Você está na página 1de 5

Se morressem hoje ou num futuro distante, para onde iriam, Céu ou inferno?

A certeza da salvação

1. Por segurança estabelecida queremos nos referir àquela que é gerada exclusivamente
por Deus, e sendo “extra-nós” independe do que sentimos ou percebemos.
2. Embora a doutrina da salvação esteja intimamente ligada à segurança da salvação, elas
possuem bases diferentes.
3. Enquanto a salvação é fruto do amor de Deus que chama, justifica, santifica e glorifica
aqueles a quem elege e tudo isto através da obra realizada por Jesus, a segurança de
salvação tem sua base na veracidade da obra salvífica de Cristo
4. Não é apenas o cumprimento das profecias do Messias, mas também o executar desta
obra em nós. Cristo providenciou a salvação e o próprio Deus, pelo seu Santo Espírito,
aplica seus benefícios em nós.
a. Ao sermos regenerados, somos então alvo das promessas reveladas acerca dos
filhos de Deus (Jo 1:12, 6:37; Rm 8:14,28-33; Ef 1:1-4; I Jo 5:2; I Pd 2:9)
5. Ao dizermos que a segurança da salvação, em primeiro aspecto, é estabelecida por
Deus, enfatizamos que a garantia real da nossa salvação não é o resultado do que
sentimos ou fazemos, mas o resultado da ação divina de providenciar, conceder e
assegurar a salvação a todos aqueles que o Pai dá a Cristo (Jo 6:39).

Bases neotestamentárias

É possível experimentarmos a plena certeza da salvação pelo simples testemunho de vida dos
personagens bíblicos, tão conhecidos de todos nós. Tanto no Velho quanto no Novo
Testamento encontramo-los vivendo impressionantes experiências, conseqüentes da alegria e
esperança que depositavam em Deus.

Teria Abraão abandonado sua terra e parentela para aquela terra que Deus lhe mostraria e,
depois, ainda ter-se-ia permitido todas aquelas provas de fé se não cresse na fidelidade de
Deus?

Poderia Moisés aceitar o desafio de Deus de libertar o povo hebreu da escravidão no Egito e,
viver todas aquelas aventuras se ele mesmo, não estivesse certo de que Deus seria fiel e
cumpriria suas promessas?

Os apóstolos teriam seguido a Jesus antes após sua morte se não tivessem certeza daa
salvação que há em Cristo Jesus?

Caso não estivesse absolutamente certo de todas estas coisas, poderia o apóstolo Paulo ter
escrito: “Ele me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20b)?

“Nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:39b)?
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia...” (2 Tm 4:7-8a)?

Também o evangelista João confirma: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida...”
(1Jo 3:14a),

“... quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em
juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5:24).

Se a vontade do Pai é que creiamos em seu Filho e, dessa forma, tenhamos vida eterna nEle,
então não importa se nossa fé é fraca ou forte; importa que é fé depositada em Cristo, então é
fé salvadora.

Fundamentos espirituais.

Examinando o ensino bíblico descobriremos que, a segurança da salvação tem dois


fundamentos (ou bases), um objetivo e outro subjetivo.

Primeiro, fundamentado na autoridade objetiva da Palavra de Deus: O crente pode saber que
foi escolhido desde a fundação do mundo e que Cristo já o justificou plenamente.

Objetivamente, a certeza da salvação, portanto, não repousa sobre experiências emocionais,


mas sobre a autoridade do testemunho da obra salvífica de Cristo.

Por outro lado, subjetivamente, esta segurança envolve também a convicção pessoal criada
pelo Espírito Santo no coração dos pecadores, de que foram perdoados, foram adotados na
família de Deus como filhos amados e que pertencem a ele para sempre.

Estes dois fundamentos podem ser percebidos através das evidências que a maioria dos
autores pesquisados mencionam, as quais vamos tratar a partir de agora:

1. Primeiro, os meios mais comuns que a graça propõe;


2. Segundo, o alicerce da Palavra de Deus;
3. Terceiro, a ministração do Espírito de adoção.

1. Podemos nos deixar convencer pelas evidências que o próprio Deus nos dá. O cultivo do
hábito constante da oração, o louvor a Deus por meio de um hino, a leitura devocional e o
estudo da Bíblia, a prática do evangelismo... trazem a certeza para dentro do nosso coração.

2.Uma outra evidência que temos para a certeza da nossa salvação é a fidelidade de Deus
revelada na Palavra. Quando Deus faz uma revelação incondicional de sua fidelidade,
esperamos que nenhum de seus filhos enfrente dificuldade em crer naquilo que ele mesmo
prometeu.

2.Podemos mencionar as promessas contidas em João 3:16, 4:14, 10:28; Romanos 8:1; 1 João
5:12 e outras. Lembremo-nos de que, o Senhor vela sobre sua Palavra, para a cumprir
(Jeremias 1:12) como Ele mesmo disse por meio do profeta: “... a palavra que eu falar se
cumprirá...” (Ezequiel 12:25).
3. Por fim, o testemunho interior do Espírito Santo na vida do cristão, como o apóstolo Paulo
aponta: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:16)
e “E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama:
Aba, Pai!” (Gl 4:6). É uma segurança ministrada pelo Espírito de Adoção.

SEGURANÇA OFERECIDA

Sendo a segurança de salvação dos eleitos já estabelecida no plano eterno de Deus, restam
ainda dois aspectos da segurança: a oferta de tal segurança e o que pode ser percebido pelos
eleitos. Ao estudarmos esta questão podemos identificar três fatores ou bases da segurança
cristã:

(1) As promessas das Escrituras;

(2) O testemunho do Espírito Santo e;

(3) As evidências da vida de graça.

Os dois primeiros são bases oferecidas aos eleitos e o terceiro trata-se da segurança percebida,
pois é através das evidências da graça que poderemos obter um sentimento pessoal da certeza
da salvação

Tendo o pecador crente sido regenerado, ele se torna capaz, pelo Espírito Santo, de
desenvolver sua salvação (Fp 1:25 e 2:12). S

eu primeiro passo é fé na veracidade das promessas divinas. Isso gera confiança no Deus que
ao prometer é fiel para cumprir (Sl 125:1, Gn 15:6).

A segurança da salvação não é apenas um sentimento ao que está escrito na Palavra. A fé


autêntica produz características ou evidências pessoais.

Calvino não admite a perda da fé verdadeira, pois esta é gerada e preservada por Deus.
Contudo, Calvino admite uma “fé temporal”, que segundo ele “mostra uma certa aparência de
obediência”,porém não pode produzir segurança, pois os que a tem “enganam a si mesmos
com uma falsa opinião”.

Se por um lado admite-se que a fé pode ser temporária, e vir a sucumbir, não se deve deduzir
o mesmo da fé verdadeira. Esta possui a garantia daquilo que já foi estabelecido por Deus (Ef.
1:1-3).

Porém, é perfeitamente aceitável a gradação da fé.

Jesus fala de pouca fé (Mt. 6:30), de fé pequena (Mt. 8:26, Mc. 4:40) e grande fé (Mt.
8:10,15:28)
Incontestavelmente, ao colocarmos nossa fé nas Escrituras, surgirá um forte sentimento de
esperança segura, pois tal esperança se fez segura por ser oferecida por Deus
incondicionalmente (II Co 1:20; Hb 6:18).

A Segurança Oferecida Pelo Espírito Santo

As promessas de Deus estabelecidas nas Escrituras não se constituem, por si só, uma garantia
para todo aquele que nelas colocam sua fé.

Não é o simples fato de acreditarmos nas Escrituras ou declará-las verdadeiras que gerará
segurança de salvação. Há, indispensavelmente, a necessidade do próprio Deus oferecer suas
promessas para nós.

A salvação é dom de Deus assim como a fé e as promessas (Ef 2:8,9; Rm 4:16-20).

Além da segurança oferecida pelas promessas reveladas nas Escrituras, o próprio Deus, através
do seu Espírito Santo oferece o seu testemunho de garantia.

O texto do capítulo 8 de Romanos é particularmente importante e pertinente. O apóstolo


Paulo ao falar da obra da graça de Cristo no pecador justificado, assegura duplamente:

Primeiro que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8:14).
Isto nos conduz aos efeitos da graça em busca da santidade e de sermos imitadores de Cristo
(Ef 5:1,2), aspecto que evidencia nossa segurança e que abordaremos mais adiante.

Segundo, que a segurança do crente é testemunhada pelo Espírito Santo em nós: “pois o
próprio Espírito testifica com o nosso espírito de que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16-17).
Aqui necessário se faz tecermos algumas considerações sobre este precioso texto.

a) É oferecida a segurança de nossa filiação

Trata-se de uma ação do Espírito Santo direcionada ao nosso espírito.É a segurança dada por
Deus àqueles a quem ele, pela obra de Cristo aplicou sua adoção. Trata-se da segurança que é
oferecida a filhos. É o próprio Pai que declara e reconhece a sua paternidade(Rm 8:17).

b) A segurança da filiação é produzida

O texto de Rm. 8:15 que traduz a ação do Espírito como “testificar”, significa confirmar,
assegurar. Desta forma, traduziríamos o texto dizendo que o Espírito Santo produz em nosso
espírito a segurança de que nós somos filhos de Deus.
c) - A segurança oferecida é a prova de nossa salvação

Esta é a ênfase dada por Calvino ao dizer que o guiar do Espírito Santo na vida do crente “é o
sinal de que é seu (de Deus)”.

Para ele, todos os que são guiados pelo Espírito Santo “devem estar seguros da vida eterna”.

Evidências da Graça e da salvação

Sem tecer muitos comentários aos termos em si, queremos enfocar esta questão como “atos
reflexos da fé” ou a obra que o Espírito Santo realiza através de nós. O cerne reside no fato de
que o verdadeiro crente frutifica em sua nova filiação (Jo 15:7,8; Mt 7:16,17; Ef 2:10; I Jo
3:18,19). Ele traz consigo marcas54 que fazem com que a verdadeira fé seja revelada.

Você também pode gostar