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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

PAULA LUANA MONTENEGRO DO PATROCINIO BARRA

ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS EGRESSOS DO CURSO DE


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN

MOSSORÓ/ RN
2016
PAULA LUANA MONTENEGRO DO PATROCINIO BARRA

ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS EGRESSOS DO CURSO DE


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em Ciência
e Tecnologia.

Orientadora: Profa. Dra. Agostinha Mafalda


Barra de Oliveira

MOSSORÓ/ RN
2016
©Todos os direitos estão reservados à Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O
conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de
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Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei nº 9.279/1996, e Direitos Autorais: Lei
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homologação da sua respectiva ata, exceto as pesquisas que estejam vinculas ao processo de
patenteamento. Esta investigação será base literária para novas pesquisas, desde que a obra e
seu (a) respectivo (a) autor (a) seja devidamente citado e mencionado os seus créditos
bibliográficos.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)
Setor de Informação e Referência (SIR)

Setor de Informação e Referência


Dedico este trabalho aos meus pais, Firmo
e Helly, que sempre me fizeram acreditar
nos meus sonhos e trabalharam muito para
que eu pudesse realiza-los.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço à Deus, por estar comigo em todos os momentos e por
todas as oportunidades que me proporcionou.
Agradeço também à minha família, em especial aos meus pais, que sempre acreditaram
em mim, me incentivaram e me apoiaram em tudo. Dedico, não só este trabalho, como também
tudo o que conquistei até aqui, à eles.
À minha irmã, Bárbara, que me acompanhou de perto, me ajudou e me incentivou.
Muito obrigada, sis!
À Pedro, por toda ajuda, compreensão e por estar comigo em todos os momentos.
Agradeço àquela que me conduziu com paciência e dedicação: minha tia e orientadora
Agostinha. Muito obrigada por ter confiado em mim. Seus conhecimentos e suas exigências
que me motivaram a dar o melhor de mim.
Aos meus amigos, sejam os do tempo da escola ou da faculdade, meu sincero
agradecimento, por todas as vezes que me escutaram, me motivaram e me deram força quando
eu precisei.
“Todos os seus sonhos estão a um passo da sua
zona de conforto. ”
(Coisas boas acontecem)
RESUMO

O perfil empreendedor é um fator considerável no sucesso profissional dos egressos do curso


de engenharia de produção, e inúmeras variáveis influenciam na formação e desenvolvimento
deste perfil. O presente estudo tem por objetivo analisar o perfil empreendedor dos egressos do
curso de engenharia de produção oriundos da cidade de Mossoró – RN, comparando este perfil
com as variáveis IES, gênero, faixa etária, ano de conclusão, ocupação atual e ramo de atuação.
Para a coleta de dados utilizou-se dois questionários, sendo o primeiro elaborado por Santos
(2008) que serviu para medir o perfil empreendedor, e o segundo elaborado pela autora para
coletar as características demográficas dos egressos. A amostra do presente estudo foi
constituída de 48 egressos das duas IES, Ufersa e UnP. Por meio da estatística descritiva,
ANOVA e comparativo de médias, foi possível descrever a amostra, medir o perfil
empreendedor dos egressos, e identificar as variáveis que influenciam no perfil empreendedor
dos mesmos. Sendo possível constatar que este perfil pode ser influenciado pela IES, gênero e
faixa etária.

Palavras-chave: Egressos. Perfil empreendedor. Engenharia de produção. UnP. Ufersa.


ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Principais características empreendedoras ............................................................ 23


Quadro 2 – Competências e habilidades requeridas para o engenheiro de produção............... 27
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição dos egressos em relação à IES de formação ....................................... 36


Tabela 2 - Distribuição dos egressos em relação ao gênero ..................................................... 36
Tabela 3 - Distribuição dos egressos em relação à faixa etária ................................................ 36
Tabela 4 - Distribuição dos egressos em relação ao ano de conclusão .................................... 37
Tabela 5 - Distribuição dos egressos em relação à ocupação atual .......................................... 37
Tabela 6 - Distribuição dos egressos em relação ao ramo de atuação...................................... 38
Tabela 7 - Comparativo de médias das dimensões/constructos entre os egressos e
empreendedores de sucesso ...................................................................................................... 38
Tabela 8 - Estatística de confiabilidade das dimensões e constructos ...................................... 39
Tabela 9 - ANOVA da IES de formação .................................................................................. 40
Tabela 10 - Comparativo de médias por IES de formação ....................................................... 41
Tabela 11 - ANOVA do gênero................................................................................................ 41
Tabela 12 - Comparativo de médias por gênero ....................................................................... 42
Tabela 13 - ANOVA da faixa etária ......................................................................................... 43
Tabela 14 - Comparativo de médias por faixa etária ................................................................ 44
Tabela 15 - ANOVA do tempo de formado ............................................................................. 44
Tabela 16 - ANOVA da ocupação atual ................................................................................... 45
Tabela 17 - ANOVA do ramo de atuação ................................................................................ 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANOVA Análise de variância


Abepro Associação Brasileira de Engenharia de Produção
CES Câmara de Educação Superior
CNE Conselho Nacional de Educação
Genesis Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços
GEM Global Entrepreneurship Monitor
IES Instituições de Ensino Superior
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MEI Microempreendedor Individual
Proger Programa de Geração de Emprego e Renda
RN Rio Grande do Norte
Sebrae Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Softex Sociedade Brasileira para Exportação de Software
SPSS Statistical Package for Social Science for Windows
Ufersa Universidade Federal Rural do Semi-Árido
UnP Universidade Potiguar
ÍNDICE DE CONTEÚDO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................. 13
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 14
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 14
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 15
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 17
2.1 EMPREENDEDORISMO.................................................................................................. 17
2.1.1 Análise histórica do empreendedorismo ..................................................................... 17
2.1.1.1 Economistas .................................................................................................................. 18
2.1.1.2 Comportamentalistas .................................................................................................... 19
2.1.2 O empreendedorismo no Brasil .................................................................................... 20
2.2 O PERFIL EMPREENDEDOR ......................................................................................... 22
2.3 O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO ................................................................................. 24
2.4 O EMPREENDEDORISMO NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO .............................. 27
2.5 O ENSINO DO EMPREENDEDORISMO ....................................................................... 29
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 31
3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 31
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 31
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................................................... 32
3.4 ESTRATÉGIA DE COLETA ............................................................................................ 33
3.5 ESTRATÉGIA DE ANÁLISE ........................................................................................... 34
4 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................................ 36
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................................ 36
4.2 ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS EGRESSOS ...................................... 38
4.3 CONFIABILIDADE DO INSTRUMENTO ...................................................................... 39
4.4 ANÁLISE DE MÉDIAS .................................................................................................... 40
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 47
5.1 PRINCIPAIS RESULTADOS ........................................................................................... 47
5.2 CONTRIBUIÇÕES ............................................................................................................ 48
5.3 LIMITAÇÕES .................................................................................................................... 48
5.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 49
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE SANTOS APLICADO AOS EGRESSOS DO
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE
MOSSORÓ – RN .................................................................................................................... 53
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ELABORADO PELA AUTORA PARA COLETAR
AS CARACTERISTICAS DEMOGRAFICAS DOS EGRESSOS DO CURSO DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN .... 61
APÊNDICE B – PRIMEIRA CARTA ENVIADA AOS EGRESSOS DO CURSO DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN
ESTIMULANDO O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO ................................... 63
APÊNDICE C – SEGUNDA CARTA ENVIADA AOS EGRESSOS DO CURSO DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN
REFORÇANDO O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO..................................... 64
13

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, procura-se contextualizar o assunto do presente trabalho e apresentar os


objetivos, geral e específicos. Em seguida, apresentar as justificativas da realização do trabalho.
Por fim, abordar os aspectos gerais da elaboração do trabalho, a fim de proporcionar uma
melhor visualização acerca do tema.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Diante do mercado competitivo, as empresas vêm necessitando de engenheiros cada vez


mais capacitados e visionários. De acordo com Tessecino, Simon e Santos (2014), as
organizações para se manterem competitivas, precisam de engenheiros de produção dotados de
raciocínio sistêmico, que enxerguem oportunidades de melhoria e apliquem soluções concretas.
Além, de desenvolver características e habilidades para trabalhar em grupo, liderar pessoas,
trabalhar com diversos tipos de conflitos e pressões, para que assim, possam se adaptar ao
cenário atual das empresas.
É possível observar que dentre as exigências quanto ao perfil do engenheiro de produção
no mercado de trabalho, está a capacidade empreendedora. Já que boa parte das características
exigidas para estes profissionais, também são consideradas características empreendedoras.
Pois, para ser eficaz, o mesmo necessita criar algo novo de valor, desenvolvendo novos
produtos, novos métodos de produção ou novos métodos de distribuição. Sendo assim, o perfil
empreendedor, é um fator considerável no sucesso profissional dos egressos do curso de
engenharia de produção.
Com vista a atender as exigências atuais do mercado de trabalho o Conselho Nacional
de Educação (CNE) e a Câmara de Educação Superior (CES), inseriram o empreendedorismo
nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em engenharia, em 2002
(BRASIL, 2002). Embora inicialmente acreditavam-se que os empreendedores eram natos, ou
seja, já nasciam com as características necessárias para empreender, hoje esta visão sobre o
empreendedorismo é diferente, como cita Dolabela (1999, p. 70) “As características
empreendedoras podem ser adquiridas e desenvolvidas”. Ou seja, estimular alguém para
adquirir as características de um empreendedor é importante e possível.
Neste contexto, é de suma importância as Instituições de Ensino Superior (IES)
avaliarem se estão formando engenheiros com o perfil determinado nessas diretrizes e que
atendam as exigências do mercado de trabalho. Uma das formas de avaliar esse cumprimento,
14

é através do monitoramento dos egressos. Ou seja, a partir da pesquisa e estudo do perfil


empreendedor dos mesmos.
A cidade de Mossoró, localizada no estado do Rio Grande do Norte (RN), de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2013) conta com 6.257 empresas
atuantes e possui duas instituições de ensino que ofertam o curso de Engenharia de Produção:
a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), e a Universidade Potiguar (UnP). A
Ufersa oferece o curso de engenharia de produção desde o segundo semestre de 2006 e já conta
com 126 egressos. Já a UnP oferta o curso desde o primeiro semestre de 2010 e já conta com
52 egressos. Diante deste número de egressos, e considerando a importância do perfil
empreendedor aos profissionais da Engenharia de Produção, surge a questão: Qual o perfil
empreendedor dos egressos do curso de engenharia de produção oriundos da cidade de
Mossoró – RN?

1.2 OBJETIVOS

Nesta etapa serão apresentados o objetivo geral e os específicos do estudo a ser


realizado.

1.2.1 Objetivo Geral

 Analisar o perfil empreendedor dos egressos do curso de engenharia de produção


oriundos da cidade de Mossoró – RN.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Avaliar o perfil do egresso do curso de engenharia de produção na Ufersa;


 Avaliar o perfil do egresso do curso de engenharia de produção na UnP;
 Confrontar o perfil dos egressos das duas IES;
 Comparar o perfil dos egressos em relação ao ano de conclusão do curso;
 Comparar o perfil dos egressos em relação ao seu sexo, idade, ocupação atual e
ramo de atuação do mesmo.
15

1.3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho justifica-se pelo interesse da pesquisadora em avaliar o perfil


empreendedor dos engenheiros de produção. Tendo em vista a importância do
empreendedorismo na engenharia de produção e a necessidade de estimula-la e desenvolvê-la
nos estudantes de graduação.
A análise do perfil do egresso é importante para as IES, seus respectivos coordenadores,
professores e discentes dos cursos de engenharia de produção. Para que assim, as IES tenham
um retrato do seu egresso no que diz respeito ao cumprimento do que está determinado nas
diretrizes e exigências do mercado de trabalho. Para que os coordenadores possam avaliar a
eficácia dos métodos utilizados e conteúdos abordados no curso, e desta forma, melhorar os
seus projetos político-pedagógicos. Para que os professores possam avaliar seus métodos e
estratégias de ensino. E para os discentes que possam através do estudo, analisar e comparar
seus aprendizados.
Desta forma, esta pesquisa busca através da avaliação do perfil empreendedor dos
egressos, contribuir com a instituição, coordenadores do curso, professores e discentes.
Verificando se o perfil dos egressos do curso de engenharia de produção, estão atendendo de
fato, ao que o mercado e diretrizes almejam.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo trata da


introdução do trabalho, apresentando a contextualização do tema, os objetivos geral e
específicos e a justificativa da pesquisa.
O segundo capítulo é formado pelo referencial teórico, abordando os seguintes temas: o
empreendedorismo, o perfil empreendedor, o engenheiro de produção, o empreendedorismo na
engenharia de produção e o ensino do empreendedorismo.
O terceiro capítulo apresenta os materiais e métodos utilizados para a coleta e análise
dos dados da pesquisa. Abordando os seguintes aspectos: tipo de pesquisa, população e amostra,
instrumento de coleta de dados, estratégia de coleta e a estratégia de análise.
O quarto capítulo refere-se à análise dos dados, apresentando a caracterização da
amostra, a análise do perfil empreendedor dos egressos, a confiabilidade do instrumento e a
análise de médias.
16

O quinto e último capítulo, apresenta as considerações finais acerca do trabalho, o qual


aponta os principais resultados, contribuições da pesquisa, limitações e sugestões de trabalhos
futuros.
17

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste segundo capítulo será apresentado o embasamento teórico para possibilitar o


desenvolvimento do estudo. Nele será abordado o empreendedorismo; o perfil empreendedor;
o engenheiro de produção; o empreendedorismo na engenharia de produção; e o ensino do
empreendedorismo.

2.1 EMPREENDEDORISMO

O termo empreendedorismo é muito utilizado hoje em dia, porém poucos sabem o seu
real significado. Para um melhor entendimento, é necessária uma análise histórica desde o
surgimento deste conceito até os dias atuais.

2.1.1 Análise histórica do empreendedorismo

O termo empreendedor tem origem da palavra francesa entrepreneur, que surgiu no


século XVII, literalmente traduzida, significa “aquele que está entre” ou “intermediário”
(HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009).
O empreendedorismo teve seu primeiro exemplo de definição como intermediário com
Marco Polo, ao estabelecer uma rota comercial entre a Europa e o Oriente. O mesmo se
comprometeu com um homem que possuía dinheiro (conhecido hoje como capitalista) para
vender suas mercadorias. Marco Polo teve uma atitude empreendedora, pois enquanto o
capitalista assumia apenas o risco financeiro, ele assumia todos os riscos comerciais e pessoais,
além de aproveitar a oportunidade e tentar algo novo (DEGEN, 2009).
Dornelas (2001) explica que na Idade Média, o termo empreendedor era utilizado para
definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção, utilizando os recursos disponíveis,
geralmente provenientes do governo do país, o qual este indivíduo ainda não assumia grandes
riscos.
Ainda de acordo com Dornelas (2001), a partir do século XVII, o empreendedorismo
começa a ganhar um significado mais concreto, pois os primeiros indícios de relação entre
assumir riscos e o empreendedorismo ocorreram nessa época.
A partir do momento em que se tenta definir um termo, começa também as contradições,
pois cada pesquisador tende a seguir o raciocínio da sua área, formando assim duas vertentes
de pensamento: os economistas e os comportamentalistas.
18

2.1.1.1 Economistas

No século XVII, a partir da concretização do termo empreendedorismo como campo de


estudo, os economistas sendo os primeiros a perceber a importância do empreendedorismo,
estavam primordialmente interessados em compreender o papel do empreendedor e o impacto
da sua atuação na economia. Três nomes destacam-se nessa teoria: Richard Cantillon, Jean
Baptiste Say e Joseph Schumpeter (BAGGIO, A.; BAGGIO, D., 2014).
Neste período, importante escritor e economista, Richard Cantillon, foi o pioneiro a
apresentar uma clara concepção da função empreendedora como um todo e diferenciar o
empreendedor (aquele que assumia riscos) do capitalista (aquele que fornecia o capital).
Cantillon, associava empreendedores a pessoas que corriam risco, pois compravam a matéria
prima por um determinado valor, com o objetivo de transformar em um produto final e revende-
lo. Os empresários eram, portanto, pessoas que aproveitavam as oportunidades com a
perspectiva de obter lucros, assumindo riscos (FILION, 1999).
Por volta do século XVIII, Jean Baptiste Say, foi o segundo autor a demonstrar interesse
pelos empreendedores, ele analisava empreendedores e capitalistas e seus respectivos lucros,
sendo o primeiro a fazer uma distinção clara entre os mesmos. Considerava o desenvolvimento
econômico como resultado da criação de novos empreendimentos. Sendo o primeiro a definir
um empreendedor na concepção moderna do termo, desta forma, podendo ser considerado
como o pai do empreendedorismo (FILION, 1999).
Apesar da grande relevância desses dois autores, foi Joseph Schumpeter um dos mais
importantes economistas da época. O qual propaga a ideia de que o empreendedor é aquela
pessoa que inova e não corre riscos; para ele quem corre riscos é a pessoa que financia o
empresário, ou seja, o capitalista (SCHUMPETER, 1982, apud STETTINER, 2013). O mesmo
ainda amplia o conceito afirmando que o empreendedor destrói a ordem econômica através da
introdução de novos produtos e serviços, a partir da criação de novas formas de organização ou
exploração de novos recursos e materiais. De acordo com Schumpeter, o empreendedor é
conhecido como aquele que cria novos negócios, porém, também pode ser considerado
empreendedor aquele que inova dentro de negócios já existentes. Sendo assim, empreendedor
é aquele que detecta uma oportunidade e cria algo novo (DORNELAS, 2001).
Depois de Schumpeter muitos outros economistas e pesquisadores também abordaram
o empreendedorismo, reforçando e desenvolvendo suas ideias. Porém, é difícil introduzir
elementos de racionalidade dentro do complexo comportamento dos empreendedores,
19

limitando assim, o seu estudo. O que acabou levando os pesquisadores do empreendedorismo


a voltar-se para o pensamento comportamentalista, em busca de um conhecimento mais
aprofundado do empreendedor (FILION, 1999).

2.1.1.2 Comportamentalistas

O outro grupo de estudiosos, os comportamentalistas, o qual se refere aos psicólogos,


sociólogos e outros especialistas do comportamento humano. Este grupo estudava o agente do
empreendedorismo, o empreendedor e suas características pessoais. Eles realizavam pesquisas
e estudos através de métodos experimentais com base no comportamento humano e teorias
psicológicas (FATTURI, 2013).
Um dos primeiros autores deste grupo a demonstrar interesse pelo empreendedorismo
foi Max Weber. Ele via os empreendedores como inovadores, independentes e cujo papel de
liderança nos negócios causava uma autoridade formal (FILION, 1999).
Apesar das colaborações de Weber, o autor que realmente deu início à contribuição das
ciências do comportamento foi David C. McClelland. Ele definia os empreendedores de uma
forma diferente da encontrada na literatura sobre o assunto, considerava um empreendedor não
somente aquele que comandava seu próprio negócio, mas também um gerente ou executivo de
uma organização, expandindo muito mais o conceito (FILION, 1999). Para ele “um
empreendedor é alguém que exerce controle sobre uma produção que não seja só para seu
consumo pessoal” (MCCLELLAND, 1971, apud FILION, 1999, p. 8).
McClelland pesquisava as características do sujeito empreendedor sob o aspecto
psicológico, visando o entendimento e compreensão da personalidade do mesmo, pois ele
acreditava que os empreendedores possuem características próprias e individuais. Em sua obra
“O poder” (1997), ao procurar motivos do por que algumas pessoas alcançam o sucesso e outras
não, conclui que a motivação é a chave do sucesso, que pode ser resultante de três necessidades
predominantes: necessidade de realização, necessidade de poder e necessidade de afiliação
(STETTINER, 2013).
A necessidade de realização está relacionada a realização de ações da melhor maneira
possível, fazendo com que desenvolva um desejo de solucionar problemas, são pessoas que
precisam se sentir protagonistas do seu sucesso ou fracasso e diante desta razão escolhem
desafios. Já a necessidade de poder está associada à aspiração de ser forte, influenciar e exercer
comando sobre as pessoas e grupos, fazendo com que o desejo do prestígio seja maior do que
o desejo do bom desempenho. A necessidade de afiliação está relacionada aos sentimentos, à
20

afeição, é o desejo de desenvolver excelentes relacionamentos interpessoais, valorizando a


cooperação e o bom relacionamento (STETTINER, 2013).
Através dos seus estudos, McClelland considerou a necessidade de realização como a
mais marcante no empreendedor, ao perceber a existência de inúmeros heróis na literatura, esses
tinham a necessidade de fazer sempre o melhor e deixar seu legado. Ele acreditava que esses
heróis serviam como modelo para as gerações seguintes, o que desenvolvia uma necessidade
de realização, fazendo assim, surgir empreendedores. Porém, esta ideia foi criticada por muitos
estudiosos, por não acharem a necessidade de realização uma característica suficiente para o
sucesso do empreendedor. Apesar de todas as críticas e divergências, o seu trabalho foi
fundamental e de grande contribuição para o estudo do empreendedorismo (FILION, 1999).
Depois de McClelland, os comportamentalistas ainda dominaram o empreendedorismo
por 20 anos, até a década de 1980. Eles tinham como objetivo traçar o perfil do empreendedor,
porém não foi possível estabelecer um perfil absolutamente científico do empreendedor, pois,
embora utilizadas metodologias impecáveis, os resultados eram contraditórios. Além de que,
cada pesquisador possui sua própria definição do empreendedorismo. A partir dos anos 1980,
o campo do empreendedorismo se expandiu por quase todas as ciências humanas e gerenciais,
deixando de ser restrito somente aos comportamentalistas. Deslocando a pesquisa para outras
esferas, como as habilidades e comportamentos do bom empreendedor. Essa mudança de
cenário foi caracterizada por dois grandes eventos: a publicação da primeira Enciclopédia que
continha o melhor e mais moderno sobre o estudo do empreendedorismo, e a primeira
Conferência de Babson, em 1981, que era dedicada à pesquisa desse novo campo. A conferência
continuou acontecendo anualmente até a última realizada em 1988 no Canadá (FILION, 1999).

2.1.2 O empreendedorismo no Brasil

Segundo Dornelas (2001) o empreendedorismo no Brasil só começou a se destacar na


década de 1990, a partir da criação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae) e da Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). Antes disto,
as informações eram escassas e praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação
de pequenas empresas. Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo o país, junto
a incubadoras de empresas e universidades/cursos de ciência da computação/informática, que
o tema empreendedorismo começou a despertar atenção na sociedade brasileira.
Dornelas (2001) cita ainda essas e outras ações que incentivaram o empreendedorismo
no país na época. Quais sejam: Os programas Softex e Geração de Novas Empresas de
21

Software, Informação e Serviços (Genesis); as ações voltadas à capacitação do empreendedor,


como os programas Empretec, Jovem Empreendedor do Sebrae e o programa Brasil
Empreendedor, do Governo Federal; os diversos cursos e programas nas universidades para o
ensino do empreendedorismo; a explosão do movimento de criação de empresas de internet no
país, onde motivou a criação de entidades de apoio aos empreendedores das ponto.com; e, o
enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil.
Após 10 anos, de acordo com os dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM)
(2000), o Brasil já ocupava o primeiro lugar dentre os países pesquisados (12,3%) em relação
aos índices de empresas nascentes, ficando os Estados Unidos da América com a 2ª maior taxa
e a Austrália com a 3ª. Em outros termos, isso significa que um em cada oito brasileiros estavam
empreendendo. Esta taxa expressa o esforço empreendedor da população, ou seja, a proporção
de pessoas que estavam envolvidas na criação de algum negócio.
Depois de 25 anos da consolidação do empreendedorismo no Brasil, o GEM (2015)
mostra que em geral, os brasileiros ainda são favoráveis a atividade empreendedora, tendo em
vista que entre 70% e 80% dos brasileiros concordam que abrir um negócio próprio é uma opção
desejável de carreira. Sendo um dos principais sonhos do brasileiro ter seu próprio negócio. Em
2015, a taxa total de empreendedorismo no Brasil foi de 39,3%, seguindo uma trajetória
crescente desde 2011 (26,9%).
De acordo com os especialistas, as condições que favorecem a atividade empreendedora
no Brasil são:

A criatividade e a resiliência são citadas como características dos brasileiros que


favorecem o empreendedorismo, mesmo em uma conjuntura marcada pela incerteza.
Na opinião dos especialistas, há no Brasil amplo acesso a informação sobre negócios
e empreendedorismo. Há conteúdo de qualidade gratuito disponível na internet, além
de variados eventos e organizações de fomento e apoio ao empreendedorismo, o que
tem contribuído para a disseminação do conhecimento, favorecendo a minimização
de riscos do negócio. Os especialistas também citam como condição favorável para
empreender as políticas governamentais implementadas na última década, que
compreendem a instituição do SIMPLES, do MEI e mais recentemente do Programa
Bem Mais Simples. O objetivo principal desses programas é reduzir a burocracia,
principalmente para abertura e fechamento de empresas, e simplificar o sistema de
arrecadação de tributos. Os especialistas convidados também citam o aumento
significativo de iniciativas relacionadas ao empreendedorismo e o surgimento de
incubadoras, aceleradoras, organizações não governamentais e outras organizações
que fortalecem o ecossistema empreendedor (GEM, 2015, p. 18).

É possível observar que com o passar dos anos, o empreendedorismo vem ganhando
cada vez mais força e atenção no Brasil, sendo visto hoje como um importante fator para o
desenvolvimento da economia e crescimento do país. Algumas leis foram criadas para ajudar
22

nesse processo, sendo elas a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e a Lei do
Microempreendedor Individual, que entraram em vigor em 2006 e 2008 respectivamente
(FATTURI, 2013).
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, institui o Estatuto Nacional
da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; alterando dispositivos das Leis nº 8.212 e
8.213, de 1991. E passa a tratar de forma diferenciada à apuração e recolhimento dos impostos
e contribuições, cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, acesso a crédito e
ao mercado e ao cadastro nacional único (BRASIL, 2006). Esta lei tem como objetivo principal
estimular o desenvolvimento dos pequenos negócios.
Enquanto que a Lei do Microempreendedor Individual, também conhecida como Lei
Complementar n° 128, de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008), proporciona aos pequenos
empreendedores a formalização de maneira simplificada, com baixos custos e direitos
previdenciários, acesso ao crédito, aposentadoria, entre outros benefícios. Fazendo com que
diversos empreendedores passem a aderir à formalidade e estimule a abertura de novas
empresas (BORGES, G.; BORGES L., 2014).

2.2 O PERFIL EMPREENDEDOR

Desde que se começou a falar sobre o empreendedorismo tenta-se traçar um perfil para
o empreendedor de sucesso. Porém, de acordo com Filion (1999), esse perfil é algo que pode
ser facilmente influenciado de acordo com os treinamentos, trabalhos, culturas, religião,
educação etc. Portanto, ainda não se pode avaliar uma pessoa e afirmar, com certeza, se ela será
bem sucedida ou não como empreendedora. Entretanto, pode-se avaliar se ela tem as
características e aptidões mais comumente encontradas nos empreendedores.
Para Dornelas (2001), os empreendedores de sucesso apresentam um conjunto de
características, tais como: são visionários, sabem tomar decisões, são indivíduos que fazem a
diferença, sabem explorar o máximo de oportunidades, são determinados e dinâmicos,
dedicados, otimistas, apaixonados pelo que fazem, independentes, lideres, formadores de
equipes, organizados, planejam, assumem riscos calculados, entre outros.
Segundo Dolabela (2006), quando alguém fala sobre as características do empreendedor
de sucesso parece quase impossível que alguém possa ter todas essas qualidades. No entanto, o
autor defende que geralmente o empreendedor tem uma pessoa que o influencia a seguir esse
caminho. Além disso, o empreendedor tem iniciativa, autonomia, otimismo diante dos
obstáculos, necessidade de realização, tem perseverança e tenacidade, é capaz de aprender com
23

seus erros, procura ser diferente, sabe liderar, proativo, sabe analisar o ambiente em que vive e
aproveitar as oportunidades.
De acordo com Chiavenato (2007), definir as características de um empreendedor trata-
se de um tema complexo, mas ele identifica três características básicas do empreendedor. A
primeira trata-se da necessidade de realização, pois o impulso para a realização reflete nas
pessoas ambiciosas que iniciam novas empresas e orientam o seu crescimento. A segunda é a
disposição para assumir riscos, já que o empreendedor assume variados riscos ao iniciar seu
próprio negócio, como os financeiros, familiares e psicológicos. A terceira é a autoconfiança,
pois quem possui autoconfiança sente que pode enfrentar os desafios que existem ao seu redor
e tem domínio sobre os problemas que enfrenta.
Já Degen (2009) afirma que o perfil do empreendedor bem sucedido é quase uma
caricatura. Porém, ele destaca algumas características necessárias ao empreendedor: não se
conformar com o mundo e tentar adaptar o mundo a si, ter grande necessidade de realização,
disposição de assumir os riscos e fazer sacrifícios pessoais necessários para ter sucesso.
A partir disto, é possível observar a variedade de características atribuídas pelos autores
aos empreendedores. Porém, de uma maneira geral, grande parte dos autores definem as
características do empreendedor de forma similar. O Quadro 1 apresenta uma síntese das
características atribuídas aos empreendedores pelos autores citados neste tópico.

Quadro 1 – Principais características empreendedoras


Ano Autor Principais características empreendedoras encontradas
Visionários, sabem tomar decisões, indivíduos que fazem a diferença,
sabem explorar o máximo de oportunidades, determinados, dinâmicos,
2001 Dornelas dedicados, otimistas, apaixonados pelo que fazem, independentes,
lideres, formadores de equipes, organizados, planejam, assumem riscos
calculados.
Iniciativa, autonomia, otimismo diante dos obstáculos, necessidade de
realização, perseverança, tenacidade, é capaz de aprender com seus
2006 Dolabela
erros, procura ser diferente, sabe liderar, proativo, sabe analisar o
ambiente em que vive e aproveitar as oportunidades.
2007 Chiavenato Necessidade de realização, assumir riscos, autoconfiança.
Não se conforma com o mundo e tenta adaptar o mundo a si, grande
2009 Degen necessidade de realização, disposição de assumir os riscos e fazer
sacrifícios pessoais necessários para ter sucesso.
Fonte: Elaboração própria (2016).

Santos (2008), diante da falta de um instrumento de identificação do potencial


empreendedor adequado ao contexto brasileiro, construiu uma escala para identificar
características, ou traços da personalidade empreendedora através de um questionário. A escala
em questão é formada por duas dimensões: intenção de empreender e potencial empreendedor.
24

A primeira parte mede a intenção de, em algum momento, iniciar ou adquirir um negócio. Já a
segunda parte mede as características empreendedoras, sendo desmembrada em 9 construtos.
Essa escala, desenvolvida com a utilização de técnicas psicométricas, possibilitou a sua
aplicação nas mais variadas situações para identificar o potencial empreendedor.
Dessa forma, com o intuito de definir parâmetros para elaborar uma escala para medir
o nível de empreendedorismo e o potencial para empreender, Santos (2008) fez um
levantamento bibliográfico sobre o empreendedorismo, e elaborou construtos inspirados nos
propostos por McClelland. Sendo eles: oportunidade, persistência, eficiência, informações
planejamento, metas, controle, persuasão e rede de relações.
O construto oportunidade trata da capacidade de identificar as necessidades das pessoas
e partir disso se aproveitar das situações para iniciar novas atividades ou negócios. Já a
persistência trata da capacidade de manter-se firme na busca pelo sucesso, superando os
obstáculos encontrados no caminho. A eficiência trata da capacidade de encontrar um jeito de
fazer as coisas de forma melhor, mais rápida e mais barata, ou seja, a capacidade de ser proativo.
A informação trata da busca para obter informações e conhecimento tanto internos quanto
externos da organização. O planejamento trata da capacidade de planejar detalhando tarefas e
definindo objetivos. As metas tratam da capacidade de definir rumos e objetivos de forma clara
e objetiva. O controle trata da capacidade de acompanhar a execução dos planos elaborados,
checar os resultados, manter registros e utiliza-los nos processos decisórios. A persuasão trata
da capacidade de convencer, motivar, liderar e estimular as pessoas. A rede de relações trata da
capacidade de criar rede de contatos com pessoas chaves que possam auxiliar no alcance de
seus objetivos (SANTOS, 2008).
Santos (2008) criou parâmetros para uma escala comparativa para validar uma escala
com estes construtos. Para tanto, replicou a escala quatro vezes: a primeira aplicação foi com
664 estudantes em quatro estados da federação, a segunda à 5 professores de
empreendedorismo, a terceira aplicação foi com 100 empresários, a quarta e última aplicação
foi com 455 estudantes da Universidade Federal de Alagoas.
2.3 O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO

A engenharia de produção desenvolveu-se, ao longo do século XX, em meio da


evolução tecnológica e mercadológica, onde houve a necessidade do desenvolvimento de
métodos e técnicas de gestão dos meios produtivos que permitissem otimizar a utilização de
todos os recursos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
[ABEPRO], 2002).
25

De acordo com a definição da American Industrial Engineering Association, Batalha


(2008, p. 1 e 2) define:

A engenharia de produção trata do projeto, aperfeiçoamento e implantação de


sistemas integrados de pessoas, materiais, informações, equipamentos e energia, para
a produção de bens e serviços, de maneira econômica respeitando os preceitos éticos
e culturais. Tem como base os conhecimentos específicos e as habilidades associadas
as ciências físicas, matemáticas e sociais, assim como aos princípios e métodos de
analisa da engenharia de projeto para especificar, predizer e avaliar os resultados
obtidos por tais sistemas.

Para Bazzo e Pereira (2008), o engenheiro de produção é capaz de desenvolver a


capacidade de identificação e resolução de problemas, tendo uma visão analítica e sistêmica; e
de garantir que se alcance uma produção otimizada e racionalizada, dentro dos parâmetros de
qualidade exigidos, do tempo planejado, com a flexibilidade exigida e regulando a
produtividade no andamento da linha de produção (que envolve métodos de montagem,
alocação de pessoal, ferramentas, velocidades de trabalho etc.). Este é responsável não só pelo
planejamento, execução e controle da produção, mas também pelo projeto do produto, pelo
estabelecimento da escala de produção e pela definição de programas de trabalho e prazos. Faz
parte do seu conjunto de atribuições: gerenciar recursos humanos, financeiros e materiais para
elevar a produtividade de uma empresa, aperfeiçoando o relacionamento entre homem e
máquina. De modo geral, um engenheiro de produção se dedica ao projeto e gerência de
processamentos e de tudo que o cerca como: materiais, pessoas, equipamentos e ambiente
(BAZZO; PEREIRA, 2008).
Desta forma, para o engenheiro de produção, o custo é uma variável que depende de
produzir com o mínimo de desperdício, o mínimo de retrabalho, os menos impactos ambientais
e sem que haja consequências adversas para a saúde dos trabalhadores. Para alcançar tais
objetivos, saber lidar com as pessoas é fundamental. Não se trata apenas de criar um clima
positivo e estabelecer boas relações interpessoais. É preciso saber organizar as pessoas para que
elas contribuam para o alcance dos objetivos econômicos da organização, ao mesmo tempo em
que se desenvolvem enquanto pessoas, cidadãos (BATALHA, 2008).
Para exercer a profissão, o engenheiro precisa desenvolver certas habilidades e
competências. O conceito de competência está associado à forma eficaz de enfrentar situações
análogas, de modo a articular a consciência e recursos cognitivos com saberes, capacidades,
atitudes, informações e valores, tudo isso de maneira rápida, criativa e conexa. O conceito de
habilidade trata de uma sequência de modos operatórios, de induções e deduções, onde são
utilizados esquemas de alto nível. Ou seja, habilidade é uma série de procedimentos mentais
26

que o indivíduo aciona para resolver uma situação real (PERRENOUD, 1999, apud SILVA;
FELICETTI, 2014).
As habilidades e competências requeridas ao engenheiro de produção, são apresentadas
no Quadro 2. As mesmas foram dispostas no documento Engenharia de Produção: Grande Área
e Diretrizes Curriculares elaborado pela Abepro (2008).
Com essas habilidades e competências, espera-se que o engenheiro de produção esteja
habilitado a identificar, formular e solucionar problemas ligados às atividades de projeto,
operação e gerenciamento do trabalho e sistemas de produção de bens e/ou serviços,
considerando seus aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais, com visão ética e
humanística, atendendo as necessidades da sociedade (ABEPRO, 2001).
27

Quadro 2 – Competências e habilidades requeridas para o engenheiro de produção


Competências Habilidades
 Dimensionar e integrar recursos físicos, humanos  Iniciativa empreendedora;
e financeiros a fim de produzir, com eficiência e  Iniciativa para autoaprendizado e educação
ao menor custo, considerando a possibilidade de continuada;
melhorias contínuas;  Comunicação oral e escrita;
 Utilizar ferramental matemático e estatístico para  Leitura, interpretação e expressão por meios
modelar sistemas de produção e auxiliar na gráficos;
tomada de decisões;  Visão crítica de ordens de grandeza;
 Projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas,  Domínio de técnicas computacionais;
produtos e processos, levando em consideração os  Conhecimento, em nível técnico, de língua
limites e as características das comunidades estrangeira;
envolvidas;  Conhecimento da legislação pertinente;
 Prever e analisar demandas, selecionar  Capacidade de trabalhar em equipes
conhecimento científico e tecnológico, multidisciplinares;
projetando produtos ou melhorando suas  Capacidade de identificar, modelar e resolver
características e funcionalidade; problemas.
 Incorporar conceitos e técnicas da qualidade em  Compreensão dos problemas administrativos,
todo o sistema produtivo, tanto nos seus aspectos socioeconômicos e do meio ambiente;
tecnológicos quanto organizacionais,
 “Pensar globalmente, agir localmente”.
aprimorando produtos e processos, e produzindo
normas e procedimentos de controle e auditoria;
 Prever a evolução dos cenários produtivos,
percebendo a interação entre as organizações e os
seus impactos sobre a competitividade;
 Acompanhar os avanços tecnológicos,
organizando-os e colocando-os a serviço da
demanda das empresas e da sociedade;
 Compreender a interrelação dos sistemas de
produção com o meio ambiente, tanto no que se
refere a utilização de recursos escassos quanto à
disposição final de resíduos e rejeitos, atentando
para a exigência de sustentabilidade;
 Utilizar indicadores de desempenho, sistemas de
custeio, bem como avaliar a viabilidade
econômica e financeira de projetos;
 Gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas
empresas utilizando tecnologias adequadas.
Fonte: Abepro (2001).

2.4 O EMPREENDEDORISMO NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Atualmente no Brasil, diante da delicada situação atual da economia brasileira, e


consequentemente a escassez de emprego a educação empreendedora surge como solução
inovadora, com potencial inimaginável para a criação de emprego e renda. Desta forma, no
ensino superior, o tema empreendedorismo tem se destacado e permanecido em evidência na
última década, pois possibilita ao discente crescer socialmente e superar as crises de emprego
(STETTINER, 2013).
Este momento exige um profissional generalista, polivalente, que saiba trabalhar em
equipe, que perceba os desafios e seja capaz de responder satisfatoriamente aos anseios das
28

organizações em geral de forma eficiente e rápida, empreendendo novas oportunidades, bem


como tendo iniciativa e conhecimento para empreender em seu próprio negócio, ou na
organização em que trabalha. Porém, para que isso aconteça, é necessário que esse profissional
desenvolva um perfil empreendedor e criativo a fim de atuar como o novo profissional que o
setor produtivo requer.
Tendo em vista esta necessidade, a Abepro (2001) reconhece que uma das habilidades
que o profissional da engenharia de produção deve ter é a iniciativa empreendedora. Por isso,
dentre os conteúdos relacionados com a engenharia de produção, está o empreendedorismo.
A iniciativa empreendedora como habilidade de um engenheiro de produção vem de
forma a sintetizar habilidades e qualidades do espírito empreendedor que esse profissional pode
aperfeiçoar ao longo de suas atividades. O engenheiro de produção deve desenvolver
sensibilidade de captar oportunidades, discernimento financeiro e até mesmo, gerar novos
negócios. Ele deve usar da sua criatividade, imaginação e perseverança para transformar ideias
simples em propostas que tragam maior conforto e facilidade para ele próprio e para aqueles
que o cerca, seja para a empresa ou para a sociedade como um todo. O indivíduo que visa o
empreendedorismo não deve temer o novo, desafios e ter medo de enfrentar dificuldades. Deve
ter a capacidade de identificar, modelar e resolver problemas (ALVARENGA; AGUIAR,
2015).
Desta forma, o curso de engenharia de produção é visto como a graduação que mais
capacita estudantes a empreender, visto que para ser um bom empreendedor não basta apenas
ter boas ideias, adquirir conhecimentos que permitam administrar seu próprio negócio é
fundamental. Por este motivo, o engenheiro de produção tem grande vantagem para a iniciativa
empreendedora, uma vez que adquire conhecimentos voltados ao gerenciamento de um novo
empreendimento, permitindo-o o aprendizado do gerenciamento de conflitos, gerenciamento
de pessoas, bem como o gerenciamento de novos produtos (ALVES et al., 2015).
Esta capacitação pode ser notada, pois o número de formandos em engenharia de
produção que abrem seu próprio negócio é cada vez mais elevado. De acordo com as estatísticas
do Banco do Brasil e do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger), o engenheiro de
produção é o que apresenta melhores índices de sucesso após um ano de abertura de empresas.
Normalmente, 80% das empresas fecham após seu primeiro ano, porém no caso de empresas
formadas por engenheiros de produção este índice é de menos de 50%. Sendo este sucesso
atribuído à formação gerencial, a sólida base matemática e a formação multidisciplinar do
mesmo (ABEPRO, 2000).
29

2.5 O ENSINO DO EMPREENDEDORISMO

Até alguns anos atrás, acreditava-se que o empreendedorismo era inato, que o
empreendedor nascia com um diferencial e era predestinado ao sucesso nos negócios. Pessoas
sem essas características eram desencorajadas a empreender. Porém, hoje em dia esse discurso
mudou, e cada vez mais se acredita que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido
por qualquer pessoa. Ademais, o sucesso do seu negócio é decorrente de uma gana de fatores
internos e externos ao negócio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as
adversidades que encontra no dia-a-dia de seu empreendimento (DORNELAS, 2001).
A formação do empreendedor visa, modificar as atitudes e o perfil dos indivíduos,
estimulando-os, fomentando-os para que desenvolvam suas características empreendedoras,
tornando-os mais capazes de empreender, pois todos possuem pelo menos uma capacidade
empreendedora (LIMA, 2001). O que pode ser comprovado com pesquisas, que afirmam que
“os indivíduos que estudam o empreendedorismo têm de 3 a 4 vezes mais chances de iniciar
seu próprio negócio e ganharão de 20 a 30% mais do que os estudantes de outras áreas”
(HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009, p. 27).
Segundo Dolabela (2006), não é possível ensinar empreendedorismo como são
ensinadas outras disciplinas. No ensino do empreendedorismo, é necessário focar na prática e
troca de experiências, e não apenas na teoria. É importante também, que o indivíduo conviva
com o estudo do empreendedorismo desde cedo, para que haja um melhor aproveitamento.
De acordo com Dornelas (2001), o ensino do empreendedorismo deve focar na
identificação e no entendimento das habilidades do empreendedor; em como ocorre a inovação
e o processo empreendedor; na importância do empreendedorismo para o desenvolvimento
econômico; na elaboração de um plano de negócios; na identificação de fontes e obtenção de
financiamento para o novo negócio; e no gerenciamento do seu negócio.
Sabendo disto, o ambiente da universidade pode influenciar no perfil empreendedor em
fatores psicossociais, ambientais e econômicos. Os fatores psicossociais podem influenciar a
capacidade do aluno em ter iniciativa, independência, criatividade, persistência, autoconfiança,
comprometimento, coletividade, etc. Enquanto que os fatores ambientais e econômicos
incentivam a capacidade de trabalhar em grupo, de superar obstáculos, de trabalhar com a
escassez financeira, etc. Assim, cabe ao ensino superior trabalhar no desenvolvimento de
competências empreendedoras e disseminação da cultura de empreendedorismo. Traços de
comportamento empreendedor podem ser adquiridos pela prática e experiências vividas e
também pelo próprio meio ambiente frequentado (OGAWA, 2014).
30

As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas:


técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas envolvem saber escrever,
saber ouvir as pessoas e captar informações, ter boa oratória, ser organizado, saber liderar e
trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área de atuação. As habilidades
gerenciais referem-se ao conhecimento e experiências em áreas envolvidas na criação,
desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças,
operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações da empresa e a habilidade de
negociação. As características pessoais incluem: ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador,
ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário. Portanto, essas habilidades
e características, em conjunto, devem ser desenvolvidas e estimuladas no ensino do
empreendedorismo (DORNELAS, 2001).
31

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo é apresentado o tipo de pesquisa que foi utilizada para a realização deste
trabalho, como também a população, amostra, instrumento e as estratégias utilizadas para a
coleta e análise dos dados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

De acordo com Gil (2010), a pesquisa é um processo racional e sistemático que tem
como objetivo encontrar respostas aos problemas que são propostos.
O presente estudo consiste em uma pesquisa de caráter descritivo com abordagem
quantitativa. A pesquisa descritiva tem como objetivo descrever as características de uma
determinada população. Sendo também utilizada com a finalidade de identificar possíveis
relações entre as variáveis. Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação de
relações entre variáveis, e pretendem determinar a natureza dessas relações (GIL, 2010). Porém,
no presente trabalho foi utilizada apenas a descrição das características da população e a
identificação das relações entre as variáveis.
A abordagem quantitativa leva em consideração o que pode ser quantificável,
traduzindo em números opiniões e informações para que possam ser classificadas e analisadas,
a qual requer o uso de recursos e técnicas estatísticas tais como percentagem, média, moda,
mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação e análise de regressão. Desta forma, a
pesquisa quantitativa lida com fatos, ou seja, tudo aquilo que possa se tornar objetivo através
da observação sistemática. É necessário que seja um evento bem especificado, delimitado e
mensurável (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população abrange todos os indivíduos do campo de interesse da pesquisa, é sobre ela


que se pretende tirar as conclusões da pesquisa. Já a amostra é a parte da população que é
tomada como objeto de investigação da pesquisa, ou seja, é o subconjunto da população
(KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010).
A população da pesquisa foi composta pelos egressos do curso de engenharia de
produção oriundos da cidade de Mossoró – RN. Os critérios de inclusão foram: ser graduado
em Engenharia de Produção, com formação na Ufersa ou UnP, ambos campus Mossoró e
32

responder o questionário. Critérios de exclusão: não ser graduado em engenharia de produção


ou graduado em outra instituição e não responder o questionário.
A população totalizava 178 egressos oriundos de duas IES: Ufersa e UnP. A Ufersa
conta com 10 turmas formadas: 2011.1 com 9 egressos, 2011.2 com 7 egressos, 2012.1 com 5
egressos, 2012.2 com 12 egressos, 2013.1 com 14 egressos, 2013.2 com 11 egressos, 2014.1
com 17 egressos, 2014.2 com 12 egressos, 2015.1 com 17 egressos e 2015.2 22 com egressos.
Já a UnP conta com duas turmas formadas: 2014.2 com 19 egressos e 2015.2 com 33 egressos.
A amostra do presente trabalho foi constituída por todos aqueles se enquadraram nos
critérios de inclusão que responderam devidamente o questionário, totalizando 48 egressos.

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário elaborado por


Santos (2008), o qual foi validado em sua tese de doutorado.
De acordo com Gerhardt e Silveira (2009, p. 69), o questionário pode ser definido como:

[...] um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de


perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante, sem a presença do
pesquisador. Objetiva levantar opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas. A linguagem utilizada no questionário deve ser
simples e direta, para que quem vá responder compreenda com clareza o que está
sendo perguntado.

Santos (2008) desenvolveu um instrumento validado, utilizando vinhetas como


instrumento, de forma que se crie uma situação em que o pesquisado é indagado de forma
indireta para facilitar a compreensão das questões do questionário. Vinhetas são pequenas
histórias ou cenários, que visam criar condições para a melhor compreensão de uma
determinada situação. As características ligadas ao empreendedorismo são vistas como
construtos no questionário, e como o construto é uma abstração, normalmente não é observada
de forma direta, o que obriga a medi-los de forma indireta. Dito isto, o questionário está dividido
em duas dimensões: intenção de empreender e potencial empreendedor, sendo este último
dividido em nove construtos: oportunidade, persistência, eficiência, informações,
planejamento, metas, controle, persuasão e rede de relações.
Assim, o questionário de Santos (2008) contém 49 afirmações sobre características
empreendedoras, sendo as quatro primeiras afirmações destinadas a medir a intenção de
empreender e as outras 45 afirmações restantes destinadas a medir o potencial empreendedor.
As afirmações destinadas ao potencial empreendedor são subdivididas de acordo com a
33

característica a ser medida, sendo elas: 5 afirmações para oportunidade; 6 afirmações para
persistência; 3 afirmações para eficiência; 5 afirmações para informações; 4 afirmações para
planejamento; 7 afirmações para metas; 5 afirmações para controle; 6 afirmações para
persuasão; e, 4 afirmações para rede de relações. Para cada afirmação, o respondente deveria
conceitua-la em uma escala de 0 a 10, de acordo com o seu grau de afinidade com a situação.
Para identificar características dos egressos do curso de engenharia de produção da
Ufersa e UnP, ambos campus Mossoró – RN, adicionou-se ao questionário de Santos (2008),
um pequeno questionário elaborado pela autora. Tais características consistiram em: ano de
conclusão, IES, sexo, idade, ocupação atual e ramo de atuação. Os questionários encontram-se
respectivamente nos Anexos A e Apêndice A deste trabalho.

3.4 ESTRATÉGIA DE COLETA

A coleta de dados foi realizada entre agosto e setembro de 2016, sendo iniciada após a
disponibilização das listas dos egressos de engenharia de produção pelos coordenadores de
curso de cada IES. Por meio de um questionário, elaborado no Google Docs.
A lista de egressos disponibilizada pela coordenadora de curso da Ufersa veio
acompanhada dos respectivos e-mails para contato. Dessa forma, o questionário elaborado foi
compartilhado com os 126 egressos da Ufersa via e-mail, no entanto, 3 e-mails retornaram,
devido a inativação da conta. Os nomes que não possuíam mais o e-mail ativo, foram
pesquisados um a um através da rede social facebook em busca de um novo contato.
Já a lista disponibilizada pelo coordenador de curso da UnP continha apenas os nomes
dos egressos. O contato com estes graduados foi estabelecido através da rede social Facebook,
onde os nomes dos 52 egressos foram pesquisados um a um.
O questionário de Santos (2008) foi enviado juntamente com uma carta explicando o
motivo da pesquisa e estimulando seu preenchimento através do Google Docs. O questionário
e a carta estão respectivamente nos Anexos A e Apêndice B deste trabalho.
Após uma semana, devido ao baixo número de respostas, o questionário foi enviado
mais uma vez, acompanhado de outra carta. Que também se encontra no Apêndice C do
presente trabalho. Ainda assim, poucas respostas foram obtidas.
Buscou-se então, ajuda de pessoas que tinham contato com os egressos, entre eles,
discentes e docentes do curso de engenharia de produção das duas IES, solicitando a
participação dos egressos nesta pesquisa. Também foi publicado o questionário nos grupos de
engenharia de produção da UnP e Ufersa do Facebook.
34

Ao final do período de coleta, dos 178 egressos, 48 responderam ao questionário. Desta


forma, em relação à população, o índice de respostas foi de 26,97%.

3.5 ESTRATÉGIA DE ANÁLISE

A escala utilizada para medir a intenção de empreender e o potencial empreendedor é


do tipo somada. Para a escala do potencial empreendedor, os pontos das afirmações dos nove
construtos foram somados, primeiro separadamente e depois em conjunto, para obter o total da
categoria. O que resultou a pontuação de cada fator separado e, no caso do potencial
empreender, em conjunto. Assim, concluída a coleta de dados, todos os dados foram
transferidos para uma planilha no Excel, onde foram somadas as afirmações referentes às
dimensões (intenção de empreender e potencial empreendedor) e as afirmações referentes aos
nove construtos (oportunidade, persistência eficiência, informações, planejamento, metas,
controle, persuasão e rede de relações).
Depois de obtido os valores referentes às dimensões e construtos de cada egresso,
algumas variáveis das características dos mesmos foram agrupadas e receberam uma
codificação numérica. Os itens para a variável tempo de formado foram agrupados por ano de
formação, considerando que a Ufersa não está com os períodos regulares devido às greves,
ficando assim: 1- formados no ano de 2016; 2- 2015; 3- 2014; 4- 2013; 5- 2012; 6- 2011. Para
a IES, ficaram os grupos: 1- Ufersa; e 2- UnP. Na sequência, para a variável sexo, os grupos:
1- masculino; e 2- feminino. Já para a faixa etária, os itens foram agrupados em dois, sendo: 1-
até 29 anos; 2- 30 ou mais. Para a variável ocupação atual, após o termino da coleta foi
adicionado um novo grupo (estudante) por obter um número considerável de pessoas que na
opção “outros” adicionaram este grupo, ficando assim: 1-servidor público; 2- empresário; 3-
empregado, 4- autônomo; 5- desempregado; 6- estudante; 7- outros. E por fim, a variável ramo
de atuação ficou agrupada em: 1- comercio; 2- indústria; 3- serviço; 4- misto.
Depois que os dados foram todos devidamente agrupados e codificados foram
transferidos para o Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS), versão 22, para
efetuar as análises. Primeiramente, foi feita uma estatística descritiva dos itens referentes ao
tempo de formado, IES, sexo, faixa etária, ramo de atuação e ocupação atual, e assim, foi
caracterizada a amostra.
Após a caracterização da amostra, foram feitas as médias de cada dimensão e de cada
construto, e assim, foi analisado o perfil empreendedor dos egressos do curso de engenharia de
produção.
35

Na sequência, foi verificada a confiabilidade do instrumento, tomando por base o alfa


de Cronbach. O qual serve para avaliar se os itens da pesquisa medem a mesma construção, ou
seja, mede a consistência interna do instrumento. Quanto mais alto os valores do alfa de
Cronbach, maior a consistência interna, consequentemente, maior a confiabilidade dos itens da
pesquisa (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2011). O qual pode ser classificado de acordo
com os limites sugeridos por Malhotra (2008): α < 0,30 (muito baixa); 0,30 ≤ α < 0,60 (baixa);
0,60 ≤ α < 0,75 (moderada); 0,75 ≤ α < 0,90 (alta); 0,90 ≤ α (muito alta).
Já para a comparação das médias das dimensões e dos construtos com as características
dos egressos, foi realizada a análise de variância (ANOVA), que serve para testar se todos os
tratamentos produzem, em média, o mesmo efeito. Neste caso, a análise de variância verificou
se as características dos egressos influenciam no perfil empreendedor das mesmas.
Considerando um nível de 95% de confiança. Quando a análise rejeitou a hipótese de igualdade
das médias, foi utilizado um comparativo de médias para identificar qual ou quais grupos são
responsáveis pela diferença (FERREIRA, 1999).
36

4 ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo é apresentada a análise do perfil empreendedor dos egressos do curso de


engenharia de produção oriundos da cidade de Mossoró – RN, apresentando os dados obtidos
na pesquisa, a caracterização da amostra, e a confiabilidade do instrumento.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Inicialmente foram verificados os dados demográficos dos egressos pesquisados através


de distribuições de frequência absoluta e percentual.
A IES que obteve um maior número de participação dos egressos na pesquisa foi a
Ufersa com uma porcentagem de 75%, enquanto a UnP obteve apenas 25% (Tabela 1).

Tabela 1 - Distribuição dos egressos em relação à IES de formação


Frequência Porcentagem Porcentagem válida Porcentagem acumulativa
1 – Ufersa 36 75,0 75,0 75,0
2 – UnP 12 25,0 25,0 100,0
Total 48 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Quanto ao gênero, a maior participação foi do sexo masculino, com 54,2%, bem
próximo do percentual de participação do sexo feminino, com 45,8% (Tabela 2).

Tabela 2 - Distribuição dos egressos em relação ao gênero


Frequência Porcentagem Porcentagem válida Porcentagem acumulativa
1 – Masculino 26 54,2 54,2 54,2
2 – Feminino 22 45,8 45,8 100,0
Total 48 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Por faixa etária, o destaque ficou com os egressos de até 29 anos de idade, com um
percentual de 66,7%, enquanto os com 30 anos ou mais equivale percentualmente a 33,3%
(Tabela 3).

Tabela 3 - Distribuição dos egressos em relação à faixa etária


Porcentagem
Frequência Porcentagem Porcentagem válida
acumulativa
1 – Até 29 anos 32 66,7 66,7 66,7
2 – 30 anos ou mais 16 33,3 33,3 100,0
Total 48 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
37

Já em relação ao ano de conclusão do curso, o que obteve maior número de participantes


foi o ano de 2014, com 29,2%, bem próximo do ano de 2015 com 25%. Este fato explica-se
pelo fato da IES UnP possuir apenas duas turmas formadas em engenharia de produção, a
primeira no ano 2014 e a segunda em 2015, onde cada uma obteve 6 egressos que participaram
da pesquisa. Desta forma, em relação a Ufersa, o ano de formação que obteve um maior número
de respostas foi o de 2013, com 20,8%. Onde logo atrás ficou o ano de 2011 com 18,8%.
Ficando por último, o ano de 2016 com 6,3%. Nenhum egresso oriundo do ano de 2012
respondeu ao questionário, desta forma, não houve participação destes na pesquisa (Tabela 4).

Tabela 4 - Distribuição dos egressos em relação ao ano de conclusão


Frequência Porcentagem Porcentagem válida Porcentagem acumulativa
1 – 2016 3 6,3 6,3 6,3
2 – 2015 12 25,0 25,0 31,3
3 – 2014 14 29,2 29,2 60,4
4 – 2013 10 20,8 20,8 81,3
6 – 2011 9 18,8 18,8 100,0
Total 48 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Ao se tratar da ocupação atual, a que obteve o maior número foi empregado, com 31,3%,
logo atrás ficou servidor público com 29,2%. Em seguida, desempregado com 14,6%, e com a
mesma quantidade de egressos, autônomo e estudante com 8,3%, depois empresário com 6,3%
e por último outros com 2,1% (Tabela 5).

Tabela 5 - Distribuição dos egressos em relação à ocupação atual


Porcentagem Porcentagem
Frequência Porcentagem
válida acumulativa
1 – Servidor
14 29,2 29,2 29,2
público
2 – Empresário 3 6,3 6,3 35,4
3 – Empregado 15 31,3 31,3 66,7
4 – Autônomo 4 8,3 8,3 75,0
5 – Desempregado 7 14,6 14,6 89,6
6 – Estudante 4 8,3 8,3 97,9
7 – Outros 1 2,1 2,1 100,0
Total 48 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Em relação ao ramo de atuação, ficou na frente o setor de serviço com 43,8%, um pouco
atrás o setor da indústria com 29,2%. O misto, que se trata da atuação em mais de um setor
obteve uma porcentagem de 20,8% e por fim, o comércio com 6,3% (Tabela 6).
38

Tabela 6 - Distribuição dos egressos em relação ao ramo de atuação


Frequência Porcentagem Porcentagem válida Porcentagem acumulativa
1 – Comércio 3 6,3 6,3 6,3
2 – Indústria 14 29,2 29,2 35,4
3 – Serviço 21 43,8 43,8 79,2
4 – Misto 10 20,8 20,8 100,0
Total 48 100,0 100,0
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

4.2 ANÁLISE DO PERFIL EMPREENDEDOR DOS EGRESSOS

Após a caracterização da amostra, foram feitas as médias de cada dimensão e de cada


construto, e obtido a média da pontuação dos egressos. Estas médias foram comparadas com as
médias de 50 empreendedores de sucesso que consta na tese de doutorado de Santos (2008).
Ao se comparar os resultados apresentados pelos empreendedores de sucesso
pesquisado por Santos (2008) com os dos egressos desta pesquisa, vê-se que os resultados
obtidos pelos egressos estão um pouco abaixo dos resultados obtidos pelos empreendedores.
Percebendo assim, a necessidade de um maior desenvolvimento destes perfis, tendo em vista a
importância do mesmo atualmente. Para uma melhor comparação e visualização dos dados, os
mesmos foram dispostos na Tabela 7.

Tabela 7 - Comparativo de médias das dimensões/constructos entre os egressos e


empreendedores de sucesso
Dimensão/construto Média egressos Média empreendedores
Intenção de empreender 6,5 8,9
Potencial empreendedor 7,9 8,6
Oportunidade 7,3 8,1
Persistência 8,4 8,9
Eficiência 9,0 9,1
Informações 8,9 9,0
Planejamento 7,3 8,2
Metas 7,5 8,5
Controle 7,4 8,3
Persuasão 7,7 8,4
Rede de relações 7,8 8,6
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

A dimensão intenção de empreender, foi a que apresentou uma maior discrepância.


Tendo em vista que esta dimensão visa medir o desejo dos mesmos de obter seu próprio
negócio, este resultado mostra que, no geral, não há um grande desejo dos egressos em possuir
um negócio.
39

Já a dimensão potencial empreendedor mostrou uma diferença de 0,7 pontos em relação


aos empreendedores e egressos, indicando que os egressos ainda podem desenvolver melhor
suas características empreendedoras, para que assim, obtenham melhores resultados.
Os construtos eficiência e informações foram os que apresentaram uma menor diferença
em comparação com os resultados dos empreendedores de sucesso. Mostrando assim, que no
quesito eficiência e busca por informações os egressos e os empreendedores não possuem
diferenças significativas. Os demais construtos apresentaram entre 0,5 a 1 ponto de diferença.
Indicando que os egressos precisam desenvolver melhor o senso de oportunidade, persistência,
planejamento, metas, controle, persuasão e rede de relações.

4.3 CONFIABILIDADE DO INSTRUMENTO

O passo seguinte na análise dos dados foi a verificação da confiabilidade do


instrumento, calculando o alfa de Cronbach.
Os resultados obtidos (Tabela 8) indicaram que o instrumento possui, de modo geral,
uma alta confiabilidade. Exceto no construto eficiência, o qual apresentou um α = 0,678, sendo
classificado com uma confiabilidade moderada. Porém, este valor pode ser justificado pelo
baixo número de itens do construto, como afirma Hayes (1995, apud PINTO; CHAVEZ, 2012,
p. 6): “a confiabilidade do questionário pode ser aumentada quando mais itens são incluídos, o
que seria equivalente ao conceito de diminuir o erro de amostragem através do aumento do
tamanho da amostra”. Ademais, de acordo com Maroco e Garcia-Marques (2006), este valor
pode ser considerado aceitável quando se tratar da apresentação de resultados de pesquisa nas
ciências sociais e humanas; como no caso desta.

Tabela 8 - Estatística de confiabilidade das dimensões e constructos


Alfa de Cronbach Nº de itens
Intenção de empreender 0,961 4
Oportunidade 0,907 5
Persistência 0,878 6
Eficiência 0,678 3
Informações 0,919 5
Planejamento 0,923 4
Metas 0,921 7
Controle 0,953 5
Persuasão 0,930 6
Rede de relações 0,898 4
Potencial empreendedor 0,888 9
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
40

4.4 ANÁLISE DE MÉDIAS

Para o comparativo de médias, foi utilizada a ANOVA. Onde foi realizada uma análise
de variância para cada característica demográfica, tanto em relação aos construtos, como em
relação as dimensões. Nas características que possuíram um valor de significância menor ou
igual que 0,05, rejeitou-se a hipótese de que as médias de tratamentos são iguais, ao nível de
significância de 5%. Para esses construtos/categorias que foram identificadas diferenças
significativas entre as médias, foram feitos um comparativo de médias, para uma análise mais
detalhada, para a identificação de qual ou quais grupos são responsável por esta diferença.
Em relação à IES de formação, foi possível identificar a rejeição da hipótese da
igualdade de médias, concluindo que as IES têm comportamentos distintos no que diz respeito
ao desenvolvimento do perfil empreendedor. Podendo identificar tais diferenças tanto nos
construtos (oportunidade α = 0,011; informações α = 0,038; planejamento α = 0,033; metas α =
0,029; controle α = 0,006 e persuasão α = 0,021) como nas duas dimensões (intenção de
empreender α = 0,039 e potencial empreendedor α = 0,004). (Tabela 9)
Para esses 6 construtos e 2 dimensões, foram feitos comparativos de médias para
identificar quais grupos são responsáveis por esta diferença. (Tabela 10)

Tabela 9 - ANOVA da IES de formação


Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.
Entre Grupos 676,000 1 676,000 4,520 0,039
Intenção de empreender Nos grupos 6880,000 46 149,565
Total 7556,000 47
Entre Grupos 637,563 1 637,563 7,081 0,011
Oportunidade Nos grupos 4141,917 46 90,042
Total 4779,479 47
Entre Grupos 128,444 1 128,444 1,792 0,187
Persistência Nos grupos 3296,222 46 71,657
Total 3424,667 47
Entre Grupos 18,063 1 18,063 2,822 0,100
Eficiência Nos grupos 294,417 46 6,400
Total 312,479 47
Entre Grupos 138,063 1 138,063 4,557 0,038
Informações Nos grupos 1393,750 46 30,299
Total 1531,813 47
Entre Grupos 275,007 1 275,007 4,843 0,033
Planejamento Nos grupos 2611,972 46 56,782
Total 2886,979 47
Entre Grupos 637,563 1 637,563 5,104 0,029
Metas Nos grupos 5745,917 46 124,911
Total 6383,479 47
Entre Grupos 955,840 1 955,840 8,131 0,006
Controle Nos grupos 5407,472 46 117,554
Total 6363,313 47
Entre Grupos 354,694 1 354,694 5,732 0,021
Persuasão
Nos grupos 2846,556 46 61,882
41

Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.


Total 3201,250 47
Entre Grupos 121,000 1 121,000 3,506 0,068
Rede de relações Nos grupos 1587,667 46 34,514
Total 1708,667 47
Entre Grupos 24076,694 1 24076,694 9,121 0,004
Potencial
Nos grupos 121424,556 46 2639,664
empreendedor
Total 145501,250 47
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Após o comparativo de médias foi possível verificar, que o grupo da IES UnP, possui
uma maior média. Ou seja, os egressos de engenharia de produção da UnP, possuem um nível
mais alto nos construtos (oportunidade, informações, planejamento, metas, controle e
persuasão) e nas duas dimensões (intenção de empreender e potencial empreendedor) do que
os egressos da Ufersa. Podendo identificar a influência da IES no desenvolvimento do perfil
empreendedor.

Tabela 10 - Comparativo de médias por IES de formação


1- Ufersa 2- UnP Total
IES de formação: Desvio Desvio Desvio
Média N Média N Média N
Padrão Padrão Padrão
Intenção de
23,833 36 12,58 32,5 12 11,0412 26 48 12,6794
empreender
Oportunidade 34,167 36 10,4348 42,583 12 5,4848 36,271 48 10,0842
Informações 43,583 36 6,0303 47,5 12 3,3166 44,563 48 5,7089
Planejamento 27,639 36 7,9719 33,167 12 5,9365 29,021 48 7,8374
Metas 50,5 36 11,6827 58,917 12 9,3853 52,604 48 11,6541
Controle 34,611 36 12,1943 44,917 12 4,295 37,188 48 11,6357
Persuasão 44,806 36 8,1375 51,083 12 6,9342 46,375 48 8,253
Potencial
341,694 36 53,5968 393,417 12 43,5712 354,625 48 55,6397
empreendedor
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Já em relação ao gênero do egresso, foi possível identificar que as médias apresentam


diferenças significativas em relação aos construtos (oportunidade α = 0,000; persistência α =
0,035; metas α = 0,045 e persuasão α = 0,040) e nas duas dimensões (intenção de empreender
α = 0,000 e potencial empreendedor α = 0,013). (Tabela 11)

Tabela 11 - ANOVA do gênero


Soma dos Quadrado
df Z Sig.
Quadrados Médio
Entre
3029,371 1 3029,371 30,785 0,000
Intenção de Grupos
empreender Nos grupos 4526,629 46 98,405
Total 7556,000 47
Entre
1187,504 1 1187,504 15,208 0,000
Oportunidade Grupos
Nos grupos 3591,976 46 78,086
42

Soma dos Quadrado


df Z Sig.
Quadrados Médio
Total 4779,479 47
Entre
319,114 1 319,114 4,727 0,035
Grupos
Persistência
Nos grupos 3105,552 46 67,512
Total 3424,667 47
Entre
,007 1 ,007 ,001 0,974
Grupos
Eficiência
Nos grupos 312,472 46 6,793
Total 312,479 47
Entre
77,424 1 77,424 2,449 0,124
Grupos
Informações
Nos grupos 1454,388 46 31,617
Total 1531,813 47
Entre
38,640 1 38,640 ,624 0,434
Grupos
Planejamento
Nos grupos 2848,339 46 61,920
Total 2886,979 47
Entre
540,986 1 540,986 4,259 0,045
Grupos
Metas
Nos grupos 5842,493 46 127,011
Total 6383,479 47
Entre
448,722 1 448,722 3,490 0,068
Grupos
Controle
Nos grupos 5914,591 46 128,578
Total 6363,313 47
Entre
284,733 1 284,733 4,491 0,040
Grupos
Persuasão
Nos grupos 2916,517 46 63,403
Total 3201,250 47
Entre
58,191 1 58,191 1,622 0,209
Grupos
Rede de relações
Nos grupos 1650,476 46 35,880
Total 1708,667 47
Entre
18596,271 1 18596,271 6,741 0,013
Potencial Grupos
empreendedor Nos grupos 126904,979 46 2758,804
Total 145501,250 47
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Desta forma, foram feitos comparativos de médias para tais construtos e dimensões, e
identificou-se que o sexo masculino e responsável pelas diferenças encontradas nas médias,
apresentando uma maior média e consequentemente, um maior desenvolvimento do perfil
empreendedor em relação aos egressos do sexo feminino. (Tabela 12)

Tabela 12 - Comparativo de médias por gênero


1- Masculino 2- Feminino Total
Gênero: Desvio Desvio Desvio
Média N Média N Média N
Padrão Padrão Padrão
Intenção de 33,308 26 6,1629 17,364 22 13,0513 26 48 12,6794
empreender
Oportunidade 40,846 26 7,5456 30,864 22 10,162 36,271 48 10,0842
Persistência 52,538 26 6,3323 47,364 22 10,0074 50,167 48 8,5361
Metas 55,692 26 11,5854 48,955 22 10,8824 52,604 48 11,6541
43

1- Masculino 2- Feminino Total


Gênero: Desvio Desvio Desvio
Média N Média N Média N
Padrão Padrão Padrão
Persuasão 48,615 26 7,2943 43,727 22 8,6914 46,375 48 8,253
Potencial 372,731 26 54,5282 333,227 22 50,0342 354,625 48 55,6397
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Em relação à característica demográfica faixa etária, foi possível concluir após a análise
de variância, que os construtos (eficiência α = 0,004; informações α = 0,040; planejamento α =
0,028; metas α = 0,003; controle α = 0,010; persuasão α = 0,013 e rede de relações α = 0,016)
e a dimensão (potencial empreendedor α = 0,002) conduzem a médias significativamente
diferentes. (Tabela 13)

Tabela 13 - ANOVA da faixa etária


Soma dos Quadrado
df Z Sig.
Quadrados Médio
Entre
570,375 1 570,375 3,756 0,059
Intenção de Grupos
empreender Nos grupos 6985,625 46 151,861
Total 7556,000 47
Entre
356,510 1 356,510 3,708 0,060
Grupos
Oportunidade
Nos grupos 4422,969 46 96,151
Total 4779,479 47
Entre
237,510 1 237,510 3,428 0,071
Grupos
Persistência
Nos grupos 3187,156 46 69,286
Total 3424,667 47
Entre
51,042 1 51,042 8,981 0,004
Grupos
Eficiência
Nos grupos 261,438 46 5,683
Total 312,479 47
Entre
135,375 1 135,375 4,459 0,040
Grupos
Informações
Nos grupos 1396,438 46 30,357
Total 1531,813 47
Entre
290,510 1 290,510 5,147 0,028
Grupos
Planejamento
Nos grupos 2596,469 46 56,445
Total 2886,979 47
Entre
1120,667 1 1120,667 9,795 0,003
Grupos
Metas
Nos grupos 5262,813 46 114,409
Total 6383,479 47
Entre
864,000 1 864,000 7,227 0,010
Grupos
Controle
Nos grupos 5499,313 46 119,550
Total 6363,313 47
Entre
408,375 1 408,375 6,726 0,013
Grupos
Persuasão
Nos grupos 2792,875 46 60,715
Total 3201,250 47
Entre
Rede de relações 204,167 1 204,167 6,242 0,016
Grupos
44

Soma dos Quadrado


df Z Sig.
Quadrados Médio
Nos grupos 1504,500 46 32,707
Total 1708,667 47
Entre
28050,844 1 28050,844 10,986 0,002
Potencial Grupos
empreendedor Nos grupos 117450,406 46 2553,270
Total 145501,250 47
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Após o comparativo de médias, foi possível identificar que o grupo com maior faixa
etária possui um maior desempenho em relação aos construtos (eficiência, informações,
planejamento, metas, controle, persuasão e rede de relações) e a dimensão potencial
empreendedor, em relação ao grupo de menor faixa etária. (Tabela 14)

Tabela 14 - Comparativo de médias por faixa etária


1- Até 29 anos 2- 30 anos ou mais Total
Faixa etária: Desvio Desvio Desvio
Média N Média N Média N
Padrão Padrão Padrão
Eficiência 26,375 32 2,6971 28,563 16 1,5478 27,104 48 2,5785
Informações 43,375 32 6,0522 46,938 16 4,1708 44,563 48 5,7089
Planejamento 27,281 32 7,4627 32,5 16 7,6158 29,021 48 7,8374
Metas 49,188 32 11,8006 59,438 16 7,9412 52,604 48 11,6541
Controle 34,188 32 11,8497 43,188 16 8,7424 37,188 48 11,6357
Persuasão 44,313 32 8,2675 50,5 16 6,7032 46,375 48 8,253
Rede de 29,875 32 6,2152 34,25 16 4,524 31,333 48 6,0295
relações
Potencial 337,531 32 54,5178 388,813 16 41,0791 354,625 48 55,6397
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Já em relação ao tempo de formado, é possível considerar que as médias não


apresentaram diferenças significativas para nenhum dos construtos, a um nível de confiança de
95%. Desta forma, aceitou-se a hipótese de que as médias de tratamentos são iguais, ao nível
de significância de 5%. Ou seja, não foi identificada a influência da variável tempo de formado
no perfil empreendedor dos egressos, conforme pode ser visto na Tabela 15.

Tabela 15 - ANOVA do tempo de formado


Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.
Entre Grupos 1144,116 4 286,029 1,918 0,125
Intenção de empreender Nos grupos 6411,884 43 149,114
Total 7556,000 47
Entre Grupos 29,657 4 7,414 ,067 0,991
Oportunidade Nos grupos 4749,822 43 110,461
Total 4779,479 47
Entre Grupos 83,047 4 20,762 ,267 0,897
Persistência Nos grupos 3341,620 43 77,712
Total 3424,667 47
Entre Grupos 33,666 4 8,417 1,298 0,286
Eficiência
Nos grupos 278,813 43 6,484
45

Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.


Total 312,479 47
Entre Grupos 151,276 4 37,819 1,178 0,334
Informações Nos grupos 1380,537 43 32,106
Total 1531,813 47
Entre Grupos 131,550 4 32,887 ,513 0,726
Planejamento Nos grupos 2755,429 43 64,080
Total 2886,979 47
Entre Grupos 53,990 4 13,498 ,092 0,985
Metas Nos grupos 6329,489 43 147,197
Total 6383,479 47
Entre Grupos 320,833 4 80,208 ,571 0,685
Controle Nos grupos 6042,479 43 140,523
Total 6363,313 47
Entre Grupos 25,044 4 6,261 ,085 0,987
Persuasão Nos grupos 3176,206 43 73,865
Total 3201,250 47
Entre Grupos 88,213 4 22,053 ,585 0,675
Rede de relações Nos grupos 1620,453 43 37,685
Total 1708,667 47
Entre Grupos 2901,155 4 725,289 ,219 0,927
Potencial
Nos grupos 142600,095 43 3316,281
empreendedor
Total 145501,250 47
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Ao se tratar da variável ocupação atual, após a análise de variância foi possível verificar
que os valores obtidos na significância, permite-se considerar que as médias dos grupos em
análise são iguais, mais uma vez, não identificando a influência desta variável no
desenvolvimento do perfil empreendedor. Podendo ser verificado na Tabela 16.

Tabela 16 - ANOVA da ocupação atual


Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.
Entre Grupos 397,802 5 79,560 ,467 0,799
Intenção de empreender Nos grupos 7158,198 42 170,433
Total 7556,000 47
Entre Grupos 925,401 5 185,080 2,017 0,096
Oportunidade Nos grupos 3854,079 42 91,764
Total 4779,479 47
Entre Grupos 104,945 5 20,989 ,266 0,929
Persistência Nos grupos 3319,721 42 79,041
Total 3424,667 47
Entre Grupos 65,174 5 13,035 2,214 0,071
Eficiência Nos grupos 247,305 42 5,888
Total 312,479 47
Entre Grupos 252,305 5 50,461 1,656 0,166
Informações Nos grupos 1279,507 42 30,464
Total 1531,813 47
Entre Grupos 622,510 5 124,502 2,309 0,061
Planejamento Nos grupos 2264,469 42 53,916
Total 2886,979 47
Entre Grupos 1314,972 5 262,994 2,179 0,075
Metas Nos grupos 5068,507 42 120,679
Total 6383,479 47
Entre Grupos 1366,998 5 273,400 2,298 0,062
Controle
Nos grupos 4996,314 42 118,960
46

Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.


Total 6363,313 47
Entre Grupos 217,671 5 43,534 ,613 0,691
Persuasão Nos grupos 2983,579 42 71,038
Total 3201,250 47
Entre Grupos 244,138 5 48,828 1,400 0,244
Rede de relações Nos grupos 1464,529 42 34,870
Total 1708,667 47
Entre Grupos 24021,845 5 4804,369 1,661 0,165
Potencial Nos grupos 121479,405 42 2892,367
Total 145501,250 47
Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Na análise de variância realizada para a variável ramo de atuação, também não foi
identificado diferenças significativas entre as médias, ou seja, não foi identificado a influência
desta variável no desenvolvimento do perfil empreendedor. (Tabela 17)

Tabela 17 - ANOVA do ramo de atuação


Soma dos Quadrados df Quadrado Médio Z Sig.
Intenção de empreender Entre Grupos 343,929 3 114,643 ,699 0,557
Nos grupos 7212,071 44 163,911
Total 7556,000 47
Oportunidade Entre Grupos 342,641 3 114,214 1,133 0,346
Nos grupos 4436,838 44 100,837
Total 4779,479 47
Persistência Entre Grupos 128,900 3 42,967 ,574 0,635
Nos grupos 3295,767 44 74,904
Total 3424,667 47
Eficiência Entre Grupos 2,913 3 ,971 ,138 0,937
Nos grupos 309,567 44 7,036
Total 312,479 47
Informações Entre Grupos 44,836 3 14,945 ,442 0,724
Nos grupos 1486,976 44 33,795
Total 1531,813 47
Planejamento Entre Grupos 346,770 3 115,590 2,002 0,128
Nos grupos 2540,210 44 57,732
Total 2886,979 47
Metas Entre Grupos 275,427 3 91,809 ,661 0,580
Nos grupos 6108,052 44 138,819
Total 6383,479 47
Controle Entre Grupos 370,722 3 123,574 ,907 0,445
Nos grupos 5992,590 44 136,195
Total 6363,313 47
Persuasão Entre Grupos 22,350 3 7,450 ,103 0,958
Nos grupos 3178,900 44 72,248
Total 3201,250 47
Rede de relações Entre Grupos 27,448 3 9,149 ,239 0,868
Nos grupos 1681,219 44 38,210
Total 1708,667 47
Potencial Entre Grupos 2914,826 3 971,609 ,300 0,825
Nos grupos 142586,424 44 3240,601
Total 145501,250 47
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste último capítulo, serão discutidos os principais resultados encontrados, bem como
as contribuições deste estudo. Na sequência, serão abordadas também algumas limitações
identificadas na realização da pesquisa, como também serão apontadas algumas sugestões de
trabalhos futuros.

5.1 PRINCIPAIS RESULTADOS

A partir do questionário de Santos (2008), e do questionário elaborado pela autora afim


de medir as características demográficas dos egressos, foi possível fazer uma caracterização da
amostra, como também, medir o perfil empreendedor dos mesmos e identificar as variáveis que
podem influenciar no desenvolvimento do perfil empreendedor.
As variáveis tratadas neste trabalho foram: IES, gênero, faixa etária, ano de conclusão,
ocupação atual e ramo de atuação. Este estudo identificou que 75% da amostra eram da Ufersa,
já em relação a gênero, foi bem equilibrado, sendo 54,2% do sexo masculino. Em relação a
faixa etária, 66,7% tinham menos de 30 anos. 29,2% concluíram o curso no ano de 2014. 31,3%
tinham como ocupação atual empregado. E por fim, 43,8% tinham como ramo de atuação o
serviço.
Considerando as médias obtidas no perfil empreendedor dos egressos, foi possível
identificar um pequeno déficit no perfil empreendedor dos egressos em relação aos
empreendedores de sucesso apresentados por Santos (2008) em sua tese de doutorado.
Já em relação as variáveis que podem influenciar no desenvolvimento deste perfil,
podemos citar a IES, gênero e faixa etária. Identificando que os egressos formados na UnP, do
sexo masculino e com faixa etária de 30 ano ou mais, possuem um perfil empreendedor mais
alto. Certificando o posicionamento de Filion (1999), onde afirma que o perfil do empreendedor
é algo que pode ser facilmente influenciado de acordo com os treinamentos, trabalhos, culturas,
educação etc. E também salientado por Degen (1989), o qual afirma que o perfil empreendedor
está diretamente relacionado com as características do indivíduo.
Já as variáveis tempo de conclusão, ocupação atual e ramo de atuação não apresentaram
diferenças significativas das médias, desta forma, estas variáveis não demonstraram influencia
sob o perfil empreendedor dos egressos.
48

5.2 CONTRIBUIÇÕES

Após a finalização dessa pesquisa foi possível identificar o perfil empreendedor dos
egressos do curso de engenharia de produção oriundos da cidade de Mossoró – RN, como
também as influências das características demográficas no desenvolvimento do perfil
empreendedor dos mesmos.
Até o presente momento, tem-se o conhecimento de outras pesquisas que analisaram o
perfil de graduandos e concluintes, mas não dos egressos na cidade de Mossoró - RN. Sendo
comprovada através de pesquisas no acervo das bibliotecas das IES. Além disso, após as
pesquisas realizadas nos acervos, foram encontrados pouquíssimos estudos com os egressos,
tanto no âmbito da Ufersa, quanto da UnP.
Este estudo sobre o perfil empreendedor dos egressos foi de fundamental importância
para as IES, seus respectivos coordenadores, docentes e discentes dos cursos de engenharia de
produção, que podem ter interesse em analisar o perfil empreendedor e a influência das
características demográficas dos egressos, tendo em vista a importância do empreendedorismo
nos dias atuais.
Espera-se que este estudo possa servir de inspiração para outros, como também
contribuir para futuros estudos acadêmicos.

5.3 LIMITAÇÕES

Embora todas as contribuições do presente trabalho, o mesmo apresentou algumas


limitações. Primeiramente, encontrou-se limitação quanto ao método utilizado, por meio de
uma abordagem quantitativa o que impossibilita de esclarecer melhor as respostas.
Outra limitação, foi o difícil contato com os egressos; a falta de contato direto; o extenso
questionário; e por muitos destes estarem inseridos no mercado de trabalho, a correria do dia-
a-dia, o que teve como consequência o baixo número de respostas, sendo também considerado
um fator limitante desta pesquisa.
O baixo número de variáveis analisadas, também foi considerado como uma limitação.
Pois outros aspectos, que não foram analisados no presente trabalho, também podem ter uma
influência determinante no perfil empreendedor dos mesmos.
49

5.4 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Com a finalidade de instigar novas pesquisas que possam suprir as limitações desta, ou
que possa somar-se a esta, sugerem-se novas pesquisas que permitam a verificação dos métodos
de ensino e das disciplinas que contribuem para a formação e desenvolvimento do perfil
empreendedor.
Sugere-se também, pesquisas que possam buscar e explicar os resultados obtidos e as
possíveis fontes de influência das características demográficas no perfil empreendedor. Como
também, identificar outras variáveis que possam influenciar neste perfil.
50

REFERÊNCIAS

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2000. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/interna.asp?s=1&c=417>. Acesso em: 25 jul.
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BAGGIO, A. F.; BAGGIO, D. K. Empreendedorismo: conceitos e definições. Revista de


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do conhecimento na área da engenharia de produção. Revista de Ciência e Tecnologia, v. 17,
n. 34, p. 93-111, jan./jun., 2014.
53

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE SANTOS APLICADO AOS EGRESSOS DO CURSO


DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN
54
55
56
57
58
59
60
61

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ELABORADO PELA AUTORA PARA COLETAR


AS CARACTERISTICAS DEMOGRAFICAS DOS EGRESSOS DO CURSO DE
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN
62
63

APÊNDICE B – PRIMEIRA CARTA ENVIADA AOS EGRESSOS DO CURSO DE


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN
ESTIMULANDO O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO

Olá, meu nome é Paula Montenegro. Estou fazendo o meu Trabalho de Conclusão de
Curso analisando o perfil empreendedor dos egressos do curso de Engenharia de Produção. Esta
análise do perfil do egresso é importante para as IES, seus respectivos coordenadores,
professores e discentes dos cursos de engenharia de produção. No sentido de oferecer um retrato
do seu egresso, avaliar o cumprimento do que está determinado nas diretrizes e exigências do
mercado de trabalho, e assim melhorar seus projetos político-pedagógicos.
Pelo exposto, gostaria de pedir sua ajuda, respondendo este questionário. Sua contribuição será
fundamental para o desenvolvimento da minha pesquisa. Ficarei extremamente grata com a sua
participação, e peço ainda que, se possível, compartilhe este questionário com os colegas que
se formaram com você.
Segue o link do questionário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdQXTcSoUXmY1hMu4t3wBGSgaeoKZez66p
9MKry1YK7QMVWUg/viewform
Desde já agradeço imensamente a sua contribuição
64

APÊNDICE C – SEGUNDA CARTA ENVIADA AOS EGRESSOS DO CURSO DE


ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ORIUNDOS DA CIDADE DE MOSSORÓ – RN
REFORÇANDO O PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO

Olá! Sei que é chato está pedindo isso, mas foi a forma que encontrei de entrar em
contato com os egressos de Engenharia de Produção da cidade de Mossoró. Como obtive poucas
respostas, venho novamente pedir sua ajuda na contribuição do desenvolvimento do meu
Trabalho de Conclusão de Curso. Sei que são muitas perguntas e a correria do dia a dia nos
deixa com muitas outras prioridades, mas lembre-se da sua época de estudante e de todas as
dificuldades que houve, preciso do maior número de contribuições possível pra dar
continuidade ao meu trabalho. Por isso peço encarecidamente sua ajuda respondendo este
questionário e, se possível, repassando-o aos seus antigos colegas de curso e, agora, de
profissão. Segue o link do questionário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdQXTcSoUXmY1hMu4t3wBGSgaeoKZez66p
9MKry1YK7QMVWUg/viewform

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