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Autores: Pedro Silva1, Maria Henriqueta Figueiredo2, Manuela Ferreira 3, Margarida Reis Santos4,

Marlene Lebreiro 5

1
ULS Matosinhos, pedrohgsilva@gmail.com
2
Escola Superior de Enfermagem do Porto, Center for Health Technology and Services Research -
CINTESIS, henriqueta@esenf.pt
3
Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Center for Health Technology and
Services Research -CINTESIS, manuela.ferreira@essnortecvp.pt
4
Escola Superior de Enfermagem do Porto, Center for Health Technology and Services Research
-CINTESIS, ICBAS-UP, mrs@esenf.pt
5
ARSNorte, Center for Health Technology and Services Research –CINTESIS,
enfmarlenelebreiro@gmail.com

Título: CARGA DE TRABALHO DOS ENFERMEIROS DE FAMÍLIA RELACIONADA


COM OS CUIDADOS À FAMÍLIA NO ÂMBITO DO PAPEL PARENTAL

Introdução e objetivos: No contexto dos CSP em Portugal, o enfermeiro de família assume a


prestação de cuidados à família como unidade de cuidados, no âmbito do papel parental,
promovendo a sua capacitação para o desempenho do mesmo. No exercício profissional, tem o
dever de garantir a segurança e qualidade dos cuidados, de acordo com as dotações seguras dos
cuidados de enfermagem, que contemplam a influência da carga de trabalho (Portugal, 2019). Para
isso identificamos as intervenções realizadas na consulta no âmbito do papel parental e calculamos
o tempo gasto nessas intervenções.
Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo. A amostra incluiu 170 famílias inscritas nas USF e
UCSP. Os dados foram colhidos durante a consulta de enfermagem de saúde infantil e juvenil
através de um formulário eletrónico durante o período compreendido entre maio e julho de 2021.
Para tratamento dos dados efetuou-se a análise estatística descritiva com recurso ao SPSS® 25.0.
Resultados e Discussão: Destacou-se uma maior intervenção dos enfermeiros de família na
vertente do conhecimento do papel, sobretudo na avaliação do conhecimento e ensino sobre o
desenvolvimento infantil e o padrão alimentar. Em média, foram necessários 20,46 minutos por
consulta, para o enfermeiro de família realizar o conjunto de intervenções no âmbito do papel
parental. Dado que, aos resultados obtidos, acresce o tempo gasto nas outras áreas da consulta, não
apresentadas neste estudo, concluímos que se ultrapassa largamente o tempo preconizado na atual
norma de cálculo de dotações seguras, que indica 30 minutos por consulta (Portugal, 2019),
demonstrando a necessidade de monitorização, avaliação contínua e mais evidência que suportem
o planeamento das dotações de enfermeiros (Bonfim et al., 2016).
Conclusões: Os resultados do presente estudo indiciam que calculo das dotações seguras para as
consultas de enfermagem de saúde infantil e juvenil se mostram insuficientes para a realização de
intervenções de enfermagem que contemplem todas as áreas de intervenção para cada idade-chave.
Estes resultados podem contribuir para a construção de uma matriz orientadora de dotação segura
para os enfermeiros de família, que garantam a qualidade e segurança dos cuidados que as famílias
necessitam.
Palavras-Chave: Cuidados de Saúde Primários; Enfermeiro de Família; Dotações Seguras; Carga
de Trabalho.
Keyword: Primary Health Care; Family Nurse; Safe Staffing; Workload.

Referências bibliográficas:
Portugal. (2019). Regulamento n.º 743/2019. Regulamento da Norma para Cálculo de Dotações
Seguras dos Cuidados de Enfermagem. Diário da República n.º 184/2019, Série II de 2019-09-25:
Ordem dos Enfermeiros. Disponível em: https://dre.pt/dre/detalhe/regulamento/743-2019-
124981040
Bonfim, D., Fugulin, F. M. T., Laus, A. M., Peduzzi, M., & Gaidzinski, R. R. (2016). Time
standards of nursing in the family health strategy: an observational study. Revista da Escola de
Enfermagem da USP. 50 (1), 118-26. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0080-
623420160000100016

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