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2
FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE
MARIANA
(COORDENADORA)
SOBRE ATUALIDADES DO
DIREITO
11ª Coletânea de ensaios e artigos
1ª Edição
MARIANA,
FUPAC-MARIANA
2023
3
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN: 978-65-88017-05-0
5
AUTORES
Eliosmara Fagundes
Raquel Araújo
7
PREFÁCIO
(Rawls, 2000).
8
cidadãos, ampliando as fronteiras do conhecimento jurídico
(estado da arte).
9
inúmeros discentes da instituição. Infelizmente, nós do Direito
criadas, leis estas que muitas vezes não têm qualquer ligação com
o mundo real.
10
obrigatoriedade de imunização das crianças e adolescentes contra
Pinto.
11
posto e procuram explorar como ela pode ser utilizada para
12
Campos pelo honroso convite para prefaciar esta obra coletiva.
científico.
13
14
Não somos máquinas de pensar, somos máquinas de sentir que
pensam.
Antônio Damásio.
15
SUMÁRIO
16
2.2. A Pandemia de COVID-19 e suas nuances no ensino remoto do curso de
Direito ................................................................................................................ 77
2.3 Regulamentação do Ensino Remoto ........................................................... 81
3. METODOLOGIA................................................................................................. 86
3.1 Metodologia do estudo com grupo focal na FUPAC-Mariana...................... 86
3.2 Análises e Resultados ................................................................................. 90
3.2.1 A compreensão do ensino remoto embasado por alunos do curso de Direito
sob o olhar de um grupo focal ........................................................................... 91
3.2.2 Ensino Remoto: O impacto na vida de mulheres com jornadas além do
trabalho.............................................................................................................. 98
3.2.3 Do Ensino Presencial ao Ensino Remoto: os aspectos que mais impactam
e a necessidade de adoção de novos processos e procedimentos no Núcleo de
Prática Jurídica (NPJ) ...................................................................................... 101
3.2.4 As vantagens do ensino remoto segundo o grupo focal ......................... 109
3.2.5 Algumas sugestões à instituição mencionadas pelos entrevistados ...... 110
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 114
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 116
17
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 184
18
3.2 Inimputabilidade do menor que comete ato infracional ............................. 268
3.3 Aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente ................................. 269
4. INIMPUTABILIDADE X INDIGNIDADE NAS DOUTRINAS E TRIBUNAIS ...... 271
4.1 Recursos especiais.................................................................................... 271
4.2 Sanção civil e o menor indigno .................................................................. 281
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 282
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 283
19
A TUTELA JURÍDICA DOS BENS DIGITAIS APÓS A MORTE E O
RECONHECIMENTO DA HERANÇA DIGITAL ........................................................ 368
Eliane Aparecida Marques Damasceno e Michele Aparecida Gomes
Guimarães
RESUMO.............................................................................................................. 368
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 369
DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 374
2.0 Direito Digital .................................................................................................. 375
3.0 Instituto da Herança ....................................................................................... 378
3.1 Herança Tradicional................................................................................... 379
3.2 Herança Digital ......................................................................................... 382
3.2.1 Conceitos e Natureza Jurídica................................................................ 385
3.2.2 Testamento na Era Digital ...................................................................... 386
3.2.3 A Herança Digital na legislação brasileira .............................................. 389
3.2.4 Herança Digital ou Legado ..................................................................... 398
4.0 A possibilidade jurídica da transmissão de bens jurídicos......................... 402
4.1 Bens digitais .............................................................................................. 404
4.2 Capacidade testamentária para dispor dos bens digitais .......................... 405
4.3 Herança Digital .......................................................................................... 407
CONCLUSÃO....................................................................................................... 410
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 414
20
TEORIA DE ROMEU E JULIETA: RELATIVIZAÇÃO DA IDADE DA VÍTIMA DO CRIME
DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL ............................................................................ 467
Ingrid Rodrigues da Rocha, Cléberson Ferreira de Morais e Elione de Jesus
Gomes Costa
RESUMO.............................................................................................................. 467
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 468
2. BREVE ANÁLISE HISTÓRICO-SOCIAL DO CRIME DE ESTUPRO DE
VULNERÁVEL DENTRO DO ORDENAMENTO JURÍDICO-PENAL BRASILEIRO
............................................................................................................................. 471
2.1 Da presunção de vulnerabilidade e a divergência doutrinária ................... 475
3. A TEORIA DE ROMEU E JULIETA NO MODELO ESPANHOL E NO MODELO
AMERICANO........................................................................................................ 481
4. A APLICAÇÃO DA EXCEÇÃO DE ROMEU E JULIETA NO ORDENAMENTO
JURÍDICO BRASILEIRO ...................................................................................... 486
5. SERIA A APLICAÇÃO DA TEORIA DA EXCEÇÃO DE ROMEU E JULIETA NO
ORDENAMENTO JURÍDICO PENAL BRASILEIRO UMA FLEXIBILIZAÇÃO A
PUNIÇÃO DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL? ............................ 493
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 498
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 501
21
2.1 Código de defesa do consumidor e o entendimento da vulnerabilidade e
hipervulnerabilidade ........................................................................................ 528
2.2 As garantias trazidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência ............... 531
2.3 Os direitos básicos do consumidor e as pessoas com deficiência ............ 536
2.4 As discussões nos PROCON’s sobre a proteção do consumidor com
deficiência........................................................................................................ 541
3. RELAÇÕES CONSUMERISTAS NO COMÉRCIO ELETRÔNICO .................. 545
3.1 O decreto nº 7962/2013 e o direito do consumidor ................................... 545
3.2 O direito à informação adequada .............................................................. 547
4. A PROBLEMÁTICA DAS RELAÇÕES CONSUMERISTAS NO COMÉRCIO
ELETRÔNICO ASSOCIADAS AO CONSUMIDOR DEFICIENTE VISUAL .......... 549
4.1 Os dados nacionais sobre a população com deficiência visual – IBGE .... 549
4.2 A hipervulnerabilidade no contexto da pessoa com deficiência visual ...... 550
4.3 A “invisibilidade” do consumidor com deficiência visual pelas empresas de
comércio eletrônico: os desafios e a supressão de direitos do consumidor com
deficiência visual ............................................................................................. 555
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 560
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 561
22
4.2 A inexequibilidade da sentença judicial ante a prestação jurisdicional tardia
......................................................................................................................... 590
5. A POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE EM INDENIZAÇÃO EM DECORRÊNCIA DA DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA NAS ÁREAS DE OCUPAÇÃO IRREGULAR DO MUNICÍPIO DE
MARIANA ............................................................................................................. 590
5.1 Análise das sentenças nas áreas de ocupação irregular em Mariana ...... 592
5.1.1 Processo nº 5001499-94.2019.8.13.0400 – autora CMP Agricultura E
Pecuária Limitada – reintegração de posse .................................................... 592
5.1.2 Processo nº 5000946-13.2020.8.13.0400 – autora CMP Agricultura E
Pecuária Limitada – reintegração de posse .................................................... 594
5.1.3 Processo nº 5000294-30.2019.8.13.0400 – autor Município de Mariana –
reintegração/manutenção de posse ................................................................ 600
5.1.4 Agravo de Instrumento-Cv nº 1.0400.17.0400.17.002918-7/001............ 600
6. A CONVERSÃO DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE EM INDENIZATÓRIA ..... 601
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 610
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 613
23
FAMÍLIA MULTIESPÉCIE: DA “POSSE” AO AFETO. .............................................. 644
Rayonne Massi Araújo e René Dentz
RESUMO.............................................................................................................. 644
UM BREVE RECORTE HISTÓRICO DO CONCEITO DE FAMÍLIA: ................... 645
1.1 Império Romano ........................................................................................ 645
1.2 Família à luz da religião ............................................................................. 646
1.3 O conceito de família a partir do século XX............................................... 647
2. O CONCEITO DE “FAMÍLIA” NO BOJO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ......... 648
3. DIREITO DOS ANIMAIS – UMA DISCUSSÃO FILOSÓFICA? ............... 650
4. O DIREITO DOS ANIMAIS NO ORDENAMENTO PÁTRIO .................... 653
4.1 O reconhecimento do animal doméstico no código civil: alguns apontamentos
......................................................................................................................... 654
4.2 Dissolução conjugal: com quem fica a guarda do animal doméstico?....... 655
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 656
REFERÊNCIAS: ................................................................................................... 657
24
25
O CURSO DE DIREITO NA FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO
CARLOS DE MARIANA-MG: ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS
EGRESSOS POR MEIO DE GRUPO FOCAL
RESUMO:
1
Graduanda do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos
de Mariana.
2
Graduando do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio
Carlos de Mariana.
3
Graduanda do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos
de Mariana.
4
Graduando do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio
Carlos de Mariana.
5
Graduanda do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos
de Mariana.
6
Graduanda do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio
Carlos de Mariana.
7
Proponente e orientadora da pesquisa. Professora do curso de Direito da FUPAC-
Mariana na área de linguagem e pesquisa. Graduada em Letras (UFOP). Mestre em Letras
(UFSJ). Especialista em Língua Portuguesa (PUCMG). Especialista em Moderna Educação
(PUCRS). MBA em Liderança, Gestão de Equipes e Produtividade (PUCRS).
26
aos questionamentos apresentados. Durante a entrevista, foram feitas
algumas críticas construtivas para melhorias no curso, elencados alguns
pontos fortes, bem como sobre a perspectiva que cada um tinha sobre
a sua formação e a futura atuação como profissional.
INTRODUÇÃO:
na FUPAC-Mariana.
27
ordem e posterior inscrição na OAB, além de informações sobre sua
inserção no mercado.
ou serviços.
28
Dentre tais entrevistados, encontram-se advogados, bacharéis e
áudio das entrevistas em textual, para uso neste artigo com o relato dos
achados da pesquisa.
29
participantes e o pesquisador, que objetiva colher dados a partir da
formação.
30
Já no item 4.3, foi trabalhado um pouco sobre a preparação dos
trabalho.
Sabe-se que não é fácil concluir uma graduação, portanto, vários foram
FUPAC-Mariana.
31
qual resultou que a soma de alunos matriculados em curso de direito
matriculados.
Quem nunca ouviu falar que: “todo advogado é rico”. E sequer uma
32
outras áreas que admitem o diploma, tem-se como exemplo o
quando não prepara esses para o mercado, sequer lhes dão um norte
buscar algo novo tem uma trajetória árdua e precisa seguir a trajetória
Rio Grande do Sul (PUCRS), Elton Somensi de Oliveira, fala que saber
33
acompanhar as transformações se tornou um diferencial, bem como a
pelo preço.
discriminam advogados que fazem uso de aplicativos como TIK TOK por
34
desde que passem em um vestibular nas universidades da União ou dos
35
Antes o exposto acima, segundo a matéria publicada no portal
presencial ou a distância.
36
Opiniões são divididas quando se trata de interferências feitas
pela OAB, pois há pessoas que entendem que se está limitando o direito
a nenhum trabalho desde que não seja ilícito, bem como a educação é
mudado, não é mais todos os salários que são atrativos o mercado está
cada vez mais disputado e o curso tem cada vez mais exigido do aluno
37
ante a atualização doutrinaria, legislativa, e jurisprudencial, até mesmo
a transformação da sociedade.
38
meio de Paul Lazarselfd e Robert Merton – considerado o pai do Grupo
modo, o grupo focal pode atingir um nível reflexivo que outras técnicas
39
A essência do grupo focal, então consiste justamente na
participantes que não são familiares uns aos outros. Estes participantes
40
humana de formar opiniões e atitudes na interação com outros
indivíduos.
um espaço de formação.
41
O planejar e montar o grupo focal é provavelmente a parte mais
42
Definidas as características das pessoas ou grupo social a ser
mesmo tempo com atuação discreta e firme, para que o grupo aborde
2003, p.66).
43
diferença de status entre os participantes, o fundamento é uma
discussão racional”.
44
O questionamento feito, era se a instituição de fato oferece o
grupo etc.).
45
outros assuntos que não foram de fato colacionados nesta análise por
sempre gostei do criminal, mas minha prova da OAB foi para civil e
passei”. - Entrevistado “D” – “D- Sem dúvida direito civil. Eu peguei
também um período bem forte no direito penal e no direito do trabalho,
eu acho que as três primeiras turmas foram privilegiadas nisso.” –
46
“Uma pergunta aqui se me permite, por que a
base em civil ser mais forte? Por influências de
professores como, Fabiano/Carminate por
exemplo!?. O Alan Matos Rocha referência em
direito do consumidor” – trecho retirado de uma
resposta dado pelo entrevistado “C”,
“Na minha época 2012 tinhas muitos
professores que eram referencias em outras
áreas, como trabalhista, criminal, previdenciário.
[...] a gente tinha um professor de direito do
trabalho que era um fenômeno, o Fernando
Guilhon, [...] você pega por exemplo a Felipico
Amarelo, referência também tanto na área
consumerista quanto na área de direito
constitucional, você pega também Flavio Desto,
que aí formou o período de penal pra mim.” –
trecho da entrevista dada pelo entrevistado “H”.
os clientes.
47
época era uma extensão da faculdade né!? Tinha
uma casa locada onde funcionava o grupo de
prática, e a gente teve a oportunidade de
realizar diversos atendimentos e isso contribuiu
bastante” – trecho retirado da entrevista dada
pelo entrevistado “H”.
caso o mesmo tenha afinco com aquela área do Direito, tendo assim a
com esses alunos, por ter ocorrido uma grande rotatividade entre os
eram as relacionados ao Direito Civil, pois foi a única que não houve
Núcleo de Prática Jurídica, pois estes alunos gostariam de ter tido mais
Civil.
Civil tiveram que buscar por cursos além da instituição. Pois como dito
50
pois é a única matéria que tem a área pratica na instituição, fazendo
51
“criminosos”) não seria isso?” – trecho da
resposta dada por “G”.
ampliar sua área das práticas, assim no plural, sem privilegiar apenas
primórdios.
52
Ao indagar qual área do curso de Direito da FUPAC-Mariana lhes
cita alguns fatores que lhe traria maior sensação de preparo se tivessem
prático com o PJE (Processo Judicial Eletrônico). É o que pode ser lido
53
professores no Direito penal, cai um pouco
porque não tem aquela estabilidade né, na
nossa época não teve essa estabilidade do
penal. (A, Mulher, Advogada)
54
aquilo que eu senti deficiência na faculdade. (F,
Mulher, Advogada)
Neste contexto, reforçando o que foi dito e transcrito acima, ao
interessante”.
Ainda sobre o tema outro entrevistado (H, homem advogado)
respondeu: "Se for para analisar sempre tem algo que se pode extrair
bem de um curso, mas teve uma boa base”. Os demais participantes (A,
55
mulher, advogada) (Mulher, advogada) (D, Homem, Bacharel em Direito)
interessante”.
Outro respondente pontuou que todo curso tem algo a
serviu como base para a realização da OAB “se for para analisar sempre
tem algo que se pode extrair bem de um curso, mas teve uma boa base”.
(H, homem, advogado)
56
A realização desse trabalho suscitou ainda a intenção de
dizendo:
58
atuações são aqueles que estudaram aqui
entendeu, os que se vê mais na ativa são aqueles
que saíram daqui. e eles me atendem e ajudam,
a maior dos bons profissionais que atuam na
área aqui em mariana são daqui da faculdade.
Eu não vejo hoje uma dificuldade, acho que é
mais do perfil do advogado.
outra indagação, pois, para ele, conforme você atua no mercado vai
não viu problemas em ser egresso da instituição, e que seu trabalho vem
sendo destaque, por ser ex-funcionário público este diz que uma das
melhores coisas que lhe ocorreu foi “advogar", e que não se arrepende
na cidade:
ganhando cada vez mais força, pela maioria dos profissionais da área
61
4.5 Percepção dos entrevistados em relação a motivação enquanto
estudantes de graduação
SARDINHA,2019 p.2).
nesta resposta: (A, mulher, advogada) (B, Mulher, advogada) (C, homem,
transcrita abaixo:
próprios paradigmas:
63
O Relato de B (mulher, advogada) aponta que o desfio foi um
incentivou:
demais:
64
O professor contribui para que o aluno alcance a formação
durante a graduação:
trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
alunos.
66
Pode-se observar que durante a entrevista, os envolvidos
ficando as demais nas sombras destas, tal como a maior efetividade bem
decorrer dos anos, esta base foi se perdendo, uma vez que por diversas
67
mas que, ainda assim, muitos egressos seguiram carreira profissionais
nestas áreas.
8
A de 2021 ainda não foi realizada em virtude da pandemia.
68
estabelecidos e formados na casa, fator que reduz a “resistência”
encontrada a princípio.
faculdade dava uma base, mas ainda não era o suficiente para prestar o
exame, entendendo que a instituição falhava neste sentido, por não ter
REFERÊNCIAS
69
CORTEZ, Frederico. 1.755 faculdades: OAB quer barrar criação de novos
cursos de direito no Brasil: Em março deste ano, a entidade sofreu
derrota em pedido liminar junto à Justiça Federal do DF. FOCUS.jor, [S.
l.], p. 01 8 maio 2021. Disponível em: https://www.focus.jor.br/oab-quer-
barrar-criacao-de-novos-cursos-de-direito-no-brasil/. Acesso em: 22
abr. 2022.
Ressel LB, Gualda DMR, Gonzáles RMB. Grupo focal como estratégia
para coletar dados de pesquisa em enfermagem. Int J Qual Methods
[periodico da internet]. 2002 May [acesso em 2022 maio 09]Disponível
em: http://www.ualberta.ca/~iiqm/backissues/1_2Final/pdf/ressel.pdf
70
SANTOS, Rafa. Pela primeira vez na história, número de advogadas
supera o de advogados. Consultor Jurídico, [S. l.], p. 01, 27 abr. 2021.
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2021-abr-27/numero-
advogadas-supera-advogados-vez-brasil. Acesso em: 22 abr. 2022.
71
ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 NA
FUPAC-MARIANA: PERCEPÇÕES DE UM GRUPO FOCAL
RESUMO
72
relação à temática. Evidenciou-se ainda, percepções acerca do ensino
presencial e sugeriram o que entendiam que poderiam ampliar ou
implementar novos procedimentos para torná-los mais eficientes e
eficazes.
INTRODUÇÃO:
presencial mudar para o Ensino Remoto em nosso país, e por que não
73
digital e informatizada talvez nunca tenha sido tão utilizada como em
acerca dos desafios que enfrentaram, uma vez que além de alunos (as),
são profissionais de outras áreas, são pais, irmãos e parte de uma família,
que ao ter o seu ente por perto em pleno estudo e aulas, também
focal, o que permitiu ter-se uma ideia de como o Ensino Remoto afetou,
se a formação acadêmica dos alunos pode ter sido afetada, sob o ponto
O Brasil foi colônia de Portugal até 1822 e até então não foi
vingou.
cursos ligados à área jurídica, no país, no entanto também não foi bem-
75
Os cursos jurídicos, como eram denominados, foram
São Paulo e Recife, foram sendo criados os núcleos que hoje são os
formandos em Direito.
76
formados, totalizando 425 alunos a se formarem na instituição até o
presente momento.
de Mariana.
77
Mariana, que se viu obrigada a adotar medidas para que os sistemas
(BRASIL, 2020).
alunos, bem como evitar a grande evasão dos estudantes, processo este
78
serviços fornecidos pelas instituições. Igualmente, casos não se
qualidade.
79
percepções alcançam aqueles que consomem determinado serviço ou
produto.
eficiência destas.
aprendizagem.
80
Nesta direção Cappelletti e Garth (1998), dissertam que a
formação.
de alunos dentro de uma sala de aula. Para que a educação no país não
81
fosse paralisada e os milhares de alunos não fossem prejudicados, o
82
tornou-se relativamente mais fácil a adequação da instituição no ensino
remoto.
pudessem acompanhar.
pandemia.
83
O Conselho Nacional de Educação (CNE), emitiu a Resolução
84
II - adotar a substituição de atividades
presenciais relacionadas à avaliação, processo
seletivo, TCC e aulas de laboratório, por
atividades não presenciais, considerando o
modelo de mediação de tecnologias digitais de
informação e comunicação adequado à
infraestrutura e interação necessárias;
III - regulamentar as atividades complementares,
de extensão e o TCC;
IV - organizar o funcionamento de seus
laboratórios e atividades preponderantemente
práticas em conformidade com a realidade local;
V - adotar atividades não presenciais de práticas
e estágios, especialmente aos cursos de
licenciatura e formação de professores,
extensíveis aos cursos de ciências sociais;
VI - definir a realização das avaliações de forma
remota;
VII - realização de atividades on-line síncronas
de acordo com a disponibilidade tecnológica;
VIII - oferta de atividades on-line assíncronas de
acordo com a disponibilidade tecnológica;
IX - realização de testes on-line ou por meio de
material impresso entregues ao final do período
de suspensão das aulas; e
X - utilização de mídias sociais de longo alcance
(WhatsApp, Facebook, Instagram etc.) para
estimular e orientar os estudos e projetos.
(CNE/CP Nº 5/2020)
85
alicerçado no artigo 6º do CPC/2015, ou seja, o Princípio da Cooperação,
neste sentido para Alexandre Freitas Câmara (2017, p. 28), este princípio
3. METODOLOGIA
86
Essa pesquisa é também considerada participativa, dado que nos
controle.
para os participantes.
87
tipos de tarefas: os processos do próprio grupo, os conteúdos
emergentes e os latentes.
dados;
e perspectivas futuras.
88
contamos com a presença de 1 (um) graduando (a) do terceiro período,
participantes seriam denominados como as letras (A), (B), (C), (D), (E),
(F) e (G).
89
durante a Pandemia, bem como as dificuldades e vantagens
identificadas.
estudo proposto.
90
Instituição estudada, bem como evidencia comportamentos que podem
forma de estudos para outra. Como foi o caso vivenciado por eles, ou
si.
91
As perguntas foram apresentadas aos integrantes de forma
ambiente que outrora não era de dedicação às aulas, do desafio que foi
92
Para alguns, até mesmo a instituição teve desafios muito grandes
de informação inicialmente.
do ideal de estudos.
93
Neste sentido, para um dos entrevistados, estar em casa
sua adaptação, bem como criar um espaço dentro da própria casa que
enfrentar.
94
Mesmo que fossem estabelecidos horários para as aulas
em casa disponível, isso queria dizer que ele poderia ser acionado pelos
mais eficaz.
dos estudantes.
97
técnicas, rotina e envolver tudo isso em um ambiente informal, que é o
simultânea, haja vista que ficou evidente que todos buscaram formas de
cenário diferente.
uma vez que, em sua maioria, trata-se de pessoas com uma jornada
estudo de fato mais fácil, afinal a atenção deve estar voltada unicamente
estudo.
99
tenho marido em casa e ele entende minha
rotina de estudo.
Para as mulheres que somam rotinas de estudo em casa, tendo
101
“Eu acho que, como nosso curso é muito
dinâmico, eu acho que essa longa distância, eu
acho que dificulta muito, nosso curso é muito
dinâmico, ele é, ele é muito rápido. O Joaquim
Barbosa, quando ele estava ainda no Supremo,
ele negou um pedido desse, pediram que as
faculdades pudessem ter o curso de Direito a
distância, no qual foi negado com a justificativa.
“Nosso curso é muito dinâmico, muito
dinâmico”.
Ensino Remoto.
tipo de pesquisa.
102
Neste sentido, o respondente E, também trouxe suas
considerações, pois para ele:
103
Já para o respondente A, a interatividade foi um fator
teoria de forma mais efetiva com a prática, é o que ficou bem presente
por maior interação das disciplinas com Núcleo de Prática Jurídica, como
prática.
maior destaque e espaço para as áreas de humanas que dão uma base
107
então a gente tem que tá preparado para esta
barreira que nos espera no final do curso”.
108
3.2.4 As vantagens do ensino remoto segundo o grupo focal
estudar não é uma opção. Então migramos para o mundo virtual, todo
com a autonomia que a aula remota oferece, o aluno tem também mais
aprendizado.
cada vez mais essencial para o curso de Direito e foi então segundo os
110
Durante interatividade, característica da pesquisa em foco, entre
dogmáticas (...)”.
A questão se nos apresenta bem como à análise do grupo focal
condição para adequar o que está fora dos padrões para que se tenha
111
O entrevistado A sugere sair do ambiente acadêmico para que o
curso tenha melhora: “Outra coisa que eu acho que é útil para melhorar
menciona A:
condiz com o interesse da análise focal, pois essa sugestão soa como
solicitações.
113
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
114
A entrevista realizada permitiu a percepção dos desafios
facilitado. Já para uma minoria, adaptar-se não foi tão impactante, haja
vista que a rotina era quase que de dedicação exclusiva aos estudos.
no Ensino Remoto.
que podem afetar ainda mais pessoas que precisam executar jornadas
115
dedicação aos estudos, são diferentes entre mulheres mães de família,
necessário.
REFERÊNCIAS
116
BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 04 de junho de 1998.
Disponível em:
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/30/1998/19.htm . Acesso
em: 13 de out. de 2021.
MORAES, A. de. Direito constitucional. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
118
A SIMPLIFICAÇÃO DA LINGUAGEM JURÍDICA COMO FATOR
ESSENCIAL DE PROMOÇÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL AO
ACESSO À JUSTIÇA, PREVISTO NO ART. 5º, INCISO XXXV, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
RESUMO
1
Graduado em Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana.
2
Mestre em Direito; Pós-graduada em Direito; Professora do Curso de Direito da
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana; Advogada e Consultora Jurídica e
Tutora da Universidade Federal de Ouro Preto.
3
Temática inspirada pelas aulas da professora Magna Campos. Professora do curso de
Direito da FUPAC-Mariana na área de linguagem e pesquisa. Graduada em Letras
(UFOP). Mestre em Letras (UFSJ). Especialista em Língua Portuguesa (PUCMG).
Especialista em Moderna Educação (PUCRS). MBA em Liderança, Gestão de Equipes e
Produtividade (PUCRS).
119
Palavras-chave: Direito fundamental ao acesso à justiça. Simplificação
da linguagem jurídica. Juridiquês. Linguagem jurídica. Linguagem.
INTRODUÇÃO
pessoas.
justiça?
121
A metodologia utilizada no trabalho em epígrafe é a modalidade
122
realmente efetivas para a simplificação da linguagem jurídica atuar
123
A linguagem é um dos meios que os indivíduos fazem uso para
concepção, Maria José Constantino Petri (2017, p. 13) explica que, “[...]
percepções e experiências.
124
procedido pela utilização da linguagem verbal e não verbal, ao mesmo
perspectiva.
125
linguagem jurídica pode ser vista em legislações, decisões judiciais,
127
são apenas alguns exemplos de fatores que prejudicam os objetivos da
próximo tópico.
2.2 Juridiquês
128
O juridiquês representa uma faceta conservadora e antiquada do
129
sociedade em geral; representa uma barreira a efetividade do
130
que refletem até os dias mais atuais. Esse mal a ser combatido, possui
envolve.
131
população encontrava-se excluída e
marginalizada [...] (WOLKMER, 2002, p. 81).
Wolkmer:
132
de Direito. Fatos que contribuem para a manutenção da “elitização” dos
133
principalmente os direitos das pessoas menos favorecidas dentro do
seio da coletividade.
134
um todo. O juridiquês além de prejudicar os objetivos da linguagem
até dias para decifrar o que a linguagem jurídica complexa quer passar.
135
todos os indivíduos, principalmente os cidadãos em geral, os principais
circundam.
137
Em suma, uma linguagem jurídica simples, quando adequada e
à justiça.
138
O direito ao acesso à justiça é um direito fundamental, básico e
139
com a finalidade de promover e resguardar os seus direitos. Entretanto,
justiça.
época dos Estados Liberalistas dos séculos XVIII e XIX, o então sistema
sociedade.
140
GARTH, 1988). Essa ruptura de paradigma só ocorreu quando os
que essa chave seja defendida para que haja o equilíbrio e o bem-estar
143
de uma sociedade. Quaisquer iniciativas que
tenham por meta o combate à exclusão estarão
fadadas ao fracasso se não levarem em conta
garantias e direitos individuais e coletivos. Pois,
não há possibilidade real de inclusão se, de fato,
não houver condições efetivas de acesso à
justiça [...] (SADEK, 2009, p. 170).
acesso à ordem jurídica justa, bem como, por via de consequência, com
144
possível a celebração da devida promoção e efetivação dos direitos.
nada a existência do direito se ele não buscar pautar sua atuação nas
146
cidadão à prestação jurisdicional. Nesse sentido, não se justifica a
justiça.
148
Demonstrar a importância da simplificação da linguagem
como um todo.
149
potencialmente muito bem evitados com atitudes simples, mas efetivas
traduzir a linguagem jurídica para que ela possa ser decodificada para
eles de uma forma mais acessível demonstra uma grande afronta não
150
Nessa linha de pensamento, o que é necessário é simplificar a
152
exigência com alto patamar de urgência. Ademais, não há possibilidade
153
acerca do desenvolvimento de seu papel social. Assim, é preciso que os
únicos.
154
medida em que busca romper as barreiras estabelecidas pelo juridiquês.
tópico.
da linguagem jurídica.
156
setembro de 1995, 1995). Com esse dispositivo, há a clara relação com
Ainda, a Lei em comento diz no artigo 8º, parágrafo 3º, inciso I acerca
157
sítios oficiais eletrônicos, linguagem que facilite a compreensão dos
Administrativos, 2021).
158
Formas de incentivo e de conscientização dos profissionais da
2010).
contornar tal problema, são necessárias ideias que toquem de forma real
159
de serem devidamente aplicadas e que realmente funcionem no plano
justiça.
acesso à justiça.
160
rebuscamento; o extremo formalismo; a falta de ponderação na
troca esses elementos por outras palavras, ele acaba não conseguindo
Conforme Paiva:
161
advogado cita o termo hediondo, refere-se à
enumeração taxativa de lei específica e remete a
todos os efeitos que ela determina. Um leitor
comum não compreende o termo em sua
amplitude jurídica. A essas expressões de
sentido técnico crítica alguma merece ser feita.
Respeita-se o aspecto técnico, mas condena-se
prolixidade e rebuscamento. Transcrevo
exemplos que devem ser evitados (PAIVA, 2015,
p. 20-21).
comum (SÃO PAULO (SP), 2019). Linguagem técnica da área jurídica não
162
bem como possuem significação própria no que tange ao
e harmônica.
(SÃO PAULO (SP), 2019). Essas palavras têm o potencial de serem mais
165
(PAIVA, 2015, p. 30). Assim, é perfeitamente possível com a utilização de
devem ser evitados (SÃO PAULO (SP), 2019). Eles devem ser utilizados
diz, eles não estão incluídos no mundo da língua portuguesa e, por esse
166
cotidiano das atividades jurídicas e em geral, como exemplo de
167
As abreviaturas têm por finalidade imprimir
agilidade à comunicação, mesmo a verbal,
reduzindo as letras/sons que são necessários
para expressar determinado fato, entidade, ato
ou objeto. O excesso de abreviações pode
dificultar a compreensão, prejudicando assim a
clareza e fluidez do texto. Algumas, de fato, são
desnecessárias e mais atrapalham do que
ajudam o exercício do ato comunicativo
(TRUBILHANO; HENRIQUES, 2019, p. 229).
2020). Por exemplo, muitas vezes é necessário usar muitas palavras para
mensagem será mais direta (SÃO PAULO (SP), 2019). Nesse sentido, há
169
possa ser compreendida da forma mais eficaz o possível pelos
receptores.
170
que roupas, calçados, adornos excessivamente formais, luxuosos ou
linguagem jurídica não verbal de forma mais eficaz e precisa, pois vão
171
concatenados, a fim de que o leitor possa
acompanhar, com maior facilidade, as etapas do
raciocínio expostas no texto [...] (TRUBILHANO;
HENRIQUES, 2019, p. 24).
mensagem em perspectiva.
172
Para que o texto não fique pobre, cansativo e monótono é
expressões e vocabulários.
deve estimulada dentro e fora dos seus espaços, para que se forme uma
assemelhadas.
173
desenvolvam suas atividades na observância do pensamento da cultura
da simplificação jurídica.
174
preocupação sincera, real e efetiva dos anseios sociais, em ouras
forma de empatia e buscar atenuar, pelo pouco que seja, com pequenas,
transformadoras do Direito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
175
fazem uso para realizarem atos comunicativos e, na área jurídica,
jurídica.
área jurídica deve servir como meio para a facilitação da promoção dos
todo.
176
de forma inadequada, fere de morte não apenas os objetivos cruciais da
177
da linguagem jurídica em sua forma mais prejudicial e funciona como
todo.
178
da cultura da distância entre o Direito e da sociedade em geral, pois não
jurídico.
coletividade para que se possa falar em real acesso à justiça. Assim, não
179
desrespeito ao direito de viver uma vida feliz, bem como o cerceamento
e no olhar humano.
morte quando o cidadão não tem confiança no sistema jurídico por não
se ver plenamente acolhido por ele por falta de uma linguagem jurídica
180
necessidades e as da sociedade em geral, mas amparado em buscar a
181
uma linguagem jurídica mais simples e um sistema jurídico mais
cultura do dia a dia atual. Explicou-se que não adianta apenas existirem
182
Explicou-se que não é útil apenas expor atitudes e medidas para
empatia e de buscar mitigar, por mais pouco que seja, com pequenas,
Direito entende que existe uma imensidão de pessoas, cada qual com
183
primordiais do Direito como um todo: a organização e a transformação
da realidade social.
REFERÊNCIAS
186
cidadania/termos-rebuscados-atrapalham-a-compreensao-de-
sentencas-judiciais-e-textos-do-direito >. Acesso em 09 nov. 2021.
187
SOUZA, Ailton Alfredo de. Linguagem jurídica e poder. Recife: Nossa
Livraria, 2005. p. 65.
188
OS LIMITES JURÍDICOS DA AUTORIDADE PARENTAL EM FACE DA
OBRIGAÇÃO DE IMUNIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
CONTRA A COVID-19
Eliane Maria Alves dos Santos1
Ana Flávia Delgado Oliveira2
RESUMO:
1
Bacharel em Direito pela Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana.
2
Mestranda em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto. Professora da
Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana. Graduada em Direito pela FUPAC-
Mariana, Advogada, Especialista em Direito e Processo Civil.
3
Informação extraída no site Coronavírus Brasil. Disponível em:
https://covid.saude.gov.br/ Acesso em: 27/05/2022.
189
Palavras-chave: Autoridade Parental. Limites Jurídicos. Imunização.
Pandemia Covid-19.
INTRODUÇÃO:
várias outras, fato é que são alterações que perduraram para sempre.
4
Temos ainda algum tempo, não há como prever exatamente quanto, de termos que
apostar em um novo modelo de vida. E descobrimos algumas vantagens desse novo
modelo. Temos alternativa de home office, atualmente, e estamos vendo que funciona
– descobrimos que é possível e econômico. Percebemos que não precisamos percorrer
grandes distâncias ou enfrentar chuvas torrenciais para fazermos reuniões. Continuamos
em casa e fazemos nossa própria comida. O trânsito é menor e temos menos poluição.
Essa discussão sobre o novo normalmente está mostrando que é possível uma nova
forma de viver, com as vantagens de descobrirmos o valor da nossa própria casa,
aprendermos a ser mais humildes e que não temos o controle de tudo.
Trecho extraído da análise do conceito de novo normal escrito por Maria Aparecida
Rhein Schirato. Disponível em: https://www.insper.edu.br/noticias/novo-normal-
conceito/ Acesso em: 27 de maio 2022.
190
Em vista disso, um assunto tão atual e que trouxe significativas
mudanças, não tem como passar sem que seja abordado diversas
filhos menores.
os filhos menores?
191
um número maior pessoas que por motivos diversos se recusam a
acerca do tema.
estudo, logo de acordo com Giddens (1993) apud Lobo (2021, p.142):
192
Em relação a divisão do referido trabalho, o tópico 2 destina-se
193
assim como análise de algumas pesquisas jurisprudenciais, e consulta
5
Expressão utilizada pelo Código Civil de 1916, para ilustrar que o exercício do poder
familiar, compete ao marido, e será exercido por ele, com a colaboração da mulher.
Art. 380. Durante o casamento compete o pátrio poder aos pais, exercendo-o o marido
com a colaboração da mulher. Na falta ou impedimento de um dos progenitores,
passará o outro a exercê-lo com exclusividade.
194
Como se assim não bastasse, o conhecido como chefe de
195
Por fim, se faz necessário contextualizar o surgimento do
2021, p. 141).
entender mais como um dever que é atribuído aos pais em relação aos
da pessoa humana.
196
Fazendo-se necessário explicar que os conceitos “poder e
autoridade parental.
pais sobre os filhos, mas o dever dos pais em relação aos filhos que é
199
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de
permite fazer uma ponte com o já citado por Dias (2015) de fato o
familiar.
que é inerente à relação, uma vez que por meio do art. 227 CF/88, está
2015).
dessa autoridade.
porém, deve-se ter ciência que existem limites no exercício desse poder,
3. PANDEMIA DA COVID – 19
202
Notório é o conhecimento que a mais de dois anos o mundo se
perdura até o momento atual, e não se sabe até quando teremos que
formas do ser humano ver a vida, enfim é objeto do qual não se pode
deixar de falar, uma vez que afetou não só um estado, um país, mas todo
o mundo.
203
Diante disso é cabível traçar uma linha do tempo referente ao
seres humanos. 6
de um novo tipo de coronavírus e que estava por toda parte, porém, por
6
Notícia sobre o histórico da Pandemia da Covid-19, vinculada no site da (OPAS).
Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19/historico-da-pandemia-covid-19
Acesso em: 05 de maio 2022.
204
de SARS-CoV-2, nome dado em (11 de fevereiro de 2020) sendo este o
mundo8
7
O novo coronavírus é chamado cientificamente de SARS-CoV-2. Essa palavra difícil
contém informações importantes, como: SARS é uma abreviação de uma síndrome
chamada de Severe Acute Respiratory Syndrome, que é traduzida como Síndrome
Respiratória Aguda Grave. Essa é a forma grave de muitas doenças respiratórias e o
principal sintoma é a dificuldade de respirar; CoV é uma abreviação de coronavírus, a
família de vírus que ele pertence; por fim, o número 2, porque ele é muito parecido com
uma outra espécie de coronavírus que quase virou uma pandemia em 2002, o SARS-
CoV. Informação extraída do site da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Disponível em: https://coronavirus.saude.mg.gov.br/blog/27-como-surgiu-o-
coronavirus Acesso em: 30 de maio 2022.
8
Notícia sobre o histórico da Pandemia da Covid-19, vinculada no site da (OPAS).
Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19/historico-da-pandemia-covid-19.
Acesso em: 05 de maio de 2022.
205
Paulo (SP), sendo o portador um homem de 61 anos de idade, com
9
Notícia vinculada no site Una-Sus. Brasil confirma primeiro caso da doença coronavírus.
Disponível em:https://www.unasus.gov.br/noticia/coronavirus-brasil-confirma-
primeiro-caso-da-
doenca#:~:text=O%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde%20confirmou,para%
20It%C3%A1lia%2C%20regi%C3%A3o%20da%20Lombardia Acesso em: 05 de maio
2022.
10
Informação extraída no site Coronavírus Brasil. Disponível em:
https://covid.saude.gov.br/ Acesso em: 27/05/2022.
206
da covid-19, o que se mostrou mais que necessário diante do cenário
vivenciado. 11
11
O acesso equitativo a vacinas seguras e eficazes é fundamental para acabar com a
pandemia COVID-19, por isso é extremamente encorajador ver tantas vacinas provando
e entrando em desenvolvimento. A OMS está trabalhando incansavelmente com
parceiros para desenvolver, fabricar e implantar vacinas seguras e eficazes. Trecho
extraído da redação Covid-19 vacinas da OMS. Disponível em:
https://www.who.int/pt/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019/covid-19-
vaccines Acesso em: 05 de maio 2022.
12
Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 ,1° edição.
Disponível em:
file:///C:/Users/User/Downloads/1%C2%AA%20edi%C3%A7%C3%A3o%20-
%20PNO%20-%2016.12.2020.pdf. Acesso em: 05 de maio 2022.
207
proceder-se-á a imunização do grupo etário de 12 a 17 anos sem
13
Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, 10° edição.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/secovid/pno_edicoes/10a-
edicao-pno-14-08-2021.pdf/view Acesso em: 05 de maio 2022.
14
Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, 12° edição.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-
tecnicas/guias-e-planos/plano-nacional-de-operacionalizacao-da-vacinacao-contra-
covid-19.pdf Acesso em: 05 de maio 2022.
15
Recomendamos seguir as normas orientadas pela ANVISA, no que pese as diferenças
existentes em cada município, resguardando sempre a segurança da campanha,
conforme as notas técnicas emanadas pela SECOVID referentes aos imunizantes Pfizer
e Coronavac a esta faixa etária.
12° edição do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-
tecnicas/guias-e-planos/plano-nacional-de-operacionalizacao-da-vacinacao-contra-
covid-19.pdf Acesso em: 05 de maio 2022.
208
Em primeiro lugar, é oportuno apresentar que o movimento
uma lei que reiterasse a obrigação da vacinação, logo essa já havia sido
tomada, quando se formou brigadas sanitárias para entrar nas casas das
209
submetida a trabalhos forçados. (PORTO, 2003).
16
exposto, mas que vem perpassando aos longos dos anos e tomando
VIGNOLI et al:
16
Notícia vinculada a revista Ciência e Cultura. Uma revolta popular contra a vacinação.
Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252003000100032&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 02 de junho 2022.
17
Artigo desenvolvido por Regina Célia de Menezes Succi. Recusa Vacinal - o que é
preciso saber. Vinculado ao site Scielo Brasil. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jped/a/YhH9ndMZmZLN6y3wkwqVxKS/?lang=pt# Acesso em:
02 de junho 2022.
210
Houve, também, destaque para a proliferação de
fake news a respeito da COVID-19 nas redes
sociais, que tentam limitar as informações
verídicas acerca da doença. Há, nas redes sociais,
verdadeiras redes e teorias de conspiração a
respeito das vacinas, inclusive acerca da COVID-
19. Segundo pesquisa de Edwards et al. (2021),
na mesma dimensão, indivíduos hesitantes à
vacinação acreditam que muito barulho (ou
alarde) foi feito em relação a COVID-19. Não há,
portanto, necessidade de tamanha preocupação
com a pandemia da COVID-19, apesar dos
milhares de mortos e infectados em todo o
planeta. (VIGNOLI et al. 2022 p. 465).
Nesse cenário, observa-se grandes inquietações com estes
211
aproximadamente de dois a três milhões de óbitos em virtude da
imunização. 18
18
Notícia extraída do site da OMS. Dez ameaças a saúde global em 2019. Disponível em:
https://www.who.int/vietnam/news/feature-stories/detail/ten-threats-to-global-health-
in-2019. Acesso em: 02 de junho de 2022.
212
Em relação ao tema aqui abordado, sabe-se que em decorrência
filhos menores.
213
não os filhos, desses 14,9% de pais de adolescentes e 12,8% de pais de
11 anos de idade, logo considerando que cerca de 12,8 % dos pais nessa
pouco alarmante.
19
Pesquisa realizada pela Fundação FIOCRUZ, para levantar a aceitação dos pais em
vacinar os filhos contra a covid-19.Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-
19-fiocruz-divulga-resultados-do-estudo-vacinakids Acesso em: 12 de maio 2022.
214
covid-19 que pode levar a morte. 20 Diante dos fatos, é cabível evidenciar
constitucional expresso pela lei maior ora que em seu art. 196 dispõe o
19.
20
Notícia vinculada ao site do instituto Butantan. Covid já matou mais de 1400 crianças
de zero a 11 anos no Brasil, e deixou outros milhares com sequelas. Disponível em:
https://butantan.gov.br/noticias/covid-19-ja-matou-mais-de-1.400-criancas-de-zero-
a-11-anos-no-brasil-e-deixou-outras-milhares-com-
sequelas#:~:text=Covid%2D19%20j%C3%A1%20matou%20mais,milhares%20com%20s
equelas%20%2D%20Instituto%20Butantan Acesso em: 14 de maio 2022.
215
A obrigatoriedade da vacinação, não surgiu no contexto
meio do art. 29 que compete aos responsáveis legais fazer cumprir tais
19.
anos de idade. 21
21
Notícia publicada pelo ministério da saúde no site gov.br. Ministério da Saúde
recomenda vacinação de crianças contra covid-19. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021-1/dezembro/ministerio-da-
saude-recomenda-vacinacao-de-criancas-contra-a-covid-
19#:~:text=O%20Minist%C3%A9rio%20da%20Sa%C3%BAde%20recomendou,e%20co
m%20a%20prescri%C3%A7%C3%A3o%20m%C3%A9dica. Acesso em: 13 de maio 2022.
217
médico e o representante legal, conforme dispõe o art. 3° e 4° do
pessoa, e para que isso ocorra dentro das normas previstas no campo
218
da bioética e do biodireito, se faz necessário observar os princípios
22
“Bioética é, portanto, a disciplina que estuda os aspectos éticos das práticas dos
profissionais da saúde e da Biologia, avaliando suas implicações na sociedade e relações
entre os homens e entre esses e outros seres vivos” (SÁ; NAVES, 2021, p.06).
O Biodireito surge da necessidade de estabelecer limites jurídicos para a atuação
biomédica, e configura-se como um novo ramo do direito que tem por objeto a
normatização da biotecnologia por meio da fixação de normas que assegurem o
respeito à integridade, à identidade e à dignidade do ser humano diante da atuação
biomédica. (SCHETTINI 2010, p.24)
219
privada, sendo um deles o necessário discernimento ou seja, conforme
dispõe o art.104 do CC, agente capaz, que nesse sentido seria aquele
220
determinam a obrigatoriedade da vacina nos casos recomendados pelas
permeiam o assunto.
23
Convenção sobre os direitos da criança. Disponível em:
https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca . Acesso em: 13
de maio 2022.
221
relação da autoridade parental, uma vez que diante da tomada de
222
que se proteger o melhor interesse da criança,
preservando-lhe a vida, e a razão é simples.
223
vários tipos de doenças, como é o caso da covid-19 que teve um surto
(2022 p. 7) declara:
224
substituta”, podem eles também incorrer em
abuso de poder, similar em tudo ao tipo que nos
ocupa.
discriminação.” (BRASIL,1988).
quanto a pessoa dos filhos, porém sua posição poderá atingir um bem
jurídico tutelado alheio, visto que nesse caso a proteção contra a doença
225
imunizados há maior facilidade no controle da doença, logo porque
autoridade parental.
226
requerendo algum parente, ou o Ministério
Público, adotar à medida que lhe pareça
reclamada pela segurança do menor e seus
haveres, até suspendendo o poder familiar,
quando convenha. (BRASIL, 2002).
cuidado a eles inerentes, o que por vez configura uma violação imposta
tal procedimento.
227
pode-se observar no art. 1638 IV, o pai ou a mãe que reintegradas às
vezes incidirem nas faltas do artigo anterior, poderão perder por ato
vezes, faltar com o dever inerente aos cuidados com o menor, ou agindo
autoridade parental.
228
culposamente os deveres que são inerentes ao exercício da autoridade
parental.
seguinte redação. 24
24
Projeto Lei, oriundo do site da Câmara dos Deputados. EMENTA: Tipifica
criminalmente a conduta, de pais ou responsáveis, de omissão ou de contraposição à
vacinação de crianças ou adolescentes, incluindo artigo no Decreto-Lei nº 2.848, de 7
de dezembro de 1940, Código Penal. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2210372 . Acesso em 13 de maio
2022.
229
Omitir-se ou contrapor-se, sem justa causa,
violando dever inerente ao poder familiar, tutela
ou guarda, à vacinação de criança ou
adolescente, prevista no programa nacional de
imunização: Pena – detenção, de um mês a um
ano, ou multa. Parágrafo único. Na mesma pena
incorre quem divulga ou propaga, por qualquer
meio, notícias falsas sobre as vacinas do referido
programa ou sobre sua ineficiência.
(BRASIL,2019).
(1999) apud Venosa (2007), tais medidas implicam mais uma atitude em
assunto tem sido fato de muita discussão , logo porque quando foi
230
incluída a vacinação infantil no plano de imunização, este trouxe
adolescente.
essa que não quer dizer forçada, ou seja ninguém será submetido a força
25
Julgamento da ADPF 754 (Arguição de descumprimento de preceito fundamental).
Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6034102
Acesso em: 19 de maio de 2022.
231
constitucionais e éticos, contrapartida, o exercício facultativo da recusa
26
Julgamento da ADI 6586 (Ação direta de inconstitucionalidade. Disponível em:
https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6033038 Acesso em: 19 de
maio 2022.
232
17.12.2020 (Sessão realizada inteiramente por
videoconferência - Resolução 672/2020/STF). 27
que são pessoas esclarecidas e que querem cuidar o filho com medicina
27
Julgamento do tema 1103, extraído do site do Supremo Tribunal Federal Disponível
em:
https://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?in
cidente=5909870&numeroProcesso=1267879&classeProcesso=ARE&numeroTema=1
103 Acesso em: 19 de maio 2022.
233
moram afastados em um sítio não correndo o menor risco de
28
Consulta Processual extraída do site do TJRS.
Disponível em:
https://www.tjrs.jus.br/novo/busca/?return=proc&client=wp_index.Acesso em 19 de
maio 2022.
234
Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro, Data de
Julgamento: 23/08/2021, Sétima Câmara Cível,
Data de Publicação: 25/08/2021)
235
após conhecimento da ordem judicial a genitora se prontificou a
familiar.29
29
Consulta processual, site TJMG. Disponível em:
https://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_resultado2.jsp?tipoPesquisa2=1&txtProcesso
=10518180076920001&nomePessoa=&tipoPessoa=X&naturezaProcesso=0&situacao
Parte=X&codigoOAB2=&tipoOAB=N&ufOAB=MG&numero=20&select=1&listaProce
ssos=10518180076920001&tipoConsulta=1&natureza=0&ativoBaixado=X&comrCodi
go=0024 .Acesso em 19 de maio de 2022.
236
Pedro II, o objetivo do referido era fazer cessar a proibição da sua filha
juíza da 26° vara federal do Rio de Janeiro que indeferiu a inicial e julgou
30
Decisão do Habeas Corpus n° 5006181-88.2022.4.02.5101, extraída da revista jurídica
ConJur. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/antivax-colegio-pedro.pdf Acesso
em: 20 de maio 2022.
237
de exigir da aluna passaporte vacinal contra covid-19 para adentrar às
CONCLUSÃO
31
Decisão Mandado de Segurança n° 5001723-05.2022.4.02.0000. Disponível
em:https://www.migalhas.com.br/arquivos/2022/2/A56F85A9D4B98D_decisaoVacina.p
df Acesso em: 20 de maio 2022.
238
Em relação especifica a vacinação infantil contra a covid-19,
entendimento não é o aceito pelo STF, logo conclui-se que o que vigora
coletivo, logo porque o que está em risco é a vida, a saúde e o bem estar
239
daquele que esta incapacitado de assegurar por si só os direitos que são
REFERÊNCIAS:
240
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/d78231.htm.
Acesso em: 29 de abril de 2022.
DIAS, Maria Berenice. Poder familiar. In: DIAS, Maria Berenice. Manual
de direito das famílias. 10. ed. São Paulo: Revista Atualizada e
Ampliada, 2015. Cap. 25. p. 460-476.
DINIZ, Maria Helena. Poder familiar. In: DINIZ, Maria Helena. Curso de
Direito Civil Brasileiro: direito de família vol. 5. 30. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014. Cap. 4. p. 624-645.
241
https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/11872. Acesso em; 02 de
junho 2022.
PEREIRA, Caio Mário da Silva; PEREIRA, Tânia da Silva. Poder familiar. In:
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direito de
família vol.5. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. Cap. 94. p. 497-521.
242
SCHETTINI, Beatriz. O tratamento jurídico do embrião humano no
ordenamento brasileiro. 2010. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Direito, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2010. Disponível em:
http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Direito_SchettiniB_1.pdf
Acesse em: 20 de maio de 2022.
243
DA EXCLUSÃO SUCESSÓRIA POR INDIGNIDADE: E A CAPACIDADE
RELATIVA
Eliosmara Fagundes1
Raphael Furtado Carminate2
RESUMO
1
Graduando do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio
Carlos de Mariana.
2
Doutor e mestre em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais. Professor de Direito Civil da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana e
Itabirito-Fupac. Advogado. (Orientador)
244
INTRODUÇÃO
menor. Visto que para o Código Penal (BRASIL, Código Penal, 1940), o
crime.
245
Nesta senda, surge a necessidade primária quanto a elucidação
Adolescente.
lacuna no ordenamento pátrio, uma vez que, a mácula moral e ética para
da sociedade contemporânea.
246
Entretanto, há lacunas na ordem jurídica, das quais as analogias
poderão ser empregadas, para “selar” a paz social, ora, ameaçada diante
(2019).
247
possibilitem a análise de um universo menor composto por trabalhos
248
da revisão, bem como indicador atestando confiabilidade, amplitude e
2. DA SUCESSÃO
obrigações.
250
este pressuposto inarredável ao direito hereditário, tal qual preleciona
251
patrimônio será transmitido aos herdeiros
legítimos.
garantido pela Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5º, inciso XXX
cujus falece sem que tenha exercido seu direito de testar, manifestando
252
do regime de casamento. Quando não houver descendentes e
bens, onde, a outra metade poderá ser doada há quem quiser testar.
DF nº 20150020141805:
253
1.789 do Código Civil, havendo herdeiros
necessários, o testador só poderá dispor da
metade da herança. Assim, a parte disponível
corresponde a 50% do patrimônio deixado, o
que, no caso, em se tratando de bens de meeira,
equivale a 25%. O percentual remanescente
deve ser dividido igualitariamente entre os
sucessores.
2. Discussão subjetiva acerca das disposições de
última vontade da autora da herança deve ser
remetida às vias ordinárias, pois, no
procedimento de inventário, só é cabível a
análise de vício externo do testamento (CPC,
arts. 735 e 736), não sendo permitida a cognição
ampla (CPC, art. 612). 3. Recurso conhecido e
desprovido.
2.2. Da indignidade
255
I - Que houverem sido autores, coautores ou
partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar,
seu cônjuge, companheiro, ascendente ou
descendente;
II - Que houverem acusado caluniosamente em
juízo o autor da herança ou incorrerem em crime
contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou
companheiro; III - Que, por violência ou meios
fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da
herança de dispor livremente de seus bens por
ato de última vontade.
256
Por consequente, é notável a intenção do legislador ao criar o
culposa.
de seu patrimônio.
257
ou incorreram em crime contra a sua honra, ou de seu conjugue ou
companheiro”.
(2019.P.324):
346):
259
não ser conhecido pela Turma, o Tribunal a quo
entendeu que, embora o efeito da coisa julgada
em relação às três prestações jurisdicionais
citadas reste adstrito ao art. 468 do CPC, os
fundamentos contidos naquelas decisões,
trazidos como prova documental, comprovam
as ações e omissões da prática de maus tratos
ao falecido enquanto durou o casamento, daí a
previsibilidade do resultado morte. Ressaltou,
ainda, que, apesar de o instituto da indignidade,
não comportar interpretação extensiva, o
desamparo à pessoa alienada mentalmente ou
com grave enfermidade comprovados (arts.
1.744, V, e 1.745, IV, ambos do CC) redunda em
atentado à vida a evidenciar flagrante
indignidade, o que leva à exclusão da mulher da
sucessão testamentária. (Grifo nosso)
Penal, 1940).
ou, seja, a afetação é tão somente para o indigno. Não se estende aos
Federal/88:
elenca o artigo 1.816 do Código Civil (BRASIL, Código Civil 2002) “dá-se
fosse’’.
261
possam herdar por representação, conforme predispõe a jurisprudência
262
Em suas razões recursais, o agravante informa
que o seu irmão, o agravado Sebastião Lopes
Sobrinho, foi declarado indigno e excluído da
sucessão de seus genitores, em razão da prática
de crime de injúria real contra o inventariado
Francisco, que acabou por inclusive ceifar-lhe a
vida.
Enfatiza que a indignidade e a exclusão abarcam
o inventário da genitora Maria Lopes, pois, não
obstante a decisão declaratória, dispõe o art.
1.814, II, do Código Civil que são excluídos da
sucessão os herdeiros que incorreram em crime
contra a sua honra ou de seu cônjuge. Aduz que
também não seria possível admitir os
descendentes do herdeiro excluído na sucessão
de seu genitor, porquanto nascidos após o seu
óbito. Acrescenta que, se mantida a decisão, terá
que pagar alugueres para o excluído e seus
filhos, no valor atual de R$ 12.000,00.
Requer assim a atribuição do efeito suspensivo
ao recurso e a reforma da decisão impugnada.
(grifos meus). Por fim, é de fundamental
importância que se destaque, o indigno não terá
direito a usufruto e nem administração dos bens
dos inimputáveis, caso estes sejam concebidos
antes da morte do autor da herança, sendo
assim, mesmo que o indigno detenha o poder
familiar, seria inadmissível, de certa forma, o
usufruto indireto da herança, gozando e
administrando os bens da qual foi afastado.
Logo o magistrado nessas situações deverá
nomear um administrador até que os menores
adquiram a maioridade e possam gerir seus
bens
263
Ressalta-se que, o indigno não possui direito a usufruto, ou,
possuindo o poder familiar, o excluído não poderá gozar dos bens dos
264
incolumidade pública, ou, seja, a segurança pública, pois, sem a devida
risco.
1940) em seu artigo 91, inciso I, define que “os efeitos da condenação
265
necessidades, ou de quem dele dependa, mas a
sua existência digna ou, conforme o Código Civil
português (art. 489), alimentos necessários de
acordo com o estado e a condição do incapaz.
reparação do dano.
(BRASIL, Código Penal, 1940) nos termos do artigo 129, § 2º, inciso III,
esfera civil, não apenas houve a sua consumação, como o dano que
267
3.2 Inimputabilidade do menor que comete ato infracional
268
anos para que o agente não tenha discernimento quanto ao caráter
especial”.
269
Entretanto, há um aparente desacordo entre o tratamento
como inimputável, assim, não responde por crimes mas por atos
benefícios patrimoniais.
contemporânea.
poderão ser empregadas, para “selar” a paz social, ora, ameaçada diante
271
Após, o julgamento do recente recurso ocorrido em 15 (quinze)
ajuizada por seus dois irmãos, do qual, fora julgada procedente com
2002).
272
Superior Tribunal de Justiça acerca do Resp.1.938.984 - PR
(2021/0151974-3):
273
3- Não há que se falar em omissão relevante no
acórdão recorrido que está suficientemente
fundamentado e que enfrentou
adequadamente a questão devolvida no agravo
de instrumento interposto pela parte, firmando
a sua convicção no sentido de que é
juridicamente possível o pedido de exclusão da
sucessão do herdeiro que ceifou a vida dos
pais, mesmo na hipótese em que se trata de ato
cometido por adolescente.
4- O enquadramento da possibilidade jurídica
do pedido, na vigência do CPC/73, na categoria
das condições da ação, sempre foi objeto de
severas críticas da doutrina, que reconhecia o
fenômeno como uma questão de mérito, tendo
sido esse o entendimento adotado
pelo CPC/15, conforme se depreende de sua
exposição de motivos e dos dispositivos legais
que atualmente versam sobre os requisitos de
admissibilidade da ação. Precedentes.
Documento: 2137110 - Inteiro Teor do Acórdão
- Site certificado - DJe: 18/02/2022 Página 5 de
5
Superior Tribunal de Justiça
5- O fato de a possibilidade jurídica do pedido
ter sido realocada como questão de mérito,
conquanto provoque reflexos significativos na
forma como o processo será resolvido, com
mérito e aptidão para formar coisa julgada
material, não acarreta modificação substancial
em seu conceito e conteúdo, que continua
sendo a ausência de vedação, pelo
ordenamento jurídico, à pretensão deduzida
pelo autor, sob pena de, após o CPC/15,
conduzir à improcedência liminar do pedido.
274
6- Na hipótese, a questão relativa à
possibilidade de exclusão do herdeiro que
atenta contra a vida dos pais é objeto de
severas controvérsias doutrinárias, seja sob a
perspectiva da taxatividade, ou não, do rol do
art. 1.814 do CC/2002, seja sob o enfoque dos
métodos admissíveis e apropriados para a
interpretação das hipóteses listadas no rol,
razão pela qual as múltiplas possibilidades
hermenêuticas do referido dispositivo induzem
à inviabilidade do julgamento de
improcedência liminar do pedido. 7- Recurso
especial conhecido e não-provido. Superior
Tribunal de Justiça (Grifo nosso)
275
01) De início, sustenta-se que o acórdão
recorrido não teria se pronunciado ou
considerado questões relevantes, mesmo após
a oposição de aclaratórios, a saber: (i) que o
recorrente era menor ao tempo do fato; (ii
) que o ato infracional análogo ao homicídio é
distinto do crime de homicídio; (iii ) que há a
necessidade de proteção integral do
adolescente; (iv ) que a lei apenas prevê a
exclusão do herdeiro na hipótese do crime de
homicídio; (v) que as regras protetivas
do Estatuto da Criança e do Adolescente e se
aplicam a todos os adolescentes; e (vi ) que não
seria cabível o julgamento por equidade.
02) Diferentemente do que se alega, contudo,
o acórdão recorrido está suficientemente
fundamentado e enfrentou adequadamente a
Superior Tribunal de Justiça questão devolvida
no agravo de instrumento interposto pelo
recorrente, que consiste em definir se
é juridicamente possível o pedido de exclusão
da sucessão do herdeiro que ceifou a vida dos
pais, mesmo na hipótese em que se trata de ato
cometido por adolescente.
03) Quanto ao ponto, anote-se que o acórdão
recorrido firmou sua convicção no sentido de
que se trata de pedido juridicamente possível ,
na medida em que: (i) há independência entre
as esferas cível e penal; (ii ) a regra do
art. 1.814 4, I, do CC/2002 2, não se relaciona
com o crime de homicídio em sentido
técnico; (iii ) a regra, conquanto prevista em rol
taxativo, abrange também o ato infracional
análogo ao homicídio; (iv ) é despicienda a
276
prévia condenação penal para a exclusão do
herdeiro.
04) Como se percebe, sob o rótulo de supostas
omissões, pretendia o recorrente, em verdade,
a reforma do próprio acórdão recorrido em
embargos de declaração, a fim de que
prevalecesse a tese que foi expressamente
afastada pelo Tribunal local, razão pela qual
não há que se falar em violação ao art. 1.022, II,
do CPC/15.
DA POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO DE
DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE E DA
EXCLUSÃO DA SUCESSÃO DO HERDEIRO QUE
PRATICA ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO
HOMICÍDIO CONTRA OS PAIS. ALEGADA
VIOLAÇÃO AOS ARTS. 140, CAPUT
E PARÁGRAFO ÚNICO, E 485, IV, AMBOS
DO CPC/15, AO ART. 1.814, I, DO CC/2002 E
AOS ARTS. 1º, 2º, 3º, CAPUT E PARÁGRAFO
ÚNICO, 5º, 27, 103 E 104, TODOS DO ECA.
05) Conquanto sejam apontados inúmeros
dispositivos legais como
Superior Tribunal de Justiça violados, fato é que
a questão em debate é única e, como dito,
consiste em saber se é juridicamente possível o
pedido de exclusão do herdeiro em virtude da
prática de ato infracional análogo ao homicídio,
doloso e consumado, contra os pais.
06) A esse respeito, como é cediço, a inserção,
no CPC/73, da possibilidade jurídica do pedido
na categoria das condições da ação decorre da
adoção, por Alfredo Buzaid, da teoria eclética
da ação desenvolvida por Enrico Tullio
Liebman e que se fundava, essencialmente, em
apenas uma situação exemplificativa: o
277
ajuizamento da ação de divórcio, ao tempo
proibido na Itália.
07) Ocorre que, como detalhadamente noticia
a doutrina, Liebman , já na terceira edição de
seu clássico Manual de Direito Processual Civil
(publicado no ano em que foi aprovado
o CPC/73), abandonou a possibilidade jurídica
do pedido como uma terceira condição da
ação, o que se deve, justamente, ao fato de ter
sido aprovada a Lei nº 898 de 1970, que passou
a permitir o divórcio na Itália, fazendo com que,
na doutrina de Liebman , a possibilidade
jurídica do pedido passasse a ser classificada, a
partir daquele momento, conjuntamente com o
interesse de agir. (DIDIER JR., Fredie. Curso de
direito processual civil. Vol. 1. 11ª edição. Bahia:
JusPodivm, 2009. p. 201).
08) Desse modo, a possibilidade jurídica do
pedido como terceira condição da ação foi obra
exclusiva do legislador do CPC/73 (que
decorria, em especial, do art. 267, VI) e que
sofreu, desde a sua entrada em vigor,
contundentes críticas da doutrina que, àquela
época, já qualificava a possibilidade jurídica do
pedido como uma questão de mérito. Nesse
sentido, confira-se a precisa lição de Ovídio
Araújo Baptista da Silva, Luiz Melíbio Uiraçaba
Machado, Ruy Armando Gessinger e Fábio Luiz
Gomes:
Superior Tribunal de Justiça Quanto à
possibilidade jurídica do pedido, a lição de
Calmon de Passos é insuperável. Demonstra ele
que não há qualquer distinção entre a
impossibilidade da tutela em abstrato e a
pretendida no caso concreto, citando como
278
exemplo uma ação de usucapião em que o
autor declinasse na inicial estar na posse de
determinado imóvel há oito anos com “animus”
de dono, requerendo a final que o juiz lhe
declarasse proprietário; obviamente, pela
sistemática do Código seria julgado “carecedor
da ação” ante a ausência de previsão legal para
o atendimento do pedido; por igual não se
poderia falar em julgamento de mérito.
Contudo, segue Calmon, se este mesmo autor
houvesse ingressado com a ação alegando
possuir a área há mais de dez anos e invocasse
o art. 156, § 3º (da Constituição Federal de
1946), estaria presente a referida “condição” da
ação, ainda que durante a instrução do feito
viesse a ficar comprovada a posse só de oito
anos; mas neste caso não haveria “carência” de
ação e sim julgamento de improcedência, ainda
que resultante da impossibilidade de aplicar a
vontade da lei. Qual a diferença entre as duas
decisões, pergunta Calmon; ao que responde:
Nenhuma, rigorosamente nenhuma. (SILVA,
Ovídio Araújo Baptista da; MACHADO, Luiz
Melíbio Uiraçaba; GESSINGER, Ruy Armando;
GOMES, Fábio Luiz. Teoria geral do processo
civil. Porto Alegre: Letras Jurídicas, 1983. p.
122).
09) É sintomático, pois, que o CPC/15 não
tenha reproduzido a possibilidade jurídica do
pedido no atual art. 485, VI (que corresponde
ao revogado art. 267, VI, do CPC/73), limitando-
se a dizer, agora, que o juiz não resolverá o
mérito somente quando “verificar ausência de
legitimidade ou de interesse processual”. Nesse
sentido, anote-se que a requalificação da
279
possibilidade jurídica do pedido, de uma
condição da ação para uma questão de mérito,
consta expressamente da Exposição de Motivos
do CPC/15:Com o objetivo de se dar maior
rendimento a cada processo, individualmente
considerado, e atendendo a críticas tradicionais
da doutrina, deixou, a possibilidade jurídica do
pedido, de ser condição da ação. A sentença
que, à luz da lei revogada seria de carência da
ação, à luz do Novo CPC é de improcedência e
resolve definitivamente a controvérsia.
10) O tema, a propósito, foi amplamente
abordado por Adroaldo Furtado Fabrício, que
assim leciona: Superior Tribunal de Justiça.
pela literalidade dele, uma vez que, é uma das formas, mas não a única
280
esfera penal em decorrência de sua repercussão jurídica, não possui a
281
observado, logo, quem feriu este preceito não
poderá usufruir livremente da herança, e não
apenas, isto como implicaria em locupletamento
indevido em prol do sucessor, que herdaria a
partir de ato ilícito praticado contra o de cujus
ou contra a pessoa com a qual ele manteve
relações de afeição e respeito (conjugue, o
convivente, o ascendente e o descendente).
analogia para trazer uma resposta aos jurisdicionados acerca das novas
questões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Criança e do Adolescente.
282
Os escassos julgados sobre a tônica reforçam o entendimento
direito civil, pois, para esta esfera não deixa de ser um homicídio, eis a
máxima.
Civil.
REFERÊNCIAS
283
BOGDAN, Roberto C.; BIKLEN, Knopp Sari. Investigação qualitativa
em Educação. Portugal: Porto Editora, 1994.
VITAL. Danilo. Menor de idade que mata os pais não tem direito a
herança, diz STJ. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2022-
mar-05/menor-idade-mata-pais-nao-direito-heranca-stj> acessado em
15/12/2022
286
OS CRITÉRIOS DE RENDA UTILIZADOS PELO INSS PARA FINS DE
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL BPC DE ACORDO COM
A LEI 14.176/2021. ESTUDO SOBRE A NECESSIDADE DE ANÁLISE
PORMENORIZADA DOS GASTOS MENSAIS DO GRUPO FAMILIAR
RESUMO
1
Graduanda do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio Carlos
de Mariana.
2
Advogado. Mestre em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Especialista em Direito Administrativo, Tributário e Previdenciário. Bacharel em Direito
pela UFOP. Professor de Direito Tributário, Direito Previdenciário e Prática Jurídica da
Universidade Presidente Antônio Carlos - Unidade Mariana/MG.
287
INTRODUÇÃO
versus concessão
Desse modo, para tratar do referido tema, buscou-se verificar
Por fim, cumpre salientar que o presente trabalho não tem por
desigualdades sociais.
289
manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei.
VI - A redução da vulnerabilidade
socioeconômica de famílias em situação de
pobreza ou de extrema pobreza (BRASIL,
1988).
pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, ele não está inserido
290
Assistência Social e sendo um dos objetivos desta, o BPC independe de
mínima para aquela população que não era contemplada pelo sistema
preponderantemente contributivo.
2020).
292
Art. 4º. A assistência social rege-se pelos
seguintes princípios:
I- supremacia do atendimento às
necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim
de tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua
autonomia e ao seu direito a benefícios e
serviços de qualidade, bem como à
convivência familiar e comunitária, vedando-
se qualquer comprovação vexatória de
necessidade; IV - igualdade de direitos no
acesso ao atendimento, sem discriminação de
qualquer natureza, garantindo-se
equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços,
programas e projetos assistenciais, bem como
dos recursos oferecidos pelo Poder Público e
dos critérios para sua concessão (BRASIL,
1993).
293
princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez que o benefício, na
294
Continuada - BPC, objeto de estudo do presente trabalho, tem-se que
anos e, b) renda per capita familiar inferior a 1/4 (um quarto) do salário
mínimo.
295
Já para a concessão do BPC à pessoa com deficiência (PcD),
per capita familiar inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. Assim,
não há que se falar em exigência de idade mínima para a concessão do
– Estatuto do Idoso:
§2º do artigo 20, da Lei nº 8.742/1993, com a redação dada pela Lei nº
prevendo:
296
§2º. Para efeito de concessão do benefício de
prestação continuada, considera-se pessoa
com deficiência aquela que tem impedimento
de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais
pessoas (BRASIL, 1993).
artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos”
(BRASIL, 1993).
da LOAS.
298
Este último critério de elegibilidade previsto na LOAS é
299
estabelecido pelo Decreto nº 6.214/2007, com a redação dada pelo
Decreto nº 8.805, de 2016 e incluído pela Lei nº 13.846, de 2019. Ele diz
que dispõe:
(BARBOZA, 2021).
tê-la provida por sua família recebendo uma renda per capita igual ou
302
portanto, o critério da coabitação (ALVES, 2019).
familiares que vivem sob o mesmo teto (renda mensal bruta familiar)
próprio de previdência.
304
serem regulamentadas em ato conjunto do
Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome e do INSS; e
VI - rendimentos decorrentes de contrato de
aprendizagem (BRASIL, 2007).
caráter subsidiário.
305
a responsabilidade a família para com os
idosos e trouxe em caráter subsidiário o dever
do Estado. Em vista disso, o legislador ao
regulamentar o BPC na LOAS instituiu como
obrigatoriedade a comprovação do
rendimento familiar, conforme artigo 20 [...].
306
humana. (CASTRO; LAZZARI, 2020).
indenizatória.
o BPC:
309
Assim, há aqui o que se chama de conflito aparente de
normas, já que, à primeira vista, as normas são contrárias entre si. Tal
judicial, sendo que a questão foi para no STF (CASTRO; LAZZARI, 2020).
abrangência.
p. 116).
310
objetivo de miserabilidade pela Lei 8.742/93 antes das alterações
311
concessão de benefícios, o que se observa é que há um aumento da
destacam que
312
impactou no dia a dia para a concessão do benefício.
desde a sua outorga em 1988, houve uma demora irrazoável por parte
disso, Reis (2013, p. 35) ressalta que “[...] novo questionamento surge a
313
previa, originalmente, que somente seria considerado apto ao
recebimento do BPC, aquele que tivesse uma renda per capita inferior
observa-se que
314
na solução do caso concreto, a criação de
outros requisitos para a aferição do estado de
pobreza daquele que pleiteia o benefício
assistencial (BRASIL, 2013, p.5).
315
menciona Barboza (2021, p. 40):
(2013, p. 39)
(SEREAFIN, 2021).
317
Assim, quando o benefício saía da esfera administrativa e
definitivo.
318
seguinte tese:
319
decisões anteriores sobre a mesma questão
quando se limitava em repetir os argumentos
adotados pelo STF nos autos da ADI 1.232. O
posicionamento legalista, de observar de
forma irrestrita os termos da lei para
concessão do BPC, começa a sofrer um
processo de mutação, à medida que Corte
passa a proferir decisões a partir de uma
interpretação mais sistemática dos
dispositivos constitucionais, levando-se em
consideração os objetivos e princípios da
Constituição.
2021).
323
legalidade (ALVES, 2020).
Superiores:
LOAS para
324
miserabilidade e de vulnerabilidade social e
dispor sobre o auxílio-inclusão de que trata a
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto
da Pessoa com Deficiência); autoriza, em
caráter excepcional, a realização de avaliação
social mediada por meio de videoconferência;
e dá outras providências (BRASIL, 2021).
325
critério de aferição da renda familiar mensal
per capita de que trata o § 11-A do referido
artigo:
I - o grau da deficiência;
II - a dependência de terceiros para o
desempenho de atividades básicas da vida
diária; e
III - o comprometimento do orçamento do
núcleo familiar de que trata o § 3º do art. 20
desta Lei exclusivamente com gastos médicos,
com tratamentos de saúde, com fraldas, com
alimentos especiais e com medicamentos do
idoso ou da pessoa com deficiência não
disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou
com serviços não prestados pelo Suas, desde
que comprovadamente necessários à
preservação da saúde e da vida.
2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
327
Na primeira seção, tratou-se de discorrer sobre o benefício
sentido, o §3º do artigo 20, da Lei 8.742/93, que menciona que será
econômico.
desse critério, sob o fundamento de que ele não poderia ser usado
328
população alvo do benefício, motivo que levou o benefício de
de 2021.
329
pessoas em situação de vulnerabilidade.
do beneficiário.
renda per capita um pouco acima do teto legal, mas que possuam
miserabilidade.
330
vulnerabilidade, proporcionando uma ampliação do benefício em
REFERÊNCIAS
336
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DIREITO: ENTREVISTAS REALIZADAS
COM OS ALUNOS DO 10º PERÍODO1 DO DIREITO DA FUPAC-
MARIANA
RESUMO:
INTRODUÇÃO
1
Alunos do 10º período que estão fazendo agora a disciplina de Métodos para a
Normalização do Trabalho Acadêmico, do 1º período.
2
Todos(as) os integrantes são graduandos 1º período do curso de Direito da Faculdade
Presidente Antônio Carlos de Mariana.
3
Proponente e orientadora da pesquisa exploratória que deu origem a este ensaio.
Professora do curso de Direito da FUPAC-Mariana na área de linguagem e pesquisa.
Graduada em Letras (UFOP). Mestre em Letras (UFSJ). Especialista em Língua Portuguesa
(PUCMG). Especialista em Moderna Educação (PUCRS). MBA em Liderança, Gestão de
Equipes E Produtividade (PUCRS).
337
Desde os adventos da Revolução Industrial, o homem buscou
que vivemos, e o homem a cada vez mais buscou por essa evolução
Artificial. Hoje a IA é uma realidade que a algum tempo atrás não era
no direito é um caminho sem volta, isso porque ela está cada vez mais
338
O uso da IA no meio jurídico trouxe alguns benefícios, dentre
339
apresentada pelo filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman, que analisou a
De acordo com o autor “os fluídos, por assim dizer, não fixam o espaço
“a sociedade que entra no século XXI não é menos moderna que a que
entrou no século XX. O máximo que se pode dizer é que ela é moderna
“tempos líquidos?”
340
modernidade líquida, isso poque os “tempo são líquidos”, tudo muda
(BAUMAN, 2000)
sociais, tudo muda com uma rapidez incrível. E como resultado dessa
mundo que os cercam. Modifica o seu ser, fazendo com que se forme o
para sempre.
341
tecnológica se tornam obsoletas num período curto de meses, isso
máquinas que simulam a forma física de uma pessoa. Ele pode ser
342
no mercado estão longe dessa “perigosa modernidade”. Além disso, as
“forte”.
difíceis de reproduzir.
nosso dia a dia e com a captação dos dados que circulam nas redes, ela
tempo em tarefas que por mais simples demandam tempo para sua
realização.
muito mais rápido, para que possa auxiliar nas demandas dos escritórios
343
de advocacia, assim através de uma máquina é possível simular o
organizado.
no meio jurídico.
344
grande parte da população com suas vacinas em dia muitos trabalhos
para ajudar passar pela pandemia estão ficando de fato, devido trazer
direito, ela nem sempre irá resolver todas as questões, isso porque a
345
Assim, mesmo com algumas dificuldades a tecnologia
346
automatizando tarefas de atendimento. Outra possibilidade é utilizá-la
correlações ou incongruências.
Inteligência Artificial (2020), aborda como a IA pode ser útil nas questões
347
converter linguagem/imagem em texto; extrair significado através de
ordens.
348
características da IA que podem auxiliar nas demandas jurídicas de
pode contribuir para que o sistema judiciário possa crescer junto com a
349
para a atuação dos profissionais do direito e na sociedade líquida, termo
FUPAC-Mariana.
resultados.
350
O grupo dos entrevistadores, alunos do 1º período, escolheram
351
ganhos, no que diz respeito a utilização dessa nova forma de audiência,
352
temos condições do retorno dos trabalhos presenciais. Pode nos
explicar por quê?
ressalva quando se trata de um júri popular. Para ele esse tipo de júri
para quem está sendo julgado quanto para a vítima. Mas para ou outros
353
R1: (…) uma audiência com júri popular, acredito
né, no meu pensamento, minha opinião pessoal,
que presencialmente é melhor (...)
354
R1: Acredito que, eu que a justiça, ela tem
muitas vezes que, de fato, estar um semelhante,
uma pessoa, ali por trás daquela decisão. Porque
uma máquina ela não vai ter sentimentos, vai
observar princípios, ela não vai observar valores
morais, éticos (...)
355
casos nos quais sejam necessárias apenas a letra da lei, o trabalho com
356
verificar e analisar a possibilidade de ser
utilizada ou não.
357
momento de selecionar e atribuir a melhor resposta em alguns casos
concretos.
358
processo fazerem as audiências de sua
própria casa...”
mas que o uso dessa inteligência sempre teria que ser em conjunto com
359
R2: Sim, eu acho que ajuda a resolver
célere resolução dos litígios, porém eu
não acho que só a inteligência artificial
seja efetiva, como eu já disse
anteriormente é necessário a mente
humana para trabalhar em conjunto com
essa mente artificial.
dos casos, para ele seria preciso buscar soluções que fossem
instrumento de resolução.
360
ferramenta tem grandes chances de
contribuir, mas como instrumento só pra
resolução não.
361
pra gente não perder prazo, citações, agora
esses que fazem o julgamento ou então que
aproximam né, (...) conheço alguns, como eu
já citei o PJE que o sistema de processo
eletrônico. Em São Paulo, não é PJE é SAGI.
Conheço da polícia civil também, que é o
PCNet, é, tem um da justiça criminal também,
se não me engano, é SCIELO.
362
Sétima pergunta: Você se sente animado ou preocupado com
que a adesão das tecnologias nos meios judiciais seria uma mudança
artificial como uma maneira para auxiliar o ser humano na análise dos
363
acreditando que esta mudança poderia ser um meio de acabar com a
364
R5: “Eu sinto preocupado porque as
audiências virtuais é um investimento bem
mais inferior e muitas cidades pararam por
faltas desses instrumentos, quanto mais o
uso das inteligências artificiais que
dependeria de uma demanda totalmente
maior, já que estamos falando de
computadores e tecnológicas avançadas,
então faltaria demanda presente nesse
meio jurídico.”
artificial como órgão julgador daria certo. Para ele, o advogado ainda
com a questão da proteção dos dados pessoais dos indivíduos, para ele
no judiciário.
365
De acordo com as análises feitas percebe-se que todos os
apenas com a razão, algo que a máquina com seus algoritmos saberia
REFERÊNCIAS:
366
FIA BUSINESS SCHOOL. Inteligência Artificial no Direito: O que é e
Principais Impactos. Disponível em:
https://fia.com.br/blog/inteligencia-artificial-no-direito/amp/ Acesso
em: mar. 2023.
367
A TUTELA JURÍDICA DOS BENS DIGITAIS APÓS A MORTE E O
RECONHECIMENTO DA HERANÇA DIGITAL
RESUMO
INTRODUÇÃO
3
Redes sociais acessadas em mídia digital.
369
aplicativo nele instalado. É possível tirar fotos de
algum evento ou de algo que repute ser notícia
e rapidamente compartilhá-las.
dado aos bens digitais após a morte de seu titular? A referida indagação
realidade.
vista que a temática não está pacificada e ainda não possui total
371
reexaminado e modificado sucessivamente, com vista em obter ideais
372
por exemplo, Castells (1999), Levy (1999), Ribeiro (2016), Adriano de
373
A sociedade descobriu e se descobriu nas redes sociais, nestas
norteará a pesquisa: qual o destino dado aos bens digitais após a morte
de seu titular? A tutela jurídica dos bens digitais após a morte impõe
sociedade.
DESENVOLVIMENTO
374
herdeiros legalmente constituídos, natureza do bem digital inserido
vive rodeado por seus pares conforme enfatiza Durkheim (1978, p. 45)
interconectados que podem ser dos mais variados tipos, como por
ver e de ser visto pelo outro. Hoje, conforme o artista Andy Warhol disse,
na década de 60, que: “no futuro, toda a gente será célebre durante
esta frase está alinhada com a necessidade que cada ser humano tem
receptividade que este material digital recebe dos fãs do falecido. Estas
pessoas precisam de alguma coisa do seu ídolo, algo que assegure uma
Para Hall (1997) citado por Setton (2009, p. 336), hoje, “é cada
376
mudança na sociedade de forma palpável, as pessoas viraram modelos
para seus vizinhos, mas para todo o mundo. Todos querem visibilidade.
acervo digital.
(1999, p. 526) aponta para esta nova forma de lidar com o tempo
pelo ídolo em ciclos que vão se repetindo para esta e para novas
gerações.
378
contra o autor da herança - homicídio doloso ou tentativa deste, crimes
dispõem de seus bens, seja para seus descendentes diretos seja para
familiar.
379
Para Ribeiro (2016, p. 17) a definição de herança é pautada como
da sucessão:
herdeiros diretos mantendo uma linhagem. Para além disto, tal instituto
380
A transferência ocorre mesmo que o sucessor
ainda não tenha conhecimento da morte do
titular da herança, ela acontece no momento da
abertura da sucessão.
A sucessão aos bens deixados pelo falecido por
seus herdeiros pode ocorrer de duas formas:
testamentária, expressa pelo de cujus em
disposição de última vontade, por meio do
testamento, ou legítima a que decorre de
previsão em lei (RIBEIRO, 2016, p. 16).
381
dispor da sua meação (BRASIL, NCPC, SENADO
FEDERAL, 2016).
internet.
Nesse cenário, seria possível elencar a normatização, já
382
Em face disto assim se expõe Lévy: “uma comunidade virtual não
aponta Edward:
383
Arquivos, fotos, documentos, PDFs, e-books,
músicas, senhas de redes sociais: a cada dia, o
patrimônio digital de usuários da internet
aumenta. Pesquisa sobre o Valor dos Ativos
Digitais no Brasil, realizada pela empresa de
segurança digital McAfee e divulgada em
setembro, revela que o valor médio atribuído
pelos brasileiros aos seus patrimônios digitais é
de mais de R$ 200 mil. Além disso, entrevistados
indicaram que 38% de seus bens digitais são
insubstituíveis, volume avaliado em mais de R$
90 mil. Com a crescente importância desses
bens, surge a pergunta: o que fazer com todo
esse patrimônio após a morte? No Brasil e o no
exterior, a nova era de tecnologia traz mais uma
preocupação para quem já parou para pensar na
própria morte: a herança digital (TERRA
TECNOLOGIA, 2012 citada por FAVERI, 2014, p.
72).
384
Alinhado com esta parte imaterial da herança digital e, ainda para
questão social muito importante, tendo em vista que além de ser pouco
pensam no que acontecerá com seu acervo digital após sua morte.
Posto que esta seja uma sociedade que viva intensamente o presente, o
imediato. Porém, esta discussão se faz necessária, para que cada pessoa
385
Torna-se necessário definir, em princípio e, sob o ponto de vista
legado etc.
o seu falecimento em 1832.” Este autor esclarece que Bentham doou seu
vai interagir com tudo e com todos e, que se torna atemporal, posto que
386
infere-se a normatização que regula a personalidade, a saber, calúnia
inusitadas no dia a dia das pessoas como mostra Ignácio (2011, p. 1):
387
produção intelectual em redes sociais – no
futuro, esse conteúdo poderá servir para a
realização de outros projetos, como a edição de
livros. “O sujeito tem blogs e guarda tudo o que
produz na nuvem”, explica o advogado.
de regulamentação.
acessíveis aos herdeiros após a morte do usuário, o que, por sua vez,
388
titular. Por óbvio, tabeliões já perceberam tal necessidade, e, se
fazer diante do acervo digital de uma pessoa falecida já que não existe
389
fazer com uma herança digital, mas não há como
fugir do assunto. “A cada dia que passa, o
legado que deixamos na internet fica maior. E,
considerando que alguma parte desse conteúdo
pode ter valor comercial, vai chegar um
momento em que ficará difícil diferenciar a
herança real da digital”, analisa Blum. Como na
vida fora da internet, a melhor estratégia é
pensar desde já sobre o que fazer com os nossos
bens digitais quando partirmos. No mínimo, é
um assunto a menos para os herdeiros
discutirem (VELOSO, 2012 apud FAVERÍ, 2014, p.
73).
390
O perigo na demora está consubstanciado no
direito da personalidade, tanto da pessoa morta
quanto da mãe (art. 12, parágrafo único, do CC),
sanando o sofrimento decorrente da
transformação do perfil em "muro de
lamentações", o que ataca diretamente o direito
à dignidade da pessoa humana da genitora, que
além do enorme sofrimento decorrente da
perda prematura de sua única filha, ainda tem
que conviver com pessoas que cultivam a morte
e o sofrimento.
onde se demonstra todo o carinho que o filho tem dos seus fãs virtuais
e um sofrimento já que lembra para a família que ele está falecido e, não
mais se encontra entre eles. Outro ponto a ser levantado é que sendo
pessoa humana pode ser elencada tanto para o de cujus quanto para
p. 3). De tal forma que Doneda comunga com este pensamento e ainda
392
que o final da existência indica o fim da personalidade. Entretanto,
393
Neste espectro, o autor De Cupis (2008, p. 34-35) em sua obra
que:
tem uma ressalva, a de que bens imateriais são entendidos como bens
Tais direitos são ainda mais especificados por Diniz como sendo:
é, o que ela acredita, seus credos, suas manias, enfim, sua alma.
395
Já Neto (2004, p. 190 citada por NUNES, 2011, p. 4) infere que se
direito de personalidade.
396
ganha status de primazia enquanto solidários comas à cláusula geral de
cada um, suas preferências, suas crenças, enfim todo um conjunto que
397
3.2.4 Herança Digital ou Legado
quando diz que: “em muitas situações para o direito tem sido difícil
398
consigo vantagens e desvantagens frente a hipervisibilidade
nas relações jurídicas como sujeito de direito”. Solidário com esta ideia
399
morte, sobrevive as manifestações da personalidade post mortem.
imagem que “era” [...]; o direito ao nome; o direito moral do autor etc.”.
400
Gonçalves demonstra que os direitos da personalidade podem
intimidade ali exposta nas redes sociais e outros meios. Segundo Silva
(2004, p. 211) citado por Ribeiro (2016, p. 14) “a vida privada é a vida
1.788 da Lei nº 10.406 de 2002 que determina que não apenas os bens
regulamentação.
401
Então, a herança digital, o legado do de cujus são os recortes da
lembrança dele, sua vida, seus amores, suas verdades, suas afeições
pesquisa.
402
herança também. Comparando este artigo com ao artigo X observa-se
este conflito:
ordem:
403
Art. 1.845. São herdeiros necessários os
descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários,
de pleno direito, a metade dos bens da herança,
constituindo a legítima. (BRASIL, NCPC, 2014-B).
404
computador local, fez o upload para um serviço
de nuvem.
salientar que tais bens tem caráter diferenciado frente a sua natureza
405
inválido ou tiver caducado e nas situações não abarcadas por ele” (
não abarcadas por ele” conforme aponta o artigo 1788 do Novo Código
Civil:
406
O mais importante daqui para frente é que as
pessoas se lembrem do mundo virtual ao
realizarem seus testamentos; que determinem
quem cuidará dos negócios e indiquem os que
deverão cuidar da memória virtual.
As redes sociais e seus conteúdos formam
também o enorme acervo que a
humanidade deixará para as próximas gerações.
Nos próximos anos, certamente, novas
regulamentações surgirão para dar conta desse
mundo
tão virtual quanto ilimitado.
testamento, o nome dos herdeiros que irão tutelar seus bens após sua
407
coletividade cabe ao direito normatizar. As leis devem existir ter como
2006, p.173).
causando danos à sua reputação” (DINIZ, 2005, p. 131). Ainda sobre isto,
408
gestão dos herdeiros que poderão ter acesso
para possível exploração econômica e
legitimidade processual para tutela dos direitos
morais do autor. Com a morte do proprietário, a
gestão desses bens não é de acesso exclusivo do
provedor, mas também de seus herdeiros.
Explica-se: em vida o proprietário cede uma
licença não exclusiva ao provedor de serviço de
internet que poderá continuar a fazer uso dentro
dos limites impostos no termo de uso do
serviço; contudo, os
herdeiros poderão, já que a licença não é
exclusiva, também explorá-los e/ou requererem
a tutela desses bens.
herança digital. Todo este legado que ganha contornos que vão muito
que tem valor. Este valor não é concreto, é imaterial e, como tal, ligado
acervo digital seja incluído na herança dado que possa gerar dividendos
CONCLUSÃO
sua superioridade deixando para traz, além das saudades, toda uma vida
destas decorrem são cada vez mais frequentes nos meios jurídicos. Este
410
deixado pelo de cujus. A personalidade de uma pessoa que se encontra
emoção que sua imagem sucinta nas pessoas. Ocorre que o cenário
virtual amplia, de forma muito intensa, o alcance que uma imagem pode
chegar.
redes sociais.
virtual, tão novo, formatos diferenciados, herança que não pode ser
livre.
411
Por óbvio, este assunto não se esgota com a demanda pautada
412
na sociedade virtual, passa a constituir-se em um acervo de grande valor
sentimental não apenas para sua família, mas também para as pessoas
que o acervo digital de uma pessoa se tornará muito mais rápida do que
413
REFERÊNCIAS
414
sionid=B26750D5747C99ADD689F7588E0F7D98.proposicoesWeb2?co
dteor=1004679&filename=PL+4099/2012>. Acesso em: 16 Mai. 2019.
_______. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei PL 4.847/2012: ficha de
tramitação. Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idPro
posicao=563396>. Acesso em: 16 Mai. 2019.
_______. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei PL 4.847/2012: íntegra.
Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jses
sionid=588DDEFDCA7F5F321E2561BABCC76AB5.proposicoesWeb1?co
dteor=1159638&filename=Tramitacao-PL+4847/2012>. Acesso em: 16
Mai. 2019
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil. 16ª ed. Vol. I. São Paulo:
Saraiva, 2000, p. 102.
FÁVERI, Paula Galatto de. Herança digital no Brasil: uma análise dos
direitos da personalidade após a morte quanto aos arquivos
deixados na internet. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
para obtenção do grau de Bacharel, no curso de Direito da Universidade
do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Criciúma.SC. 2014. 101 p.
416
para obtenção do grau de Bacharel em Direito. Santa Maria, RS, Brasil.
2016
417
ADVOCACIA 4.0: AS POTENCIALIDADES DO USO ESTRATÉGICO DA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO DIREITO
RESUMO:
tecnológicas.
INTRODUÇÃO
419
O problema científico que norteia o artigo é delineado a partir
420
subdividido nos seguintes tópicos: 1 – Direito e Advocacia Digital; 2 -
Advocacia.
421
No presente trabalho, de início, cabe tecer algumas
Advocacia Digital.
parte do Direito, sem objeto próprio, que se estende aos demais ramos
425
virtual. Como exemplo, podemos elencar o
profissional do Direito que, ainda hoje, produz
suas peças processuais em máquina de escrever,
ao invés de utilizar um editor de texto no
computador para agilizar seu trabalho. Talvez
seja o momento de repensar os currículos das
Faculdades de Direito e exigir que neles conste
um mínimo de conhecimento técnico a respeito
das mudanças dos paradigmas e os princípios
que regem a nova Era Digital. (ZANATTA, 2010,
p. 31)
Sociedade de Informação.
426
advocacia 4.0”. De forma resumida, a Advocacia 4.0, ou a Advocacia
427
Na Advocacia Digital se sobressaem os profissionais com
operadores do Direito.
Temas como: Direito Digital, Internet das coisas, entre outros fazem
428
A Advocacia Digital cuida-se da modernização da advocacia,
429
jurisprudências, modelos de petições e softwares de variadas funções e
programações.
demandas em massa.
em massa na Advocacia.
Medeiros (2019):
432
Em se tratando de decisões prolatadas pelo juiz-robô, cumpre
a saber:
inteligência artificial deve sim ser usada nos variados campos jurídicos,
caso concreto.
VIANA (2019):
434
O trecho acima colacionado é condizente com a observação
que esse tipo de serviço já permite poupar boa parte do tempo dos
profissionais. Ainda que parte das tarefas devam ser praticadas por
435
“A possibilidade de um juiz-robô, como visto, é
real e parece próxima. Há, sem dúvidas,
potencialidades e virtudes no uso da Inteligência
Artificial, podendo-se indicar a possibilidade de
essa ferramenta organizar os bancos de dados
de julgados dos Tribunais brasileiros, o que faria
com que o jurista pudesse melhor compreender
o direito jurisprudencial pátrio. A ferramenta
também poderia ser bastante útil para fins de
gerenciamento processual, isto é, o juiz-robô
desenvolver as atividades típicas de impulso
oficial, pois não é incomum, mesmo nos
processos que tramitam em plataforma
eletrônica, haver demora na manifestação do
órgão jurisdicional, ainda que se trate da exata
sequência prevista na legislação processual. Há
que se cogitar também da utilização de
algoritmo de inteligência artificial para
gerenciamento de casos repetitivos, para fins de
identificação e monitoramento”. (VIANA, 2019,
p. 42)
436
inteligência artificial nas práticas jurídicas, rompendo paradigmas
438
parecia algo inerente a Advocacia de grandes escritórios, hoje é também
439
suas próprias Lawtechs ou Legaltechs, ou seja,
empresas especializadas em desenvolvimento
de produtos e serviços para o ramo do direito.
(MEDEIROS, 2019, p. 51).
responsável.
440
Estes sistemas devem “estar centrados no ser
humano” e assentados no “compromisso de
serem utilizados a serviço da humanidade e do
bem comum, com o objetivo de melhorar o
bem-estar e a liberdade dos seres humanos”,
haja vista que, embora ofereçam grandes
oportunidades, “os sistemas de IA também
apresentam certos riscos, que devem ser geridos
de forma adequada e proporcionada”. Assim, os
membros do grupo buscam meios para “garantir
que podemos confiar nos ambientes
sociotécnicos em que eles estão incorporados,
sendo essencial que os produtores dos sistemas
de IA obtenham “uma vantagem competitiva ao
incorporarem uma IA de confiança nos seus
produtos e serviços”. Faz-se elementar, nesse
contexto, “procurar maximizar os benefícios dos
sistemas de IA, prevenindo e minimizando
simultaneamente os seus riscos” visto que
somente através de uma IA de confiança será
possível colher os benefícios da evolução
tecnológica de forma consentânea com o
respeito dos direitos humanos, pilar da
democracia e do Estado de direito. (LAGE e
PEDRON, 2020, p. 141).
demandas.
443
Vários são os benefícios da adequada utilização dos recursos
444
O Software Dra. Luzia foi idealizado pela Legal Labs para fazer a
445
usadas no caso concreto a fim de convencer cada Magistrado
(MEDEIROS, 2019).
Apps for Work que podem ajudar na rotina dos escritórios, quais sejam:
446
1. GMAIL CORPORATIVO: E-mail
corporativo que, definitivamente,
emprega mais credibilidade e segurança
para o destinatário do e-mail. Não se
esqueça de usar uma assinatura de e-
mail personalizada com suas
informações;
2.CALENDÁRIO: Sistema de agenda
digital que fornece a opção de criar
reuniões, receber notificações no celular
com lembretes, compartilhamento de
agenda e até integração com o Google
Maps para calcular o tempo de
deslocamento até seu próximo
compromisso;
3. GOOGLE HANGOUTS: Aplicativo que
permite conversas simultâneas com até
25 pessoas por videoconferência,
podendo gerar diminuição do número
de reuniões presenciais;
4. GOOGLE DRIVE: É a nuvem de
informação do escritório, onde todos os
arquivos são compartilhados e podem
ser acessados de forma remota e com
permissão de níveis de acesso;
5. GOOGLE VAULT: É uma espécie de
“cofre” onde os administradores de
contas corporativas do Google podem
acessar todas as informações criadas
pelos funcionários da empresa, até e-
mails que nunca foram enviados, mas
foram salvos como rascunho e depois
apagados.
447
As ferramentas do Google que foram descritas, realmente são
Advocacia.
documentos padrões.
448
tecnológica, dispensando ou diminuindo a necessidade de escritório
físico.
449
segundos, sendo que o advogado mais rápido
do grupo levou 51 minutos (CAMPOS e SILVA,
2019).
Silva (2019):
450
contribui para maior velocidade, precisão e qualidade, sendo capaz de
artificial na Advocacia.
451
processuais passaram a ser resolvidas a partir de peticionamentos por
de processos físicos.
profissional.
serviços repetitivos.
455
conexão constante via Internet, mercados legais
eletrônicos (medidores online de reputação,
comparativos de preços e leilões de serviços),
ensino online, consultoria legal online,
plataformas jurídicas abertas, comunidades
online colaborativas fechadas, automatização de
trabalhos repetitivos e de projetos,
conhecimento jurídico incorporado, resolução
online de conflitos (Online Dispute Resolutions
– ODR), análise automatizada de documentos,
previsão de resultados de processos e respostas
automáticas a dúvidas legais em linguagem
natural (NUNES e MARQUES, 2018, p. 03-04):
jurídicas.
que:
456
de mecanismo essencial, principalmente no
quadro de litigância em massa e acúmulo de
processos no Poder Judiciário que verificamos
em nosso País. Contudo, todo esse movimento
irrefreável aludido, ao qual se nomina de virada
tecnológica no direito, vem se impondo sem que
os juristas se preocupem adequadamente com
ele ou com geração apenas de um
encantamento com os ganhos de eficiência e
produtividade nas atividades a serem realizadas,
em especial por suas virtudes serem
apresentadas (“vendidas”) por fornecedores de
produtos e serviços ( Legal Techs) que evitam
divulgar os riscos no uso dessas tecnologias
para correção e legitimidade (NUNES e
MARQUES, 2018, p. 04):
Advocacia.
457
Assim como ocorre com os vieses cognitivos dos
julgadores humanos, deve-se primeiro
reconhecer o problema para que se possa
buscar soluções capazes de eliminar ou reduzir
o enviesamento das máquinas, sendo certo que
a implementação de sistemas de IA no direito de
forma irrefletida, ou capturada pelos
imperativos de eficiência ou mesmo mercantis
dos fornecedores de serviços (LegalTechs),
poderá lesar princípios constituidores do Estado
Democrático de Direito, como o devido
processo constitucional e o acesso à Justiça
(NUNES e MARQUES, 2018, p. 10):
458
para o machine learning. (NUNES e MARQUES,
2018, p. 11):
quanto pagos, nas quais os resultados são enviados para os e-mails dos
459
como na organização para fins de cumprimento dos prazos processuais,
inclusive os preclusivos.
460
aumento da segurança, minimização de erros, diminuição de falhas,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
nos modos de fazer num cenário que decorre do uso das tecnologias.
461
Hodiernamente, inúmeras são as possibilidades de aplicação da
Watson.
462
de consultas, buscas, organização de jurisprudências, modelos de
Advocacia.
463
as especificidades do caso concreto, podendo, até mesmo, ensejar
REFERÊNCIAS
466
TEORIA DE ROMEU E JULIETA: RELATIVIZAÇÃO DA IDADE DA
VÍTIMA DO CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL
RESUMO
6
Bacharel em Direito pela Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana.
7
Mestrando em Direito, “Novos Direitos e Novos Sujeitos”, pela Universidade Federal
de Ouro Preto. Pós-Graduado em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes e
Gestão de Políticas Públicas pela Universidade Federal de Ouro Preto. Bacharel em
Direito e Administração pela Universidade Federal de Ouro Preto. Integrante do Grupo
de Estudos de Direito do Trabalho da UFOP. Professor da Faculdade Presidente Antônio
Carlos de Mariana. Advogado.
8
Bacharel em Direito pela Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana. Pós-
graduanda em Direito Penal e Processo Penal pela Faculdade da Região Serrana. Gerente
financeira na Assembleia de Deus - Ministério de Mariana. Advogada.
467
INTRODUÇÃO
(BRASIL, 1940)
9
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1 o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2 o (VETADO)
§ 3 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4 o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações
sexuais anteriormente ao crime.
468
humana, causando repulsa e ódio perante à sociedade, porém, existe
casos que são submetidos à julgamento que muitas das vezes, se trata
217-A (BRASIL, 1940), sendo inegável que cada caso seja analisado de
anos.
Julieta.
469
anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente. (STJ,
Súmula 593,2017)
mesmo crime.
tempos que apontam que os jovens estão, a cada dia mais expostos a
anteriores.
470
Diante disso, a problemática central desse artigo gira em torna
do Código Penal.
pesquisados.
471
Com a criação da Lei n. 12.015/2009, significativas alterações
menores de 14 anos.
atual.
e Direito Grego. Nessa época no art. 219 era cabível pena maior para
1830)
10
Código Criminal de 1830.
Art. 219. Deflorar mulher virgem, menor de dezessete anos.
472
Posteriormente com o código penal de 1890 especificamente no
art. 22412, e atualmente com o novo artigo 217-A, inserido pela lei n°
(NUCCI, 2011).
Penas - de desterro para fora da comarca, em que residir a deflorada, por um a três anos,
e de dotar a esta.
Seguindo-se o casamento, não terão lugar as penas.
11
Código Penal de 1890.
Art. 272. Presume-se cometido com violência qualquer dos crimes especificados neste e
no capítulo precedente, sempre que a pessoa ofendida for menor de 16 anos.
12
Art. 224. Presume-se a violência, se a vítima: a) não é maior de catorze anos; b) é
alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância; c) não pode, por
qualquer outra causa, oferecer resistência”. (Revogado pela lei n° 12.015/2009)
473
Mediante o exposto, percebe-se que a reforma do referido
vulnerabilidade.
adulta sem os riscos que a idade o coloca no que se trata das possíveis
estupro.
13
ECA- Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos
de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
474
No entanto, merece total atenção ao raciocínio que o crime de
exemplo se a vítima tenha consentido pelo ato e que seu parceiro tenha
jovens e que em tese não causaria prejuízo ao bem jurídico tutelado, por
da seguinte forma:
475
A lei penal havia determinado, de forma objetiva
e absoluta, que uma criança ou mesmo um
adolescente menor de 14 (quatorze) anos, por
mais que tivesse uma vida desregrada
sexualmente, não era suficientemente
desenvolvido para decidir sobre seus atos
sexuais. Sua personalidade ainda estava em
formação. Seus conceitos e opiniões não
haviam, ainda, se consolidado. (GRECO, 2017, p.
145)
476
excepcionais, voltadas para os adolescentes com idade entre 12 e 14
anos.
a carência de uma análise do caso concreto como sendo único gera uma
478
Por conseguinte, fica a seguinte dúvida: é possível o menor de
que dificilmente seria constatado sem a sua existência, que nesse caso
das consequências.
observações apontadas até aqui, conclui-se que para ser possível dizer
480
é necessário a análise do caso de forma como sendo único e através da
de estupro de vulnerável.
estupro.
481
Fazendo uma análise penal, o personagem de Romeu, poderia
juvenil, sendo julgado como criminoso sexual. Talvez isso pode até
adolescentes da atualidade.
14
Tradução do ART. 183: Aquele que, intervindo engano, comete abuso sexual com
pessoa maior de doze anos e menor de dezesseis anos, será punido com pena de multa
de doze a vinte e quatro meses. Quando o abuso consistir em acesso carnal, introdução
de objetos ou penetração oral ou anal, a pena é de reclusão de seis meses a três anos
482
de doce a veinticuatro meses. Cuando el abuso
consista en acceso carnal, introducción de
objetos o penetración bucal o anal, la pena será
de prisión de seis meses a tres años. (ESPANHA,
1995)
qual dispõe:
apelidaram de Romeo and Juliet law, a referida lei possui como escopo
483
O ordenamento norte-americano é dotado de um critério etário
484
Nota-se que tanto no ordenamento jurídico americano quanto
de 17 anos que foi pego realizando sexo oral a uma também jovem de
15 anos.
485
reclama uma reflexão maior (COLVARA, 2014, p.
36).
civil law, ou seja, aquele que tem premissa a norma legal, não se
baseando em fontes exteriores a lei, com exceção de tratados
dispositivo legal a dizer que “As penas previstas no caput nos §§ 1º, 3º
com violência ou grave ameaça ou, mesmo que tenha dela obtido o
Tal raciocínio carece de coerência, uma vez que tais atos são
menores.
487
medidas socioeducativas, podem ainda viajar desacompanhados pelo
maduros para ter relações sexuais, quando decide não reconhecer sua
15
ECA- Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá
viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis
sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor
de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;
16
ECA-Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou
adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
desta Lei.
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por
equipe Interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente
considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu
consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
488
concreto, notadamente quando se leva em
consideração o acentuado desenvolvimento dos
meios de comunicação e a propagação de
informações, que aceleram o desenvolvimento
intelectual e capacidade cognitiva das crianças e
adolescentes (NUCCI et.al., 2010, p. 77).
seriam tipificados como crime pela lei penal, pois ambos estariam no
489
REPRESENTAÇÃO. Fato. Estupro de vulnerável
(art. 217-A, caput? do Código Penal).
Materialidade Boletim de ocorrência e prova
oral colhida em juízo que provam a respeito da
materialidade do fato praticado. Autoria A
autoria do ato infracional praticado contra a
vítima restou comprovada pela prova oral
colhida em juízo. Improcedência da
representação. Adequada análise judicial do
agente ministerial, neste grau de jurisdição,
opinando pelo provimento do apelo diante da
viabilidade da aplicação da? Exceção de Romeu
e Julieta? ao caso concreto e, por consequência,
reformar a sentença recorrida para julgar
improcedente a representação e absolver o
apelante do fato a ele imputado. DERAM
PROVIMENTO. (TJ-RS - AC: 70084660364 RS,
Relator: Rui Portanova, Data de Julgamento:
11/12/2020, Oitava Câmara Cível, Data de
Publicação: 15/12/2020)
pela defesa técnica de um jovem de 14 anos que fez sexo com uma
490
prestação de serviços à comunidade durante o prazo de seis meses à
alegou que o menor acusado não poderia ser penalizado apenas porque
existência da sumula 593 editada pelo STJ que estabelece que o crime
amoroso com o agente. (STJ, Súmula 593, 2017). Mesmo com essa
491
A esse respeito destaca-se o brilhante entendimento do
492
critério subjetivo de aceitação ou reprovação que é determinado pela
adolescentes hoje em dia iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo,
493
De fato o intuito do legislador quando designou um capítulo
14 anos por força do art. 217-A do Código Penal (1940), há uma colisão
17
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de
18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
494
anos. Entretanto concorda-se que o legislador reafirmou a
entendimento:
jurisprudência.
495
aos seus direitos de liberdade quando negados a eles essa capacidade,
iniciando a vida sexual cada vez mais precoce e em situações como essas
496
a presença de um relacionamento entre os jovens, e devendo ser punido
dos adolescentes.
497
Além de trabalharem em conjunto a família e o sistema de saúde
CONSIDERAÇÕES FINAIS
sexual.
os possíveis contatos sexuais que ocorrem entre jovens e que não causa
vida sexual dos jovens que ocorre cada vez mais precoce.
498
Nas palavras de Laura Lowenkron (2015) “o sujeito moderno não
p.231)
499
mas as mesmas pessoas maiores de 12 anos para o legislador não
500
atos não se encaixassem nos requisitos da teoria mencionada. Levava-
escolas, não que essa fará com que os adolescentes adiem suas
com certeza, elas ocorrerão de uma forma mais segura uma vez que
tutelado.
REFERÊNCIAS
501
Disponível:http://www.fenord.edu.br/revistaacademica/revista2014/text
os/art07revaca2.pdf.
503
MOREIRA, Paola Martins. ROMEO AND JULIET LAW: ESTUDO ACERCA
DA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE INSTITUTO SEMELHANTE À
EXCEÇÃO NORTE-AMERICANA. Centro universitário de Brasília-
UNICEUB. Brasília/DF. 2017. Pag.50.
504
A BIOÉTICA NO CENTRO DA QUESTÃO: A EUTANÁSIA E O
SUICÍDIO ASSISTIDO COMO RETÓRICA DO DIREITO A MORTE
PLENA
RESUMO:
INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do 3º período da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana.
2
Acadêmica do 3º período da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Mariana.
3
Orientadora do ensaio. Mestranda em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto.
Especialista em Direito pela Fundação Presidente Antônio Carlos de Mariana (2016).
Possui graduação em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos (2015).
Advogada, Professora da FUPAC Mariana e Assessora Jurídica no Município de Mariana.
Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Processual Civil e Processo
Administrativo.
4
Sob a ótica de Dworkin (2009), a sacralidade da vida é parte da sacralidade humana,
ou seja, a vida humana é valiosa. Justamente por ser valiosa ela pode ir contra em seu
505
poder divino pode arrebatá-la. Segundo, como as duas práticas
brasileira
Parreiras Reis de Castro (2016) et. al, que se debruçou neste tema, tendo
benefício, pois a vida teria um valor sagrado e inquestionável. À luz de Dworkin, nas
palavras de BARBOSA e COSTA (2016), a sacralidade da vida humana se revela com
ressalvas, visto que ora porque não respeita a autonomia do paciente ou interesse da
família, ora porque visa à quantidade de vida, independente da qualidade. (BARBOSA e
COSTA, 2016, p.310)
5
Jean-Luc Godard, foi um cineasta franco-suíço que esteve entre os criadores do
movimento de vanguarda Nouvelle Vague ("nova onda", em tradução literal), que ousou
506
franco-suíço que morreu recentemente em um processo de suicídio
assistido.
o que prevê os artigos que são utilizados para legitimar essa prática.
Dentz Júnior, que levanta uma questão importante sobre esse debate
no Brasil.
p.452)
509
eutanásia, ou mesmo do suicídio assistido, para aqueles que buscam
dignidade.
sofrimento.
tendo sua prática legitimamente atestada desde que não seja por
510
Observa-se que um dos elementos base é o altruísmo, mas sob
7
“O Biodireito é disciplina incipiente no universo jurídico e ainda não ocupou seu devido
lugar nem nos currículos das faculdades de Direito, nem na própria dogmática. Seu
estudo é normalmente setorial, não havendo quem procedesse à formulação de uma
teoria geral, regente dos conceitos, princípios e fundamentos desse ramo jurídico”. (SÁ
e NAVES, 2021, p.33)
8
“Bioética é, portanto, a disciplina que estuda os aspectos éticos das práticas dos
profissionais da saúde e da Biologia, avaliando suas implicações na sociedade e relações
entre os homens e entre esses e outros seres vivos”. (SÁ e NAVES, 2021, p.37)
511
hospitalizado, por exemplo, essa questão é de interesse a bioética e ao
512
O professor faz um entrelaçamento entre a psicanálise, a ética e
uma pessoa que tendo vivido durante muito tempo, fazendo uso de sua
de 1937 artigo 115, onde diz que: “quem, movido por motivo egoísta,
com pena de prisão até cinco anos ou uma sanção pecuniária” (SUÍÇA,
hermenêutica por trás de tal previsão legal, no entanto, deixa clara que
relevante a ser abordado por tal norma, é que não foi especificado a
9
“Celui qui, poussé par un mobile égoïste, aura incité une personne au suicide, ou lui
aura prêté assistance en vue du suicide, sera, si le suicide a été consommé ou tenté, puni
d’une peine privative de liberté de cinq ans au plus ou d’une peine pécuniaire.” (SUÍÇA,
1937, p.62)
515
qual público se destina, por exemplo se é somente para pacientes
pessoa a pedido grave e urgente desta, será punido com pena privativa
visto que quem se escusa a cumprir a lei sofrerá um sansão de três anos
calculada em dias-multa.
10
“Celui qui, cédant à un mobile honorable, notamment à la pitié, aura donné la mort à
une personne sur la demande sérieuse et instante de celle-ci sera puni d’une peine
privative de liberté de trois ans au plus ou d’une peine pécuniaire.” (SUÍÇA, 1937, Art.114)
516
Nesse aspecto o Parlamento suíço vem ao longo dos anos
11
A Suíça é dividida em 26 cantões, todos eles são autônomos e funcionam com suas
próprias leis e Constituições que precisam ser compatíveis com as leis da Confederação.
Os cantões são independentes e soberanos em relação à Confederação. A nível de
comparação seria o modelo de estados federados que temos no Brasil.
12
As comunas equivalem ao que conhecemos como município. Assim como os cantões,
as comunas desfrutam de alto grau de autonomia para gerenciar seus próprios
negócios. Os grandes municípios são dotados de um parlamento municipal (assembleia)
e de um governo comunal.
517
Observando aspectos legais que envolvem o suicídio assistido
Assistido, são considerados crime, onde quem praticar tal ato, conforme
diz TAVARES (2008), afirma que mesmo não havendo uma legislação
518
Assim, de um lado, não se pode validamente
exigir, do Estado ou de terceiros, a provocação
da morte para atenuar sofrimentos. De outra
parte, igualmente não se admite a cessação do
prolongamento artificial (por aparelhos) da vida
de alguém, que dele dependa. Em uma palavra,
a eutanásia é considerada homicídio. Há, aqui,
uma prevalência do direito à vida, em
detrimento da dignidade. (TAVARES, 2008, p.50
apud ANDRADE, 2021)
religiosa muito forte, ele acredita que este debate acerca do suicídio
assistido, deve chegar ao nosso país, e que essa é uma questão ligada a
liberdade.
519
elementos metafísicos, vão sair do Brasil de
alguma maneira. (DENTZ, 2022)
assistido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
visto que conforme bem colocado pelos autores citados, “uma vez que
520
morrer? Essa questão é bem observada do ponto de vista ético, sob o
lembrar, que como colocado pelo professor René Dentz, essas questões
desejo de encurtar sua a vida. As leis na Suíça, por exemplo, não deixam
claro o estado físico em que se encontra uma pessoa, para ela possa
que auxiliar o suicídio o faça por uma questão altruísta. Como no caso
521
Diante de tantas questões colocadas, além da repercussão dos
esta discussão nas leis do nosso ordenamento jurídico, visto que tanto
REFERÊNCIAS
SANTOS, Laura F. Hoje Não Posso, é o Dia que o Meu Pai Escolheu para
Morrer: A Morte Voluntária Assistida na Cultura Ocidental A Morte
Voluntária Assistida na Cultura Ocidental do Século XXI do Século XXI.
Interações número 12. p. 7-72. 2007. Disponível em:
https://www.interacoes-ismt.com/index.php/revista/article/view/223.
Acesso em: 24 Nov. 2022.
524
A HIPERVULNERABILIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
NAS RELAÇÕES CONSUMERISTAS PELA INTERNET
RESUMO:
1
Bacharel em Direito pela FUPAC-Mariana. Mestrando em “Novos Direitos, Novos
Sujeitos” pela Universidade Federal de Ouro Preto.
2
Doutor e mestre em Direito Privado da PUC-Minas. Professor de Direito Civil da FUPAC
Mariana e Itabirito. Advogado. (Orientador)
525
INTRODUÇÃO
prática e teórica sobre o assunto, o que por sua vez corrobora para uma
questão.
deficiência sob uma ótica geral de direitos; prosseguindo logo após com
526
os direitos básicos inerentes aos consumidores, colacionando-os ao
527
2.1 Código de defesa do consumidor e o entendimento da
vulnerabilidade e hipervulnerabilidade
O código de defesa do consumidor (CDC), lei Nº 8.078/90, possui
528
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,
material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no
mercado de consumo, mediante remuneração,
inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista. (BRASIL, Código
de defesa do consumidor, 1990)
529
seja, o fornecedor possui a expertise relacionada ao produto ou serviço
530
circunstâncias em casos concretos que possam gerar o desiquilíbrio
consumidor.
Brasil.
531
novo modelo de avaliação previsto na
convenção internacional sobre os direitos das
pessoas com deficiência em seu art. 1º, e no
estatuto da pessoa com deficiência em seu art.
2º estabelece que “Considera-se pessoa com
deficiência aquela que tem impedimento de
longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação
com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais
pessoas.” (Brasil, estatuto da pessoa com
deficiência, 2015)
Ademais, o parágrafo 1º do art. 2º do estatuto
da pessoa com deficiência determina que “A
avaliação da deficiência, quando necessária, será
biopsicossocial, realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
I - os impedimentos nas funções e nas
estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos
e pessoais;
III - a limitação no desempenho de
atividades; e
IV - a restrição de participação.” (BRASIL,
Estatuto da pessoa com deficiência, 2015)
532
Quando a deficiência é vista como resultado de
fatores extrínsecos e a legislação vem em
socorro para instrumentalizar o afastamento
desses obstáculos, a promoção da igualdade
material e da universalização dos direitos
fundamentais torna-se mais tangível; ou seja,
busca-se conceder às pessoas com deficiência
os mesmos direitos que são a todos garantidos
indistintamente, visto que somente assim é
possível pensar no efetivo acesso a uma vida
digna. (NASPOLINI, 2017, p. 11.)
seu art. 6º, assegura a plena capacidade civil das pessoas com
534
c) barreiras nos transportes: as existentes nos
sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na
informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude
ou comportamento que dificulte ou
impossibilite a expressão ou o recebimento de
mensagens e de informações por intermédio de
sistemas de comunicação e de tecnologia da
informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou
comportamentos que impeçam ou prejudiquem
a participação social da pessoa com deficiência
em igualdade de condições e oportunidades
com as demais pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam
ou impedem o acesso da pessoa com deficiência
às tecnologias;
V - comunicação: forma de interação dos
cidadãos que abrange, entre outras opções, as
línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o
sistema de sinalização ou de comunicação tátil,
os caracteres ampliados, os dispositivos
multimídia, assim como a linguagem simples,
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios
de voz digitalizados e os modos, meios e
formatos aumentativos e alternativos de
comunicação, incluindo as tecnologias da
informação e das comunicações. (BRASIL,
Estatuto da pessoa com deficiência, 2015)
dignidade etc.
536
V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou
sua revisão em razão de fatos supervenientes
que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e
administrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos
necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que trata o
inciso III do caput deste artigo deve ser acessível
à pessoa com deficiência, observado o disposto
em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência) (BRASIL, Código de defesa
do consumidor, 1990)
537
os fornecedores coloquem em circulação produtos impróprios para o
psicológico.
538
tributos incidentes e preço, inclusive sobre os eventuais riscos
informação:
concreto.
processo civil:
de atendimento etc.
540
Cabe frisar que por força do art. 69 da lei 13.146/15 (estatuto da
de sinais).
541
A fim de levantar as eventuais discussões do PROCON em
consumo.
542
Do universo de 976 entrevistados, 550 (56,35%) informaram não
543
que têm dificuldades é elevado: 39,24% (124).
(PROCON-SP, 2020)
solucionado, porém 68,22% (73) disseram que não houve mudança por
parte do fornecedor.
internet.
544
ocasionar na falta de informações inerentes aos direitos relacionados a
545
as informações do fornecedor afim que esse seja localizado e contatado
contratação.
contratação.
49 do CDC, bem como a forma eficaz de fazer valer tal direito, se assim
547
Como já exposto, a informação é um direito fundamental
de forma inacessível.
Nesse sentido:
fato.
549
estariam propensos a relação consumerista dentro da problemática
e desconhecido.
550
Nessa perceptiva, observaremos os aspectos do consumidor
aplicáveis.
551
Parágrafo 1º Considera-se pessoa com
deficiência visual aquela que apresenta baixa
visão ou cegueira.
Parágrafo 2º Considera-se baixa visão ou visão
subnormal, quando o valor da acuidade visual
corrigida no melhor olho é menor do que 0,3 e
maior ou igual a 0,05 ou seu campo visual é
menor do que 20º no melhor olho com a melhor
correção óptica (categorias 1 e 2 de graus de
comprometimento visual do CID 10) e
considera-se cegueira quando esses valores se
encontram abaixo de 0,05 ou o campo visual
menor do que 10º (categorias 3, 4 e 5 do CID
10).
[...] (BRASIL, Ministério da saúde, 2008)
inacessibilidade observada.
553
como desafios, um em que algoritmos analisam de forma automática o
se trata do teclado virtual, o qual não é acessível aos leitores de tela, tão
554
acessibilidade, como por exemplo botões e links não identificados
hipervulnerabilidade.
555
Já com relação ao comércio eletrônico, a invisibilidade refere-se
digital, sendo dever dos fornecedores a supressão delas para que seus
deficiência:
556
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios
da internet mantidos por empresas com sede ou
representação comercial no País ou por órgãos
de governo, para uso da pessoa com deficiência,
garantindo-lhe acesso às informações
disponíveis, conforme as melhores práticas e
diretrizes de acessibilidade adotadas
internacionalmente. (BRASIL, Estatuto da pessoa
com deficiência, 2015)
557
II - os direitos humanos, o desenvolvimento da
personalidade e o exercício da cidadania em
meios digitais;
III - a pluralidade e a diversidade;
[...]
V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a
defesa do consumidor; e
VI - a finalidade social da rede. (BRASIL, Lei Nº
12.965, 2014)
produtos bem como a prestação de seus serviços, nos termos do art. 39,
senão vejamos:
558
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação,
nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de
serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição
de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
(Brasil, código de defesa do consumidor, 1990)
559
opressão e tratamento desumano ou
degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção
mencionada no caput deste artigo, são
considerados especialmente vulneráveis a
criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com
deficiência.
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação
de pessoa em razão de sua deficiência:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
multa. (BRASIL, Estatuto da pessoa com
deficiência, 2015)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
560
Entretanto, percebe-se que ainda existem poucas discussões
por parte dos fornecedores não pode ser argumento para a recusa de
consumidores.
REFERÊNCIAS
561
BRASIL. Código de defesa do consumidor, 1990, disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm acesso
em: Abr., 2021.
562
FUNDAÇÃO DORINA. O que é deficiência?, disponível em <
https://fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/o-que-e-
deficiencia/> acesso em 04 JUN, 2021.
563
A POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO
DE POSSE POR INDENIZAÇÃO EM DECORRÊNCIA DA
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA NAS ÁREAS DE OCUPAÇÃO
IRREGULAR DO MUNICÍPIO DE MARIANA-MG
1
Graduando do 10º período do Curso de Direito da Faculdade Presidente Antônio
Carlos de Mariana.
2
Professora de Direito Civil e Processual Civil do Curso de Direito da Faculdade
Presidente Antônio Carlos de Mariana. Mestranda em Direito pela Universidade Federal
de Ouro Preto. Advogada.
564
INTRODUÇÃO:
565
específicos previstos na legislação, destacando a necessidade ou
Desapropriação Indireta.
em áreas do município.
interesse social, bem como pela requisição nos casos de perigo público
566
perda desmedida desse direito, consequentemente, poderá gerar
prejuízos e evitando uma longa espera por decisão judicial. Desse modo,
567
quarta sessão, apresentar os aspectos que possam contribuir com a
públicas.
justa ao expropriado.
569
notificar o proprietário e apresentar-lhe a oferta de indenização ou se
ao particular.
570
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 garante
de Araújo que:
Araújo.
572
expropriatória, à qual apenas faltou o
pagamento prévio, ou a prévia iniciativa da
propositura da ação. (BAPTISTA, 2011, p. 121)
administrativa”.
irregular.
prévia.
574
Em 1969, fica instituída a possibilidade de pagamento da
575
possessórias, visando se manter ou retomar a posse, aplicando o
instituto de retrocessão3.
prazo menor: Art. 205. “A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei
3
Retrocessão é a obrigação pessoal de devolver o bem ao expropriado, quando na
ocorrência da tredestinação, decorrente do desvio de finalidade na desapropriação, ou
seja, o uso do bem desapropriado para fim diverso daquele mencionado no ato
expropriatório.
576
Hely Lopes Meirelles entende a desapropriação como:
577
pelo particular no caso de imóvel objeto de
invasão. (BRASIL, 2011, n.p.)
578
processuais, a fim de assegurar ao particular a
obtenção de resultado prático correspondente à
restituição do bem, quando situação fática
consolidada no curso da ação exigir a devida
proteção jurisdicional, com fulcro nos arts. 461,
§ 1º, do CPC/1973. (BRASIL; STJ, 2018, grifo
nosso, n.p.).
579
ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor
pleno, contudo, nota-se, na prática jurídica, que esse direito, assim como
público e social.
constituição.
2010, p. 436).
580
Trata-se, em última análise, de prática
inconstitucional, cuja solução haveria de ser a
restituição do bem ao particular, acompanhada
de indenização por perdas e danos, e a punição
draconiana para os responsáveis pela ilicitude
[...].
Lamentavelmente, reputa-se que o
apossamento fático pelo Estado de um bem
acarreta sua integração no domínio público, tese
fundada do art. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/41 e
em outras disposições pretéritas. Essa
concepção deve ser repudiada em vista da
Constituição: se a desapropriação depende da
prévia e justa indenização em dinheiro, a ser
fixada judicialmente, não há fundamento
jurídico mínimo para afirmar a aquisição do
domínio do Estado mediante um ato de força,
incompatível com a ordem jurídica. É evidente
que, em face da Constituição, cabe a
reivindicação de bens indevidamente apossados
pelo Estado. (JUSTEN FILHO, 2006, p. 453)
581
José Carlos de Moraes Salles identifica que alguns agentes
de não absoluto.
obras públicas nos locais, sem que ocorra a devida desapropriação, faz
entre outros.
forma regular.
dignidade.
583
parágrafo primeiro, do Código Civil de 2002, para a remoção das
posse:
de 2015.
584
Não sendo efetivada a reintegração da posse, nas modalidades
justiça.
585
REINTEGRAÇÃO DE POSSE – POSSE INJUSTA E
DE MÁ-FÉ – CONCESSÃO DE LIMINAR –
RECURSO IMPROVIDO – 1 – Estando a petição
inicial de ação de reintegração de posse,
proposta dentro de ano e dia, instruída com a
prova do esbulho decorrente de
desapossamento por invasão clandestina do
terreno, da data de sua ocorrência e da perda da
posse, correta é a decisão que defere, sem ouvir
o réu, o mandado liminar de reintegração. 2 –
Agravo não provido4. (ESPÍRITO SANTO, 2010, p.
9)
4
TJES – Al 006.089.000.241 – 1ª C. Cív. – Rel. Des. Fábio Clem de Oliveira – Dje 15.07.2010.
5
TJSP – Al 990.10.233034-6 – São Paulo – 37ª CDPriv. – Rel. Luiz Fernando Lodi – Dje
15.03.2011
586
acima mencionados, não podendo o esbulho possessório contar com
mais de ano e dia, não se exigindo prova plena e exaustiva, ficando está
mínimo de segurança.
587
Independentemente da irregularidade real existente na
equipamento similar.
588
qualquer observância da legislação vigente, mesmo estando o objeto
sub judice. Sem muitas palavras, essa ação do Poder Público configura
uma verdadeira invasão de propriedade privada, sob a alegação de estar
envolvidas.
indireta, uma vez que, sendo realizada uma obra pública na propriedade
processo.
589
4.2 A inexequibilidade da sentença judicial ante a prestação
jurisdicional tardia
outras.
tratamento diferenciado.
590
Ao ocorrer a intervenção da Administração Pública através de
Decreto-Lei nº 33.65/1941.
591
propriedade particular sem observância dos procedimentos legais,
edificações irregulares.
592
Nessa ação de reintegração de posse, com petição inicial em 10
irreversibilidade da medida.
pela autora.
593
5.1.2 Processo nº 5000946-13.2020.8.13.0400 – autora CMP
Agricultura E Pecuária Limitada – reintegração de posse
594
que se percebe no decorrer desse processo é a continuidade de novas
6
Vara Cível da Comarca de Mariana-MG.
595
dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de
concessão da medida liminar, deverá designar
audiência de mediação, a realizar-se em até 30
(trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º
e 4º.
596
Tribunais Superiores, essa discussão quanto a demolições somente vem
liminar.
idosos.
conflito.
597
obras públicas, mesmo sem ter havido a desapropriação legal. O
segurança.
598
que o ente expropriante estaria cometendo, na realidade, uma
patrimônio da Fazenda Pública e, por força de lei, não poderá mais ser
carência e riscos.
599
5.1.3 Processo nº 5000294-30.2019.8.13.0400 – autor Município de
Mariana – reintegração/manutenção de posse
600
uma decisão em 2019, que muito se assemelha aos processos em
de Mariana.
601
Constatada a invasão, o proprietário recorre às forças de
clandestinas.
do julgamento de mérito.
602
risco, impróprios para a permanência de pessoas. Apesar das
603
Na expectativa de uma solução mais pacífica e próxima da
interesse social, este agora passa a fazer parte do cenário real da área
em conflito.
vulnerabilidade.
604
vulnerabilidade social. Temos como uma das principais necessidades o
em casos de emergência.
605
reivindicação, restando ao expropriado a possibilidade de indenização
em perdas e danos.
606
Partindo-se da normativa, de que o bem expropriado não
2013213583)
607
devolução do bem pelo ente público, uma vez afetado o imóvel a um
fim público.
608
CÁLCULO DO VALOR. LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA7. (BRASIL; STJ, 2018, n.p.)
um longo período.
7
REsp 1442440/AC, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
07/12/2017, DJe 15/02/2018.
609
possíveis com a inevitável construção de obras, como por exemplo:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
o autor ainda não tem como prever que a retomada do bem poderá ser
610
algumas intervenções pelo poder público, ainda que na realização de
desapropriação indireta.
611
SERVIÇO PÚBLICO. CONVERSÃO DO PEDIDO
REINTEGRAÇÃO EM INDENIZATÓRIO.
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. POSSIBILIDADE.
Na esteira do entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, é possível a conversão da
ação de reintegração de posse em ação de
indenização por desapropriação indireta,
quando configurada a destinação pública da
área objeto da demanda, em observância dos
princípios da celeridade e economia processual.
(BRASIL; STJ, 2018, n.p.)
do bem à parte autora, ao julgador não caberá outra decisão a não ser
612
pela margem de discricionariedade em converter a ação em
REFERÊNCIAS
613
BRASIL. Constituição (1891). Constituição da República dos Estados
Unidos do Brasil. Rio de Janeiro: Congresso Nacional Constituinte,
1891. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm.
Acesso em: 5 out. 2022.
614
BRASIL. Supremo Tribunal de Justiça. Súmula nº 119 do Superior
Tribunal de Justiça. Brasília, DF, 2010.
616
ART. 140 – CRIME CONTRA A HONRA: INJÚRIA
DESENVOLVIMENTO
1
Graduando do 9° período. Bacharelado em Direito, FUPAC-Mariana/MG.
2
Professor da PUC-Minas e da FUPAC-Mariana; Pós- Doutorado pela Université de
Fribourg/Suíça; Psicanalista.
617
modo a que se possa, sem perder a dimensão da amplidão envolta
Expressão, preceituado pelo Art. 5°, IX, CF., e vice-versa. Mas, in verbis,
homogeneizante.
razoabilidade etc.
Expressão) Art. 5°, IX, CF., e o (Direito à Honra) Art. 5°, X e IV, CF.,
hermenêutica jurídica”.
621
Entrementes, a ideia oportunizada pelo notório Filósofo do
Direito, traz um novo “frescor” para a discussão, uma vez que, desmonta,
hermético.
com base na ideia de um círculo, temos que: “o maior deles seria a esfera
destinada aos direitos que, por sua vez, estiverem contidos no círculo,
menor.
Personalidade.
625
considerou, por exemplo, “ que o maior ou menor grau de exposição
de que
626
Direito Penal, são elevados à categoria de bens
jurídicos penais”.
juridicamente”.
627
simplesmente por ser humana,
independentemente do cumprimento de
qualquer condição, constituindo atributo
ontológico do homem como ser integrante da
espécie humana”.
sendo tutelada pelo direito constitucional, pelo direito civil e pelo direito
penal”.
similar, Paulo Lúcio Nogueira, parte do princípio de que Honra seria “um
628
outro lado, também está implícita uma característica, de cunho mais
subjetiva, deste direito. Posto que, a sua tutela não visa somente a
o fato de que,
629
tutelar a honra subjetiva, ou seja, tem-se por resultado a busca por
etc.)”.
pelo Art. 140, do CP., em que nos traz a seguinte redação: “Injuriar
dada ao § 2°, do Art. 140, CP., que dispõe sobre a Injúria Real, em que,
630
por meio do contato físico, o agente tem os ânimos de humilhar o
CP., dispõe sobre a figura da Injúria Racial. Sendo esta uma modalidade
de injúria para a qual a lei prevê uma pena mais grave, em razão da
631
forma a marginalizar determinada pessoa em razão de alguma condição
CONSIDERAÇÕES FINAIS
632
sejam, na hipótese de aplicação da exceção de verdade ou, quando
REFERÊNCIAS
633
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. 3.
ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
634
INDIGNIDADE E EUTANÁSIA
DESENVOLVIMENTO:
3
Graduando do 9° período. Bacharelado em Direito, FUPAC-Mariana/MG.
4
Professor da PUC-Minas e da FUPAC-Mariana; Pós- Doutorado pela Université de
Fribourg/Suíça; Psicanalista.
635
por conseguinte, de uma discussão mais aprofundada e atenta, por
entre outros. Para que, assim sendo, se possa equacionar e sopesar, com
de “solidariedade”.
1814, I do CC.
atenta, ao que se encontra prelecionado pelo Art. 1.814, do CC., uma vez
636
que, trata-se dos modos de exclusão do direito de suceder por
do autor da herança.
637
Como prelecionado por Sílvio de Salvo Venosa, “a capacidade de
638
Como se pode observar, ambas decorrem da legislação, porém,
ter o devido processo legal, com fundamento nas hipóteses do art. 1814
a pena é aplicada pelo próprio autor da herança, que o faz por meio de
Civil”.
para a existência humana, uma vez que, não basta ter, é necessário,
639
Peter Singer defende que os direitos à morte dignam são formas
sendo mais do que apenas uma questão de saúde. De acordo com ele,
extremo. Para ele, a eutanásia deve ser um processo que seja fornecido
tratar sobre o que é visualizado como ato indigno, visto que, uma
julgamento injusto, aos olhos sociais, para quem será penalizado por
esse ato. “Sua imagem social será sempre lembrada como um homem,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
641
dificilmente qualificáveis como humanos, lançando luz ao binômio vida
e morte.
digna.
humana.
REFERÊNCIAS
642
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Volume 2: Parte especial. 14.
ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial. Volume II. 11.
ed. Niterói: Impetus, 2014.
643
FAMÍLIA MULTIESPÉCIE: DA “POSSE” AO AFETO.
Família, família
Cachorro, gato, galinha
Família, família
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania
(…)
(Titãs – Família)
RESUMO:
5
Graduando do 9° período. Bacharelado em Direito, FUPAC-Mariana/MG.
6
Professor da PUC-Minas e da FUPAC-Mariana; Pós- Doutorado pela Université de
Fribourg/Suíça; Psicanalista.
644
reinterpretação apresentada pela Constituição de 1988, trouxe novas
tecituras e nuances quanto à dimensão interpretativa. Desta feita, o
presente texto constitucional, trouxe à baila novos contornos para o
Direito de Família, em que pese, o reconhecimento entre a igualdade
entre o homem e a mulher, protegendo de igual forma todos os
membros do grupo familiar, destaca-se ainda, as diretrizes trazidas pela
União Estável, bem como, o reconhecimento de novas formas de família,
a exemplo, das homoafetivas e as famílias não monogâmicas.
vir a “prosperar”.
646
constituídas através do casamento não podendo haver dissolução ou
cenário doméstico.
647
prevalência do ser e não mais do ter, tendo como pilar mestre da família
atenção, para o importante papel das Cortes brasileiras que, por sua vez,
4.277, de 2011.
seus filhos, conforme previsto no art. 226, § 4°, CF/88. Porém, além
humanos. Em sua obra, ela argumenta que a vida de cada ser vivo,
cuidado devido.
Para ela, uma ética animal verdadeira implica em dar conta, para além
egrégio jurista Vicente de Paula Ataide Junior (2018, p. 52), nos chama
Medeiros e Petterle,
ser senciente, que sente dor, que está sujeito ao sofrimento e, portanto,
materialmente a constituição.
compreensão dos animais como coisas. O que gera, por assim dizer,
tratando das demandas judiciais nos casos que cuidam da guarda dos
que a relação afetiva do animal com o não proprietário seja mais forte
tutores e seus animais de estimação, uma vez que, assim como nos casos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
656
Nesta senda, em detrimento do aspecto formal de tempos
“afetividade”,
querer estar próximo, de amar etc., outro ser humano, ou até mesmo,
REFERÊNCIAS:
657
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: família e sucessões. 5.ed.
rev. E atual. São Paulo: Saraiva, 2012, v. 5.
LÔBO, Paulo. Direito Civil [livro eletrônico]: famílias. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MADALENO, Rolf. Direito de Família [livro eletrônico]. 10. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2020.
658
SOUZA, Isabela. O que são direitos humanos? 2017. Disponível em:
https://www.politize.com.br/direitos-humanos-o-que-sao/.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil [livro eletrônico]: direito de família. 14. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2019.
659
RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME “CABO DO MEDO”
7
Graduando do 9° período. Bacharelado em Direito, FUPAC-Mariana/MG.
8
Professor da PUC-Minas e da FUPAC-Mariana; Pós- Doutorado pela Université de
Fribourg/Suíça; Psicanalista.
660
possibilitar a compreensão de que, um mesmo objeto, pode ter, uma
Sam).
“reintegrado” à sociedade.
que a “vítima”, era promíscua. Fato este que poderia ensejar, em uma
de fato, seja”.
nos cerca.
662
Notadamente, destaca-se ainda, a emblemática citação, ao
663
Desta feita, a forma como nos são apresentados os personagens,
seu cliente, nos moldes dos arts. 33, do Estatuto da Advocacia e a OAB.
Bem como do art. 2°, incisos, I e II, do Código de Ética da OAB. Frisa-se
664
moralidade pública, da Justiça e da paz social,
subordinando a atividade do seu Ministério
Privado à elevada função pública que exerce.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza
e a dignidade da profissão, zelando pelo seu
caráter de essencialidade e indispensabilidade;
II – atuar com destemor, independência,
honestidade, decoro, veracidade, lealdade,
dignidade e boa-fé;
[…]. ( Código de Ética da OAB)
relatório da polícia, a saber: “que a vítima era promíscua, […], tendo pelo
a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: […]”.
665
ao estupro (ressalvado os casos em face de crimes sexuais contra
incapazes).
a vítima era promíscua, […], tendo pelo menos três amantes”, como fora
consensual. Sendo que, por sua vez, neste caso, não haveria a conduta
questões: o valor de uma vida pode ser computado pelo dinheiro? Qual
dignidade?
“blasé”. Ou seja, marcada por uma certa dose de indiferença. Claro que
esposa Leigh. Que quando indagado por esta, sobre quem seria este
indiferente, não sabia dizer quem era, o que fez ou, do que se tratava.
quadro, meramente, pelo seu recorte, mas, de todo o seu contexto […],
REFERÊNCIAS
669
Este e-book usou, , essencialmente, fonte
Ebrima 11, e foi produzido em maio de 2023
670