MELANOSE SOLAR COM A LUZ INTENSA


PULSADA

Rio de Janeiro

2017
LARA CAMPOS DA SILVA NUNES
JAQUELINE COELHO FELIPE DAS NEVES

TRATAMENTO DA MELANOSE SOLAR COM A LUZ INTENSA


PULSADA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso


Bacharelado em Estética do Centro Universitário
Hermínio da Silveira- IBMR/ Laureate International
Universities, como requisito para obtenção do Título de
Bacharel em Estética.

ORIENTADOR: PROF. CARLOS JOSÉ DA COSTA


PAIVA

Rio de Janeiro

2017
TERMO DE APROVAÇÃO

BANCA EXAMINADORA

Prof(a) _____________________________ Instituição: _________________________


Julgamento: __________________________ Assinatura: _____________________________

Prof(a) _____________________________ Instituição: _________________________


Julgamento: __________________________ Assinatura: _____________________________

Prof(a) _____________________________ Instituição: _________________________


Julgamento: __________________________ Assinatura: _____________________________

APROVADO EM: ____________________________________________

RIO DE JANEIRO, _____ de ________________ de _______.


RESUMO

As melanoses solares são manchas que surgem devido processo degenerativo causado
pelo sol que incide sobre a pele ao longo da vida. A luz solar tem efeitos profundos
sobre a pele e está associada a uma variedade de doenças. A luz ultravioleta (UV) causa
a maioria das reações cutâneas fotobiológicas e doenças. Diversos tratamentos podem
ser realizados para minimizar as manchas hipercrômicas, dentre os quais o aparelho
fototerápico de Luz Intensa Pulsada. A presente revisão de literatura integrativa tem por
finalidade investigar a atuação da técnica fototerápica de Luz Intensa Pulsada (LIP) e
seus respectivos parâmetros sobre pacientes com melanose solar. Para tal, realizou-se
uma análise de artigos em bases de dados multidisciplinares, tais quais Scientific
Electronic Library Online (Scielo) e outras plataformas online. A pesquisa foi realizada
no período de março a junho de 2017. Constatou-se que o procedimento de LIP
apresenta resultado satisfatório para pacientes que buscam uma gradativa melhora na
aparência da região tratada, além de resgatar sua autoestima.

Palavras chave: Luz Intensa Pulsada – LIP – Melanose Solar – Manchas Senis –
Fotoenvelhecimento – Melanócitos.
ABSTRACT

Solar melanosis are spots that appear on skin due to the degenerative process caused by
sunlight exposure throughout life, which has profound effects on the skin and is
associated with a variety of diseases. Ultraviolet (UV) light causes most photobiological
skin reactions and diseases. Several treatments can be performed to minimize
hyperchronic spots, among which the Phototherapy device of Intense Pulsed Light
(IPL). The present review of integrative literature aims to investigate the performance of
the phototherapy technique of Intense Pulsed Light (LIP) and its respective parameters
on patients with solar melanose. For that, an analysis of articles in multidisciplinary
databases was carried out, such as Scientific Electronic Library Online (Scielo) and
other online platforms. The research was conducted from March to June 2017. It was
found that the LIP procedure presents a satisfactory result for patients who seek a
gradual improvement in the appearance of the treated region, in addition to recovering
their self-esteem.

Keywords: Intense Pulsed Light – IPL – Solar Melanosis – Senile spots – Photoaging –
Melanocytes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: MODELO REPRESENTATIVO DA PELE ................................................. 10

FIGURA 2: DISPOSIÇÃO DOS MELANÓCITOS DA EPIDERME E SUA


INTERRELAÇÃO COM OS QUERATINÓCITOS ........................................................ 11

FIGURA 3: MELANOSE SOLAR OU LENTIGO SENIL .............................................. 13

FIGURA 4: COEFICIENTE DE ABOSRÇÃO DOS PRINCIPAIS CROMÓFOROS


DA PELE ........................................................................................................................... 16

FIGURA 5: PROCEDIMENTO DE LUZ INTENSA PULSADA EM PACIENTE COM


MELANOSE SOLAR .......................................................................................................18

FIGURA 6: RESULTADO APÓS TRÊS APLICAÇÕES DE LIP EM MELANOSES


NO COLO ......................................................................................................................... 20

FIGURA 7: RESULTADO APÓS OITO SESSÕES DE LIP EM MELANOSES NO


DORSO DA MÃO ............................................................................................................20

FIGURA 8: RESULTADO APÓS OITO SESSÕES DE LIP EM MELANOSES NO


DORSO DA MÃO ............................................................................................................21

FIGURA 9: RESULTADO APÓS CINCO SESSÕES DE LIP EM MELANOSES NO


DORSO DA MÃO ............................................................................................................21
LISTA DE ABREVIATURAS

LIP - Luz Intensa Pulsada

RUV - Raios Ultravioletas

UV - Ultravioleta

UVA - Ultravioleta A

UVB - Ultravioleta B

SMH – Hormônio Melanoestimulante


8

1 INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade, faz-se de todo perceptível o papel mediador que o


profissional de estética tem conquistado no âmbito técnico e acadêmico. Este tem
progressivamente ocupado espaço em equipes multidisciplinares da área da saúde,
incumbindo-se de promover o bem-estar, o amparo à autoestima e a aplicação de
técnicas terapêuticas de prevenção, manutenção e recuperação estética conforme suas
habilitações.
Sob esta perspectiva, o presente trabalho acadêmico propõe-se a investigar os
procedimentos relativos ao clareamento da melanose solar por intermédio da prática
fototerápica de Luz Intensa Pulsada (LIP), investigando-se seus parâmetros e
indicações. Para tal, realizou-se uma revisão bibliográfica, na qual os levantamentos
expostos apresentam embasamento em artigos e periódicos científicos coletados em
bases de dados internacionais e outras plataformas online, tais como Scientific
Electronic Library Online (Scielo) e PublicMedline (PubMed).
O Brasil é um dos principais países em cujo setor e mercado de imagem pessoal
mostra-se eminentemente promissor e crescente nas últimas décadas. Nesse sentido,
tanto a sociedade quanto os profissionais atuantes na atividade estética seriam
beneficiados com a proposta sugerida na temática da presente revisão de literatura.
Logo, a relevância do estudo em questão se pauta na ascensão do processo
participativo do profissional esteticista no cenário nacional. Ademais, faz-se de suma
importância promover a conscientização ao paciente com melanose solar acerca dos
fatores determinantes ao fotoenvelhecimento e, por conseguinte, ao aparecimento de
manchas senis, haja vista que há pouca divulgação relativa à prevenção e aos
tratamentos estéticos existentes, a exemplo da técnica de LIP.
Por fim, por tratar-se de um procedimento pouco invasivo e minimamente
ablativo (mínimo risco de lesão), os estudos relativos à prática de LIP no clareamento
de melanose solar configuram-se como referência à notória evolução tecnológica
proporcionada pelos aludidos trabalhos na área de estética.
9

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

O presente estudo tem por objetivo explanar didaticamente os procedimentos


relativos ao clareamento da melanose solar por intermédio da técnica fototerápica de
Luz Intensa Pulsada (LIP).

2.2 ESPECÍFICOS

Identificar o prognóstico de pacientes com fotoenvelhecimento;

Investigar as indicações terapêuticas para a aplicação da técnica de LIP;

Analisar a evolução da melanose solar após o emprego de LIP.


10

3 SISTEMA TEGUMENTAR

De acordo com Junqueira e Carneiro (2013), a pele recobre a superfície do


corpo, sendo constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e
uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme, abaixo e em continuidade com
a derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da
pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes.
A pele se divide em duas camadas com funções distintas: epiderme (superficial)
mais externa e principal barreira de defesa, derme (intermediária) com tecido
vascularizado e hipoderme (mais profunda) constituída de tecido gorduroso, conforme
GR

Figura 1: Modelo representativo da pele.

Fonte: GRAAF, 2003, p. 107.


11

3.1 MELANÓCITOS

A pigmentação da pele e dos cabelos é dependente da atividade melanogênica,


dentro dos melanócitos, da taxa de síntese de melanina, bem como do tamanho, número,
composição e distribuição de partículas do citoplasma dos melanócitos, estes têm seu
número relativamente constante, em diferentes etnias.
Os melanócitos estão localizados, na camada basal da epiderme. Projetam seus
dendritos, através da camada malpighiana/espinhosa, onde transferem seus
melanossomas aos queratinócitos, conforme figura 2. Essa associação melanócito-
queratinócito é denominada: unidade epidérmico-melânica, e é constituída, nos
humanos, um melanócito é capaz de pigmentar cerca de trinta e seis queratinócitos
(STORM, et al. 2006)
GUIRRO; GUIRRO (2014) afirmam que a pigmentação da pele ocorre pela ação
da melanina, que através da transferência da mesma para os queratinócitos é realizado
pelo melanócito ou unidade epidérmica de melanização. A ação do hormônio
melanoestimulante (MSH), promove aumento dos melanócitos e entra nas células pela
ação de receptores. A exposição aos raios ultravioletas (RUV) promove um aumento
dos números de melanócitos, pois implica na peroxidação de lipídios na membrana
celular, libera-se radicais livres e estimulando por fim os melanócitos.

Figura 2: Disposição dos melanócitos na epiderme e sua interrelação com os queratinócitos.

Fonte: STORM, et al. 2006, p. 120.


12

3.2 FOTOENVELHECIMENTO

O envelhecimento intrínseco acompanha o processo também ocorrido com


outros órgãos diante da degeneração natural do corpo, causada pelo passar dos anos,
sem a interferência de agentes externos e equivale ao envelhecimento de todos os
órgãos, inclusive a pele.
O envelhecimento extrínseco, também conhecido como fotoenvelhecimento, é
provocado principalmente pela exposição ao sol, que tem efeito cumulativo e
potencializa o aparecimento de rugas e manchas. Contudo além da exposição solar,
estão associados a este tipo de envelhecimento fatores como o tabaco, stress, poluição,
condições climáticas, dieta pouco equilibrada e pobre em antioxidantes e os maus
hábitos de sono. De acordo com Gilchrest e Krutmann (2007):

Ao contrário do envelhecimento intrínseco, que é caracterizado por uma


redução de quantidade de células, o fotoenvelhecimento caracteriza-se por
um aumento de quantidade de fibroblastos na derme, que se apresenta
hiperplásica, e também ocorre uma contagem aumentada de mastócitos,
histiócitos e células mononucleares.

As alterações cutâneas resultantes de exposição solar crônica, são classificadas


de fotoenvelhecimento. Este é o efeito da exposição ao sol, que leva a degeneração das
fibras de colágeno e elásticas, provocando o aparecimento das hiperpigmentações na
pele (PIMENTEL, 2008, p. 28).
A pele fotoenvelhecida apresenta uma superfície nodular áspera e espessa,
repleta de manchas e de rugas acentuadas, enquanto que uma pele envelhecida pela
passagem do tempo apresenta uma textura mais lisa, ligeiramente atrofiada, com rugas
discretas e sem manchas.
Harris (2003) enaltece que no envelhecimento os primeiros efeitos a serem
notados, são a retenção de água e a diminuição de elasticidade, o que consequentemente
dera um aumento de rugosidade e perda de maciez.
Embora muitas células diferentes sejam afetadas, as fibras elásticas são as
responsáveis pelos efeitos mais notáveis da lesão solar, através de um processo
cumulativo, que depende principalmente do grau de exposição ao sol e pigmentação da
pele, sendo a radiação ultravioleta (UV) do sol o principal fator ambiental que provoca
o envelhecimento da pele humana. A radiação mais associada ao processo é a UVA,
também utilizada em câmaras de bronzeamente artificial. Embora tenha comprimentos
13

de onda mais curto, ela atinge mais profundamente a derme do que a radiação
ultravioleta (UVB) (GILCHREST e KRUTMANN, 2007).
A seguir abordaremos a temática que se diz a respeito sobre uma patologia que
está altamente ligada ao fotoenvelhecimento cutâneo.

3.3 MELANOSE SOLAR

As Melanoses solares são manchas que surgem devido o processo degenerativo


causado pelo sol que incide sobre a pele ao longo da vida. Conhecidos como manchas
senis ou lentigos solares, costumam aparecer a partir dos 50 anos, podendo surgir antes
desse período.
Apresentam manchas escuras de coloração castanha ou marrom, geralmente
pequenas, mas que podem chegar a alguns centímetros de tamanho. Elas surgem apenas
nas áreas que ficam expostas ao sol, como a face, dorso das mãos e dos braços, colo e
ombros, conforme figura 3. (LIMA, 2012).

Figura 3: Melanose Solar ou Lentigo Senil

Fonte: LIMA, 2012.


< http://www.dermatologia.net/cat-estetica/melanose-solar-mancha-senil/>

Vários fatores influenciam na intensidade dessas manchas e dependem


principalmente do tipo de pele de cada pessoa. Peles mais claras, por exemplo, têm
maior tendência do que as peles mais escuras, pois são menos resistentes ao sol. O
quadro cutâneo da mancha senil está associado a fatores ambientais e a estilo de vida de
cada pessoa (MAIO, 2011).
14

O tratamento mais indicado para a patologia apresentada anteriormente é o aparelho


de Luz Intensa Pulsada, que possui a capacidade de minimizar em poucas sessões as
lesões acometidas pela exposição prolongada à radiação solar sem o uso de
fotoprotetores.

4 LUZ INTENSA PULSADA

A Luz Intensa Pulsada (LIP) tem-se aplicações diretas de energia, em forma de


flashlamps, que são circuitos elétricos gerados de uma luz brilhante, incorporando os
efeitos de calor produzido por flashes, atuando diretamente numa estrutura alvo. Essa
energia é transmitida diretamente para uma lâmpada de xenônio, transformando a
energia elétrica acumulada em energia luminosa. A LIP tem comprimentos de onda
variados para que sobre o tecido haja diversas aplicações, absorvendo a energia por eles,
resultando na conversão da luz em calor, pois a luz emitida é absorvida pelos
cromóforos, que são células fotossensíveis à luz, destruindo o excesso de melanina
acumulada na derme papilar e epiderme, tendo como função tratar várias lesões
causadas pelo fotoenvelhecimento. (PIROLA; GIUST, 2010).
Segundo Palermo, (2012), a LIP foi inicialmente aprovada pela Food and Drug
Administration (FDA), em 1998, no tratamento do fotoenvelhecimento e das lesões
pigmentadas. Logo após, foi aprovada para uso na fotoepilação, e também como
coadjuvante no tratamento da acne. Também usada no tratamento de algumas lesões
vasculares, como rosácea e poiquilodermia de Civatte (hiperpigmentação, telangiectasia
e atrofia que acomete predominantemente o pescoço e a face de forma simétrica,
poupando a área encoberta pelo mento). Atualmente, há mais de 300 aparelhos de LIP
diferentes comercializados no mundo.

4.1 CARACTERÍSTICAS DA LUZ INTENSA PULSADA


Conforme Agne (2011, p. 336), “A luz intensa pulsada (LIP) é aquela que emite
um comprimento de pulso simples, duplos ou triplos e que mediante aplicação de série
de filtros dá lugar a vários espectros de emissão”.
BREUNIG (2015), afirma que esta energia utiliza um comprimento de onda que
varia de 500 a 1200 nanômetros (nm), a LIP emite vários comprimentos de onda em
direções variadas.
15

O procedimento feito com a LIP é uma técnica não ablativa, que emprega luz
para diversas aplicações. Os sistemas de LIP são fontes pulsadas de alta intensidade que
emitem luz policromática num espectro largo de comprimento de onda entre 515 e 1200
nm. Geram aquecimento o tecido que permite corrigir diversas lesões pigmentadas,
atingindo alvos como a melanina, vasos sanguíneos e estimulando a produção de
colágeno por fibroblastos dérmicos. (FRANCO; ORTIGOSA, 2017).
Pode ser configurada para diferentes espectros de emissão, variando-se a
filtração, o tipo de lâmpada ou a densidade da corrente. A frequência de onde de luz
deve ser escolhida para que tenha penetração correta e absorção ideal pelo cromóforo-
alvo, é uma vantagem terapêutica da LIP desde que sejam escolhidos os parâmetros
ideais para energia, duração de pulso e espectro de emissão (MATHEUS, 2012).
Essas lâmpadas trabalham de modo pulsado e convertem a energia acumulada
em energia óptica, emitem radiação entre 400 nm e 1200 nm, com cortes de
comprimento de onda dependendo das indicações a serem tratadas. Para um pulso com
duração de 2 milissegundo (ms), a temperatura obtida na epiderme é proporcional a
intensidade, reduzindo o risco de efeitos colaterais como queimaduras de pele
(MATHEUS; PALERMO, 2012).

4.2 PARÂMETROS DA LUZ INTENSA PULSADA


Os parâmetros são: comprimento de onda, duração do pulso, tamanho da ponteira,
fluência, densidade de potência e frequência. Potência é a taxa de liberação da energia
ou a quantidade de energia liberada por segundo. Fluência é a quantidade de energia
liberada sobre uma área, sendo expressa em J/cm². Quanto maior a fluência, mais rápido
será o aumento de temperatura no tecido e, consequentemente, a intensidade do efeito
desejado (MINOTTO, 2014).
Os aparelhos de LIP mais modernos emitem uma onda quadrada a cada disparo;
essa onda é fragmentada em múltiplos pulsos de emissão, o que permite que a energia
seja entregue de forma eficaz ao cromóforo-alvo, evitando danos às estruturas
adjacentes.

5 APLICABILIDADE DA LUZ INTENSA PULSADA NA MELANOSE

A presença de manchas hipercrômicas como a melanose solar, é uma das queixas


dos pacientes na prática clínica da estética.
16

De acordo com Minotto (2014), o acúmulo de melanina na epiderme e na derme


é responsável pela aparição de lesões pigmentadas. A solução do problema é a
destruição do excesso de melanina, que pode ser feita por aplicação de Luz Intensa
Pulsada no local afetado; o efeito fototérmico vai queimar e coagular as partículas de
melanina. Nas manchas senis, ocorre ruptura de melanossomas por ação do calor e a
melanina é fragmentada em pequenas partículas que vão clareando aos poucos durante
as sessões.

Os tratamentos atualmente, não ablativos têm constituído uma grande


popularidade entre as pessoas, devido ao avanço tecnológico de novas
técnicas que proporcionam melhoras significativas e com pouco
tempo de recuperação ao procedimento realizado. Dentre eles, estão
os tratamentos estéticos que possuem maior resultado e eficácia, sendo
adequados para as manchas senis: peelings físicos, peelings químicos,
lasers e a LIP (AGNE, 2011; BERTINO, 2011).

A energia da LIP é dirigida ao cromóforo (melanossomos melanizados) através


de um comprimento específico de onda, e esse alvo irá absorver uma energia luminosa e
transformá-la em calor (reação fototérmica), responsável por sua destruição, seguida de
necrose celular. (PALERMO, 2012).
Os cromóforos naturais da pele têm seus espectros de absorção próprios para
cada comprimento de onda, conforme figur4. Ao escolher a energia ideal, deve-se optar
pelo comprimento de onda na qual o cromóforo-alvo tenha absorção máxima, enquanto
os demais cromóforos tenham menor absorção (AGNE, 2011).

Figura 4: coeficiente de absorção dos principais cromóforos da pele.

Fonte: PALERMO, 2012.


17

A luz intensa pulsada é absorvida por componentes do tecido alvo, ou seja,


cromóforos que convertem energia luminosa em calor através da absorção:

Melanina capta radiação ultravioleta (340nm a 1000nm), luz verde (532nm) e


radiação infravermelha (800nm a 1200nm);
Hemoglobina capta radiação ultravioleta-A (300nm), luz azul (450nm), luz
verde de (520nm a 540nm) e luz amarela (570 a 580nm);
Colágeno capta luz visível (380nm a 780nm) e radiação infravermelha
(800nm a 1200nm);

Água capta radiação infravermelha (acima de 1200nm) (PIROLA &


GUISTI, 2010).
O tratamento com a LIP representa um grande avanço tecnológico no tratamento
coadjuvante de algumas alterações dermatológicas. A aplicação superficial consegue

uma redução significativa das melanoses solares (manchas senis) (TAMURA, 2001).

5.1 INDICAÇÕES

O procedimento de (LIP) é indicado para diversos alterações de pele, além da


melanose solar, tais como: rosácea (fluxo sanguíneo acentuados na região malar e face),
telangectasias (vasos dilatados) e estrias avermelhadas.

5.2 CONTRA INDICAÇÕES


As contraindicações estão presentes também em diversos outros procedimentos
não invasivos e fototerápicos, tanto quanto na LIP, sendo eles: pessoas que fazem uso
de medicamentos fotossensíveis; pacientes bronzeados de exposição contínua aos raios
(UV); diabetes descontroladas; gestantes e lactantes; históricos de quelóides; sinais de
infecção e inflamação de pele; história prévia ou atual de câncer de pele.

5.3 PROCEDIMENTO

A aplicação da LIP pode vir acompanhada de alguns riscos para o cliente, como os
disparos feitos pela luz, que não podem acontecer de forma repetitiva, pois ocasionam
um aquecimento maior na região, provocando lesão e por isso as medidas de segurança
são fundamentais para a aplicação correta do equipamento. Deve ser manuseado por um
18

profissional que conheça esses riscos e para se obter melhor conhecimento e habilidades
ao utilizar o equipamento. Recomenda-se fazer um treinamento antes, para assim obter
mais eficiência e garantir a segurança adequada. Lembrando que não é preciso a
utilização de anestésico, pois quando são inseridos podem minimizar os resultados
(PIROLA & GUISTI, 2010).
Antes da aplicação da luz pulsada a pele é higienizada, removendo-se os
resíduos, sendo eles de maquiagem, filtro solar e etc. Após a colocação dos óculos de
proteção, tanto no esteticista quanto no paciente, o esteticista posiciona a ponteira do
aparelho diretamente na região selecionada ao tratamento, disparando pulsos rápidos
sobre a pele, com ou sem uma fina camada de gel, dependendo do aparelho em uso,
conforme figura 5. Durante o procedimento, o paciente pode sentir uma leve ardência da
pele que diminui progressivamente em algumas horas. O tempo de tratamento varia
conforme a área ser tratada.

Figura 5: Procedimento de LIP em paciente com Melanose Solar

Fonte: BROLLO, 2017.

<http://www.drmarcelobrollo.com.br/dermatologia-estetica/luz-intensa-pulsada/>

5.4 PÓS PROCEDIMENTO


A LIP apresenta algumas respostas após a sua aplicação, como o acinzamento do
tecido, que se dá a partir da dispersão da melanina; o escurecimento acontece pela
aglomeração de melanina; eritema em volta da lesão é decorrente de uma inflamação
local e o clareamento que acontece tardiamente, pois as partículas de melanina e os
fragmentos celulares são eliminados através do sistema imunológico, que podem
19

desenvolver uma crosta fina na região mas se soltam com o tempo, em média de 10 a 12
dias posteriormente as aplicações (MORAIS; GONTIJO, 2015).
São necessárias de uma a quatro sessões de luz pulsada, para começar a ver
resultados satisfatórios. O intervalo entre as sessões varia em média quatro semanas.
Como outros tratamentos estéticos, o tratamento de manutenção é recomendado para a
persistência dos bons resultados, como o uso de despigmentantes, e vitamina C
(CAMPOS, 2013).

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Considerando a revisão de literatura abordada anteriormente, faz-se de suma


importância uma análise dos resultados de aplicação da LIP na melanose solar tendo-se
como bases de dados artigos científicos com estudo de caso, sobretudo aqueles que
apresentam imagens referentes ao pré e o pós-procedimento.
A tabela que se segue estabelece a relação de resultados obtidos na aplicação da
técnica de LIP em pacientes que apresentavam manchas senis, segundo a avaliação de
dois autores.

TABELA 1. ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA APLICAÇÃO DE LIP EM


PACIENTES COM MELANOSE SOLAR

AUTORES PERIODO/SESSÕES PROCEDIMENTOS RESULTADOS


BORGES, Foram efetuadas 3 Aplicação da Luz Considerando-se que
2010. sessões Intensa Pulsada na a paciente seguiu
região do colo. corretamente o
protocolo, observou-
se o clareamento das
manchas senis,
conforme expresso na
figura 6.

SILVA, et al. Foram efetuadas 8 Aplicação da Luz Considerando-se que


2012. sessões. Intensa Pulsada na houve cumprimento
região do dorso das dos pacientes com
mãos. relação à prescrição,
Foram efetuadas 8 Aplicação da Luz em todos os casos
sessões. Intensa Pulsada na observou-se o
região do dorso das clareamento das
mãos. manchas senis,
Foram efetuadas 5 Aplicação da Luz conforme expresso
sessões. Intensa Pulsada na nas figuras 7, 8 e 9,
região do dorso das respectivamente.
mãos.
20

Figura 6: Resultado após três sessões de LIP em melanoses no colo.

Fonte: BORGES, 2010.

Figura 7: Resultado após oito sessões de LIP em melanoses no dorso da mão.

Fonte: SILVA et al., 2012.


21

Figura 8: Resultado após oito sessões de LIP em melanoses no dorso da mão.

Figura 9: Resultado após cinco sessões de LIP em melanoses no dorso da mão.

Fonte: SILVA et al., 2012.

Após criteriosa revisão dos estudos realizados por BORGES (2010) e SILVA et
al. (2012) e posterior avaliação das ilustrações anteriores, faz-se possível observar que a
técnica de Luz Intensa Pulsada é efetiva no processo de despigmentação de manchas
senis nos casos em que as prescrições são devidamente seguidas. A despeito de os
aludidos autores terem realizado um número distinto de aplicações, em ambos os
trabalhos verifica-se resultados consideráveis no clareamento das áreas
hiperpigmentadas.
22

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados expostos no presente trabalho acadêmico, verifica-se que a
abordagem terapêutica vem apresentando notória evolução tecnológica, através da qual
procedimentos não invasivos tornam-se extremamente efetivos para o tratamento de
doenças pré-malignas como a melanose solar.
Conforme apresentado, inúmeras publicações corroboram com a eficácia da
técnica fototerápica de Luz Intensa Pulsada na despigmentação de manchas de pele –
em especial, de manchas senis – podendo ser utilizada como recurso no processo de
clareamento de manchas hipercrômicas oriundas do fotoenvelhecimento.
É de suma importância promover a conscientização de pacientes com melanose
solar e outras desordens hipercrômicas do risco à exposição excessiva às radiações
solares sem nenhum tipo de fotoproteção, a qual se configura como fator determinante
no quadro de fotoenvelhecimento. Analogamente, o número de pacientes que
descontinuam o tratamento sem completá-lo apresenta-se proeminentemente alto, de
modo que se mostra relevante orientá-los nesse sentido, visto que os primeiros
resultados são fruto de sessões contínuas de LIP.
Em síntese, constatou-se que o emprego consecutivo de LIP sobre pacientes com
melanose solar apresentou resultados satisfatórios. Seu uso é altamente indicado no
clareamento de manchas senis, além de ser um procedimento pouco invasivo e
minimamente ablativo (mínimo risco de lesão).
23

8 METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente trabalho caracteriza-se por ser uma revisão bibliográfica, na qual os


levantamentos realizados apresentam embasamento em estudos previamente
desenvolvidos. Para tal, artigos científicos, livros didáticos e publicações digitais serão
objetos de análise no decorrer da elaboração do trabalho acadêmico.

3.1 BASE DE DADOS DE ARTIGOS

Descritores em Ciências da Saúde (DeCS)

Scientific Electronic Library Online (Scielo)

PublicMedline (PubMed)

Surgical & Cosmetic Dermatology (SBD)

3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Os critérios de inclusão das publicações selecionadas para a presente revisão


foram: Artigos científicos de revistas e jornais indexados em inglês e português; Livros;
Artigos disponibilizados; Estudos científicos que descrevem ou mencionam o tema
abordado.

3.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos artigos científicos que abordavam outros tipos de Melanoses


que não o solar;

3.4 ESTRATÉGIA DE BUSCA

Obteve-se a partir da base de dados, Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e


Surgical & Cosmetic Dermatology (SBD). A estratégia de busca utilizada nas bases de
dados com esses descritores foram: “melanose solar” “manchas senis” “Luz Intensa
Pulsada”, “LIP”.
24

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGNE, Jones. Eu sei eletroterapia. 2 ed. Santa Maria: Pallotti, 2011.

BAUMANN, Leslie M. D. Dermatologia Cosmética Princípios e Praticas. Rio de


Janeiro: Revinter, 2004.

BORGES, Fábio S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. Ed.,São


Paulo: Phorte, 2010

BREUNIG, Juliano. A luz intensa pulsada no tratamento da pele: Dermatologia e


Saúde. 2015. Disponível em: <https://dermatologiaesaude.com.br/a-luz-intensa-pulsada-
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BROLLO, Marcelo. Luz Intensa Pulsada. 2017. Disponível em:


<http://www.drmarcelobrollo.com.br/dermatologia-estetica/luz-intensa-pulsada/>.
Acesso em: 02 de junho de 2017.

FRANCO, Natalia; ORTIGOSA, Luciena. Ceratoacantoma solitário após luz intensa


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<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265525264008>. Acesso em: 11 de maio de
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