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Artigo: “E aí? Você faz parte da diversidade humana?


escrito por Rodrigo Credidio (fundador da goodbros e da oficina de empatia ), em 03/09/2018

Quando falamos em “diversidade humana” não estamos falando de uma minoria. Não estamos falando
de algo novo, um modismo. E tampouco existe uma conotação negativa vinculada a este conceito. Este
artigo procura desmistificar questões que algumas pessoas, por desconhecerem informações sobre o
assunto, acabam taxando, rotulando e até criando condições de exclusão em relação a um grupo social
ou outro.

Comecemos pelo começo. A humanidade é diversa e ponto. Isso não deveria soar como novidade e
nem pegar ninguém de surpresa. No mundo, somos mais de 8 bilhões de almas, cada uma diferente da
outra. Até irmãos gêmeos não são iguais. Podem até ter muitas semelhanças físicas, mas certamente
cada um tem sua própria alma, suas vontades e pensamentos próprios.

Desde que o mundo é mundo, várias “tribos” coexistiram. Nem sempre de forma pacífica, é verdade.
Mas o universo sempre insistiu que nós, seres humanos, pudéssemos ter um olhar fraterno e respeitoso
pelas diferenças e continuou a povoar o planeta com pessoas únicas. A grande questão é que, ao longo
da história, teimamos em enxergar apenas as diferenças dos outros e não às nossas. E isso explica em
boa parte a existência de uma evolução humana pautada em guerras e mais guerras. Quanto sangue já
foi derramado por não aceitarmos as diferenças? Teria sido menos doloroso se tivéssemos aceitado o
fato de que somos diferentes também! Não me refiro apenas às diferenças mais óbvias, como a cor da
pele, alguma deficiência, crenças religiosas ou orientação afetiva. Isso também, não se resume a isto.
Quando falamos em diversidade humana, há de se considerar uma gama infinita de diferenças, que vão
muito além daquelas que primeiramente nos vêm à mente. Bagagem cultural, hábitos alimentares, jeito
de se vestir, sotaque, tipo de cabelo, estatura... Tudo isso (e muito mais) compõe a nossa rica
diversidade.

É importante se dizer que toda essa pluralidade tem impacto significativo na qualidade das nossas
relações. Imagine como o mundo seria chato e monótono se todos fôssemos exatamente iguais,
falando as mesmas coisas e nos comportando exatamente da mesma forma. Seríamos robôs! As
diferenças nos complementam e nos fazem uma grande aldeia global com um único propósito: de
sermos felizes e pessoas melhores.

Desde os primeiros anos da história da humanidade no planeta Terra, já havia diversidade. A começar
pela existência de diferentes continentes, cada um com suas propriedades em termos de temperatura,
vegetação e geografia determinaram as características das inúmeras famílias, depois tribos e finalmente
civilizações que se formaram e se desenvolveram ao longo dos séculos. Além disso, o próprio
deslocamento de civilizações inteiras à procura de melhores condições de vida acelerou a miscigenação
entre raças e a difusão de hábitos culturais. Tudo isso deu origem a uma variedade incontável de tipos
de pessoas. E esse fenômeno nunca parou. E nunca vai parar! Será então que não está mais que na
hora de aprendermos a conviver em sociedade? Violência não resolve. A história de nossos ancestrais
já nos provou isso. Ignorar ou excluir também não vai servir. Fazer piada ou ironias, muito menos.

Quando passarmos a nos considerar parte da solução do problema, a coisa toda mudará de figura. Ver
as diferenças dos outros, sabendo que eles também veem as nossas será libertador e transformador. Já
dizia Mahatma Gandhi: “seja a mudança que quer ver no mundo”. E isso passa obrigatoriamente em
nos enxergarmos como diversidade humana. Pense nisso.

Rodrigo Credidio é consultor em empatia e comunicação inclusiva. É sócio fundador da Goodbros e


cocriador da Oficina de Empatia. Formado em Comunicação Social e pós-graduado em Administração
de Empresas, trabalhou na área de marketing e em agências de propaganda por mais de 20 anos.
Atualmente, presta consultoria e realiza projetos ligados à empatia, comunicação inclusiva, desenho
universal e acessibilidade.

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