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Publicado em 20/12/2023
Após 22 anos de tramitação, a Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares e dos
Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios foi
sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 12 de
dezembro. A Lei 14.751 estabelece, em nível nacional, normas gerais para organizar e
padronizar o funcionamento das corporações. Também define garantias, deveres e
vedações para as duas categorias. Dessa forma, garante amparo legal e mais segurança
jurídica à atuação dos policiais militares e bombeiros.
O projeto que deu origem à nova lei foi proposto pelo Executivo em 2001, chegou no
Senado no final de 2022 (como PL 3.045/2022) e foi aprovado em novembro deste ano
pelo Plenário. De acordo com o relator, senador Fabiano Contarato (PT-ES), a lei é
necessária porque a legislação que regia as PMs e os corpos de bombeiros militares
(CBMs) até então — o Decreto-Lei 667, de 1969, agora revogado — continha
“disposições anacrônicas e até mesmo incompatíveis” com a Constituição Federal. Para
Contarato, a nova legislação, reivindicação antiga das categorias, representa o
"nascimento oficial" das instituições da polícia militar e dos bombeiros no Brasil.
21 de abril
2 de julho
Datas estaduais
Os estados são incentivados a criar datas comemorativas estaduais com base na história
e tradição de cada corporação
O que mudou
A norma altera a Política Nacional de Segurança Pública (Lei 13.675, de 2018) para
incluir como princípio o uso comedido e proporcional da força pelos agentes de
segurança pública, conforme documentos internacionais de proteção aos direitos
humanos de que o Brasil seja signatário.
Será exigido curso superior para ingresso nas duas carreiras, mas esse critério de
escolaridade só passará a ser cobrado nacionalmente a partir de 2029, seis anos após a
sanção da lei. Policiais militares em funções de comando, chefia, direção e
administração superior na instituição (Quadro de Oficiais de Estado-Maior) deverão ter
bacharelado em direito. Para os oficiais bombeiros, os estados poderão definir outras
áreas além do direito.
Atribuições dos comandantes-gerais das PMs e
bombeiros militares
• Apresentar, em até 60 dias da posse, plano de comando com indicadores,
prestação de contas e participação da sociedade, ajustado aos planos estratégicos
da instituição
• Definir no plano de comando metas qualitativas e quantitativas de produtividade
e de redução de índices de criminalidade, além de diagnóstico da necessidade de
recursos humanos e materiais
• Divulgar relatório anual sobre número e tipo de ocorrências policiais atendidas;
quantas representações recebidas e apuradas contra membros da instituição e
quais as sanções aplicadas; e dados sobre letalidade e vitimização de policiais e
letalidade e vitimização de civis
Regulamentação
A lei possui 44 artigos divididos em oito capítulos. O texto atribui 25 competências aos
PMs e 27 aos bombeiros. Os militares devem seguir 12 princípios e 20 diretrizes.
Entre os princípios das duas categorias, por exemplo, está a proteção, promoção e
respeito aos direitos humanos. Entre as diretrizes comuns, o "atendimento permanente
ao cidadão e à sociedade" e o "uso racional da força e uso progressivo dos meios".
Se for detido por razões criminais ou civis, a detenção será em instalação militar, ao
invés de ir para carceragem comum.
Saiba mais
• Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros
Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
• Vídeo: Senado aprova Lei Orgânica das PMs e dos Bombeiros
• Vetos presidenciais à Lei Orgânica das PMs e Bombeiros