Você está na página 1de 7

Ficha de avaliação n.

° 3

Nome: N.° Turma:

Data: Avaliação: Professor:

Grupo I
Texto 1
A pele é um órgão de múltiplas camadas de tecido, muitas vezes apresentando estruturas
associadas, que estabelece uma interface protetora entre o organismo e o meio ambiente. Nos
mamíferos, a pele fornece uma barreira física e imunológica, contribuindo para a
termorregulação e o equilíbrio hídrico. Nos cetáceos, como as baleias, a pele típica dos
mamíferos foi modificada, emergindo como uma característica da sua adaptação a um estilo de
vida totalmente aquático. De facto, a sua epiderme é 50 vezes mais espessa do que a dos seus
homólogos terrestres, apresentando uma alta taxa de renovação celular. Além disso, a hipoderme
é mais espessa e gordurosa, não possuindo glândulas sebáceas e sudoríparas, nem pelagem.
Estas alterações da pele dos cetáceos resultaram da perda de genes que afetaram processos,
como a queratinização da pele ou a sua lubrificação.
A evolução por perda de genes não corresponde, necessariamente, à remoção completa de
um gene de um genoma, mas a qualquer alteração que leve à perda da sua função, passando
pela inativação de RNA, ou outros processos que interferem na síntese das proteínas.
Themudo, E. et al. (2020). Losing genes: The evolutionary remodeling of cetacea skin. Frontiers in Marine Science,
912. DOI: 10.3389/fmars.2020.592375

1. De entre as afirmações seguintes, relativas ao processo evolutivo descrito, selecione as duas


que estão corretas.
I. A perda de uma característica pode ser explicada pela não ocorrência da transcrição
de um gene que a codifica.
II. A evolução ocorre sempre no sentido da produção de um maior número de proteínas.
III. Algumas estruturas associadas à pele podem ter-se tornado vestigiais, no processo de
adaptação ao meio marinho de um ancestral terrestre.
IV. A evolução dos cetáceos e dos mamíferos terrestres é um exemplo de
evolução convergente, já que os seres estão sujeitos a diferentes pressões
seletivas.
V. Os cetáceos e outros animais marinhos, como os tubarões, tiveram uma evolução
divergente, devendo apresentar estruturas análogas.

2. No processo de evolução dos cetáceos descrito, há alteração do relativamente aos


seus ancestrais e manutenção de estruturas partilhadas com os mamíferos terrestres.
(A) genoma … (C) cariótipo … análogas
análogas
(D) genoma … homólogas
(B) cariótipo … homólogas
3. As células da epiderme dos cetáceos apresentam ciclos celulares com citocinese
resultante de .
(A) curtos … estrangulamento
(B) longos … fusão de vesículas
(C) curtos … fusão de vesículas
(D) longos … estrangulamento

22
Fichas de avaliação Ficha de avaliação n.° 3

4. Na perspetiva darwinista, a alteração da espessura da pele dos cetáceos pode ser resultante
(A) da existência, nos cetáceos ancestrais, de genes selecionados pela adaptação
ao ambiente aquático.
(B) do aparecimento de mutações específicas, após a continuada adaptação ao
ambiente aquático.
(C) da necessidade de adaptação individual dos cetáceos, em resposta às exigências
do ambiente aquático.
(D) da sobrevivência diferencial dos cetáceos com a espessura de pele mais adaptada ao
ambiente aquático.

5. Ordene as afirmações seguintes de modo a reconstituir a sequência evolutiva que levou à


existência de seres multicelulares, segundo a perspetiva do modelo endossimbiótico.
A. Fagocitose de procariontes por outros de maiores dimensões.
B. Associação de células com reduzida diferenciação celular.
C. Estabelecimento de relações de interdependência entre procariontes.
D. Existência de células procarióticas aeróbias de pequenas dimensões, livremente.
E. Aparecimento de seres com diferenciação celular.

6. Explique, numa perspetiva lamarckista, a espessura da pele nos cetáceos atuais.

Texto 2
Nas regiões costeiras, o oceano é fonte de aerossóis salinos, que reagem com os materiais
geológicos usados no revestimento de habitações, deteriorando-os precocemente.
Com o objetivo de determinar a resistência de calcários, em construções perto da linha de
costa, várias amostras foram sujeitas a envelhecimento acelerado numa câmara de produção de
nevoeiro. Placas de 150 milímetros de lado e 25 milímetros de espessura foram expostas a uma
neblina salina durante 4 horas, seguidas de secagem durante 12 horas. O procedimento foi
repetido 60 vezes de forma automatizada. Após estes ciclos, as amostras foram mergulhadas em
água destilada, até se garantir que a maior parte dos precipitados salinos foram dissolvidos.
De seguida, determinou-se a perda de massa das amostras, a absorção de água e a
resistência à flexão. Foi calculada uma taxa de variação, por comparação com resultados obtidos
em amostras não sujeitas a envelhecimento. Os resultados obtidos encontram-se expressos na
tabela I.
Tabela I • Parâmetros avaliados no ensaio de resistência do calcário ao envelhecimento por nevoeiro salino.

Variação de Variação da
Porosidade Perda de massa
Calcário absorção de água resistência à
aberta inicial (%) (%) (%) flexão (%)

“Cabeça de 8,3 0,18 -5 -4


Veada”
“Semi-Rijo do 17,0 0,38 -7 12
Arrimal”
“Creme Fátima” 9,3 0,23 2 12
“Moca Creme” 6,9 0,16 -3 4
“Moleanos” 3,4 0,12 7 -8
“Azul de Ataíja” 1,8 0,20 0 10
Baseado em Carvalho, C. (2015). Estudo da influência do nevoeiro salino nas propriedades de calcários
portugueses
(tese de doutoramento). Universidade Nova de Lisboa. Disponível em run.unl.pt/handle/10362/16315
Ficha de avaliação n.° 3 Fichas de avaliação

7. O processo de meteorização física simulado na experiência é


(A) a crioclastia, por ação do nevoeiro mais frio do que a rocha.
(B) a termoclastia, devido às diferenças de temperatura nas zonas litorais.
(C) a haloclastia, que corresponde ao aumento das fissuras por ação de sais minerais.
(D) o alívio de pressão à superfície.

8. O aumento da absorção de água nos calcários testados é consequência direta


(A) do aumento da porosidade.
(B) do nevoeiro salino.
(C) do número de ciclos de teste.
(D) da meteorização química.

9. Considere as afirmações seguintes, relativas ao estudo realizado, e selecione a opção que as


avalia corretamente.
I. O calcário mais apto para revestimentos em áreas costeiras é o de Arrimal.
II. Não há uma relação direta entre a perda de massa do calcário e a variação da absorção
de água.
III. A ação das soluções salinas foi menos intensa nos vértices e arestas das amostras.
(A) I é falsa; II e III são verdadeiras.
(B) I e III são falsas; II é verdadeira.
(C) II é falsa; I e III são verdadeiras.
(D) I e II são falsas; III é verdadeira.

10. Uma das condições determinantes da fiabilidade dos resultados foi


(A) a variedade das amostras de calcário.
(B) a mesma duração de exposição à neblina.
(C) a repetição do procedimento.
(D) o uso de calcários porosos.

11. Estabeleça a correspondência correta entre as afirmações da coluna I, relativas a diferentes


tipos de meteorização química, e a designação correspondente, na coluna II.

Coluna I Coluna II
(a) Processo que ocorre nos minerais com ferro na sua (1) Hidrólise
composição. (2) Oxidação
(b) Processo responsável pela formação de caulinite a (3) Dissolução
partir do feldspato. (4) Hidratação
(c) Processo que permite a entrada de água na rede (5) Carbonatação
cristalina do mineral.

12. A do calcário pela água acidificada provoca a libertação de iões


e hidrogenocarbonato.
(A) oxidação … K+ (C) dissolução … Ca2+
+
(B) dissolução … K (D) oxidação … Ca2+
13. Descreva as condições experimentais de um eventual grupo de controlo.

24
Fichas de avaliação Ficha de avaliação n.° 3
Texto 3
Os habitats marinhos rochosos de baixa profundidade das regiões temperadas e frias são
dominados por algas castanhas gigantes, vulgarmente denominadas por kelp.
As florestas de kelp distribuem-se pelos oceanos temperados e frios de todo o mundo. Entre
os géneros mais frequentes, destaca-se o Laminaria, que se distribui, principalmente, pelo oceano
Atlântico, pela China e Japão. O género Ecklonia distribui-se pela Austrália, Nova Zelândia e
África do Sul e o género Macrocystis ocorre no nordeste e sudeste do oceano Pacífico, na
Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Conhecem-se cerca de 13 espécies de kelp nas águas
europeias. No diagrama da figura 1 apresentam-se as relações de parentesco evolutivo entre
algumas destas algas, baseadas na análise de genes plastidiais, mitocondriais e ribossomais.
No nosso país são frequentes as florestas de Laminaria hyperborea, Laminaria ochroleuca,
Saccorhiza polyschides, Saccharina latissima, Undaria pinnatifida, Phyllariopsis brevipes e
Phyllariopsis purpurascens. Undaria pinnatifida é uma espécie exótica, de crescimento rápido,
com a capacidade de colonizar ambientes perturbados e com potencial de se tornar muito
abundante. Por ser uma espécie não nativa, poderá alterar o equilíbrio das comunidades
marinhas.

Fig. 1. Reconstrução filogenética das algas kelp, baseada no cruzamento da


análise de genes plastidiais, mitocondriais e ribossomais.

Baseado em Starko, S. et al. (2019). A comprehensive kelp phylogeny sheds light on the evolution of an ecosys-
tem.
Molecular Phylogenetics and Evolution, 136, 138-150.

14. A representação da filogenia das algas kelp, através da árvore filogenética


apresentada, baseou-se em estruturas moleculares
(A) homólogas apresentadas pelas espécies estudadas.
(B) homólogas que resultam de pressões seletivas semelhantes.
(C) análogas apresentadas pelas espécies estudadas.
(D) análogas que resultam de pressões seletivas semelhantes.
Ficha de avaliação n.° 3 Fichas de avaliação

15. A análise da árvore permite-nos afirmar que


(A) as espécies do género Ecklonia apresentam um ancestral comum mais recente do que as
espécies do género Laminaria.
(B) a espécie Laminaria hyperborea partilha mais informação genética com a espécie
Laminaria ephemera do que com a espécie Laminaria digitata.
(C) as espécies de algas kelp não compartilham um ancestral comum.
(D) o clima não tem influência na distribuição da divergência evolutiva das algas kelp.

16. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra
corresponde um só número.
As algas kelp pertencem ao reino (a) , obtêm alimento por (b) e, apesar de serem
seres (c) , apresentam reduzida diferenciação celular. No seu processo de reprodução
sexuada têm meiose pré-espórica e, por isso, têm um ciclo de vida (d) ,representando
o (e) o indivíduo adulto.

(a) (b) (c) (d) (e)


1. Protista 1. heterotrofia por ingestão 1. multicelulares 1. haplonte 1. gametófito
2. Monera 2. heterotrofia por absorção 2. coloniais 2. haplodiplonte 2. esporófito
3. Plantae 3. autotrofia 3. eucariontes 3. diplonte 3. esporângio

17. Considere as afirmações seguintes, que dizem respeito à taxonomia das algas kelp do nosso
país, e selecione a opção que as avalia corretamente.
I. Laminaria hyperborea e Laminaria ochroleuca pertencem a classes diferentes.
II. Há cinco géneros diferentes de algas kelp no nosso país.
III. Undaria pinnatifida e Phyllariopsis brevipes têm menor número de taxa em comum do que
Phyllariopsis brevipes e Phyllariopsis purpurascens.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

Grupo II
Num estudo foram avaliados os efeitos das baixas temperaturas nas sinapses cromossómicas
e na formação de cruzamentos entre cromossomas homólogos, na variedade de trigo Chinese
Spring. Esta variedade possui sete cromossomas repetidos seis vezes, ou seja, 6n = 42
cromossomas no total. Esta repetição cromossómica do trigo moderno reflete a sua hibridização a
partir de três espécies ancestrais.
No presente estudo foram selecionadas duas variantes de Chinese Spring – a selvagem e a
mutante (ttmei1). As plantas das duas variantes, inicialmente, foram cultivadas a 20 °C (dia) e a
15 °C (noite), com fotoperíodo de 16 h e 70% de humidade, até ao início da formação da espiga.
Em seguida, vários grupos de plantas foram transferidos para estufas de crescimento sob luz
contínua, e expostos à temperatura de 13 °C durante 7 dias. Grupos de plantas idênticos foram
transferidos para estufas, sendo expostos a 30 °C durante 24 h. As diferenças na duração dos
diferentes tratamentos garantiram que as plantas fossem expostas aos tratamentos de
temperatura durante o período da interfase e na fase inicial da meiose I, quando as plantas são
sensíveis à variação da temperatura. Este tratamento assegurou, também, que as células-mães
dos grãos de pólen se encontravam na metáfase I, para que pudessem ser contadas as sinapses
e os crossing-over nos cromossomas. Esta contagem foi realizada pela análise de imagens de
microscopia.
26
Fichas de avaliação Ficha de avaliação n.° 3

Em cada célula, as diferentes configurações dos cromossomas foram contadas da seguinte


maneira: cromossomas univalentes não emparelhados (0 quiasmas), bivalentes com 1 quiasma,
bivalentes com 2 quiasmas e bivalentes com múltiplos crossing-overs (MCO) (fig. 2).

Fig. 2. Efeito da temperatura nos cromossomas em metáfase I das células-mães dos grãos de pólen de duas
linhagens da variedade de trigo Chinese Spring.

Baseado em Draeger, T., Martin, A., Alabdullah, A.K. et al. (2020). Dmc1 is a candidate for temperature tolerance during
wheat meiosis. Theor Appl Genet,133, 809–828. DOI: 10.1007/s00122-019-03508-9

1. No estudo referido no texto, o número de cromossomas em crossing-over constituiu uma


variável e a temperatura uma variável .
(A) dependente … dependente (C) independente … dependente
(B) dependente … independente (D) independente … independente
2. Indique o grupo de plantas que constituiu o controlo experimental.

3. Compare os resultados da variedade selvagem e da variedade ttmei1, a baixas temperaturas.

Grupo III
As pedras boroas do Junqueiro encontram-se no planalto da serra da Freita, concelho de
Arouca (fig. 3). Aí, encontram-se blocos graníticos que, nas superfícies verticais, exibem fissuras
poligonais bem individualizadas. Estas formas apresentam, geralmente, cinco a seis lados não
regulares e apenas alguns centímetros de profundidade.
A sua génese e evolução envolveu a
associação de processos subsuperficiais
e subaéreos. Este tipo de modelado terá
tido início perto da superfície, através de
processos de fissuração. Esta rede de
fraturas/fissuras permite a circulação de
água, que propicia a ocorrência de
processos físico-químicos, e a
progressão da meteorização e da
erosão, que se mantém com a
exposição subaérea dos blocos.
Baseado em http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/ Fig. 3. Pedras boroas do Junqueiro, no Geoparque de Arouca.
geodiversidade/geossitios/pedras-boroas-do-
junqueiro/ [consult. mar 2022]
Ficha de avaliação n.° 3 Fichas de avaliação

1. A génese das fissuras das geoformas relaciona-se com um processo de meteorização


por .
(A) física … crioclastia
(B) física … alivio de pressão
(C) química … haloclastia
(D) química… hidrólise

2. Com a ocorrência de poderá ocorrer o alargamento das fissuras por .


(A) crioclastia … aumento do volume da água
(B) haloclastia … crescimento de cristais de gelo
(C) termoclastia … esfoliação
(D) hidratação … perda de água pelas rochas

3. As geoformas representadas na figura 3


(A) só têm origem quando o granito fica exposto à superfície.
(B) originam-se no interior da crusta, próximo da superfície.
(C) só evoluem por meteorização física.
(D) não sofrem alteração química.

4. Associe os processos da sedimentogénese, apresentados na coluna I, às afirmações da


coluna II que lhe correspondem. Cada uma das afirmações deve ser associada apenas a
uma das letras, e todas as afirmações devem ter correspondência.

Coluna I Coluna II
(a) Meteorização (1) Responsável direto pela formação de caos de blocos nos
(b) Erosão maciços graníticos.
(c) Transporte (2) Pode levar à formação de novos minerais.
(d) Sedimentação (3) Devido a este processo ocorre a formação de estratos.
(4) Durante o processo ocorre granosseleção e calibragem.
(5) Ocorre por haloclastia, em regiões costeiras.
(6) Pode ocorrer como resultado do degelo de glaciares.
(7) Apresenta diferentes modos, de acordo com o tamanho dos
detritos.

5. Explique de que forma o desenvolver do processo representado na figura 3 pode levar à


formação de rochas detríticas.

28

Você também pode gostar