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Instrutivo para Implementação Da Política Nacional de Atenção Integral Às Pessoas Com Doenças Raras
Instrutivo para Implementação Da Política Nacional de Atenção Integral Às Pessoas Com Doenças Raras
BRASÍLIA/2016
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Instrutivo para Implementação da Política Nacional de Atenção Integral às
Pessoas com Doenças Raras
- Associações de familiares e pessoas com Doenças Raras -
1. Objetivo
2. A Portaria
A Política está organizada no formato de Rede e com abrangência transversal com as demais
redes temáticas prioritárias, em especial à Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, Rede de
Atenção à Pessoa com Deficiência, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicossocial, Rede
Cegonha e Triagem Neonatal.
Traz como objetivo reduzir a mortalidade, bem como contribuir para a redução da morbidade
das manifestações secundárias e a melhoria da qualidade de vida das pessoas, por meio de ações de
redução de incapacidade, promoção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados suportivos,
habilitação e reabilitação, de forma oportuna, para as pessoas com Doenças Raras.
O conceito de doença rara utilizado pelo Ministério da Saúde é o mesmo recomendado pela
Organização Mundial de Saúde - OMS: doença que afeta até 65 pessoas em cada 100.000 indivíduos, ou
seja, 1,3 pessoas para cada 2.000 pessoas. As doenças raras são caracterizadas por uma ampla
diversidade de sinais e sintomas e variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para
pessoa acometida pela mesma condição.
4. Especificidade da Portaria
Como não seria possível organizar um cuidado abordando as doenças raras de forma individual
devido ao grande número de doenças, a proposta foi organizada na forma de 2 (dois) eixos
estruturantes, que permitem classificar as doenças raras de acordo com suas características comuns,
com a finalidade de maximizar os benefícios aos usuários.
A organização do cuidado das pessoas com doenças raras será estruturada nos seguintes eixos:
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I – Eixo I: composto pelas doenças raras de origem genética e organizado nos seguintes grupos:
b) deficiência intelectual; e
II – Eixo II: composto por doenças raras de origem não genética e organizado nos seguintes
grupos:
a) infecciosas;
b) inflamatórias;
c) autoimunes;
A Atenção Especializada da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras
será composta por:
a) enfermeiro;
b) técnico de enfermagem; e
c) médico responsável pelo Serviço de Atenção Especializada em Doenças Raras com comprovada
experiência na área ou especialidade; e
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d) contar com um responsável técnico médico, registrado no Conselho Regional de Medicina, devendo
assumir a responsabilidade técnica por uma única unidade habilitada pelo SUS.
Já o Serviço de Referência, além dos requisitos mínimos exigidos para o serviço de atenção
especializada em doenças raras, deverá possuir equipe assistencial composta, nos termos especificados
da Portaria GM/MS n° 199, de 30 de janeiro de 2014(*) ,no mínimo, por:
a) enfermeiro;
b) técnico de enfermagem;
c) médico com título de especialista na área da especialidade que acompanha, registrado no Conselho
Regional de Medicina e/ou comprovação de atuação na doença rara específica por pelo menos 5 (cinco)
anos;
d) médico geneticista;
e) neurologista;
h) psicólogo;
j) assistente social; e
k) contar com um responsável técnico médico, registrado no Conselho Regional de Medicina, devendo
assumir a responsabilidade técnica por uma única unidade habilitada pelo SUS.
O responsável técnico poderá fazer parte de equipe mínima assistencial, desde que tenha título
de especialista na área da especialidade que acompanha e/ou comprovação de atuação na área por pelo
menos 5 (cinco) anos para uma das doenças raras acompanhadas pelo Serviço de Referência em
Doenças Raras.
Para pleitear a habilitação como Serviço de Atenção Especializada em Doenças Raras ou Serviço
de Referência em Doenças Raras, a instituição interessada deverá verificar se possui: equipe mínima, e
estrutura adequada para prestar o atendimento às pessoas com doenças raras, conforme especificados
na Portaria GM/MS n° 199, de 30 de janeiro de 2014(*).
O gestor de saúde local analisará a solicitação e, caso seja favorável, levará para pactuação
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regional no Colegiado Intergestor Regional (CIR) e/ou no Colegiado Intergestor Bipartite (CIB), que são
espaços de pactuação do Sistema Único de Saúde para credenciamento do serviço. Em seguida, o gestor
responsável providenciará toda documentação e encaminhará à Coordenação-Geral de Média e Alta
Complexidade (CGMAC/DAET/SAS/MS).
Caso a avaliação seja favorável, o Ministério da Saúde tomará as providências para a publicação
da Portaria específica de habilitação.
Segue abaixo quadro com as compatibilidades dos procedimentos (Anexo IV da Portaria GM/MS
nº 199/2014(*):
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CÓDIGO DO DESCRIÇÃO DO CÓDIGO DOS
DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO PROCEDIMENTOS
SECUNDÁRIOS
PRINCIPAL PRINCIPAL SECUNDÁRIOS
Focalização isoelétrica da
02.02.10.005-7
transferrina
Análise de DNA pela técnica de
02.02.10.006-5
Southern Blot
02.02.10.007-3 Análise de DNA por MLPA
Identificação de mutação ou
Avaliação para rearranjos por PCR, PCR sensível a
02.02.10.008-1
diagnóstico de doenças metilação, qPCR e qPCR sensível à
03.0101.019-6 raras - Eixo I - anomalias metilação
congênitas ou de FISH em metáfase ou núcleo
manifestação tardia 02.02.10.009-0
interfásico, por doença
Identificação de Alteração
02.02.10.010-3 Cromossômica Submicroscópica por
Array-CGH
Identificação de mutação por
02.02.10.011-1 sequenciamento por amplicon até
500 pares de bases
Identificação de glicosaminoglicanos
urinários por cromatografia em
02.02.10.012-0
camada delgada, eletroforese e
dosagem quantitativa
Identificação de oligossacarídeos e
02.02.10.013-8 sialossacarídeos por cromatografia
(camada delgada)
Focalização isoelétrica da
02.02.10.005-7
transferrina
Dosagem quantitativa de carnitinas,
02.02.10.014-6
perfil de acilcarnitinas
Avaliação para
diagnóstico de doenças Dosagem quantitativa de
03.01.01.020-0 02.02.10.015-4 aminoácidos para diagnóstico de
raras - Eixo II -
deficiência intelectual erros inatos do metabolismo
Dosagem quantitativa de ácidos
02.02.10.016-2 orgânicos para diagnóstico de erros
inatos do metabolismo
Análise de DNA pela técnica de
02.02.10.006-3
Southern Blot
02.02.10.007-3 Análise de DNA por MLPA
Identificação de mutação ou
rearranjos por PCR, PCR sensível a
02.02.10.011-1
metilação, qPCR e qPCR sensível à
metilação
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FISH em metáfase ou núcleo
02.02.10.009-0
interfásico, por doença
Identificação de Alteração
02.02.10.010-3 Cromossômica Submicroscópica por
Array-CGH
Identificação de mutação por
02.02.10.011-1 sequenciamento por amplicon até
500 pares de bases
Identificação de glicosaminoglicanos
urinários por cromatografia em
02.02.10.012-0
camada delgada, eletroforese e
dosagem quantitativa
Identificação de oligossacarídeos e
02.02.10.013-8 sialossacarídeos por cromatografia
(camada delgada)
Focalização isoelétrica da
02.02.10.005-7
transferrina
Dosagem quantitativa de carnitinas,
02.02.10.014-6
perfil de acilcarnitinas
Dosagem quantitativa de
Avaliação para 02.02.10.015-4 aminoácidos para diagnóstico de
diagnóstico de doenças erros inatos do metabolismo
03.01.01.021-8
raras - Eixo III – erros Dosagem quantitativa de ácidos
inatos do metabolismo 02.02.10.016-2 orgânicos para diagnóstico de erros
inatos do metabolismo
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Identificação de Alteração
02.02.10.010-3 Cromossômica Submicroscópica por
Array-CGH
Identificação de mutação por
02.02.10.011-1 sequenciamento por amplicon até
500 pares de bases
03.01.01.022-6 Aconselhamento - -
genético
A solicitação dos exames para diagnóstico das doenças raras, conforme descrito na Portaria, será
facultado apenas aos estabelecimentos habilitados como Serviço de Atenção Especializada em Doenças
Raras ou Serviços de Referência em Doenças Raras.
O procedimento de Aconselhamento Genético descrito nesta Portaria e nos seus anexos poderá
ser executado por equipe de saúde multiprofissional habilitada para a sua realização, conforme
legislação específica sobre as profissões de saúde e regulamentação de seus respectivos conselhos
profissionais, respeitados os critérios de habilitação.
É obrigatória a elaboração de laudo escrito e assinado pelo profissional responsável que realizou
o aconselhamento genético, a ser anexado no prontuário do consulente.
1. Quais as doenças raras que podem ser atendidas nos Serviços de Doenças Raras?
Como não seria possível organizar o cuidado abordando todas as doenças raras de forma
individual, devido ao grande número de doenças, a Politica foi organizada na forma de 2 eixos
estruturantes, que permitem classificar as doenças raras de acordo com suas características comuns,
com a finalidade de maximizar os benefícios aos usuários. Desta forma, foram elencados dois eixos de
Doenças Raras:
O primeiro composto por Doenças Raras de origem genética, com 3 grupos:
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1-Anomalias Congênitas ou de Manifestação Tardia,
2-Deficiência Intelectual,
3-Erros inatos do Metabolismo.
O segundo composto de Doenças Raras de origem não Genética, com 4 grupos:
1 -Infecciosas,
2- Inflamatórias,
3- Autoimunes,
4 – Outras doenças raras de origem não genética.
6. Qual é a equipe mínima necessária para um estabelecimento que deseja se habilitar como
Serviço de Atenção Especializada em Doenças Raras?
A equipe assistencial do Serviço de Atenção Especializada deverá ser composta, no mínimo, por:
a) enfermeiro;
b) técnico de enfermagem; e
c) médico responsável pelo Serviço de Atenção Especializada em Doenças Raras com
comprovada experiência na área ou especialidade;
7. Qual é a equipe mínima necessária para um estabelecimento que deseja se habilitar como
Serviço de Referência em Doenças Raras?
A equipe assistencial para cada grupo dos Eixos I e II deve ser composta, no mínimo, por:
a) enfermeiro;
b) técnico de enfermagem;
c) médico com título de especialista na área da especialidade que acompanha, registrado no
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Conselho Regional de Medicina e/ou comprovação de atuação na doença rara específica por pelo menos
5 (cinco) anos;
d) médico geneticista;
e) neurologista;
f) pediatra (quando atender criança);
g) clínico geral (quando atender adulto);
h) psicólogo;
i) nutricionista (quando atender erros inatos do metabolismo);
j) assistente social;
9. O CID da minha doença não está listada nos procedimentos de avaliação diagnostica de
DR?
Nem todos os CID’s estão contemplados nos procedimentos de avaliação diagnostica. Contudo,
isso não significa que o atendimento não será realizado. Pelo contrario, o atendimento deve ser
realizado e informado um CID principal próximo ao da doença, e como CID’s secundários o da doença
especifica. Como por exemplo: CID F780 - Outro retardo mental - menção de ausência de ou de
comprometimento mínimo do comportamento, e dentro do CID secundário especificar qual tipo de
retardo mental.
Além disso, à medida que novos CIDs forem identificados, será realizada a atualização junto ao
DATASUS.
Vale ressaltar que nem todas as doenças raras possuem um código internacional da doença
(CID), nem por isso deixará de ser atendida. Nesses casos, ao registrar a informação, deverão ser
utilizados códigos mais próximos ou semelhantes.
10. Como tenho acesso à Portaria e às Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com
Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)?
À Portaria e às Diretrizes podem ser acessadas no site do Ministério da Saúde, nos links abaixo:
Portaria: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0199_30_01_2014_rep.html
Diretrizes:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/mais-sobre-
sas/177-mais-sobre-sas/9665-outro
Técnicos da área:
Carla Daher – carla.daher@saude.gov.br
Daniel Zanetti Scherrer – daniel.scherrer@saude.gov.br
Janne Ruth Nunes Nogueira - janne.nogueira@saude.gov.br
Marcia Barros Giannetti - marcia.giannetti2@saude.gov.br
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