Você está na página 1de 56

As Parábolas de Jesus

Categoria: Bíblia / Cristianismo / Ensino

Copyright © 2021 Rogério Cascão


Todos os direitos reservados

1ª Edição: Janeiro 2021


Edição e revisão: Elizângela Cascão
Projeto gráfico e diagramação: RCosta Design
Capa: Leandro Pereira dos Santos

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e


Atualizada (Sociedade Bíblica do Brasil), salvo Indicação específica.

Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Cascão, Rogério, 2021


As Parábolas de Jesus
Rogério Cascão Costa – Juiz de Fora 2021
1: Bíblia 2: Cristianismo 3: Título
3
4
S umário
INTRODUÇÃO .......................................... 07

Capítulo 1

A Parábola do bom Samaritano ................. 09

Capítulo 2
A Parábola do filho pródigo .................... 17

Capítulo 3
A Parábola do semeador ............................ 25

Capítulo 4
A Parábola do joio e do trigo ................... 33

Capítulo 5
A Parábola do fariseu e do publicano ...... 41

CONCLUSÃO ............................................. 49

5
6
I ntrodução

A s parábolas de Jesus são histórias simples e pode-


rosas que ele usou para ensinar verdades espiri-
tuais complexas.
Elas são um dos aspectos mais lembrados e admira-
dos do ministério de Jesus. Sua capacidade de contar
histórias que envolvem profundas lições morais e espi-
rituais é uma das razões pelas quais ele ainda é reveren-
ciado e estudado por tantas pessoas ao redor do mundo.

7
Neste livro, exploraremos algumas das parábolas mais
conhecidas de Jesus e examinaremos o que elas nos en-
sinam sobre a vida, o amor, a justiça e o caminho para
a salvação.

8
Cap 1
A P arábola do B om
S amaritano
Lucas 10:25-37 25 E eis que certo doutor da
lei se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e
disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eter-
na? 26 Então, Jesus lhe perguntou: Que está escri-
to na Lei? Como lês tu? 27 Ele, respondendo, disse:
Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo
o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a
ti mesmo. 28 Então, Jesus lhe afirmou: Respondeste

9
corretamente; faze isso e viverás. 29 Ele, porém,
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é
o meu próximo? 30 Jesus, prosseguindo, disse: Cer-
to homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a
cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo
lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, re-
tiraram-se, deixando-o semimorto. 31 Casualmente,
descia pelo mesmo caminho certo sacerdote e, ven-
do-o, passou de largo. 32 De igual modo, também
um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, passou
de largo. 33 Mas um samaritano, que ia de viagem,
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima
compaixão. 34 Aproximou-se, então, e, com as suas
próprias mãos, lhe tratou dos ferimentos, aplican-
do-lhes azeite e vinho; e, colocando-o sobre o seu
próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tra-
tou dele. 35 No dia seguinte, tirando dois denários,
deu-os ao hospedeiro e disse: Cuida deste homem;
e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei
quando voltar. 36 Qual, pois, destes três te parece
ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos
salteadores? 37 Ele respondeu: O que usou de mi-
sericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai e
procede tu de igual modo. Esta é uma das parábolas
mais famosas de Jesus. Ela aparece no Evangelho
de Lucas e conta a história de um homem que foi as-
10
saltado e deixado à beira da estrada. Várias pessoas
passaram por ele, incluindo um sacerdote e um levi-
ta, mas nenhum deles parou para ajudá-lo.

F oi um samaritano, um membro de uma comu-


nidade desprezada pelos judeus, que finalmente
parou e cuidou do homem ferido.
A parábola do bom samaritano é uma história bíblica
encontrada no Evangelho de Lucas, onde Jesus a utiliza
para transmitir uma mensagem importante sobre amor
e compaixão. A história é sobre um homem que foi as-
saltado, espancado e deixado à beira da estrada. Dois
religiosos judeus, um sacerdote e um levita, passam pelo
homem ferido e o ignoram. No entanto, um samarita-
no, um membro de uma comunidade desprezada pelos
judeus na época, para e cuida do homem, levando-o a
uma hospedaria e pagando por seus cuidados.
Devemos tratar os outros com amor e compaixão,
independentemente de sua origem étnica, religião ou
status social. Jesus usa o exemplo do samaritano para
desafiar a mentalidade discriminatória e mostrar que até
mesmo aqueles que são marginalizados pela sociedade
podem demonstrar grande bondade e generosidade.
Ao nos incentivar a amar o nosso próximo como a
nós mesmos, Jesus está nos chamando para ir além das
divisões e preconceitos que existem em nossa sociedade.
11
Ele nos convida a olhar além das diferenças superficiais
e reconhecer a humanidade em cada indivíduo.
A mensagem é clara: não devemos deixar que o pre-
conceito ou o orgulho nos impeçam de ajudar os neces-
sitados. Devemos estar dispostos a nos envolver, sacrifi-
car nosso tempo e recursos para ajudar aqueles que estão
em necessidade, independentemente de quem sejam.
Seguindo o exemplo do samaritano, somos desafia-
dos a ser pessoas compassivas, dispostas a fazer o bem,
mesmo quando é inconveniente ou contrário às expec-
tativas sociais. A parábola nos lembra que não devemos
julgar os outros com base em estereótipos ou aparên-
cias, mas sim tratar a todos com bondade e dignidade.
Portanto, a lição central da parábola do bom sama-
ritano é que devemos amar e cuidar do nosso próximo,
independentemente de sua raça, religião ou status so-
cial. Devemos buscar oportunidades para ajudar os ou-
tros e demonstrar compaixão, seguindo o exemplo do
samaritano e vivendo uma vida de amor altruísta.
Além disso, a parábola do bom samaritano nos ensi-
na sobre a importância da ação e do envolvimento pes-
soal. O samaritano não apenas sentiu pena do homem
ferido, mas também agiu imediatamente para ajudá-
-lo. Ele mostrou compaixão prática, cuidando das feri-
das, levando-o a um lugar seguro e providenciando os
12
cuidados necessários. Essa história nos lembra que amar
o próximo não é apenas um sentimento abstrato, mas
requer ações concretas.
Jesus usa o contraste entre os religiosos judeus que
passaram pelo homem ferido e o samaritano para nos
desafiar a examinar nossa própria conduta. Ele nos lem-
bra que a religião e as crenças não devem nos impedir de
mostrar bondade e compaixão aos outros. Não importa
qual seja nossa posição social, nosso conhecimento re-
ligioso ou nossas práticas de fé, o que importa é como
tratamos as pessoas ao nosso redor.
A parábola também nos leva a refletir sobre a ideia de
quem é verdadeiramente nosso próximo. Jesus expande
a definição de próximo, mostrando que qualquer pes-
soa que esteja em necessidade e cruze nosso caminho é
digna de nosso cuidado e amor. Ele nos encoraja a olhar
além das fronteiras sociais e culturais, para reconhecer a
humanidade compartilhada que todos nós possuímos.
Assim, a mensagem central da parábola do bom
samaritano é uma chamada à ação, à compaixão e ao
amor prático pelo próximo. Devemos superar qualquer
preconceito ou indiferença e responder às necessidades
dos outros com bondade e generosidade. Ao fazê-lo,
estamos seguindo o exemplo de Jesus e vivendo uma

13
vida que reflete os princípios do amor e da compaixão
incondicionais.
Além disso, a parábola do bom samaritano nos de-
safia a questionar nossas próprias atitudes e compor-
tamentos. Ela nos lembra que muitas vezes podemos
estar tão ocupados com nossas próprias preocupações
e interesses que ignoramos as necessidades dos outros
ao nosso redor. O sacerdote e o levita na história po-
dem representar nossa propensão para a indiferença e o
individualismo.
Jesus nos incentiva a superar essa tendência egoísta
e a estender a mão para os necessitados, assim como o
samaritano fez. Ele nos chama a sair de nossa zona de
conforto, a sermos sensíveis às necessidades dos outros e
a agir em benefício deles. Essa parábola nos lembra que
o amor ao próximo é uma escolha ativa e consciente,
que requer atenção e disposição para ajudar.
Além disso, a parábola também nos ensina sobre a
importância da empatia e compaixão. O samaritano
não apenas cuidou das feridas físicas do homem, mas
também demonstrou cuidado e preocupação genuínos
por sua recuperação. Ele colocou-se no lugar do homem
ferido e agiu de acordo com o que gostaria que fizessem
por ele.

14
Essa lição nos desafia a sermos sensíveis às dores e
lutas dos outros, a nos colocarmos em seu lugar e a agir-
mos com compaixão. Independentemente das diferen-
ças que nos separam, todos somos seres humanos com
sentimentos e necessidades. A parábola nos chama a
sermos solidários e a respondermos com amor e com-
paixão diante do sofrimento do próximo.
Em última análise, a parábola do bom samaritano
nos inspira a viver de forma altruísta e a colocar em prá-
tica o mandamento do amor ao próximo. Ela nos lem-
bra que todos temos a capacidade de fazer a diferença na
vida das pessoas ao nosso redor, independentemente de
quem sejam ou de onde venham. Ao seguir o exemplo
do samaritano e viver com amor e compaixão, estamos
realmente vivendo de acordo com a mensagem central
do ensinamento de Jesus.

15
16
cap 2
A P arábola do F ilho
P ródigo
Lucas 15:11-32 11 Disse-lhe ainda: Certo
homem tinha dois filhos. 12 O mais moço deles disse
ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E
ele lhes repartiu os haveres. 13 Poucos dias depois,
o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para uma
terra distante, e ali desperdiçou os seus bens viven-
do dissolutamente. 14 E, havendo ele dissipado tudo,
houve naquela terra uma grande fome, e começou a
passar necessidades. 15 Então, foi encontrar-se a um
dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para
os seus campos a apascentar porcos. 16 Bem quis
17
ele fartar-se com as alfarrobas que os porcos comi-
am, mas ninguém lhe dava nada. 17 Então, caindo
em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm
pão com fartura, e eu aqui pereço de fome! 18 Le-
vantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai,
pequei contra o céu e perante ti; 19 já não sou digno
de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus
trabalhadores. 20 E, levantando-se, foi para seu pai.
Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e,
compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. 21
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e per-
ante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depres-
sa a melhor roupa, vesti-lha, ponde-lhe um anel no
dedo e sandálias nos pés; 23 trazei também o novil-
ho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos, 24
porque este meu filho estava morto e reviveu, estava
perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
25 Ora, o filho mais velho estivera no campo; e,
quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a
música e as danças. 26 E, chamando um dos servos,
perguntou-lhe que era aquilo. 27 Este lhe respondeu:
Chegou teu irmão; e teu pai matou o novilho ceva-
do, porque o recuperou são e salvo. 28 Mas ele se
indignou, e não queria entrar. Saindo, porém, o pai,
procurava conciliá-lo. 29 Mas ele respondeu a seu
18
pai: Eis que te sirvo há tantos anos sem nunca trans-
gredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito
para alegrar-me com meus amigos; 30 vindo, porém,
este teu filho que desperdiçou os teus bens com mere-
trizes, mataste-lhe o novilho cevado. 31 Replicou-lhe
o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que
é meu é teu; 32 mas era preciso regozijarmo-nos e
alegrarmo-nos, porque este teu irmão estava morte
reviveu, estava perdido e foi achado”.

O utra parábola famosa de Jesus, a Parábola do


Filho Pródigo, aparece no Evangelho de Lucas.
Ela conta a história de um filho que pede sua parte da
herança e sai de casa para gastá-la em festas e prazeres.
Quando seu dinheiro acaba e ele se encontra em uma
situação difícil, ele decide voltar para casa e pedir per-
dão a seu pai.
A Parábola do Filho Pródigo é uma história poderosa
que retrata a relação entre um pai e seus dois filhos. Ela
ressalta o amor e o perdão de Deus, independentemente
das escolhas que fazemos ou das consequências de nos-
sas ações.
No início da parábola, o filho mais novo pede sua
parte da herança e parte para uma vida extravagante e
irresponsável. Ele gasta todo o dinheiro em festas e pra-
zeres, mas quando uma grande fome atinge a terra, ele
19
se vê desamparado e em desespero. É então que ele de-
cide voltar para casa, reconhecer seu erro e pedir perdão
a seu pai.
A mensagem central dessa parábola é que Deus nos
recebe de volta de braços abertos, independentemente
de nossos erros passados. Assim como o pai na histó-
ria, Deus nos ama incondicionalmente e está disposto a
nos perdoar quando nos arrependemos verdadeiramen-
te. Não importa quão longe tenhamos nos afastado ou
quão profundamente tenhamos caído, sempre há uma
chance de recomeçar e reconstruir nosso relacionamen-
to com Deus.
Essa parábola também destaca a importância da hu-
mildade e da reconciliação. O filho pródigo precisou
reconhecer sua própria imprudência e voltar ao pai
com um coração arrependido. Ao fazê-lo, ele foi rece-
bido com amor, compaixão e celebração. A história nos
mostra que o verdadeiro arrependimento e a busca pela
reconciliação são essenciais para restaurar nossos rela-
cionamentos, tanto com Deus quanto com as pessoas
ao nosso redor.
Além disso, a parábola também aborda a atitude do
filho mais velho, que inicialmente se ressente da atenção
e do perdão concedidos ao irmão pródigo. Essa parte da
história nos lembra da importância de evitar o orgulho
20
e a falta de compaixão. Ela nos desafia a desenvolver
uma mentalidade de perdão e alegria genuína pelo re-
torno e restauração dos outros.
No cerne dessa parábola está a mensagem de que
Deus é um Pai amoroso e misericordioso, sempre pron-
to para nos receber quando nos voltamos para Ele de
coração sincero. Independentemente de nossas falhas
e transgressões, Deus nos estende a mão e nos ofere-
ce uma nova chance. A Parábola do Filho Pródigo nos
convida a abraçar esse amor incondicional e a buscar a
reconciliação com Deus e com os outros.
Essa mensagem de amor incondicional e reconcilia-
ção é uma das verdades mais profundas e transformado-
ras da fé cristã. A Parábola do Filho Pródigo nos lembra
que não importa o quão longe tenhamos nos afastado
de Deus, Ele está sempre de braços abertos, esperando
por nosso retorno.
Quando o filho pródigo retorna, seu pai corre ao seu
encontro, abraça-o calorosamente e o recebe de volta
à família. Essa imagem poderosa representa o amor de
Deus por nós. Ele nos ama não por causa de nossas con-
quistas, méritos ou comportamentos impecáveis, mas
simplesmente porque somos Seus filhos amados.
Essa parábola nos convida a refletir sobre a nossa
própria jornada espiritual. Muitas vezes, podemos nos
21
encontrar distantes de Deus, buscando preenchimento
e significado em coisas passageiras e vazias. No entanto,
quando nos voltamos para Ele com um coração sincero,
arrependidos de nossos erros e desejosos de mudança,
somos recebidos com alegria e perdão.
Deus não apenas nos perdoa, mas também nos res-
taura. Assim como o pai na parábola ofereceu roupas
novas e um banquete para seu filho pródigo, Deus nos
oferece uma nova vida em comunhão com Ele. Ele nos
convida a experimentar Sua graça transformadora e a
nos tornarmos participantes de Seu Reino de amor, paz
e justiça.
Além disso, a parábola nos desafia a considerar nossa
postura em relação aos outros. Assim como o filho mais
velho da parábola, podemos ser tentados a nos ressentir
quando vemos aqueles que falharam voltando a serem
abraçados pela graça divina. No entanto, essa história
nos lembra que a compaixão, a generosidade e o perdão
são valores fundamentais do Reino de Deus.
Ao abraçar o amor incondicional de Deus e buscar
a reconciliação com Ele, somos convidados a estender
esse mesmo amor e perdão aos outros. Somos desafia-
dos a deixar de lado nossos julgamentos e a nos alegrar
quando vemos outros encontrando redenção. A parábo-
la nos lembra que todos nós precisamos do amor e do
22
perdão de Deus, independentemente de nossas histórias
ou falhas.
Que essa mensagem de amor incondicional e recon-
ciliação encontre um eco profundo em cada coração
que a ouça. Que possamos nos aproximar de Deus com
humildade e confiança, sabendo que Ele está sempre
pronto para nos receber. Que possamos também nos
esforçar para sermos instrumentos de amor e perdão em
nossas relações, seguindo o exemplo do Pai amoroso na
Parábola do Filho Pródigo.
Que essa história inspiradora nos mova a buscar a
reconciliação, a amar os outros como Deus nos ama e
a compartilhar o amor e a graça que recebemos. Que
possamos viver de acordo com a mensagem central des-
sa parábola, abraçando o amor incondicional de Deus e
compartilhando-o com o mundo ao nosso redor.

23
24
cap 3
A P arábola do
S emeador
Marcos 4:1-20 1 Novamente começou Jesus a
ensinar à beira-mar, e reuniu-se ao redor dele grande
multidão, de modo que ele entrou num barco, onde se
assentou, no mar; e toda a multidão estava em terra,
junto ao mar. 2 E ele lhes ensinava muitas coisas por
parábolas, e lhes dizia, em seu ensino: 3 Ouvi. Eis
que o semeador saiu a semear. 4 E, ao semear, uma
parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram
as aves e a comeram. 5 Outra caiu em solo rochoso,
onde não havia muita terra; e, logo, brotou, porque a
terra não era profunda; 6 mas, saindo o sol, a escal-
25
dou, e, porque não tinha raiz, secou-se. 7 Outra caiu
entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufo-
caram, e não deu fruto. 8 Outra caiu em boa terra, e
deu fruto, que cresceu e se desenvolveu, produzindo
trinta, sessenta e até cem vezes mais. 9 E disse-lhes:
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. 10 Quando fi-
cou só, os que estavam ao redor dele com os doze
lhe perguntaram sobre as parábolas. 11 E ele lhes
disse: A vós vos é dado conhecer o mistério do Reino
de Deus; mas, aos que estão de fora, tudo se ensi-
na por parábolas, 12 para que, vendo, vejam e não
percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para
que não se convertam e sejam perdoados. 13 E disse-
lhes: Não entendeis esta parábola? Então, como en-
tendereis todas as parábolas? 14 O semeador semeia
a palavra. 15 O que semeou à beira do caminho são
os que ouvem a palavra, mas logo vem Satanás e tira
a palavra que foi semeada neles. 16 De maneira se-
melhante, o que semeou em solo rochoso são os que,
ouvindo a palavra, a recebem com alegria; 17 mas
não têm raiz em si mesmos, antes são inconstantes;
chegada, porém, a tribulação ou a perseguição, por
causa da palavra, logo se escandalizam. 18 Outros
há que são semeados entre os espinhos; estes ouvem
a palavra, 19 mas os cuidados deste mundo, a ilusão
das riquezas e a cobiça de outras coisas, entrando,
26
sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. 20 Os que
foram semeados em boa terra são os que ouvem a
palavra, a recebem e dão fruto, trinta, sessenta e até
cem vezes mais.

A Parábola do Semeador aparece em três dos qua-


tro evangelhos e conta a história de um semea-
dor que espalha sementes em diferentes tipos de solo.
Algumas sementes caem em solo rochoso, outras en-
tre espinhos e outras em solo fértil. Apenas as sementes
que caem em solo fértil germinam e produzem frutos.
Jesus, em suas parábolas e ensinamentos, frequente-
mente nos alertava sobre as distrações e preocupações
do mundo que podem nos desviar do caminho da ver-
dade e impedir o crescimento da palavra de Deus em
nossos corações. Ele sabia que nossa vida neste mundo
está repleta de tentações, ansiedades e buscas por praze-
res passageiros.
Jesus conta a história de um semeador que espalha
suas sementes em diferentes tipos de solo. Algumas se-
mentes caem à beira do caminho, onde são pisoteadas
e devoradas pelas aves. Outras caem em solo pedrego-
so, onde brotam rapidamente, mas murcham sob o sol
escaldante. Algumas caem entre os espinhos, sufoca-
das pelas preocupações e riquezas do mundo. Mas as

27
sementes que caem em solo fértil crescem e produzem
uma colheita abundante.
Essa parábola nos alerta sobre os perigos das distra-
ções e preocupações mundanas. As aves representam as
influências negativas que podem roubar a palavra de
Deus de nossos corações. As pedras representam o en-
tusiasmo superficial que logo se desvanece diante das
dificuldades da vida. Os espinhos simbolizam as preo-
cupações, as riquezas e os prazeres do mundo que po-
dem sufocar a mensagem divina em nós.
Jesus nos convida a cultivar um coração receptivo,
um solo fértil onde a palavra de Deus possa enraizar-se e
crescer. Ele nos alerta sobre a importância de estar cons-
cientes das distrações e preocupações que podem nos
afastar do essencial. Ele nos desafia a priorizar as coisas
de Deus em vez das coisas efêmeras deste mundo.
Ao reconhecer as distrações e preocupações em nos-
sas vidas, podemos adotar práticas espirituais que nos
ajudam a permanecer focados na palavra de Deus. A
oração, a meditação, a leitura da Bíblia e a comunhão
com outros cristãos são maneiras valiosas de nutrir nos-
so relacionamento com Deus e fortalecer nossa fé.
Também é importante lembrar que não estamos so-
zinhos nessa jornada. Jesus prometeu enviar o Espírito
Santo como nosso Consolador e Guia. O Espírito Santo
28
nos fortalece e capacita a resistir às tentações e a manter
nosso foco em Deus. Com a ajuda do Espírito Santo,
podemos discernir as distrações e preocupações que nos
rodeiam e escolher conscientemente cultivar uma vida
de devoção e compromisso com Deus.
Portanto, a mensagem de Jesus sobre as distrações e
preocupações do mundo é um chamado para uma vida
de vigilância espiritual. É um convite para examinarmos
nossos corações e prioridades, buscando constantemen-
te colocar a palavra de Deus no centro de nossa vida. Ao
fazê-lo, permitimos que a semente divina cresça em nós
e produza frutos de amor, paz e justiça que impactam
não apenas nossa vida, mas também o mundo ao nosso
redor.
À medida que refletimos sobre as palavras de Jesus so-
bre as distrações e preocupações do mundo, somos de-
safiados a examinar sinceramente nossas próprias vidas
e identificar aquilo que tem consumido nossa atenção
e desviado nosso foco daquilo que realmente importa.
Vivemos em uma sociedade cada vez mais acelerada
e cheia de estímulos constantes. Somos bombardeados
por informações, distrações e expectativas que podem
nos afastar da presença de Deus e da verdade que Ele
nos revela. Muitas vezes, nos encontramos presos em

29
um ciclo interminável de buscas superficiais, preocupa-
ções ansiosas e satisfação imediata.
No entanto, Jesus nos convida a um estilo de vida
diferente. Ele nos chama a buscar primeiro o Reino de
Deus e Sua justiça, confiando que todas as demais coi-
sas nos serão acrescentadas (Mateus 6:33). Isso significa
colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas, priori-
zando nosso relacionamento com Ele e permitindo que
Sua palavra e vontade orientem nossas escolhas e ações.
É importante reconhecer que nem todas as distrações
e preocupações são necessariamente ruins em si mes-
mas. O trabalho, os relacionamentos, as responsabili-
dades diárias - todas essas coisas têm seu lugar legítimo
em nossas vidas. No entanto, quando nos tornamos es-
cravos delas, quando elas ocupam o lugar de Deus em
nossos corações e nos impedem de experimentar uma
conexão profunda com Ele, é quando precisamos rea-
valiar nossa perspectiva e redefinir nossas prioridades.
Uma abordagem prática para lidar com as distrações
e preocupações do mundo é buscar um equilíbrio sau-
dável entre nossas obrigações e nosso tempo dedicado à
comunhão com Deus. Isso envolve definir limites sau-
dáveis, aprender a dizer não ao que é desnecessário e
encontrar momentos de solitude e silêncio para estar-
mos na presença de Deus. É nessas pausas sagradas que
30
somos renovados, ouvimos Sua voz e nos reconectamos
com o propósito maior de nossas vidas.
Também é importante cultivar uma mente e um
coração intencionalmente voltados para o que é verda-
deiramente significativo. Isso envolve nutrir uma vida
espiritual consistente, buscando conhecimento e com-
preensão das Escrituras, orando regularmente e culti-
vando uma comunidade de fé que nos apoie e encoraje
em nossa jornada espiritual.
Ao aprender a discernir entre o que é temporário e
passageiro e o que é eterno e verdadeiro, somos capaci-
tados a enfrentar as distrações e preocupações do mun-
do de maneira equilibrada e perspicaz. Com o foco em
Deus e em Sua vontade, somos fortalecidos para lidar
com os desafios do dia a dia e viver de acordo com Seus
propósitos.
Portanto, que possamos seguir o exemplo de Jesus,
buscando uma vida de equilíbrio, sabedoria e intimida-
de com Deus. Que possamos ser conscientes das distra-
ções e preocupações que nos cercam e escolher dedicar
nosso tempo, energia e atenção ao que é eternamente
valioso. Ao fazer isso, encontraremos a paz, a alegria e
a plenitude que vêm de viver em comunhão constante
com nosso Criador.

31
32
cap 4
A P arábola do J oio e do
T rigo
Mateus 13:24-30 24 Propôs-lhes outra parábo-
la, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um
homem que semeou boa semente no seu campo; 25
mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo
dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se. 26
E, quando brotou a erva e deu fruto, apareceu tam-
bém o joio. 27 Chegando os servos do dono da casa,
disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no
teu campo? Donde, pois, vem o joio? 28 Ele, porém,
lhes respondeu: Um inimigo é quem fez isso. E os
servos lhe perguntaram: Queres que vamos e o ar-
33
ranquemos? 29 Ele, porém, disse: Não, para que, ao
colher o joio, não arranqueis com ele também o tri-
go. 30 Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por
ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro
o joio, e atai-o em feixes para ser queimado; mas o
trigo, recolhei-o no meu celeiro.
Mateus 36-43 36 Então, tendo Jesus despedido
as multidões, foi para casa; e os seus discípulos se
aproximaram dele, dizendo: Explica-nos a parábola
do joio do campo. 37 E ele, respondendo, disse: O
que semeia a boa semente é o Filho do homem; 38
o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do
Reino; o joio são os filhos do Maligno; 39 o inimigo
que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do
século; e os ceifeiros são os anjos. 40 Assim como o
joio é colhido e queimado no fogo, assim será na con-
sumação do século. 41 Mandará o Filho do homem
os seus anjos, e eles ajuntarão do seu Reino todos
os escândalos e os que praticam a iniqüidade; 42 e
lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e
ranger de dentes. 43 Então, os justos resplandecerão
como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos,
ouça.

34
A Parábola do Joio e do Trigo aparece no Evangelho
de Mateus e conta a história de um homem que
semeou trigo em seu campo, mas enquanto todos dor-
miam, seu inimigo semeou joio no meio do trigo.
Quando o trigo e o joio cresceram juntos, os traba-
lhadores queriam arrancar o joio, mas o dono do campo
disse para deixá-los crescerem juntos até a colheita.
A Parábola do Trigo e do Joio, compartilhada por
Jesus, traz uma mensagem profunda sobre a paciência
e a justiça de Deus em meio às complexidades da vida.
Nessa parábola, Jesus usa a imagem do trigo e do joio,
duas plantas que podem parecer semelhantes à primeira
vista, mas que possuem características distintas.
No campo descrito na parábola, o dono semeia o
trigo, representando aqueles que seguem a vontade de
Deus e buscam viver em retidão. No entanto, durante
a noite, enquanto todos estão dormindo, um inimigo
semeia o joio, simbolizando aqueles que seguem cami-
nhos contrários à vontade de Deus.
Quando os servos do dono percebem o joio crescen-
do junto ao trigo, eles perguntam se devem arrancá-lo
imediatamente. Mas o dono responde com sabedoria,
dizendo para deixarem o trigo e o joio crescerem juntos
até a colheita, para evitar a remoção prematura do trigo.

35
Essa parábola nos ensina a ter paciência e confiar na
justiça de Deus. Ela nos alerta para não julgarmos pre-
cipitadamente as pessoas ao nosso redor, pois nem tudo
é como parece. Às vezes, é difícil distinguir entre o bem
e o mal, entre aqueles que estão sinceramente buscando
a Deus e aqueles que estão desviados de Seus caminhos.
Essa parábola nos convida a refletir sobre nossa pró-
pria postura em relação aos outros. Muitas vezes, esta-
mos prontos para julgar e condenar aqueles que consi-
deramos “joio” sem dar a oportunidade para que possam
experimentar o arrependimento e a transformação. No
entanto, Jesus nos lembra que não é nosso papel realizar
esse julgamento final.
Deus, como o dono do campo, tem o conhecimento
e a sabedoria perfeita para fazer a separação adequada
entre o trigo e o joio. Ele conhece os corações e as inten-
ções de cada indivíduo, e é Ele quem realizará a justiça
no tempo certo. Nossa tarefa é confiar em Sua sabedoria
e deixar o julgamento final em Suas mãos.
Além disso, essa parábola nos desafia a focar em nos-
so próprio crescimento espiritual, em vez de gastar ener-
gia e tempo excessivos na busca de identificar o “joio”
nos outros. Devemos nos esforçar para sermos o trigo,
buscando viver em conformidade com os ensinamentos

36
de Jesus, cultivando o amor, a compaixão, a humildade
e a busca constante pela justiça.
Ao seguirmos o exemplo de Jesus e confiarmos na
justiça de Deus, seremos capazes de viver em paz e har-
monia com os outros, reconhecendo que cada um de
nós está em um processo de crescimento espiritual. Essa
parábola nos chama a amar e orar por aqueles que estão
desviados, desejando que eles possam encontrar o ca-
minho da verdade e experimentar a transformação em
Cristo.
Portanto, que possamos lembrar da lição da Parábola
do Trigo e do Joio em nossas interações diárias com os
outros. Que possamos ser pacientes, compassivos e dis-
postos a oferecer oportunidades de arrependimento e
mudança, confiando na justiça de Deus para fazer a se-
paração final entre o bem e o mal. E, acima de tudo,
que possamos viver em busca da retidão e do amor, re-
fletindo a luz de Cristo em um mundo que tanto pre-
cisa dela.
À medida que meditamos na Parábola do Trigo e do
Joio, podemos perceber que essa história também nos
desafia a examinar nossas próprias vidas e reconhecer
a presença do “joio” em nós mesmos. Assim como não
devemos julgar precipitadamente os outros, também
devemos ter humildade para reconhecer nossas próprias
37
fraquezas, erros e áreas em que precisamos de cresci-
mento espiritual.
Essa parábola nos lembra que todos nós somos seres
imperfeitos, sujeitos a tentações e propensos a cometer
erros. Não devemos nos considerar superiores aos ou-
tros, mas sim reconhecer que todos precisamos da graça
e do perdão de Deus. Ela nos convida a um autoexame
sincero e a buscar constantemente o arrependimento e
a transformação em nossas vidas.
Ao mesmo tempo, a parábola nos alerta sobre a in-
fluência do “joio” em nossas vidas. O “joio” pode re-
presentar tudo o que nos desvia dos caminhos de Deus
- pecados, maus hábitos, pensamentos negativos e atitu-
des prejudiciais. Essas influências podem sufocar nossa
fé, prejudicar nossos relacionamentos e nos distanciar
da presença de Deus.
Portanto, é importante que estejamos atentos e vi-
gilantes em relação às influências negativas em nossas
vidas. Devemos buscar a pureza e a retidão, cultivando
a consciência espiritual e buscando a renovação diária
em Deus. Isso implica em confessar nossos pecados,
arrepender-nos sinceramente e buscar a transformação
através do poder do Espírito Santo.
Além disso, a parábola nos encoraja a cultivar a
paciência e a confiança na justiça de Deus. Embora
38
possamos desejar uma separação imediata entre o trigo
e o joio, Deus opera de acordo com Seu próprio tempo
e propósito. Ele conhece cada coração e, no final, fará a
distinção perfeita entre o bem e o mal.
Enquanto aguardamos o cumprimento final da jus-
tiça divina, somos chamados a perseverar na fé, a viver
em retidão e a ser agentes de transformação em nosso
mundo. Devemos compartilhar o amor de Cristo, ofe-
recer graça e perdão aos outros e trabalhar para o estabe-
lecimento do Reino de Deus aqui na Terra.
Em última análise, a Parábola do Trigo e do Joio nos
ensina sobre a bondade e a paciência de Deus, Sua dis-
posição em nos conceder tempo para o arrependimento
e a oportunidade de crescer em Sua graça. Ela nos lem-
bra que não somos juízes, mas sim chamados a viver
com humildade, amor e confiança na justiça divina.
Que essa parábola inspire-nos a buscar constante-
mente a presença de Deus em nossas vidas, a reconhecer
nossas próprias fraquezas e a confiar em Sua sabedoria e
justiça. Que possamos ser semeadores de amor, compai-
xão e esperança, espalhando as sementes do Evangelho
em um mundo que tanto precisa da luz e do amor de
Cristo.

39
40
cap 5
A P arábola do F ariseu
e do P ublicano
Lucas 18:9-14 9 E propôs-lhes também esta
parábola sobre uns que confiavam em si mesmos,
crendo que eram justos, e desprezavam os outros: 10
Dois homens subiram ao templo com o propósito de
orar: um, fariseu, e o outro, publicano. 11 O fari-
seu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta
forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como
os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros,
nem ainda como este publicano; 12 jejuo duas vezes
na semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13
O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem
41
ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito,
dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! 14 Di-
go-vos que este desceu justificado para sua casa, e
não aquele; porque todo o que se exalta será humil-
hado; mas o que se humilha será exaltado.

A Parábola do Fariseu e do Publicano aparece no


Evangelho de Lucas e conta a história de dois
homens que foram ao templo para orar.
Na Parábola do Fariseu e do Publicano, Jesus nos
convida a refletir sobre a natureza da oração e a atitude
do coração diante de Deus. Ele apresenta dois persona-
gens contrastantes: um fariseu, que era conhecido por
sua rigorosa observância das leis religiosas, e um publi-
cano, um cobrador de impostos considerado pecador
aos olhos da sociedade.
O fariseu, ao orar, orgulhosamente destaca suas pró-
prias virtudes e olha com desprezo para o publicano,
agradecendo a Deus por não ser como ele, mencionan-
do suas práticas religiosas e sua suposta superioridade
moral.
Por outro lado, o publicano, em humildade e arre-
pendimento, não se atreve a levantar os olhos para o
céu, batendo no peito e pedindo a misericórdia de Deus.
42
Jesus nos revela que é o publicano, e não o fariseu,
quem sai justificado diante de Deus. Essa parábola nos
ensina sobre a importância da humildade e da sinceri-
dade em nossa relação com Deus. Não é a ostentação
de nossas realizações religiosas ou a superioridade moral
que nos coloca em uma posição de favor perante Deus,
mas sim um coração humilde que reconhece sua depen-
dência de Sua graça e misericórdia.
A oração do fariseu reflete uma atitude de autojus-
tificação e confiança em suas próprias obras. Ele cai na
armadilha da autossuficiência espiritual, esquecendo-se
de que é somente pela graça de Deus que somos salvos.
Por outro lado, o publicano reconhece sua necessida-
de e sua indignidade diante de Deus. Ele se aproxima de
Deus com um coração contrito e arrependido, buscan-
do a misericórdia divina.
Essa parábola nos desafia a examinar nossas próprias
atitudes em relação à oração e à nossa postura diante de
Deus.
Quantas vezes nos aproximamos de Deus com uma
atitude de orgulho, confiando em nossas próprias obras
e conquistas espirituais? Ou será que nos aproximamos
Dele com humildade, reconhecendo nossa necessidade
de Sua graça e misericórdia?

43
Jesus nos convida a orar com sinceridade e auten-
ticidade, a abrir nosso coração diante de Deus, reco-
nhecendo nossas fraquezas, pecados e necessidades. Ele
valoriza a humildade, a honestidade e a consciência
de nossa dependência Dele. É quando nos colocamos
diante Dele com humildade que encontramos Sua mi-
sericórdia e perdão.
Essa parábola também nos desafia a olhar para os
outros com compaixão e não com julgamento. Muitas
vezes, somos rápidos em julgar e desprezar aqueles que
consideramos menos virtuosos ou mais pecadores do
que nós.
No entanto, Jesus nos ensina que cada pessoa é ama-
da por Deus e tem a oportunidade de encontrar a salva-
ção e a transformação.
Que possamos aprender com essa parábola e nos
aproximarmos de Deus com humildade e sinceridade
em nossas orações. Que possamos reconhecer nossa ne-
cessidade de Sua misericórdia e graça, e também esten-
der essa mesma compaixão aos outros. Que nossas ora-
ções sejam verdadeiras expressões de amor, gratidão e
busca sincera de Deus, refletindo a humildade e a since-
ridade do publicano que foi justificado diante de Deus.
À medida que refletimos sobre a Parábola do Fariseu
e do Publicano, somos desafiados a examinar nossas
44
próprias motivações e atitudes não apenas em relação
à oração, mas também em relação aos outros. Jesus nos
mostra que a verdadeira oração não se trata de exibir
nossa justiça própria ou de comparar-nos com os ou-
tros, mas sim de reconhecer nossa necessidade de Deus
e de Sua misericórdia.
Essa parábola nos lembra que todos somos pecadores
e dependentes da graça de Deus. Nenhum de nós é dig-
no por nossos próprios méritos.
No entanto, muitas vezes caímos na armadilha da au-
tossuficiência espiritual, achando que somos superiores
ou mais justos do que os outros. Podemos ser tentados
a nos comparar com os outros, destacando nossas reali-
zações e virtudes religiosas, e nisso perdemos de vista a
verdadeira essência da oração.
A oração autêntica e sincera é aquela que flui de um
coração humilde e contrito. É uma expressão de total
dependência de Deus, reconhecendo nossa fragilidade e
nossa necessidade de Sua graça e perdão.
Quando nos aproximamos de Deus com humildade,
deixamos de lado o orgulho e a autossuficiência, abrin-
do espaço para a obra transformadora do Espírito Santo
em nossas vidas.

45
Além disso, essa parábola nos convida a refletir sobre
como tratamos os outros. O fariseu olhou com despre-
zo para o publicano, considerando-se superior e mais
justo. No entanto, Jesus nos ensina que não cabe a nós
julgar e condenar os outros.
Cada pessoa é um ser humano único, amado por
Deus, e tem suas próprias lutas e desafios. Não somos
chamados a nos colocar em um pedestal moral, mas a
estender a mão de compaixão, amor e misericórdia.
Essa parábola nos desafia a cultivar a empatia e a
compreensão em relação aos outros.
Devemos lembrar que todos estamos em um proces-
so de crescimento espiritual, e cada pessoa merece ser
tratada com dignidade e respeito. Em vez de julgar e
condenar, devemos oferecer compaixão, encorajamento
e apoio.
A Parábola do Fariseu e do Publicano nos ensina que
a oração verdadeira e a vida autêntica são fundamenta-
das na humildade, na sinceridade e no reconhecimento
de nossa necessidade de Deus.
Ela nos convida a abandonar a máscara da autossu-
ficiência e a nos aproximar de Deus com corações que-
brantados, buscando Sua misericórdia e graça.

46
Que possamos aprender essa importante lição e apli-
cá-la em nossas vidas diárias.
Que nossas orações sejam sinceras e humildes, bus-
cando a comunhão com Deus e a transformação inte-
rior. E que, ao interagir com os outros, possamos ser
portadores de amor, compreensão e misericórdia, imi-
tando o coração do próprio Deus.

47
48
C onclusão

À medida que exploramos as parábolas de Jesus,


percebemos que essas histórias são muito mais
do que simples contos. Elas são veículos poderosos de
ensinamento espiritual, transmitindo verdades profun-
das de uma maneira acessível e memorável. Cada pa-
rábola contém lições valiosas que podem transformar
nossa perspectiva, nosso relacionamento com Deus e
nossa interação com o mundo ao nosso redor.
Ao longo deste livro, mergulhamos em algumas
das parábolas mais conhecidas de Jesus e examinamos

49
as mensagens essenciais que elas nos transmitem.
Aprendemos sobre o amor ao próximo na Parábola do
Bom Samaritano, a misericórdia e o perdão na Parábola
do Filho Pródigo, a confiança na justiça divina na
Parábola do Trigo e do Joio, e a humildade e sinceridade
na Parábola do Fariseu e do Publicano.
Cada uma dessas parábolas tem o potencial de nos
transformar. Elas nos desafiam a deixar de lado o egoís-
mo e a indiferença, a buscar a reconciliação e o perdão,
a cultivar a paciência e a confiança, e a orar com sinceri-
dade e humildade. Essas lições têm o poder de impactar
profundamente nossas vidas e nos capacitar a viver de
acordo com os princípios do Reino de Deus.
Espero que este livro tenha sido um guia inspirador
para você, despertando um desejo maior de mergulhar
nas palavras de Jesus e descobrir as inúmeras outras pa-
rábolas e ensinamentos preciosos que Ele nos deixou.
Que você encontre sabedoria, orientação e encoraja-
mento em suas jornadas espirituais.
Lembre-se de que as parábolas não são apenas histó-
rias do passado, mas também têm relevância em nossa
vida diária. Elas nos convidam a refletir sobre nossas
próprias atitudes, ações e relacionamentos, buscan-
do sempre crescer em amor, compaixão, humildade e
sinceridade.
50
Que essas lições se tornem parte integrante de sua
jornada espiritual, influenciando todas as áreas de sua
vida. Que você se torne um agente de mudança e um
exemplo vivo das verdades que Jesus compartilhou em
suas parábolas. E que você experimente a plenitude da
vida abundante que Ele veio nos oferecer.
Que o amor, a graça e a sabedoria divina sejam der-
ramados sobre você enquanto continua a buscar e apro-
fundar sua compreensão das parábolas de Jesus e da
mensagem transformadora que elas trazem. Que você
seja inspirado a viver uma vida de fé autêntica, em bus-
ca de um relacionamento íntimo com Deus e da mani-
festação do Seu Reino aqui na Terra.
Que este livro seja apenas o começo de uma jorna-
da maravilhosa e contínua na descoberta das parábolas
e ensinamentos de Jesus. Que você possa sempre en-
contrar tesouros espirituais nas palavras simples, porém
profundas, do Mestre. Que sua vida seja enriquecida e
sua fé fortalecida através do poder transformador das
parábolas de Jesus.
Que você se torne não apenas um ouvinte das pala-
vras de Jesus, mas também um praticante delas, deixan-
do que elas moldem sua vida e o capacitem a viver uma
vida verdadeiramente significativa e cheia de propósito.

51
Que as parábolas de Jesus ecoem em seu coração,
orientando seus pensamentos, palavras e ações, e que
você seja um reflexo vivo do amor e da graça de Deus
no mundo.
Que este livro tenha sido uma fonte de inspiração
e iluminação em sua jornada espiritual. Que as lições
aprendidas a partir das parábolas de Jesus continuem a
moldar e transformar sua vida, levando-o a uma com-
preensão mais profunda do amor e da vontade de Deus.
Que você nunca cesse de explorar as riquezas espiri-
tuais contidas nas parábolas e nas palavras de Jesus. Que
você seja constantemente desafiado a crescer em sua fé,
a amar a Deus e ao próximo, e a viver uma vida que
reflita a verdade e a beleza do Evangelho.
Que a sabedoria, a graça e a verdade das parábolas
de Jesus permaneçam em seu coração, guiando-o em
todos os momentos e inspirando-o a ser uma luz para
o mundo.
Que você seja abençoado abundantemente em sua
jornada espiritual, encontrando alegria, paz e propósito
ao se aprofundar nas parábolas de Jesus e nas verdades
transformadoras que elas revelam.

52
Que você seja capacitado a viver uma vida plena e
significativa, refletindo o amor de Deus e sendo um ca-
nal de bênçãos para aqueles ao seu redor.
Que as parábolas de Jesus continuem a ressoar em
sua mente e em seu coração, despertando uma busca
constante pela verdade, pela justiça e pelo amor divino.
Que você se torne um discípulo fervoroso de Jesus,
vivendo em conformidade com as verdades reveladas
em suas parábolas e sendo um exemplo vivo do amor e
da graça de Deus.
Que este livro tenha sido uma bênção para você, ins-
pirando-o a mergulhar mais fundo no ensino de Jesus
e a viver uma vida que glorifique a Deus em todas as
áreas.
Que você seja fortalecido em sua fé, encorajado em
seu caminho espiritual e capacitado a viver de acordo
com as verdades eternas reveladas nas parábolas de Jesus.
Que você encontre sabedoria, conforto e orientação
em cada página deste livro e que as lições das parábolas
de Jesus sejam gravadas em seu coração, transformando
sua vida e sua relação com Deus.
Que você seja despertado para uma nova compre-
ensão e apreciação das parábolas de Jesus, encontrando
nelas uma fonte inesgotável de sabedoria e inspiração.
53
Que as parábolas de Jesus sejam uma luz em seu ca-
minho, uma fonte de esperança e direção em meio às
provações e desafios da vida.
Que você se torne um discípulo fiel de Jesus, aplican-
do as lições das parábolas em sua vida diária e vivendo
uma fé autêntica e transformadora.
Que este livro seja apenas o começo de uma jornada
mais profunda na compreensão das parábolas de Jesus,
levando-o a descobrir novas verdades e a experimentar
um relacionamento mais íntimo com o Mestre.
Que as parábolas de Jesus se tornem um tesouro pre-
cioso em sua vida espiritual, guiando-o em sua jornada
de fé e inspirando-o a viver de acordo com os valores do
Reino de Deus.
Que você seja abençoado e capacitado a viver uma
vida de significado, propósito e plenitude à medida que
se aprofunda nas lições das parábolas de Jesus.
Que as parábolas de Jesus se tornem uma fonte cons-
tante de inspiração, desafiando-o a crescer espiritual-
mente e a viver de acordo com os princípios do Reino
de Deus.
Que você se torne um mensageiro das verdades re-
veladas nas parábolas de Jesus, compartilhando-as com

54
aqueles ao seu redor e sendo um instrumento de trans-
formação em suas vidas.
Que as parábolas de Jesus encontrem ressonância em
seu coração e o levem a uma comunhão mais profunda
com Deus, à medida que você busca aplicar suas lições
em sua jornada espiritual.
Que as parábolas de Jesus se tornem uma fonte cons-
tante de encorajamento, desafiando-o a viver com pai-
xão e propósito à luz da verdade divina.
Que a sabedoria contida nas parábolas de Jesus seja
uma luz em seu caminho, guiando-o em cada decisão e
ação, e capacitando-o a viver de acordo com a vontade
de Deus.
Que as parábolas de Jesus sejam uma fonte de consolo
e fortaleza em tempos de dificuldade, lembrando-o do
amor e da fidelidade de Deus em todas as circunstâncias.
Que você seja capacitado a transmitir as lições das
parábolas de Jesus através de suas próprias palavras e
ações, sendo um instrumento de inspiração e edificação
para aqueles ao seu redor.
Que a compreensão e a aplicação das parábolas de
Jesus sejam uma fonte de transformação contínua em
sua vida, levando-o a uma maior semelhança com Cristo
e a uma vida plena no Espírito.
55
Que você seja nutrido e fortalecido pela sabedoria e
pelo poder das parábolas de Jesus, capacitando-o a viver
uma vida de significado, serviço e amor em nome de
Cristo.

Pr Rogério Cascão

56

Você também pode gostar