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Joinville, 23 de abril.

Vossa Senhoria Frei Betto,

Venho por meio desta carta, declarar minha opnião diante da sua brilhante e sábia frase “A
nossa tendência é colonizar o outro”, cuja qual concordo inteiramente, infelizmente, na
sociedade em que vivemos, os indivíduos acabam ficando em sua zona de conforto, do que é o
“normal” para eles, apenas porque é o que estão acostumados, então pensando ter o direito
de julgar a vida dos outros, apenas pela diversidade e pela sua própria intolerância.

Ano após ano, vemos cada vez uma luta maior do povo, principalmente das minorias, em lutar
por espaço e aceitação atualmente, e o contraditório é que temos mais e mais preconceito e
pessoas que não respeitam as outras no decorrer. No século em que vivemos, a liberdade de
se expressar e de ser quem você realmente é, deveria ser algo mais comum, após tanto avanço
e tantas conquistas para conseguir respeito e menos julgamento.

Todos passamos toda a nossa vida tentando provar que estamos certos, que apenas nossa
opnião é a única que importa, e nunca aceitando o que os outros tem a dizer. Não sendo
sempre assim, querido Frei, na verdade, temos muito a aprender com as pessoas ao nosso
redor, muito a descobrir e a entender, existem realidades completamente diferentes da nossa,
e que se nos fecharmos em uma bolha social, nunca iremos as descobrir.

As vezes preferimos viver na ignorância de não saber o certo, não saber o que existe no mundo
a fora, as coisas que as pessoas passam e as lutas diárias que vivenciam todos os dias, apenas
por não desejarmos ser contrariados, querendo apenas expor nossa opnião e nossas
ideologias, sem antes procurar entender sobre.

Fico feliz de saber que ainda assim existem pessoas como você, que entendem que nascemos
e fomos criados em uma sociedade julgadora e cheia de padrões estabelecidos, pessoas com
essa noção, são as que ajudam aos poucos, o mundo a se tornar um lugar melhor para se viver.

Atenciosamente,

Júlia Cristina Wessling.

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