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Caçadores, atiradores, colecionadores

O decreto assinado nesta sexta-feira define um limite maior para o total


de armas e munições permitidas a caçadores, atiradores e
colecionadores. Atiradores esportivos foram divididos em três níveis, de
acordo com a experiência acumulada.

Como era
Caçadores podiam ter até 30 armas, sendo 15 de uso restrito. Por ano,
eram permitidas até mil munições por arma de uso restrito e cinco mil
munições por arma de uso permitido.

Colecionadores, por sua vez, podiam ter até cinco armas de cada modelo,
sendo vedadas as proibidas, automáticas, não-portáteis ou portáteis
semiautomáticas cuja data de projeto do modelo original tivesse menos
de 30 anos.

Atiradores desportivo podiam ter até 60 armas, sendo 30 de uso restrito,


mil munições por arma de uso restrito e cinco mil munições por arma de
uso permitido por ano, além de 20kg de pólvora.

Como fica
Caçadores excepcionais poderão ter no máximo seis armas, podendo ser
acrescida de mais duas de uso restrito em casos específicos e sob
autorização do exército e da Polícia Federal. Limitado a 500 munições
por ano. Também será exigido autorização do Ibama.

Colecionadores poderão adquirir uma arma de cada modelo, tipo, marca,


variante, calibre e procedência. São vedadas as automáticas e as longas
semiautomáticas de calibre de uso restrito cujo 1º lote de fabricação
tenha menos de 70 anos.

Atiradores desportivos, por sua vez, serão divididos em níveis:


 Atirador Nível 1 – Aquele que tiver oito treinamentos ou
competições em clube de tiro, em eventos distintos, a cada 12
meses. Poderá ter até quatro armas de fogo de uso permitido e até
quatro mil cartuchos por ano. Nos casos de .22 LR ou SHORT,
serão permitidos até oito mil cartuchos anuais.
 Atirador Nível 2 – Aquele que tiver doze treinamentos em clube
de tiro e quatro competições, das quais duas de âmbito estadual,
regional ou nacional, a cada 12 meses. Nesse caso, poderá ter até
oito armas de fogo de uso permitido e até dez mil cartuchos por
ano. Nos casos de .22 LR ou SHORT, o limite será de até 16 mil
cartuchos, por ano.
 Atirador Nível 3 – Aquele que tiver até 20 treinamentos em clube
de tiro e seis competições, das quais duas de âmbito nacional ou
internacional, no período de doze meses. Poderá ter até 16 armas
de fogo, sendo 12 de uso permitido e quatro de uso restrito. Nesse
caso, o limite será de 20 mil cartuchos, ou de até 32 mil cartuchos
por ano nos casos de .22 LR ou SHORT.

Fim do porte de trânsito municiado para Caçadores,


Atiradores e Colecionadores
O transporte de armas de fogo só poderá ser feito com elas descarregadas
e mediante autorização prévia. Será preciso informar inclusive o trajeto.

Como era
Havia garantia do porte de trânsito de uma arma municiada, apostilada
ao acervo de armas de caçador ou atirador desportivo, para defesa de seu
acervo no trajeto entre o local de guarda autorizado e o da prática da
atividade.

Como fica
Será necessário emitir uma guia de tráfego por colecionadores,
atiradores, caçadores e/ou representantes estrangeiros em competição
internacional oficial de tiro realizada no Braisl. As armas deverão estar
desmuniciadas e seguir por trajeto preestabelecido, por período pré-
determinado e de acordo com a finalidade declarada no correspondente
registro.

Restrições às entidades de tiro desportivo


Clubes de tiro desportivo e outras entidades do gênero não poderão se
instalar num raio de até um quilômetro de instituições de ensino.
Também terão seu horário de funcionamento limitado.

Como era
Não havia critérios expressos sobre restrição de lugar ou horário de
funcionamento, também exigência de leis municipais relativas a isso.

Como fica
As entidades de tiro desportivo deverão estar a uma distância mínima de
um quilômetro de estabelecimentos de ensino, deverão respeitar
condições de uso e armazenagem das armas e terão horário de
funcionamento restrito das 6h às 22h. O prazo para adequação é de 18
meses.

Reforço do caráter excepcional da caça – abate de fauna


exógena
A caça de algumas espécies, como o javali, é permitida pelo Ibama por
se tratar de uma espécie exógena à fauna brasileira. A partir de agora,
porém, ela demandará autorização prévia, com informações precisas
sobre o local, as armas utilizadas e o período.

Como era
Número de cidades com permissão de abate de javalis triplicou, saindo
de 698 em 2017 para 2010 no ano passado. Fiscais apontaram que em
algumas delas houve soltura intencional dos animais para viabilizar a
caça.

Como fica
Será preciso apresentar documento que comprove a necessidade de caça
de javalis ou outro animal considerado invasor, área em quem será feita
a caça, número de pessoas envolvidas e período. O uso de armas de fogo
será limitado a duas de uso permitido e seiscentas munições.

Redução da validade dos registros de armas de fogo


O registro de armas de fogo tinha validade de dez anos. O prazo agora
irá variar de três a cinco anos, dependendo da finalidade.

Como era
Os registros tinham validade única, de dez anos.

Como fica
A validade do registro passará a ser de três anos para colecionador,
atirador desportivo e caçador excepcional; de cinco para fins de posse e
caça de subsistência; cinco anos para as empresas de segurança privada;
e terá prazo indeterminado para os integrantes da ativa da Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, policiais penais, polícias civis,
polícias da Câmara e Senado, das guardas municipais, da ABIN, guardas
prisionais, do quadro efetivo do Poder Judiciário e Ministério Público no
exercício de funções de segurança, dos membros do Poder Judiciário e
do Ministério Público, dos auditores fiscais e analistas tributários.

Autorizações
Caberá quase que exclusivamente à Polícia Federal conceder as
autorizações para aquisição e uso de armas de fogo no Brasil.

Como era
Cabia ao comando do Exército as competências associadas à definição,
normatização e fiscalização das atividades de caça, tiro desportivo,
colecionamento desportivos, colecionadores e das entidades de tiro
desportivo.

Como fica
Passará à ser competência da Polícia Federal todas as atividades de
caráter civil envolvendo armas e munições, incluindo a definição,
padronização, sistematização, normatização e fiscalização de atividades
e procedimentos.

COLECIONADOR

Art. 6º As armas reconhecidas como de valor histórico e ainda não


registradas terão seus registros autorizados pelo SisFPC, para a inclusão
em acervo de coleção, em até 90 dias após o reconhecimento.

As armas de valor histórico estão definidas no inciso XIV do art 2º do


decreto nº 11.615/2023. Sendo este:

XIV - arma de fogo histórica - arma de fogo assim declarada pelo Instituto do Patrimºônio
Histórico e Artístico Nacional - Iphan:

a) marcada com brasão ou símbolo pátrio, nacional ou estrangeiro;

b) colonial;

c) utilizada em guerra, combate ou batalha;

d) que pertenceu a personalidade ou esteve em evento histórico; ou

e) que, pela aparência e pela composição das partes integrantes, possa ser considerada
rara e única e possa fazer parte do patrimônio histórico e cultural;

Art 8º São vedadas as seguintes praticas com armamento objeto de


coleção:
I – Realização de tiro, exceto para testesde reparo e manutenção; e

II – Alteração nas características originais.

DO TIRO ESPORTIVO

Art. 2º É proibida a prática de tiro recreativo com armas de fogo, em entidades de tiro
desportivo, por pessoas não registradas como atiradores por meio de CR concedido pelo
SisFPC, conforme o §6º do art. 34 do Decreto nº 11.615/2023.

DA CAÇA EXCEPCIONAL

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