O documento discute a angústia parental frente ao diagnóstico de doença na criança, como os pais tendem a cristalizar o filho na posição da doença, suprimindo sua singularidade. A escuta psicanalítica na unidade hospitalar ajuda os pais a elaborarem seu sofrimento e enxergarem a criança além do diagnóstico.
O documento discute a angústia parental frente ao diagnóstico de doença na criança, como os pais tendem a cristalizar o filho na posição da doença, suprimindo sua singularidade. A escuta psicanalítica na unidade hospitalar ajuda os pais a elaborarem seu sofrimento e enxergarem a criança além do diagnóstico.
O documento discute a angústia parental frente ao diagnóstico de doença na criança, como os pais tendem a cristalizar o filho na posição da doença, suprimindo sua singularidade. A escuta psicanalítica na unidade hospitalar ajuda os pais a elaborarem seu sofrimento e enxergarem a criança além do diagnóstico.
A ANGÚSTIA PARENTAL FRENTE À INSÍGNIA DO DIAGNÓSTICO
DA CRIANÇA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DA
ESCUTA EM UNIDADE HOSPITALAR Isadora Francez Sassim¹; Arthur Silveira de Andrade²; Julianne Akemi Uchida Albuquerque³; Levy Araújo Dias Paes4; Sâmylla Kalyne Moura Guimarães5; Jéssica Pingarilho Batista6; Roseane Freitas Nicolau⁷.
INTRODUÇÃO: A escuta psicanalítica na Unidade de Atenção à Saúde da Criança e do
Adolescente (UASCA) do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza desvela a angústia dos cuidadores de crianças com laudos de Transtornos do Desenvolvimento. Tal caráter patológico introjetado pelos pais suplanta a singularidade do infante e o cristaliza em uma posição alienada, reduzido ao discurso familiar que não vislumbra possibilidades de constituição subjetiva para além da doença. Buscamos, então, o questionamento das concepções médicas, alimentando a construção de novos laços afetivos. OBJETIVOS: Promover espaço de escuta e acolhimento na instituição pública de saúde; Investigar a influência do diagnóstico na relação cuidador-criança. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Observamos um conflito entre a idealização parental e o filho real concebido, o que ocasiona um estranhamento diante da impossibilidade de realização do próprio desejo, escapando pela fala do cuidador, que fala sobre o filho e pelo filho, a fixação deste no campo da doença. Aliando a escuta da família com o estudo teórico baseado nos ensinos de Freud e Lacan, convocamos os envolvidos para elaborarem seu sofrimento, abrindo–lhes possíveis futuros de implicação no investimento emocional com o filho concreto, re-idealizando-o, conforme notado no caso de uma criança acompanhada de sua avó, cujo diagnóstico precedeu o nome de seu neto, seguido da afirmação repetitiva de que ele se engajaria em um ato lúdico específico por conta do déficit de desenvolvimento, todavia, uma vez que houve a quebra dessa perspectiva, quando o infante se interessou por uma diversidade de atividades com os
¹. Bolsista de iniciação científica na pesquisa de construção de caso clínico em equipe multiprofissional no
HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: isadora.sassim@ifch.ufpa.br ². Bolsista de iniciação científica na área de investigação do narcisismo parental e sua interferência sobre o tratamento do autismo no HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ³. Bolsista de iniciação científica na área do tratamento do autismo em equipe multidisciplinar no HUBFS. Universidade Federal do Pará. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ⁴. Bolsista de iniciação científica voluntária na área de promoção e proteção da saúde mental e do bem-viver na Unidade de Saúde Satélite. Voluntário no projeto de pesquisa “A Clínica do sujeito na Instituição Pública de saúde” do HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ⁵. Bolsista da Clínica de Atenção à Violência (UFPA) do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Violência na Amazônia. Voluntária no projeto de pesquisa “A Clínica do sujeito na Instituição Pública de saúde” do HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ⁶. Psicóloga e Psicanalista. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará. Preceptora de Estágio na Clínica Escola de Psicologia da Universidade da Amazônia – Ênfase Psicanálise. ⁷. Psicanalista, Psicóloga, Doutora em Sociologia (UFC) e Pós-Doutora em Teoria Psicanalítica (UFRJ). Profª. da Faculdade e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPA, membro da Escola Letra Freudiana e do GT da ANPEPP Psicanálise, Política e Clínica. estagiários, a avó passou a se questionar acerca do próprio discurso e daquilo que é balizado pela medicina diagnóstica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência dentro de uma unidade pública de saúde fez-se imprescindível no limiar da ruptura da preponderância do saber médico, buscando o enlace discursivo dos pais, alinhando suas concepções acerca do progênito. Acolhemos a singularidade do sujeito ao passo que há espaço, também, para a elaboração das angústias e indagações sobre o diagnóstico que lhe permeia, colocando na linguagem essa via de produção subjetiva, haja vista que o sujeito se produz no campo significante. As vivências na UASCA demonstram a importância de apostar no sujeito desejante que resiste em meio a tantas atribuições de sentido dadas pelos outros a sua própria existência, ao integrar tais dimensões, provocamos uma fissura na melancolia parental, para que não sucubam ao luto ocasionado pela morte do bebê idealizado, redirecionando afetos e projeções.
DESCRITORES: Escuta. Angústia. Diagnóstico.
¹. Bolsista de iniciação científica na pesquisa de construção de caso clínico em equipe multiprofissional no
HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: isadora.sassim@ifch.ufpa.br ². Bolsista de iniciação científica na área de investigação do narcisismo parental e sua interferência sobre o tratamento do autismo no HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ³. Bolsista de iniciação científica na área do tratamento do autismo em equipe multidisciplinar no HUBFS. Universidade Federal do Pará. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ⁴. Bolsista de iniciação científica voluntária na área de promoção e proteção da saúde mental e do bem-viver na Unidade de Saúde Satélite. Voluntário no projeto de pesquisa “A Clínica do sujeito na Instituição Pública de saúde” do HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ⁵. Bolsista da Clínica de Atenção à Violência (UFPA) do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Violência na Amazônia. Voluntária no projeto de pesquisa “A Clínica do sujeito na Instituição Pública de saúde” do HUBFS. Discente de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará (UFPA). ⁶. Psicóloga e Psicanalista. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará. Preceptora de Estágio na Clínica Escola de Psicologia da Universidade da Amazônia – Ênfase Psicanálise. ⁷. Psicanalista, Psicóloga, Doutora em Sociologia (UFC) e Pós-Doutora em Teoria Psicanalítica (UFRJ). Profª. da Faculdade e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPA, membro da Escola Letra Freudiana e do GT da ANPEPP Psicanálise, Política e Clínica.