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RBGO 26 (7): 517 -525, 2004

Trabalhos Originais

Avaliação Preliminar do Programa de Humanização no Pré-Natal e


Nascimento no Brasil
Preliminary Evaluation of the Prenatal and Birth Humanization Program in Brazil

Suzanne Jacob Serruya1, Tânia de Giácomo do Lago1, José Guilherme Cecatti2

RESUMO
Objetivo: avaliar a experiência da implantação do Programa de Humanização no Pré-natal e
Nascimento (PHPN) no Brasil, por meio de estudo descritivo, populacional, com informações
referentes aos anos de 2001 e 2002.
Métodos: o estudo foi realizado a partir da análise documental e dos dados gerados no
SISPRENATAL, avaliando comparativamente entre os estados, regiões e período, os
indicadores relativos aos critérios para o acompanhamento pré-natal.
Resultados: até o final de 2002, 3.983 municípios aderiram no país (72% de adesão) e,
destes, 71% apresentaram produção, constituindo banco de dados com 720.871 mulheres.
Em 2002, apenas 28% das gestantes estavam inscritas, das quais 25% até 120 dias de
gestação. Cerca de 22% das mulheres tiveram seis consultas, 6% a consulta puerperal e os
exames obrigatórios, apenas 4% também foram submetidas ao teste para HIV e receberam
vacina antitetânica, e 12% tiveram dois exames para a sífilis. Houve importantes variações
regionais, geralmente com melhores indicadores para as regiões Sudeste e Sul.
Conclusões: apesar de os indicadores de qualidade de assistência mostrarem melhora de
2001 para 2002, os baixos percentuais registrados ratificam a necessidade de permanentes
avaliações e novas intervenções com o objetivo de melhorar a qualidade desta atenção,
prioritariamente nas regiões Norte e Nordeste.

PALAVRAS-CHAVE: Pré-natal. Vacinação. Atendimento primário. Puerpério. Indicadores em


saúde.

te modo, mais recentemente, a mudança do lo-


Introdução cal de ocorrência do parto e a participação, cada
vez mais atuante, dos profissionais de saúde ca-
A medicalização e instrumentalização do racterizam de forma marcante a experiência do
parto, que constituíram a característica marcante parto. Provavelmente a razão principal para a ocor-
da atenção obstétrica do século XX no mundo oci- rência destas mudanças foi a alta mortalidade
dental, fazem parte da institucionalização do po- materna e perinatal1,2. Sem dúvida, um dos prin-
der médico que, no corpo feminino, atuou funda- cipais benefícios dela resultante foi a melhora
mentalmente normatizando a reprodução1. Des- destes resultados. À medida que determinadas
1
técnicas e procedimentos foram sendo incorpo-
Área Técnica da Saúde da Mulher, Ministério da Saúde,
Brasília, DF (até Janeiro de 2003) rados, a mortalidade de mulheres e recém-nas-
2
Departamento de Tocoginecologia, Faculdade de Ciências cidos caiu significativamente e hoje, em países
Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) desenvolvidos, a morte materna é rara e
Correspondência:
José Guilherme Cecatti incomum 3-6.
Caixa Postal 6030 A atenção que se concentrava no parto es-
13081-970 – Campinas – SP tendeu-se ao período anterior ao nascimento, ini-
e-mail: cecatti@unicamp.br

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Serruya et al Pré-Natal

ciando-se no fim do século XIX a chamada assis- deveria receber todos os critérios mínimos pre-
tência materno-infantil, representada por consul- viamente determinados, e não no coletivo por
tas no período pré-natal esparsas, sem sistema- meio do total de consultas ou do total de cada exa-
tização clínica. Em quase todos os países a práti- me realizado no âmbito do Programa. A mudança
ca de pré-natal foi adotada e, no Brasil, era o tipo desta lógica é fundamental, uma vez que até en-
de assistência mais oferecido às mulheres até o tão a questão de produção de serviços, consultas
final da década de 70. A partir deste momento os e exames não considerava o impacto que a as-
grupos de mulheres e os de saúde reivindicavam sistência devia ter. Como os dados nos sistemas
a ampliação da assistência à mulher a partir de de informação seguem uma lógica quantitativa,
movimento articulado com a proposta de reforma estão comprometidas sistematicamente as ava-
sanitária e a criação de sistema único de saúde, liações qualitativas. A compreensão de que so-
público e universal7. O movimento sanitário, to- mente o conjunto das ações reflete integralidade
mando a saúde como um direito inalienável, exi- e pode produzir algum impacto, e que seria então
gia que o Estado reordenasse o sistema de saúde necessário garantir a realização destas ativida-
com base nos princípios de universalidade, eqüi- des com qualidade, fundamentava esta estraté-
dade e integralidade. gia.
Foi neste contexto que o Ministério da Saú- Deste modo, foram estabelecidos para o cui-
de lançou as bases programáticas do PAISM, Pro- dado pré-natal vários critérios relativos à capta-
grama de Assistência Integral à Saúde da Mu- ção precoce da gestante e à realização de um mí-
lher8, em 1984. O PAISM deveria prover ações re- nimo de procedimentos considerados essenciais
lacionadas à gravidez, contracepção, esterilida- e que pudessem ser implementados na grande
de, prevenção de câncer ginecológico, diagnósti- maioria dos municípios brasileiros (v. Tabela 1).
co e tratamento das doenças sexualmente Apesar de o PHPN ter sido instituído há mais de
transmissíveis, sexualidade, adolescência e três anos, ainda não havia sido realizada uma
climatério7. Apesar de ter representado avanço análise mais ampla, quantitativa e qualitativa,
significativo em termos de direitos reprodutivos da atenção pré-natal no país como um todo, mas
para as mulheres brasileiras, sua implementação apenas em alguns municípios isolados, demons-
sofreu dificuldades políticas, financeiras e trando ainda déficits importantes na implemen-
operacionais, o que impediu na prática que o Pro- tação dos critérios mínimos exigidos pelo Progra-
grama se transformasse, de fato, em agente ma11,12. Isso permitiria também avaliação inicial
transformador da saúde de todas as mulheres. desta intervenção e de seu respectivo sistema
Para se ater apenas à atenção pré-natal, alguns de informação. Assim, o objetivo deste estudo foi
dados disponíveis mostram que os indicadores de avaliar a experiência da implantação do PHPN no
qualidade em saúde durante o pré-natal no final Brasil, seu processo de implantação, o sistema
da década de noventa deixavam muito a desejar criado para o gerenciamento de dados gerados
para um país com os recursos financeiros e hu- (SISPRENATAL) e os indicadores preliminares do
manos e com um programa de saúde como o Bra- sistema para as distintas regiões e estados, com-
sil9. parativamente nos dois anos iniciais de seu fun-
Assim, reconhecendo a necessidade de es- cionamento.
tabelecer nova estratégia, em junho de 2000, o
Ministério da Saúde instituiu o Programa de
Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN),
que apresenta em sua formulação os seguintes
Material e Método
objetivos: reduzir as altas taxas de morbimortali-
dade materna e perinatal, ampliar o acesso ao pré- A proposta do presente estudo foi de abor-
natal, estabelecer critérios para qualificar as con- dar epidemiologicamente a implantação do PHPN
sultas e promover o vínculo entre a assistência durante o período de dois anos a partir de sua
ambulatorial e o parto10. instituição (2001 e 2002), contemplando a tota-
O estabelecimento de critérios buscava pro- lidade de municípios que aderiram ao Programa
ver os municípios de um modelo básico para a (3983) e de mulheres nele registradas (720.871).
assistência, com as atividades consideradas in- Portanto, por se tratar de uma avaliação do Pro-
dispensáveis. O enfoque era que cada mulher re- grama em todos os estados, a abordagem é
alizasse todas as ações e não que a assistência populacional. Foram incluídos os dados gerados
fosse pensada como a soma delas, ou seja, a idéia a partir do sistema de informações, criado espe-
de qualidade da atenção humanizada era cificamente para o gerenciamento do Programa
centrada individualmente em cada mulher que (SISPRENATAL), de todos os municípios e ges-

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tantes cadastradas no sistema que tem como cidos Vivos (SINASC). Os resultados são apresen-
fonte de dados dois documentos: Ficha de tados na forma de porcentuais de gestantes ca-
Cadastramento da Gestante e a Ficha de Regis- dastradas que atenderam os critérios mínimos
tro Diário dos Atendimentos da Gestante. Estas para cada período, comparados entre os diferen-
informações originadas nas unidades básicas de tes estados e regiões do Brasil. O projeto para o
saúde são incluídas no sistema mensalmente, presente estudo foi avaliado e aprovado pelo Co-
e então o SISPRENATAL gera o Boletim de Pro- mitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ci-
dução Ambulatorial - BPA, para importação no ências Médicas da Universidade Estadual de
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - Campinas.
SIA/SUS. Participaram da presente avaliação
apenas os municípios que aderiram ao Progra-
ma e que também informaram sua produção no
sistema. Resultados
Para acompanhar as gestantes foi elabora-
do um sistema informatizado, o SISPRENATAL, No primeiro semestre do Programa, o se-
de uso obrigatório para os municípios. Para paga- gundo do ano 2000, apenas quatro estados enca-
mento do incentivo relativo ao cadastramento minharam termos de adesão, totalizando 55 mu-
(R$10,00 reais por gestante cadastrada), a primei- nicípios. De janeiro a junho de 2001, 586 muni-
ra consulta deveria ser realizada com até 120 dias cípios aderiram ao Programa e no final do segun-
de idade gestacional (captação precoce). Para pa- do semestre 2.523 municípios já o haviam feito.
gamento do incentivo relativo à conclusão Neste momento, apenas uma capital não havia
(R$40,00 reais por gestante), o município deve- aderido, e as regiões Norte e Centro-Oeste ti-
ria cumprir todos os critérios estabelecidos: seis nham os menores percentuais (4,4 e 14,6%, res-
ou mais consultas de pré-natal, todos os exames pectivamente). A adesão continuou agregando
obrigatórios, a imunização antitetânica e a con- municípios e no final de 2002, em alguns esta-
sulta puerperal. A criação e o desenvolvimento dos, a adesão atingia totalidade dos municípios e
de um sistema de informações sobre a assistên- em onze estados o percentual de adesão era su-
cia pré-natal tinham como objetivo primeiro e perior a 80%. Os estados com baixo percentual,
circunstancial monitorar o cumprimento dos cri- inferior a 25%, eram Espírito Santo, Maranhão e
térios estabelecidos no PHPN. O objetivo central, Rio Grande do Sul. Em dezembro de 2002, 3983
no entanto, era disponibilizar, definitivamente, municípios, representando 71% do total do Bra-
instrumento que permitisse ao gestor acompa- sil, já haviam aderido.
nhar a assistência prestada nos diferentes ní- Em 2001, dois estados não apresentaram
veis de gestão e obter indicadores de processo e nenhum cadastro de gestantes: Amazonas e Es-
resultados sobre a atenção pré-natal, induzindo pírito Santo. Os estados que alcançaram maior
as intervenções no processo de atenção. Para este cobertura foram: Paraná, Sergipe e Paraíba, su-
acompanhamento da assistência, o sistema for- perior a 20% (Tabela 1). Em 2002, todos os esta-
nece um conjunto de relatórios e indicadores de dos produziram dados e houve aumento conside-
resultados e de processo. rável no número de mulheres cadastradas em
O primeiro indicador gerado pelo sistema foi vários estados, apesar de a cobertura estar mui-
o de cobertura, referente ao percentual de gestan- to aquém do esperado, quase sempre inferior a
tes inscritas no Programa e que tiveram a primeira 50%. Os estados com maior cobertura foram
consulta, em relação ao número de nascidos vi- Paraná, Paraíba, Tocantins, Minas Gerais e San-
vos no período. ta Catarina, superiores a 30%. Os estados com
As fontes para a coleta de informações fo- menor cobertura foram Acre, Rio de Janeiro e
ram relatórios e planilhas do Programa, portarias Pernambuco, em sua maioria inferiores a 10%.
relativas ao Programa, material instrucional para No primeiro ano do Programa, praticamente a
sua divulgação, planilha de controle de adesão, totalidade de mulheres cadastradas tinha até 120
Ficha de Cadastramento da Gestante, Ficha de dias de gestação (captação precoce), sendo o re-
Registro Diário de Atendimento, planilhas de con- sultado do percentual de cobertura igual ao da
trole de produção, relatórios emitidos no captação precoce. Em 2002, apesar da permissão
SISPRENATAL, dados do Sistema de Informação de cadastramento da mulher em qualquer idade
Ambulatorial (SIA–DATASUS) dados do Sistema gestacional, o percentual encontrado, de 24,5%,
de Informação Hospitalar (SIH–DATASUS), e fi- foi muito próximo do percentual de cobertura,
nalmente dados do Sistema de Informação de Nas- 27,9% (Tabela 1).

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Serruya et al Pré-Natal

Tabela 1 - Critérios para a atenção pré-natal estabelecidos pelo Programa de dos apresentaram percentuais superiores ao
Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN).
percentual nacional, 5,6%: Paraná, Paraíba e
1. Primeira consulta até o 4° mês de gestação. Rondônia. Em cinco estados o percentual foi igual
2. Garantir a realização dos seguintes procedimentos: a zero, ou seja, nenhuma gestante cadastrada
atingiu o somatório destes critérios: Amazonas,
2.1. No mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo, preferencial-
Amapá, Roraima, Espírito Santo e Rio Grande do
mente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e
Sul.
três no terceiro trimestre da gestação.
2.2. Uma consulta no puerpério, até quarenta e dois dias após o
nascimento. Tabela 2 - Percentual de gestantes inscritas que tiveram (A) seis ou mais consultas de
pré-natal ou (B) seis ou mais consultas de pré-natal, a de puerpério e todos os exames
2.3. Exames laboratoriais: básicos, em 2002, por Unidade da Federação.
a) ABO-Rh, na primeira consulta;
Estados A: ≥6 consultas B: ≥6 consultas+
b) VDRL, um exame na primeira consulta e outro próximo à
puérperas + exames
trigésima semana da gestação;
Região Norte
c) Urina rotina, um exame na primeira consulta e outro próximo
à trigésima semana da gestação; Acre 9,9 4,6
Amapá 5,3 -
d) Glicemia de jejum, um exame na primeira consulta e outro
próximo à trigésima semana da gestação; Amazonas - -
e) Hemoglobina/hematócrito, na primeira consulta. Pará 10,2 2,5
2.4. Oferta de teste de HIV, com um exame na primeira consulta, Rondônia 21,9 5,9
naqueles municípios com população maior que cinqüenta mil Roraima 13,3 -
habitantes. Tocantins 13,2 3,1
2.5. Aplicação de vacina antitetânica até a dose imunizante (se- Região Nordeste
gunda) do esquema recomendado, ou dose de reforço em mu- Alagoas 16,5 4,4
lheres já imunizadas. Bahia 2,7 0,1
2.6. Atividades educativas. Ceará 22,5 5,3
2.7. Classificação de risco gestacional a ser realizada na primeira Maranhão 8,3 2,9
consulta e nas consultas subseqüentes.
Paraíba 22,6 6,1
2.8. Atendimento às gestantes classificadas como de risco, garan-
Pernambuco 3,4 0,3
tindo o vínculo e acesso à unidade de referência para atendi-
Piauí 21,7 4,7
mento ambulatorial e/ou hospitalar à gestação de alto risco.
Rio Grande do Norte 9,9 2,0
Brasil, 200010
Sergipe 12,7 2,3
Região Centro-Oeste
Distrito Federal 5,9 0,7
Cerca de 20% das mulheres cadastradas nos
dois anos do Programa tiveram seis ou mais con- Goiás 11,2 3,7
sultas no pré-natal. Em 2001, apenas seis estados Mato Grosso 12,3 2,2
apresentaram dados neste indicador: São Paulo, Mato Grosso do Sul 3,2 0,1
Paraná, Sergipe, Distrito Federal, Goiás e Ceará. Região Sudeste
Em 2002, os percentuais superiores ao percentual
Espírito Santo - -
nacional foram relatados no Paraná, São Paulo e
Paraíba. Neste ano, não apresentaram resultados: Minas Gerais 13,2 2,6
Amazonas, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (Ta- Rio de Janeiro 19,1 3,5
bela 2). A Tabela 3 apresenta também o percentual São Paulo 28,0 5,4
de gestantes que atingiu os seguintes critérios: Região Sul
seis ou mais consultas de pré-natal, os exames
Paraná 38,3 8,8
básicos e a consulta de puerpério. Este percentual
apresentou-se ainda mais reduzido, apenas 2,8% Santa Catarina 5,2 0,2
das mulheres em 2001 em somente três estados: Rio Grande do Sul - -
São Paulo, Paraná e Sergipe. Em 2002, três esta- Brasil 22,6 5,6

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Serruya et al Pré-Natal

Tabela 3 - Percentual de gestantes inscritas no PHPN que tiveram a primeira consulta em onal. Em 2002 todos os estados apresentaram re-
qualquer período ou até 120 dias de gestação, em relação ao número de nascidos vivos
no período, por Unidade da Federação. sultados, com destaque para quatro deles: Santa
Catarina, Paraná, São Paulo e Rondônia. Consi-
Estados 2001 2002
derando a importância do exame sorológico para o
1 consulta 1 consulta 1 consulta 1aconsulta
a a a
diagnóstico e prevenção da sífilis congênita, a rea-
até 120 dias até 120 dias lização de dois exames de VDRL é considerada
Região Norte separadamente neste indicador. Em 2002, apesar
Acre 0,4 0,4 9,1 6,2 da participação de todos os estados, o percentual
Amapá 16,0 16,0 17,8 15,8 caiu para 12,1%, destacando-se os estados de
Rondônia, Rio de Janeiro e Santa Catarina, com
Amazonas - - 23,8 22,7
os maiores percentuais, ao redor de 10%.
Pará 8,6 8,6 11,3 9,4
Rondônia 17,1 17,1 25,3 24,0 Tabela 4 - Percentual de gestantes inscritas no Programa. A – Completo: tiveram seis ou
Roraima 0,5 0,5 26,4 19,3 mais consultas de pré-natal, a de puerpério, todos os exames básicos, o teste HIV, a 2ª
dose ou a de reforço ou a imunizante da vacina antitetânica; B – submetidas ao teste HIV;
Tocantins 3,4 3,3 37,8 29,3 e C - 2 testes para VDRL, por Unidade da Federação, em 2002.
Região Nordeste Estados A B C
Alagoas 14,8 14,8 24,6 22,2 Região Norte
Bahia 4,1 4,1 21,6 17,5 Acre 0,4 13,1 4,4
Ceará 10,1 10,1 28,2 26,7 Amapá - 8,3 5,2
Maranhão 1,9 1,8 24,1 16,6 Amazonas - 4,7 1,8
Paraíba 20,2 20,2 38,8 36,0 Pará 1,5 6,2 4,9
Pernambuco 2,9 2,9 13,7 10,8 Rondônia 5,5 37,7 11,0
Piauí 6,7 6,7 29,7 26,4 Roraima - 20,7 4,7
Rio Grande do Norte 4,9 4,9 19,9 16,3 Tocantins 1,7 15,3 5,3
Sergipe 20,4 20,4 27,0 24,8 Região Nordeste
Região Centro-Oeste Alagoas 1,6 11,5 6,9
Distrito Federal 11,4 11,4 18,1 17,4 Bahia 0,0 12,4 6,4
Goiás 12,4 12,3 30,8 25,0 Ceará 1,2 10,0 6,7
Mato Grosso 3,0 3,0 31,0 26,9 Maranhão 0,5 20,8 5,1
Mato Grosso do Sul 4,1 4,1 30,8 23,2 Paraíba 1,0 8,4 7,1
Região Sudeste Pernambuco 0,1 9,6 1,9
Espírito Santo - - 20,6 16,3 Piauí 0,7 12,3 7,4
Minas Gerais 9,1 9,1 33,3 28,7 Rio Grande do Norte 1,0 14,9 6,3
Rio de Janeiro 2,6 2,6 11,5 10,4 Sergipe 0,4 9,3 7,4
São Paulo 10,9 10,5 28,9 26,0 Região Centro-Oeste
Região Sul Distrito Federal 0,7 18,6 4,5
Paraná 38,7 38,7 56,3 51,0 Goiás 1,2 21,5 5,2
Santa Catarina 8,4 8,4 33,3 31,0 Mato Grosso 2,0 28,7 5,9
Rio Grande do Sul 0,5 0,5 27,6 23,5 Mato Grosso do Sul - 32,3 8,3
Brasil 9,2 9,1 27,9 24,5 Região Sudeste
Espírito Santo - 15,0 3,2
Minas Gerais 1,6 29,9 7,7
Ao indicador apresentado na coluna A da
Tabela 4, está agregada a realização do exame HIV, Rio de Janeiro 3,1 30,2 9,6
com todos os outros critérios. Como a realização São Paulo 4,4 41,0 7,0
deste exame necessita de consentimento infor- Região Sul
mado, este percentual foi bastante reduzido para Paraná 7,9 43,5 7,1
todas as regiões do Brasil. Na coluna B desta mes-
Santa Catarina 0,1 44,7 8,9
ma tabela são apresentados os percentuais rela-
tivos ao teste do HIV que mostram que as regiões Rio Grande do Sul - 8,9 0,8
Sul e Sudeste apresentaram a maior média naci- Brasil 4,1 35,4 12,1

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Serruya et al Pré-Natal

sulta no primeiro trimestre, variando a partir daí


Discussão o número de atendimentos recomendados. Como
o país já apresentava uma média de quatro con-
O presente estudo apresenta os resultados sultas por mulher que tinha seu parto no SUS, e
preliminares da avaliação nacional do PHPN, apon- com a suposição de que o incremento de 50%, re-
tando as diferenças regionais e estaduais encon- presentado por mais duas consultas, seria possí-
tradas. Uma primeira avaliação global para o país vel, este número foi considerado como o que deve-
referente a este mesmo período é motivo de outra ria ser recomendado, embora com o reconheci-
publicação, que também mostra o processo de ade- mento de que, regionalmente, este incremento
são e produção de dados no sistema informativo significaria meta difícil a médio e longo prazo, nas
do Programa13. regiões Norte e Nordeste.
A maioria dos programas atuais de atenção No estudo multicêntrico da OMS, no qual se
pré-natal é originária de modelos desenvolvidos avaliou forma alternativa e simplificada de pré-
em países ocidentais nas primeiras décadas do natal, o número de consultas recomendado foi de
século passado. Embora parcela significativa te- quatro consultas para cada mulher18. A opinião das
nha calendário e conteúdo similar, seu desenvol- mulheres foi pesquisada por meio de método quan-
vimento apresenta muitas diferenças: em rela- titativo e qualitativo, neste caso utilizando técni-
ção aos profissionais envolvidos, às práticas reco- cas de coleta de informações através de grupos
mendadas e às práticas efetivadas, além das dife- focais e entrevistas em profundidade24. Na análi-
rentes taxas de adesão de mulheres14,15. se dos resultados do estudo, as mulheres revela-
Apesar de o pré-natal ser considerado um ram-se satisfeitas, em geral, mas mostraram-se
dos quatro pilares da maternidade segura, poucas preocupadas com o número e o espaçamento das
avaliações sistemáticas haviam sido realizadas consultas, com o relacionamento dispensado pe-
sobre a efetividade destes programas, a fim de los profissionais e a necessidade de obter mais
determinar quais intervenções teriam melhores informações sobre alguns temas como nutrição e
resultados14-18. Mais recentemente, vários auto- auto-cuidado23.
res têm discutido a importância da assistência Avaliando o conjunto dos indicadores do Pro-
pré-natal, seus critérios, as bases científicas das grama, no período em questão, é possível perceber
intervenções que são realizadas e as repercussões que houve aumento em todos indicadores. A co-
sobre a saúde materna e perinatal19. No Brasil, bertura do Programa cresceu significativamente,
diferentes avaliações realizadas sobre a atenção com 70% de mulheres cadastradas em 2002. En-
pré-natal também têm apontado a necessidade de tretanto, leitura vertical dos indicadores, nos dois
mudanças, em especial buscando a equidade e a anos em estudo, aponta que à medida que são agre-
melhoria na qualidade dos serviços, com objetivo gados os critérios assistenciais, os percentuais di-
de otimizar resultados11,12,20,21. minuem, indicando que é a realização do conjun-
Deste modo, considerou-se fundamental no to das atividades o maior desafio na atenção pré-
PHPN estabelecer critérios para determinar quais natal. A avaliação do desempenho dos estados e
deveriam ser as práticas assistenciais mínimas, regiões em relação aos indicadores confirmou a
ou seja, aquelas cuja ausência comprometeria a idéia de que, onde a organização e gestão dos ser-
qualidade da assistência. Os critérios foram de- viços estão mais bem estabelecidas, coincidente-
terminados a partir de dois pressupostos: o de que mente com o desenvolvimento econômico e soci-
comprovadamente eram efetivos e o de que al, geralmente este processo foi menos complica-
operacionalmente eram, em curto prazo, do, mostrando melhores resultados. Isso está de
exeqüíveis. Os critérios escolhidos para qualificar acordo com outras avaliações previamente reali-
a assistência buscavam principalmente fortale- zadas do programa a nível municipal11,12. Embora
cer a prática de valorizar a “boa” e soberana clíni- as dificuldades no campo político tenham sido re-
ca, com procedimentos simples do ponto de vista levantes para a implementação do Programa, a
técnico, mas fundamentais em termos de resul- falta de amadurecimento de mecanismos
tados10,22. institucionais, como a regionalização e a
Assim, o Programa recomendava seis con- descentralização, somadas à escassez e concen-
sultas como o número mínimo para cada mulher. tração de recursos, foram os desafios mais difí-
Até o momento desta definição no PHPN, não ha- ceis de contornar.
via estudos conclusivos sobre qual deve ser o nú- Dados não apresentados mostram redução
mero mínimo ou ideal capaz de garantir os resul- de cerca de 30% no número da primeira para a
tados esperados16,23. A maioria dos estudos con- segunda consulta de pré-natal no Programa, su-
sultados fazia referência a pelo menos uma con- gerindo que provavelmente muitas mulheres,

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Serruya et al Pré-Natal

neste momento, não têm seu seguimento regis- são Nacional de DST & AIDS, por razões
trado. Os percentuais seguintes, para três, qua- epidemiológicas, e muitos municípios já ofereci-
tro e cinco consultas, apresentam menores am o exame.
declínios, mostrando que, uma vez sistematiza- Assim, com o Programa, no contexto da saú-
do, a perda de registro é menor. Entretanto, se- de da mulher, foi reconhecida a necessidade da
guramente o número de mulheres que teve seis efetivação de uma política que estabelecesse cri-
consultas ou mais no pré-natal no SUS é maior térios e indicadores capazes de monitorar proces-
que 20%, uma vez que somente 28% de todas as sos e resultados, a fim de melhorar os resultados
mulheres foram cadastradas no SISPRENATAL em maternos e perinatais. A instituição do Programa
2002. de Humanização no Pré-natal e Nascimento defi-
Quando o Programa foi elaborado, havia mui- niu estratégia de melhoria da qualidade da aten-
tos indícios de que a realização dos exames bási- ção obstétrica, considerada inadequada, na qual o
cos que seriam recomendados entre os critérios paradigma conceitual foi a humanização, na pers-
estabelecidos seria forte ponto de estrangulamento pectiva dos direitos da mulher. Sua implementa-
da atenção. Com os registros existentes antes do ção proporcionou amplas discussões em muitos
SISPRENATAL, não era possível saber quantos e municípios e estados, uma vez que se mostrou um
quais exames haviam sido realizados especifica- processo complexo e indutor de avaliações sobre a
mente para a atenção pré-natal. Apenas eram co- assistência pré-natal, em todos seus aspectos:
nhecidos os totais de exames por categoria (bio- conceituais, formais e de organização da assis-
química, por exemplo), mas não se conseguia tência. A instituição do PHPN colocou em discus-
relacioná-los a nenhuma assistência em particu- são a atenção pré-natal, buscando redefinir as
lar. A hipótese de que as mulheres não consegui- bases conceituais e as práticas assistenciais. Este
am ter acesso aos exames por dificuldade de re- debate esteve em consonância com a discussão
cursos locais era reforçada por indicadores como de modelos de assistência pré-natal, que tem sido
o da sífilis congênita e por verificação, in loco, nos ampla e recorrente, uma vez que esta atenção é
municípios. A partir desta constatação é que se praticada em todo mundo.
sedimentou a idéia de criar um incentivo para que A elaboração e instalação do sistema de in-
o município fizesse frente às despesas relativas formações sobre o pré-natal, o SISPRENATAL,
aos exames e, com base em uma previsão de gas- disponibilizou relatórios e indicadores que permi-
tos, foi estabelecido um incentivo de R$50,00 por tem um controle, regulação e monitoramento da
mulher, uma vez que este valor seria suficiente assistência pré-natal oferecida. Permitiu identi-
para pagar todos os exames, inclusive a sorologia ficar um retrato da assistência preocupante e de-
para HIV, o mais caro entre eles. safiador. Apesar das limitações desta estratégia,
Os exames definidos para compor este paco- é importante reconhecer que a possibilidade de
te mínimo foram Hb/Ht, glicemia de jejum, VDRL, ampliar o leque de informações sobre uma aten-
ABO-RH, exame de urina simples (ou de rotina, ção tão fundamental possibilitará que cada gestor,
ou tipo I) e o HIV. Na maioria dos modelos de as- no seu nível de competência, possa tomar as me-
sistência pré-natal pesquisados são estes os exa- didas, mais prontamente, na direção de garantir
mes realizados, aparecendo com menos freqüên- uma assistência com dignidade, pautada por in-
cia a glicemia de jejum e o HIV. O exame de tervenções efetivas, a cada mulher. Isso pode ser
glicemia, o VDRL e o exame de urina deveriam exemplificado pela disponibilidade da variação dos
ser repetidos por volta da 30ª semana. As razões indicadores entre as diferentes regiões e estados
técnicas e operacionais para a escolha destes exa- do país, permitindo que em cada nível sejam to-
mes consideraram a sua importância para a ga- madas medidas facilitadoras ao cumprimento dos
rantia da boa assistência e são consensuais na requisitos do Programa, pressupondo-se que isto
maioria dos estudos e guias clínicos. redunde em melhoria da qualidade da atenção pré-
A presença da glicemia de jejum, menos co- natal às mulheres e, indiretamente, da saúde
mum nos guias clínicos de conduta, foi materna e perinatal do país.
estabelecida como norma pelo Ministério da Saú- A avaliação preliminar dos indicadores ge-
de por recomendação do Consenso Nacional sobre rados nestes dois anos mostrou que apenas para
Diabetes e Gravidez22, que levou em conta, além pequena parcela das mulheres cadastradas hou-
das questões epidemiológicas, o fato de que este ve registro do cumprimento integral dos critéri-
exame já faz parte da rotina de assistência pré- os. A maioria das mulheres recebeu assistência
natal. O exame para detecção do HIV, também desarticulada e parcial. Menos de 25% das mu-
menos comum nos guias clínicos, obedeceu à lheres cadastradas teve seis ou mais consultas.
mesma lógica. Existiam recomendações da Comis- Os pontos de estrangulamento detectados na

RBGO - v. 26, nº 7, 2004 523


Serruya et al Pré-Natal

atenção, como a realização de exames 2. Rosenfield A, Maine D. Maternal mortality. A ne-


laboratoriais e a consulta puerperal, sinalizam glected tragedy. Where is the M in MCH? Lancet
para a necessidade de rever os mecanismos atu- 1985; 2:83-5.
ais e propor novas medidas, além das necessári- 3. World Health Organization. Care in normal birth. A
as mudanças baseadas em novas evidências. Os practical guide. Maternal and Newborn Health/ Safe
percentuais da realização de VDRL e da vacina- Motherhood Unit. Geneva: World Health Organiza-
ção antitetânica apontam para a necessidade de tion; 1996.
reavaliar questões consideradas da “rotina” 4. WHO/UNFPA/UNICEF/World Bank. Reduction of
assistencial, uma vez que o consenso técnico maternal mortality: a joint statement. Geneva:
acerca de sua importância não foi traduzido por World Health Organization; 1999.
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for prenatal follow-up in different states, regions and
atenção pré-natal no Brasil e o Programa de
period.
Humanização do Pré-natal e Nascimento. Rev Bras
Results: until the end of 2002, 3983 municipalities joined Saúde Materno Infantil. No prelo 2004.
the Program (72% adhesion) and, among them, 71%
reported results, constituting a data base of 720,871 women. 10.Ministério da Saúde. Programa de humanização no
pré-natal e nascimento. Brasília: Secretaria de
In 2002 only 28% of the pregnant women were already
Políticas de Saúde; 2000.
registered, 25% before 120 days of pregnancy. Nearly 22%
of the women had six prenatal visits, 6% had the post-partum 11.Trevisan MR, De Lorenzi DRS, Araujo NM, Ésber K.
visit and the compulsory tests performed, only 4% had also Perfil da assistência pré-natal entre usuárias do
the HIV test and were vaccinated against tetanus, and 12% Sistema Único de Saúde em Caxias do Sul. Rev Bras
Ginecol Obstet 2002; 24:293-9.
had two examinations performed for syphilis. There were
important regional variations, generally showing better 12.Coutinho T, Teixeira MTB, Dain S, Sayd JD, Coutinho
indicators for the Southeast and South regions. LM. Adequação do processo de assistência pré-na-
Conclusions: although the indicators of quality of care tal entre as usuárias do Sistema Único de Saúde
showed an improvement from 2001 to 2002, the recorded em Juiz de Fora-MG. Rev Bras Ginecol Obstet 2003;
25:717-24.
low percentages attest the need for permanent evaluations
and new interventions with the aim of improving the quality 13.Serruya S, Cecatti JG, Lago TG. O Programa de
of this care, especially in the North and Northeast regions. Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN)
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Aceito com modificações em: 27/7/2004

XXIII CONGRESSO DE OBSTETRÍCIA E


GINECOLOGIA DO NORDESTE

10 a 13 de novembro de 2004

Salvador - BA

Informações:
SOGIBA
Tel: (71) 331-9666
Fax: (71) 247-4351
e-mail: st-eventos@terra.com.br

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