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POLÍTICA

Governo edita decreto


que restringe o acesso
de civis a armas e
munições; veja novas
regras
Texto reduz número de armas que podem
ser adquiridas por CACs e para a defesa
pessoal. Medida também diminui validade de
registros de armas; e restringe o
funcionamento de clubes de tiro.

Por g1 — Brasília

21/07/2023 11h06 · Atualizado há 2 meses

Novo decreto restringe acesso a armas e munições; veja o que


muda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)


assinou nesta sexta-feira (21) um decreto
sobre o controle "responsável" de armas no
país.

A medida foi editada durante cerimônia no


Palácio do Planalto e faz parte do Programa
de Ação na Segurança (PAS), um pacote do
governo que tem o objetivo de diminuir a
violência no país.

Em discurso, Lula afirmou que não se pode


permitir "arsenais nas mãos de pessoas".
Já o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que
o decreto põe fim a um "capítulo trágico e de
trevas" no país. Dino declarou ainda que a
medida é "ponderada" e "equilibrada", e
pode salvar vidas.

Segundo o governo, entre outras medidas, o


decreto:

1. reduz a quantidade de armas e


munições que podem ser acessadas por
civis para defesa pessoal

2. diminui o número de armas e munições


que podem ser adquiridos pelos CACs
(caçadores, atiradores e
colecionadores)

3. proíbe CACs de transitarem com armas


municiadas

4. restringe o funcionamento de clubes de


tiro

5. retoma regras de distinção entre armas


de uso de órgãos de segurança e armas
para cidadãos comuns

6. diminui a validade dos registros de


armas de fogo

7. prevê a migração do controle de armas


do Exército para a PF

Defesa pessoal
Segundo o governo, o decreto reduz a
quantidade de armas e munições que podem
ser acessadas por civis para a defesa pessoal.
Além disso, retoma a comprovação da efetiva
necessidade para a aquisição.

Como era:

· O civil podia comprar até 4 armas de uso


permitido para a defesa pessoal, sem a
necessidade de comprovação da efetiva
necessidade. E havia a possibilidade de
ampliação do limite.

· E podia comprar até 200 munições por


arma, por ano

Como fica:

· O civil pode comprar até 2 armas de uso


permitido para defesa pessoal, mas
precisa comprovar a efetiva
necessidade

· E pode comprar até 50 munições por


arma, por ano.

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CACs
O decreto estabelece uma série de novas
regras para os CACs (caçadores, atiradores
desportivos e colecionadores).

REGRAS PARA CAÇADORES

Como eram:

· Até 30 armas, sendo 15 de uso restrito

· Até mil munições por arma de uso


restrito, por ano

· Até 5 mil munições por arma de uso


permitido, por ano.

Como ficam:

· Até 6 armas (PF e Exército poderão


autorizar, em caráter excepcional, a
compra de até 2 armas de fogo de uso
restrito)

· Até 500 munições, por arma, por ano

· Necessidade de autorização do Instituto


Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama)

REGRAS PARA ATIRADORES DESPORTIVOS

Além de reduzir o número de armas, o


decreto retoma os níveis de classificação de
atiradores desportivos, conforme o número
de treinamentos ou competições.

Como eram as regras gerais:

· Até 60 armas, sendo 30 de uso restrito;

· Até 1 mil munições por arma de uso


restrito, por ano (30 mil/ano);

· Até 5 mil munições por arma de uso


permitido, por ano. (150 mil/ano)

· Até 20kg de pólvora.

Como ficam as regras para atirador de


"Nível 1" (Oito treinamentos ou competições
em clubes de tiro, em eventos distintos, a
cada 12 meses):

· Até 4 armas de fogo de uso permitido;

· Até 4 mil cartuchos, por ano;

· Até 8 mil cartuchos .22 LR ou SHORT, por


ano.

REGRAS PARA COLECIONADORES

Como eram:

· Até 5 armas de cada modelo;

· Vedadas as automáticas, não-portáteis ou


portáteis semiautomáticas cuja data de
projeto do modelo original tenha menos
de 30 anos.

Como ficam:

· Até 1 arma de cada modelo, tipo, marca,


variante, calibre e procedência;

· Proibidas as automáticas e as longas


semiautomáticas de calibre de uso restrito
cujo 1º lote de fabricação tenha menos de
70 anos.

Em entrevista, o ministro da Justiça, Flávio


Dino, disse que as pessoas que compraram
armas durante a vigência das regras
anteriores não serão obrigadas a devolver
os armamentos que excedem os novos
limites de número de armas. Entretanto,
terão que seguir as novas regras para compra
de munições por arma, e de validade do
registro.

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Fim do trânsito com arma


municiada para CACs

Como era:

· O CAC tinha direito a transitar portando


uma arma municiada entre o local de
guarda autorizado e o da prática da
atividade.

Como fica:

· Deve ser emitida uma guia de tráfego aos


CACs e aos representantes estrangeiros
em competição internacional oficial de tiro
realizada no território nacional para
transitar com armas de fogo registradas
em seus respectivos acervos,
devidamente desmuniciadas, em
trajeto preestabelecido, por período
pré-determinado, e de acordo com a
finalidade declarada no
correspondente registro

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Restrições às entidades de
tiro desportivo
Os novos decretos também estabelecem
novas regras, mais restritas, para clubes de
tiro desportivo. Ficam proibidos, por
exemplo, os estabelecimentos com
funcionamento 24 horas.

Como era:

· Não havia regra sobre a localização ou o


horário de funcionamento dos clubes de
tiro. Esses estabelecimentos podiam ficar,
inclusive, perto de escolas (que também
são locais de votação, nas eleições).

Como ficam as regras:

· Clubes de tiro e empresas de instrução


terão de ficar a pelo menos 1 km de
distância de escolas públicas ou privadas;

· O horário de funcionamento terá de


respeitar o limite entre 6h e 22h – fica
proibido o funcionamento 24 horas.

· A mudança do horário de funcionamento


terá que ser feita imediatamente. As
outras adequações, em um prazo de 18
meses.

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39% das armas legalizadas no Brasil são pistolas 9mm

Armas de uso permitido e


restrito
O governo alterou os critérios que classificam
uma arma de fogo como sendo de uso
permitido ou restrito. Essa classificação
influencia no tipo de licenciamento e nas
restrições para porte e posse.

Para armas curtas, serão retomados os


parâmetros de 2018, mais restritivos. Há
novas restrições, também, para armas de
cano longo.

O governo diz que os arsenais dessas armas


comprados com base na regra anterior
poderão ser mantidos, desde que não haja
irregularidades nos registros.

Como eram as regras:

· Desde 2019, armas como pistolas 9mm,


.40 e .45 ACP eram classificadas como "uso
permitido", o que permitia a compra pela
população civil.

· Com isso, condenado por "posse ou porte


de arma de uso restrito" por conta dessas
pistolas podiam pedir revisão da pena.

Como ficam:

· Pistolas 9mm, .40 e .45 ACP voltam a ser


de uso restrito;

· Armas longas de alma lisa (ou seja, sem


rajadas ou ranhuras na parte interna do
cano) também passam a ser de uso
restrito;

· Quem comprou armas do tipo se valendo


da classificação anterior pode manter o
arsenal, desde que os registros estejam
regulares.

O decreto também prevê a criação de um


programa de recompra pelo governo de
armas que eram de uso permitido e passarão
a ser de uso restrito. Esse programa ainda
será regulamentado pelo Ministério da
Justiça.

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Redução da validade de
registros de armas

Como era:

· A validade do registro de armas de fogo


era de 10 anos, no geral.

Como fica:

· validade de 3 anos para colecionador,


atirador desportivo e caçador
excepcional

· 5 anos para registro concedido para fins


de posse e caça de subsistência

· 5 anos para as empresas de segurança


privada

· indeterminado para os integrantes da


ativa da PF, PRF, policiais penais, polícias
civis, polícias da Câmara e Senado, das
guardas municipais, da ABIN, guardas
prisionais, do quadro efetivo do Poder
Judiciário e Ministério Público no exercício
de funções de segurança, dos membros
do Poder Judiciário e do Ministério Público,
dos auditores fiscais e analistas tributários

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Presidente Lula vai assinar nesta sexta-feira (21) novo decreto


sobre armas

Fiscalização passa do
Exército para a PF
O governo também definiu uma "migração
progressiva" das atividades de fiscalização de
armas, hoje sob responsabilidade do Exército,
para a Polícia Federal.

Com isso, na prática, o controle do


armamento civil passa para uma instituição
civil, retirando os militares do processo.

Como era:

· O Comando do Exército tinha a atribuição


de definir regras e fiscalizar atividades
como caça esportiva, tiro esportivo,
coleção de armamento e funcionamento
das entidades de tiro.

Como fica:

· A Polícia Federal passa a absorver as


atribuições relacionadas ao regramento e
à fiscalização do armamento civil,
mediante acordo de cooperação entre os
ministérios da Justiça e da Defesa.

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