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Prof.

Wagner Santos

CN 2023
CPF 17672808745

MORFOLOGIA

AULA 04

Estrutura e processos de formação de palavras

Prof. Wagner Santos

www.estrategiamilitares.com.br

AULA 04 – Processos de Formação de Palavras


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Sumário
APRESENTAÇÃO 3

1 A PALAVRA E SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 3

1.1 Estrutura das palavras 4


Raiz 5
Radical 5
Tema 6
Vogal temática 6

1.2 Elementos modificadores 8


Afixos 8
Desinência 8

1.3 Elementos de ligação 10


Vogais e consoantes de ligação 10

2 PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 14

2.1 Derivação 15
Prefixação 16
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Sufixação 16
Prefixação e sufixação 17
Parassintética 17
Derivação regressiva 18
Derivação imprópria 19

2.2 Composição 24
Justaposição 24
Aglutinação 25
Hibridismo 28
Siglonimização 28
Abreviação (Redução) 29
Onomatopeia 30

3 EXERCÍCIOS 32
Lista 01 – Exercícios sem resolução 32
Lista 01 – Gabarito 37
Lista 01 – Exercícios resolvidos 37
Lista 02 – Exercícios sem resolução 47
Lista 02 – Gabarito 56
Lista 02 – Exercícios resolvidos 56
Lista 03 – Exercícios sem resolução 69
Lista 03 – Gabarito 79
Lista 03 – Exercícios resolvidos 80

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 103

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Apresentação
Na aula de hoje, iniciamos o nosso percurso por uma das grandes áreas da linguística:
a Morfologia. No caso, começaremos pelos processos de formação de palavra, essenciais para
nossa compreensão dos próximos pontos, quando dividimos as palavras em Classes.
Assim, hoje, analisaremos:
• Estrutura das palavras; e
• Processos utilizados para a formação de novas palavras.

Bora que só bora, Bolas?

1 A palavra e seus elementos constitutivos


Antes de adentrarmos no maravilhoso campo da estrutura que forma as palavras,
precisamos falar um pouco acerca da parte da linguística que estuda os processos e a estrutura
das palavras. De forma geral, temos na morfologia essa relação, sendo ela dividida em duas
partes:
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Dessa forma, precisamos entender o que seria uma palavra, concorda? Se vamos
analisar a relação estabelecida em sua formação, assim como os elementos envolvidos nesse
processo, precisamos pensar claramente em uma relação de definição. Vamos lá?

Palavra é uma unidade linguística que, na oralidade ou na escrita, apresenta clara


significação própria. Além disso, ela existe isoladamente, ainda que não encaixada em
um enunciado.

Interessante essa definição. Digo isso, porque a ideia de “existir isoladamente e ter
significação própria” é o que precisamos para a nossa relação de formação e estrutura. Não
vamos nos aprofundar na relação de distinção entre palavras e vocábulo, porque isso dá muito
pano pra manga, como costumam dizer por aí. Vamos nos focar, nesse momento, nos
elementos que podem formar uma palavra, que aqui entenderemos como sinônimo de
vocábulos.
Para exemplificar essa ideia de palavras e o conceito que apresentamos, imaginemos o
seguinte diálogo:

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- Professor, me diga uma coisa?


- Digo sim, claro!
- Onde o senhor mora?
- Brasília!

Perceba que a palavra “Brasília” é utilizada de forma autônoma e contém informação


que a faz ter significação clara. Assim, podemos realmente dizer que “Brasília” é uma palavra.
Muito doido, não é mesmo?

1.1 Estrutura das palavras


Gosto muito, quando vou tratar de estruturas de palavras, assim como quando vou falar
sobre processos de formação, da comparação que o gramático Fernando Pestana usa para
tornar imagética a relação de estrutura: Pestana apresenta a ideia de que a palavra é como um
prédio, que apresenta uma “base” e outras partes que se ligam a essa base. É exatamente
assim que devemos observar essa relação de estrutura: temos uma base sobre a qual
construiremos novas palavras.
Nesse ponto, entendemos como “partes” das palavras:
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• Radical;
• Afixos: prefixos e sufixos;
• Desinências (que trataremos na aula 06);
• Vogal temática; e
• Vogal/consoante de ligação.

Essas partes da estrutura da palavra são chamadas de morfemas, que é, simplesmente,


a menor parte de uma palavra que apresenta significado. São partes significativas de uma
palavra e são utilizadas para a sua formação completa de significado. Vejamos o que
encontramos em uma palavra como supermercadinho (pense nessa palavra com um valor
depreciativo, a partir do uso do diminutivo):

Note que, nessa palavra, conseguimos identificar três elementos constitutivos, os quais
serão aprofundados a seguir.
Esses elementos que estruturam a palavra podem ser divididos, segundo Cegalla
(2008) em alguns tipos:

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Elementos básicos e significativos – raiz, radical e tema. (mercd)


Elementos modificadores – afixos, desinência e vogal temática. (Super-, -inho)
Elementos de ligação – vogal de ligação e consoante de ligação

Raiz
Se pensarmos numa árvore, uma raiz é aquilo que fica na base, que sustenta a estrutura
do tronco e da copa. Quando falamos de palavras, a raiz é o elemento originário e
irredutível em que se concentra a significação das palavras (CEGALLA, 2008, p.91).
A raiz tem a ver com a origem da palavra no sentido histórico. No português, o mais
comum é que as palavras venham do latim ou do grego. Destacamos que essa identificação
não se apresenta como produtiva nas questões dos exames em geral. Colocamos a ideia de
raiz para que vocês possam entender claramente que temos uma forma que concentra, em si,
a significação básica da palavra no decorrer do tempo. É uma forma de estudo a qual
chamamos de estudo diacrônico das palavras, em que analisamos essa relação de
significação.

Raiz noc, do latim nocere = prejudicar.


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Palavras formadas com noc têm significado ligado a “dano” de algum modo.
Ex.: nocivo, inocente, inocentar etc.

Radical
O radical é o elemento básico e significativo das palavras. (CEGALLA, 2008, p.91).
Aqui, pensa-se no aspecto gramatical prático, da língua portuguesa atual.
Palavras que compartilham o mesmo radical fazem parte do mesmo campo lexical, ou
seja, possuem significados conectados. Essa conexão ocorre claramente por meio de uma
relação com o radical, que permanece exatamente para indicar essa construção derivada.
Vejamos um exemplo dessa ocorrência.

Notem que realmente todas as palavras apresentam a mesma origem de radical. São
relações de substantivos e adjetivos que mantêm significação ligada à noção de mar.
Inclusive, fiz questão de apresentar esse quadro organizado dessa forma, porque essa
é a melhor forma de comparação e palavras para que tenhamos certeza do radical utilizado e

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da proximidade das palavras. Normalmente, em questões que trabalham com essa


“decupagem” da palavra, você se perdem um pouco por conta dessa noção de radical. Assim,
coloquem as palavras derivadas em uma lista e vejam o que se repete. Vamos tentar essa
forma com palavras relacionadas àquele objeto mágico chamado livro?

Note que, nesse quadro com as palavras relacionadas a Livro, temos uma repetição de
“livr-“, comprovando que temos uma relação dele como radical. Perceba, ainda, que destaquei
o “o” de livro de forma diferente das demais. É o que veremos ser a chamada vogal temática.

Utilizamos o hífen logo depois de um radical ou relacionado aos afixos, para que
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entendamos que outro elemento será ali conectado. Assim, marcamos o prefixo
“re-“ e o sufixo “-idade” para identificação como prefixo e sufixo, respectivamente.

Tema
O tema é formado pelo radical + vogal temática. É simples assim, professor? Sim, sim.
Simples mesmo. Essa classificação, inclusive, é bem pouco cobrada de vocês, mas faço
questão de apresentá-la, porque é simples e auxilia na compreensão da vogal temática,
apresentada acima. Vejamos o exemplo seguir, relacionada com os verbos. Nesse tipo de
construção, principalmente com os verbos regulares, temos constantemente a repetição do
tema.

Canta = cant + a
O tema “canta” se liga ao -r para formar o verbo cantar. O verbo será flexionado
mantendo o tema “canta”
Ex.: Canta, cantava, cantara, cantarão etc.

Vogal temática
A vogal temática é uma vogal que se liga ao radical formando nomes e verbos. Como
essa parte é essencial aos verbos, para que se compreenda em qual conjugação se encaixa
o verbo, ela é usualmente mais cobrada e estudada nessa classe. Contudo, veja como funciona
nos nomes e nos verbos, de forma distinta.

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Raiz
Unidade mínima ligada à origem histórica da palavra.

Radical
Elementos básicos
Unidade básica que indica campo semântico no português atual.

Tema
Radical + vogal temática

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1.2 Elementos modificadores

Afixos
Afixos são elementos que se agregam aos radicais ou temas, formando palavras
derivadas. Por apresentarem claro significado que se soma ao significado do radical, temos a
necessidade de entender que temos um morfema em cada uma das representações de afixos.
Note que a relação do afixo é sempre com o radical ou com o tema. Temos, então, com
relação à posição que ocuparão a classificação desses afixos.
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Principais prefixos e seus significados


a- (ab) = afastamento ad- = aproximação
des- = separação e ação contrária ou
anti- = oposição
negação
dis- = separação, movimento para diversos
e- (ex) = movimento para fora
lados
i- (in) = movimento para dentro ou
pos- = posteridade
negação
pre- = anterioridade sub- = inferioridade
super- = superioridade, excesso trans- = movimento para além

Desinência
A desinência é um elemento que se adiciona no fim das palavras para indicar sua
flexão. Falaremos dela de forma mais profunda mais à frente, uma vez que não temos uma
relação de formação de palavras com a entrada de uma delas em uma palavra. Dividimos as
desinências em nominais e verbais.
As desinências nominais indicam flexões de gênero (feminino e masculino) e número
(singular e plural).

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As desinências verbais indicam flexões de número, pessoa, tempo e modo. Veja o


exemplo:
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Prefixos
Adicionados antes do redical
Afixos
Sufixos
Adicionados depois do radical.

Nominal
Indica flexão de gênero e número

Elementos Desinência
modificadores Verbal
Indica flexão de número, pessoa, modo e tempo.

1ª conjugação
A

2ª conjugação
Vogal temática
E
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3ª conjugação
I

1.3 Elementos de ligação

Vogais e consoantes de ligação


Em algumas palavras, é preciso que se adicione uma letra na estrutura por questões de
sonoridade: sem esse elemento, a pronúncia seria mais difícil. Veja exemplos abaixo:

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(EsPCEx/2015)
Responda, na sequência, os vocábulos cujos prefixos ou sufixos correspondem aos seguintes
significados:

QUASE; ATRAVÉS; EM TORNO DE; FORA; SIMULTANEIDADE


a) hemisfério; trasladar; justapor; epiderme; parasita.
b) semicírculo; metamorfose; retrocesso; ultrapassar; circunavegação.
c) penumbra; diálogo; periscópio; exogamia; sintaxe.
d) visconde; ultrapassar; unifamiliar; programa; multinacional.
e) pressupor; posteridade; companhia; abdicar; ambivalente.

Comentários:
A alternativa correta, nesse caso, é a letra C. O que a questão deseja, nesse caso, é que
associemos a relação de significação das palavras ao que se apresenta no trecho em
maiúsculas. Assim, compreende-se que:
1) Penumbra: o prefixo “pen-“, encontrado na palavra, é um prefixo de origem latina que tem
a significação de “quase”, dado que “penumbra” significa um ambiente “quase escuro” ou,
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ainda, “quase sem luz”.


2) Diálogo: o prefixo “dia-“, encontrado na palavra, é um prefixo de origem grega que tem a
significação de “movimento através de”. Essa significação fica clara quando imaginamos que,
em um diálogo, as pessoas apresentam suas ideias por meio da fala.
3) Periscópio: a palavra em questão tem a significação de “um instrumento que permite às
pessoas verem objetos distantes, mantendo-se escondido para isso”. Assim, “peris-“ indica a
ideia de que o objeto gira em torno de seu eixo, com significação de “movimento ou posição
em torno de”.
4) Exogamia: o prefixo “exo-”, de origem grega, indica a ideia de “movimento para fora”, em
contraste com a ideia de “endo-“, que indica movimento para dentro. Assim, como a palavra
“exogamia” tem a significação de “cruzamento de indivíduos relação genética distante”, pode-
se perceber que é o movimento para fora da mesma genética.
5) Sintaxe: o prefixo “sin-“, também de origem grega, apresenta-se com significação de
“simultaneidade”, sendo explicitada essa significação na ideia de que “sintaxe” analisa os
elementos simultaneamente dentro de um contexto, dado que, se mudarmos o contexto, a
palavra provavelmente será sintaticamente diferente.
Gabarito: C

(ESA/2014)
Marque a opção cuja palavra apresente um prefixo com o mesmo significado do prefixo
destacado na palavra “inverdades":
a) afônico
b) iminente

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c) encéfalo
d) anteposto
e) introvertido

Comentários:
A alternativa A está correta, porque o prefixo “in-“, encontrado em “inverdades” tem o
valor mais comum desse prefixo, que é a negação. Dessa forma, podemos entender que
temos se relaciona diretamente com o prefixo de negação “a-“, em “afônico”. Uma pessoa que
está “afônica” é aquela que, momentaneamente na maior parte das vezes, perde a capacidade
de falar. Ou seja, estar “afônico” é o mesmo que estar “sem voz”.
A alternativa B está incorreta, porque o prefixo “i-“, na palavra em questão, tem a
significação de um elemento que pode ocorrer a qualquer momento, revelando a ideia de
imediatismo, por assim dizer.
A alternativa C está incorreta, porque o prefixo “en-“, na referida palavra, apresenta a
significação de “movimento para dentro”, dado que a palavra indica um elemento anatômico
que está dentro da caixa craniana.
A alternativa D está incorreta, porque o prefixo “ante-“, na referida palavra, apresenta a
significação de “anterioridade”, ou seja, a palavra “anteposto” tem a significação de algo que
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é colocado “antes” de outro elemento.


A alternativa E está incorreta, porque o prefixo “in-“, na referida palavra, apresenta a
ideia de interiorização, movimento para dentro, dado que temos a significação de uma pessoa
que se volta para dentro de si, tímida.
Gabarito: A

(EsPCEx/2013)
Assinale a alternativa que contém um grupo de palavras cujos prefixos possuem o mesmo
significado.
a) compartilhar - sincronizar
b) hemiciclo - endocarpo
c) infeliz - encéfalo
d) transparente - adjunto
e) benevolente – diáfano

Comentários:
A alternativa A está correta, porque os prefixos “com-“ e “sin-“ indicam a ideia de
simultaneidade, companhia. Essa significação é perceptível no significado que as palavras
recebem na leitura.
A alternativa B está incorreta, porque o prefixo “hemi-“, encontrado na primeira palavra,
apresenta a noção de “divisão em duas partes”, fato confirmado pela ideia de que “hemiciclo”,
na realidade, é um semicírculo. O segundo prefixo, “endo-“, indica “movimento para dentro”,

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fato confirmado pelo fato de que o “endocarpo”, na biologia, indica a camada mais interna do
pericarpo dos frutos. (UI!)
A alternativa C está incorreta, porque o prefixo “in-“, encontrado na primeira palavra,
apresenta a noção de negação, dado que “infeliz” é aquele que não tem felicidade. O segundo
prefixo, “en-“, indica “movimento para dentro”, dado que o “encéfalo” está localizado dentro
da caixa craniana.
A alternativa D está incorreta, porque o prefixo “trans-“, encontrado na primeira palavra,
apresenta a ideia de “passagem através de”, confirmada pela noção da palavra, que indica
elemento que pode ser atravessado pela luz”. Na segunda palavra, o prefixo “ad-“ tem o
significado de “junto”, dado que um adjunto é alguém que está próximo ou junto de outro
elemento.
A alternativa E está incorreta, porque o prefixo “bene-“, encontrado na primeira palavra,
apresenta a significação de “bem, excelência de fato ou ação”. Esse significado fica claro
quando pensamos que uma pessoa “benevolente” é aquela que age de forma bondosa. O
prefixo “dia-“ apresenta a significação de “através de”, confirmado pela ideia da palavra, que
representa a noção de “que permite a passagem de luz”.
Gabarito: A

(EsPCEx/2012)
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Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas por prefixos com significação
semelhante.
a) metamorfose – metáfora – meteoro – malcriado
b) apogeu – aversão – apóstata – abster
c) síncope – simpatia – sobreloja – sílaba
d) êxodo – embarcar – engarrafar – enterrar
e) débil – declive – desgraça – decapitar

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque os prefixos “meta-“ e suas variações, nesse caso,
apresentam a significação de “mudança, sucessão”, como “metamorfose” e “metáfora”;
“movimento”, como em “meteoro”. O prefixo “mal”, indica “imperfeição” ou, ainda, “negação”.
A alternativa B está correta, porque o prefixo “a-“ e suas variações, nesse caso,
apresentam a mesma significação, a de “afastamento”. Acredito que, nesse caso, a principal
dúvida seja relacionada com a noção de “apogeu” que significa, denotativamente, algo que
está afastado.
A alternativa C está incorreta, porque os prefixos “sin-“ e suas variações, nesse caso,
apresentam a significação de “simultaneidade”, como em “simpatia” e “síncope”;
“sobreposição”, como em “sobreloja”; e “completude”, como em “sílaba”.
A alternativa D está incorreta, porque os prefixos “em-“ e suas variações, nesse caso,
apresentam a significação de “movimento para fora”, como em “êxodo”; e “movimento para
dentro”, como em “embarcar”, “engarrafar” e “enterrar”.

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A alternativa E está incorreta, porque os prefixos “de” e suas variações, nesse caso,
apresentam a significação de “movimento de cima para baixo”, como em “declive”; “ausência
ou falta”, como em “desgraça” e “débil”; e “separação”, como em “decapitar”.
Gabarito: B

2 Processos de formação de palavras


Chegamos ao ponto mais importante do conteúdo quando o assunto são as questões
cobradas nos exames: os processos de formação de novas palavras em português. Perceba
que a estrutura da palavra é essencial para que entendamos como ela foi formada, por isso
iniciamos por esse conteúdo. Agora, porém, apresentaremos os processos utilizados, em
português, para que tenhamos novas palavras.
É claro que as análises dos processos de formação podem ser empregadas a vocábulos
já existentes. Ou seja, podemos analisar palavras que não mais são neologismos para que
possamos entender como ela foi formada à época.
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Perceba que as palavras surgem e são consideradas neologismos, como


apresentaremos a seguir por meio da conceituação. Contudo, em um determinado
momento, elas deixam de ser classificadas dessa forma, porque passama a pertencer
definitivamente à língua portuguesa. Quando é que isso acontece?
Isso acontece sempre que a palavra passa a pertencer aos dicionários considerados
importantes na língua portuguesa, como o Aurélio e o Houaiss. Contudo, o tempo para
que os neologismos passem a fazer parte dos dicionários varia de quatro a cinco anos,
para que se tenha certeza de que aquela palavra “caiu no gosto popular”, ou seja, que
ela passou realmente a ser utilizada com produtividade na língua.

Para que nosso aproveitamento com relação à formação de palavras seja otimizado, é
necessário que tenhamos alguns conceitos claros em nossa cabeça:

❖ Palavra primitiva é aquela que não surge de um processo de formação a partir de outra
palavra. Ou seja, é uma palavra que não sofreu derivação. Por exemplo: cadáver, pedra,
amigo.
❖ Palavra derivada é, como o nome indica, uma palavra que passa por um processo de
derivação para ser formada, ou seja, vem de uma palavra primitiva da língua
portuguesa. Por exemplo: imoral, florista, solar.
❖ Palavra simples é aquela que apresenta somente um radical, ou seja, é uma palavra que
não passou por um processo de composição. Por exemplo: florista, beijo, sol.
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❖ Palavra composta é aquela que apresenta mais de um radical, ou seja, aquela que
passou por um processo de composição. Por exemplo: beija-flor, girassol, embora.

Como você percebeu na conceituação acima, temos essencialmente dois processos de


formação de palavras, que serão aprofundados a seguir: a derivação e a composição. Vamos
a eles, bolas de fogo.

(EsPCEx/2013)
São palavras primitivas:
a) época – engarrafamento – peito – suor
b) sala – quadro – prato – brasileiro
c) quarto – chuvoso – dia – hora
d) casa – pedra – flor – feliz
e) temporada – narcotráfico – televisão – passatempo

Comentários:
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A alternativa A está incorreta, porque, ainda que “época”, “suor” e “peito” sejam
palavras primitivas, por não terem passado por nenhum processo de formação, a palavra
“engarrafamento” é formada pelo processo de derivação parassintética.
A alternativa B está incorreta, porque, ainda que “sala”, “quadro” e “prato” sejam
palavras primitivas, por não terem passado por nenhum processo de formação, a palavra
“brasileiro” é formada pela inserção de um sufixo, dado que vem da palavra “Brasil”.
A alternativa C está incorreta, porque, ainda que “quarto”, “dia” e “hora” sejam palavras
primitivas, por não terem passado por nenhum processo de formação, a palavra “chuvoso” é
formada a partir da inserção de um “sufixo”, que indica intensidade.
A alternativa D está correta, porque todas as palavras encontradas são primitivas, dado
que não passaram por nenhum processo de formação. Elas, nesse caso, darão origem a outras
palavras.
A alternativa E está incorreta, porque “temporada” é derivada por prefixação;
“narcotráfico” é formada por composição por aglutinação, dado apresentar dois radicais;
“televisão” é formada por hibridismo, dado unir elemento grego e elemento latino; e
“passatempo” é formada por composição por justaposição.
Gabarito: D

2.1 Derivação
O dicionário Aulete explica que o processo de derivação ocorre quando há a
multiplicação e o reaproveitamento de uma palavra com acréscimo de sufixos e prefixos.
Ou seja, em essência, para que tenhamos derivação, é necessária a relação de entrada de
sufixos e prefixos. Contudo, como veremos, existem dois processos chamados de derivação
em que não há essa relação. Ainda que isso seja um pouco incoerente, para o nosso objetivo

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aqui, vamos considerá-los como derivação: são eles a derivação imprópria e a derivação
regressiva.
Além desses dois processos, temos como derivação: prefixal, sufixal e parassintética.
Bora que só bora para compreender esses processos. Já adianto que você deve levar em
consideração os nomes para auxiliar na compreensão do processo. Eles nos dão pistas sobre
como se dá a formação.

Prefixação
A prefixação ocorre quando temos o acréscimo de um prefixo a um radical. Ou seja,
sempre que adicionamos um prefixo a um determinado radical, ou palavra primitiva, temos a
relação de prefixação.
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Sufixação
O processo de sufixação ocorre sempre que um sufixo é adicionado a um radical,
construindo nova palavra a partir dessa adição de afixo.

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Prefixação e sufixação
Nesse processo, temos a entrada não simultânea de um prefixo e de um sufixo em uma
palavra. Recomendamos um teste simples para a identificação desse processo: retiramos um
dos afixos e percebemos a existência da palavra. Caso a palavra exista, temos o processo
de prefixação e sufixação, caso não exista após a retirada dos afixos, entendemos que haverá
parassíntese, que apresentaremos a seguir. Vejamos alguns exemplos:
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Perceba que, em todos os vocábulos apresentados no exemplo anterior, as palavras,


sem um dos afixos, existe: Valorização; Descortês/Cortesia; Infeliz/Felizmente; Alfabetização.
Dessa forma, comprovamos no nosso teste para essa determinação. Reforço que somente a
retirada de um dos afixos (prefixo ou sufixo) é suficiente para a determinação. Ainda que
somente “valorização”, por exemplo, exista, temos a possibilidade de teste
comprovada.

Parassintética
A derivação parassintética é extremamente parecida com a derivação prefixal e
sufixal. Nela, também temos a entrada de um prefixo e de um sufixo de forma dependente.
Não podemos separar os dois afixos. Costumeiramente, dizemos que há a entra simultânea
dos dois afixos. É um processo muito comum na formação de verbos, como veremos a seguir,
e de seus derivados. Vejamos:

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Note que nosso teste, para esses casos, não consegue se aplicar:

• Anoit e noitecer não existem.


• Emagr e magrecer não existem.
• Descamp e campado não existem.
• Avermelh e vermelhado não existem.
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Dessa forma, nota-se que os dois afixos foram adicionados ao mesmo tempo ao
radical, inviabilizando a possibilidade de retirada de um deles para a existência autônoma da
palavra.

Derivação regressiva
Na derivação regressiva, também chamada de regressão, temos verbos que dão
origem a substantivos que passam a ter uma relação de indicação de ação ou resultado de
ação. Esse tipo de substantivo é chamado “deverbal” e, comumente, apresenta-se como um
substantivo abstrato. São poucos os casos em que ocorre a formação de um substantivo
concreto.
É importante destacar que esse tipo de derivação envolve, necessariamente, a perda
de elementos da palavra original, no caso o verbo. Ainda que precisemos adicionar alguma
coisa para que o substantivo possa fazer sentido, consideramos a perda na palavra original.
Vejamos alguns exemplos:

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Derivação imprópria
Na derivação imprópria, apesar desse nome, temos uma construção interessante: uma
palavra passa, em um determinado contexto, a funcionar em uma classe gramatical
diferente da sua de origem. Ainda que apresente esse nome, você deve considerar que

Normalmente, essa forma de derivação ocorre por meio de uma relação de


substantivação. Nesse caso, transformamos uma palavra de determinada classe gramatical
em um substantivo, mas somente dentro daquele determinado contexto. Isso é essencial para
a nossa classificação. Pense nisso. Além desse fato, temos a possibilidade de construção de
substantivos com valor de adjetivos, a depender do contexto.
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Note que as duas palavras destacadas, judas e amar, são utilizadas, dentro do contexto,
em classe diferente das originais. O substantivo está adjetivado no primeiro caso e, no
segundo, o verbo está substantivado. Vejamos alguns outros exemplos:

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Verbo vira substantivo:


O amar é fundamental para o ser humano.

Substantivo vira adjetivo:


Aquele local se tornou uma cidade fantasma.

Adjetivo vira substantivo:


Os jovens podem mudar o mundo.

Adjetivo vira advérbio:


Ela fala muito baixo.

Numeral vira adjetivo:


Eu tenho tolerância zero a esses comportamentos.
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Advérbio vira substantivo:


Ele nunca ouviu um não na vida.

É interessante notar que, em muitos casos em que utilizamos a linguagem informal, temos
muitos casos de derivação regressiva. Fique atento a eles:
Amassar => Amasso
Agitar => Agito
Apertar => Aperto

(EEAr/2016.2)
Assinale a alternativa que apresenta a palavra destacada formada pelo processo de derivação
parassintética.
a) O jogador foi incapaz de explicar o motivo de sua ausência no treinamento de quarta-feira.
b) Ao se alistar na Força Aérea Brasileira, o jovem ficou entusiasmado.
c) Após horas de sofrimento, Xavier encontrou um dentista para atendê-lo.
d) O choro da criança perturbava toda vizinhança.

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Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a palavra “incapaz” é formada pelo processo de
prefixação, dado que se insere um prefixo “in-“ ao radical “capaz”.
A alternativa B está correta, porque, ainda que possa parecer que a palavra “alistar” seja
formada a partir da ideia de “listar”, os dois significados não se aproximam. “Alistar”, nesse
caso, não representa a ideia de “colocar em lista”, mas representa a ideia de “inscrever-se”,
“afiliar-se”. Dessa forma, entende-se que a palavra é formada por parassíntese.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “dentista” é formada a partir do processo
de derivação sufixal, dado que temos a inserção do sufixo “-ista” ao radical “dent-“, formando
uma relação de profissão.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “choro” é formada pelo processo de
derivação regressiva, sendo originária do verbo “chorar”. Note, ainda, que nesse tipo de
processo, podemos ter a construção de regressiva com modificação de elemento, como aqui,
em que o “a” é trocado pelo “o”, por motivos de significação.
Gabarito: B

(ESA/2012)
São formadas por derivação prefixal, sufixal e parassintética, respectivamente, a sequência
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a) abdicar, pernoite, descer.


b) superpor, forense, amanhecer.
c) suavizar, dispneia, ensurdecer.
d) embainhar, sinfonia, bondosamente.
e) abotoar, ponteiro, intravenoso.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque “abdicar” é considerada uma palavra primitiva;
“pernoite” é formada pelo processo de derivação prefixal; “descer” é considerada uma palavra
primitiva.
A alternativa B está correta, porque “superpor” é formada pelo processo de derivação
prefixal, dado que “super” é um prefixo; “forense” é formada pelo processo de sufixação, dado
que “-ense” é um sufixo formador de adjetivos; e “amanhecer” é formada por parassíntese,
dado que temos a entrada simultânea do prefixo “a-“ e do sufixo “-ecer”.
A alternativa C está incorreta, porque “suavizar” é formada pelo processo de derivação
sufixal; “dispneia” é formada pelo processo de derivação prefixal; e “ensurdecer” é formada
pelo processo de parassíntese.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “embainhar” é formada por
parassíntese; a palavra “sintonia” é uma palavra primitiva, que dá origem a outras; e
“bondosamente” é formada por prefixação.

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A alternativa E está incorreta, porque a palavra “abotoar” é formada pelo processo de


prefixação e sufixação; “ponteiro” é formado realmente por derivação sufixal; e “intravenoso”
é formado por prefixação e sufixação.
Gabarito: B

(EsPCEx/2011)
Quanto à estrutura e formação de palavras, assinale a alternativa correta.
a) Perfeição e percurso são palavras cognatas.
b) Em combatente, ocorre derivação parassintética.
c) A palavra pontiagudo é formada por justaposição.
d) Em exportar e êxodo, os prefixos têm sentido correspondente.
e) Em hipótese, o prefixo indica “antes, anterioridade”.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a ideia de “palavras cognatas” perpassa a noção
de palavras que são aparentadas, ou seja, que apresentam mesma origem e, por isso,
proximidade de significação. No caso, as duas palavras não têm classificação como cognatas.
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A alternativa B está incorreta, porque a palavra combatente apresenta-se como formada


por derivação sufixal, uma vez que há acréscimo somente do sufixo “-ente”. Para que houvesse
parassíntese, seria necessária a inserção de dois afixos, um prefixo e um sufixo.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “pontiagudo”, ainda que seja formada
por composição, ao unir os radicais “ponta” e “aguda”, não se forma pelo processo de
justaposição, dado que há modificação fonética em uma das palavras. Ela é, portanto, formada
por aglutinação.
A alternativa D está correta, porque os dois prefixos, “ex-“, apresentam, nas palavras em
questão, a ideia de movimento para fora. Dessa forma, pode-se compreender que os sentidos
das palavras, quanto a seus prefixos, são próximos, fazendo com que essa seja a alternativa
considerada correta.
A alternativa E está incorreta, porque a palavra “hipótese” apresenta, como prefixo, o
termo “hipo-“, que designa uma ideia menor. Essa noção é parte da significação da palavra,
dado que toda hipótese necessita de um processo de confirmação.
Gabarito: D

(EsPCEx/2005)
A palavra que apresenta o mesmo processo de formação de esverdeado é:
a) desigualdade
b) recompor
c) expatriar
d) sustento

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e) indesatável
Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a palavra “esverdeado” é formada pelo processo
de parassíntese, enquanto “desigualdade” é formada pelo processo de derivação prefixal e
sufixal, dado que a retirada de qualquer um dos afixos gera palavra com existência autônoma
na língua. Atente-se para o fato de que o teste não precisa de duas palavras existindo, mas
somente de uma, dado que, assim, comprova-se a relação de entrada de afixos em momentos
diferentes.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “esverdeado” é formada pelo processo
de parassíntese, enquanto “recompor” é formada pelo processo de derivação prefixal.
A alternativa C está correta, porque a palavra “expatriar”, assim como ocorre com
“esverdeado” é formada por parassíntese, dado que há inserção de prefixo “ex-“ e de sufixo “-
ar”, formador de verbos da primeira conjugação. No caso, entende-se que a retirada de
qualquer um dos afixos não permite a existência da palavra restante de forma autônoma.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “esverdeado” é formada pelo processo
de parassíntese, enquanto “sustento” é formada pelo processo de derivação regressiva,
advinda do verbo “sustentar”.
A alternativa E está incorreta, porque a palavra “esverdeado” é formada pelo processo
de parassíntese, enquanto “indesatável” é formada pelo processo de derivação prefixal e
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sufixal.
Gabarito: C

(ESA/2017)
Em “Você que ama velocidade, agora pode chegar ao finalmente”, a palavra sublinhada foi
formada por:
a) derivação prefixal e sufixal
b) derivação imprópria
c) derivação regressiva
d) derivação prefixal
e) composição por justaposição

Comentários:
Essa é uma questão muito interessante quanto ao processo de formação de palavras,
dado que o candidato poderia se confundir com o processo de formação da palavra de forma
isolada, claramente uma derivação sufixal (assim como todos os advérbios terminados em “-
mente”. Contudo, conforme explicado, é importantíssimo que levemos em consideração a
construção da palavra dentro do contexto, dado que podemos entendê-la como derivada de
forma imprópria, porque há artigo diante da palavra, tornando-a, no contexto, um substantivo.
É por isso que sempre reforço a ideia da importância de levarmos em consideração o contexto
antes de resolvermos a questão. Assim, compreende-se que é uma derivação imprópria
porque temos a construção de um advérbio como um substantivo contextual.
Gabarito: B

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(EEAr/2015)
Assinale a alternativa em que a indicação do processo de formação de palavras colocado entre
parênteses está correta em relação à palavra em destaque na frase.
a) Seu João era homem sério; não gostava das amolações dos moleques. (redução)
b) O mundo ficou boquiaberto com a ousadia da ação terrorista daquele grupo radical.
(hibridismo)
c) O tique-taque do relógio parecia uma bomba sobre a cabeça do homem insone e cheio
de remorso. (justaposição)
d) O acontecimento da tarde, principalmente para as mulheres, era a inauguração da bela
sapataria com vitrines convidativas. (parassíntese)

Comentários:
A alternativa A está correta, porque o “seu”, nesse caso, é uma redução extremamente
produtiva do pronome de tratamento “senhor”. Ele permanece sendo um pronome, mas passa
a ser produzido de forma mais informal e reduzida.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “boquiaberto” é formada pelo processo
de composição por aglutinação, em que se juntam dois radicais com modificação fonética de,
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ao menos, um deles.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “tique-taque” é formada pelo processo
de Onomatopeia, que é a realização, por meio verbal, dos sons produzidos.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “sapataria” é formada pelo processo de
derivação sufixal, tendo como sufixo formador de local, o elemento “-aria”.
Gabarito: A

2.2 Composição
A composição é um processo que consiste em associar duas ou mais palavras ou dois
ou mais radicais para formar uma palavra nova (CEGALLA, 2008, p.98). Pode ocorrer de
dois modos: Justaposição e aglutinação.

Justaposição
Nesse processo, é interessante notar que colocaremos dois ou mais radicais sem que
nenhum deles tenha perda de elementos estruturais e fonéticos. Isso quer dizer,
literalmente, que juntamos dois radicais e eles permanecem incólumes (ilesos/inalterados),
lindinhos da vida, do jeito que sempre foram. Vejamos:

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Desses exemplos, é interessante destacar duas características importantes para você


não se confundir:

❖ Podemos utilizar (com base no novo acordo ortográfico) hifens para formação das
palavras por justaposição, como vimos em “abelha-rainha” e “guarda-chuva”. Contudo,
é importante destacar que não somente palavras por composição utilizam hífen em
sua construção. Por exemplo, ex-mulher é formada por derivação prefixal e utiliza
tranquilamente o hífen.
❖ A palavra girassol é justaposição sim. O que ocorre, nesse caso, é a utilização de um
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fonema a mais para a manutenção de sons do radical utilizado. Como em português o


S entre vogais, para ter som de S, precisa ser duplicado, por meio de um dígrafo, é
necessário que dupliquemos o S.

Além disso, destacamos um fato importante: pé de moleque é formado por


justaposição de dois radicais (pé e moleque), sendo a preposição somente elemento de
ligação. Não consideramos esses elementos como radicais. Note, ainda, que há expressões
longas que valem por palavras, como em Maria vai com as outras, em que uma expressão
passa a ter valor de uma só palavra, nesse caso, influenciável.

Aglutinação
Na aglutinação, temos a construção de palavras a partir de dois ou mais radicais que
perdem elementos estruturais ou fonéticos. Nesse caso, diferente do que acontece com a
justaposição, não poderemos ter o uso de hífen separando as palavras, exatamente porque
temos uma relação de modificação de um ou mais dos radicais.

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Para diferenciar os dois processos eu sempre digo aos alunos para utilizarem duas
palavras para lembrar cada um dos processos de formação. Para isso, eu sempre
recomento o par de palavras hidroelétrica e hidrelétrica.
Ainda que seja, sinônimas e possam ser utilizadas tranquilamente, as duas passam por
processos de composição distintos, vejamos:

Hidroelétrica é formada claramente por justaposição. Isso se justifica porque não


temos alteração alguma em nenhum dos dois radicais empregados.
Hidrelétrica é formada claramente por aglutinação. Isso se justifica porque temos
alteração em um dos radicais, no caso, em “hidr-“.

(ESA/2011)
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Há um caso típico de palavra formada por composição em


a) aguardente.
b) pesca.
c) amanhecer.
d) perigosamente.
e) repatriar.

Comentários:
A alternativa A está correta, porque a palavra “aguardente” é formada por meio do
processo de composição por aglutinação, dado que se unem os radicais “água” e “ardente”,
com perda de um dos “a” de um dos dois radicais (nesse caso, não conseguimos determinar
qual dele é que sofre a perda).
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “pesca” é formada por meio do processo
de derivação regressiva, em que há perda fonética para a construção de uma nova palavra,
em geral, do verbo para o substantivo, como ocorre no caso.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “amanhecer” é formada pelo processo
de derivação parassintética e não composição. Como temos a entrada de dois afixos e não a
junção de dois radicais, há derivação e não composição.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “perigosamente” é formada pelo
processo de derivação sufixal, dado que há entrada do sufixo “-mente” para a formação do
advérbio de modo.

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A alternativa E está incorreta, porque a palavra “repatriar” é formada pelo processo de


derivação parassintética e não composição. Como temos a entrada de dois afixos e não a
junção de dois radicais, há derivação e não composição.
Gabarito: A

(Colégio Naval/2018)
Palavra
Peguei meu filho no colo (naquele tempo ainda dava), apertei-o com força e disse que
só o soltaria se ele dissesse a palavra mágica.
E ele disse: - Mágica.
Foi solto em seguida.
Um adulto teria procurado outra palavra, uma encantação que o libertasse.
Ele não teve dúvida. Me entendeu mal, mas acertou. Disse o que eu pedi, (Não, não
hoje ele não se dedica as ciências exatas. É cantor e compositor)
Nenhuma palavra era mais mágica do que a palavra “mágica”.
Quem tem o chamado dom da palavra cedo ou tarde se descobre um impostor. Ou se
regenera, e passa a usar a palavra com economia e precisão, ou se refestela na impostura:
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Nabokov e seus borboleteios, Borges e seus labirintos.


Impostura no bom sentido, claro - nada mais fascinante do que ver um bom mágico em
ação. Você está ali pelos truques, não pelo seu desmascaramento.
Mas quem quer usar a palavra não para fascinar, mas para transmitir um pensamento
ou apenas contar uma história, tem um desafio maior, o de fazer mágica sem truques. Não
transformar o lenço em pomba, mas usar o lenço para dar o recado, um “lençocorreio”.
Cuidando o tempo todo, para que as palavras não se tornem mais importante do que o recado
e o artifício – a impostura – não apareça e não atrapalhe. (...)
Noblat.oglobo.globo.com/crônicas/notícia/2017/02/palavra. html - adaptado.

Em “Não transformar o lenço em pomba, mas usar o lenço para dar o recado, um
lençocorreio”, o autor utiliza-se da formação de palavras por meio do processo de:
a) derivação prefixal.
b) derivação sufixal.
c) derivação parassintética.
d) Justaposição.
e) Aglutinação.

Comentários:
A palavra “lençocorreio” é um neologismo formado a partir da junção de dois
elementos radicais: lenço e correio. Como nenhum dos dois sofre modificação fonética

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durante o processo de formação, é necessário que esse processo seja classificado como
composição por justaposição.
Gabarito: D

Hibridismo
Nesse processo, temos a utilização de dois morfemas de origens distintas. Esse processo tem
sido pouco cobrado nos últimos anos no vestibular, mas é interessante que vocês conheçam
esse processo, exatamente porque ele pode aparecer de uma forma ou outra em sua prova.
Vamos olhar alguns exemplos.

ATENÇÃO: não se preocupe tanto em decorar as origens das raízes. Isso é um assunto
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pouquíssimo cobrado.

ESTRANGEIRISMO E APORTUGUESAMENTO
Há outros dois processos que você precisa prestar atenção: o estrangeirismo e o
aportuguesamento. Não se trata de um hibridismo, mas de um processo de importação de
palavras.
O estrangeirismo é um processo de assimilação de palavras estrangeiras no
português. Em algumas áreas, como a tecnologia por exemplo, isso é muito comum.
Ex.: Mouse, Shopping, Lingerie, Show, fast-fashion etc.
Já o aportuguesamento ocorre quando se submete uma palavra estrangeira às regras
gramaticais e ortográficas da língua portuguesa.
Ex.:
- Gang = Gangue
- Tarot = Tarô
- Cocktail = Coquetel
- Drink = Drinque
- Scan = Escanear

Siglonimização
O processo de siglonimização relaciona-se diretamente com o uso das letras iniciais
das palavras que formam uma expressão e essa sigla passa a representar o nome completo. É
interessante destacar que a sigla representa o valor da expressão que foi transformada em
sigla.

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Três casos devem ser considerados nesse tipo de processo. Atente-se a eles, inclusive,
para a escrita das suas redações. As siglas com quatro ou mais letras, quando pode
1º - Siglas com duas ou três letras devem ser grafadas todas em maiúscula.
2º - Siglas com quatro ou mais letras que possam ser lidas como uma palavra, por
exemplo, Detran.
3º - Em redações, não é necessário abrir as siglas mais conhecidas, porque elas valem
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pelo nome que representam.

Abreviação (Redução)
Nesse processo, temos uma relação direta com a dinâmica da vida moderna. Com a
necessidade linguística de comunicação de forma mais rápida, mais ágil. Quando pensamos
em linguagem virtual, essa relação se mostra ainda mais forte.
Nesse processo, temos a redução acontecendo até certo ponto da palavra original. Para
que ela seja válida realmente há necessidade de que a palavra reduzida mantenha o
significado da palavra original, sem perdas de significação. Essas reduções muitas vezes vêm
carregadas de aspectos preconceituosos, afetivos e pejorativos.

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Uma mesma palavra pode sofrer dois processos de formação.


Imaginemos a palavra Zezinho.
Zé vem de José, modificado por meio de redução, passando a Zé.
Depois, temos sufixação para a transformação em Zezinho.

Onomatopeia
Nesse processo, são formados verbos, interjeições e substantivos a partir da imitação
dos sons de seres animados ou inanimados (animais e objetos sem vida). É uma forma muito
comum de formação de palavras.
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(ESA/2018)
Quanto ao processo de formação de palavras, escreva V ou F conforme sejam verdadeiras ou
falsas as assertivas abaixo. Logo, assinale a alternativa que tenha a sequência correta.

I – bicicleta, automóvel, sociologia – Hibridismo.


II – embora, agricultura, maldizente – Composição.
III – ponteira, sozinho, bombeiro – Derivação

a) V, V, F
b) F, F, V
c) F, V, V
d) V, V, V
e) V, F, F

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Comentários:
A afirmativa I é verdadeira, porque todos os vocábulos são formados pela junção de
elementos gregos e latinos. Esse tipo de processo é chamado de “hibridismo” e, no português,
ocorre, com maior frequência, com relação a elementos dessas duas línguas. Boa parte dos
exames não cobram mais esse tipo de formação, porque, necessariamente, perdeu-se a noção
da origem dos elementos.
A afirmativa II é verdadeira, porque todos os elementos são formados pelo processo de
composição, dado que unem dois elementos com valor de radical.
A afirmativa III é verdadeira, porque todos os elementos passam pelo processo de
derivação, sendo originários de outras palavras e apresentando somente um radical com
significação mais forte.
Gabarito: D

(Escola Naval/2017)
Porém, é a atividade semântica que intermedeia a conexão dos seres humanos com o
mundo dos objetos, estabelecendo a relação entre o Eu e o Universo, e, junto com a alteridade
(relação do Eu com o Outro, de caráter interlocutivo), permite a identificação da linguagem
como tal, pois a linguagem existe não apenas para significar, mas significar alguma coisa para
o outro.
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Leia o fragmento:
“[...] a relação entre o Eu e o Universo [...]" (2º§)

Assinale a opção em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a palavra
destacada acima.
a) O beija-flor voou feliz até o ninho.
b) Infeliz aquele que não ama o próximo.
c) - Silêncio! Pediu o professor à turma.
d) O resgate dos feridos aconteceu normalmente.
e) A falta cometida pelo jogador foi desleal.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a palavra “beija-flor”, ainda que não tenha
passado pelo processo de derivação, não pode ser classificada como primitiva, dado que
passa pelo processo de composição para que possa existir. “Eu”, como veremos a seguir, é
uma palavra primitiva e não derivada.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “infeliz” é formada a partir do processo
de derivação regressiva, sendo originária da palavra “feliz”, com significação de negação. “Eu”,
como veremos a seguir, é uma palavra primitiva e não derivada.
A alternativa C está correta, porque o pronome “eu”, ainda que somente um pronome,
é uma palavra considerada primitiva. Ela não se origina em nenhuma outra, para que tenha

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passado por processos de formação. Cuidado para não pensar que, por ser curta e um
pronome, não pode ser analisada por meio de processos de formação. Da mesma forma, a
palavra “silêncio” é uma palavra primitiva e dá origem, inclusive, ao verbo “silenciar”, que
significa estar em silêncio.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “resgate” é formada a partir do processo
de derivação regressiva, sendo originária do verbo “resgatar”. “Eu”, como visto, é uma palavra
primitiva e não derivada.
A alternativa E está incorreta, porque a palavra “desleal” é formada a partir do processo
de derivação prefixal. “Eu”, como visto, é uma palavra primitiva e não derivada.
Gabarito: C

3 Exercícios
Antes de começar os exercícios, alguns avisos:
➢ Os exercícios estarão separados em três grupos, como vocês perceberão: questões
relacionadas a escolas militares variadas, com possibilidade de apresentação de
algumas questões inéditas; questões relacionadas às escolas de oficialato; e, por fim,
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questões inéditas e de concursos, como ITA e IME, que apresentam um grau mais
amplo de dificuldade.
➢ Recomendo que os exercícios sejam feitos na ordem em que aparecem, dado que
tentamos montar a lista de exercícios por grau de complexidade de resolução das
questões. Por isso, temos algumas delas que apresentarão textos mais longos, dada a
complexidade da questão. Bora que só bora?

Lista 01 – Exercícios sem resolução


1. (EEAR/2020)
Assinale a alternativa que classifica, correta e respectivamente, o processo de formação
das palavras destacadas nas frases abaixo.
1 – “Ia tomar sol, esquentar o corpo gigantesco que agora se dobrava em dois...”
2 – “Gostava tanto de ver o florir e o carregar do cacau...”
3 – “O rapaz avistou um vulto e, inconsequentemente, soltou um grito, acordando a fera.”

a) sufixação - derivação regressiva - parassíntese


b) prefixação - derivação regressiva - parassíntese
c) sufixação - derivação imprópria - prefixação e sufixação
d) prefixação - derivação imprópria - prefixação e sufixação

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2. (EsPCEx/2019)
Em “um item insignificante utilizado brevemente antes de ser descartado”, as palavras
sublinhadas são formadas, respectivamente, por
a) sufixação; derivação imprópria.
b) prefixação; derivação prefixal e sufixal.
c) aglutinação; hibridismo.
d) derivação prefixal e sufixal; sufixação.
e) derivação prefixal e sufixal; parassíntese.

3. (EEAR/2018)
O vocábulo alistar segue o mesmo processo de formação de palavras presente em
a) descarregar.
b) empalidecer.
c) achatamento.
d) desligamento.
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4. (EEAR/2018)
Assinale a alternativa incorreta quanto à formação da palavra em destaque.
a) A vida só é possível / reinventada. (Cecília Meireles) – derivação parassintética
b) O amor deixará de variar, se for firme, mas não deixará de tresvariar, se é amor. (Pe.
Antônio Vieira) – derivação prefixal
c) O senhor tolere, isto é o sertão (...) Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem
de fechos. (Guimarães Rosa) – derivação imprópria
d) Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave,
e aliás ínfimo (...) (Machado de Assis) – derivação sufixal

5. (EsPCEx/2018)
Assinale a opção que identifica corretamente o processo de formação das palavras abaixo:
a) qualidade – sufixação; saneamento – sufixação.
b) igualdade – sufixação; discriminação – parassíntese.
c) avanços – derivação imprópria; acesso – derivação regressiva.
d) acessível – prefixação; felizmente – sufixação.
e) planejamento – sufixação; combate – derivação regressiva.

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6. (EEAR/2017)
Considerando que a palavra natremia significa a presença de sódio no sangue, é correto
afirmar que a palavra hiponatremia é formada por
a) aglutinação.
b) justaposição.
c) derivação prefixal.
d) derivação parassintética

7. (EEAR/2017)
“Professor bem-aventurado é aquele que, além de ser um leitor voraz, é crítico a ponto de
corrigir-se constantemente sobre sua forma incomum de pensar o mundo.”
Marque a correta.
a) Composição por aglutinação: bem-aventurado.
b) Composição por aglutinação: constantemente.
c) Composição por sufixação: constantemente.
d) Composição por sufixação: incomum.
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8. (EEAr/2017.2)
Sim, é possível sofrer uma ‘overdose' de água
É importante sempre estar hidratado, principalmente nos dias mais quentes – o
calor, a umidade e o suor muitas vezes sugam fluidos essenciais de nosso corpo mais
rápido do que imaginamos. Quando administrada de forma adequada, a hidratação traz
grandes benefícios, auxiliando a digestão, eliminando toxinas, lubrificando as articulações
e mantendo a memória afiada.
Mas corre-se o risco de exagerar, especialmente durante os exercícios, caso
ignoremos os sinais de nosso corpo. Podemos sofrer de hiponatremia, uma situação na
qual a quantidade de sódio no corpo alcança níveis muito baixos devido ao excesso de
hidratação. Também conhecida como "intoxicação por água", a queda de sódio durante
ou até 24 horas depois da atividade física pode elevar os níveis de água do corpo e causar
o inchaço das células.
A hiponatremia pode ser difícil de ser detectada no início devido à falta de sintomas
leves, o que torna ainda mais importante entender como hidratar-se corretamente.
Quando os sintomas finalmente aparecem, podem incluir dor de cabeça, vômito, confusão
ou convulsões devido ao inchaço do cérebro. Em casos raros, pode até ser fatal.
Disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/sim-e-possivel-sofreruma-overdose-de-
agua. Acesso em 04 AGO 2015, às 14h26.

Considerando que a palavra natremia significa a presença de sódio no sangue, é correto


afirmar que a palavra hiponatremia é formada por
a) aglutinação.

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b) justaposição.
c) derivação prefixal
d) derivação parassintética

9. (ESA/2016)
Marque a única alternativa em que as palavras não se formam pelo processo de
composição.
a) beija-flor; pernalta
b) amanhecer; desalmado
c) embora; segunda-feira
d) pé-de-meia; aguardente
e) tira-teima; madrepérola

10. (ESA/2015)
Assinale a palavra abaixo cujo prefixo apresente o mesmo valor semântico do prefixo
componente de desatentos.
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a) Antibiótico.
b) Importação.
c) Insatisfeito.
d) Adjacência.
e) Antebraço.

11. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


Na expressão “bioeconomia amazônica”, as palavras são formadas, respectivamente, por
a) derivação prefixal; derivação imprópria.
b) hibridismo; derivação regressiva.
c) parassíntese; derivação imprópria.
d) hibridismo; derivação sufixal.
e) derivação prefixal; derivação sufixal.

12. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


A palavra “superalimentação”, encontrada em “aumentei com a superalimentação depois
do incêndio”, tem o mesmo processo de formação do encontrado em
a) embora.
b) beijo.
c) aeroporto.

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d) entardecer.
e) infelicidade.

13. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


As palavras assinaladas em ““Tal mudança nas recomendações relativas a uma prática com
a qual toda a população conseguiu se familiarizar pode criar mal-entendidos e reacender
dúvidas sobre a validade das recomendações oficiais”, escreveu a entidade em um
comunicado” são formadas, respectivamente, por
a) prefixação; parassíntese.
b) justaposição; prefixação e sufixação.
c) aglutinação; parassíntese.
d) justaposição; prefixação.
e) prefixação; prefixação e sufixação.

14. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


Em qual alternativa a seguir, as palavras seguem o mesmo processo de formação do
encontrado, respectivamente, nas palavras destacadas em:
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Temperaturas cada vez mais elevadas, redução da calota polar, desmatamento,


superpopulação, doenças, guerras, fome, escassez de água e extermínio de espécies;
todos esses problemas poderiam ser resolvidos, mas até hoje não foram

a) Antirrevolução, hipermercado e acrobata.


b) Dentista, engaiolar e jantar.
c) Infelicidade, afixos e respectivamente.
d) Marítimo, estudante e refazer.
e) Emagrecimento, hidrelétrica e moralidade.

15. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


Assinale a alternativa em que a palavra em destaque é formada pelo mesmo processo
encontrado no destacado em “Hoje, os riscos de ‘câmaras de eco’ e ‘bolhas’ são uma
verdade incontestável e ajudam a explicar as divisões na opinião pública”.
a) A inconstitucionalidade do projeto foi contestada diretamente no STF.
b) Eu sempre fiquei muito impressionado com o amanhecer daquela região.
c) Eles votaram pela continuidade daquele importante projeto social.
d) Eu sempre luto contra a balança e quero emagrecer rapidamente.

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16. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)


A palavra “mediavalesco”, um neologismo que brinca com a ideia de “carnavalesco”, é
formada a partir do mesmo princípio que
a) hidroelétrica.
b) portunhol.
c) flexibilizar.
d) beija-flor.
e) inconstitucional.

Lista 01 – Gabarito

1. C 9. B
2. D 10. C
3. B 11. E
4. A 12. E
5. E 13. D
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6. C 14. C
7. NULA 15. A
8. C 16. B

Lista 01 – Exercícios resolvidos


1. (EEAR/2020)
Assinale a alternativa que classifica, correta e respectivamente, o processo de formação das
palavras destacadas nas frases abaixo.
1 – “Ia tomar sol, esquentar o corpo gigantesco que agora se dobrava em dois...”
2 – “Gostava tanto de ver o florir e o carregar do cacau...”
3 – “O rapaz avistou um vulto e, inconsequentemente, soltou um grito, acordando a fera.”

a) sufixação - derivação regressiva - parassíntese


b) prefixação - derivação regressiva - parassíntese
c) sufixação - derivação imprópria - prefixação e sufixação
d) prefixação - derivação imprópria - prefixação e sufixação

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Comentários:
A palavra “gigantesco” é formada por um processo de sufixação, em que se adiciona o
sufixo “-esco” ao radical “gigant-“.
A palavra “florir” é uma derivação imprópria, formada a partir da transformação de um
verbo em um substantivo.
A palavra “incosequentemente” é formada por um processo de prefixação e sufixação,
em que se adiciona o prefixo “in-“ e o sufixo “-mente” à palavra “consequente”.
Gabarito: C
2. (EsPCEx/2019)
Em “um item insignificante utilizado brevemente antes de ser descartado”, as palavras
sublinhadas são formadas, respectivamente, por
a) sufixação; derivação imprópria.
b) prefixação; derivação prefixal e sufixal.
c) aglutinação; hibridismo.
d) derivação prefixal e sufixal; sufixação.
e) derivação prefixal e sufixal; parassíntese.
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Comentários:
Alternativa A é incorreta, pois “insignificante” possui “in-” antes da palavra, então não
corresponde a uma sufixação, mesmo que também possua o sufixo “-mente”.
Alternativa B é incorreta, pois, além do prefixo “in-”, é existente o sufixo “-mente” em
“insignificante”.
Alternativa C é incorreta, pois “insignificante” é uma palavra formada pelo acréscimo de
prefixo e sufixo, não por aglutinação.
Alternativa D é correta, pois a primeira palavra possui um prefixo e um sufixo, logo é
formada por derivação prefixal e sufixal; e “brevemente” é formada por sufixação (sufixo “-
mente”).
Alternativa E é incorreta, pois segunda palavra somente possui sufixo.
Gabarito: D
3. (EEAR/2018)
O vocábulo alistar segue o mesmo processo de formação de palavras presente em
a) descarregar.
b) empalidecer.
c) achatamento.
d) desligamento.

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Comentários:
Alternativa A é errada: essa palavra é formada pela prefixação, sendo alistar formada
por um sufixo e um prefixo.
Alternativa B é correta: a formação de “empalidecer” e “alistar” é igual porque ambos
são integrados de prefixos e sufixos.
Alternativa C é errada: é formada somente por um sufixo.
Alternativa D é errada: mesmo que exista um dúvida sobre considerar a formação dessa
palavra parecida com a de “alistar” porque possui um prefixo e sufixo também, o fato de não
ser um verbo poderia levar a alternativa B a ser a opção mais adequada.
Gabarito: B
4. (EEAR/2018)
Assinale a alternativa incorreta quanto à formação da palavra em destaque.
a) A vida só é possível / reinventada. (Cecília Meireles) – derivação parassintética
b) O amor deixará de variar, se for firme, mas não deixará de tresvariar, se é amor. (Pe. Antônio
Vieira) – derivação prefixal
c) O senhor tolere, isto é o sertão (...) Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de
fechos. (Guimarães Rosa) – derivação imprópria
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d) Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e
aliás ínfimo (...) (Machado de Assis) – derivação sufixal

Comentários:
Alternativa A está correta, pois a palavra ‘reinventada’ é formada por derivação prefixal.
Alternativa B está incorreta, pois a palavra ‘tresvariar’ possui derivação prefixal.
Alternativa C está incorreta, pois a palavra ‘sertão’ possui derivação imprópria, sendo
usualmente um substantivo e funcionando na frase como adjetivo de “lugar”.
Alternativa D está incorreta, pois a palavra ‘cadavérica’ é formada por derivação sufixal.
Gabarito: A
5. (EsPCEx/2018)
Assinale a opção que identifica corretamente o processo de formação das palavras abaixo:
a) qualidade – sufixação; saneamento – sufixação.
b) igualdade – sufixação; discriminação – parassíntese.
c) avanços – derivação imprópria; acesso – derivação regressiva.
d) acessível – prefixação; felizmente – sufixação.
e) planejamento – sufixação; combate – derivação regressiva.

Comentários:
Alternativa A é errada: “qualidade” é a palavra primitiva.

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Alternativa B é errada: “igualdade” é a palavra primitiva.


Alternativa C é errada: a ideia da derivação imprópria é que, sem mudar a escrita da
palavra, sua classe gramatical mude, o que não ocorre na frase.
Alternativa D é errada: “acessível” é a palavra primitiva.
Alternativa E é correta: “planejamento” vem de planejar e “combate” muda a escrita da
palavra “combater”, reduzindo-a, assim como a derivação regressiva assume.
Gabarito: E
6. (EEAR/2017)
Considerando que a palavra natremia significa a presença de sódio no sangue, é correto
afirmar que a palavra hiponatremia é formada por
a) aglutinação.
b) justaposição.
c) derivação prefixal.
d) derivação parassintética

Comentários:
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A alternativa A está incorreta, pois não ocorre aglutinação de palavras (diferentes de


prefixos e sufixos) com perda parcial de estrutura e sonoridade de ao menos um dos radicais.
A alternativa B está incorreta, pois não ocorre a junção de palavras (diferentes de
prefixos e sufixos) com manutenção da forma e da sonoridade das palavras (elas são apenas
justapostas).
A alternativa C está correta, pois o termo -hipo é um prefixo (dado que se associa a
substantivo – natremia – e estabelece sentido de escassez, pouca quantidade). Assim, ocorre
um processo de derivação prefixal.
A alternativa D está incorreta, pois a derivação parassintética (parassíntese) requer o
acréscimo de prefixo e sufixo, e na palavra hiponatremia só ocorre acréscimo de prefixo.
Gabarito: C
7. (EEAR/2017)
“Professor bem-aventurado é aquele que, além de ser um leitor voraz, é crítico a ponto de
corrigir-se constantemente sobre sua forma incomum de pensar o mundo.”
Marque a correta.
a) Composição por aglutinação: bem-aventurado.
b) Composição por aglutinação: constantemente.
c) Composição por sufixação: constantemente.
d) Composição por sufixação: incomum.

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Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ocorre uma composição por justaposição. A
composição por aglutinação ocorre com alteração da estrutura de pelo menos um dos
elementos formadores.
A alternativa B está incorreta, pois constantemente é formada pela sufixação da palavra
constante com o sufixo -mente. Logo, é uma derivação sufixal.
A alternativa C está incorreta, pois não existe processo de composição por sufixação. A
sufixação é um processo de derivação.
A alternativa D está incorreta, pois ocorre uma derivação prefixal, a partir da palavra
comum e do prefixo in-.
A QUESTÃO FOI ANULADA, POIS NÃO EXISTE COMPOSIÇÃO POR SUFIXAÇÃO, MAS
DERIVAÇÃO POR SUFIXAÇÃO.
Gabarito: ANULADA
8. (EEAr/2017.2)
Sim, é possível sofrer uma ‘overdose' de água
É importante sempre estar hidratado, principalmente nos dias mais quentes – o calor, a
umidade e o suor muitas vezes sugam fluidos essenciais de nosso corpo mais rápido do que
imaginamos. Quando administrada de forma adequada, a hidratação traz grandes benefícios,
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auxiliando a digestão, eliminando toxinas, lubrificando as articulações e mantendo a memória


afiada.
Mas corre-se o risco de exagerar, especialmente durante os exercícios, caso ignoremos
os sinais de nosso corpo. Podemos sofrer de hiponatremia, uma situação na qual a quantidade
de sódio no corpo alcança níveis muito baixos devido ao excesso de hidratação. Também
conhecida como "intoxicação por água", a queda de sódio durante ou até 24 horas depois da
atividade física pode elevar os níveis de água do corpo e causar o inchaço das células.
A hiponatremia pode ser difícil de ser detectada no início devido à falta de sintomas
leves, o que torna ainda mais importante entender como hidratar-se corretamente. Quando
os sintomas finalmente aparecem, podem incluir dor de cabeça, vômito, confusão ou
convulsões devido ao inchaço do cérebro. Em casos raros, pode até ser fatal.
Disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/sim-e-possivel-sofreruma-overdose-de-
agua. Acesso em 04 AGO 2015, às 14h26.

Considerando que a palavra natremia significa a presença de sódio no sangue, é correto


afirmar que a palavra hiponatremia é formada por
a) aglutinação.
b) justaposição.
c) derivação prefixal
d) derivação parassintética

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Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque o elemento “hipo-“ é um afixo e não um radical,
dessa forma, há derivação e não composição.
A alternativa B está incorreta, porque o elemento “hipo-“ é um afixo e não um radical,
dessa forma, há derivação e não composição.
A alternativa C está correta, porque o elemento “hipo-“, adicionado ao radical
“natremia” é classificado como um prefixo. Dessa forma, considera-se que sua formação é feita
por meio do processo de derivação prefixal.
A alternativa D está incorreta, porque só há entrada de um prefixo na nova palavra,
levando-nos à necessidade de classificação como sendo prefixal. Para que houvesse
parassíntese, seria necessário que construíssemos uma palavra com entrada de prefixo e
sufixo ao mesmo tempo.
Gabarito: C
9. (ESA/2016)
Marque a única alternativa em que as palavras não se formam pelo processo de composição.

a) beija-flor; pernalta
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b) amanhecer; desalmado
c) embora; segunda-feira
d) pé-de-meia; aguardente
e) tira-teima; madrepérola

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a palavra “beija-flor” é formada pelo processo de
composição por justaposição, dado que não há alteração fonética em nenhum dos radicais
envolvidos no processo. A palavra “pernalta”, por sua vez, é formada por aglutinação, dado
que temos a perda de fonemas em “perna”.
A alternativa B está correta, porque tanto “amanhecer” quanto “desalmado” são
vocábulos formados pelo processo de derivação parassintética, dado que são adicionados,
ao radical, prefixo e sufixo ao mesmo tempo.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “segunda-feira” é formada pelo
processo de composição por justaposição, dado que não há alteração fonética em nenhum
dos radicais envolvidos no processo. A palavra “embora”, compreendida como um advérbio,
é formada pelo processo de aglutinação, dado que é oriunda da expressão “em boa hora”.
Assim, compreendemos que “ir embora” é o mesmo que “ir em boa hora”.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “pé-de-meia” é formada pelo processo
de composição por justaposição, dado que não há alteração fonética em nenhum dos radicais
envolvidos no processo. A palavra “aguardente”, por sua vez, é formada por aglutinação, dado
que temos a perda de fonemas em “ardente”.

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A alternativa E está incorreta, porque as duas palavras aqui encontradas são formadas
pelo processo de composição por justaposição, dado que não temos modificação fonética
com supressão em nenhum dos dois vocábulos.
Gabarito: B
10. (ESA/2015)
Assinale a palavra abaixo cujo prefixo apresente o mesmo valor semântico do prefixo
componente de desatentos.
a) Antibiótico.
b) Importação.
c) Insatisfeito.
d) Adjacência.
e) Antebraço.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a ideia de “anti-“ é a de combate, não a de
negação. O “Antibiótico” não é a negação dos vírus e bactérias, mas o elemento que os
combate.
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A alternativa B está incorreta, porque a ideia de “importação” é a de entrada de


elementos em determinado lugar. Dessa forma, o prefixo “im-“ apresenta movimento de fora
para dentro.
A alternativa C está correta, porque tanto o prefixo “in-“, encontrado em “insatisfeito”,
quanto o prefixo “des-“, encontrado em “desatentos”, indicam a noção de ausência. No
primeiro caso, há ausência de satisfação; no segundo, ausência de atenção.
A alternativa D está incorreta, porque o prefixo “ad-“, nesse caso, indica a ideia de algo
que está próximo a outro elemento. Assim, as “adjacências” das cidades são os locais próximos
a elas.
A alternativa E está incorreta, porque o prefixo “ante”, no caso, marca a ideia de
anterioridade. Ou seja, o antebraço é aquele que vem “antes do braço”.
Gabarito: C
11. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
Na expressão “bioeconomia amazônica”, as palavras são formadas, respectivamente, por
a) derivação prefixal; derivação imprópria.
b) hibridismo; derivação regressiva.
c) parassíntese; derivação imprópria.
d) hibridismo; derivação sufixal.
e) derivação prefixal; derivação sufixal.

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Comentários:
A palavra “bioeconomia” é formada pelo processo de prefixação, um processo de
derivação. Cuidado para não pensar que há hibridismo nessa palavra, dado que, segundo o
Dicionário Michaelis on-line, tanto bio quanto economia têm origem grega. Dessa forma,
temos a formação da palavra por meio de prefixação simples.
A palavra “amazônica” é formada pelo processo de sufixação, dado que temos a
entrada de um sufixo “-ica”, formador de adjetivos. Isso se comprova pelo fato de “amazônica”
modificar a palavra “bioeconomia”.
Gabarito: E
12. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
A palavra “superalimentação”, encontrada em “aumentei com a superalimentação depois do
incêndio”, tem o mesmo processo de formação do encontrado em
a) embora.
b) beijo.
c) aeroporto.
d) entardecer.
e) infelicidade.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a palavra “embora”, diferente do que acontece
com superalimentação, é formada pelo processo de composição por aglutinação. A palavra
“superalimentação” é formada pelo processo de prefixação.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “beijo”, diferente do que acontece com
superalimentação, é formada pelo processo de derivação regressiva. A palavra
“superalimentação” é formada pelo processo de prefixação.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “aeroporto”, diferente do que acontece
com superalimentação, é formada pelo processo de composição por justaposição. A palavra
“superalimentação” é formada pelo processo de prefixação.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “entardecer”, diferente do que acontece
com superalimentação, é formada pelo processo de parassíntese. A palavra
“superalimentação” é formada pelo processo de prefixação.
A alternativa E está correta, porque as duas palavras são formadas pelo processo de
derivação prefixal e sufixal, dado que o “super” é classificado como um prefixo e não como
um radical, como podemos pensar.
Gabarito: E
13. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
As palavras assinaladas em ““Tal mudança nas recomendações relativas a uma prática com a
qual toda a população conseguiu se familiarizar pode criar mal-entendidos e reacender
dúvidas sobre a validade das recomendações oficiais”, escreveu a entidade em um
comunicado” são formadas, respectivamente, por
a) prefixação; parassíntese.

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b) justaposição; prefixação e sufixação.


c) aglutinação; parassíntese.
d) justaposição; prefixação.
e) prefixação; prefixação e sufixação.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque em “mal-entendido” temos a colocação de duas
palavras para a formação de uma nova, não sendo o “mal” um prefixo. Em “reacender”, ainda
que seja construído como verbo terminado em “er”, não há parassíntese, mas construção
prefixal.
A alternativa B está incorreta, porque, ainda que tenhamos justaposição na primeira
palavra, a segunda é formada por prefixação, dado que se parte do verbo “acender” para a
construção da repetição, ou seja, o sufixo já estava na palavra que foi usada como radical para
a nova, havendo apenas entrada do prefixo.
A alternativa C está incorreta, porque, ainda que “mal-entendido” seja realmente
formado por composição, como não há modificação em nenhum dos dois radicais, a palavra
é formada por justaposição. Em “reacender”, ainda que seja construído como verbo terminado
em “er”, não há parassíntese, mas construção prefixal.
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A alternativa D está correta, porque “mal” e “entendido” são palavras que foram
colocadas juntas para a criação de uma nova palavra. Cuidado para não pensar que temos em
“mal” um prefixo. Além disso, em “reacender”, parte-se do verbo “acender” para a construção
da repetição, ou seja, o sufixo já estava na palavra que foi usada como radical para a nova.
A alternativa E está incorreta, porque em “mal-entendido” temos a colocação de duas
palavras para a formação de uma nova, não sendo o “mal” um prefixo. Além disso, em
“reacender”, parte-se do verbo “acender” para a construção da repetição, ou seja, o sufixo já
estava na palavra que foi usada como radical para a nova, havendo apenas entrada do prefixo.
Gabarito: D
14. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
Em qual alternativa a seguir, as palavras seguem o mesmo processo de formação do
encontrado, respectivamente, nas palavras destacadas em:

Temperaturas cada vez mais elevadas, redução da calota polar, desmatamento,


superpopulação, doenças, guerras, fome, escassez de água e extermínio de espécies;
todos esses problemas poderiam ser resolvidos, mas até hoje não foram

a) Antirrevolução, hipermercado e acrobata.


b) Dentista, engaiolar e jantar.
c) Infelicidade, afixos e respectivamente.
d) Marítimo, estudante e refazer.
e) Emagrecimento, hidrelétrica e moralidade.

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Comentários:
As palavras são classificadas, respectivamente, por prefixação e sufixação, dado que
temos a relação clara de entrada do prefixo “des-“ e do sufixo “-mento”. Como a palavra vem
do verbo “desmatar”, surgido de “mata”, não temos parassíntese. A segunda palavra, por sua
vez, é formada por prefixação, ainda que muitos confundam o prefixo “super” com um radical.
E, por fim, a palavra “escassez” é formada por sufixação, dado que se origina em “escasso”.
Gabarito: C
15. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
Assinale a alternativa em que a palavra em destaque é formada pelo mesmo processo
encontrado no destacado em “Hoje, os riscos de ‘câmaras de eco’ e ‘bolhas’ são uma verdade
incontestável e ajudam a explicar as divisões na opinião pública”.
a) A inconstitucionalidade do projeto foi contestada diretamente no STF.
b) Eu sempre fiquei muito impressionado com o amanhecer daquela região.
c) Eles votaram pela continuidade daquele importante projeto social.
d) Eu sempre luto contra a balança e quero emagrecer rapidamente.
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Comentários:
A alternativa A está correta, porque a palavra inconstitucionalidade é formada, assim
como incontestável, por derivação prefixal e sufixal. Essa formação se dá pela entrada, em
momentos distintos, de um prefixo e um sufixo ao radical. Perceba que, com a retirada de
qualquer um deles, temos uma relação clara de existência da palavra.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra amanhecer é formada por derivação
parassintética, uma vez que, sem o prefixo e o sufixo, a palavra não existe.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra continuidade não apresenta prefixo,
sendo formada claramente por derivação sufixal somente, destoando da relação de prefixação
e sufixação.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra emagrecer é formada por derivação
parassintética, uma vez que, sem o prefixo e o sufixo, a palavra não existe.
Gabarito: A
16. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)
A palavra “mediavalesco”, um neologismo que brinca com a ideia de “carnavalesco”, é
formada a partir do mesmo princípio que
a) hidroelétrica.
b) portunhol.
c) flexibilizar.
d) beija-flor.
e) inconstitucional.

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Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque “hidroelétrica” é formada por justaposição dos
radicais “hidro” e “elétrica”. Dessa forma, percebe-se que não houve modificação de radicais.
A alternativa B está correta, porque, ainda que não exista, a palavra “mediavalesco” é
claramente a junção das palavras “mídia” e “carnavalesco”, como apresentado no enunciado
da questão. Dessa forma, como há alteração em sua formação, aproxima-se de “portunhol”,
junção das palavras “português e espanhol”, com modificação em, ao menos, um dos radicais.
A alternativa C está incorreta, porque “flexibilizar” é formado a partir de um processo
de sufixação e não de aglutinação, como ocorre em “mediavalesco”. Ainda que não seja uma
palavra existente na língua, sua formação segue, claramente, a relação de junção de dois
radicais.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “beija-flor” é formada a partir do
processo de composição por justaposição. Não temos a mesma forma de construção de
“mediavalesco”.
A alternativa E está incorreta, porque a palavra inconstitucional é formada pelo
processo de prefixação e sufixação. Dessa forma, não é uma junção de duas palavras, como
ocorre em “portunhol”, na qual se juntam “português” e “espanhol”.
Gabarito: B
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Lista 02 – Exercícios sem resolução


1. (AFA/2013)
Assinale a opção correta quanto à análise das palavras abaixo, em destaque, retiradas do
texto
a) Os termos indissociável e intransigente são formadas somente pelo processo de
derivação prefixal.
b) As palavras ímpar e saída seguem a regra de acentuação gráfica das vogais i e u tônicas
dos hiatos.
c) Na frase, “... tinham... personalidades radicalmente distintas.” (ref. 5), o termo distintas é
sinônimo de notáveis.
d) Nas palavras destacadas em “... Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja
de seu efeito hipnótico...” (ref. 6), há, respectivamente, dígrafo, dígrafo e encontro
consonantal.

Não, os livros não vão acabar


Não sei se é a próxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia maia do fim do
mundo, mas o fato é que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro. São
estudantes que me escrevem motivados por pesquisas escolares, organizadores de
eventos literários que me pedem palestras, leitores que manifestam sua apreensão. Em
alguns casos, percebo uma espécie perversa de prazer apocalíptico, mas logo desaponto
quem quer ver o mar pegando fogo para comer camarão cozido: é que absolutamente
não acredito que o livro vai acabar.

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Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, aliás, numa posição bastante
confortável para fazê-lo. Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a
abraçar meus dois amores reunidos num só objeto; mas embora o Kindle e os vários pads
tenham o seu valor como readers, os livros em papel não estão tão próximos da extinção
quanto, digamos, o tigre de Sumatra.
Para começo de conversa, é preciso lembrar que o negócio das editoras não é
vender papel, mas sim vender histórias. O papel é apenas o suporte para os seus produtos.
Aos poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substituído pelos tablets. Não dou
vida longa aos livros de referência em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser mais
facilmente atualizados, em forma eletrônica. O caso clássico é o da Enciclopédia
Britannica, cujos editores anunciaram, no começo do ano, que a edição corrente, de 2010,
seria a última impressa, marcando o fim de 244 anos de uma bela - e volumosa - história
em papel.
Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre duas capas
recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma função. Há livros e livros.
Um manual técnico é um animal completamente diferente de um romance; um livro
escolar não guarda nenhuma semelhança com um livro de arte; uma antologia poética e
um guia de viagem são produtos que só têm em comum o fato de serem vendidos no
mesmo lugar.
Há livros que só funcionam em papel. É o caso dos livros que os povos
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angloparlantes denominam coffee table books, “livros de mesinha de centro” - aqueles


livrões bonitos, em formato grande, cheios de ilustrações e muito incômodos de ler no
colo, impossíveis de levar para a cama. Estes são objetos que se destacam pelo tamanho,
pela qualidade de impressão, pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num
tablet? Quem quer presentear um desses em e-formato?
Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e queremos ter
ao alcance da mão. Esses são aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez em
formato de bolso, mas aos quais nos apegamos tanto que, não raro, acabamos comprando
uma segunda edição, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida.
Isso explica as lindas edições que a Zahar, por exemplo, tem feito de obras que já
encantaram várias gerações, como “Peter Pan”, “Os três mosqueteiros" ou “Vinte mil
léguas submarinas”: livros lindos de se ver e de se pegar, cujo esmero físico complementa
a edição caprichada. Ganhar de presente um livro desses é uma alegria que não se tem
com um vale para uma compra eletrônica. Fica a dica, aliás, já que o Natal vem aí.
Há prazeres e sensações que só tem com o papel. Gosto de perceber o tamanho
de um livro à primeira vista. Um tablet pode me informar quantas páginas um volume tem,
mas essa informação é abstrata. Saber que um livro tem 500 páginas ou ver que um livro
tem 500 páginas são coisas diferentes. Gosto também de folhear um livro e de fazer uma
espécie de leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso é impossível de fazer
com ebooks.
Sem falar, é claro, do cheiro inigualável dos livros em papel.
RÓNAI, Cora. Jornal O Globo, Economia, 12.11.2012

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2. (Esc. Naval/2019)
Assinale a opção cujo termo destacado exemplifica o mesmo processo de formação de
palavras observado em: “Há também os grandes clássicos, os romances que todos
amamos e queremos ter ao alcance da mão.” (6°§)
A) Ler, sem dúvida, é uma atividade prazerosa e de esforço intelectual.
B) Os estudantes apreciaram o vídeo com entrevistas de antigos escritores.
C) Seria lamentável, realmente, a morte dos livros impressos em papel.
D) Um livro escolar de boa qualidade consegue esclarecer as dúvidas dos estudantes.
E) Acreditamos que a leitura de um bom livro seja um dos melhores passatempos.

3. (Esc. Naval/2018)
Para pessoas de opinião
Você me dirá que uma das coisas que mais preza é sua opinião. Prezá-la é
considerado virtude. Fulano? É uma pessoa de opinião”. É preciso força e decisão para
“ter opinião". Não é fácil.
Você me dirá, ainda, do que é capaz de fazer para defender a própria opinião. Ter
opinião é tão importante que há até um direito dos mais sagrados, o direito à opinião,
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ultimamente, aliás, bastante afetado, pois vivemos tempos de ampliação do delito de


opinião. Ter opinião, em vez de ser considerado um estágio preliminar da convicção,
passa a ser ameaçador.
Mas sem contrariar a força com que você defende as próprias opiniões e,
sobretudo, defendendo o seu inalienável direito de tê-las, eu lhe proporei pensar sobre
se a opinião é uma instância realmente profunda ou se é, tão-somente, uma das primeiras
reações que se tem diante dos acontecimentos.
Será a opinião uma reação profunda ou superficial? Ouso afirmar que, quase
sempre, é das mais superficiais.
Opinião é reação, e expressa um sentimento ou julgamento. Ao reagir, o sentimento
realiza uma síntese do que e como somos. Esta síntese aparece na forma pela qual
reagimos. A primeira reação é reveiadora do sentimento com que julgamos a vida, o
mundo, as pessoas. Quase sempre a opinião surge nessa etapa inicial, patamar superficial
do nosso ser. Somos um repositório de primeiras impressões!
Pode-se, efetivamente, garantir que nossas opiniões são fruto de meditação? Ou de
conhecimento sedimentado? Positivamente, não. Quem responder sinceramente, vai
concluir que tem muito mais opiniões do que coisas que sabe ou conhece. Qualquer
conhecimento profundo não leva à opinião; leva à análise, à convicção, à dúvida ou à
evidência, e nenhuma dessas quatro instâncias tem a ver com a opinião.
Quem (se) reparar com cuidado, verificará o quanto é levado a opinar, vale dizer,
reagir, sentir, julgar, diante dos variados temas. Somos um aluvião de opiniões.
Defendemo-nos de analisar, tendo opinião; preservamo-nos do perigoso e trabalhoso
mister de pensar, tendo logo uma opinião.
É mais fácil ter opinião do que dúvida. Opinião traz adeptos e dividendos pessoais
de prestígio, respeitabilidade, aura de coragem ou heroísmo.

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As opiniões são uma espécie de fabricação em série de ideias sempre iguais, saídas
do modelo pelo qual vemos o mundo, e nos faz enfocar a realidade segundo um eterno
subjetivismo. Por isso a opinião quase nunca é o reflexo das variadas componentes do
real. É eco a repetir a experiência anterior, diante de cada caso novo. A opinião nos
defende da complexidade do real, logo, é maneira de impedir a criatividade do homem.
Na origem latina, opinar tem um sentido ambíguo. É muito mais conjecturar do que
afirmar. A palavra chega a ter, nos seus vários sentidos, o de disfarçar. A origem do termo
é mais fiel ao seu significado do que a tradução que hoje se lhe dá.
Opinar não significa saber nem conhecer. Opinar significa ter uma opinião a
respeito de algo, isto é, uma impressão sujeita a retificações, a correções, a mudanças
permanentes. O sentido essencial de opinar é conjecturar, ou seja, supor uma realidade
para poder discuti-la e, assim, melhor conhecê-la.
No entanto, nos ofendemos se contrariam a nossa opinião; vivemos em busca do
respeito à “nossa opinião". E, mais grave e frequente, vivemos a sofrer por causa da
opinião ou de opiniões dos outros sem saber que a opinião de alguém é o resultado das
manifestações (reações) mais superficiais e fáceis do seu espírito.
A opinião é instância superficial, exercício de dúvida e de conhecimento disfarçado
em certeza ou afirmação, uma conjetura em forma de assertiva. É mais a expressão de um
sentimento do que a conciliação deste com o conhecimento e a verdade. A partir do
momento em que sabemos de tudo isso, temos obrigatoriamente que deixar de dar tanta
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importância à opinião alheia e à própria. É preciso, sempre, submetê-las ao crivo da


permanência, do tempo, da análise, do conhecimento, da vivência, da experimentação em
situações diferentes, em estados de espírito diversos, para, só então, considerá-la
significativa, válida, profunda.
Qual de nós está disposto a aceitar que a própria opinião, embora válida e
respeitável, é uma forma superficial de manifestação? Quem está disposto a se dar ao
trabalho de atribuir à opinião sua verdadeira função, que é nobilíssima: a de ser trânsito,
passagem, via, para a Convicção, para a Análise, para Dúvida e para a Evidência – os quatro
elementos que compõem a verdade?
Esta é a minha opinião...
TÁVOLA, Artur da. Alguém que já não fui. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Assinale a opção em que o processo de formação da palavra “inalienável” (3°§) está


corretamente indicado.
A) Derivação imprópria.
B) Formação regressiva.
C) Derivação prefixal e sufixal.
D) Composição por justaposição.
E) Derivação parassintética.

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4. (Esc. Naval/2017)
Leia o fragmento:

“[...] a relação entre o Eu e o Universo [...]” (2º parágrafo)

Assinale a opção em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a
palavra destacada acima.
a) O beija-flor voou feliz até o ninho.
b) Infeliz aquele que não ama o próximo.
c) – Silêncio! Pediu o professor à turma.
d) O resgate dos feridos aconteceu normalmente.
e) A falta cometida pelo jogador foi desleal.

5. (Esc. Naval/2016)
Em que opção encontra-se uma palavra, cujo processo de formação é o mesmo do termo
destacado em “[...] o tão sonhado embarque [...].” (11º parágrafo)
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a) “[...] circundam minha terra [...].” (2º parágrafo)


b) “[...] não seriam certamente em vão.” (4º parágrafo)
c) “E o sentimento de perda [...].” (6º parágrafo)
d) “Seis anos entremeados de aulas, [...].” (7º parágrafo)
e) “[...] o notável escritor-marinheiro [...].” (13º parágrafo)

6. (Esc. Naval/2015)
Os celulares
Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos,
dois. O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como
viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente!
Quem não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem,
com ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força
consumista do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações.
Me poupem de enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um
tudo. Diria mesmo que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e
com as outras pessoas.
Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de
reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida.
Mas me utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele
marca as horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos e, com dificuldade,
enviei outros, bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não
quero passar por um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo,
além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá

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algumas compras e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo
pagamentos nas máquinas bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas
senhas, que vão se multiplicando. Haja memória!
Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas
parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou
entrando em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face,
ou mesmo brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles
instantes em que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado.
Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem
causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: "Outro dia fui a um jantar com
mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas , descobri depois,
trocavam torpedos entre elas." Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em
torno de uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem
pior, quando estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações continuas,
algumas delas com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se
sentar a uma mesa colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos
garçons, a mulher e o homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E
ficam neles conversando quase o tempo todo, mesmo após o inicio da refeição. Se é um
casal de certa idade, podem me argumentar, não devia ter mais nada para conversar.
Afinal, casados há tanto tempo! Porém, vejo também casais bem mais jovens, com a
mesma atitude, consultando, logo ao se sentarem, os celulares para ver o movimento nas
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redes sociais, ou enviando torpedos, a maior parte do tempo. Clima de namoro, de


sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém parece ter murmurado em meu ouvido,
assim os casais encontraram uma maneira eficiente de não discutirem. Falando com
pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom entendimento, de uma refeição
em paz.
Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a
atenção. Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de
espera. Deu para perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato,
fez outra chamada. Estava sentado próximo a ela, que falava bem alto. A ligação era para
uma amiga bem intima, estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em
breves minutos, não é por nada não, fiquei sabendo de alguns "probleminhas" da vida
desta senhora. Não, não vou aqui devassar a vida dela, nem a própria me deu autorização
para tal... Afinal, sou uma pessoa discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha
companheira de sala de espera... berrava. Para não dizer, no entanto, que não contei nada,
também é discrição demais, só um pequeno detalhe, sem maior surpresa: ela estava a
ponto de estrangular o marido. O homem, não posso afiançar, aprontava as suas. Do outro
lado, a amigona parecia estimular bem a infortunada senhora. De repente, me impedindo
de saber mais fatos, a atendente chama a senhora, chegara a sua hora de adentrar ao
consultório do médico. Não sei como ela, bastante exasperada, iria enfrentar um exame,
na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra porta. É, os celulares criaram estas
situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser chamado de auditeurismo,
que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo.
(UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In:___ . A vida e o tempo em tom de
conversa. Ia ed. Rio de Janeiro: Odisséia, 2013. p. 150-153.)

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Em que opção o autor utiliza um neologismo?


A) "Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes
no corre-corre da vida." (2°§).
B) "No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal),
é verdade, meus textos, faço lá algumas compras [...]." (2°§).
C) "Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem
causado desconfortos sociais." (4°§)
D) "Talvez, alguém parece ter murmurado em meu ouvido, assim os casais encontraram
uma maneira eficiente de não discutirem." (4°§).
E) "É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a
ser chamado de auditeurismo, que ficará, [...]." (5°§).

7. (Esc. Naval/2014)
Em que opção o comentário sobre as palavras sublinhadas está correto?
a) “E o irmão lá atrás, respeitoso, [...].” (3º parágrafo) - o sufixo “-oso” forma o adjetivo
sublinhado a partir de um substantivo.
b) “Não, não enchi a garrafinha de água salgada para [...].” (4º parágrafo) - em “garrafinha”,
o sufixo de diminutivo tem valor pejorativo.
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c) “[...] o carioca, com esse modo natural de ir à praia, desvaloriza o mar.” (6º parágrafo) -
o prefixo “des-” denota repetição em “desvalorizar”.
d) “Ele vai ao mar com a sem-cerimônia que o mineiro vai ao quintal.” (6º parágrafo) - “sem-
cerimônia” é um neologismo formado por aglutinação.
e) “[...] que surpresas ondearão entre a lareira e a mesa de vinhos e queijos!” (7º parágrafo)
- o verbo sublinhado é formado por prefixação.

8. (Esc. Naval/2013)
VELHO MARINHEIRO
Homenagem aos marinheiros
de sempre... e para sempre.

Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira
e jurei lhe dar minha vida.
Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, senti-me homem de
verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. Ao meu lado, as vozes
de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção,
de peitos estufados e orgulhosos. Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada
em me dar um beijo. Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. O dia
acabou com a família em festa; eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde...
Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de
companheirismo. Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos.
Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois,

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como parte do meu ser e, assim, para sempre. A cada passo havia um novo esforço
esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. Minha vida, agora que olho para trás, foi
toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira.
No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos
sabiam das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas,
incumbências, e esperavam que eu as cumprisse bem. Pouco a pouco, passei a ser parte
da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. Um dia vi-me ensinando aos
novatos e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um
profissional! O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo,
às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, alguns mais até do que meus parentes.
Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu
mundo acabava no costado do navio.
A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, é uma das coisas mais belas,
que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. Por isso sou marinheiro, porque sei o
que é espírito de navio.
Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço,
postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. O interessante é que em toda
nossa vida, quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e
dos navios. Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar, talvez porque as
vencemos e fomos adiante.
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É aquela história dos pequenos sucessos.


A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher.
Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer,
surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho
que, na ausência, foi ensinado a dizer papai.
No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do
estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina.
Engraçado, vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com
máquina fotográfica? Foi assim comigo.
Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do
que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais.
Sou marinheiro, por isso sei como é.
Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que
ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na
garganta. Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! Sofisticado,
limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-
lo pronto. Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em
que servi já deu baixa. Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira,
inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez.
Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um,
protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da
instituição, protegido pelo merecimento de cada um.
Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista.

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Muitas vezes a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. Que
bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho - até um pouco grande,
ainda recordo - Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe...
Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade
desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para
sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi:
- Sou marinheiro, estou embarcando.
(Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de
Janeiro: Marinha do Brasil, Escola Naval, 2011. p. .6-8}

GLOSSÁRIO: Portaló – abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as
pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve.

Em que opção o autor, ao reportar-se ao passado, emprega um termo cujo sufixo tem
valor intensificador?
A) "Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar [...]." (6°§)
B) "Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira [...] (11°§)
C) "Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho [...]." (14°§)
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D) "No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno." (4°§)
E) "Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme." (2°§)

9. (EFOMM/2019)
Assinale a opção na qual a palavra sublinhada se formou por um processo diferente das
demais.
a) Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma forquilha com o canivete.
b) Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual (...).
c) Tinha uma que era para mim uma adoração.
d) Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração da infância.
e) Preciso de um sossego de beira de rio, com remanso, com cigarras.

10. (EFOMM/2018)
Quanto ao processo de formação de palavras, o de conversão NÃO está presente na
palavra sublinhada na alternativa
a) Disse certo o poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da navegação é saber preciso (...)
b) O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência de remar.
c) (...) multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que
as mudanças sejam cada vez mais rápidas (...)
d) Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia.
e) A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença (...)

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11. (EFOMM/2017)
No que tange ao processo de formação de palavras, o termo destacado que se enquadra
como formação-regressiva aparece na opção
a) As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de
sonhar.
b) Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e
imprevisível.
c) É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande
transformação (...)
d) O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária (...)
e) O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer (...)

12. (EFOMM/2016)
Assinale a opção em que o processo de formação da palavra sublinhada é diferente dos
demais.
a) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai
dono de livraria.
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b) Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa.
c) Mas que talento tinha para a crueldade.
d) Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo.
e) Como casualmente, informou-me que possuía ‘As reinações de Narizinho’, de Monteiro
Lobato.

Lista 02 – Gabarito

1. D 7. A
2. A 8. C
3. C 9. E
4. C 10. D
5. C 11. D
6. E 12. B

Lista 02 – Exercícios resolvidos


1. (AFA/2013)
Assinale a opção correta quanto à análise das palavras abaixo, em destaque, retiradas do texto
a) Os termos indissociável e intransigente são formadas somente pelo processo de derivação
prefixal.

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b) As palavras ímpar e saída seguem a regra de acentuação gráfica das vogais i e u tônicas dos
hiatos.
c) Na frase, “... tinham... personalidades radicalmente distintas.” (ref. 5), o termo distintas é
sinônimo de notáveis.
d) Nas palavras destacadas em “... Gates ficou fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja de
seu efeito hipnótico...” (ref. 6), há, respectivamente, dígrafo, dígrafo e encontro consonantal.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois, além da prefixação com prefixo in-, ocorre sufixação
com sufixo -vel, em indissociável, e sufixo -nte, em intransigente.
A alternativa B está incorreta, pois não ocorre hiato em ímpar, que é acentuada por ser
uma palavra paroxítona terminada em -r. A acentuação em saída tem, de fato, correlação com
o hiato, pois se trata de um hiato com vogal i isolada, não seguida de nh ou s.
A alternativa C está incorreta, pois distintas tem sentido de diferentes, enquanto
notáveis significa que se destaca.
A alternativa D está correta, pois fascinado apresenta um dígrafo consonantal separável
– sc, que apresenta o fonema /s/; inveja apresenta um dígrafo vocálico – in, que apresenta o
fonema; hipnótico apresenta encontro consonantal – pn.
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Gabarito: D
Não, os livros não vão acabar
Não sei se é a próxima chegada da Amazon ao Brasil ou a profecia maia do fim do
mundo, mas o fato é que nunca vi tanta gente preocupada com o fim do livro. São estudantes
que me escrevem motivados por pesquisas escolares, organizadores de eventos literários que
me pedem palestras, leitores que manifestam sua apreensão. Em alguns casos, percebo uma
espécie perversa de prazer apocalíptico, mas logo desaponto quem quer ver o mar pegando
fogo para comer camarão cozido: é que absolutamente não acredito que o livro vai acabar.
Tenho escrito reiteradas vezes sobre o assunto; estou, aliás, numa posição bastante
confortável para fazê-lo. Gosto igualmente de livros e de tecnologia, e seria a primeira a
abraçar meus dois amores reunidos num só objeto; mas embora o Kindle e os vários pads
tenham o seu valor como readers, os livros em papel não estão tão próximos da extinção
quanto, digamos, o tigre de Sumatra.
Para começo de conversa, é preciso lembrar que o negócio das editoras não é vender
papel, mas sim vender histórias. O papel é apenas o suporte para os seus produtos. Aos
poucos, em alguns casos, ele tende a ser mesmo substituído pelos tablets. Não dou vida longa
aos livros de referência em papel. Estes funcionam melhor, e podem ser mais facilmente
atualizados, em forma eletrônica. O caso clássico é o da Enciclopédia Britannica, cujos editores
anunciaram, no começo do ano, que a edição corrente, de 2010, seria a última impressa,
marcando o fim de 244 anos de uma bela - e volumosa - história em papel.
Embora quase todos os conjuntos de folhas impressas reunidos entre duas capas
recebam o mesmo nome de livro, nem todos exercem a mesma função. Há livros e livros. Um
manual técnico é um animal completamente diferente de um romance; um livro escolar não
guarda nenhuma semelhança com um livro de arte; uma antologia poética e um guia de
viagem são produtos que só têm em comum o fato de serem vendidos no mesmo lugar.

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Há livros que só funcionam em papel. É o caso dos livros que os povos angloparlantes
denominam coffee table books, “livros de mesinha de centro” - aqueles livrões bonitos, em
formato grande, cheios de ilustrações e muito incômodos de ler no colo, impossíveis de levar
para a cama. Estes são objetos que se destacam pelo tamanho, pela qualidade de impressão,
pela vista que fazem. Quem quer ver um livro desses num tablet? Quem quer presentear um
desses em e-formato?
Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao
alcance da mão. Esses são aqueles livros que, em geral, lemos pela primeira vez em formato
de bolso, mas aos quais nos apegamos tanto que, não raro, acabamos comprando uma
segunda edição, mais bonita, para nos fazer companhia pelo resto da vida.
Isso explica as lindas edições que a Zahar, por exemplo, tem feito de obras que já
encantaram várias gerações, como “Peter Pan”, “Os três mosqueteiros" ou “Vinte mil léguas
submarinas”: livros lindos de se ver e de se pegar, cujo esmero físico complementa a edição
caprichada. Ganhar de presente um livro desses é uma alegria que não se tem com um vale
para uma compra eletrônica. Fica a dica, aliás, já que o Natal vem aí.
Há prazeres e sensações que só tem com o papel. Gosto de perceber o tamanho de um
livro à primeira vista. Um tablet pode me informar quantas páginas um volume tem, mas essa
informação é abstrata. Saber que um livro tem 500 páginas ou ver que um livro tem 500
páginas são coisas diferentes. Gosto também de folhear um livro e de fazer uma espécie de
leitura em diagonal antes de me decidir pela compra. Isso é impossível de fazer com ebooks.
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Sem falar, é claro, do cheiro inigualável dos livros em papel.


RÓNAI, Cora. Jornal O Globo, Economia, 12.11.2012

2. (Esc. Naval/2019)
Assinale a opção cujo termo destacado exemplifica o mesmo processo de formação de
palavras observado em: “Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e
queremos ter ao alcance da mão.” (6°§)
A) Ler, sem dúvida, é uma atividade prazerosa e de esforço intelectual.
B) Os estudantes apreciaram o vídeo com entrevistas de antigos escritores.
C) Seria lamentável, realmente, a morte dos livros impressos em papel.
D) Um livro escolar de boa qualidade consegue esclarecer as dúvidas dos estudantes.
E) Acreditamos que a leitura de um bom livro seja um dos melhores passatempos.

Comentários:
A palavra “clássicos” é formada por derivação imprópria, ou seja, há mudança de classe
morfológica da palavra sem mudança de grafia. A palavra “clássicos”, comumente um adjetivo,
é aqui um substantivo.
A alternativa A está correta, pois “ler” também é uma derivação imprópria: o verbo “ler”
é tratado como um substantivo aqui.
A alternativa B está incorreta, pois “vídeo” é um aportuguesamento, uma palavra
estrangeira adequada às regras de gramática do português.

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A alternativa C está incorreta, pois “morte” é um exemplo de regressão, já que o


substantivo é oriundo de um verbo.
A alternativa D está incorreta, pois “esclarecer” é formada por derivação parassintética.
A alternativa E está incorreta, pois “passatempos” é formada por justaposição.
Gabarito: A
3. (Esc. Naval/2018)
Para pessoas de opinião
Você me dirá que uma das coisas que mais preza é sua opinião. Prezá-la é considerado
virtude. Fulano? É uma pessoa de opinião”. É preciso força e decisão para “ter opinião". Não
é fácil.
Você me dirá, ainda, do que é capaz de fazer para defender a própria opinião. Ter
opinião é tão importante que há até um direito dos mais sagrados, o direito à opinião,
ultimamente, aliás, bastante afetado, pois vivemos tempos de ampliação do delito de opinião.
Ter opinião, em vez de ser considerado um estágio preliminar da convicção, passa a ser
ameaçador.
Mas sem contrariar a força com que você defende as próprias opiniões e, sobretudo,
defendendo o seu inalienável direito de tê-las, eu lhe proporei pensar sobre se a opinião é
uma instância realmente profunda ou se é, tão-somente, uma das primeiras reações que se
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tem diante dos acontecimentos.


Será a opinião uma reação profunda ou superficial? Ouso afirmar que, quase sempre, é
das mais superficiais.
Opinião é reação, e expressa um sentimento ou julgamento. Ao reagir, o sentimento
realiza uma síntese do que e como somos. Esta síntese aparece na forma pela qual reagimos.
A primeira reação é reveiadora do sentimento com que julgamos a vida, o mundo, as pessoas.
Quase sempre a opinião surge nessa etapa inicial, patamar superficial do nosso ser. Somos
um repositório de primeiras impressões!
Pode-se, efetivamente, garantir que nossas opiniões são fruto de meditação? Ou de
conhecimento sedimentado? Positivamente, não. Quem responder sinceramente, vai concluir
que tem muito mais opiniões do que coisas que sabe ou conhece. Qualquer conhecimento
profundo não leva à opinião; leva à análise, à convicção, à dúvida ou à evidência, e nenhuma
dessas quatro instâncias tem a ver com a opinião.
Quem (se) reparar com cuidado, verificará o quanto é levado a opinar, vale dizer, reagir,
sentir, julgar, diante dos variados temas. Somos um aluvião de opiniões. Defendemo-nos de
analisar, tendo opinião; preservamo-nos do perigoso e trabalhoso mister de pensar, tendo
logo uma opinião.
É mais fácil ter opinião do que dúvida. Opinião traz adeptos e dividendos pessoais de
prestígio, respeitabilidade, aura de coragem ou heroísmo.
As opiniões são uma espécie de fabricação em série de ideias sempre iguais, saídas do
modelo pelo qual vemos o mundo, e nos faz enfocar a realidade segundo um eterno
subjetivismo. Por isso a opinião quase nunca é o reflexo das variadas componentes do real. É
eco a repetir a experiência anterior, diante de cada caso novo. A opinião nos defende da
complexidade do real, logo, é maneira de impedir a criatividade do homem.

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Na origem latina, opinar tem um sentido ambíguo. É muito mais conjecturar do que
afirmar. A palavra chega a ter, nos seus vários sentidos, o de disfarçar. A origem do termo é
mais fiel ao seu significado do que a tradução que hoje se lhe dá.
Opinar não significa saber nem conhecer. Opinar significa ter uma opinião a respeito
de algo, isto é, uma impressão sujeita a retificações, a correções, a mudanças permanentes. O
sentido essencial de opinar é conjecturar, ou seja, supor uma realidade para poder discuti-la
e, assim, melhor conhecê-la.
No entanto, nos ofendemos se contrariam a nossa opinião; vivemos em busca do
respeito à “nossa opinião". E, mais grave e frequente, vivemos a sofrer por causa da opinião
ou de opiniões dos outros sem saber que a opinião de alguém é o resultado das manifestações
(reações) mais superficiais e fáceis do seu espírito.
A opinião é instância superficial, exercício de dúvida e de conhecimento disfarçado em
certeza ou afirmação, uma conjetura em forma de assertiva. É mais a expressão de um
sentimento do que a conciliação deste com o conhecimento e a verdade. A partir do momento
em que sabemos de tudo isso, temos obrigatoriamente que deixar de dar tanta importância à
opinião alheia e à própria. É preciso, sempre, submetê-las ao crivo da permanência, do tempo,
da análise, do conhecimento, da vivência, da experimentação em situações diferentes, em
estados de espírito diversos, para, só então, considerá-la significativa, válida, profunda.
Qual de nós está disposto a aceitar que a própria opinião, embora válida e respeitável,
é uma forma superficial de manifestação? Quem está disposto a se dar ao trabalho de atribuir
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à opinião sua verdadeira função, que é nobilíssima: a de ser trânsito, passagem, via, para a
Convicção, para a Análise, para Dúvida e para a Evidência – os quatro elementos que
compõem a verdade?
Esta é a minha opinião...
TÁVOLA, Artur da. Alguém que já não fui. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Assinale a opção em que o processo de formação da palavra “inalienável” (3°§) está


corretamente indicado.
A) Derivação imprópria.
B) Formação regressiva.
C) Derivação prefixal e sufixal.
D) Composição por justaposição.
E) Derivação parassintética.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a palavra não é formada por um processo de
mudança de classe de palavra sem mudança de grafia.
A alternativa B está incorreta, pois a palavra não é formada por um processo de retirada
de algum elemento da palavra.
A alternativa C está correta, pois a palavra “inalienável” é formada pela adição do prefixo
“in” e o sufixo “ável” ao radical “alien”. Pode-se confirmar esse processo, pois a retirada de um
dos elementos segue fazendo com a palavra tenha sentido: inalienar e alienável.

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A alternativa D está incorreta, pois a palavra não é formada por um processo de junção
de dois radicais.
A alternativa E está incorreta, pois a palavra não é formada por um processo de
parassíntese. Pode-se confirmar, pois a retirada de um dos elementos segue fazendo com a
palavra tenha sentido: inalienar e alienável.
Gabarito: C
4. (Esc. Naval/2017)
Leia o fragmento:

“[...] a relação entre o Eu e o Universo [...]” (2º parágrafo)

Assinale a opção em que a palavra sublinhada foi formada pelo mesmo processo que a palavra
destacada acima.
a) O beija-flor voou feliz até o ninho.
b) Infeliz aquele que não ama o próximo.
c) – Silêncio! Pediu o professor à turma.
d) O resgate dos feridos aconteceu normalmente.
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e) A falta cometida pelo jogador foi desleal.

Comentários:
A palavra destacada passou por derivação imprópria, tendo sua classe alterada de
pronome para substantivo.
A alternativa A está incorreta, pois a palavra beija-flor foi formada pela junção de duas
palavras para formar uma terceira.
A alternativa B está incorreta, pois não ocorre alteração da classe gramatical de “infeliz”.
A alternativa C está correta, pois “silencio”, originalmente um substantivo, é usado como
interjeição.
A alternativa D está incorreta, pois “resgate”, substantivo, atua como substantivo.
A alternativa E está incorreta, pois “desleal” se manteve como adjetivo.
Gabarito: C

5. (Esc. Naval/2016)
Em que opção encontra-se uma palavra, cujo processo de formação é o mesmo do termo
destacado em “[...] o tão sonhado embarque [...].” (11º parágrafo)
a) “[...] circundam minha terra [...].” (2º parágrafo)
b) “[...] não seriam certamente em vão.” (4º parágrafo)
c) “E o sentimento de perda [...].” (6º parágrafo)

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d) “Seis anos entremeados de aulas, [...].” (7º parágrafo)


e) “[...] o notável escritor-marinheiro [...].” (13º parágrafo)

Comentários:
Alternativa A está incorreta, pois ocorreu o processo chamado de derivação prefixal
(prefixo “circum”).
Alternativa B está incorreta, pois ‘certamente’ passou por uma derivação sufixal (sufixo
“mente”).
Alternativa C está certa, pois o substantivo “perda” tem origem no verbo “perder”, por
meio de uma derivação regressiva. Esse é o mesmo caso da palavra “embarque”, substantivo
que se originou do verbo “embarcar” por derivação regressiva.
Alternativa D está incorreta, pois a palavra “entremeados” é formada por composição
por justaposição, isto é, a junção das palavras “entre” e “meado”.
Alternativa E está incorreta, pois a palavra “notável” é formada por derivação sufixal, tal
qual a alternativa B.
Gabarito: C
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6. (Esc. Naval/2015)
Os celulares
Resolvi optar pela forma de plural, pois vejo tanta gente agora com, pelo menos, dois.
O que me pergunto é como se comportaria a maioria das pessoas sem celular, como
viver hoje sem ele? Uma epidemia neurótica grave atacaria a população? Certamente! Quem
não tem seu celular hoje em dia? Crianças, cada vez mais crianças, lidam, e bem, com
ele. Apenas uns poucos retrógrados, avessos ao progresso tecnológico. A força consumista
do aparelho foi crescendo com a possibilidade de suas crescentes utilizações. Me poupem de
enumerá-las, pois só sei de algumas. De fato, ele faz hoje em dia de um tudo. Diria mesmo
que o celular veio a modificar as relações do ser humano com a vida e com as outras pessoas.
Até que não custei tanto assim a aderir a este telefoninho! Nem posso deixar de
reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no corre-corre da vida. Mas me
utilizo dele pouco e apenas para receber e efetuar ligações. Nem lembro que ele marca as
horas, possui calendário. É verdade, recebi uns torpedos e, com dificuldade, enviei outros,
bem raros. Imagine tirar fotos, conectá-lo à internet, ao Facebook! Não quero passar por
um desajustado à vida moderna. Isto não! No computador, por exemplo, além dos e-mails,
participo de rede social, digito (mal), é verdade, meus textos, faço lá algumas compras
e pesquisas... Fora dele, tenho meus cartões de crédito, efetuo pagamentos nas máquinas
bancárias e, muito importante, sei de cabeça todas as minhas senhas, que vão
se multiplicando. Haja memória!
Mas, no caso dos celulares, o que me chama mesmo a atenção é que as pessoas
parecem não se desgrudar dele, em qualquer situação, ou ligando para alguém, ou entrando
em contato com a internet, acompanhando o movimento das postagens do face, ou mesmo
brincando com seus joguinhos, como procedem alguns taxistas, naqueles instantes em
que param nos sinais ou em que o trânsito está emperrado.

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Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem
causado desconfortos sociais. Comenta a Danuza Leão: "Outro dia fui a um jantar com
mais seis pessoas e todas elas seguravam um celular. Pior, duas delas , descobri depois,
trocavam torpedos entre elas." Me sinto muito constrangido quando, num grupo, em torno de
uma mesa, tem alguém, do meu lado, falando, sem parar, pelo celular. Pior, bem pior, quando
estou só com alguém, e esta pessoa fica atendendo ligações continuas, algumas delas
com aquela voz abafada, sussurrante... Pode? É frequente um casal se sentar a uma mesa
colada à minha, em um restaurante e, depois, feitos os pedidos aos garçons, a mulher e o
homem tomam, de imediato, os seus respectivos celulares. E ficam neles conversando quase
o tempo todo, mesmo após o inicio da refeição. Se é um casal de certa idade, podem me
argumentar, não devia ter mais nada para conversar. Afinal, casados há tanto tempo! Porém,
vejo também casais bem mais jovens, com a mesma atitude, consultando, logo ao se
sentarem, os celulares para ver o movimento nas redes sociais, ou enviando torpedos, a maior
parte do tempo. Clima de namoro, de sedução, é que não brotava dali. Talvez, alguém
parece ter murmurado em meu ouvido, assim os casais encontraram uma maneira eficiente de
não discutirem. Falando com pessoas não presentes ali. A tecnologia a serviço do bom
entendimento, de uma refeição em paz.
Mas vivencio sempre outras situações em que o uso do celular me prende a atenção.
Entrei em um consultório médico, uma senhora aguardava sua vez na sala de espera. Deu para
perceber que ela acabava de desligar seu aparelho. Mas, de imediato, fez outra chamada.
Estava sentado próximo a ela, que falava bem alto. A ligação era para uma amiga bem intima,
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estava claro pela conversa desenrolada, desenrolada mesmo. Em breves minutos, não é por
nada não, fiquei sabendo de alguns "probleminhas" da vida desta senhora. Não, não vou aqui
devassar a vida dela, nem a própria me deu autorização para tal... Afinal, sou uma pessoa
discreta. Não pude foi evitar escutar o que minha companheira de sala de espera... berrava.
Para não dizer, no entanto, que não contei nada, também é discrição demais, só um pequeno
detalhe, sem maior surpresa: ela estava a ponto de estrangular o marido. O homem, não
posso afiançar, aprontava as suas. Do outro lado, a amigona parecia estimular bem a
infortunada senhora. De repente, me impedindo de saber mais fatos, a atendente chama a
senhora, chegara a sua hora de adentrar ao consultório do médico. Não sei como ela, bastante
exasperada, iria enfrentar um exame, na verdade, delicado. Não deu para vê-la sair pela outra
porta. É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a
ser chamado de auditeurismo, que ficará, assim, ao lado do antigo voyeurismo.
(UCHÔA, Carlos Eduardo Falcão. Os celulares. In:___ . A vida e o tempo em tom de conversa. Ia
ed. Rio de Janeiro: Odisséia, 2013. p. 150-153.)

Em que opção o autor utiliza um neologismo?


A) "Nem posso deixar de reconhecer que ele tem me quebrado uns galhos importantes no
corre-corre da vida." (2°§).
B) "No computador, por exemplo, além dos e-mails, participo de rede social, digito (mal), é
verdade, meus textos, faço lá algumas compras [...]." (2°§).
C) "Não há como negar, contudo, que esta utilização constante do aparelhinho tem causado
desconfortos sociais." (4°§)
D) "Talvez, alguém parece ter murmurado em meu ouvido, assim os casais encontraram uma
maneira eficiente de não discutirem." (4°§).

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E) "É, os celulares criaram estas situações, propiciando já a formação do que poderá vir a ser
chamado de auditeurismo, que ficará, [...]." (5°§).

Comentários:
Alternativa E está correta, pois “auditeurismo” é uma palavra criada a partir da ideia de
“voyeurismo”, que significa o desejo e curiosidade a partir da visão, observação visual . No
caso dos celulares, é a partir do áudio que surge o desejo e a curiosidade. Assim, une-se a
palavra “áudio” com “ismo” para a criação de uma nova palavra.
Gabarito: E
7. (Esc. Naval/2014)
Em que opção o comentário sobre as palavras sublinhadas está correto?
a) “E o irmão lá atrás, respeitoso, [...].” (3º parágrafo) - o sufixo “-oso” forma o adjetivo
sublinhado a partir de um substantivo.
b) “Não, não enchi a garrafinha de água salgada para [...].” (4º parágrafo) - em “garrafinha”, o
sufixo de diminutivo tem valor pejorativo.
c) “[...] o carioca, com esse modo natural de ir à praia, desvaloriza o mar.” (6º parágrafo) - o
prefixo “des-” denota repetição em “desvalorizar”.
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d) “Ele vai ao mar com a sem-cerimônia que o mineiro vai ao quintal.” (6º parágrafo) - “sem-
cerimônia” é um neologismo formado por aglutinação.
e) “[...] que surpresas ondearão entre a lareira e a mesa de vinhos e queijos!” (7º parágrafo) -
o verbo sublinhado é formado por prefixação.

Comentários:
Alternativa A é correta: “respeito” adicionado do sufixo -oso forma o adjetivo
“respeitoso”.
Alternativa B é errada: o diminutivo é utilizado para demonstrar pequeno tamanho.
Alternativa C é errada: o prefixo des- demonstra ideia de negação ou oposição quando
associado ao verbo “valorizar”.
Alternativa D é errada: sem-cerimônia não é um neologismo.
Alternativa E é errada: “ondearão” não possui um prefixo porque é originado do
substantivo “onda”.
Gabarito: A
8. (Esc. Naval/2013)
VELHO MARINHEIRO
Homenagem aos marinheiros
de sempre... e para sempre.

Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e
jurei lhe dar minha vida.

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Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, senti-me homem de
verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. Ao meu lado, as vozes de
outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de
peitos estufados e orgulhosos. Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me
dar um beijo. Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. O dia acabou com
a família em festa; eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde...
Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de
companheirismo. Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos.
Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como
parte do meu ser e, assim, para sempre. A cada passo havia um novo esforço esperando e,
depois dele, um pequeno sucesso. Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos
sucessos. A soma deles foi a minha carreira.
No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam
das coisas mais do que eu havia aprendido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e
esperavam que eu as cumprisse bem. Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser
chamado para ajudar, a ser necessário. Um dia vi-me ensinando aos novatos e dei-me conta
de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! O navio passou a ser
minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia
todos, alguns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações
e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio.
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A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, é uma das coisas mais belas, que
só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. Por isso sou marinheiro, porque sei o que é
espírito de navio.
Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço,
postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. O interessante é que em toda nossa
vida, quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios.
Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar, talvez porque as vencemos e
fomos adiante.
É aquela história dos pequenos sucessos.
A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figurando a mulher. Primeiro
a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de
carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência,
foi ensinado a dizer papai.
No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro,
depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. Engraçado, vocês já
perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográfica? Foi
assim comigo.
Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que
eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou
marinheiro, por isso sei como é.
Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço
de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta.
Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! Sofisticado, limpíssimo, nas
mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. Do que me
mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa.

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Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha
garganta entalou outra vez.
Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um,
protegido à custa do desmerecimento da instituição; mas o puro, que significa o bem da
instituição, protegido pelo merecimento de cada um.
Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista.
Muitas vezes a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. Que bom
se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho - até um pouco grande, ainda
recordo - Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe...
Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade
desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre,
indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi:
- Sou marinheiro, estou embarcando.
(Autor desconhecido. In: Língua portuguesa: leitura e produção de texto. Rio de Janeiro: Marinha do Brasil,
Escola Naval, 2011. p. .6-8}

GLOSSÁRIO: Portaló – abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas
transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimentar carga leve.
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Em que opção o autor, ao reportar-se ao passado, emprega um termo cujo sufixo tem valor
intensificador?
A) "Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar [...]." (6°§)
B) "Quando saí de bordo, parei no portaló, voltei-me para a bandeira [...] (11°§)
C) "Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aquele uniforme novinho [...]." (14°§)
D) "No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno." (4°§)
E) "Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme." (2°§)

Comentários:
Alternativa A é errada: não há nenhuma palavra aqui com valor de intensidade.
Alternativa B é errada: não há nenhuma palavra aqui com valor de intensidade.
Alternativa C é correta: o uso do “inho” aqui intensifica a condição do uniforme, de ser
muito novo.
Alternativa D é errada: não há nenhuma palavra aqui com valor de intensidade.
Alternativa E é errada: não há nenhuma palavra aqui com valor de intensidade.
Gabarito: C
9. (EFOMM/2019)
Assinale a opção na qual a palavra sublinhada se formou por um processo diferente das
demais.
a) Estaremos debaixo da goiabeira; eu cortarei uma forquilha com o canivete.

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b) Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual (...).


c) Tinha uma que era para mim uma adoração.
d) Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração da infância.
e) Preciso de um sossego de beira de rio, com remanso, com cigarras.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois goiabeira é formada pela sufixação da palavra
goiaba, utilizando o sufixo -eira, conforme demais alternativas (exceto E).
A alternativa B está incorreta, pois bambual é formada pela sufixação da palavra bambu,
utilizando o sufixo -al, conforme demais alternativas (exceto E).
A alternativa C está incorreta, pois adoração é formada pela sufixação da palavra adorar,
utilizando o sufixo -ção, conforme demais alternativas (exceto E).
A alternativa D está incorreta, pois beleza é formada pela sufixação da palavra belo,
utilizando o sufixo -eza, conforme demais alternativas (exceto E).
A alternativa E está correta, pois sossego é formada pela derivação regressiva da
palavra sossegar, processo no qual ocorre supressão de elementos da palavra primitiva.
Assim, sossego é a única palavra dentre as que estão nas alternativas que não se formou por
derivação sufixal.
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Gabarito: E
10. (EFOMM/2018)
Quanto ao processo de formação de palavras, o de conversão NÃO está presente na palavra
sublinhada na alternativa
a) Disse certo o poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da navegação é saber preciso (...)
b) O ritmo das remadas acelera. Sabem tudo sobre a ciência de remar.
c) (...) multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que as
mudanças sejam cada vez mais rápidas (...)
d) Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de uma utopia.
e) A nau navega veloz e sem rumo. Nas universidades, essa doença (...)

Comentários:
O processo de conversão ocorre quando, sem alterar a forma da palavra, muda-se sua
classe gramatical. Com isso, avaliam-se as alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois a palavra saber, originalmente sendo verbo, atua
como substantivo na oração, ocorrendo processo de conversão.
A alternativa B está incorreta, pois a palavra remar, originalmente sendo verbo, atua
como substantivo na oração, ocorrendo processo de conversão.
A alternativa C está incorreta, pois a palavra dispor, originalmente sendo verbo, atua
como substantivo na oração, ocorrendo processo de conversão.
A alternativa D está correta, pois a palavra busca é formada pela derivação regressiva
da palavra primitiva buscar. Com isso, busca é o único termo, dentre as alternativas, que não
foi formado por conversão.
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A alternativa E está incorreta, pois a palavra veloz, originalmente sendo adjetivo, atua
como advérbio de modo na oração, ocorrendo processo de conversão.
Gabarito: D

11. (EFOMM/2017)
No que tange ao processo de formação de palavras, o termo destacado que se enquadra
como formação-regressiva aparece na opção
a) As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar.
b) Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e
imprevisível.
c) É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação
(...)
d) O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária (...)
e) O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer (...)

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois capacidade é formada a partir de derivação sufixal,
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a partir da palavra primitiva capaz, e do sufixo -dade.


A alternativa B está incorreta, pois inesperada é formada a partir de derivação prefixal
a partir da palavra primitiva esperada e do prefixo -in.
A alternativa C está incorreta, pois duro é palavra primitiva.
A alternativa D está correta, pois estouro é formada pela derivação regressiva do
verbo estourar, sendo o único termo dentre os destacados nas alternativas que passa por esse
processo de formação.
A alternativa E está incorreta, pois quebra-dentes ocorre processo de composição por
justaposição entre os termos quebrar e dentes.
Gabarito: D
12. (EFOMM/2016)
Assinale a opção em que o processo de formação da palavra sublinhada é diferente dos
demais.
a) Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono
de livraria.
b) Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa.
c) Mas que talento tinha para a crueldade.
d) Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo.
e) Como casualmente, informou-me que possuía ‘As reinações de Narizinho’, de Monteiro
Lobato.

Comentários:

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A alternativa A está incorreta, pois livraria é formada por derivação sufixal, entre a
palavra primitiva livro e o sufixo -aria. Assim, com exceção da alternativa B, o termo tem o
mesmo processo de formação das demais alternativas.
A alternativa B está correta, pois tortura é formada por derivação regressiva, a partir
do verbo torturar, de modo que o processo de formação do termo da alternativa se distingue
das demais.
A alternativa C está incorreta, pois crueldade é formada por derivação sufixal, entre a
palavra primitiva cruel e o sufixo -dade. Assim, com exceção da alternativa B, o termo tem o
mesmo processo de formação das demais alternativas.
A alternativa D está incorreta, pois ferocidade é formada por derivação sufixal, entre a
palavra primitiva feroz e o sufixo -idade. Assim, com exceção da alternativa B, o termo tem o
mesmo processo de formação das demais alternativas.
A alternativa E está incorreta, pois casualmente é formada por derivação sufixal, entre
a palavra primitiva casuale o sufixo -mente. Assim, com exceção da alternativa B, o termo tem
o mesmo processo de formação das demais alternativas.
Gabarito: B

Lista 03 – Exercícios sem resolução


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1. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


Leia atentamente e assinale a alternativa correta.
No fim do quarteirão, um cinema menor exibia cartazes com cenas de caçadores num
safári. Interessou-se pela foto da loura sendo atacada por um crocodilo enquanto o
caçador (mas que homem lindo) era pisoteado por um javali.
(Conto Senhor diretor, em Seminário dos Ratos, Lygia Fagundes Telles)

Assinale a alternativa que apresente palavras formadas pelo mesmo processo de formação
que a destacada no enunciado.
a) jornaleco, infeliz, escravidão.
b) sonolência, pedinte, envelhecido.
c) beleza, bebidinha, lugarejo.
d) chileno, rochedo, desleal.
e) matadouro, infelizmente, lealdade.

2. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


A ideia de vacina existe há mais de mil anos. Mas, nos seus primórdios, a vacinação era
indubitavelmente bruta. E arriscada.

A alternativa que contém uma palavra destacada formada a partir do mesmo processo de
formação que aquela destacada no enunciado é
a) garantindo a criação de anticorpos capazes de enfrentar a versão pesada da varíola.

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b) Esse último método ficou conhecido como variolação ou inoculação


c) com o médico sobreavisado de que, caso ela morresse, ele teria que fugir do país
d) um vírus “humanizado” – para inocular a próxima pessoa.
e) e também de fornecer proteção antivaríola

3. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


Cacos para um vitral (Adélia Prado)
Existe mesmo o Japão?
E um país que não conheço, com seu litoral deserto?
Entre as coxas é o público. Público e óbvio.
Quero é teu coração, fundo dos teus dois olhos
que só faltam falar.
Mira-me en español pra ver se não estalo os dedos
e saio dançando em vermelho.
Fechei os olhos no sol, vi a forma-prima
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por um segundo só e esqueci.


Como existiram os santos, Deus existe
e com um poder de sedução indizível.
Quem fez o ouro foi Ele, quem deu tino ao homem
pra inventar o cordão que se põe no pescoço.
Dito assim é tão puro, quase não vejo culpa
em comprar um pra mim.
Tenho os mesmos desejos de trinta anos atrás,
imutáveis como os mosquitos na cozinha ensolarada,
minha mãe fazendo café
e meu pai sentado, esperando.

A palavra “forma-prima”, no verso 8, é um neologismo criado a partir do mesmo processo


de formação de palavra que
a) planalto
b) desnecessário
c) passatempo
d) velozmente
e) esquentar

4. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)

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“Não se falou mais em assintomáticos, em comorbidades, em covas coletivas, em


respiradores, em óbitos”

Analisando a palavra “assintomáticos”, percebemos que ela é formada a partir do prefixo


“a”, denotando negação e a palavra “sintomático”, alguém que tem sintomas de uma
doença. A palavra “comorbidades” também é formada por um processo de prefixação.
Sabendo disso, o significado dessa palavra deve ser
a) condição posterior a contrair a pandemia.
b) estatísticas contrárias ao esperado da doença.
c) diminuição do número de pessoas doentes.
d) quadro de múltiplas doenças ao mesmo tempo.
e) alta incidência de mortes no mesmo momento.

5. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não europeias, do qual
derivou uma queda do eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos
“civilizados”; e os “não-civilizados”
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A palavra em destaque foi formada a partir de


a) sufixação apenas
b) prefixação apenas
c) sufixação e prefixação
d) aglutinação e sufixação
e) justaposição apenas.

6. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


A palavra cujo prefixo traduz ideia de negação é
a) Ninguém
b) Inventou
c) Acompanhando
d) Impecavelmente
e) Importam

7. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


Leia atentamente e assinale a alternativa correta.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 23%
dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (os chamados jovens nem-nem). A
maioria é de mulheres de baixa renda, um dos maiores porcentuais de jovens nessa

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situação entre nove países da América Latina e Caribe. Ainda segundo a pesquisa, 49% se
dedicam exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e
estudam ao mesmo tempo. As razões para esse cenário são problemas com habilidades
cognitivas e socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com
parentes e filhos, entre outros. Embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os
jovens são ociosos e improdutivos, 31% deles estão procurando trabalho, principalmente
os homens, e mais da metade – cerca de 64% – dedica-se a trabalhos de cuidado
doméstico e familiar, principalmente as mulheres. Para falar sobre o assunto, o Jornal da
USP no Ar conversou com o professor Ruy Braga, do Departamento de Sociologia da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, especialista em Sociologia do
Trabalho.
Jornal da USP, Número de jovens que nem estudam nem trabalham cresceu com a crise,
18/12/2018. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/numero-de-jovens-que-nem-
estudam-nem-trabalham-cresceu-com-a-crise/> Acesso em ago. 2020

I. A palavra “nem-nem” é um neologismo criado a partir da conjunção “nem”.


II. As palavras “exclusivamente” e “especialista” são formadas a partir do mesmo processo
de formação de palavras.
III. A palavra “socioemocionais” é formada a partir de um processo de formação de
derivação por prefixação.
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a) I e II são corretas.
b) Apenas II é correta.
c) II e III são corretas.
d) I e III são corretas.
e) Todas as anteriores são corretas.

8. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


A proposta de sustentabilidade é herdeira da noção de ecodesenvolvimento, que teve
um curto período de vida útil.

A palavra em destaque no enunciado foi formada a partir de um processo de


a) derivação prefixal
b) derivação sufixal
c) derivação prefixal e sufixal
d) justaposição
e) aglutinação

9. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


O vocábulo “independentemente” é formado por qual processo?

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a) composição por justaposição.


b) derivação por prefixação e sufixação.
c) composição por aglutinação.
d) derivação parassintética.

10. (Estratégia Militares/2020 – Prof. Wagner Santos)


A palavra Trollagem, um aportuguesamento, é formada pelo mesmo processo da palavra
indicada em
[A] Facebook.
[B] ambiental.
[C] subsistência.
[D] Coronavírus.
[E] envergonhado.

11. (Estratégia Militares/2020 – Prof. Wagner Santos)


Assinale, a seguir, a alternativa em que as palavras sejam formadas por derivação
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parassintética.
(A) Amoral e bem-te-vi.
(B) Imoralidade e hidroelétrica.
(C) Moralidade e hidrelétrica.
(D) Impossibilidade e socioeducacional.
(E) Amanhecer e entardecer

12. (Estratégia Militares/2020 – Prof. Wagner Santos)


A palavra “sanfoneiro” utiliza o mesmo processo de formação de palavras de
a) intransitivo.
b) formigamento.
c) infelicidade.
d) emagrecimento.
e) girassol.

13. (Estratégia Militares/2020 – Professor Wagner Santos)


Tendo em vista os processos de formação de palavras, o vocábulo “fototoxicidade” é
formado por
a) derivação parassintética.
b) composição por justaposição.

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c) composição por aglutinação.


d) derivação por prefixação e sufixação.

14. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Assinale a alternativa em que temos a presença de uma leitura ambígua.
(A) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(B) Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
(C) Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do
vestido e da elegância?
(D) E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da
agulha no pano.
(E) Eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

15. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


Os vocábulos “isolamento” e “indiferente”, encontradas no texto 1, apresentam, como
processos de formação, os mesmos encontrados, respectivamente, em
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(A) plaqueta e constitucional.


(B) pequenino e entardecer
(C) hidroelétrica e bolinha.
(D) imoralidade e hidrelétrica.
(E) menininho e amoralidade.

16. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório.
Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos
lacrimogêneos e pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante sucesso.
Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido.
Objeto amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha,
do escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota,
histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.
LOBATO, Monteiro. Textos escolhidos. Por José Carlos Barbosa Moreira. 3. ed.
Rio de Janeiro: Agir, 1972. (Nossos Clássicos,65).

Os vocábulos escrevente e ledor são formados


a) por processo de composição por justaposição, com significação de profissão.
b) por processor de derivação prefixal, com a construção de significação de profissões.
c) por processo de derivação sufixal, com o uso de sufixos determinadores de atividades.
d) por processo de derivação parassintética, com o uso de afixos de indicadores de
profissões.
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e) por processo de composição por aglutinação, com o uso de dois radicais colocados
juntos sem alteração.

17. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
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— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?


E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
(Mário Quintana)

No texto, as palavras “meninazinha” e “reco-recos” são formadas, respectivamente, pelos


processos de
a) derivação parassintética e aglutinação.
b) derivação sufixal e onomatopeia.
c) derivação prefixal e justaposição.
d) derivação prefixal e sufixal e onomatopeia.
e) derivação prefixal e aglutinação.

18. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


A palavra “livre-arbítrio”, encontrada no último parágrafo do texto, tem seu processo de
formação explicado em:
a) processo de derivação sufixal.

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b) processo de derivação prefixal.


c) processo de composição por justaposição.
d) processo de derivação parassintética.
e) processo de composição por aglutinação.

19. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Assinale, a seguir, a alternativa em que encontramos uma palavra formada por derivação
parassintética e uma formada por derivação prefixal e sufixal, respectivamente.
a) infelizmente e entardecer.
b) perfeitamente e constitucional.
c) legalidade e inconstitucional.
d) emagrecer e deslealmente.
e) menininha e amorzinhos.

20. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Em qual alternativa temos uma palavra formada por parassíntese?
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a) O guarda-roupa aguentou bem os primeiros anos de “vida”.


b) É frequente que tenhamos confusão na classificação das palavras.
c) A imoralidade do caso era impressionante, meus amigos.
d) O emagrecer é uma das metas da nossa vida, constantemente.

21. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Em qual alternativa há um processo de personificação?
a) Os cachorros reclamaram daquela ração nova que foi comprada.
b) O gato abriu a porta para poder sair daquela prisão.
c) A televisão desligou-se de súbito, assustando os periquitos.
d) O cachorro estava feliz com a chegada de seu dono.

22. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Assinale, a seguir, a alternativa em que a palavra destacada é formada por justaposição.
a) O som do reco-reco era contagiante naquele pagodinho bancado pelo 01.
b) Eles chegaram à hidroelétrica com muita antecedência para a visita.
c) Eles chegaram à hidrelétrica com muita antecedência para a visita.
d) O amanhecer era um espetáculo naquela pedra do Arpoador.

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23. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Em “A dificuldade de se encontrar provas arqueológicas dos alimentos vegetais se deve
à fragilidade deles, porque não resistem tempo suficiente para que sejam fossilizados”,
as palavras destacadas são classificadas, quanto à formação, como
(A) comportas por justaposição.
(B) compostas por aglutinação.
(C) derivadas por prefixação e sufixação.
(D) derivadas por prefixação.
(E) derivadas por sufixação.

24. (Estratégia Militares 2020 – Prof. Wagner Santos)


Com relação ao processo de formação de palavras, assinale a alternativa em que os
vocábulos “sobrecenho” e “escrevente” são analisados, respectivamente, de forma
correta.
(A) derivação parassintética e derivação sufixal.
(B) justaposição e derivação por prefixação e sufixação.
(C) derivação sufixal e derivação prefixal.
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(D) justaposição e aglutinação.


(E) derivação prefixal e derivação sufixal.

25. (Estratégia Militares – Celina Gil)


“Que vingativo!”
A palavra em destaque no enunciado é formada pelo mesmo processo de formação que
as palavras
a) boiada, amparado e realista.
b) entrelinha, barbeiro e doutorado.
c) folhagem, galinheiro e crueldade.
d) conter, gratidão e tolice.
e) beleza, semelhante e sustentado.

26. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


Em qual alternativa há palavra com prefixo que apresenta o mesmo valor do encontrado
na palavra em destaque no trecho “Como mostra o antropólogo Eduardo Viveiros de
Castro, a inconstância dos índios ‘obrigava’ os religiosos a promoverem uma constante
reevangelização”.
a) Revigorar
b) Rebuscar

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c) Recapitalizar
d) Retornar

27. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


Dentre as palavras a seguir, quais são formadas por justaposição?
a) Biólogo, televisão, rodovia.
b) Anjo da guarda, aguardente, fidalgo.
c) Embora, pernilongo, santantônio.
d) Hidroelétrica, planalto, boquiaberto.

28. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)


Dentre as alternativas a seguir, em qual não é possível encontrar uma palavra classificada
como derivação imprópria no contexto de uso.
a) O Judas é malhado em todos os sábados de aleluia pelo Brasil.
b) Os prós e contras daquele momento histórico me chamavam a atenção.
c) O badalar do sino acordou o menino durante o Natal.
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d) Meu cunhado é tão judas que me entregou para a minha mulher.

29. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)


Assinale, a seguir, a alternativa em que o prefixo “a”, assim como o encontrado em
“apercebemos”, apresente significado diferente dos demais.
a) Amoral
b) Átomo
c) Anestesia
d) Anônimo
e) Abdicar

30. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


A palavra “avinagrem” é oriunda do substantivo “vinagre”. Essa palavra primitiva para a
construção do verbo tem o mesmo processo de formação de
a) girassol.
b) felizmente.
c) emagrecer.
d) beija-flor.
e) hidrelétrica.

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31. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)


Ainda que não seja uma palavra em português, é possível identificar o processo de
formação utilizado em “Cyberbullying”. Assim, indique, a seguir, a opção em que há
palavra formada pelo mesmo processo.
a) Inconstitucional
b) Hidroelétrica.
c) Entardecer.
d) Adaptabilidade.
c) Infeliz.

32. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)


Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que contém palavra que apresenta o
mesmo processo de formação do utilizado na palavra em destaque em “A União Europeia
também possui normas rigorosas sobre o assunto, e as preocupações socioambientais
estão no centro do debate sobre o acordo com o Mercosul.”
a) Bioeconomia
b) Empoderamento
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c) Hidroelétrica
d) Vinagre
e) Amanhecer

Lista 03 – Gabarito

1. C 12. B 23. A
2. C 13. D 24. E
3. C 14. A 25. C
4. D 15. E 26. C
5. D 16. C 27. A
6. D 17. B 28. A
7. A 18. C 29. E
8. C 19. D 30. E
9. B 20. D 31. B
10. B 21. A 32. A
11. E 22. B

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Lista 03 – Exercícios resolvidos


1. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
Leia atentamente e assinale a alternativa correta.
No fim do quarteirão, um cinema menor exibia cartazes com cenas de caçadores num
safári. Interessou-se pela foto da loura sendo atacada por um crocodilo enquanto o caçador
(mas que homem lindo) era pisoteado por um javali.
(Conto Senhor diretor, em Seminário dos Ratos, Lygia Fagundes Telles)

Assinale a alternativa que apresente palavras formadas pelo mesmo processo de formação
que a destacada no enunciado.
a) jornaleco, infeliz, escravidão.
b) sonolência, pedinte, envelhecido.
c) beleza, bebidinha, lugarejo.
d) chileno, rochedo, desleal.
e) matadouro, infelizmente, lealdade.
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Comentários:
A palavra “caçadores” é formada pelo radical “caça-“ + sufixo “-dores”. Assim, é um
processo de derivação sufixal, ou sufixação.
A alternativa A está incorreta, pois “infeliz” é formado por um processo de prefixação,
não sufixação: prefixo in- + radical “-feliz”.
A alternativa B está incorreta, pois “envelhecido” é formado por um processo de
parassíntese, não sufixação: prefixo en- + radical “-velh” + sufixo “-ecido”.
A alternativa C está correta, pois todas essas palavras foram formadas por um processo
e sufixação, ou derivação sufixal: radical “bel-“ + sufixo “-eza”; radical “bebid-“ + sufixo “-inha”;
radical “lugar-“ + sufixo “-ejo”.
A alternativa D está incorreta, pois “desleal” é formado por um processo de prefixação,
não sufixação: prefixo des- + radical “-leal”.
A alternativa E está incorreta, pois “infelizmente” é formado por um processo de
derivação por prefixação e sufixação, não sufixação: prefixo in- + radical “-feliz” + sufixo “-
mente”.
Gabarito: C
2. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
A ideia de vacina existe há mais de mil anos. Mas, nos seus primórdios, a vacinação era
indubitavelmente bruta. E arriscada.

A alternativa que contém uma palavra destacada formada a partir do mesmo processo de
formação que aquela destacada no enunciado é
a) garantindo a criação de anticorpos capazes de enfrentar a versão pesada da varíola.

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b) Esse último método ficou conhecido como variolação ou inoculação


c) com o médico sobreavisado de que, caso ela morresse, ele teria que fugir do país
d) um vírus “humanizado” – para inocular a próxima pessoa.
e) e também de fornecer proteção antivaríola

Comentários:
A palavra indubitavelmente é formada por derivação parassintética, ou seja, com a
adição de um prefixo e um sufixo.
Prefixo: in-
Radical: dubit-
Sufixo: -avel-
Sufixo: -mente

A alternativa A está incorreta, pois essa palavra é formada por um processo de


prefixação.
A alternativa B está incorreta, pois essa palavra é formada por um processo de sufixação.
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A alternativa C está correta, pois assim com a palavra do enunciado, “sobreavisado” se


forma por um processo de derivação parassintético, ou seja, com a adição de um prefixo e um
sufixo.
Prefixo: sobre-
Radical: avis-
Sufixo: -ado
A alternativa D está incorreta, pois essa palavra é formada por um processo de
sufixação.
A alternativa E está incorreta, pois essa palavra é formada por um processo de
prefixação.
Gabarito: C
3. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
Cacos para um vitral
(Adélia Prado)

Existe mesmo o Japão?


E um país que não conheço, com seu litoral deserto?
Entre as coxas é o público. Público e óbvio.
Quero é teu coração, fundo dos teus dois olhos
que só faltam falar.
Mira-me en español pra ver se não estalo os dedos
e saio dançando em vermelho.

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Fechei os olhos no sol, vi a forma-prima


por um segundo só e esqueci.
Como existiram os santos, Deus existe
e com um poder de sedução indizível.
Quem fez o ouro foi Ele, quem deu tino ao homem
pra inventar o cordão que se põe no pescoço.
Dito assim é tão puro, quase não vejo culpa
em comprar um pra mim.
Tenho os mesmos desejos de trinta anos atrás,
imutáveis como os mosquitos na cozinha ensolarada,
minha mãe fazendo café
e meu pai sentado, esperando.

A palavra “forma-prima”, no verso 8, é um neologismo criado a partir do mesmo processo de


formação de palavra que
a) planalto
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b) desnecessário
c) passatempo
d) velozmente
e) esquentar

Comentários:
Forma-prima foi formada por justaposição, ou seja, dois radicais sem perda fonética.
A alternativa A está incorreta, pois essa palavra é formada por aglutinação, ou seja,
apresenta perda fonética (plano + alto).
A alternativa B está incorreta, pois essa palavra é formada por derivação prefixal, ou
seja, acrescenta prefixo a palavra já existente (des + necessário).
A alternativa C está correta, pois a palavra foi formada por dois radicais sem perda
fonética: passa + tempo.
A alternativa D está incorreta, pois essa palavra é formada por derivação sufixal, ou seja,
acrescenta prefixo a palavra já existente (veloz + mente).
A alternativa E está incorreta, pois essa palavra é formada por derivação parassintética,
ou seja, acrescenta prefixo e sufixo a palavra já existente (es + quente + ar).
Gabarito: C

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4. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)


“Não se falou mais em assintomáticos, em comorbidades, em covas coletivas, em
respiradores, em óbitos”

Analisando a palavra “assintomáticos”, percebemos que ela é formada a partir do prefixo “a”,
denotando negação e a palavra “sintomático”, alguém que tem sintomas de uma doença. A
palavra “comorbidades” também é formada por um processo de prefixação. Sabendo disso,
o significado dessa palavra deve ser
a) condição posterior a contrair a pandemia.
b) estatísticas contrárias ao esperado da doença.
c) diminuição do número de pessoas doentes.
d) quadro de múltiplas doenças ao mesmo tempo.
e) alta incidência de mortes no mesmo momento.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois posterioridade é indicada pelo prefixo “pos” não
“co”.
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A alternativa B está incorreta, pois o prefixo “contra” indica contrariedade, não “co”.
A alternativa C está incorreta, pois nesse trecho se fala sobre os problemas da Covid,
ou seja, não pode se tratar de algo positivo.
A alternativa D está correta, pois o prefixo “co” indica ideia de companhia, junção. A
palavra “morbilidade” remete à incidência de uma doença. Unidos, os dois elementos indicam
um quadro de múltiplas doenças ao mesmo tempo.
A alternativa E está incorreta, pois não há aqui prefixos que denotem a ideia de
grandeza, como seriam “super”, “hiper” ou “ultra”.
Gabarito: D
5. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não europeias, do qual derivou
uma queda do eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos “civilizados”; e os
“não-civilizados”

A palavra em destaque foi formada a partir de


a) sufixação apenas
b) prefixação apenas
c) sufixação e prefixação
d) aglutinação e sufixação
e) justaposição apenas.

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Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois além da adição do sufixo há também o aparecimento
de dois radicais.
A alternativa B está incorreta, pois não ocorre aqui adição de prefixo.
A alternativa C está incorreta, pois não ocorre aqui adição de prefixo.
A alternativa D está correta, pois a palavra “eurocentrismo” é formada a partir do radical
euro-, do radical centr- e do sufixo -ismo. Assim, ocorre tanto aglutinação quanto sufixação.
A alternativa E está incorreta, pois há perda fonética nas palavras, logo o processo é de
aglutinação.
Gabarito: D
6. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
A palavra cujo prefixo traduz ideia de negação é
a) Ninguém
b) Inventou
c) Acompanhando
d) Impecavelmente
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e) Importam

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que a palavra seja negativa, não há aqui prefixo
de negação.
A alternativa B está incorreta, pois a palavra “inventou” não está acrescida de nenhum
prefixo.
A alternativa C está incorreta, pois a palavra “acompanhando” não está acrescida de
nenhum prefixo.
A alternativa D está correta, pois a palavra “impecavelmente” é formada pelo prefixo de
negação “im-”, o radical peca- e os sufixos “-vel” e “-mente”.
A alternativa E está incorreta, pois a palavra “importam” não está acrescida de nenhum
prefixo.
Gabarito: D
7. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
Leia atentamente e assinale a alternativa correta.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que 23% dos
jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (os chamados jovens nem-nem). A maioria é
de mulheres de baixa renda, um dos maiores porcentuais de jovens nessa situação entre nove
países da América Latina e Caribe. Ainda segundo a pesquisa, 49% se dedicam
exclusivamente ao estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao
mesmo tempo. As razões para esse cenário são problemas com habilidades cognitivas e
socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos, entre

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outros. Embora o termo nem-nem possa induzir à ideia de que os jovens são ociosos e
improdutivos, 31% deles estão procurando trabalho, principalmente os homens, e mais da
metade – cerca de 64% – dedica-se a trabalhos de cuidado doméstico e familiar,
principalmente as mulheres. Para falar sobre o assunto, o Jornal da USP no Ar conversou com
o professor Ruy Braga, do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da USP, especialista em Sociologia do Trabalho.
Jornal da USP, Número de jovens que nem estudam nem trabalham cresceu com a
crise, 18/12/2018. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/numero-de-jovens-que-
nem-estudam-nem-trabalham-cresceu-com-a-crise/> Acesso em ago. 2020

I. A palavra “nem-nem” é um neologismo criado a partir da conjunção “nem”.


II. As palavras “exclusivamente” e “especialista” são formadas a partir do mesmo processo de
formação de palavras.
III. A palavra “socioemocionais” é formada a partir de um processo de formação de derivação
por prefixação.

a) I e II são corretas.
b) Apenas II é correta.
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c) II e III são corretas.


d) I e III são corretas.
e) Todas as anteriores são corretas.

Comentários:
A afirmativa I está correta, pois “nem-nem” parte de “nem trabalha” e “nem estuda” para
formar uma palavra nova que signifique as duas características ao mesmo tempo.
A afirmativa II está correta, pois ambas são formadas a partir de um processo de
sufixação.
A afirmativa III está incorreta, pois essa palavra é formada por dois radicais “sócio” e
“emoc”, ou seja, é um processo de composição por aglutinação de suas palavras: “sociais” e
“emocionais”
Gabarito: A
8. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)

A proposta de sustentabilidade é herdeira da noção de ecodesenvolvimento, que teve um


curto período de vida útil.

A palavra em destaque no enunciado foi formada a partir de um processo de


a) derivação prefixal
b) derivação sufixal
c) derivação prefixal e sufixal

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d) justaposição
e) aglutinação

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a palavra não é apenas composta pela adição de um
prefixo, mas de um prefixo e um sufixo.
A alternativa B está incorreta, pois a palavra não é apenas composta pela adição de um
sufixo, mas de um prefixo e um sufixo.
A alternativa C está correta, pois a palavra “ecodesenvolvimento” é formada a partir da
adição do prefixo “eco-” e do sufixo “-mento” ao radical “desenvolv-“.
A alternativa D está incorreta, pois a palavra não é apenas composta pela junção de dois
radicais, mas pela adição um prefixo e um sufixo a uma radical.
A alternativa E está incorreta, pois a palavra não composta pela junção de dois radicais,
mas pela adição um prefixo e um sufixo a uma radical.
Gabarito: C
9. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)
O vocábulo “independentemente” é formado por qual processo?
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a) composição por justaposição.


b) derivação por prefixação e sufixação.
c) composição por aglutinação.
d) derivação parassintética.

Comentários:
Alternativa A: incorreta. O processo de formação é por derivação por prefixação e
sufixação. No caso da composição por justaposição, precisaríamos ter dois ou mais radicais
colocados juntos formando uma nova palavra. Nesse caso, não há modificação de nenhum
dos radicais.
Alternativa B: correta. Essa palavra tem como radical “dependente”. A ele são
adicionados dois afixos: um prefixo de negação “in” e um sufixo formador de advérbios
“mente”. Como a palavra “independente” existe se for retirado o sufixo, não temos formação
parassintética, mas derivação prefixal e sufixal. Esse teste da retirada é o melhor para
diferenciar os processos próximos.
Alternativa C: incorreta. O processo de formação é por derivação por prefixação e
sufixação. No caso da composição por justaposição, precisaríamos ter dois ou mais radicais
colocados juntos formando uma nova palavra. Nesse caso, há modificação de nenhum dos
radicais.
Alternativa D: incorreta. Apesar da semelhança desse processo com o de derivação por
prefixação e sufixação, a parassíntese não se aplica ao caso, visto que, se retirarmos qualquer
um dos afixos, a palavra que sobra permanece existindo.
Gabarito: B

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10. (Estratégia Militares/2020 – Prof. Wagner Santos)


A palavra Trollagem, um aportuguesamento, é formada pelo mesmo processo da palavra
indicada em
[A] Facebook.
[B] ambiental.
[C] subsistência.
[D] Coronavírus.
[E] envergonhado.

Comentários
Alternativa A: incorreta. A palavra “Facebook”, se analisada de forma morfológica, ainda
que em inglês, é formada por composição por justaposição, uma vez que o radical “face” é
adicionado a o radical “book”, sendo que nenhum dos dois sofre qualquer modificação
quanto à fonética.
Alternativa B: correta. Nessa alternativa, todas as palavras são formadas pelo processo
de derivação sufixal. A palavra trollagem, do enunciado, é formada a partir do radical “troll-”,
que gerou o verbo “trollar”, em português, e pela inserção de um sufixo formador de
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substantivos. Esse é um dos sufixos mais utilizados no português. A palavra da alternativa se


analisa da seguinte forma: ambiental (com o radical destacado em vermelho e os sufixos
marcados com marca-texto).
Alternativa C: incorreta. A palavra “subsistência” é formada por um processo de
derivação prefixal e sufixal, dado que é derivada de existir. Essa palavra derivada recebe um
prefixo “in” e um sufixo “ência”. O radical é mais complicado de ser analisado por conta das
modificações fonéticas que sofre.
Alternativa D: incorreta. A palavra “Coronavírus” é formada por processo de
justaposição, considerado um processo de composição e não de derivação, como ocorre na
palavra “Trollagem”. Nesse caso, não há como essa palavra servir de resposta.
Alternativa E: incorreta. A palavra “envergonhado” é formada pelo processo de
derivação parassintética. Nela, inserem-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo à palavra.
Para testar esse tipo de formação, tente retirar o prefixo ou o sufixo e veja se a palavra restante
existe. Caso exista, é prefixação e sufixação. Quando não existe, é parassíntese.
Gabarito: B
11. (Estratégia Militares/2020 – Prof. Wagner Santos)
Assinale, a seguir, a alternativa em que as palavras sejam formadas por derivação
parassintética.
(A) Amoral e bem-te-vi.
(B) Imoralidade e hidroelétrica.
(C) Moralidade e hidrelétrica.
(D) Impossibilidade e socioeducacional.
(E) Amanhecer e entardecer

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Comentários
Alternativa A: incorreta. Essa alternativa está incorreta, porque a primeira palavra é
formada por prefixação, em que há adição do prefixo “a” a um radical, no caso, “moral”. A
segunda, por sua vez, justapõe dois radicais, resultando em uma palavra formada por
composição por justaposição.
Alternativa B: incorreta. Essa alternativa está incorreta, porque a primeira palavra é
formada por derivação por prefixação e sufixação, em que a retirada de um dos afixos permite
a existência da palavra. A segunda, por sua vez, justapõe dois radicais, resultando em uma
palavra formada por composição por justaposição.
Alternativa C: incorreta. Nessa alternativa, nenhuma das palavras é formada por
parassíntese. A primeira é formada por derivação sufixal, visto que se adiciona um sufixo a um
radical, enquanto a segunda é formada por aglutinação, visto que há colocação de dois
radicais com modificação fonética de um deles.
Alternativa D: incorreta. Essa alternativa está incorreta, porque a primeira palavra é
formada por derivação por prefixação e sufixação, em que a retirada de um dos afixos permite
a existência da palavra. A segunda, por sua vez, justapõe dois radicais, resultando em uma
palavra formada por composição por justaposição.
Alternativa E: correta. Nesse caso, temos a construção de duas palavras pelo processo
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de parassíntese. Isso ocorre quando temos a colocação simultânea de um prefixo e um sufixo


em um radical, com a impossibilidade de, com a retirada de um deles, a palavra exista.
Gabarito: E
12. (Estratégia Militares/2020 – Prof. Wagner Santos)
A palavra “sanfoneiro” utiliza o mesmo processo de formação de palavras de
a) intransitivo.
b) formigamento.
c) infelicidade.
d) emagrecimento.
e) girassol.

Comentários:
Os processos de formação de palavras são essenciais para uma língua, visto que é por
meio deles que o léxico, o vocabulário, cresce. No caso de “sanfoneiro”, temos a formação por
sufixação, no qual o sufixo “-eiro” junta-se ao radical “sanfon-”.
A alternativa A está incorreta, pois a palavra é formada por prefixação (in-) e sufixação
(-ivo).
A alternativa B está correta, pois a palavra é formada por sufixação. Radical (formig-) e
.ufixo (-mento).
A alternativa C está incorreta, pois a palavra é formada por prefixação (in-) e sufixação
(-idade).

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A alternativa D está incorreta, pois a palavra é formada por parassíntese. Nesse caso, o
prefixo (e-) é adicionado ao mesmo tempo do sufixo (-mento).
A alternativa E está incorreta, pois a palavra é formada por composição, não por
derivação.
Gabarito: B
13. (Estratégia Militares/2020 – Professor Wagner Santos)
Tendo em vista os processos de formação de palavras, o vocábulo “fototoxicidade” é formado
por
a) derivação parassintética.
b) composição por justaposição.
c) composição por aglutinação.
d) derivação por prefixação e sufixação.

Comentários
A alternativa A está incorreta, porque, para que tivéssemos uma formação parassintética
o prefixo e o sufixo precisariam entrar ao mesmo tempo, sem que, sem um deles, a palavra
exista. No nosso caso, Toxicidade existe independente do prefixo.
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A alternativa B está incorreta, porque o processo envolvido é de derivação e não de


composição. Na composição por justaposição, precisaríamos de dois radicais colocados
juntos, sem modificação fonética de nenhum deles.
A alternativa C está incorreta, porque o processo envolvido é de derivação e não de
composição. Na composição por aglutinação, precisaríamos de dois radicais colocados
juntos, com modificação fonética de algum deles.
A alternativa D está correta, porque o processo envolvido é o de prefixação e de
sufixação. Nesse caso, o radical “toxic” recebe um prefixo “foto” e um sufixo “idade”, formando
um novo substantivo.
Gabarito: D
14. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)
Assinale a alternativa em que temos a presença de uma leitura ambígua.
(A) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(B) Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
(C) Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do
vestido e da elegância?
(D) E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha
no pano.
(E) Eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

Comentários

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A alternativa A apresenta uma leitura com possibilidade de ambiguidade pelo uso do


adjetivo “ordinária”, visto que ele pode apresentar, no contexto, duas significações. A primeira
leitura é a de que a linha se comporta de forma ordinária, ou seja, ela se aproveita das
situações para se sobressair, como podemos entender com relação à linha, que tem seu
caminho aberto pela agulha, mas não lhe dá o devido valor. É importante pensarmos que essa
é a leitura mais presente. Contudo, esse adjetivo poderia estar ligado à qualidade da linha,
que, se entendida como ordinária, deve ser entendida como uma linha de qualidade inferior.
Gabarito: A
15. (Estratégia Militares/2020 – Celina Gil)
Os vocábulos “isolamento” e “indiferente”, encontradas no texto 1, apresentam, como
processos de formação, os mesmos encontrados, respectivamente, em
(A) plaqueta e constitucional.
(B) pequenino e entardecer
(C) hidroelétrica e bolinha.
(D) imoralidade e hidrelétrica.
(E) menininho e amoralidade.
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Comentários
Alternativa A: incorreta. A primeira palavra é formada por sufixação, como a do
enunciado. Por outro lado, a segunda também é formada somente por sufixação, não
correspondendo à palavra do enunciado.
Alternativa B: incorreta. A primeira palavra corresponde à encontrada no enunciado da
questão, formada por sufixação. A segunda, por sua vez, é formada pelo processo
parassintético, diferente do processo de prefixação e sufixação.
Alternativa C: incorreta. Hidroelétrica é formada por justaposição, processo de
composição, diferente da derivação que temos no primeiro vocábulo. A palavra bolinha é
formada por sufixação.
Alternativa D: incorreta. Imoralidade é formado por prefixação e sufixação, não
correspondendo à palavra do enunciado. Além disso, hidrelétrica é formada por aglutinação,
um processo de composição.
Alternativa E: correta. As palavras em questão são formadas, respectivamente, por
processos de derivação. No primeiro caso, acrescenta-se um sufixo ao radical, sendo o
processo de derivação por sufixação, enquanto no segundo caso, há entrada de um prefixo e
um sufixo separadamente. Os mesmos processos são encontrados nas palavras dessa
alternativa.
Gabarito: E
16. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)
Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório.
Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos e
pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante sucesso.
Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto
amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do
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escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota, histérica,
manca da perna esquerda e um tanto aluada.
LOBATO, Monteiro. Textos escolhidos. Por José Carlos Barbosa Moreira. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1972.
(Nossos Clássicos,65).

Os vocábulos escrevente e ledor são formados


a) por processo de composição por justaposição, com significação de profissão.
b) por processor de derivação prefixal, com a construção de significação de profissões.
c) por processo de derivação sufixal, com o uso de sufixos determinadores de atividades.
d) por processo de derivação parassintética, com o uso de afixos de indicadores de profissões.
e) por processo de composição por aglutinação, com o uso de dois radicais colocados juntos
sem alteração.

Comentário
Alternativa A: incorreta. O processo utilizado foi a derivação, visto que temos somente
um radical. Para a composição, independente de qual seja sua realização, há necessidade de,
ao menos, dois radicais que aparecerão juntos.
Alternativa B: incorreta. Não temos, nos vocábulos, a inserção de prefixos, que são
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afixos que precedem o radical. Nos vocábulos em questão, temos a inserção de outro tipo de
afixo, chamado sufixo, perfazendo o que chamamos de derivação sufixal.
Alternativa C: correta. As duas palavras são formadas por processo de derivação, visto
que há inserção de um afixo em um radical que contém o significado essencial da palavra.
Esse afixo inserido é claramente um sufixo. Em cada um deles, esse sufixo apresenta
significação de atividade desempenhada pelo elemento.
Alternativa D: incorreta. Na derivação parassintética, são adicionados, a um radical,
simultaneamente, um prefixo e um sufixo. Ao se retirar um deles, o vocábulo que resta não
apresenta significação.
Alternativa E: incorreta. O processo utilizado foi a derivação, visto que temos somente
um radical. Para a composição, independente de qual seja sua realização, há necessidade de,
ao menos, dois radicais que aparecerão juntos.
Gabarito: C
17. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)
Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso voo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
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Outra vez criança…


E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?


E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
(Mário Quintana)

No texto, as palavras “meninazinha” e “reco-recos” são formadas, respectivamente, pelos


processos de
a) derivação parassintética e aglutinação.
b) derivação sufixal e onomatopeia.
c) derivação prefixal e justaposição.
d) derivação prefixal e sufixal e onomatopeia.
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e) derivação prefixal e aglutinação.

Comentários
Alternativa A: incorreta. Nessa alternativa, as duas classificações estão erradas, dado
que há uma formação sufixal, em ‘menininha’; e onomatopeia, em ‘reco-recos’. Perceba que,
para que tivéssemos parassíntese, seria necessária a entrada simultânea de um prefixo e um
sufixo no processo. Se um fosse retirado, a palavra não existiria. Por outro lado, na aglutinação,
somam-se dois radicais com alteração fonética de um deles.
Alternativa B: correta. Na derivação prefixal, como ocorre em ‘menininha’, soma-se um
sufixo, no caso, -inha, a um radical, no caso, “menina”. Por outro lado, em ‘reco-recos’, o nome
do objeto é gerado a partir do som que é produzido quando o instrumento é tocado, por isso
essa é a alternativa correta.
Alternativa C: incorreta. Na derivação prefixal, necessitamos de um prefixo que seja
somado a um radical. Como na palavra ‘menininha’ há um sufixo marcador de diminutivo, a
formação é por derivação sufixal. No caso da justaposição, dois radicais deveriam ser
somados, sem alteração fonética em nenhum deles. Nessa formação, temos o processo da
onomatopeia, como explicado acima.
Alternativa D: incorreta. Para que tivéssemos uma derivação prefixal e sufixal, seria
necessária a adição de um prefixo e um sufixo. Em ‘menininha’, temos apenas a entrada de um
sufixo, o -inha. No segundo caso, como visto temos, realmente uma onomatopeia.
Alternativa E: incorreta. Temos, nas palavras em questão, formação explicitada acima e
entendida como, respectivamente, derivação sufixal e processo de formação por
onomatopeia.
Gabarito: B

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18. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


A palavra “livre-arbítrio”, encontrada no último parágrafo do texto, tem seu processo de
formação explicado em:
a) processo de derivação sufixal.
b) processo de derivação prefixal.
c) processo de composição por justaposição.
d) processo de derivação parassintética.
e) processo de composição por aglutinação.

Comentários
Alternativa A: incorreta. A palavra “livre-arbítrio”, que manteve o hífen na nova
ortografia, é formada pela junção de dois radicais, sem que tenhamos a modificação fonética
de algum deles. Assim, temos justaposição. Para que tivéssemos derivação sufixal, seria
necessário que houvesse um único radical com inclusão de um sufixo.
Alternativa B: incorreta. A palavra “livre-arbítrio”, que manteve o hífen na nova
ortografia, é formada pela junção de dois radicais, sem que tenhamos a modificação fonética
de algum deles. Assim, temos justaposição. Para que tivéssemos derivação prefixal, seria
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necessário que houvesse um único radical com inclusão de um prefixo.


Alternativa C: correta. Essa alternativa está correta, porque a palavra “livre-arbítrio”, que
manteve o hífen na nova ortografia, é formada pela junção de dois radicais, sem que tenhamos
a modificação fonética de algum deles. Assim, temos justaposição.
Alternativa D: incorreta. Essa alternativa está correta, porque a palavra “livre-arbítrio”,
que manteve o hífen na nova ortografia, é formada pela junção de dois radicais, sem que
tenhamos a modificação fonética de algum deles. Assim, temos justaposição. Para que
tivéssemos parassíntese, seria necessário que entrassem, ao mesmo tempo, em um único
radical, um prefixo e um sufixo.
Alternativa E: incorreta. Essa alternativa está correta, porque a palavra “livre-arbítrio”,
que manteve o hífen na nova ortografia, é formada pela junção de dois radicais, sem que
tenhamos a modificação fonética de algum deles. Assim, temos justaposição. Para que
tivéssemos aglutinação, seria necessário que ao menos um radical sofresse modificação
fonética no processo.
Gabarito: C
19. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)
Assinale, a seguir, a alternativa em que encontramos uma palavra formada por derivação
parassintética e uma formada por derivação prefixal e sufixal, respectivamente.
a) infelizmente e entardecer.
b) perfeitamente e constitucional.
c) legalidade e inconstitucional.
d) emagrecer e deslealmente.
e) menininha e amorzinhos.

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Comentários
Alternativa A: incorreta. A primeira palavra é formada por derivação prefixal e sufixal;
enquanto a segunda é formada por parassíntese. Ou seja, há uma inversão daquilo que é
pedido no enunciado da questão.
Alternativa B: incorreta. Respectivamente, há formação por derivação sufixal e formação
por derivação sufixal, em que um sufixo é acrescido a um radical.
Alternativa C: incorreta. A primeira palavra é formada por derivação sufixal e a segunda,
por derivação prefixal e sufixal. Ou seja, somente a segunda atende à nossa necessidade.
Alternativa D: correta. Emagrecer é formada por parassíntese, dado que são acrescidos
os dois afixos ao mesmo tempo. Na segunda palavra, há construção por derivação prefixal e
sufixal, dado que a retirada de um desses afixos não impossibilita a existência da palavra.
Alternativa E: incorreta. As duas palavras são formadas por derivação sufixal.
Gabarito: D
20. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)
Em qual alternativa temos uma palavra formada por parassíntese?
a) O guarda-roupa aguentou bem os primeiros anos de “vida”.
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b) É frequente que tenhamos confusão na classificação das palavras.


c) A imoralidade do caso era impressionante, meus amigos.
d) O emagrecer é uma das metas da nossa vida, constantemente.

Comentários
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, “guarda-roupa” é classificado como uma palavra
formada por justaposição, um processo considerado de formação por composição e não por
derivação, como ocorre na parassíntese.
Alternativa B: incorreta. Nessa alternativa, não temos nenhuma palavra em que entram,
simultaneamente, prefixo e sufixo em um radical. Logo, não há fator de confusão aqui.
Alternativa C: incorreta. “Imoralidade” é uma palavra formada por prefixação e
sufixação, que costuma causar problemas na cabeça do estudante. Nesse caso, temos a
entrada também de um prefixo e um sufixo, contudo, a retirada de um deles forma palavra
existente.
Alternativa D: correta. A palavra “emagrecer” é formada por derivação parassintética.
Isso ocorre porque temos um prefixo e um sufixo sendo adicionados, simultaneamente, a um
radical. O bizu é olhar se temos, ou não, a possibilidade de retirar um deles e encontrar a
palavra ainda como existente.
Gabarito: D
21. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Em qual alternativa há um processo de personificação?
a) Os cachorros reclamaram daquela ração nova que foi comprada.

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b) O gato abriu a porta para poder sair daquela prisão.


c) A televisão desligou-se de súbito, assustando os periquitos.
d) O cachorro estava feliz com a chegada de seu dono.

Comentários
Alternativa A: correta. Nesse caso, temos uma personificação, visto que o ato de
reclamar é, claramente, uma ação humana, visto que é a partir dela que podemos entender
ações de animais, como reclamar da ração.
Alternativa B: incorreta. Essa é uma ação que pode, sem problemas, ser desempenhada
por um gato, visto que, para abrir a porta, não é necessário que o ser seja humano. Cuidado
com essas construções que servem como “pegas” para vocês.
Alternativa C: incorreta. Nesse caso, tanto a televisão quanto os periquitos não têm
ações consideradas exclusivamente humanas. Esse é um peguinha bem interessante que
demanda atenção por parte do aluno.
Alternativa D: incorreta. Os cachorros, assim como muitos outros animais, podem estar
felizes ou tristes, visto que temos possibilidade de demonstração desse sentimento por meio
de comportamentos.
Gabarito: A
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22. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Assinale, a seguir, a alternativa em que a palavra destacada é formada por justaposição.
a) O som do reco-reco era contagiante naquele pagodinho bancado pelo 01.
b) Eles chegaram à hidroelétrica com muita antecedência para a visita.
c) Eles chegaram à hidrelétrica com muita antecedência para a visita.
d) O amanhecer era um espetáculo naquela pedra do Arpoador.

Comentários
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, temos uma palavra formada por onomatopeia,
visto que ela se dá pelo som que é produzido pelo instrumento musical.
Alternativa B: correta. Nesse caso, a formação se dá por justaposição porque temos dois
radicais que são simplesmente colocadas juntas, sem quaisquer modificações em um dos
radicais, como ocorre no processo de aglutinação, como na alternativa C.
Alternativa C: incorreta. Nesse caso, há junção de dois radicais, mas com alteração de
um deles, o primeiro. Por isso, temos uma relação de aglutinação, visto que se modifica
foneticamente um ou mais radicais no processo.
Alternativa D: incorreta. A palavra em destaque é formada por derivação parassintética
e não por composição. Cuidado com essa classificação e perceba que há entrada simultânea
de dois afixos, um prefixo e um sufixo, sendo que a retirada de um deles não implica a
existência da palavra.
Gabarito: B

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23. (Estratégia Militares/2020 – Wagner Santos)


Em “A dificuldade de se encontrar provas arqueológicas dos alimentos vegetais se deve à
fragilidade deles, porque não resistem tempo suficiente para que sejam fossilizados”, as
palavras destacadas são classificadas, quanto à formação, como
(A) comportas por justaposição.
(B) compostas por aglutinação.
(C) derivadas por prefixação e sufixação.
(D) derivadas por prefixação.
(E) derivadas por sufixação.

Comentários
Alternativa A: incorreta. Para que tivéssemos uma composição por justaposição, dois
radicais deveriam ser colocados unidos, sem alteração alguma nos radicais. No caso das
palavras em destaque, todas são formadas por sufixação, como aponta a alternativa E.
Alternativa B: incorreta. Para que tivéssemos uma composição por aglutinação, dois ou
mais radicais deveriam ser colocados unidos, com alteração fonética de um deles ou de mais
de um. No caso das palavras em destaque, todas são formadas por sufixação, como aponta a
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alternativa E.
Alternativa C: incorreta. Para que tivéssemos uma derivação por prefixação e sufixação,
teríamos a inserção de um prefixo e de um sufixo a um radical, formando uma nova palavra.
No caso das palavras em destaque, todas são formadas por sufixação, como aponta a
alternativa E.
Alternativa D: incorreta. Para que tivéssemos uma derivação por prefixação, teríamos a
inserção de um prefixo a um radical, formando uma nova palavra. No caso das palavras em
destaque, todas são formadas por sufixação, como aponta a alternativa E.
Alternativa E: correta. Nesse caso, todas as palavras destacadas são formadas por
sufixação. Na primeira delas, o sufixo “lógicas” é ligada ao radical “arqueo”; na segunda, une-
se a “frágil” o sufixo “idade”, muito comum no português; e, por fim, em “Fossilizados”, une-se
o sufixo “izados” ao radical “fóssil”.
Gabarito: A
24. (Estratégia Militares 2020 – Prof. Wagner Santos)
Com relação ao processo de formação de palavras, assinale a alternativa em que os vocábulos
“sobrecenho” e “escrevente” são analisados, respectivamente, de forma correta.
(A) derivação parassintética e derivação sufixal.
(B) justaposição e derivação por prefixação e sufixação.
(C) derivação sufixal e derivação prefixal.
(D) justaposição e aglutinação.
(E) derivação prefixal e derivação sufixal.

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Comentários:
Alternativa A: incorreta. A segunda palavra é formada realmente por sufixação ou
derivação sufixal, visto que o sufixo “ente” é somado a um radical. Por outro lado, a primeira
palavra não tem formação parassintética, visto que não temos a entrada simultânea de um
prefixo e um sufixo em um radical.
Alternativa B: incorreta. Não temos (leia a explicação na alternativa D) processo de
composição em nenhuma das duas palavras, que são formadas por processos de derivação,
em que inserimos afixos (prefixos, sufixos e desinências) a radicais. A primeira é formada por
prefixação e a segunda por sufixação.
Alternativa C: incorreta. Nesse caso, temos a inversão das classificações de análise, uma
vez que a primeira é formada pela adição do prefixo “sobre” ao radical “cenho” e não ao
contrário. A segunda, por sua vez, é formada por derivação sufixal, visto que o sufixo “ente”
soma-se ao radical “escrev”.
Alternativa D: incorreta. Esses dois processos de formação de palavras perfazem o que
chamamos de composição, em que dois ou mais radicais estão envolvidos no processo. A
justaposição apresenta radicais que não sofreram modificação, como em “hidroelétrica”. Por
outro lado, a aglutinação une radicais que apresentam modificação (ao menos em um deles),
como ocorre em “embora”, oriundo de “em boa hora”.
Alternativa E: correta. Nesse caso, a palavra sobrecenho é formada pela adição do
prefixo “sobre” ao radical “cenho”. Inclusive, essa palavra, pasmem, significa “o conjunto das
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sobrancelhas”. O segundo caso, facinho para vocês, é formado por derivação sufixal, em que
o sufixo “ente”, indicador de profissão, é adicionado ao radical “escrev-”. O “e”, nesse caso, é
uma vogal de ligação.
Gabarito: E
25. (Estratégia Militares – Celina Gil)
“Que vingativo!”
A palavra em destaque no enunciado é formada pelo mesmo processo de formação que as
palavras
a) boiada, amparado e realista.
b) entrelinha, barbeiro e doutorado.
c) folhagem, galinheiro e crueldade.
d) conter, gratidão e tolice.
e) beleza, semelhante e sustentado.

Comentários:
A palavra “vingativo” é formada por um processo de derivação sufixal, ou seja, pela
adição de um sufixo ao radical.
A alternativa A está incorreta, pois a palavra “amparado” é formada por derivação
parassintética.
A alternativa B está incorreta, pois a palavra “entrelinha” é formada por derivação
prefixal.

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A alternativa C está correta, pois todas as palavras aqui são formadas pela adição de um
sufixo a um radical.
A alternativa D está incorreta, pois a palavra “conter” é formada por derivação prefixal.
A alternativa E está incorreta, pois a palavra “sustentado” é formada por derivação
parassintética.
Gabarito: C
26. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
Em qual alternativa há palavra com prefixo que apresenta o mesmo valor do encontrado na
palavra em destaque no trecho “Como mostra o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, a
inconstância dos índios ‘obrigava’ os religiosos a promoverem uma constante
reevangelização”.
a) Revigorar
b) Rebuscar
c) Recapitalizar
d) Retornar

Comentários:
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A alternativa A está incorreta, porque o prefixo “re”, encontrado em “revigorar”


apresenta uma noção de reforço. Destacamos que esse tipo de prefixo apresenta leitura de:
repetição, como em “reevangelização”; reforço, como em “revigorar” e “rebuscar”; e
retrocesso, como em “retornar” e “reiniciar”.
A alternativa B está incorreta, porque o prefixo “re”, encontrado em “rebuscar”
apresenta uma noção de reforço.
A alternativa C está correta, porque a palavra “recapitalizar” deve ser entendida como
uma forma de capitalizar novamente, como ocorre na palavra “reevangelização”, em que
temos a ideia de que os indígenas deveriam ser evangelizados novamente.
A alternativa D está incorreta, porque o prefixo “re”, encontrado em “retornar”
apresenta uma noção de retrocesso.
Gabarito: C
27. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
Dentre as palavras a seguir, quais são formadas por justaposição?
a) Biólogo, televisão, rodovia.
b) Anjo da guarda, aguardente, fidalgo.
c) Embora, pernilongo, santantônio.
d) Hidroelétrica, planalto, boquiaberto.

Comentários:
A alternativa A está correta, porque todas as palavras são formadas por justaposição,
indicando que nenhum dos radicais utilizados sofre qualquer forma de alteração fonética. Vale

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lembrar que a composição envolve mais de um radical, sendo a justaposição a colocação junta
de dois ou mais radicais sem a modificação de um deles, enquanto na aglutinação temos
modificação de um ou mais dos radicais.
A alternativa B está incorreta, porque somente a palavra “anjo da guarda” é formada
por justaposição. As duas outras palavras são formadas por aglutinação.
A alternativa C está incorreta, porque as três palavras são formadas por composição por
aglutinação e não por justaposição.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra hidroelétrica é a única formada por
justaposição, enquanto as duas outras são formadas por aglutinação.
Gabarito: A
28. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)
Dentre as alternativas a seguir, em qual não é possível encontrar uma palavra classificada
como derivação imprópria no contexto de uso.
a) O Judas é malhado em todos os sábados de aleluia pelo Brasil.
b) Os prós e contras daquele momento histórico me chamavam a atenção.
c) O badalar do sino acordou o menino durante o Natal.
d) Meu cunhado é tão judas que me entregou para a minha mulher.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a palavra Judas está sendo usada sem
modificação de classe gramatical. Diferente do que acontece com a alternativa D, em que o
substantivo é usado como adjetivo e não como substantivo.
A alternativa B está incorreta, porque a expressão “prós e contras”, classificada como
palavra invariável passa a substantivo na construção do enunciado em questão. Logo, se há
mudança de advérbio para substantivo, temos derivação imprópria.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra Badalar, um verbo, é utilizada como um
substantivo, configurando a ideia de derivação imprópria, dado que há, no contexto,
modificação morfológica.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra Judas, normalmente um substantivo, é
usado como um adjetivo que modifica “cunhado”.
Gabarito: A
29. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)
Assinale, a seguir, a alternativa em que o prefixo “a”, assim como o encontrado em
“apercebemos”, apresente significado diferente dos demais.
a) Amoral
b) Átomo
c) Anestesia
d) Anônimo
e) Abdicar

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Comentários: A título de informação, temos dois tipos de prefixos “a”: o de origem


latina, que apresenta a significação de separação e o de origem grega, em que a
significação é claramente de negação.
A alternativa A está incorreta, porque “amoral” significa aquele que não tem moral.
Dessa forma, podemos entender que a ideia de negação é trazida exatamente por meio do
prefixo “a”, em questão.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “átomo” significa “aquele que não pode
ser separado”, dessa forma entendemos a ideia do “a” como negação para o caso.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “anestesia” significa “ausência de dor”.
Dessa forma, podemos entender que a negação surge exatamente da construção com o
prefixo “a”.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “anônimo” significa “aquele que não
tem nome”, dessa forma entendemos a ideia do “a” como negação para o caso.
A alternativa E está correta, porque a palavra “abdicar” significa “abrir mão”, tendo
como prefixo a construção “ab”, que significa separação e não negação. Dessa forma, temos
a construção da resposta.
Gabarito: E
30. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
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A palavra “avinagrem” é oriunda do substantivo “vinagre”. Essa palavra primitiva para a


construção do verbo tem o mesmo processo de formação de
a) girassol.
b) felizmente.
c) emagrecer.
d) beija-flor.
e) hidrelétrica.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque “girassol” é formado por justaposição, dado que
os radicais não sofrem modificação alguma. Dessa forma, como vinagre é formado por
aglutinação, não temos a resposta. A inserção do segundo “s” na palavra é necessária pela
manutenção fonética.
A alternativa B está incorreta, porque “felizmente” é formado por derivação sufixal,
enquanto “vinagre” é formada por composição por aglutinação (de “vinho acre”).
A alternativa C está incorreta, porque, enquanto “vinagre” é formada por composição
por aglutinação (de “vinho acre”), “emagrecer” é formada por derivação parassintética.
A alternativa D está incorreta, porque “beija-flor” é formado por justaposição, dado que
os radicais não sofrem modificação alguma. Dessa forma, como vinagre é formado por
aglutinação, não temos a resposta.
A alternativa E está correta, porque ambas as palavras são formadas por aglutinação.
“Vinagre” é formada a partir da junção de “vinho acre”. Hidrelétrica, por sua vez, é formada

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pelas palavras “hidro” e “elétrica”. As duas apresentam processo de modificação de um dos


radicais ou dos dois.
Gabarito: E
31. (Estratégia Militares/2021 – Prof. Wagner Santos)
Ainda que não seja uma palavra em português, é possível identificar o processo de formação
utilizado em “Cyberbullying”. Assim, indique, a seguir, a opção em que há palavra formada
pelo mesmo processo.
a) Inconstitucional
b) Hidroelétrica.
c) Entardecer.
d) Adaptabilidade.
c) Infeliz.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque não temos formação por derivação na palavra do
enunciado. Essa é formada por prefixação e sufixação.
A alternativa B está correta, porque a palavra “cyberbullying” é formada a partir da
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junção de dois radicais da língua inglesa, permitindo que tenhamos a compreensão de que
houve formação por composição. Como nenhum dos dois sofre alteração fonética, temos a
construção de justaposição.
A alternativa C está incorreta, porque não temos formação por derivação na palavra do
enunciado. Essa é formada por parassíntese.
A alternativa D está incorreta, porque não temos formação por derivação na palavra do
enunciado. Essa é formada por sufixação.
A alternativa E está incorreta, porque não temos formação por derivação na palavra do
enunciado. Essa é formada por prefixação.
Gabarito: B
32. (Estratégia Militares – Questão Inédita – Professor Wagner Santos)
Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que contém palavra que apresenta o mesmo
processo de formação do utilizado na palavra em destaque em “A União Europeia também
possui normas rigorosas sobre o assunto, e as preocupações socioambientais estão no centro
do debate sobre o acordo com o Mercosul.”
a) Bioeconomia
b) Empoderamento
c) Hidroelétrica
d) Vinagre
e) Amanhecer

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Comentários:
A alternativa A está correta, porque tanto a palavra “bioeconomia” quanto a palavra
“socioambientais” são formadas pelo processo de prefixação e sufixação. Na realidade, nas
duas palavras, o “pega” é o fato de que “bio” e “socio” são prefixos e não radicais como se
pode pensar.
A alternativa B está incorreta, porque a palavra “empoderamento” é formada pelo
processo de parassíntese, não pelo processo de prefixação e sufixação, como ocorre com a
palavra “socioambientais”.
A alternativa C está incorreta, porque a palavra “hidroelétrica” é formada pelo processo
de composição por justaposição, não pelo processo de prefixação e sufixação, como ocorre
com a palavra “socioambientais”.
A alternativa D está incorreta, porque a palavra “vinagre” é formada pelo processo de
composição por aglutinação, não pelo processo de prefixação e sufixação, como ocorre com
a palavra “socioambientais”.
A alternativa E está incorreta, porque a palavra “amanhecer” é formada pelo processo
de parassíntese, não pelo processo de prefixação e sufixação, como ocorre com a palavra
“socioambientais”.
Gabarito: A
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4 Considerações finais
Na próxima aula, Bolas de fogo, partiremos para a segunda parte de que se ocupa a
Morfologia: as classes de palavra. Para essa aula, o conhecimento de formação de palavras é
um caminho sensacional para a construção de saberes.
Bora que só bora e bons estudos, Bolas!
Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou nas redes sociais.

Prof. Wagner Santos


@wagnerliteratura
Professor Wagner Santos @profwagnersantos

Versão Data Modificações


1 20/12/2021 Primeira versão do texto.

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