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Rich Carmicheal

No contexto de ensinamentos sobre o final dos tempos e os sinais da sua volta, Jesus
advertiu que haveria aumento de engano, guerras e rumores de guerra, inquietações
nacionais, fome, terremotos, perseguição e criminalidade. Ele também nos alertou que o
amor de muitos se esfriaria (Mt24.3-12). Ele usou a analogia da mulher perto de dar à luz
(v.8) para indicar que os sinais da sua vinda, assim como as dores de parto, aumentarão
tanto em frequência quanto em intensidade à medida que o fim se aproxima. Ele nos
admoesta que “quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a
cabeça, porque estará próxima a redenção” (Lc 21.28, NVI).

Quando olhamos para os ensinamentos de Jesus, tudo ao nosso redor parece indicar que“o
fim de todas as coisas está próximo” (1 Pe 4.7). Vivemos em um tempo marcado por
depravação moral, conflitos nacionais, desastres naturais, crises econômicas e aumento de
incertezas e medos. As condições de vida no nosso mundo têm se tornado cada vez mais
complicadas, as pressões sobre as nações e sobre os indivíduos têm aumentado. Se houve
um tempo em que o povo de Deus deveria estar em alerta, sóbrio e envolvido com o Reino,
esse tempo é agora.

Infelizmente, alguns cristãos acreditam que são incapazes de causar algum impacto
significativo no mundo antes da volta de Jesus. Creem que as condições no mundo e na
Igreja continuarão a piorar e que, portanto, não há esperança para salvação e avivamento
global. Em alguns casos, parecem estar mais ansiosos com o fim dos tempos do que com a
necessidade de remir o pouco tempo que nos resta nestes dias maus (Ef 5.16).

Será que esse raciocínio é lógico? É hora agora de desistir de tudo e acomodar-se em
recuar e simplesmente se proteger até a volta de Jesus? Deveríamos nos entregar a um
inevitável declínio espiritual e moral, ou ainda há esperança para um grande mover de Deus
entre os perdidos e dentro da Igreja? Ainda há tempo para as pessoas perdidas se voltarem
para Jesus Cristo e encontrar salvação? Os cristãos mornos podem ainda se arrepender da
apatia e do espírito do mundo e se tornar apaixonados por Cristo? Há ainda esperança de
um derramar do Espírito trazendo avivamento pessoal e coletivo entre nós?

Juízo ou Avivamento?

A história de Jonas traz luz para algumas questões. Sabemos que, por causa da maldade
do povo de Nínive, o Senhor enviou o profeta Jonas para aquela cidade com a mensagem
de iminente juízo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4). Não há dúvida
de que a palavra do Senhor pregada por Jonas era verdadeira. O juízo era inevitável;no
entanto, por causa do povo que creu em Deus e respondeu ao seu aviso com grande
humildade, oração e arrependimento (3.5-9), “…Deus se arrependeu do mal que tinha dito
lhes faria e não o fez” (3.10)

O coração de Deus não deseja condenar e destruir o homem perverso, mas levá-lo a
arrependimento e salvação. Mesmo que os ninivitas merecessem juízo e estivessem
prestes a recebê-lo, Deus não queria julgá-los nem tampouco destruí-los. O propósito de
Deus em enviar Jonas não era apenas anunciar a destruição que estava por vir, mas dar ao
povo a oportunidade de responder à advertência e escapar do juízo por causa de sua
grande compaixão. O desejo dele durante todo esse tempo foi que o povo se arrependesse,
não que ele fosse obrigado a exercer juízo.

O Senhor se importa profundamente com todas as suas criaturas, especialmente a


humanida de que ele criou à sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26). Ele é um
Salvador que deseja “que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade” (1 Tm2.4). Ele não tem prazer na morte do ímpio, mas chama os
pecadores ao arrependimento e à vida. Ele é rico em bondade, paciência e longanimidade,
e sua bondade conduz os pecadores ao arrependimento (Rm2.4). Arrependimento traz
grande alegria no céu (Lc 15.7,10), e o Apóstolo Pedro diz que a segunda vinda de Cristo
pode ser tardia (ou parecer tardia) para que haja tempo suficiente para o arrependimento:
“Um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa,
como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não
querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe3.8-9).

Este é o tempo para o ministério!

Portanto, considerando os sinais dos tempos e os acontecimentos em nossa volta, quanto


tempo temos? Ou melhor: de quanto tempo precisamos? Nínive teve somente quarenta dias
de prazo até o juízo. No entanto, foi suficiente para um profundo arrependimento que
poupou a vida de milhares de moradores daquela cidade. Só precisou de um profeta de
Deus que proclamasse a mensagem de Deus fielmente – ainda que com certa relutância.

Assim como o Senhor trabalhou poderosamente usando o ministério de Jonas em uma hora
tão tardia para Nínive, ele pode trabalhar grandemente por meio de nós nestas últimas
horas para o mundo. Consideremos a exortação e o encorajamento do Apóstolo Pedro:
“Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das
vossas orações. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros… Servi
uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se
alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus
glorificado, por meio de Jesus Cristo…” (1 Pe4.7-11).

Note a conexão que Pedro faz entre a proximidade do fim de todas as coisas e a
significância do nosso ministério para os outros. “Ora, o fim de todas as coisas está
próximo; sede, portanto…” Em outras palavras, já que o final dos tempos está tão perto, o
mais importante de tudo é que sejamos tementes, sóbrios no espírito, focados na oração,
fervorosos no amor, fiéis em ministrar a graça de Deus e apaixonados em proclamar a sua
mensagem. O fato de que o fim está próximo não deve diminuir nosso ministério, mas
intensificá-lo! Este não é um tempo para se esconder ou desistir de tudo até que Jesus
volte, mas de dedicar-se de todo o coração à obra de Deus. Nosso mundo perdido e ferido
precisa de nós mais do que nunca. Este é o tempo de “ser pregado o evangelho do reino
por todo o mundo, para testemunho a todas as nações” (Mt 24.14). Esta é a hora de provar
que somos filhos de Deus acima de reprovação no meio de uma geração desonesta e
pervertida, e de surgir como luz no mundo enquanto pregamos a palavra da vida (Fp
2.15-16). “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.” (Ef 5.15-16).
Potencial ilimitado

No tempo que nos resta antes do fim de todas as coisas, o que poderia ainda acontecer se
o povo de Deus levasse a sério a santidade, se empenhasse em orar fervorosamente pelos
outros, mostrasse o amor de Deus,compartilhasse a graça e a Palavra de Deus e buscasse
a força e a unção de Deus para o ministério? O que Deus poderia fazer por meio de nossas
vidas, nossas orações e nosso serviço? Qual impacto poderia haver nos dias vindouros
para as nossas famílias, entre nossos amigos, em nosso bairro e até mesmo na nossa
nação ou em outros países?

Claro, o potencial é ilimitado por causa do poder de Deus e da sua Palavra. Ele transformou
a pervertida cidade de Nínive com a pregação de um único homem. E ele ainda almeja
salvar e reavivar muitas preciosas almas antes do dia do Juízo. E, mesmo agora, ele está
procurando pregadores fiéis, intercessores fiéis e servos fiéis para preparar o caminho para
salvação e avivamento.

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