Índice

Para começar.................................................................................................... 8
Brites de Almeida..........................................................................................10
Leonor de Avis................................................................................................12
Grácia Nasi.........................................................................................................14
Maria de Parma..............................................................................................16
Antónia Rodrigues.......................................................................................18
Josefa de Óbidos............................................................................................ 20
Catarina de Bragança................................................................................22
Leonor, marquesa de Alorna...............................................................24
Luísa Todi...........................................................................................................26
Antónia Pusich...............................................................................................28
A Ferreirinha...................................................................................................30
Maria Luísa de Sousa Holstein...........................................................32
Beatriz Ângelo.................................................................................................34
Outras feministas extraordinárias...................................................36
Maria Lamas.....................................................................................................38
Amélia Rey Colaço....................................................................................... 40
Outras atrizes extraordinárias............................................................42
Branca Edmée Marques............................................................................44
Maria de Lourdes Sá Teixeira...............................................................46
Vieira da Silva.................................................................................................48
Sophia de Mello Breyner Andresen................................................50
Outras escritoras extraordinárias....................................................52
Amália Rodrigues..........................................................................................54
Bárbara Virgínia.............................................................................................56
Maria Barroso................................................................................................. 58
Natália Cunha.................................................................................................60
Catarina Eufémia.........................................................................................62
Maria de Lourdes Pintasilgo................................................................64
Primeiras!.........................................................................................................66

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 m eça r
Pa ra co te
e e s c revi es
ira
o s á r i o Pedre t i . P o des ser
do R ar a
- m e Maria o r d i n árias p u e goste
s
a m o E x t r a ta é q
Olá! Ch o r tugues
as
O q ue imp
or
a l g umas d
as
b r e P to f a z . pa í s e
livro so p a r iga, tan s o b r e o teu n e s t e caso,
u ra sa s r—
rapaz o a p r e n der coi n á - l o melho
de to r
de ler e a j u d aram a s e r c o mo eu.
s qu e eo
pessoa o s t e s tanto d a paz, m
as
re s . q u e g r i a - r
mulhe , espero ma e fores
p a r i g a , e u e r a uma u t r a .) S
Se és ra , em pequena e v er com
ao
m ã s , amiga
s,
q u e a q u as i r
(E olha n ã o t em nad s e m p re as tu m bém as
i s a i t e s s , t a
uma c o
r o q u e resp e
, s e a s tiver e
s p e i ta r como
espe rd e or e
rapaz, m d i a mais ta l a s t e poderã
s e, u se
colega s i m toda il:
l h a s .S ó a s
a m e nte fác
tuas fi
t e m e reces .
g a l é relat i v
o z i n h as, sair
en or t u jar s ,
certam e r h o je em P n d u ç ão, via n a s e leições
lh ec o ota r
Ser mu a r a carta d a m o rado, v muito
bem
o s t i r o u n q u e m s
podem u m marido a r - n o s com
e m e s tejamo
sem cas qu ,
à noite a p ro fissão, , a l g u ém por a s i n j ustiças
er um ia
eferênc da haver algu
m s
escolh o s ( d e p r
i n n s e rapaze
e m de a om e
entend a s ! ) . Apesar o o q ue os h
na d tu d
apaixo s f a z e r quase e m sempre
e m o l . o ) , n
já pod r ma livr ó
s e m parece e s c re vi este s m u l heres s
so a s.
fazem
n t o ( e por is d u ro s em que m o e scrava
a s
No ent o u ve tem
pos
e c asa ou
me
m ; h ona s d
foi assi r a mães, d
p a
serviam

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 Não pod
iam sair
passapor do país s
te tinham em licen
! Não se v ça dos m
irem trab e stiam co aridos —
alhar. Nã m nem
eram ace o podiam o queria
ites na tr abrir con m para
algumas opa nem ta no ban
, na verd nas univ co . Não
escrever ade, nem ersidade
, podes im sequer a s … Bem,
aginar? prendiam
Ora, para a ler e a
que tudo
algumas isso mud
Portugue asse, foi
o precon sas Extra preciso q
ceito, a in o rdinárias ue
obstácul j u s t iça e o po l u ta s sem con
os que a der e ven tra
caminho s o c iedade p c e s s e m
. Fosse na unha con os
na ciênc Monarqu stanteme
ia, na gu ia ou na nte no se
em casa, erra, na p Repúblic u
muitas p olítica, n a, nas ar
ortugues o simple t es,
bateram as enche s dia a di
o pé, rev ram-se d a lá
mundo m oltaram- e coragem
uito mai s e e c onseguir ,
perfeito. s equilib am, afina
É por iss ra d o, embor l , u m
— e este o que tem a ainda n
livro é a o s de lhes p ã o
Não cabe minha h restar ho
m todas o m enagem menagem
escolhas n u m livro, p a t o d a s elas.
. Optei en or isso, ti
e, especi tã o por mulh v e de fazer
almente, eres de é
rainhas, co m vidas p ocas dife
padeiras e ocupaç rentes
desporti , e scritoras õ e s diferente
stas… E p , atrizes, s—
morreram referi inc políticas
l u ir apena , a v i adoras,
para que s mulher
Agora, só estivesse e s que já
falta tu l m todas
exemplo eres e, co em pé de
s, ajudar m estes m igualdad
es a corr aravilho e.
Obrigada i g i r o que ain s o s
! da está m
al.

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 Há quem diga que é lenda, mas ainda hoje, NOME COMPLETO
PORTUGALO Brites de Almeida
em Aljubarrota, se mostra aos turistas a CARTÃO DE CIDADÃ PAIS
as sabe-se qu e ficou
Desconhecidos (m
pá com que Brites, sozinha, deu cabo dos órfã por volta do s 20 anos)
sete castelhanos que se tinham escondido DATA
NASCIMENTO
LOCAL
NASCIMENTO
Faro
no forno da sua padaria… E então esta Cerca de
1350
mulher tornou-se o símbolo de todos os ÁREA EM QUE SE DIST
INGUIU PROFISSÃO
Padeira
portugueses anónimos que ajudaram História
ESTADO CIVIL os
Portugal a livrar-se dos invasores. lavrador aos 40 an
Casou-se com um
CARATERÍSTICAS
te, patriota
Maria-rapaz, valen
DATA DA MORTE
Desconhecida

Brites adorava uma boa briga e cedo

aprendeu a manejar a espada. Com
ela, matou, aliás, um soldado — o
que a obrigou a fugir para longe
num veleiro que seria assaltado
por piratas; levada como
escrava para a Mauritânia, Brites
matou o patrão e os seus guardas,
conseguindo regressar à pátria. Foi
em Aljubarrota que se fez padeira e
passou de criminosa a heroína.

10

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 A BATALHA DE ALJUBARROTA
Em 1383, D. Fernando morreu sem um filho
rapaz que lhe sucedesse no trono. E, como
a sua filha era casada com o rei de Castela,
este achou que tinha direito à coroa
portuguesa e invadiu Portugal, primeiro por
mar, depois por terra. Em 1385, rebentou a
Batalha de Aljubarrota entre portugueses e
castelhanos. Apesar de os invasores serem
mais, os portugueses venceram. Brites deu
uma ajudinha.

DE S C OM P LI A R
• Conta-se que a padeira tinha seis C
dedos em cada mão.
• Brites é uma versão antiga do Anónimo: de que não se sabe o nome.
nome Beatriz. Invasor: o que entra sem permissão
• A ala mais corajosa do exército noutro país.
português na Batalha de Aljubarrota Patriota: o que ama a terra onde
ficou conhecida por Ala dos nasceu.
Namorados por os soldados serem
todos jovens.
• Uma das freguesias de Aljubarrota
tem a pá de Brites no seu escudo.

11

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 Foi já depois da morte do pai, D. João IV,
que Catarina se casou com Carlos II, rei de
Inglaterra. Esperava-se que lhe desse, pelo
menos, um herdeiro, mas infelizmente não
aconteceu. Deixou, porém, vários usos e
costumes na terra do marido que se tornaram
autênticas tradições.

Entre eles, o hábito de beber chá — e

não há atualmente um único inglês
que abdique do seu chá das cinco! De
preferência com scones e compota de
laranja, que Catarina também ensinou a
fazer e lá é muito popular. Mas o melhor
de tudo foi o uso dos talheres à mesa: é
que, naquele tempo, mesmo no palácio,
os ingleses ainda comiam à mão…

• Catarina não pôde ser coroada

porque era católica e os ingleses
professavam a religião anglicana. NOME COMPLETO
Catarina Henriqueta
PORTUGAL
• No princípio, Catarina falava CARTÃO DE CIDADÃO PAIS
e D. João IV
D. Luísa de Gusmão
espanhol com o rei porque ainda DATA
LOCAL
NASCIMENTO
não sabia bem inglês. NASCIMENTO
25 de novembro
Vila Viçosa
• Em Nova Iorque, o bairro de de 1638
PROFISSÃO
INGUIU
ÁREA EM QUE SE DIST
Queens deve o seu nome a esta Rainha-consorte
História
rainha. ESTADO CIVIL
s II de Inglaterra,
Casou-se com Carlo
• De alguém mal-educado diz-se da Escó cia e da Irl an da

que tem «falta de chá», porque CARATERÍSTICAS

Culta, forte
eram as pessoas das classes altas e DATA DA MORTE
1705
31 de dezembro de
educadas que bebiam chá.

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 Um

casamento

muito caro...

Antes de Carlos II, Catarina teve outros

pretendentes. Mas naquela altura a
aliança de Portugal com a Inglaterra era
indispensável e, por isso, o seu contrato
de casamento implicou um dote de
dois milhões de cruzados, a oferta aos
ingleses da cidade de Tânger e da ilha de
Bombaim, na Índia, e muito mais! A mãe
de Catarina até teve de vender as joias…

DE S C OM P LI A R
C
Abdicar: desistir.
Dote: dinheiro e bens que a noiva leva
para o casamento.
Queen: rainha em inglês.
orte

a,

23

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 «Sophia» quer dizer
«sabedoria» em grego, e o
nome não podia assentar
melhor a esta Sophia, que
tinha uma sabedoria «mais
funda do que o simples
saber» e uma grande paixão
pela cultura grega. Foi a mais
célebre poetisa portuguesa do
século XX e a primeira mulher
escritora a receber o reputado
Prémio Camões.

Uma senhora poesia

Capaz de ser profunda e simples ao

mesmo tempo, Sophia também escreveu
contos, teatro, artigos e, a pedido dos
filhos, livros infantis que foram lidos por
milhares de crianças. Mas, além disso,
lutou pela liberdade, foi contra a Guerra
Colonial, apoiou os presos políticos,
criticou os governantes e usou sempre a
sua voz para denunciar as injustiças.

NOME COMPLETO
eyner Andresen
Sophia de Mello Br
PORTUGAL PAIS
llo Breyner e
CARTÃO DE CIDADÃO Maria Amélia de Me
dre sen
João Henrique An
LOCAL
DATA
NASCIMENTO
NASCIMENTO
rto
6 de novembro Po
de 19 19
INGUIU PROFISSÃO
ÁREA EM QUE SE DIST
Escritora
Literatura
e
ESTADO CIVIL
isco Sousa Tavares
Casou-se com Franc também escrevem
dois dos quais
teve 5 filhos,
CARATERÍSTICAS
ta
Liberal, humana, jus
DATA DA MORTE
2 de julho de 2004

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 • Uma parte da quinta onde Sophia
passou a infância é hoje o Jardim
Botânico do Porto.
• Sophia tinha muito boa memória
e era capaz de descrever as casas
onde tinha vivido com grande
pormenor.
• No Oceanário de Lisboa podem
ler-se poemas que Sophia escreveu
sobre o mar.
• O seu corpo encontra-se
sepultado no Panteão Nacional,
onde só estão pessoas mesmo
muito importantes.
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A Nau Catrineta
Este foi o primeiro poema que Sophia
conheceu. Na sua família, havia o
costume de, no Natal, as crianças
fazerem um espetáculo, mas ela tinha
sido deixada de fora por ainda só ter três
anos. Ora, uma das empregadas da casa
achou que era uma injustiça e ensinou-a
a recitar A Nau Catrineta. Foi um êxito!
DE S C OM P LI A R
C
Reputado: que tem muita fama.
Prémio Camões
1999
51
05/08/18 14:19
 A literatura portuguesa está cheia de
autoras notáveis, mesmo que, nos
tempos antigos, as mulheres não fossem
ensinadas a ler por se achar que, para se
ser uma boa mãe ou dona de casa, não
faziam falta leituras. No entanto, sempre
houve mulheres que, nem que fosse às
escondidas, tentaram a sua sorte nas letras.
No século XVI, por exemplo, a jovem Públia
Hortênsia de Castro fez um brilharete
com uma tradução de um poema que era
quase melhor do que o poema original.
Mais tarde, nos serões literários do século
XVIII, a aristocrata Catarina de Lencastre
dividia as atenções do público com poetas
conhecidos, como Bocage ou Nicolau
Tolentino; e Francisca Possolo da Costa,
outra poetisa que até tinha um teatro
particular em casa, organizava tertúlias e
transformava a vida intelectual na capital.
Por haver tantas escritoras, é sempre difícil
escolher. Mesmo assim — não se pode
negar — as duas que se seguem merecem
destaque!

Flor
b ela E
189 span
Nasc
em M eu no A
4-19
30 ca
l e
uma atosinh ntejo, m
l o a
nom inda bib s, onde h s morre
e. Co liote oje e r
aos 1 meç ca co xiste ia
0 o m
rapa anos e u a escre o seu
rigas foi u v er p
Évor m
a. M a fazer o a das p oesia
de d u r
epre ito nerv curso lic imeiras
sofri ssão osa, eal e
m e ti m tásticos castelos
trist ento am escrevia nha cris Perdi meus fan se esfuma…
eza e o r a c es o n év oa distante que
vers o s e r Com defendê-los:
os d da mort o, da sau ca do Q u is ve n ce r, quis lutar, quis ma!
e um e.
poem Lê estes ade, da
d
re i as m in h as lanças uma a u
boni Queb
a seu tos
:

52

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 Natália Co
r reia
1923-1993

Nasceu no
s Açores, m
para Lisb as mudou
oa. Escrev -se cedo
teatro, en eu de tud
saios, guiõ o : poesia,
deputada es… Além
à Assemb disso, foi
uma gran leia da Re
de defens pú
mulheres ora dos dir blica e
. Alguns d eit
tornaram os seus dis os das
-se cursos
humor e g inesquecíveis! Tinh
ostava de a muito
nos anos polémica
1970 um b s. Fundou
aonde iam ar chama
muitos in do Botequ
versos são telectuais im
de um po . Estes
ema que e
screveu:

ias
a do por t
Nata l b o rd
o m s e u s dedos
am c
que teci ue então havia os.
sq ed
estrada ital dos brinqu
ap
para a c

DE S C OM P LI A R
C
Tertúlia: reunião de pessoas que
leem e discutem vários assuntos,
os: especialmente os que têm que ver
com livros.
Intelectual: pessoa que se interessa
pelos livros, a arte, a música, a cultura.

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