UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

ÁLGEBRA LINEAR E GEOMETRIA ANALÍTICA – AULA 6

ENGENHARIA CIVIL – CCET – CAMPUS CIDAO

INTRODUÇÃO AO PRODUTO VETORIAL

Recapitulando:

 Produto escalar em n
= Valor escalar
 Produto vetorial em n
= Vetor

Vamos definir vetores ⃗ e ⃗⃗, como vetores em :

⃗ [ ] ⃗⃗ [ ]

⃗ ⃗⃗ [ ]

Exemplo 1:

( )
⃗ [ ] ⃗⃗ [ ] [ ] [ ]
( )

 Aplicar a regra da mão direita, para tentar visualizar o vetor resultante ( ⃗ ⃗⃗),
ortogonal a ⃗ e ⃗⃗.

Vamos provar que o vetor resultante ( ⃗ ⃗⃗) é ortogonal a ⃗ e ⃗⃗:

[ ] [ ] ( ) ( ) ( ) ( )

vetorial escalar ( ) ( )

[ ] [ ] ( ) ( ) ( ) ( )

vetorial escalar ( ) ( )

Então, podemos afirmar que o vetor resultante é ortogonal aos vetores iniciais.
 DEMONSTRAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE PRODUTO VETORIAL E O SENO DE
UM ÂNGULO ENTRE OS VETORES

1. ⃗ ⃗⃗ | ⃗| | ⃗⃗|
2. | ⃗| ⃗ ⃗
3. | ⃗ ⃗| | ⃗| | ⃗⃗|

Vamos aplicar as propriedades 1. e 2. e provar que a 3. é verdadeira:

[ ] [ ] [ ]

|⃗ ⃗⃗| ( ) ( ) ( )

|⃗ ⃗⃗| ( ) ( )

( )

|⃗ ⃗⃗| [ ( )] [ ( )] [ ( )]

( )

Vamos a uma pausa nesse cálculo e aplicar algumas informações:

1. | ⃗| | ⃗⃗| ⃗ ⃗⃗

Para relacionarmos com o resultado a cima vamos elevar ambos os lados ao

quadrado

(| ⃗| | ⃗⃗| ) ( ⃗ ⃗⃗)

(| ⃗| | ⃗⃗| ) ( ⃗ ⃗⃗) ( ⃗ ⃗⃗) ( )

( ) ( )

( )

( )

Vamos adicionar o resultado anterior com esse, para relacionarmos os ângulos com
o produto vetorial:

 |⃗ ⃗⃗| [ ( )] [ ( )] [ ( )] (
)
 (| ⃗| | ⃗⃗| ) ( )

 (| ⃗ ⃗⃗| ) (| ⃗| | ⃗⃗| ) [ ( ) ( )
( )
 |⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( ) ( )

|𝑏⃗⃗| |𝑎⃗|

|⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗|

Igualando ao produto vetorial:

|⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗|

|⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( )

 ( )
|⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( )
|⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( )

COMPARAÇÃO ENTRE PRODUTO VETORIAL E PRODUTO ESCALAR ( )

1. Produto escalar: ⃗ ⃗⃗ | ⃗| | ⃗⃗| ( )

⃗ ⃗⃗
( )
| ⃗| | ⃗⃗|
⃗ ⃗⃗
( ) [ ]
| ⃗| | ⃗⃗|
2. Produto vetorial: | ⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( )

Vamos comparar as afirmativas 1. e 2.:

 Na trigonometria temos que:

( )

( )
| ⃗|

| ⃗| ( )

Vamos juntar as duas informações que temos no produto escalar:

⃗ ⃗⃗ | ⃗| | ⃗⃗| ( )

 | ⃗| ( ) | ⃗⃗| ( ) ⃗ ⃗⃗
 Se o comprimento de ⃗ ⃗⃗ e o ângulo entre eles . O produto escalar
será ⃗ ⃗⃗ .
 Se o comprimento de ⃗ ⃗⃗ e O produto escalar será de ⃗ ⃗⃗ .
 Dessa forma a equação é o produto dos módulos com a mesma direção.

E para o produto vetorial teremos que:

|⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( )

 Na trigonometria temos que:

( )

( )
| ⃗|

| ⃗| ( )

 Da mesma forma teremos:

2. | ⃗ ⃗⃗| | ⃗| | ⃗⃗| ( ) |⃗ ⃗⃗| | ⃗⃗| ( )

 Se os vetores forem perpendiculares ( ) e com ⃗ ⃗⃗. Obteremos assim

que o produto escalar é mínimo.
 Se os vetores colineares ⃗ e ⃗⃗ com , não há perpendicularidade entre eles e
o produto escalar é máximo.

3. Área do paralelogramo: ( )

| ⃗⃗|

 ( ) | ⃗| ( ) | ⃗| ( )
| ⃗⃗| (| ⃗| ( )) | ⃗ ⃗⃗|
| ⃗ ⃗⃗|

Dessa forma o produto vetorial pode obter a área do paralelogramo, a partir dos dois
vetores que deram origem a ele.
Você tem duas dimensões ⃗ e ⃗⃗⃗, então pense no espaço do paralelogramo formado
por elas, em outras palavras, se você pegar uma cópia de ⃗ e mover o cabo até a
ponta de ⃗⃗⃗, e outra de ⃗⃗⃗ e mover o cabo até a ponta de ⃗, os quatro vetores agora
formam um paralelogramo em questão. O produto vetorial de ⃗ e ⃗⃗⃗, escritos no
símbolo de multiplicação , sendo assim ⃗ ⃗⃗⃗, é a área do paralelogramo. Bem,
quase, uma vez que temos que considerar as orientações.

Basicamente, se ⃗ está na direita de ⃗⃗⃗ então ⃗ ⃗⃗⃗ é positivo, e igual à área do

paralelogramo. Porém se ⃗ está na esquerda de ⃗⃗⃗, então ⃗ ⃗⃗⃗ é negativo, sendo
nomeada área negativa do paralelogramo. Perceba que isso quer dizer que a ordem
importa. Se você trocasse ⃗ e ⃗⃗⃗, assim tendo ⃗⃗⃗ ⃗, o produto fatorial se torna o
contrário do que era antes ( ⃗ ⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗ ⃗).

Um jeito interessante de lembrar é que se você pegar o produto fatorial dos dois
vetores base na ordem, ̂ ̂, o resultado deverá ser positivo. De fato, a ordem dos
seus vetores base é o que determina a orientação. Então uma vez que ̂ está à
direita de ̂, lembre-se que ⃗ ⃗⃗⃗ tem que ser positivo sempre que ⃗ esteja à direita
de ⃗⃗⃗.

Imagine um paralelogramo, de área 7. Uma vez que ⃗ esteja à esquerda de ⃗⃗⃗, o

produto vetorial é negativo, sendo assim, uma área de -7.

Como conjecturar isso sem alguém te contando a área? Aí é onde entra o

determinante.

Para o produto vetorial bidimensional ⃗ ⃗⃗⃗, o que você faz é escrever as

coordenadas de ⃗ como a primeira coluna da matriz, e as de ⃗⃗⃗ como a segunda
coluna, então você simplesmente computa o determinante. Isso é porque uma matriz
cujas colunas representam ⃗ e ⃗⃗⃗ corresponde a uma transformação linear que move
os vetores bases ̂ e ̂ para ⃗ e ⃗⃗⃗.

O determinante é completamente medição de como áreas se alteram devido a uma

transformação. E a área prototípica que vemos é o quadrado resultante entre ̂ e ̂.
Depois da transformação, esse quadrado se torna o paralelogramo que estamos
observando. Então o determinante, que geralmente mede o fator pelo qual áreas são
alteradas, dá a área deste paralelogramo, uma vez que ele evoluiu de um quadrado
que começou com área 1. O que mais é se ⃗ está na esquerda de ⃗⃗⃗, isto quer dizer
que a orientação foi virada durante a transformação, o que é significativo para o
determinante ser negativo.

Por exemplo, vamos dizer que ⃗ tem coordenadas negativas ( ) e ⃗⃗⃗ tem
coordenadas ( ) O determinante da matriz com essas coordenadas como colunas
é:

(* +) ( ) ( )

Então é evidente que a área do paralelogramo que definimos é 5, e uma vez que ⃗
está na esquerda de ⃗⃗⃗, faz sentido porque esse valor é negativo. Assim como
qualquer outra operação que você aprende, é bom praticar com essa noção que
você está pensando, apenas para ficar familiarizado com o que é o produto vetorial é
sobre.

Por exemplo, você deve perceber que se 2 vetores são perpendiculares ou ao

menos próximo de perpendiculares, seu produto vetor é maior do que deveria ser ,
caso elas estivessem apontando em direções muito similares. Porque a área desse
paralelogramo é maior quando os lados são mais próximos de serem
perpendiculares. Uma coisa a mais que você deve perceber é que você escalasse
um desses vetores, talvez multiplicando ⃗ por 3, então a área desse paralelogramo
também é triplicada. Então o que isso significa para operação é que ⃗ ⃗⃗⃗ será
exatamente 3 vezes o valor de ⃗ ⃗⃗⃗.

Agora, ainda que tudo isso seja uma operação matemática completamente perfeita,
esse tecnicamente não foi o produto vetorial. O verdadeiro produto vetorial é algo
que combina dois diferentes vetores tridimensionais para conseguir um novo vetor
tridimensional. Assim como antes, ainda vamos considerar o paralelograma definido
pelos 2 vetores que estavam sendo multiplicados juntos, e a área desse
paralelogramo ainda estará sendo um grande fator. Para ser mais simplificado,
vamos dizer que a área é 2,5 para os vetores mostrados aqui, mas como eu disse, o
produto vetorial não é um número, e sim um vetor. O comprimento desse novo vetor
⃗ será a área desse paralelogramo, que nesse caso é 2,5. E a direção desse novo
vetor será perpendicular ao paralelogramo. Mas em que direção? Quer dizer, há dois
vetores possíveis com comprimento de 2,5 que são perpendiculares a um certo
plano.

Agora que vem a regra da mão direita. Aponte o indicador da sua mão direita na
direção de ⃗ e então aponte seu dedo do meio na direção de ⃗⃗⃗. Então quanndo
você aponta seu polegar para cima, essa é a direção do produto vetorial. Por
exemplo, digamos que ⃗ tem um vetor com comprimento 2 apontando para cima na
direção z, e que ⃗⃗⃗ é um vetor com comprimento 2 apontando na direção y original. O
paralelograma que eles formam nesse simples exemplo é na realidade um
quadrado, uma vez que eles estão perpendiculares e têm o mesmo comprimento. E
a área desse quadrado é 4. Então seu produto vetorial deveria ser um vetor de
comprimento 4. Usando a regra da mão direita, seu produto vetorial deveria apontar
na direção negativa de x. Então o produto vetoral desses 2 vetores é 4î.

Para interpretações mais gerais, há uma fórmula que você poderia memorizar se
quisesse, mas é comum e mais fácil, em vez disso, lembrar de um certo processo
envolvendo o determinante tridimensional. Agora na verdade esse processo parece
realmente estranho a primeira vista.

[ ] [ ] [ ]

Você escreve uma matriz tridimensional onde a segunda coluna e a terceira coluna
contém as coordenadas de ⃗ e ⃗⃗⃗. Mas para essa primeira coluna você escreve os
vetores base ̂, ̂ e ̂ . Então você interpreta o determinante desta matriz. A bobagem
é provavelmente visível aqui. O que significa colocar um vetor como a entrada de
uma matriz? É frequentemente dito aos estudantes que esse é um truque notacional.
Quando você carrega as interpretações como se ̂, ̂ e ̂ fossem números, então
você consegue combinações lineares desses vetores base.

̂
[ ] [ ] (* ̂ +)
̂

̂( ) ̂( ) ̂( )

E o vetor definido por essa combinação linear, é dito para os estudantes apenas
acreditarem que esse é o único vetor perpendicular a ⃗ e ⃗⃗⃗ cujas magnitudes são a
área do paralelogramo apropriado, e cujas direções obedecem a regra da mão
direita.

E com certeza, em algum sentido isso é apenas um truque notacional, mas há uma
razão para fazê-lo.

Não é uma coincidência que o determinante é importante mais uma vez. E

colocando os vetores base nesses espaços não é simplesmente uma coisa aleatória
a fazer. Para entender de onde tudo isso vem, é útil usar a ideia da dualidade.

A parte importante aqui é saber o que o produto vetorial geometricamente

representa.