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02. No início do século passado, a sociedade brasileira esteve dominada por uma
economia agroexportadora, assentada na monocultura cafeeira. Essa monocultura
exigia do sistema de saúde, sobretudo, uma política de saneamento destinada aos
espaços de circulação das mercadorias exportáveis e à erradicação ou ao controle das
doenças que poderiam prejudicar a exportação. Esse modelo assistencial que orientou
as políticas de saúde na época ficou conhecido como
A) unicausalidade.
B) sanitarismo campanhista.
C) médico-assistencial privatista.
D) previdenciário.
03. As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são organizações poliárquicas de conjuntos de
serviço de saúde vinculados entre si por uma missão única por objetivos comuns e por
ação cooperativa e interdependente. Essas redes permitem ofertar atenção continua e
integral a determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde, prestada
no tempo certo, no lugar certo, por custo certo, com a qualidade certa e de forma
humanizada.
Os três elementos que constituem as Redes de Atenção à Saúde são:
A) profissionais de saúde, normativas e legislações nacionais.
B) regulação, autorização e acesso.
C) hierarquização, regionalização e participação popular.
D) população, estrutura operacional e modelo de atenção à saúde
4. A concepção de Educação Permanente em Saúde (EPS), a partir da década de 1980,
passou a ser vista como estratégica para a recomposição das práticas e das políticas de
formação, atenção e gestão em consonância com princípios do SUS. A referência
norteadora dessa estratégia foi denominada de “Quadrilátero da Educação
Permanente em Saúde", sendo composta por ensino, gestão, atenção e controle social.
O eixo estruturante da EPS é
A) a participação popular, movimento organizado capaz de ordenar e reorientar as
práticas e a formação em saúde.
B) o acesso aos serviços de saúde, como um dos componentes fundamentais do
princípio da universalidade do SUS.
C) a categoria trabalho, na qual estão previstas as práticas realizadas individual e
coletivamente, pressupondo a participação ativa dos trabalhadores em seu próprio
processo de aprendizagem.
D) a necessidade de saúde, que tem uma determinação social e histórica do modelo
médico-assistencial privatista, formando a base de constituição do SUS.
05. Em um município do interior do estado do Rio Grande do Norte, a equipe da
Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde sentiu a necessidade de
estruturar uma sala de situação epidemiológica para avaliar os impactos da pandemia
de COVID-19 no perfil epidemiológico da cidade. Identificaram a necessidade de
elaborar os coeficientes de morbidade, para realizar diagnóstico em saúde, e a
prevalência e a incidência das doenças para demonstrar o seu comportamento, ou seja,
se há aumento ou diminuição dos casos. No que diz respeito aos coeficientes de
morbidade,
A) a incidência permite a comparação, ao longo do tempo, de dados epidemiológicos de
uma mesma cidade ou de um mesmo país e, também, de diferentes espaços, ou seja,
diferentes cidades e países.
B) o coeficiente de prevalência resulta da divisão do número de casos novos de uma
doença em um intervalo de tempo, período e área determinada, pela população exposta
ao risco de adquiri-la, multiplicada por 100.000.
C) o coeficiente de prevalência corresponde à relação entre o número de casos novos e
o total da população exposta, o que permite realizar estudos comparativos de
diferentes épocas e de diferentes populações.
D) a incidência corresponde ao número de casos novos de determinado agravo ou
doença em uma população de indivíduos durante determinado período de tempo.
06. Um grupo de indivíduos selecionados para coleta de informação sobre a exposição
de interesse será acompanhado, ao longo do tempo, para identificar se seus
integrantes apresentam ou não determinada doença e se a exposição prévia guarda
relação com a ocorrência dessa doença. Esse desenho de estudo, que parte da causa
em busca dos efeitos, é conhecido como
A) grupo controle.
B) experimental.
C) coorte.
D) ensaio clínico randomizado.
07. O Ministério da Saúde publicou, em 2018, o livro intitulado: Saúde Brasil 2018 Uma
análise da situação de saúde e das doenças e agravos crônicos: desafios e perspectivas.
Segundo a publicação, quais foram as duas causas de morte mais frequentes no Brasil,
em 2016?
A) Doença Cardíaca Isquêmica (DCI), seguida pelo Acidente cérebro-vascular (ACV).
B) Diabetes mellitus e doença renal crônica.
C) Infecções respiratórias baixas e Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
D) Acidente cérebro vascular e câncer de traqueia, brônquio e pulmão.
E) Acidentes de transporte terrestre (ATT), seguidos pela doença cardíaca isquêmica.
08. São atributos da Rede de Atenção à Saúde todos os citados abaixo, EXCETO:
A) Prestação de serviços especializados em lugar adequado.
B) Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do cuidado e integração
assistencial por todo o contínuo da atenção.
C) Definição da oferta de serviços de saúde a partir da existência de profissionais
especialistas e capacidade instalada dos serviços privados.
D) Participação social ampla.
E) Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comunidade, considerando
as particularidades culturais, gênero, assim como a diversidade da população.
09. A epidemiologia dedica-se, no campo da saúde coletiva, a estudar e a fornecer
bases científicas para a produção de equidade em saúde e para a melhora da qualidade
de vida, além de identificar situações que tragam risco ou aumentem a vulnerabilidade
aos agravos à saúde. Não obstante, também avalia a efetividade de programas,
produtos e práticas para promoção, proteção e recuperação da saúde, apresentando
uma série de dimensões nas quais as questões éticas estão presentes. Na
epidemiologia,
A) as pesquisas estão mais sujeitas a situações nas quais o limite entre humano e
inumano possa ser ultrapassado.
B) as relações com a ética limitam se às considerações dos aspectos éticos relacionados
à prática de pesquisa em seres humanos.
C) os problemas relativos à ética nas pesquisas que envolvem seres humanos e o
significado social do risco e da vulnerabilidade são importantes na produção dos
conhecimentos epidemiológicos.
D) os interesses coletivos, por questões éticas, sempre se sobrepõem, e não se opõem,
aos interesses individuais no âmbito da vigilância epidemiológica, em qualquer das
esferas de atuação do sistema de saúde.
10. No Brasil, a vigilância dos vírus respiratórios de importância em saúde pública é
desenvolvida por meio de uma Rede de Vigilância Sentinela de Síndrome Gripal (SG) e
de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conjuntamente articulada com
Laboratórios de Saúde Pública. São objetivos da vigilância epidemiológica no
enfrentamento à Covid-19 todos os citados abaixo, EXCETO:
A) Identificar precocemente a ocorrência de casos da COVID-19.
B) Estabelecer os procedimentos para investigação laboratorial.
C) Notificar serviços de alimentação que não estavam adequados aos protocolos
sanitários.
D) Monitorar e descrever o padrão de morbidade e mortalidade por COVID-19.
E) Estabelecer as medidas de prevenção e controle.
11. De acordo com o National Cholesterol Education Program, citado nas Diretrizes da
Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020), são critérios para diagnóstico de
síndrome metabólica em mulheres valores de HDL – colesterol (mg/dL) e
circunferência abdominal (cm), respectivamente:
A) <50 e = 88.
B) <60 e = 88.
C) <60 e = 80.
D) <50 e = 80.
E) <40 e = 80.
12. De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020), é
considerado um objetivo glicêmico, para adolescentes com diabetes mellitus tipo 1,
valores de glicemia (mg/dL) pós-prandial de
A) 70 a 110.
B) 70 a 145.
C) 80 a 110.
D) 90 a 180.
E) 110 a 200.
13. Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020), é
recomendada, para indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, a seguinte quantidade
diária de fibra alimentar a cada 1 000 kcal ingeridas:
A) 20 g.
B) 25 g.
C) 30 g.
D) 35 g.
E) 40 g.
14. O conceito de obesidade central é importante à medida que tal parâmetro está
fortemente associado à ocorrência de doenças cardiovasculares. É um indicador
utilizado na determinação de obesidade central:
A) compleição física.
B) índice de massa corporal.
C) circunferência da panturrilha.
D) densidade corporal.
E) índice de conicidade.
16. D. G. C., 78 anos, sexo masculino diagnosticado com insuficiência cardíaca (IC) após
infarto 1º do miocárdio está no dia de internação hospitalar para realizar um
procedimento de revascularização. Sabe-se que a IC é uma síndrome clínica complexa
em que o coração tem um comprometimento funcional ou estrutural no enchimento
ventricular ou ejeção do sangue, resultando em um bombeamento sanguíneo
insuficiente para a demanda metabólica dos tecidos. A IC geralmente caminha para
quadros variáveis de desnutrição, que podem ocorrer devido à ingestão inadequada,
ao metabolismo alterado, ao estado pró-inflamatório, ao aumento do estresse oxidativo
e à maior perda de nutrientes, ou até mesmo pelas interações medicamentosas. O
nutricionista da equipe multidisciplinar do hospital realizou a triagem e a avaliação
nutricional do paciente. Nesse caso, a terapia nutricional que será implementada para
D. G. C. deve
A) aumentar a densidade calórica das preparações, fornecendo maior quantidade de
energia em menor volume de alimentos, para atingir a recomendação de energia.
B) instituir a nutrição parenteral, o mais precocemente, mesmo com a ingestão via oral
suficiente, a fim de evitar perda de peso e de nutrientes.
C) ofertar lipídios na dieta, devendo-se priorizar, na medida do possível, maior consumo
de ácidos graxos saturados e redução do consumo de ácidos graxos monoinsaturados
e trans.
D) instituir uma dieta hipo a normoproteica, evitando dessa forma, o catabolismo
proteico e a perda de massa gorda.
17. O nutricionista da Unidade Básica de Saúde consultou J. F., 38 anos, sexo
masculino. De acordo com a avaliação antropométrica, o Índice de Massa Corporal
(IMC) foi 32,0 kg/m2 e a circunferência abdominal (CA) foi igual a 110 cm. Quando
questionado sobre a prática de atividade física, ele disse que, no momento, não realiza
nenhum exercício devido à incompatibilidade com o seu emprego, como motorista de
uma empresa de entregas de produtos hortifruti, mas planeja começar a caminhar na
praça próximo à sua casa. Disse ainda que gostaria de ter um planejamento alimentar
associado ao exercício com o objetivo de perder peso e melhorar a sua saúde e
disposição. Na determinação da conduta nutricional, de acordo com as Diretrizes
Brasileiras de Obesidade (ABESO-2016), o nutricionista deve
A) propor uma dieta normocalórica, normoproteica, hipoglicídica, e hipolipídica, visando
a redução de peso sustentável de 30% a 35% do peso corporal inicial.
B) propor uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500kcal a
1000kcal, objetivando uma diminuição de 0,5 kg a 1,0 kg/semana.
C) implementar dietas de muito baixa calorias (DMBC), visando a redução do IMC e CA
podendo ser aplicada por um período de até 6 meses.
D) indicar o uso de suplementos com compostos bioativos, para o controle de
alterações no metabolismo, devido ao seu baixo custo e fácil acesso ao paciente em
questão.
25. A RDC no 45, de 19 de setembro de 2011, dispõe sobre o regulamento técnico para
fórmulas infantis para lactentes destinadas a necessidades dietoterápicas específicas
e fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância
destinadas a necessidades dietoterápicas específicas. Essa RDC afirma corretamente
que
A) o percentual de valor diário (%VD) deve ser declarado na informação nutricional para
calorias e nutrientes de declaração obrigatória das fórmulas infantis.
B) todos os ingredientes e aditivos alimentares utilizados nas fórmulas infantis devem
ser livres de glúten e lactose, com o objetivo de garantir utilização por crianças
intolerantes ao glúten e à lactose.
C) as fórmulas infantis de seguimento para crianças de primeira infância destinadas a
necessidades dietoterápicas específicas adicionadas de mel devem informar no rótulo
que o produto não deve ser consumido por lactentes até dois anos de idade.
D) o rótulo das fórmulas infantis destinadas a necessidades dietoterápicas específicas
deve informar que, quando necessário o preparo com antecedência do produto, a
fórmula reconstituída deve ser refrigerada à temperatura <5 ºC, por no máximo 24
horas.
E) é permitido o uso de informação nutricional complementar e de alegações de
propriedades funcionais e/ou de saúde nos rótulos e material publicitário veiculado
por meio de fórmulas infantis.
26. Em relação ao uso de dietas imunomoduladoras em pacientes oncológicos, de
acordo com o Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (Ministério da Saúde/INCA,
2016), é correto afirmar que
A) não há benefícios no uso de dietas imunomoduladoras enriquecidas com arginina
em pacientes oncológicos a serem submetidos a cirurgia de grande porte do trato
digestório.
B) para pacientes críticos com sepse, não são indicadas dietas imunomoduladoras
enriquecidas com arginina, nucleotídeos e ômega-3.
C) não há benefícios no uso de dietas imunomoduladoras enriquecidas com arginina,
nucleotídeos e ômega-3 em pacientes oncológicos a serem submetidos a cirurgia de
cabeça e pescoço.
D) dietas imunomoduladoras devem ser iniciadas 15 a 20 dias antes de cirurgias de
grande porte do trato digestório e de cabeça e pescoço.
E) dietas imunomoduladoras enriquecidas com arginina, nucleotídeos e ômega-3 em
pacientes oncológicos não promovem redução nas complicações perioperatórias e no
tempo de hospitalização.
28. Em relação à terapia nutricional recomendada aos pacientes com câncer, a Diretriz
BRASPEN de Terapia Nutricional no Paciente com Câncer (2019) afirma corretamente
que
A) os tumores de cabeça e pescoço não comprometem o transporte de alimentos no
trato gastrointestinal superior, e o estado nutricional poderá ser mantido por nutrição
oral.
B) a radioterapia é o tratamento que melhor preserva o estado nutricional, pois,
diferentemente da quimioterapia, não tem como efeitos colaterais mucosite ou
diminuição da ingestão alimentar, não sendo necessária a nutrição enteral.
C) a terapia nutricional é indicada se os pacientes com câncer não puderem ingerir
adequadamente nenhum alimento por mais de duas semanas, ou menos de 80% da
necessidade por mais de 2 semanas.
D) pacientes com câncer que tiverem ingestão oral ou tolerância da nutrição enteral em
quantidades inferiores a 80% de suas metas por mais de uma semana apresentam
indicação de nutrição parenteral suplementar.
E) a terapia nutricional para pacientes com câncer de cabeça e pescoço deve ser iniciada
precocemente, e, se a ingestão de energia for inadequada, recomenda-se o uso de
suplementos orais ou a alimentação por sonda enteral.
29. O método BLW - Baby-led Weaning (Desmame Guiado pelo Bebê) é uma prática,
que tem adeptos na alimentação infantil, e, embora a expressão em inglês pareça
complicada, essa prática está baseada na seguinte premissa:
A) Oferecer refeições próprias para o bebê a partir dos seis meses de idade.
B) Amassar legumes e verduras para adequar a consistência à fase da vida da criança.
C) Oferecer produtos isentos de glúten e lactose ao bebê.
D) Oferecer os alimentos cortados ao alcance das crianças, para que eles escolham
quando e como levar os pedaços à boca.
E) Manter 4 mamadas ao dia, aos seis meses de idade, para guiar o desmame de forma
saudável.