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ASTRONOMIA: PARA DOCENTES DO ENSINO MÉDIO - 2023

Semana 1 - Telescópios: Um breve histórico Semana 9


Semana 2 - Telescópios Modernos e no Espaço
Semana 3 - Radiação e Estrutura do Átomo
Semana 4 - O Sol: nossa estrela
Semana 5 - Planetas Rochosos e a Terra
Semana 6 - Planetas Gasosos
Semana 7 - Corpos menores: Planetas anões,
Satélites e Anéis
Semana 8 - Corpos menores: Asteroides e
Cometas
Semana 9 - A formação dos sistemas
planetários, Exoplanetas e A vida no Universo
Semana 1
Não imprime a revisão.
Semana 2
Semana 3
Semana 4
Semana 5
Semana 6
Semana 7
Semana 8
AGA 0100

1.2 – Telescópios: um histórico


• Acredita-se a Hans Lippershey, um
fabricante de lentes holandês, a
construção e patenteamento em 1608 da
primeira luneta.
• Galileu Galilei a apontou ao céu em 1609.
Galileu Galilei (1564-1642)

• Galileu Galilei foi o primeiro


a apontar uma luneta para o céu
no verão de 1609.
• Em outubro de 1609, Galileu
fabricou uma luneta de
aumento 20x.
• Com essa nova luneta,
ele observou a Lua e descobriu
as quatro maiores luas de Júpiter
• Ele continuaria usando a luneta nos anos
seguintes para descobrir as manchas solares e as fases
de Vênus. Descobriu, ainda, a natureza da Via Láctea.

A Astronomia nunca mais seria a mesma!


A luneta em 1609

A primeira ilustração conhecida de um telescópio. Giovanbattista della


Porta incluiu este desenho em uma carta escrita em Agosto de 1609.
• Em 25 de agosto de 1609, Galileu fez uma demonstração de seu
primeiro telescópio para legisladores de Veneza. Esta foi a primeira
atividade de divulgação astronômica de que se tem notícia, e o
primeiro uso do telescópio bem documentado para astronomia.
Os desenhos e observações da Lua por Galileu revelaram que
existiam montanhas na sua superfície. Descobriu, também 4 luas de
Júpiter, os aneis de Saturno e as fases de Venus
Refratores

Refletores
Refratores (lunetas) e refletores (telescópios)

• Telescópios servem como coletores de luz: Eles amplificam a pupila


do olho humano. A quantidade de luz que eles são capazes de
coletar é proporcional ao quadrado da abertura (um telescópio de 4
metros coleta 16 vezes mais luz do que um telescópio de 1 metro).
• Eles também permitem uma resolução (nitidez) maior.

Conceitos básicos:
• Abertura: diâmetro do espelho ou lente primária – D
• Distância focal: a distância da lente (ou espelho) ao foco - F.
• Razão focal: f = F/D (F é a distância focal e D a abertura)
Johannes Helvetius
e seu refrator.

Refrator de Yerkes
• Refratores tem um limite sério devido ao peso da própria lente.
• O maior é o do Observatório de Yerkes: 102 cm; fundado em 1897.
• Refletores podem ser apoiados por baixo.
Telescópio com foco newtoniano
(Isaac Newton, 1643-1727),
usado para observar o Cometa
de Haley em dezembro de 1682.
Com isso ficou resolvido
o problema da aberração cromática
O telescópio
de 12 metros
de Herschel
William Herschel
(1738-1822)

• William Herschel:
• Descobriu Urano
• As luas Oberon e Titânia (Urano)
• Enceladus e Mimas (Saturno)
• Radiação infravermelha
• Grande parte das galáxias NGC
• Fez o mapa da Via Láctea
• Compôs 24 sinfonias
Estrutura básica de um telescópio clássico

• Foco Cassegrain
• Montagem equatorial
Telescópio de 2.5 m de
Mount Wilson (1917)

Trabalhos de Hubble:
Classificação das galáxias
Expansão do Universo
Palomar 5m
(1949)
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1.3 – Telescópios modernos


Telescópios “clássicos”

• Espelhos rígidos (limitado em 5 m)

• Resolução angular limitada pela turbulência


atmosférica (~1”)
Exemplo de telescópio clássico:
5 m do Palomar
Poder coletor D2
Olho humano = 0.5 cm => 1x
Luneta Galileu = 10 cm => 400 x
HST (Hubble) = 2.5 m => 250 mil x
Tel. Palomar =5m => 1
milhão x
Tel. Gemini =8m => 2.5
milhões x
Tel. GMT(projeto) = 25m => 25
milhões x
Ângulos em segundos de arco (“)

Diâmetro aparente da Lua 1800” (31’)


Diâmetro aparente de uma moeda de 10 centavos
a 5 m de distância 400”
a 1 km 2”
a 20 km 0.1”
Nitidez ou resolução (R):
10” 1” 0.1”
Telescópios modernos
• Para aumentar a área coletora (D): Óptica ativa
(corrige flexões no espelho primário)

• Para melhorar a nitidez (R): Óptica adaptativa


(corrige a turbulência atmosférica)

• Qualidade científica de um telescópio: (D/R)2


Óptica ativa: atua no espelho primário
Exemplo do telescópio SOAR: Espelho de 4.1 metros x 10
cm
Telescópio SOAR: Espelho de 4.1 metros x 10 cm
Apoiado na célula do espelho primário
Telescópio SOAR: Célula do espelho primário
visto de baixo – 220 atuadores optp-mecânicos
Telescópios Gemini

• Espelhos primários de 8 metros ativos


• Óptica adaptativa
Espelho Primário:
qualidade da superfície

Espelho Primário

6 mm

Ampliando o espelho ao tamanho do Brasil, a rugosidade seria 6 mm


Caminho da Luz
através do Telescópio

espelho secundário

foco

espelho primário

Peso 380 toneladas


Óptica adaptativa

• Corrige as deformações causadas pela turbulência


atmosférica.
• A atuação se dá num espelho terciário (ou secundário
adaptativo)
Telescópios órbita x
solo

Imagem limitada pela: optica X atmosfera


Óptica Adaptativa:
alisando as ondas luminosas

imagem
espelho
nítida
auxiliar

onda
corrigida

sensor de
frente de onda atuadores moldam
o espelho terciário
Óptica Adaptativa
guiada a laser

Estrela de laser para mapear as irregularidades atmosféricas


Espelho secundário adaptativo
NGC 6934
Gemini 8mTelescope

The Airy
diffraction
sin θ = 1.22
λ/D
Optica Adaptativa:
revelando detalhes

Depois de
Imagem normal
aplicar
com telescópio
óptica adaptativa
de solo

Mesma imagem com 0.1” mostrando um buraco negro


Núcleo da galáxia NGC4621 com resolução de 1”
• Vídeo: a construção do telescópio SOAR
Telescópios Gemini (8m) e SOAR (4.1m) em
Cerro Pachon (Chile)

O Brasil é sócio:

34% do SOAR
6.5% dos 2 Gemini
Rádio-telescópios

- Karl Jansky descobriu ondas


de rádio da Via Láctea em 1931

-Antenas modernas
Arecibo
Interferometria: a descoberta dos pulsares
VLA: Very Large Array
ALMA Observatory
Atacama Large Millimeter Array
66 antenas de 12m e 7m
0.3mm a 9.6 mm
resolução espacial = 0.010” (10 mas)
resolução espectral <50 m/s
custo = 1.5 bilhão de US dólares
Inauguração: 13 de março de 2013
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1.4 - Telescópios no espaço


Por quê ir ao espaço?
• Turbulência
• Absorção
Astronomia de raios-x: década de 1960
Foguetes de sondagem
O satélite UHURU (1970)
O satélite UHURU – o mapa-mundi em raios-x
Chandra (raios-x)
Chandra: imagens
Hubble Space Telescope – HST
(óptico, ultravioleta)
Eta Carinae
Herschel (infravermelho)
Galáxia de Andrômeda
no óptico e no infravermelho (Herschel)
Satélite Kepler
Kepler: mais de 700 exoplanetas
Próximo telescópio espacial: JWST
(James Webb Space Telescope)

infravermelho
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1.5 - Espectrógrafos e Detectores


Estrelas e galáxias tem cores;
que informação podemos obter disso?
Primeiro detector: o olho
• O olho: limitado na eficiência e no tempo
de exposição

• A fotografia(1826): integrando no tempo


de exposição

• O CCD: eficiência quântica


Espectrógrafos

o valor do espectro estelar


• Coletar luz x analisar luz

• O espectrógrafo:
-Fenda
-Colimador
-Elemento dispersor (rede)
-Câmera
-Detector
Espectrógrafo: Configuração física
Espectro:
Emissão no contínuo, linhas em emissão e linhas em
absorção
Espectrógrafo NIRSpec do JWST
(0.6 to 5 microns)
AGA100 1.6

Radiação e espectros
• Objetos astronômicos:
- Planetas, luas, cometas etc podem ser visitados
-Estrelas, galáxias etc, não; toda a informação vem através de
ondas eletromagnéticas.
-Exceção: neutrinos (Sol e SN 1987A) e raios cósmicos ultra-
energéticos (núcleos de galáxias ativas).

• O segredo é decifrar a radiação eletromagnética.


- A emissão está, em geral, associada a processos atômicos
-É fundamental conhecer a física dos átomos
- Como interpretar o que vemos no céu?
- Decifrar a radiação eletromagnética em termos dos fenômenos físicos
que ocorrem nos objetos analisados.
A natureza da luz

• Maxwell (1831-1879) mostrou


que a luz é um fenômeno eletromagnético
• Ondas na água
• Ondas no ar
• Cargas elétricas oscilantes
• Ondas na água e no ar requerem
um meio para se propagar;
• ondas eletromagnéticas se propagam no
vácuo (éter??).
• Todas as ondas eletromagnéticas se
propagam com a mesma velocidade:
c=300 000 km/s
• Comprimento de onda e freqüência
• Frequencia (Hertz):
• Equação universal da onda:
f = 1/T
Mas Tc = λ

• Equação universal da onda:


c = λ.f
• Luz como fóton (pacote de energia):
dualidade onda-partícula (base da Mecânica Quântica)
• A lei do inverso do quadrado:
L
F = ------------- (ou L = 4π d^2 F)
4π d^2

Onde L é a luminosidade (Joule/segundo) e F é o fluxo (Joule/segundo/metro quadrado)


Tipos de ondas eletromagnéticas

faixa comprimento de onda temperatura do objeto


• Raios γ λ < 0.01 nm > 10^8 K
• Raios x 0.01 < λ< 20 nm 10^6 – 10^8 K
• Ultra-violeta 20< λ< 400 nm 10^4 – 10^6 K
• Luz visível 400< λ<700 nm 10^3 – 10^4 K
• Infra-vermelho 700< λ< 1 000 000 nm 10 – 10^3 K
• Rádio λ> 1 000 000 nm <10 K
Espectroscopia na Astronomia

- Propriedades ópticas da luz: arco-íris (prisma de Newton)


- O valor do espectro estelar
Leis da radiação

• Radiação e temperatura: quanto maior a temperatura, maior a


freqüência da radiação e menor o comprimento de onda.
• Leis da radiação
- Lei de Wien
λmax = 3 x 10^6/T(K) nm

- Lei de Stefan-Boltzmann
F = σ T^4
A estrutura do átomo

- O núcleo e os elétrons
- O átomo de Bohr
Tipos de espectros:

A descoberta do Hélio
(e do Nebúlio)
- Tipos de espectros: linhas em absorção e em emissão.
A estrutura do átomo

- O núcleo e os elétrons
- O átomo de Bohr
- Níveis de energia e excitação e decaimento: formação de raias
atômicas
Efeito Doppler

• O movimento afeta as ondas


• Deslocamento de cor:
v = c . Δλ/ λo

Ou v/c = Δλ/ λo
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2.1 - A radiação eletromagnética e as leis da radiação


Faixas de ondas eletromagnéticas

faixa comprimento de onda temperatura do objeto

• Raios γ λ < 0.01 nm > 108 K


• Raios x 0.01 < λ< 20 nm 106 – 108 K
• Ultra-violeta 20< λ< 400 nm 104 – 106 K
• Luz visível 400< λ<700 nm 103 – 104 K
• Infra-vermelho 700< λ< 1 000 000 nm 10 – 103 K
• Rádio λ> 1 000 000 nm <10 K
Comprimento de onda e frequência

• Frequência (Hertz): ν
• Comprimento de onda: λ
• Equação universal da onda:

ν = 1/T

mas Tc = λ

ou c = λ. ν ou λ=c/ ν ou ν =c/ λ

• Luz como fóton (pacote de energia):


dualidade onda-partícula (base da Mecânica Quântica)
• A lei do inverso do quadrado da distância:

Se uma lâmpada de luminosidade L está a uma distância d,


observaremos um fluxo f tal que

L = 4π d2 f

L
f = -------------
4π d2

L é a luminosidade (em Joule/segundo), f é o fluxo (em Joule/segundo/metro quadrado)


e d, a distância (em metros).
• Radiação e temperatura: quanto maior a temperatura, maior a
frequência típica da radiação e menor o comprimento de onda.
• Leis da radiação
- Lei de Wien
λmax = 3 x 106/T(K) nm

- Lei de Stefan-Boltzmann
f = σ T4

Onde:
T é a temperatura em questão
σ é a constante de Stefan-Boltzmann = 5,7 x 10-8 W m-2 K-4
f é o fluxo de energia
• Luminosidade de uma estrela de raio R (metro) e
temperatura T ( K):

• L = 4π R2 σT4
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2.2 - As linhas espectrais e o Efeito Doppler


Espectroscopia na Astronomia

- Propriedades ópticas da luz: arco-íris (prisma de Newton)


- O valor do espectro estelar
A estrutura do átomo

- O núcleo e os elétrons
- O átomo de Bohr
Tipos de espectros:

A descoberta do Hélio
(e do Nebúlio)
- Tipos de espectros: linhas em absorção e em emissão.
A estrutura do átomo

- O núcleo e os elétrons
- O átomo de Bohr
- Níveis de energia e excitação e decaimento: formação de raias
atômicas
Efeito Doppler

• O movimento afeta as ondas


• Deslocamento de cor:
v = c . Δλ/λo

ou v/c = Δλ/λo

de onde

v = c Δλ/λo

O deslocamento Δλ pode ser positivo (para o vermelho -¨”redshift” ou para o


azul – “blueshift”)
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3.1 – O Sol
Sol: o centro do sistema solar
Teff = 5777 °K
• Luminosidade = 3.8 x 1026 W

• Massa = 1.99 x 1030 kg

• Raio = 1.39 x 106 km


Manchas solares

- Descobertas por Galileu (1609)


- Ciclo de 11 anos
• Rotação do Sol

• Observando as manchas solares, Galileu descobriu que


o Sol gira com período de ~1 mês.

• Período = 25 dias no equador e 36 dias a 80° do equador


Histórico das manchas solares do últimos 250 anos
Efeitos da maior atividade solar sobre a Terra :

• Auroras boreais mais frequentes

• Interferências em rádio-transmissões

• Possíveis apagões em redes elétricas (em casos


extremos)
Wikipedia
• Mínimo de Maunder (entre 1645 e 1715):
redução do número das manchas solares
A coroa solar (visível a olho nu durante eclipse
total do sol)
Explosões solares
• Vídeos de explosões solares
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3.2 – O interior do Sol
A importância da energia do Sol

• A energia solar – uso direto


• A energia da fotossíntese
• A hidroeletricidade
• As energias fósseis
• A luminosidade do Sol: 4x1026 W
- se cada ser humano na Terra segurasse mil lâmpadas de 100
Watts, precisaríamos de 600 bilhões de Terras para produzir
energia equivalente à do Sol!

• Origem:
– Carvão? Mil anos.
– Meteoritos? Uma massa terrestre por século.
– Mecanismo de Kelvin-Helmholtz (contração
gravitacional)? -100 milhões de anos.
A energia nuclear

• A fusão do Hidrogênio (H) em Hélio (He)

• E = mc2

• 1 g → 15000 barris de petróleo (159 litros cada)

• O Sol transforma 4 milhões de toneladas de matéria em


energia por segundo
A cadeia p-p

1H + 1H → 2H + e+ + ν
2H + 1H → 3He + γ

3He + 3He → 4He + 2 1H


• A massa do núcleo de He é 0.71% menor do
que a massa de 4 núcleos de H

• Para produzir a luminosidade do Sol é


necessário transformar 4 milhões de toneladas
de matéria em energia por segundo (E=mc2).

• Por isso é necessário queimar 600 milhões de


toneladas de H por segundo.

• Para queimar os 10% centrais do Sol, levaria


10 bilhões de anos.
• Temperatura central do Sol: 15 milhões de °K

• Composição química superficial:

- Hidrogênio 73,4%
- Hélio 25,0%
- Carbono 0,20%
- Nitrogênio 0,09%
- Oxigênio 0,8%
- Neônio 0,16%
- Silício 0,09%
- Ferro 0,14%
Neutrinos solares

• Para cada Watt de energia, o Sol produz 50


bilhões de neutrinos

• Nosso corpo é atravessado por 100 bilhões de


neutrinos solares por segundo
Detectores de neutrinos solares
• Dakota do Sul
• 400 mil litros de C2Cl4
• 1,5 km profundidade
• 1/3 dos neutrinos esperados

• Sudbury – Canadá
• Mil toneladas de água pesada
• 2 km de profundidade
• Nr de neutrinos corretos!

• 3 sabores de neutrinos
• Oscilação de neutrinos → massa
a) Observatório de neutrinos Super-Kamiokande.

b) Imagem do Sol em neutrinos. O tamanho real do Sol é o


ponto preto, pois a resolução espacial é baixa.

Institute for Cosmic Ray Research


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3.3 Os planetas rochosos (ou terrestres)

• Mercúrio
• Venus
• Terra
• Marte
• Mercúrio, Venus, Terra e Marte
Mercúrio Venus Terra Marte
Semi-eixo maior (UA) 0,39 0,72 1,00 1,52
Massa 0,055 0,82 1,00 0,11
Densidade (g/cm3) 5,4 5,3 5,5 3,9
Translação 88 d 0,61 ano 1 ano 1,88 ano
Rotação 58,6 d 243 d (0,66 ano) 24 h 24.6 h
Pressão Atmosférica Traços 90 1 0,007
• Temperatura: de -173 C a +426 C
• Rotacao = 58.6 dias (2/3 da translação)
• Translação (ano) = 88 dias
• Distância ao Sol: d = 0,39 UA
• Excentricidade da órbita e = 0,206
Mercúrio - atmosfera

• Hélio
• Sódio
• Oxigênio
Vênus

T = 457 C
Vulcões em Vênus
O maior vulcão de Venus (Maat Mons)
Composição (%) das atmosferas

Terra Venus Marte


CO2 (gás carbônico) 0,03 96 95,3
N2 (Nitrogênio) 78,1 3,5 2,7
Ar (Argônio) 0,93 0,006 1,6
O2 (Oxigênio) 21,0 0,003 0,15
Ne (Neônio) 0,002 0,001 0,0003
Marte
Marte -superfície
Monte Olimpo
Marte: rios antigos?
Marte: Capotas polares

Gelo seco (CO2)


• Vídeo de Marte
• Mars Express Probe – ESA, 2003
• 12500 órbitas
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3.4 A Terra como planeta


O interior da Terra
Placas tectônicas
Alfred Wegner (1912)
Vulcões: Anéis de fogo
Terremotos
Os Andes:
Colisão de placas tectônicas
Pangaea
Separou ~200 milhões de anos
Cratera do Arizona
Serra da Cangalha (TO)
A Cratera de Chicxulub

(Yucatan-México)
65 milhões de anos
5 bilhões de bombas de Hiroshima
Extinção dos dinossauros
Predomínio dos mamíferos
Impactos de meteoros e cometas

• Levantamentos de objetos potencialmente perigosos


• Iniciativas de desvios de órbita
O campo magnético da Terra
O Efeito Estufa
Composição (%) das atmosferas

Terra Venus Marte


CO2 (gás carbônico) 0,03 96 95,3
N2 (Nitrogênio) 78,1 3,5 2,7
Ar (Argônio) 0,93 0,006 1,6
O2 (Oxigênio) 21,0 0,003 0,15
Ne (Neônio) 0,002 0,001 0,0003
Concentração de CO2 ao
longo do tempo
Efeito estufa e aquecimento global
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3.5 Os Planetas Gasosos (ou Gigantes)


Júpiter

Saturno

Urano

Netuno
Júpiter Saturno Urano Netuno
Distância 5,2 9,5 19,2 30,1
ao Sol (UA)
Período 11,9 29,5 84,1 164,8
(anos)
Massa 318 95 14 17
(Terras)
Densidade 1,3 0,7 1,3 1,6
(g/cm3)
Rotação 9,9 10,7 17,2 16,1
(horas)
• Vídeo: nuvens de JÚPITER
Urano

(Herschel-1781)
As estações em Urano
Netuno
(1846)
A energia interna dos planetas gasosos

• Júpiter: energia fóssil da contração gravitacional


(metade)

• Saturno: contração gravitacional da decantação do Hélio

• Urano: Não tem fonte de energia interna

• Netuno: Energia interna pequena e de origem ainda


desconhecida.
A magnetosfera de júpiter
Auroras
A magnetosfera de Saturno
Magnetosferas de Urano e Netuno
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3.6 - Os Planetas Anões


Plutão e 3 das 5 luas
Cinturão de asteroides
A descoberta de Eris
Planetas anões

• Ceres – (1/1/1801) 45 anos antes de Netuno. Foi considerado


planeta por 50 anos. Foi aceito pela IAU como planeta anão e,
13/9/2006

• Plutão – (18/2/1930), classificado como planeta por 76 anos. Aceito


como planeta anão em 24/8/2006.

• Haumea – (28/12/2004). Aceito como planeta anão em 17/9/2008.

• Makemake – (31/3/2008), aceito como planeta anao em 11/7/2008.

• Eris – (5/1/2005), acito como planeta anão em 13/9/2006.


Candidatos a planetas anões

• Orcus – 17/2/2004

• 2002 MS4 – 18/6/2002

• Salacia – 22/9/2004

• Quaoar – 5/6/2002

• 2007 OR10 – 17/7/2007

• Sedna – 14/11/2003
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3.8 Luas e anéis


A Lua
satélite da Terra
Luas de Marte
NASA: Mars Reconaissance Orbiter

Fobos (2008) Deimos (2009)


Luas de Júpiter: 67
Io
(Júpiter I)
(NASA: Voyager 1-1979
Voyager 2 e Galileo-1999)
Europa
Júpiter II
(NASA: Galileo, 1998)
Ganimedes
(Júpiter III)
Calisto

Júpiter IV
Luas de Saturno: 62
Titan (VI) e Encélado (II)

(NASA: Cassini)
Titan: vulcões de gelo (criovulcanismo)
Encélado
D = 500 km

(Herschel, 28/8/1789)
Encélado
(NASA: Cassini)
Encélado e o anel E de Saturno
Confirmação do lago no polo sul de Encélado
(Science 4/4/2014)

Modelo
Nave Cassini:

Mimas e Febe
Dione
(Saturno IV)
(NASA-Cassini)
Iapetus
(Saturno VIII)
Ephimeteus
Urano (total de 28): Puck, Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon
Voyager 2:
Miranda e Oberon
(Urano)
Voyager 2: Ariel e Ubriel (Urano)
Netuno (14)

Tritão, a maior lua de


Netuno (Voyager 2, 1989)
tem Gêiseres
O número de luas
• Mercúrio 0
• Vênus 0
• Terra 1
• Marte 2

• Júpiter 67
• Saturno 62
• Urano 28
• Netuno 14

O número de luas depende da massa do planeta e de sua distância ao


Sol.

Formação: Acidentais nos planetas rochosos; discos primordiais nos


planetas gasosos.
Atividade “geológica” em ação

• Terra: vulcões, terremotos, deriva continental


• Vênus: 3 vulcões ativos confirmados em 2010
• Mercúrio, Marte, Lua, Ganimedes, Tétis e Miranda: não
há evidência de atividade atual; vulcões fósseis.
• Io: vulcões de enxofre; o mais ativo do sistema solar.
• Atividade tectônica e criovulcanismo: Europa e Titan,
além de Encélado e Triton, com gêiseres .
Água e chuva

• Água (em estado líquido) abaixo da superfície


(sob camada de gelo): Oceanos em Europa,
Ganimedes, Calisto, Titan ; lago em Encélado.

• Ceres: vapor de água do quê?

• Titan: chuva de metano e lagos de


hidrocarbonetos.
Anéis:
Saturno (HST)

Júpiter (Cassini)
Voyager 2: Urano

e Netuno
O centauro Chariklo tem dois anéis
(É o maior Centauro, com 260 km)

Descoberto o primeiro par de anéis em torno de um asteroide


(Centauro) por Felipe Braga-Ribas (Observatório Nacional) e outros
60 autores, sendo 11 brasileiros (publicado na revista Nature em
26/3/2014). Os anéis se chamam Oiapoque e Chui.

Concepção artística
Os anéis de Chariklo

ocultação de estrela
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3.7 Asteroides
As famílias orbitais dos asteroides

Órbita: Inclinação versus excentricidade


As famílias espectrais de asteroides

• C – Carbonáceos (75%)
• S – Silicatos (17%)
• M – Metálicos
• V (Vesta) – Basálticos
• Outros...

Olbers sugeriu a Herschel, em 1802, que o Cinturão de


Asteroides poderia ter surgido da destruição de um
planeta, via colisão.

Não. A massa total do Cinturão de asteroides corresponde


a 4% da massa da Lua. A gravidade de Júpiter não
Asteroides

• Cinturão Principal
• Troianos (e Gregos)
• Hildas (ressonância de
2/3 com a órbita de Júpiter)
Órbitas dos asteroides

• Excentricidade versus distância ao Sol


• Órbita de Marte: 1.52
• Órbita de Júpiter: 5.2
• Ressonância 2/3 da
órbita de Júpiter: 4.0
O cinturão de Kuiper: objetos transnetunianos
de 30 a 50 UA (contêm Plutão, Haumea e Makemake)

- Os Troianos estão em vermelho


- O Cinturão de Kuiper, em verde
- Os Centauros, em amarelo
O Cinturão de Kuiper

- Previsto pelo astrônomo uruguaio Júlio Fernandez em


1980 para explicar a frequência de cometas de curto
período.

- Descoberto 12 anos mais tarde, em 1992, o Cinturão de


Kuiper tem mais de 1000 objetos conhecidos.

- Acredita-se que existam mais de 100 mil objetos com


mais de 100 km no Cinturão de Kuiper.
Pequenos corpos do sistema solar:

• Asteroides
Cinturão Principal
Troianos (Hildas)
• Centauros (entre Júpiter e Netuno)
• Objetos Transnetunianos (Cinturão de Kuiper)
Alguns asteroides (grandes) – concepção artística
Vesta
Sonda Dawn (NASA-2011)
Lutetia
(ESA: Rosetta-2010)
Eros
(ver vídeo da Sonda-2001
NEAR Schoemaker-NASA)

e Mathilde
Gaspra
(NASA: Galileo-1991)
Asteroide Ida e seu satélite Dactyl

(vistos pela nave Galileo-NASA/1993)


A sonda japonesa Hayabusa,
lançada em 2003, chegou ao
asteroide Itokawa em 2005.
Coletou amostras e retornou
à Terra em 2010.
Estatística de tamanhos de asteroides
Número de asteroides com diâmetro maior do que D

D (km) Número
• 500 2
• 300 4
• 200 30
• 100 200
• 50 600
• 10 10 000
• 5 90 000
• 3 200 000
• 1 750 000
• 500 m 2 milhões
• 100 m 25 milhões
NEOs – Objetos com órbitas próximas à Terra
(Near Earth Objects)

• Possibilidade de colisão?
• Extinção dos dinossauros: 10 km de diâmetro
• Registrados total de ~10 000
• 860 com mais de 1km
• Acredita-se que haja de 1000 a 1200 com mais de 1 km

Telescópio LSST (início 2018?):


• Milhões no Cinturão Principal
• 20 000 transnetunianos
• Todos os NEOs com mais de 140 m (20 mil?)
A desintegração de um
asteroide visto pelo HST
em 2013
AGA0100

3.9 Cometas
Cometa de Halley
P = 75,3 anos
1986

1066 1910
Nave Giotto (ESA): núcleo do cometa Halley
Modelo de Wipple

• Modelo de “gelo sujo”


• Núcleo composto por
– Pedra
– Poeira
– Gelo
– Gases congelados de dióxido de carbono,
monóxido de carbono, metano e amônia
Cometa 17P/Holmes, em 2007
Cometa c/2006 P1
(McNaught)
Núcleo do cometa 103P/Hartley
9/P Tempel 1
(NASA: Deep Impact probe)
C/2011 W3 (Lovejoy)
Cometa ISON (HST: nov 2013)

Ver vídeo SOHO


A desintegração do cometa 73P/Schwassmann-
Wachmann...

...em 1995. As imagens


cobrem 3 dias.
O fim do cometa Schoemaker-Levy:
em 1994 colidiu com Júpiter, após
se desintegrar em cerca de
20 pedaços.
Cicatrizes das colisões dos pedaços do cometa
Schoemaker-Levy em Júpiter em 1994
A Nuvem de Oort

• Distância 50 000 UA (mil vezes a


órbita de Plutão) – 1 ano-luz

• Cerca de um a dez trilhões


de objetos: massa semelhante à
soma de todos os planetas.
• Total de cometas conhecidos em julho de 2013
4 894
• C/ curto período (P<20 anos – família de Júpiter)
470
• C/ longo período (20 anos<P<200 anos – fam. Halley)
70

• Família Júpiter: Centauros e Kuiper


• Família Halley: Nuvem de Oort

• Cometas: fonte de água na Terra?


AGA0100

4.2 A formação de sistemas planetários


A formação do sistema solar

• Datação de rochas e meteoritos


• O plano da eclíptica
Meteoritos

Meteoro Chelyabinsk, que caiu


na Rússia em 15/02/2013
Meteoritos

• O método de datação de rochas e meteoritos é preciso


• A idade média dos meteoritos é de T = 4.55 ± 0.01
bilhões de anos
• Essa é tida como a idade do sistema solar

Meteorito Marília, condrito que


caiu em Marília (SP),em 5
de outubro de 1971, às 17 h.
O plano da Eclíptica

Wikipedia
A formação do sistema solar
Migração de planetas: tipo I e II

• Tipo I: planetas do tipo rochoso, de menor massa migra


mais (para dentro) por colisão com outros corpos,
abundantes na formação do sistema.

• Tipo II: planetas gigantes “limpam” sua órbita e migram


menos.
Berçários de estrelas: Galáxia M101

As regiões vermelhas
são os berçários de
estrelas.
A Nebulosa de Órion
A formação de sistemas protoplanetários
planetários
AGA0100

4.1 Exoplanetas
Quantos planetas existem?

• Métodos de busca
– Imagem
– Velocidade radial
– Trânsito (eclipse)

• Propriedades e estatísticas
• 1988 – detecção de objeto de baixa massa em torno de
γ Cep: um planeta?

• 1992 – 2 planetas em torno do pulsar PSR 1257+12.

• 1995 – primeiro planeta (0.47 Mj) em torno de uma


estrela de Sequência Principal (tipo G, 51 Peg) .
Método de imagens

Dificuldades:

- Contraste
- Um planeta brilha tipicamente um bilhão de vezes
menos do que sua estrela.

- Proximidade
- Dada a proximidade, a estrela ofusca o planeta.
Imagem infravermelha de HR 8799

• Por quê infravermelho?


– A óptica adaptativa funciona melhor
– Planetas costumam emitir luz infravermelha
• HR 8799
Diagrama massa do planeta x distância à estrela

• Pontos vermelhos: pelo método


da imagem, detectamos
preferencialmente planetas
massivos e distantes.

• Pontos azuis: método da


velocidade radial.

• Pontos verdes: método de


trânsito (eclipse).
Método da velocidade radial

Dificuldades:
- Planeta não observável
- Tecnologia de espectroscopia: precisão

v/V = M/m
Método do trânsito (eclipse)
• A proporção do tamanho relativo estrela/planeta define a
profundidade do eclipse.
Observações de trânsito:
Telescópios e satélites

• WASP - Wide Angle Search for Planets;


HATnet

• Kepler; COROT
Diagrama massa do planeta x distância à estrela

• Pontos marrons: pelo método


da imagem, detectamos
preferencialmente planetas
massivos e distantes.

• Pontos azuis: método da


velocidade radial.

• Pontos verdes: método de


trânsito (eclipse).
Outros métodos para descobrir exoplanetas

• Microlentes gravitacionais
• Astrometria
• “Timing” de pulsar
• “Timing” de pulsação de estrelas
• Variação de tempo de eclipse
• Variação de duração de eclipse
• Polarimetria
• Modulação por reflexão
• Variações elipsoidais
• Discos circum-estelares
ESI - O índice de semelhança à Terra
(Earth Similarity Index)
ESI
superfície
e interior
Zona habitável
(H2O líquido na superfície)
Exoplanetas semelhantes à Terra
(ESI > 0.8)
Planeta ESI M/Mt R/Rt T P orb
Gliese 667Cc 0.85 4,39 1,76 277 °K 28 d
(2012)
Kepler-62e 0,83 3,57 1,61 270 °K 122 d
(2013)
Gliese 581 g 0,82 3,1-4,3 1,1-1,7 234 °K- 261°K 37d
(2010)
Kepler-22b 0,81 7,92 2,35 295 °K 289 d
(2011)
Kepler 186f 1,1 130 d
(18/04/2014)
Algumas estatísticas

• Em 4/4/2014 havia 1780 exoplanetas confirmados.

• Eles estavam em 1103 sistemas.

• Destes, 460 eram sistemas múltiplos.

• Em março de 2014 a Missão Kepler havia identificado


mais de 2900 candidatos a exoplanetas.
Descobertas de exoplanetas por ano
Exoplanetas por tipo espectral da estrela central
AGA0100

5.1 A vida no Universo


O Princípio Copernicano

• A teoria geocêntrica: a Terra é o centro do


universo; o ser humano é especial no mundo.

• Copérnico: a Terra não é o centro do Universo


(1543).

• Giordano Bruno: a pluralidade dos mundos


(1584).

• O Princípio Copernicano (princípio filosófico).


Origem da vida

• Teoria ainda não bem estabelecida


– Capacidade de extrair energia do ambiente
– Capacidade de se reproduzir
– Todas as formas de vida que conhecemos são baseadas em
Carbono
– Todas as formas de vida que conhecemos requerem água

• Aminoácidos (peças que constroem as proteínas) são encontrados


em meteoritos.

• Cometas tem moléculas orgânicas.

• Nuvens moleculares densas: mais de 100 moléculas foram


identificas, inclusive moléculas orgânicas como alcoóis,
formaldeídos etc
Experiência de Miller-Urey (1953)
• Hipótese de Oparin (1924)

• Miller-Urey: gases da Terra


primordial e ciclos de descargas
elétricas e aquecimentos/
resfriamentos

Miller-Urey produziram uma


série de Aminoácidos

Problema: a Terra primordial


provavelmente não era redutora
(rica em H), mas rica em CO2.
A vida no Universo

• Vida inteligente

• Vida microbiana

• Vida onde?

• As etapas a serem vencidas


Água (H2O em estado líquido) abaixo da superfície
(sob camada de gelo)

• Luas de Júpiter (II-III-IV): Oceanos em Europa,


Ganimedes, Calisto.

• Luas de Saturno (II-VI): lago em Encélado; oceano


em Titan.
Europa: Água sob o gelo
Confirmado o lago no polo sul de Encélado
(Science 4/4/2014)
• Júpiter e Saturno estão fora da zona
habitável.

• Como seria se estivessem na zona


habitável (com luas)?
Panspermia

• A hipótese da panspermia cósmica supõem que


a vida tenha surgido na Terra, trazida, em
formas primitivas, por meteoritos.
Os passos a seguir...

• Exo-superJúpiter 1988
• Exo-Júpiter 1995
• Exo-superTerra 2005 (1992)
• Exo-Terra 2014
• Oxigênio ?
• Água ?

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