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II
p61
CAPITULO V CAPITULO VI
A Teoria da Luz p44
Os Filtros
p62
1. A LUZ a) Filtros para Fotografia em Preto e Branco
p45 p64
a) O Espectro Eletromagnético b) Filtros para Fotografia Colorida
p46 p65
b) As caracteristicas da Luz c) Filtros para Aplicações Gerais
1. Comprimento de Onda e Frequencia
d) Filtros de Densidade Neutra
2. Intensidade
p47 e) Filtros Polarizadores p65
3. Temperatura de cor (A Escala Kelvin
p48 TABELAS
de temperaturas)
c) Cor: As Cores Primárias do Espectro CAPITULO VII p66
d) Cor: O processo Aditivo e o Processo A Estrutura e Composição do Filme
Subtrativo 1. A ESTRUTURA DE UM FILME
p49 p67
2. O COMPORTAMENTO DA LUZ: 2. TIPOS DE FILMES:
p50
a) Velocidade. a) Filmes em preto e branco
p52
b) Refração. b)Filmes Coloridos
p68
c) Reflexão. c) Filmes reversíveis ou positivos
d) Absorção . 3. CARACTERISTICAS COMUNS A TODOS OS
p52 p68
e) Disperção. FILMES
a) Sensibilidade: ISO, ASA, E DIN
3. OUTROS ASPECTOS DO COMPORTAMETO p53 p69
b) Sensibilidade Espectral
DA LUZ: c) Granulação
a) A Lei da Queda da Luz, p53
d) Latitude de Exposição
b) A Lei da Falha de Reciprocidade, e) Contraste
c) Relação de Contraste, p54
f) Definição
d) As Unidades Fotometricas, p55
g) Saturação e Temperatura de Cor.
e) Fotômetros
f) Fotometria e exposição p56
4. OS FORMATOS
a) O formato Pequeno
b) O formato Médio
c) O formato grande
III
CAPITULO VIII
Trabalhando com a câmara p73
74
a)Conhecendo a câmara.
b)Segurar a câmara.
c)O visor.
75
d)O ajuste de foco.
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e)Carregar o filme.
77
f)ajusto de sensibilidade do filme
78
g) Os ajustes com c6amaras de palinel LCD
78
OASPECTO EXTERNO DA CÂMARAA MODERNA
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a)Entendendo a nmenclatura e a Iconografia da
81
câmara moderna
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b) Programas representados por Icones
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c) Outros controles no anel de comando
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d) O visor e a janela de cristal liquido
CAPITULO IX
A Fotografia Digital
IV
A finalidade deste trabalho é de introduzir estudantes de tecnologia. Os indícios disto estão mais do que evidentes e não
fotografia, amadores e outros interessados aos aspectos básicos devemos ignorar esse fato. Um exemplo disto é que a fotografia
da produção de imagens pelo meio fotográfico de modo que ja se prepara para a era digital com o lançamento dos formatos
possam ter uma visão global dos seus princípios, processos, téc- denominados de APS e Advantix. Lançamentos estes ponderados
nicas e aplicações. Neste sentido, tenta-se preencher uma lacu- e projetados pelos maiores fabricantes do mundo de equipamen-
na que existe neste pais no ensino e na prática. No Brasil são tos e de filmes . Mesmo assim, a fotografia digital evolui com
ainda poucos os cursos de comunicação que se dedicam à ques- tanta rapidez que nem para eles é possivel estimar em quanto
tões como as abordadas neste livro. Outra finalidade deste tra- tempo ela poderá alcançar substituir a fotografia convencional.
balho é de se propor servir como um manual de referência para Podemos ter a certeza que isso acontecerá muito mais rapida-
aqueles que já estão trabalhando numa dessas áreas. mente do que hoje pode se pensar
Este trabalho também é o resultado de mais de quinze anos
Parte-se do princípio que é fundamental uma compreen- de ensino dessa matéria. Durante esses anos todos sempre senti-
são teórica da fotografia, sem a qual seria difícil lançar mão dos mos falta de um material didatico para uso em sala de aula. A
recursos criativos que esse meio nos oferece. Muitos poderão inexistencia de um livro texto adequado que pudesse dar ao aluno
achar este tratamento técnico demais e ainda outros muito su- iniciante uma visão global da história da fotografia assim como
perficial. A verdade é que ele representa um esforço para seguir dos aspectos básicos das técnicas de fotografia sempre represen-
“o caminho do meio” procurando ser nem complexo nem simplista tou uma grande barreira. Algumas publicações, a maioria tradu-
demais. Compartilhamos o ponto de vista que técnica e criativi- ções de outros idiomas surgidas através dos anos, e que poderi-
dade são inseparáveis. Quem não tem uma compreensão míni- am se adaptar relativamente bem aos nossos propósitos acaba-
ma dos aspectos técnicos não pode ser criativo. ram sempre esgotadas e portanto inacessíveis para uso ano após
ano.
A verdade é que este trabalho tenta mostrar os caminhos A solução para isto, foi iniciar o trabalho de preparar apos-
de aproximação que existem e se expandem entre a fotografia tilas que pudessem orientar o aluno sobre os principais aspectos da
convencional, a nova fotografia digital e outros meios de produ- fotografia.
ção audio visual. Hoje, muito mais do que em qualquer outro Hoje, reunimos as apostilas em forma de livro. Muitos anos de
tempo presenciamos processos em plena hibridização. Com o pesquisa e leitura foram necessários para tentar discernir os pontos de
avanço da era eletrônica encontramos fotografia, multi midia, ci- maior relevância e apresenta-los de maneira interessante e original
nema, vídeo, e computação gráfica trabalhando juntos e até sabendo-se inclusive que muita matéria aqui apresentada já existe em
convivendo mutuamente no mesmo ambiente. O fato é que num forma impressa e com muitos mais recursos. Temos como exemplo, as
futuro não muito distante todos irão tornar-se parte de uma só luxuosas publicações do fotógrafo Inglês John Hedgecoe repletas
V
de ilustrações e diagramas em cores que servem certamente de caminhos. É a nossa esperança que com este livro em mãos o
inspiração mas estão fora do alcance de grande parte do nosso leitor sinta que saberá procurar ele mesmo as respostas para dú-
público que não domina o inglês e não pode pagar o preço des- vidas e perguntas no campo da fotografia e que depois de ter lido
sas publicaçòes. sinta que sabe muito mais do que quando começou.
Durante os muitos anos de contato com a literatura sobre
fotografia o panorama mudou significativamente e algumas das
matérias que ainda se encontram neste livro certamente tornar-se
ao obsoletas no futuro próximo. Como exemplo disto podemos
citar as operações para carregar filme na câmara fotográfica ou
realizar a focalização da objetiva. Estas operações já acontecem
automaticamente nas câmaras modernas. Outro item que logo
poderá se tornar supérfluo é sobre a exposição correta do filme
uma vez que este aspecto torna-se cada vez mais uma função
automatizada nas câmaras modernas. Uma palavra de cautela
torna-se necessária porém. Este recurso embora de enorme utili-
dade e importância continua a enganar amadores e profissionais
que não sabem como a abertura do diafragma afeta a imagem
principalmente no que diz respeito à profundidade de campo.
É por isto que este trabalho assume a forma de um
manual pois tem a primordial função de transmitir conhecimen-
tos de base. Neste sentido, o porque torna-se tão importante quanto
o como. Evitamos portanto de cometer o erro de criar um simples
e insípido catálogo de equipamentos ou um mero receituário de
técnicas sem fundamento “para quem quer aprender sem esfor-
ço”.
Por outro lado tomamos cuidado em evitar de “ocultar a
floresta pelo excesso de árvores” (pecado das teses). Os detalhes
foram relegados a notas de rodapé ou ao glossário.
Por ultimo CURSO BÁSICO DE FOTOGRAFIA, é tudo me-
nos uma obra definitiva. É um começo que serve para mostrar
VI
DA PINTURA RUPESTRE A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
A
descoberta da fotografia não aconteceu como muitos po deríamos até afirmar que do ponto de vista de um determinismo
deriam pensar de uma hora para outra. Como veremos mais histórico, a humanidade estava fadada a descobrir a fotografia ou
adiante, a busca do meio fotográfico levou centenas de anos alguma coisa semelhante porque não desistiria dessa busca até
para se concretizar. A verdade é que o desejo da fotografia ou chegar ao que procurava. É necessário deixarmos claro que não
alguma coisa semelhante, parece ser intrínseco ao homem -um se trata de fazer uma comparação qualitativa entre a fotografia e
instinto quase-. O desenho e a pintura na sua forma mais básica as outras artes visuais. mesmo assim, não pode restar dúvida
não são nem mais nem menos, do que manifestações do grande que a fotografia se fazia necessária entre elas e que o lugar que
desejo de RETRATAR O MUNDO que todos nós possuímos desde conquistou em nossa civilização é muito especial. Nas próximas
a infância e que é comum tanto nos primitivos quanto nos civili- páginas iremos ver como foi a evolução da busca deste meio até
zados. hoje insuperádo de registrar imagens de incrível perfeição e rea-
Historicamente, sabemos que mesmo antes de existir a lismo e sem o qual a nossa cultura seria inteiramente outra.
escrita, os primitivos já se comunicavam por meio de desenhos
(Ver fig. 1.) pois a imagem precede a palavra escrita na ordem
evolutiva da linguagem. Mesmo depois que a escrita evoluiu, tan-
to o desenho como a pintura e outros meios de comunicação visu-
ais continuaram a ter enorme importância no processo cultural e
e civilizatório.
Mesmo com o florecimento da literartura e das artes repre-
sentativas , a busca de um processo mais perfeito e mais realista
de registrar o mundo continuou sendo insistentemente procura-
do atravez dos tempos. Isto deve-se ao fato de que as imagens
comunicam em níveis diferentes aos da palavra seja ela escrita 12 x7 cm
ou falada. Mas é verdade também que tanto a pintura quanto o
desenho ou a gravura não conseguiam satisfazer a vontade de
muitos artistas de retratar o mundo com o maior realismo possí-
vel. O fato é que enquanto não existiu a fotografia muitas - mui-
tíssimas pessoas - estavam insatisfeitas com o que se podia fazer
com o desenho e a pintura em matéria de REALISMO.
Foto: Vanessa F.M. Harrell , 1998
A fotografia representa o detalhe, a minúcia, a perspecti-
va, a luz, o momento fugaz, a espontaneidade, e a velocidade que figFig. 1.1. Fotografia de Pintura Rupestre nas cavernas de Jataí, Goiás.
muitos procuravam mas não conseguiam por outros meios. Não Estima-se que alugumas destas imagens tenham mais de onze mil anos.
é de hoje a afirmação que a invenção da fotografia LIBERTOU a Poderiamos refletir de como seria difícil fazer uma descrição precisa destes
desenhos se não existisse a fotografia para nos mostrar como são.
pintura para encontrar a sua verdadeira vocação expressiva. Po-
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CAPITULO I © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO I © Thomaz. W.M. Harrell
B. O princípio da Fotossensibilidade:
1. Johann Heinrich Schulze
A busca por algum material que permitisse fixar as imagens
produzidas dentro da câmara escura é sem dúvida tão antiga quan-
to ela mesma. A primeira coisa que artistas e gravuristas fizeram FiFig 1.5 Johann Heinrich
ao se deparar perante a imagem da câmara escura foi de utilizá-la Schulze. Em 1727 ele desco-
como guia para o desenho. Esta técnica recebeu o nome de “dese- briu a fotossensibilidade dos
nho photogênico” mas não resta dúvida que o que mais desejavam sais de prata.
Em: Fotografia MIS Museu da Ima-
era de gravar a imagem “in natura” do jeito que eles a observavam gem e do Som, São Paulo
dendtro da câmera. Naturalmente foi necessário que a ciência da 24 março 1981Reprodução de ori-
química se desenvolvesse além do ponto onde se encontrava nes- ginal em Colônia Alemanha no
sa poca Meuseu Foto Historama da Agfa
Gevaert
Embora ninguém o soubesse, mesmo o próprio descobri-
dor, um passo importantíssimo nessa descoberta foi dado em 1727.
Nesse ano, o pesquizador alemão Johann Heinrich Schulze publi-
cou os resultados de pesquisa na qual constatava que umas fo-
lhas de papel por ele tratadas com nitrato de prata enegreciam 2. Thomas Wedgewood
quando expostas à luz do dia. Mas, como relata o historiador Em 1802, mais de setenta anos depois de Shulze, o inglês
alemão, Klaus op ten Hoefel, “ O Prof. Johann Heinrich Schulze Thomas Wedgewood, descreveu um processo semelhante ao de
tinha tudo em mente menos fazer descobertas fotográficas; a sua Schulze que também utilizava nitrato de prata e que ele descrevia
intenção era a fabricação de pedras luminosas de fósforo.” (3.) como “belo e prático” quando utilizado para copiar gravuras sendo
O trabalho do Prof. Schulze foi publicado sob o título “ DE que carecia somente de alguma forma para fixar as imagens.
COMO DESCOBRI O PORTADOR DA ESCURIDÃO AO TENTAR DESCO- Wedgewood, embora tenha aplicado o princípio da
BRIR O PORTADOR DA LUZ”. Obviamente Schulze referia-se ao fato fotossensibilidade da prata à produção de imagens também falhou
de o material por ele tratado escurecer com a ação da luz em lugar na tentativa de encontrar um agente fixador para as imagens
de brilhar como ele desejava. Nunca lhe ocorreu que na realidade produzidas na câmara escura . Na época em que Wedgewood
ele havia dado o primeiro passo para descobrir o verdadeiro porta- relatou as suas experiências no começo do século XIX, já existiam
dor da luz - a Fotografia. Schulze, como bom cientista fez novas inúmeros pesquisadores em diversos países do mundo, a maioria
experiências para certificar-se que era realmente a ação da luz sem saber os uns dos outros, mas todos unidos no propósito de
que causava essa transformação na prata mas não levou o seu descobrir alguma forma de fixar a imagem produzida dentro da
trabalho além desse ponto e nunca lhe ocorreu de tentar formar câmara escura. Como diz Klaus op ten Hoefel “Wdegewood e Davy
uma imagem na câmara escura. Além disto, Schulze também não ignoravam as descobertas do químico Karl Wilhelm Scheele, o qual
teve sucesso na tentativa de encontrar algum processo de inter- discubriu, em 1777, que o amoníaco se torna ativo como elemento
romper o enegrecimento da prata quando submetida à luz e por de fixação, pois do contrário teriam tido sucesso e fobtido as primeiras
isto desistiu de continuar com essas experiências. fotografias permanentes” (4.)
(3.) Fotografia -Museu da fotografia Agfa Gevaert/MIS 1981 (4).Ibid.
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DA PINTURA RUPESTRE A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO I © Thomaz. W.M. Harrell
O PROCESSO NEGATIVO-POSITIVO.
O
Inglês, William Henry Fox-Talbot, traba
lhando independentemente das experi
ências de Niepce e Daguerre, havia de-
senvolvido um processo fotográfico análogo ao
desses dois pesquisadores porém muito mais ba-
rato e prático. Em 1839 quando Talbot soube do
trabalho de Daguerre, ele apresentou apressa-
damente o resultado das suas pesquisas à Aca-
demia Real da Inglaterra para garantir os direi-
tos ao seu processo.
Diferentemente dos pesquisadores france-
ses, Talbot foi o primeiro a utilizar um negativo
de papel do qual era possível tirar cópias positi-
vas por contato. Foi esta a grande contribuição
de Talbot, pois foi o seu processo que possibili-
tou a fotografia em série. A maior desvantagem
do processo de Talbot porém era que o seu ne-
gativo de papel não permitia cópias com a mes-
ma qualidade dos Daguerreotipos.
Fig. 1.12. Famosa Talbotipia realizada por Talbot em que ele posa em sitio
arqueológico ( 1840)
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DA PINTURA RUPESTRE A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO I © Thomaz. W.M. Harrell
E
Apesar das múltiplas dificuldades já mencionadas o
m 1851, outro Inglês, Frederick Scott Archer, obteve êxito
processo dava exelentes resultados e acabou sendo o mais utili-
com um processo revolucionário que logo derrubou a Da
zado durante os próximos vinte anos. Este processo deu início
guerreotipia e a Calotipia juntas . O processo apresentava
àqueles fotógrafos que saiam para o campo munidos de câmara,
grandes vantagens em relação aos processos anteriores pois utili-
tripé, barraca escura (para servir de laboratório) junto com vidros
zava finalmente um negativo de vidro (com a qualidade da Da-
e banheiras para os reagentes. As dificuldades de se fazer fotogra-
guerreotipia) e possibilitava a tiragem de inúmeras cópias (a van-
fia de paisagem eram enormes mas é justamente desta época que
tagem da Calotipia), com
datam alguns dos registros mais memo-
um custo baixo e materiais
ráveis de expedições, acidentes, guerras,
muito menos perigosos.
catástrofes e outros eventos. Todos es-
tes registros são testemunhos vivos de
Este processo intro-
momentos da história que de outra ma-
duzido por Scott-Archer na
neira estariam completamente perdidos,
Inglaterra e quase que si-
assim como da coragem e inventividade
multaneamente por
Gustave Le-Gray na Fran- dos primeiros fotógrafos.
ça possuía a única desvan- Fig1. 14.
tagem de ter que ser pre- Ao lado: A imagem do fotógrafo
parado e revelado em esta- itinerante carregando os materiais do
do úmido. O processo uti- seu ofício (Tripé, barraca, câmara,
lizava um colódio, que era reagentes e todos os acessórios). Esta
imagem tornou-se popular à partir do
aplicado, ao vidro, e devia
momento em que foi inventado o
ser exposto na câmara es- processo úmido por volta de 1856.
cura enquanto húmido.
Gravura anónima. em História e
Manual da Fotografia J. Thompson
Ed., 1877. Museu Metropolitando de
Arte. New York
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DA PINTURA RUPESTRE A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
A
fotografia externa somente se tornou mais fácil à partir do
ano 1871, quando Richard Leach-Maddox, um amador In
glês introduziu a emulsão de gelatina. Este processo foi
rapidamente aperfeiçoado e ficou conhecido como “chapa seca”.
A invenção da chapa seca foi de tremenda importância para a
fotografia. Os fotógrafos poderiam ficar muito mais a vontade 12.5 x 7 cm
para se concentrar no assunto deixando todos os preparativos
complicados de lado. Evidentemente a chapa seca beneficiou
muito mais a fotografia externa . A época da chapa seca é carac-
terizada princpalmente pelos negativos de vidro que também eram
usados com os processos húmidos. Entre 1871 e 1885 muita
pesquisa foi feita para encontrar novos suportes para a emulsão
seca entre os quais o nitrato de celulose foi um dos preferidos.
Figura 1.16. Imagem de George Eastman e a Câmara de Caixinha
por ele inventada. Eastman fez pela fotografia o que Bill gates fez
pela informática. Fotos: Eastman House Rochester
J
á em 1888, a Eastman Kodak Company revolucionou a fo
tografia com a introdução de filmes em rolos. Uma verda
deira panacéia para a época, foi o lançamento conjunto de
uma pequena câmara de caixinha.
12 x 7 cm Com esta forma de marketing a fotografia atingia a sua vo-
cação popular e encontrava-se finalmente ao alcance de pessoas
inexperientes de todos os poderes aquisitivos. "Você tira as fotos
...nos fazemos o resto" dizia o lema da Kodak. Se Bill Gates tem
algum precursor na história certamente esta pessoa é George
Eastman. Da mesma forma que Gates fez com o microcomputa-
dor, este visionário também se preocupou em levar a tecnologia
da fotografia da forma mais simples e acessível possível para den-
tro do lar de cada pessoa. É a ele que devemos o que hoje conhe-
Figura 1.15
Os conhecimentos necessários para a produção de fotografias pelo
cemos por fotografia popular um dos maiores mecados do mundo
processo humido barravam um sem numero de usuários. Tudo isto iria acabar com um faturamento de bilhões de dolares por ano.
com a introdução da chapa seca. Acima vemos o material de um "retratista
de paisagens". Foto: Foto Historama, Agfa-Gevaert, Leverkusen
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CAPITULO I © Thomaz. W.M. Harrell
Fig. 1.18.
Fotográfia de
um estúdio da
época em que
aparece placa
Fotografo Brasil de aviso; "As en-
comendas se-
rão pagas adi-
antadas"
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DA PINTURA RUPESTRE A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
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A ANATOMIA DA CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
CAPITULO II
N
este capítulo iremos ver as diferentes partes da
câmara fotográfica de forma a melhor entender a
função de cada uma delas e o papel que cada uma
A ANATOMIA DA CAMARA desempenha no trabalho integrado de formar a imagem
final. Primeiramente veremos os diferentes tipos de câ-
FOTOGRÁFICA maras fotográficas que são divididos em cinco classes.
Também veremos que além da questão dos recursos téc-
(A Câmara Fotográfica e Suas nicos o formato ou tamanho do negativo é um divisor de
águas entre as câmaras fotográficas.
Partes) De forma geral quanto maior o formato, melhor
será a qualidade das imagens produzidas. Em seguida
veremos as objetivas : o sistema óptico da câmara foto-
gráfica. Nessa discussão tornar-se a claro que a distân-
cia focal da objetiva exerce enorme influência sobre as
características da imagem que será formada. A função da
íris ou diafragma será então analisada pois este dispositi-
vo hoje, incorporado na objetiva exerce a importante fun-
ção de regular a quantidade de luz que atinge o filme.
Esta parte concluirá com uma breve discussão dos dife-
rentes tipos de objetivas existentes e suas principais ca-
racterísticas e aplicações. Finalmente, será o momento
de vermos o funcionamento do obturador cuja principal
função é de regular a duração do tempo que a luz atinge o
filme. Concluída a discussão sobre os principais recursos
técnicos da câmara passaremos a ver o seu funcionamen-
to integrado no processo de se fazer uma fotografia.
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CAPITULO II © Thomaz. W.M. Harrell
A
mas o conçeito básico é o mesmo. No desenho esquemático abai-
primeira coisa que devemos considerar ao querer aprender
xo e no da figura 2., na página seguinte, vemos que toda câmara
a fotografar é entendermos a conce- pção básica da câma
deve possuir certos elementos importantes e indispensávaeis.
ra fotográfica e o seu funcionamento. Talvez a forma mais
simples da câmara fotográfica seja também o seu protótipo mais
antigo conhecido como câmara escura de orifício. A câmara escu- 4
6 7
ra de orifício não era nada mais do que um recinto fechado com
um pequeno orifício pelo qual entrava um minúsculo filete de luz.
O filete de luz, projetado na parede oposta da câmara formava 1 2 3
uma imagem (Veja ilustração). Este fenômeno além de comprovar
que a luz viaja em linha reta, serviu de modelo para o desenvolvi- Fig. 2.2 5
mento das câmaras fotográficas antigas já munidas de objetivas e
filme. Este princípio continua sendo aplicado mas as câmaras
O
modernas são muito menores embora ainda mentenham o mes- primeiro elemento importante da câmara fotográfica, é
mo nome de câmara.. a caixa preta ou corpo (1). É dentro do corpo que será
colocado o filme (2). O filme por sua vez é colocado justa-
mente no plano onde a objetiva (3) irá formar a imagem. A esta
configuração básica tornam-se ainda necessários alguns outros
componentes.
É importante mirar ou apontar a câmara com certa preci-
são para termos uma idéia correta do que será fotografado. Para
tanto é necessário que a câmara possua um visor (4). A objetiva
ou lente deve ter uma forma de ser focalizada para que o assunto
seja registrado em foco. O controle de foco (5) move o elemento da
lente para frente e para trás para conseguir o foco do assunto
desejado. Um outro controle importante é a íris ou diafragma (6).
A função principal do diafragma é de controlar a quantidade de
Figura 2.1 luz que passa para o filme. Por sua vez o obturador (7) é uma
O princípio da
câmara escura em cortina ou conjunto de palhetas que controlam o “tempo” que a
gravura do seculo luz chegará até o filme. Um último controle importante é o meca-
XVII. nismo para avançar o filme de forma que se possa expor uma
chapa após a outra. (Veja a Figura na página seguinte.)
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A ANATOMIA DA CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
E
5) O controle de foco
xistem diferen
ças evidentes en
tre câmaras foto-
gráficas modernas. 4) 5)
Como veremos ,uma câ- 4.
mara simples pode não
passar de uma simples
caixinha com uma lente
acoplada e uma janeli-
nha que serve de visor.
Ao lado, uma câ- 1.
mara profissional cujo 2.
sistema modular permi- 3.
te que ela seja desmon-
tada. Assim podemos
ver todos os elementos 5.
que a compõem. Temos
portanto: 1) o corpo 2)o
chassis de filme 3) a ob-
jetiva 4) o visor e 5) o
controle de foco. Nesta
câmara o controle de
foco é uma rodela que ao A. B. C. D.
ser girada faz a lente ir
para frente e para traz.
Fig. 2.3 Na sequencia acima (ao pé da foto) vemos: A) sómente o corpo, B) o corpo com o chassis
de filme montado, C) o corpo, filme e objetiva e D) todos os elementos que compõem a
câmara (corpo, filme, objetiva e visor).
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CAPITULO II © Thomaz. W.M. Harrell
Fig 2.7
3. A Câmara Reflex de uma objetiva (SLR)
A câmara reflex de uma objetiva foi uma grande invenção e
ainda é a melhor opção para quem deseja se concentrar apenas
no trabalho de fotografar, mantendo controle dos recursos técni-
cos e evitando possíveis erros decorrentes do próprio sistema. A
maior vantagem deste tipo de câmara é que vemos a imagem a ser
fotografada pela mesma objetiva que será utilizada para produzir
a fotografia. Desta maneira o foco, o enquadramento e outros de-
talhes que vemos dentro do visor são os mesmos que serão
registrados no filme. Isto representa uma enorme vantagem sobre
todos os outros tipos de câmaras fotográficas e é por isto que o
conçeito inventado na Alemanha nos anos 30 ainda é o mais uti-
lizado hoje em câmaras profissionais e semi-profissionais.
A câmara reflex é mais cara pois ela é
mais complexa. O pentaprisma é feito de vi- Fig2.6
dro especial. O espelho deve ser controlado
por um mecânismo que garanta a sua remo-
ção no mesmo instante da foto. Todos estes
detalhes fazem com que a câmara tenha que
funcionar como muita precisão.
19
CAPITULO II © Thomaz. W.M. Harrell
Regulagem de aberturas
4. As câmaras Reflex de duas objetivas
Avanço do filme
1. Paralaxe: Fenomeno pelo qual não ha correspondência exata entre o objeto visto e
o fotografado devido ao deslcocamento espacial da objetiva do visor e a objetiva
resposável pela imagem fotográfica. O resultado é um enquadramento falho. Camaras
de visor telemêtrico e outras como a de duas objetivas produzem este defeito quando se
tenta fazer fotografia de aproximação. O efeito de paralaxe é quase nulo a distâncias Fig. 2.9
de dois metros ou mais mas é crítico em fotografia de retrato e macrofotografia.
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A ANATOMIA DA CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
A
s câmaras técnica e de estúdio são parecidas com as antigas câmaras de caixão.
De fato muitas pessoas confundem estas câmaras com modelos antigos. A verda
de é que o desenho destas câmaras é bastante simples. Vemos na fotografias que
este tipo de câmara praticamente não possui um corpo. Ou melhor, como muitas câma-
ras antigas,a parte traseira e dianteira são unidas por um um fole ou sanfona. O fole
permite que as partes dianteira e traseira sejam aproximadas ou afastadas uma da
outra de forma a conseguir focalizar desde os objetos mais distantes até os mais próxi-
mos. Tanto a peça dianteira quanto a traseira possibilitam inúmeros movimentos para
corrigir perspectiva , aumentar a profundidade de campo e fazer outros ajustes impos-
síveis de conseguir em outros tipos de câmaras. Estes ajustes fazem com que este tipo
de câmara seja altamente versátil mas bastante complicada de usar.
A câmara de estúdio é uma câmara para profissionais experientes. (Note-se que o
visor da câmara é um vidro despolido na parte traseira) Este tipo de câmara é muito
utilizado por profissionais especializados em fotografia técnica, de produtos, publicitá-
ria e arquitetõnica e até moda. Esta não é a melhor câmara para fotografia de
fotojornalismo pois ela deve ser usada sempre num tripé ou numa estativa devido ao
seu tamanho e peso. Estas câmaras são conhecidas pela qualidade que ogrande forma-
to produz. Existem acessórios para utilizá-las com qualquer formato ou tipo de filme,
são os chamados “Backs”. Hoje existem também backs digitais para esta câmaras fazen-
do com que possam ser tranformadas em câmaras digitais em poucos instantes. Também não faltam
objetivas e acessórios para estas câmaras que costumam ser muito caras.
Fig.2.11
Fig2.12
OS FORMATOS
Tendo visto os diferentes tipos de câmaras fotográficas deve tornar-se claro que uma das características que mais as
diferencia é aquela relacionada com os diferentes formatos de filme. Isto é, cada tipo de câmara se diferencia por seu
tamanho, a sua complexidade, e pelas aplicações para as quais ela será utilizada. O termo formato refere-se ao tamanho
do negativo que cada câmara é capaz de produzir. Ao lado vemos alguns dos formatos mais utilizados hojeem dia. Entre
eles o mais comum é o de 35mm utilizado nas câmaras
reflex de uma objetiva e padronizado por Thomas Edison
e George Eastman em1895. Este formato é o mais utili-
zado mundialmente e é usado tanto por amadores como
por profissionais. Os formatos de 6x6 cm, 6x7 cm e 35mm
6x9cm (linhas pontilhadas) cabem todos na catégoria
de formato médio. Essa categoria utiliza o filme 120 e
220. O formato de 4x 5 polegadas é chamado de formato
grande. 6x6mm
Veremos mais sobre formatos no Capítulo IV que
fala especificamente sobre o filme. Existem outros for-
matos (muito menos usados), menores que o 35mm e
alguns maiores que o de 4 x 5 polegadas. O formato de 8
x 10 polegadas (20 x 25 cm) por exemplo é um deles.
Esse formato seria aproximadamente do tamanho de Formato me=édio
uma folha inteira A4.
Em resumo, vimos aqui os diferentes tipos de câ-
maras desde as mais simples camaras de visor, até as
sofisticadas câmaras de estúdio passando pelas câma-
4 x5 polegadas (Formato grande)
ras reflex de uma objetiva e pelas muito utilizadas câ-
maras de formato médio.
Fig. 2.13 Os formatos mais comuns mostrados aqui em tamanlho real.
Ver o capítulo VII página 71 para uma descrição mais deta-
lhada sobre os fomratos.
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
CAPITULO III :
AS OBJETIVAS
(O SISTEMA OPTICO DA CAMARA)
Fig 3.1
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
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Um dos fatores mais evidentes afetados pela distância focal de
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uma objetiva é a maneira como ela representa uma cena. Nas
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123456 fotografias abaixo feitas com objetivas de distâncias focais dife-
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123456 rentes, vemos como o aspecto da cena muda radicalmente. A
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123456 primeira fotografia foi feita com uma objetiva grande angular 24
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mm, a segunda com uma objetiva normal 50mm, a terceira com
uma objetiva 100 mm e a última com uma objetiva 200 mm .
Distancia focal
Lentes Convergentes
Lentes Divergentes
100 mm 200mm
*Lente: As lentes são corpos transparentes que servem para a reprodução
optica de um objeto. São fabricadas com tipos especiais de vidro e as suas Fig 3.5 As ilustrações acima mostram como a distância focal
superficies geralmente possuem um polimento esférico concavo ou conve- da objetiva afeta o tamanho da imagem formada e o angulo de
xo. cobertura. Fotos: Canon Lenswork 2001
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
2. O ANGULO DE COBERTURA.
O ângulo de cobertura (ou ângulo de campo visual) de
uma objetiva refere-se a área que esta pode cobrir a sua
frente. Esta característica é determinada principalmente pela
distância focal da objetiva. Objetivas grande angulares (de
pequena distância focal) tem um ângulo de cobertura mai-
or que as normais. Para melhor entender a questão do o
ângulo de cobertura das objetivas ver detalhadamente as
fotografias na Figura 2.15. (Página anterior)
Angulo de Cobertura
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
Fig. 3.8. Formula para determinar a abertura relativa de uma objeti- PONTOS T. Além dos pontos f existem pontos “T”. Teoricamente, a mesma aber-
tura deveria ser igual para todas as objetivas mas existem pequenas diferenças na
va. Divide-se a Distância Focal (DF) pelo Diametro Efetivo (DE (DE). O transmissão de luz de uma objetiva para outra e que para o uso geral são insignifi-
resultado é a abertura relativa da objetiva. Este fator é impoortante cantes. Os pontos " T " representam a medida exata da capacidade de transmissão
pois determina o numero “f” de maxima transmissão para a objetiva. de luz por meio de testes de laboratório realizados em cada objetiva. Sómente
objetivas extremamente precisas são calibradas em pontos T.
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
cia focal. A distância focal de uma objetiva é a medida em 5. A PROFUNDIDADE DE CAMPO. A profundidade de cam-
mm. cm. ou em polegadas do seu centro óptico até o ponto po diz respeito ao poder de uma objetiva de estender o seu
onde ela produz uma imagem nítida de um objeto situado no alcance de foco além e aquem do objeto focalizado. Diferen-
infinito. tes objetivas possuem diferentes profundidades de campo.
Via de regra as objetivas grande angulares possuem por si
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
Fig.
3.12
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
A IMPORTÂNCIA DA ABERTURA DO DIAFRAGMA NA Figuras 2.24e 2-25. As ilustrações nesta página mostram
como o fechamento progressivo do diafragma afeta a
PROFUNDIDADE DE CAMPO.
profunidade de campo de uma objetiva. A primeira foi feita
O efeito causado pelo fechamento do diafragma pode com o diafragma totalmente aberto. A segunda com a menor
ser dramático como podemos ver nas imagens abaixo. O abertura (f22). Vemos que as duas fotos são bastante diferen-
recurso de profundidade de campo tornou-se um elemento tes devido a profundidade de campo . Este recurso é um dos
de linguagem na fotografia e quem sabe bem explorá-lo tem mais importantes da fotografia pois como pode se ve,r passa
uma exelente ferramenta ao seu dispor. Vale a pena estudaar de um simples reurso técnico assumindo o nível de linguagem.
o texto ao lado. Cada uma das fotografias comunica coisas completamente di-
ferentes. Na primeira foto a mensagem é úni-
ca. Não há como confundir: o rosto da moça é
o destaque, o resto é pano de fundo. Na se-
gunda fotografia a mensagem é dividida entre
o fundo e o primeiro plano. A fisionomia da
moça é atraente mas a riqueza de informação
no segundo plano chama a nossa atenção para
os detalhes da textura das folhas caídas, e
outros pormenores que colocam o primeiro pla-
no em relação ao segundo dando outros signi-
ficados a foto.
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
OS TIPOS DE OBJETIVAS
1. AS OBJETIVAS NORMAIS:
Fig 3.16A regra da diagonal do negativo é a melhor forma de podermos determinar
Uma objetiva normal é definidia como tendo uma dis- se uma objetiva é normal ou não para o formato que está sendo utilizado.
tância focal igual à diagonal do negativo para o qual ela será
utilizada. (Ver figuras 3.16 e 3.17) Esta regra é muito útil
pois dentre todas as que encontramos é a mais fácil de veri-
ficar e a mais “objetiva”.
Vejamos o exemplo a direita e abaixo: O formato 35 mm al
on
ag
mede 24 x 36 mm e a sua diagonal é de 43mm, esta deveria Di mm
43 35mm
ser a distância focal "normal" para esse formato. ( Ver Fig.
3.17).
Outra forma de se descrever uma objetiva normal é pelo
seu ângulo de cobertura . Diz-se que as objetivas normais se
aproximam do ângulo de visão do olho humano que é de
aproximadamente 50o graus. Este critério porém parece
Fig 3.17. A diagonal do negatiavo 35mm é de 43mm
bastante relativo uma vez que é necessário fecharmos um aproximadamente. Obs. A largura do filme inteiro é de 35
dos nossos olhos e olhar fixamente a nossa frente para mm mas a diagonal da área da imagem é que deve ser medi-
chagarmos a uma aproximação deste angulo. da.
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
3. AS TELEOBJETIVAS
Uma teleobjetiva é justamente aquilo que o seu nome
sugere. "Tele" é distância, tele- visão, tele-scópio, tele-fone. A
teleobjetiva serve para fotografar objetos que se encontram a
distância. Por definição qualquer objetiva com uma distân-
cia focal MAIOR do que o normal (a diagonal do negativo)
pode ser considerada uma tele objetiva. Isto significa que
uma objetiva de 80mm é uma teleobjetiva como também é
uma de 800mm. A diferença entre as duas será uma diferen-
180 ça em grau. A teleobjeiva de 800mm é dez vezes mais forte
graus que a de 80mm. O angulo de cobertura da objetiva mais
poderosa será dez vezes mais agudo e a imagem será dez
vezes maior que a da objetiva de 80mm.
As teleobjetivas por sua natureza, são maiores e mais
pesadas que as outras objetivas. Para melhor entendermos
isto é só lembrarmos que uma teleobjetiva de 800mm tem
que ter nada menos do que 80 centímetros entre o seu eixo
Fig.3.18 Uma grande angular com uma distância focal a metade da optico e o plano focal. Isto significa que ela tem que ter no
diagonal do negativo terá um angulo de cobertura o dobro do normal. minimo 80cm de comprimento. As teleobjetivas são compri-
Neste caso a objetiva olho de peixe de 7.5mm tem um angulo de cober- das e também são mais lentas que outras objetivas porque
tura de aproximadamente 180 graus ou seja; metade de um circulo!.
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
absorvem mais luz. Dificilmente uma teleobjetiva acima dos 4. AS OBJETIVAS ZOOM
300mm tem uma abertura maior que f5.6 ou f8. As que pos- Até o presente momento discutimos objetivas de distân-
suem aberturas maiores como as 300mm f2.8 comuns entre cia focal fixa. As objetivas zoom apresentam um caso único
fotógrafos e cinegrafistas de esportes custam dez vezes mais em que a sua distância focal é variável. Na objetiva zoom,
que as de aberturas menores. Uma desvantagem das teleob- um ou mais grupos de elementos ópticos são movidos dentro
jetivas é que devido ao fato que elas aumentam a imagem a da objetiva para modificar a distância focal. Isto representa
sua tendência é de aumentar também as vibrações e por isto uma grande vantagem uma vez que torna possível fotografar
devem ser utilizadas montadas num tripé ou outro suporte
sólido e estável. Outra característica das teleobjetivas é uma
profundidade de campo reduzida e um achatamento da ima-
gem com perda de perspectiva chamada por muitos de "com-
pressão".
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AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell
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OS OBTURADORES © Thomaz. W.M. Harrell
CAPITULO IV: OS OBTURADORES solução mais simples foi de incorporar um sistema de relógio
a uma iris que abria e fechava por um determinado tempo .
C
Este prinçípio é utilizado até hoje e é por isto que alguns
omo já vimos na história da fotografia, as primeiras obturadores se parecem muito com a iris da objetiva. (Ver
fotografias levavam muito tempo para serem expos Figura 2.35. e Obturadores centrais).
tas. As primeiras câmaras portanto não possuiam Hoje existem classes ou tipos diferentes de obturadores
um obturador. A própria tampa da objetiva funcionava bem (1) os obturadores centrais e (2) os obturadores de plano
para esta finalidade. O fotógrafo simplesmente retirava a focal ou de cortina.
tampa na hora que desejava iniciar a exposição e recolocava-
a na hora de terminar. (1) OS OBTURADORES CENTRAIS
O obturador exerce a importante função de admitir a Este tipo de obturador, é ainda bastante comum em
luz que passa pela objetiva por um tempo determinado. câmaras modernas e é geralmente colocado entre os elemen-
Na medida em que os materiais fotográficos foram sen- tos da objetiva perto da iris e por isto recebe o nome de obtu-
do aperfeiçoados e os tempos de exposição necessários se rador central. Na ilustração 4.1. vemos um obturador cen-
fizeram mais exíguos, um controle mais preciso tornou-se tral parcialmente aberto. O seu movimento é controlado por
necessário e eventualmente imprescindível pois não era mais um sistema de relógio que aciona molas e engrenagens de
possível fazer essa operação manualmente. Foi a partir des- forma a dar os tempos corretos de exposição.
te momento que os relogoéiros entraram em cena na fotogra- (2) OS OBTURADORES DE PLANO FOCAL
fia. Como o princípio da iris já se encontrava em largo uso a
Os obturadores de plano focal foram inventados anos depois
dos obturadores do tipo central. O seu funcionamento é mais
Fig. 4.1
parecido com o de uma “cortina” que desliza horizontalmen-
O obturador central ( chama- te deixando a luz atingir o filme por uma fresta. Por isto é
se assim por ser colocado que este tipo de obturador também recebe o nome de obtura-
dentro da objetiva) se parece dor de cortina. Existe ainda um novo tipo de obturador cha-
muito com a iris da objetiva mado de Obturador de guilhotina. Este, em lugar de
mas possui menos palhetas.
Alguns obturadores deste
movimenar-se horizontalmente desce de cima para baixo
tipo possuem sómente duas como uma guilhotina. A ilustração 4.2, mostra o funciona-
palhetas em câmaras muito mento do obturador de cortina sem o corpo da câmara. De-
simples. vido ao seu desenho, os obturadores de plano focal são capa-
zes de conseguir tempos de obturação muito mais rápidos
que os de tipo central.
De forma geral, os obturadores de tipo central conse-
guem no máximo tempos de 1/400 ou 1/500 de segundo.
Isto pode parecer um tempo fantástico e realmente era al-
guns anos atrás, mas os obturadores de cortina convencio-
37
CAPITULO IV © Thomaz. W.M. Harrell
nais conseguem tempos de 1.1000 (um milésimo de segun- tagem do obturador central é que ele faz parte integral da
do) ou mais. O uso de materiais novos como o titânio aliado objetiva. Quando trocamos a objetiva temos que trocar o
a novos desenhos de obturadores de guilhotina propiciou um obturador. Nesses casos é necessário recalibrar o diafragama
avanço enorme nos tempos de obturação sendo possível con- e o obturador toda vez que se troca de objetiva. Além disto
seguir tempos de exposição de 1/5000 e até de 1/8000 de as objetivas com obturador central tendem a ser bem mais
segundo! Nas próximas páginas iremos ver como os tempos caras que aquelas que não requerem esse mecânismo.
de obturação são importantes na fotografia. Antes disso po- SINCRONISMO
rém é importante que analizemos em maior detalhe as van- Porém os obturadores centrais tem uma vantagem so-
tagens e desvantagens trazidas por cada tipo de obturador bre os de cortina. Eles possibilitam o sincronismo com fla-
(central e de plano focal). shes eletrônicos em qualquer velocidade. O sicronísmo é sim-
Já mencionamos que os obturadores centrais tem a des- plesmente o fenômeno pelo qual o obturador se encontra com-
vantagem de não conseguir velocidades acima de 1/500 de pletamente aberto no instante em que o flash dispara. Com
segundo. Esta velocidade de obturação é o suficente para obturadores centráis é muito mais fácil obter este sincronísmo
deter o movimento de um corredor por exemplo ou até de um devido à forma como eles abrem e fecham. O mesmo já não é
ciclista mas coisas que andam com maior velocidade já não verdade com obturadores de cortina que são muito mais
podem ser registradas com total nitidez. Outra desvan difíceis de sincronizar porque correm como uma cortina
atravez da janela Por isto, câmaras que possuem obturador
DIREÇÃO DO MOVIMENTO de plano focal (cortina ou guilhotina ) devem ser utilizadas
com velocidades mas baixas quando se está utilizando um
flash. Ao se utilizar câmaras deste tipo é necessário ficar
atento para a velocidade de sincronismo da câmara. Normal-
mente esta velocidade é marcada na cor vermelha ou ainda
possui um “X” ao lado ou uma seta em forma de raio ( ). É
importante sempre verificar a velocidade de sincronismo
de um obturador de cortina quando ele será utilizado
com flash eletrônico. Via de regra um obturador de plano
focal não deve ser utilizado com velocidades superiores a 1/
60 de segundo. Alguns obturadores de plano focal de ultima
geração podem sincronizar com o flash em velocidades de 1/
CORTINA PRINCIPAL 250 ou mais. A Nikon N90x por exemplo pode sincronizar
CORTINA SECUNDÁRIA com o flash SB-26 na incrível velocidade de 1/4000! A ilus-
tração 4.4 mostra o que pode acontecer numa fotografia tira-
da com falha de sincronísmo. Uma parte da imagem é ilumi-
nada pelo flash e a outra não.
Fig 4.2 Obturador de cortina ou “de plano focal”
38
OS OBTURADORES © Thomaz. W.M. Harrell
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A TEORIA DA LUZ © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO V © Thomaz. W.M. Harrell
1. A LUZ
a) O Espectro Eletromagnético
O que conhecemos por LUZ representa apenas uma peque-
na parte - menos de uma vigésima parte - do total de energia
eletromagnética existente no universo e que chamamos de es-
pectro eletromagnético . Como se sabe, o espectro eletromagné-
tico é composto de uma grande variedade de ondas de energia
que vão desde os raios gama, e raios x até ondas de rádio e TV. (
ver Fig 3.1.)
A parte visível do espectro eletromagnético (Fig. 3.2.) é a que
mais nos interessa na fotografia, no cinema, no vídeo e portan-
to quando falarmos de luz estaremos nos referindo ao espectro
visível assim como a uma pequena faixa da luz ultra-violeta e
infra-vermelha que embora invisíveis afetam o filme e os proces-
sos fotográficos em geral.
De maneira muito elementar podemos dizer que aquilo que
chamamos da teoria da luz se tange nessa pequena faixa de
energia eletromagnética para a qual os nossos órgãos recepto-
res (olhos) são sensíveis. Também é de se notar que as outras
formas de energia tem a sua própria nomenclatura e não rece-
bem mais o nome de luz. (Ver ilustração 3.1)
Fig 5.2 O ESPECTRO VISÍVEL
C
R Ó R C INFRAVERMELHO C
A S RAIOS X A U RAIOS
L R
M A A ONDAS DE RÁDIO E T.V.
I I R ULTRAVIOLETA U
O
I
T L D
C O
S RAIOS GAMMA O Z O A ONDAS LONGAS
O S
S R R
S X
Na pagina anterior vimos que o espectro visível se coloca apro- sidade do meio que
ximadamente no centro do especto eletromagnécito e que ele ela atravessa).
é composto por radiações entre 400 e 700 nm. Cada radia- A melhor ma-
ção dentro destas faixas corresponde a uma cor do espectro. neira de se fazer a
Visualmente, quando percebemos radiações de todas as fai- descrição de uma
xas a sensação é de luz branca. Veremos o fenômeno da cor onda de luz é de
em maior detalhe um pouco mais adiante neste capitulo. trazermos à tona a
2. AS CARACTERISTICAS DA LUZ lembrança de uma
curva sinoidal. Este
A luz visível possui diversas características pelas tipo de curva deve
quais podemos descreve-la . Entre estas qualidades as mais ser mais do que co-
importantes para a nossa discussão são: comprimento de nhecido por todos Fig. 5.5 O Comprimento de Onda é a medida
onda e frequencia , assim como a sua intensidade, e tempe- que ja olharam na da crista de uma onda para a outra
ratura em graus kelivin. tela de um
Vejamos estas caracteristicas mais detalhadamente: osciloscópio. (Fig.
3-3). Estas ondas se comportam de uma forma análoga ou
1. Comprimento de Onda e Frequencia semelhante às ondas do mar. As ondas do mar como todos
Embora estajamos acostumados a descrever a luz como sabem tem altos e baixos e viajam numa determinada dire-
sendo composta de raios esta é na realidade Composta de ção (geralmente do mar afora para a costa).O comprimento
ONDAS ELETROMAGNÉ- de onda da luz é a medida que separa a crista de uma onda
TICAS que se propagam da outra . (veja Fig. 3-4.). A fequencia é determinada em
em linha reta do seu termos de quantas cristas passam por um ponto num deter-
ponto de origem no es- minado tempo. Por exemplo se temos um poste no mar o
paço à incrível velocida- número de ondas que batem nele durante um minuto, seria
de de 299,796 km por se- a frequencia.
gundo. Fora do espaço a No tocante à luz estas medidas são extremamente pe-
velociade da luz é menor quenas e são utilizadas medidas especiais para descreve-las
devido à resistência en- como; MICRONS (u) e MILIMICRONS (mu). Hoje porém é muito
contrada com meios físi- mais comum encontrarmos o termo Nanometro (nm) que é
cos como o ar o vidro ou equivalente a um milimicron (mu) ou 10-6 mm.
a água ( a regra diz que UM MICRON EQUVALE A UM MILESIMO DE UM MILIMETRO. ( u = 1/
Fig. 5.4 As ondas de luz se movem
a velocidade da luz dimi- numa determinada direção de forma 1OOOmm)
nui em proporção á den- rectilínea
43
CAPITULO V © Thomaz. W.M. Harrell
44
A TEORIA DA LUZ © Thomaz. W.M. Harrell
Fig 5.6
Kelvinometros da
GOSSEN e da
MINOLTA. estes
Fig. 5.7 Algumas fontes de luz e suas respectivas temperaturas em
fotometros medem as Graus Kelvin.
três cores primárias e
dão leituras com a
filtragem necessária em
densidades cc para se
obter o resultado
desejado.
45
CAPITULO V © Thomaz. W.M. Harrell
c) Cor: As Cores Primárias do Espectro. Esse sistema fundamentado nas cores primárias é a base de
muitos processos de reprodução das cores incluindo a fotografia
positiva e a televisão. Este sistema é conhecido como o sistema
Torna-se necessário tornarmos mais clara a discussão das cores
RGB ou Sistema Aditivo de Cores. Toda a teoria da fotografia em
em relação a luz. Nas páginas anteriores vimos que a luz é ape-
cores é fundamentada no princípio da decomposição da luz em
nas uma das formas de energia do espectro eletromagnético. Vi-
tres cores primárias e suas complementares.
mos também que sómente a faixa entre 400 e 700 nanometros é
visível ao olho humano e que a faixa determina a cor da luz. Por
exemplo podemos ver que luz por volta dos 400nm se aproxima Fig 5.8 A luz
mais do azul ou do violeta. Do outro lado está a luz que se apro- branca pode ser
xima do vermelho por estar associada ao infraverfmelho cuja faixa decomposta nas tres
do espectro está bem próxima dos 700nm. cores primárias
(velmelho, verde e
Vimos também que não é prático descrever a cor de uma azul ) ao passar por
determinada fonte de luz por sua faixa no espectro embora isto um prisma.
seja possível. Em lugar disto o método utilizado é o sistema de
temperatura da cor em Graus Kelvin. E sistema nos da uma for-
ma bastante precisa de determinar a cor de uma fonte de luz.
46
A TEORIA DA LUZ © Thomaz. W.M. Harrell
Por outro lado se três filtros de cores complementares Tanto na fotografia em preto e branco como na fotogra-
forem vistos contra uma luz branca estes formarão as cores fia a cores os filtros funcionam de maneira similar , ora ab-
primárias em seus diferentes pontos de conicidência. Onde sorvendo ora transmitindo cores de diferentes faixas do es-
as três complementares se tocam haverá total bloqueio da pectro. Da mesma forma vemos na Fig 5.10 abaixo que os
luz. Haverá portanto preto. este sistema é chamado do filtros são muito eficazes para bloquear ou absorver determi-
processo subtrativo de cores. nadas cores e transmitir outras. No primeiro exemplo, ve-
mos que o filtro de cor MAGENTA bloqueia o VERDE e trans-
mite o AZUL e o VERMELHO. O filtro AMARELO por sua
parte bloqueia sómente o AZUL e permite a passagem do
VERMELHO e do VERDE. Já o filtro CIANO permite a pas-
Se pensarmos um pouco a respetio das origens dos no- sagem do AZUL e do VERDE mas bloqueia o VERMELHO. Si
mes destes processos será bastante fácil lembrar a sua fun- no lugar dos filtros complementares fossem usados filtros
ção. No processo aditivo as cores primárias combinam ou primários sómente uma cor poderia passar. O vermelho
somam para criar as cores complementares. As três cores bloqueraria tanto o azul como o verde. O Verde bloquearia o
primárias combinadas em quantias iguais dão luz branca azul e o vermelho e o Azul bloquearia o verde e o vermelho.
(uma soma de todas as cores- processo aditivo). Sabendo disto podemos ver que uma completa manipulação
Por outro lado, as cores complementares cancelam ou das cores se torna possível.
subtraem das cores primárias. Uma combinação de quanti-
Fig 5.10
as iguais das tres cores complementares dá preto (ausência
de luz -processo subtrativo).
47
CAPITULO V © Thomaz. W.M. Harrell
Onde duas cores primarias coincidem Onde duas das cores complementa-
Fig. 5.11. O processo cria-se uma cor complementar. No pon- res se sobrepõem cria-se uma cor pri-
aditivo (cores primárias) e to de convergência das três ha soma mária. No ponto de convergência das
o processo subtrativo (co- portanto luz branca é o produto das três não há passagem de luz portanto
res complementares). três. a cor é preta.
48
A TEORIA DA LUZ © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO V © Thomaz. W.M. Harrell
50
A TEORIA DA LUZ © Thomaz. W.M. Harrell
Fig. 5.16. As unidades fotometricas : O Pé Vela e o Lux são medidas realizadas com
uma vela especial fabricada sob condições muito rigorosas. O Pé Vela equivale ao
fluxo luminoso recebido por uma seperficie com um pé qudrado a uma distância de
um pé. O lux representa um metro quadrado a um metro de distância. O fluxo
Fig 5.15. A fotografia mostra como a queda da luz segue a lei do inverso luminoso recebido por essas superfícies equivalem a um pé vela e um lux
respectivamente.
do quadrado caíndo radicalmente na medida em que a distância aumenta.
Posição 1). fotômetro a 5 cm da vela. Posição 2). O fotômetro a 15 cm da d) As Unidades Fotometricas
vela Posição3).O fotômetro a 30 cm da vela. Neste último exemplo a luz é O sistema de unidades fotomêtricas utilizado para medir a
sessenta e quatro vezes mais fraca que a 5 cm.
quantidade ou intensidade de luz existente é os sistema conheci-
do como Unidades Fotométricas. A unidade fotométrica internaci-
onal hoje é o lux mas também se utiliza muito a medida anglo-
saxônica conhecida como pé vela (footcandle), ( Ver figura 3.16.).
Porém poucos fotometros hoje são calibrados para medir a
luz em qualquer um desses dois sistemas.
A maioria dos fotometros de hoje registram a luz em unida-
des chamdas de Valores de Exposição ou E.V. (Exposure Value).
Estes valores vão de -8 até 24 . Para termos uma ideia de como
este sistema funciona uma cena ilumiada ao meio dia num dia
ensolarado, teria um E.V. de entre 7 e 8. Apontar o fotometro
diretamente para o por de sol daria um valor de 17 e um valor de
-2 iria requerer uma exposição de mais de 1 minuto para cada
fotograma de filme com um filme ISO 100. A maioria dos fotometros
sómente indicam um determinado E.V. sendo que o resultado des-
51
CAPITULO V © Thomaz. W.M. Harrell
tas medidas é automaticamente mostrado na forma de uma aber- em relação ao efeito a ser obtido no filme. Uma leitura auto-
tura necessária para a correta exposição do filme. mática sómente pode dar um valor médio ou aproximativo.
Ainda outro fator importante diz respeito ao equilibro das
e) Fotometros
luzes sendo utilizadas para uma tomada. Via de regra o di-
Como já dizemos o fotometro é o principal; instrumento retor de fotografia trabalha com diferentes intensidades para
utilizado para determinar a quantidade de luz disponivel no controlar a relação de contraste de uma cena. Para isto ele
momento de uma tomada ou de uma fotografia. Porém a precisa ter uma idéia concreta de intensidade de cada uma
quantidade ou intensidade de luz acaba sendo sómente um das suas fontes de luz. O fotometro é o instrumento utiliza-
fator importante para o fotógrafo ou cinegrafista . O do para esta finalidade.
fotógrafo,diretor de fotografia ou operador de câmara dese-
jam mesmo saber qual é a intensidade de luz de uma cena
para tranformar esta informação num resultado prático que
é a abertura de diafragma necessária para obter uma exposi-
ção correta do filme. O fotômetro moderno funciona como
um calculador de exposição pois nele são registrados dados
sobre (1) a sensibilidade do filme, (2 ) a velocidade da tomada
(do obturdor), que no ato de se medir a luz, irão resultar
numa indicação de abertura do diafragma. (veja figs. 3.9 e
3.10.)
Hoje em dia, fotômetros podem ser tão pequenos que
são embutidos dentro do sistema optico da câmara de forma
a avaliar a quantidade de luz que passa para o filme ou para
o dispositivo de captação da câmara. Algumas câmaras até
regulam o diafragma automáticamente de acordo com esta
ponderação.
Embora este tipo de dispositivo facilite muito a opera-
ção de leitura da luz e exposição correta do filme, poucos
diretores de fotografia se apoiam exclusivamente nestes re-
sultados e fazem as suas próprias leituras com fotometros
manuais para conferir ou modificar as aberturas indicadas
pelo sistema automático. Fig 5.17 O sistema de fotocelula incorporado na maioria dos fotometros
Isto se deve principalmente ao fato de que é necessária possui (1) a celula fotovoltaíca que ativada pela luz envia carga ou postiva ou
negativa para um galvanômetro ( 2 ) este por sua vez está ligadoa uma agulha
uma larga experiência para interpretar leituras de fotômetro
que mede luz numa escala ( 3 ).
52
A TEORIA DA LUZ © Thomaz. W.M. Harrell
Entrada de luz
f) Fotometria e exposição:
De forma geral a fotometria e a exposição estão estreitamen-
Agulha medidora
te ligadas ao resultado final de uma fotografia e por isso tem gran-
Velocidade do obturador ( em fra- de importância. Grandes fotografos sempre se preocuparam com
ções de segundo, segundos ou mi- esta questão porque sabiam que a super exposição quando não
nutos) vela o filme produz exesso de contraste na cena. Por outro lado a
sub-exposição quando consegue produzir uma imagem o faz com
Abertura de diafragma a ser uti- baixo contraste e quase nada de altas luzes. A exposição correta
lizada portanto é primordial para se ter uma fotografia bem equilibrada e
vibrante seja ela preto e branco ou colorida.
Sabendo disso os fabricantes tanto de filmes como de equi-
Sensibilidade do filme (Sistema
ASA)
pamentos não pouparam esforços para resolver o problema. Hoje
as câmaras mais avançadas utilizam sistemas de fotometria
matriciais e ponderados. Isto quer dizer que não somente um
ponto da imagem é medido mas diversos pontos são avaliados
simultâneamente (5 ou mais) dentro da area do visor de forma
que uma exposição incorreta é quase impossível. Somado a isto,
os filmes também tem passado por uma evolução tão radical que
poderiamos chamar de revolução. A descoberta dos grãos T dimi-
nuiu a granualaridade a pontos infinitessimos e a latitude dos
filmes é tão grande que mesmo errando por varios diafragmas
Fig. 5.18 Fotómetro da marca Gossen . O fotómetro possui uma fotocelula obtem-se resultados aceitaveis.
(ver fig. 3.10) que mede a quantidade de luz sendo recebida e a compara com 1.) a De qualquer maneira todos ainda concordam que uma ex-
sensibilidade do filme (ISO), 2.) a velocidade do obturador e fornece uma abertura posição correta fornece os melhores resultados e a pergunta mais
de diafragma a ser utilizado. ouvida é como melhor medir a luz? Este capítulo nos fornecu
informações sobre os sistemas de meidição e sobre os fotometros
mas a questão de como medir a luz é uma quastão de técnica e
será abordada no capitulo “trabalhando com a câmara”.
53
OS FILTROS © Thomaz. W.M. Harrell
CAPITULO VI : OS FILTROS
Fig 6.1
54
CAPITULO VI © Thomaz. W.M. Harrell
O
s filtros exercem multiplas e importantes funções nos pro
cessos fotográficos. São aplicados não somente na foto FIG 6.2. FILTROS PARA FOTOGRAFIA EM PRETO E BRANCO
grafia mas na re-fotografia e nos laboraatórios. A função
mais evidente dos filtros é de modificar ou alterar a qualidade ou Ao lado temos uma
qantidade de luz que passa pela objetiva. Os primeiros filtros a página do catálogo de fil-
existir foram os filtros utilizados na fotografia em preto e branco. tros da Hoya, um dos
De forma geral existem três classes de filtros que podemos maiores fabricantes de
cassificar da forma seguinte: filtros do mundo que mos-
tra os três filtros mais uti-
1 1. FILTROS PARA FOTOGRAFIA EM PRETO E BRANCO, que são tam- lizados na fotografia pre-
to e branco e os seus efei-
bém conhecidos como filtros de contraste por ser este o seu maior
tos.
efeito.
De forma geral po-
1 2. FILTROS PARA FOTOGRAFIA COLIRIDA . demos aplicar uma regra
1 3. FILTROS DE EFEITOS E PARA USO GERAL. simples para o uso de fil-
tros na fotografia em pre-
to e branco que é que a
1) . FILTROS P
FILTROS ARA FO
PARA FOTTOGRAFIA EM PRETPRETOO E BRANCO cor semelhante será re-
Os filtros para a fotografia em preto e branco tem a principal gistrada mais clara e a
função de controlar o contraste da cena . Muitos fotógrafos mes- cor complementar mais
mo alguns experientes, tem a noção de que o uso de filtros para escura.
fotografia em preto e branco constitui algum tipo de trucagem Assim se usarmos
para conseguir efeitos especiais. um filtro vermelho, o ceu
A verdade é que os filtros são absolutamente necessários para (azul) será mais escuro
a fotografia em preto e branco na grande maioria de aplicações na foto. Um filtro verde,
pois o filme tenta representar as diferentes cores como tons de fará a mata ficar mais cla-
cinza e a sua escala de sensibilidade a essas cores não corresponde ra.
à da nossa visão. Normalmente o filme preto e branco é mais
sensível ao azul, menos ao verde e bastante ao vermelho. Por
outro lado a visão humana é muito mais sensível ao verde o que
talvez seja mais uma prova dos nossos antepassados herviboros. Para maiores informações
O profissional recorre frequentemente ao uso de filtos; justamen- sore filtros para fotografia
te para conseguir um equilibro de valores de acordo com a sua em preto e branco veja a
visão e com a intenção da fotografia. Os principais filtros para a tabaela de filtros no final
fotografia em preto e branco são o Vermelho, Laraja, Amarelo, deste capitulo.
Verde e Azul .
55
OS FILTROS © Thomaz. W.M. Harrell
b) FILTROS PARA FOTOGRAFIA EM CORES Na tabela abaixo temos os filtros de Correção de Cor
Os filtros C.C. são normalmente colocados diante da objetiva de
O
s filtros para a fotografia em cores constituem hoje forma a corrigir pequenos desvios de cor. Os filtros de correção de Cor
um universo muito grande. Existem centenas de fil são fabricados tanto nas cores complementares como nas primárias e em
tros para diferentes finalidades. As aplicações mais pequenos incrementos de densidade para oferecer um completo controle
evidentes são de atenuar ou intensificar determinadas co- da cor. A tabela abaixo, mostra os quarenta filtros C.C. da Kodak nas tres
res. Basicamente podemos dividir os filtros para fotografia cores primarias e suas complementares assim como nas principais densi-
colorida em três categorias: dades em incrementos de 02,5 a. 50
1) FFiltros
iltros de correção de cor e de conversão de luz,
2) FFiltros
iltros coloridos para aplicações gerais
gerais, TABELA DE FILTROS DE CORREÇÃO DE COR DA KODAK
3) FFiltros
iltros de efeitos
efeitos.
CIANO MAGENTA AMARELO
Na primeira classe temos os filtros de Correção de (ABSORVE VERMELHO) (ABSORVE VERDE) (ABSORVE AZUL)
Cor conhecidos como filtros C.C. e os Filtros de Conversão CC-0,25C CC-0,25M CC-0,25Y
de Luz ou L.B. (Light Balancing). Estes são os mais dificeis CC-05C CC-05M CC-05Y
CC-10C CC-10M CC-10Y
de entender pois são usados por profissionais de alto cali-
CC-20C CC-20M CC-20Y
bre e em laboratórios. CC-30C CC-30M CC-30Y
Os filtros da segunda classe possuem diversas to- CC-40C CC-40M CC-40Y
nalidades e intensidades seu propósito principal sendo mo- CC-50C CC-50M CC-50Y
dificar a cena. Existem filtros azuis para intensificar a cor
do ceu, filtros amarelados e laranja para aumentar essas
cores num fim de tarde. Podem ser usados tanto para a VERMELHO VERDE AZUL
fotografia em preto e branco (ABSORVE AZUL E VERDE) (ABSORVE AZUL E VERMELHO) (ABSORVE VERMELHO E VERDE)
Entre a classe de filtros de efeitos também ha uma
grande gama para ecolha. É nesta classe que encontramos CC-0,25R CC-0,25G CC-0,25B
CC-05R CC-05G CC-05B
os filtros graduados, os filtros de foco suave ou neblina, os CC-10R CC-10G CC-10B
filtros estrela e prismáticos e até filtros mais comuns como CC-20R CC-20G CC-20B
os polarizadores e filtros de densidade neutra. CC-30R CC-30G CC-30B
A seguir vermos com mais detalhe alguns desses fil- CC-40R CC-40G CC-40B
tros mais importantes e principalmente os seus usos e apli- CC-50R CC-50G CC-50B
cações.
56
CAPITULO VI © Thomaz. W.M. Harrell
57
OS FILTROS © Thomaz. W.M. Harrell
58
CAPITULO VI © Thomaz. W.M. Harrell
e) OS FILTROS POLARIZADORES
Os filtros polarizadores ou polarizantes também conhecidos
pelo nome errado de filtros "polaroide' são utilizados para minimizar
reflexos indesejáveis em vitrines, janelas de vidro, superficies de
agua, superficies metálicas e outras superficies polidas que refle-
tem luz. Como diz o nome, estes filtros tem o efeito de polarizar a
luz proveniente destas supefícies e tem maior eficácia quando esta
é refeletida num ângulo de 350 a 400 graus do eixo otico da câma-
ra. Quando o ângulo de incidência é maior ou menor o efeito do
filtro diminui rapidamente. Estes filtros são muito uteis quando
desejamos filmar ou fotografar atravez de vitrines ou janelas e
outras situações onde é necessário reduzir o efeito de reflexos.(Ver
exemplos a direita )
É necessário mencionarmos que estes filtros se tornam vir-
tualmente impraticaveis em duas situações: em dias encobertos
ou nublados e em filmegens quando se pretende efetuar movi-
mentos de câmara como panorâmicas pois o efetio do filtro muda
de acordo com o ângulo de incidencia da luz. Por estar “polari-
zando” a luz o filtro absorve ou bloqueis de 1,5 a 2 diafragmas de
luz obrigando o fotógrafo a compensar essa perda abrindo a iris Fig 6.6
da objetiva. Apesar disto estes filtros são de grande utilidade e s
ão utilizados por profissionais sempre que possível.
FLORES E
AMARELO 25a
FOLIAGEM
60
CAPITULO VI © Thomaz. W.M. Harrell
E
mbora existam exelentes fabricantes de filtros como
os americanos Tiffen, os japoneses Hoya e os ale
mães Heliopan um sistema que se tornou referência
para profissionais e amadores no mundo todo é aquele in-
ventado pelo francês Jean Coquin. Trata-se do mais comple-
to sistema de filtros para uso na fotografia que permite o uso
multiplo de filtos de correção de cor, efeitos especiais,
trucagem e distorção. A sua aplicação é práticamente ilimi-
tada. A direita uma tabela ilustrativa dos filtros Coquin. Aci-
ma os dispositivos de suporte para a colocação dos filtros na
câmara.
61
A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
62
CAPITULO VII: O FILME © Thomaz. W.M. Harrell
U
ma emulsão fotográfica é composta de pequenas partícu
las fotossensíveis (geralmente haletos de prata ou nitrato
de prata) suspensos numa fina camada de gelatina que é
depois colocada numa base de acetato cujo objetivo é servir de
suporte.
Na ilustração ao lado, vemos um desenho
esquemático da composição do filme. A estrutura básica PERFURAÇÕES
do filme é a base ou suporte hoje composta de acetato.
No suporte, a emulsão é colada com uma substância
chamada de substrato. Alguns fabricantes costumam
EMULSÃO
colocar uma fina camada de material opaco chamada de
base anti-halo. Além de evitar a refração de raios de luz
muito fortes que possam atravessar o filme, a base anti-
halo também protege a parte traseira do filme contra
abrasões.
Essêncialmente o que ocorre quando um filme é
exposto a luz é o seguinte: a luz da imagem atinge a
emulsão e sensibiliza as partículas de prata. Estas par-
tículas sensibilizadas que constituem a imagem latente
se tornam quimicamente diferentes das não sensibiliza-
das. ( Este efeito tende a se dissipar com a passagem do
tempo e por isto é recomendável revelar o filme o mais
cedo possível após a sua exposição.) Depois de exposto, BASE ANTI HALO E ANTI
o filme é colocado numa solução que precipita uma rea- ABRASÃO
ção na prata ativada escurecendo ou oxidando-a. Esta SUPORTE
solução e conhecida como revelador. Uma Segunda so-
lução, o interruptor , suspende o processo de revelação.
Finalmente, uma terceira solução, o fixador, estabiliza a Fig. 7.1. A estrutura do filme Vê-se 1), emulsão 2), as perfurações, 3)a
prata exposta e torna solúveis as partículas não expos- base de acetato ou suporte, 4) as camadas anti-abrasão e anti-halo
tas deixando uma imagem negativa impressa no filme.
As áreas mais claras, as que receberam maior quantida-
de de luz ficarão com maiores depósitos de prata for-
mando as áreas mais densas do negativo. As áreas que não rece-
beram luz ficam completamente transparentes. Quando esse ne-
gativo é copiado o resultado é uma imagem positiva.
Imagem negativa Imagem Positiva
63
A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
A Estrutura de um Filme
64
CAPITULO VII: O FILME © Thomaz. W.M. Harrell
Alem dos diversos tipos de filmes existe uma grande variedade de marcas de
Fig 7.4 OS QUATRO TIPOS DE FILMES diferentes fabricantes.
3. 4.
65
A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
FILMES EM PRETO E BRANCO locadas no tele-cine para teledifusão. O filme positivo, ou reversí-
O filme preto e branco não possui corantes sendo que a sua vel também é conhecido como CROMO por seu nome ser dirivado
composição é unicamente de prata sensível. Hoje os filmes preto e do filme Kodachrome da Kodak. Hoje porém filmes de todas as
branco são panchromáticos ou seja são sensíveis a todas as cores maracas cuja denominação termina em “chrome” indica tratar-se
e as traduzem para diferentes tons de cinza. de um filme revesível. Por isto temos além de Kodachrome,
Fujichrome, Agfachrome, Ilfrochorme e assim por diante. Por ou-
FILMES COLORIDOS
tro lado tudo que termina em “color” indica um filme negativo
Um filme colorido pode ser tanto do tipo negativo ou positi-
colorido.
vo (reversível) e se diferencia de um filme preto e branco em que
a sua emulsão é composta de ao menos três camadas diferentes,
FILMES NEGATIVOS
cada uma com um corante para captar aproximadamente um ter- Um negataivo é um filme que produz uma imagem inverida
ço do espectro visível (Ver fig.3.25.) O processo é muito parecido dos valores luminosos de uma cena. Os valores mais escuros de
ao processo gráfico de impressão em cores. A teoria como já vi- uma cena parecerão mais claros num negativo e os malores mais
mos anteriormente, é que o espectro visível pode ser dividido em calros parecerão mais escuros daí que a cena é dita de invertida
três cores primárias das quais podem ser reproduzidas todas as ou “negativa”. Nos filmes negativos coloridos a inversão também
outras cores . existe em relação as cores portanto um objeto que aparece como
azul no negativo é na realidade vermelho na vida real e é assim
que será na cópia positiva.
FILMES REVERSÍVEIS OU POSITIVOS
Um filme reversível é um filme cuja imagem é revertida
CARACTERISTICAS COMUNS A TODOS OS FILMES
Embora haja diferenças evidentes de um filme para outro,
durante a revelação. O resultado final é uma imagem positiva no
existem caraterísticas comuns a todos os filmes. Estas são: sen-
filme e não uma imagem negati-
sibilidade, granulação, latitude de exposição, contraste, e defini-
va. A maior vantagem do filme Fig 7.6 ção. Isto não quer dizer que todos os filmes sejam iguais mas que
positivo é que ele torna desneces-
todos possuem estas características porém em quantidade e qua-
sário se fazer uma cópia em pa-
lidade diferentes.
pel. O uso de filmes reversíveis
inclui a preparação de slides para 1. SENSIBILIDADE
aprsentações audio visuais ou A sensibilidade de uma emulsão ( ou filme), refere-se a in-
CROMOS para impressão em co- tensidade da reação que essa emulsão terá em relação à quanti-
res. Na televisão as reportagens dade de luz que recebe. Mais específicamente ela diz respeitio á
eram filmadas com película ci- velocidade ou rapidez com que essa emulsão será impregnada
nematográfica positiva antes do pela ação dos fotons* que nela incidirem. Como bem se sabe
vídeo ser inventado. As equipes existem filmes de sensibilidades diferentes. Um filme de elevada
saiam para filmar, voltavam com as matérias e estas eram revela-
das (frequentemente na própria emissora) para depois serem co- *Foton O fóton é a menhor particula de luz de que se tem
conhecimento.
66
CAPITULO VII: O FILME © Thomaz. W.M. Harrell
sensibilidade por exemplo, requer menor quantidade de luz para rela do que ela aparentava ser visualmente. Isto se deve ao fato de
imprimir uma imagem mas ele não produz uma imagem com as que a maioria dasfontes de luz artificial são deficientes na faixa
mesmas características de um filme de sensibilidade média ou ultravioleta do espectro isto resulta num registoro distoricido no
baixa. A maior desvantagem de filmes hypersensíveis é que eles filme. De forma geral não existe um filme que veja as cores do
produzem maior granulação e menor saturação de cores. Por ou- espectro da mesma forma que nós as vemos. Por isto os fabrican-
tro lado os filmes menos sensíveis tem maior saturação de cor e tes publicam as Curvas de Sensibilidade Espectral para cada tipo
grão mais fino mas sómente funcionam com maiores níveis de luz. de filme diferente. O fotógrafo mais experiente pode utilizar estas
É devido a essas diferenças que todas as sensibilidades diferentes curvas como guia para o tipo de fotografia que ele pretende reali-
continuam existindo. zar. Um exemplo é quando pretende-se fotografar sob luz artifici-
1.a ISO
Já existiram no passado inúmeros sistemas para definir a
sensibilidade de um filme. Antigamente cada fabricante estabele-
Fig. 7.8 Curvas de
cia os seus próprios parâmetros de sensibilidade para o seu pro-
duto. Isto evidentemente gerou muita confusão. Hoje, nem se Sensibilidade
ouve mais falar dos sistemas BSI, Weston, Sheiner e outros. Mes- Espectral(em
mo os amplamente difundidos termos ASA e DIN cairam em desu- nanometros)
so. O sistema atual é o sistema ISO ou INTERNATIONAL STANDARDS
ORGANIZATION que hoje padroniza muito mais do que filmes. No
tocante a filmes, o padrão é calcado no antigo ASA (American
Standards Association) pois mantém os mesmos valores (um fil-
me ISO 100 é igual a um filme ASA 100). As sensibilidades mais
comuns hoje são ISO 25 50,64,100,125,160,200,360,400,600,800,
e 1,600. Quanto mais elevado o valor numérico maior é a sensibi-
lidade do filme. Na realidade não há nenhum mistério nesses
números. Um filme de ISO 50 possui a metade da sensibilidade
de um filme de ISO 100. Um filme de ISO 400 é quatro vezes mais
sensível que um filme de ISO 100 e assim por diante.
1. b SENSIBILIDADE ESPECTRAL al. Neste caso é melhor adquirir um filme cuja sensibilidade
É necessário lembrar que a maioria dos filmes não possui a espectral esteja balanceada para esse tipo de iluminação. ( Veja
mesma sensibilidade a todas as faixas do espectro que a visão também temperatura da luz em graus Kelvin no Capitulo III. )
humana. É por isto que muitas fotografias mostram algumas co-
res de forma mais acentuada do que são para nossa visão. Um
caso exemplar e quando os filmes são expostos sob luz artificial.
Nestas condições a fotografia irá mostrar a cena muito mais ama-
67
A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
3. LATITUDE DE EXPOSIÇÃO
Este termo descreve a capacidade de uma emulsão de re-
gistrar detalhes em condições de super-exposição e sub-exposi- Fig. 7.10 Cena fotografada com filme de contrase normal com-
ção . Normalmente filmes negativos tem mais latitude de exposi- parada com outra feita em filme de muitocontrase
ção que os filmes reversíveis. Um filme negativo por exemplo pode
tolerar diferenças de exposição de até quatro pontos em quanto
que um filme reversível não podetolerar mais do que dois dia-
fragmas. O que isto significa na prática? Um filme reversível com
sub-exposição de dois pontos mostrará as partes escuras de uma
cena como preto total (sem nenhum detalhe) Da mesma forma,
68
CAPITULO VII: O FILME © Thomaz. W.M. Harrell
5. DEFINIÇÃO OS FORMATOS
O formato de um filme determina as suas dimensões verti-
A definição ou resolução de uma emulsão é determina- cais e horizontais. (ver também o Capítulo II). Os formatos tem
da pela sua capacidade de registrar um certo número de linhas mudado pouco no passar dos anos mas alguns introduzidos mais
por milimetro. Alguns fabricantes publicam esta informação em recentemente na história da fotografia ganharam grande popula-
forma de graficos chamadas de curvas de tranferência de modula- ridade. Na fotografia a regra que maior é melhor ainda é válida e
ção (M.T. Curves). É de se notar que a definição de todos os quanto maior um formato melhor será a qualidade das cópias prin-
filmes começa a cair por volta dos vinte ciclos (linhas) por milimetro. cipalmente com grandes ampliações. São três os formatos mais
- isto representa um limite para quase todas as emulsões fotográ- utilizados hoje.; formato pequeno (35mm) o formato médio (120 )
ficas mas é no grau que cai a curva que representa a capacidade
e formato grande (chapas)
de um filme de representar pequenos detalhes. Também é de se
notar que a definiçào de uma emulsão fotográfica ainda é mais 1. O FORMATO PEQUENO
alta que a de televisão e o V.T. (Video Tape) que é medida em
termos de linhas por centimetro e não por milimetro. O formato de 35mm junto com o recem introduzido APS
(Advanced Photo
6. SATURAÇÃO E TEMPERATURA DE COR System) que tam-
bém utiliza filme de Fig 7.11
Esta caracteristica é somente aplicavel aos filmes em 35mm são hoje os
cor . Geralmente os filmes reversiveis (positivos), reproduzem co- formatos pequenos
res com maior saturação (mais intensas que os filmes negativos. mais viáveis e mais
Se um filme reproduz cores ricas e vibrantes a sua saturação é utilizados. Hoje es-
dita rica ou alta. Un filme que produz cores suaves em tons de tes formatos tem
pastel é dito de saturação baixa. Existem diversos fatores que predominância no
afetam a saturação de um filme. A composição da emulsão é o mercado amador e
principal fator. A iluminação afeta em muito a forma como as grande parte do
cores registram no filme. A revelação do filme também afeta a profissional e semi
saturação. O uso de filtros na hora da tomada pode também in- profissional. Diga-
fluenciar na saturação da foto. O contraste da cena é ainda outro se de passagem que
fator que afeta a saturação das cores no resultado final. Os existem e existiram
filmes balanceados para luz dia reagem ou rendem as cores com outros formatos pe-
maior precisão quando a luz equivale em graus Kelvin à luz do quenos mas ne-
meio dia (de 5500 a 6000graus kelvin) Um outro exemplo sería de nhum tem expres- Acima: uma câmara 35mm
um filme balanceado para ser exposto sob condições de estúdio são comparável ao moderna
(luz artificial ou tungstênio) estes filmes são balanceados para
35mm.
temperaturas de 3300 a 3500 graus kelvin.
69
A FOTOGRAFIA © Thomaz. W.M. Harrell
70
CAPITULO VII: O FILME © Thomaz. W.M. Harrell
OS FORMATOS
Formato 6 x 6 cm Formato 6 x 8 cm
Formato 4,5 x 6 cm
Um tipo de filme que se encontra em sua própria categoria e que fissionais. Desta forma o fotógrafo pode fazer uma série de ensaios que
prometeu revoluciaonar a fotografia é o filme Polaroid. O filme poraroid é podem ser analizados por ele e pelos diretores de arte quanto ao enquadra-
um filme instantâneo ou seja ele fornece cópias em poucos segundos de- mento, iluminação, disposição dos objetos e uma série de outros fatores
pois da exposição. A ideia é genial e o concéito é absolutamente revoluci- antes de fazer a fotografia definitiva. A polaroid já experimentou com a
onário. O Dr. Land inventor do processo POLARIOD entre milhares de ou- possibilidade de cópias gigantes e colocou equipamentos carissimos nas
tras invençoes lutou durante anos para tornar o seu mãos de artistas e fotografos na ten-
processo viável e acessível. A forma por ele encon- tativa de encontrar novas aplica-
trada foi de criar um filme que produzia uma cópia ções para o seu processo mas o
fotográfica dentro da câmara em lugar de um negati- custo por cópia ainda é muito alto
vo. No processo Polaroid portanto filme e cópia são para se justificar. Acreditamos que
uma só. A fotografia é tirada e a luz sensibiliza o fil- a entrada da fotografia digital re-
me/papel/emulsão. No processo manual, uma lingueta presenta uma séria ameaça para a
é puxada e isto causa a ruptura de involucros conten- fotografia polariod e que na medi-
do os reagentes para essa pose e que precipitam a re- da em que o digital for ganhando
velação que demora apenas alguns segundos a uma adeptos o processo polaroid per-
temperatura ambiente de 28 graus. No processo auto- derá cada vez mais usuários.
mático a foto é tirada e um motor puxa a pose pelo
processo e a fotografia pronta sai da câmara. Lança-
do ha mais de vinte anos, este processo continua no
mercado embora não tenha atingido a sua meta de se
tornar o principal processo para a fotografia amadora.
Os maiores problemas com o processo Polaroid são
que o fotógrafo tem sómente uma cópia da foto e não Camara polarioid evidenciando a
ha processo simples para se fazer ampliações ou ou- Fig. 7.13
preocupação por um design moder-
tras cópias das mesmas. O segundo problema é que o no e inovador assim como facilida-
filme é muito caro. Apesear dessas severas limitações o processo con- de de uso por parte de amadores.
quistou e mantém uma boa fatia do mercado. Entre os profissionais ele 66Esta tem sido uma das
ganhou adeptos que utilizam o filme em suas câmaras para fazer “provas”.A caracteristica da empresa.
própria Polaroid e outros fabricantes produzem “backs” (chassis) que
açeitam este tipo de filme e encaixam numa diversidade de câmaras pro-
72
TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
CAPITULO VIII
TRABALHANDO COM A CÂMARA
73
CAPITULO VIII © Thomaz. W.M. Harrell
CONHECENDO A CÂMARA
COMO SEGURAR A CÂMARA
Até este momento vimos “câmaras fotográficas” e “as
partes” da câmara. Este capítulo tem a finalidade de ajudar
o letor a aprender a trabalhar com a câmara de forma inte-
grada.
A primeira coisa que devemos fazer ao tomar uma câ- Fig 7.2
mara nas mãos é examiná-la com atenção. Pode ser qual-
quer tipo de câmara Volte aos capítulos inicaias deste livro e
reveja os tipos de câmaras. Tente reparar em de todos os
controles e recursos da maquina para melhor poder aproveitá
los. Note o anel de foco na lente. Veja se ela possui regulagem
de velocidades
do obturador.
Fig. 7.1 Note as abertu-
ras do diafragma.
Veja qual é a dis-
tância focal da
objetiva que a câ-
mara possui e
qual é a sua
abertura máxi-
ma. Procure
abrir a câmara e
veja como ela é Na imagem acima vemos o modo clássico de segurar a câma-
por dentro. Veja ra fotográfica. Note-se que a mao direita ao mesmo tempo
como o filme que funciona como apoio do corpo (a câmara está firmemen-
deve ser colocado. Na ilustração abaixo vemos o cartucho te apoiada na palma da mão), está pronta para disparar o
sendo retirado do compartimento da câmara. Em quase to- obturador com o dedo indicador. A mão esquerda também
das as câmaras o cartucho do filme é colocado do lado es- funciona como apoio sendo que parte do peso da câmara
querdo e corre para a direita. Mais adiante veremos como está sendo segurado na palma da mão. Os dedos indicador e
deve ser feita a colocação do filme. Outra coisa importante é polegar seguram o anel de foco ou do diafragma para fazer os
aprendermos a segurar a câmara. devidos ajustes.
74
TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
A COLOCAÇÃO DO FILME Abaixo vemos uma câmara Yashica FXD sendo aberta e o filme sendo
Uma vez dominado o manuseio da câmara e tendo-se uma certa colocado. Os pontos mais cruciais desta operação são que a bobina do
familiaridade com os seus controles, podemos prosseguir com a colocação filme seja corretamente colocada de forma que o filme corra com facilida-
do filme. A grande maioria das câmaras abre da mesma forma mas algu- de sobre os trilhos da câmara e o segundo ponto é que os dedos não toquem
mas utilizam o seu próprio sistema sobre tudo as mais modernas. É impor- nas lâminas do obturador. Um terceiro ponto importante é que devemos
tante que se leia o manual da câmara para melhor entender todas estas nos certificar que a lingueta na ponta do filme tenha sido corretamente
operações. Todos os manuais tendem a ser bastante técnicos e hoje são colocada dentro de uma das ranuras do rolete receptor de forma que o filme
verdadeiras enciclopédias em varios idiomas. A melhor coisa e ter paci- não escape. Fig. 7.8
ência e ler uma parte de cada vez. Uma sugestão é estudar o manual com a
câmara diante de si e ir seguindo as insturções do manual.
Na ilustração abaixo vemos uma câmara Nikon FM2 sendo aber-
ta. Note-se que é do lado esquerdo que se abrem a maioria das câmaras.
No caso da maioria de câmaras manuais e mecânicas o rolete utilizado
para rebobinar o filme também serve para destravar a tampa traseira da
câmara e abri-la. Com câmaras que possuem motor de avanço o rolete
deixou de existir e a forma da brir é diferente. Levantar a tampa do rolete até Levantar até sentir um segundo
sentir um primeiro click click e abrir a porta
Enfiar a ponta da lingueta numa das Certificar-se que o filme esta firmemente
frestas do carretel receptor e puxar o engatado e fechar a porta.
filme.
76
TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
A ultima operação na colocação do filme depois de fechar a porta AJUSTE DA SENSIBILIDADE DO FILME
da câmara e avançar o filme até a pose de numero um. Na ilustra- A segunda ilustração(baixo) mostra como proceder para ajustar a
ção vemos que o contador de poses possui um “S” de Start e dois sensensibilidade do filme na câmara. É de suma importancia não
pontos antes da pose esquecer de realizar este ajuste uma vez que o sistema de fotometria
No1. Isto significa da câmara não pode fazer a medição da luz corretamente se a
que depois de fe- sensibilidade do filme não fôr devidamente assinalado. Cada câ-
charmos a porta da mara tem a sua própria maneira de registrar a sensibilidade do
câmara devemos dis- filme e é importante que o usuário aprenda a fazer isso. Como po-
parar a câmara duas demos ver pela ilustração, a regulagem da sensibilidade do filme
vezes de forma a ga- fica no mesmo anel utilizado para regular as velocidades do obtu-
rantir que o filme ex- rador. Para mudar o valor da sensibilidade o anel externo deve ser
posto a luz durante levantado para cima e então o anel girado para esquerda ou direi-
o carregamento seja ta de forma a acertar o valor da sensibilidade dentro da pequena
retirado da area da janela marcada “ASA/ISO”. Como o espaço físico é pequeno de-
janela e que na pose mais para colocar todos os valores de sensibilidade são colocados
Fig. 7.9 Contador de poses da câmara No.1, uma chapa apenas dois pequenos pontos entre os principais valores. Esses
completamente vir- valores representados pelos pontos intermediários são mostrados
gem esteja em posição. Abaixo vemos a alavanca de avanço do na ilustração a direita da foto. Assim podemos ver que o primeiro
filme (1.) sendo puxada para a pose No. 2. A esquerda e para cima ponto depois de ISO 100 representa ISO 125 e o primeiro ponto
está o botão disparador da câmara (2.) e mais a esquerda visto antes de ISO 200 representa ISO 160 e assim por diante.
parcialmente
a regulagem
3. 2. das velocida-
1. des e da sen-
sibilidade do
filme.(3.)
Depois de co-
locado o filme
devemos re-
gular a sensi-
bilidade do fil-
me.
Fig. 7.10
Fig. 7.11 Ajuste da sensibilidade do filme
77
CAPITULO VIII © Thomaz. W.M. Harrell
OS AJUSTES EM CÂMARAS COM PAINEL LCD (ELE- assume o controle sobre a exposição numa grande variedade de
TRÔNICAS) circunstâncias além de puxar o filme de pose em pose depois de
cada foto. Como se não fosse o bastante a câmara rebobina o
C
omo era de se esperar, a cada dia que se passa encontram- filme no fim do rolo antes que o operador abra a porta para retirar
se mais câmaras eletrônicas e menos câmaras mecânicas o cartucho.
no mercado. Estas novas máquinas assustam muitos ama- Estas operações embora relativamente simples e de praxe
dores. Na realidade os avanços que elas incorporam fazem com para um fotógrafo experiente eram pontos de dificuldade e frus-
que venham a ser mais fáceis de usar que as antigas porque tração para um grande numero de fotógrafos amadores menos
desempenham multiplas funções automaticamente. Como exem- experiêntes que invariavelmente erravam numa dessas etapas ora
plo disto podemos tomar o carregamento do filme. Nas páginas esquecendo de acertar a sensibiliade do filme, ora de rebobiná-lo
anteriores, vimos que o carregamento do filme na câmara mecâ- antes de abrir a porta e assim por diante.
nica requer uma série de operações que a câmara eletrônica exe- Na realidade a câmara moderna e repleta de funções cuja
cuta automáticamente. intenção é de eliminar os pontos onde a maioria de erros aconte-
A câmara eletrônica avança o filme para a primeira pose ciam para que o fotógrafo possa se preocupar menos com a opera-
bastando puxar a ponta do filme até o outro extremo da câmara ção da câmara e mais com a fotografia .
antes de fechar a porta. No momento em que o filme e colocado Porém, um equipamento mais sofisticado requer que o usu-
esta regula a sensibilidade ISO do filme por meio de sensores que ário também esteja à altura. É neste ponto que muitos fotógrafos
leem o código marcado na bobina do filme (chamado de sistema se assustam com as câmaras modernas. São muitos botões e uma
DX). Além disto a câmara moderna faz o foco automaticamente e iconografia inicialmente desconcertante. De início quem não pos-
sui uma base na fotografia convencional já está perdendo pois
provavelmente não tem noção do que significam os números de
abertura, as velocidades do obturador, ou mesmo a sensibilidade
do filme. Em segundo lugar, a iconografia embora padronizada
entre fabricantes ainda é nova até para fotógrafos com anos de
experiência. Isto dito, podemos passar para a análise das princi-
pais características e recursos das câmaras modernas.
78
TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
Anel de comando
Fig.7.14
79
CAPITULO VIII © Thomaz. W.M. Harrell
Pinos de Contato
Compartimento de Folohas
baterias do obtura-
dor
A
qui vemos em maior detalhe a anatomia da câmara
moderna. Acima e a esquerda a câmara vista de fren
Objetiva te com a objetiva retirada. Ao lado a câmara vista de
Sapata do flash cima mostrando o anel de comando, a sapata para o flash e o
visor. Acima vemos a câmara aberta. Deve se notar que no
compartimento do filme existem pinos de bronze. Estes ser-
vem como sensores para determinar automáticamente a sen-
Anel de comando sibilidade do filme. As pálhetas ou folhas do obturador são
de titânio, são extremamente delicadas e nunca devmos to-
car nelas pois ha risco de danifica-las. O filme corre da es-
querda para a direita. a pequena marca vermelha do lado
direito da câmara indica onde deve ser colocada a ponta da
Visor lingueta do filme. Ao se fechar a porta o filme será
atomáticamente bobinado.
80
TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell
desfocados.
OS PROGRAMAS REPESENTADOS POR ICONES
ESPORTE. O programa ESPORTE É representado pelo
icone de um homem correndo. Este programa irá sempre
AUTOMÁTICO. O retângulo visto logo abaixo do comando priorizar velocidades rápidas de obturação para garantir o conge-
OFF NA FIGURA 7.15 representa o funcionamento totalmente lamento da ação. Este é o programa recomendado para
AUTOMÁTICO da câmara. Neste modo, câmara avalia a situação e cenas de ação.
escolhe a melhor exposição e velocidade. O usuário não tem op-
ção de modificar qualquer parâmetro. Ele simplesmente aponta a RETRATO NOUTURNO. Outro programa automático co-
câmara enquadra e dispara. mum em câmaras modernas é o modo RETRATO
NOUTURNO. Este modo deve ser utilizado quando desejamos re-
RETRATO. O icone de um rosto de tratar alguém no anoitecer ou a noite utilizando o flash da câmara
mulher representa o modo RETRA- mas captando também a luz ambiente. É práticamente impossível
TO da câmara. Neste modo, a câ- obter bons resultados neste modo se a câmara não estiver susten-
mara irá procurar uma abertura de diafrag- tada num tripé pois apesar do flash registrar o objeto do primeiro
ma grande de forma a desfocar o fundo. plano, o fundo requer uma velocidade lenta do obturador mesmo
Quanto mais o assunto se encontrar em pri- com filmes mais sensíveis.
meiro plano mais ele se destacará do fun-
do. OS PROGRAMAS DE NOMENCLATURA NÃO ICONOGRÁFICA
Os programas de nomenclatura (não iconográficos) funcionam de
PAISAGEM. O icone escolhido para representar o modo maneira semelhante aos automáticos em que eles dão prioridade
PAISAGEM é dois picos com uma nuvem. Inconfundível a uma função ou outra porém eles são mais flexíveis dando mais
este é o melhor programa a ser utilizado quando se está escolha ao usuário.
fotografando grandes panoramas. Neste caso a câmara dará prio-
ridade para aberturas pequenas de diafragma. Em cenas de pou-
ca luminosidade (fim de tarde, amanhecer etc.) O programa pode O programa representado pela letra “ P ” pode ser defini-
escolher uma velocidade lenta demais para segurar a câmara na do como um automático programado ou seja ele permite
mão e um tripé deve ser utilizado para evitar que as imagens sai- ao usuário avançado buscar outra combinação de abertura de
am tremidas. diafragma e velocidade que aquela determinada pelo “Automáti-
co” total. Na prática sabe-se que a exposição
CLOSE UP. O icone da flor evidentemente progama a correta pode ser obtida mediante uma série
câmara para focalizar objetos próximos. Está função é de combinações obturador/diafragma e não
também conhecida como MACRO por se tratar da máxima aproxi- apenas uma. O fotógrafo experiênte sabe
mação da objetiva. Quando esta função está selecionada a câma- buscar aquela que melhor resultados dará
ra automáticamente procurará focalizar o objeto mais próximo da ao tipo de trabalho que está fazendo. No
objetiva. Nesta situação objetos mais distantes tendem a ficar modo P a câmara busca uma combinação “
81
CAPITULO VIII © Thomaz. W.M. Harrell
técnicamente correta”. O fotógrafo tem a opçào de modificar essa escalas de profundidade de campo desenhadas nas objetivas eram
combinação selecionando uma velocidade maior, ou uma abertu- praticamente inúteis pois os amadores não as entendiam e os pro-
ra menor que melhor se enquadro nos seus propósitos. Se ele fissionais sempre preferiram “ver a” profundidade de campo por
desviar muito e escolher uma opção que incorrerá numa exposi- meio do botão para isso (que sómente é incluído em câmaras pro-
ção errada a câmara emitirá um aviso no visor. fissionais). Para melhor entender esta questão ver Cap.III, pagina
O modo TV despista muitos usuários que pensam que TV 34 “A importância do diafragma na profundidade de campo”.
tem alguma coisa a ver com enquadramento de televisão
ou alguma coisa semelhante. Um amador me disse que
ele utilizava este modo para fotografar da tela de sua T.V.! OUTROS CONTROLES NO ANEL DE COMANDO
TV é a abreviação de “Time Value” ou valor tempo. Este modo
prioriza TEMPO ou seja a velocidade do obturador. O usuário es- ISO Esta sigla representa o novo
colhe a velocidade que ele quer usar e a câmara busca a abertura
padrão universal para a sensibili-
mais adequada para essa velocidade.
dade dos filmes. Os termos ASA E
O modo AV prioriza a abertura. Neste modo o usuário DIN estão hoje obsoletos. As
seleciona a abertura que deseja utilizar e a CPU da câma- camaras modernas todas possuem
ra dará a velocidade mais adequada para essa abertura. sensores que detectam a sensibili-
Este programa é recomendado quando o fotógrafo deseja dade do filme diretamente do car-
trabalhar com uma abertura determinada e constante. A CPU da tucho. Este sistema e chamado de
câmara irá buscar a velocidade adequada para essa abertura leitura DX. Ha situações porém em
que o usuário deseja alterar a sen-
Toda boa câmara deve possuir um contrôle manual. Este sibilidade do filme. Selecionando o
é o controle preferido por fotógrafos experiêntes que de- comando ISO no anel de comando
sejam controlar tanto a abertura quanto o diafragma. O
torna-se possível modificar a sensibilidade do filme para o
contrôle manual da câmara é útil quando o fotógrafo quer
fazer uma fotografia mas ponderada ou quando ele quer desviar valor desejado. Este valor aparecerá no painel LCD.
da “exposição correta” imprimindo uma característica estética de
subexposição ou de super exposição. O PAINEL LCD DA CÂMARA
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CAPITULO VIII © Thomaz. W.M. Harrell
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A FOTOGRAFIA DIGITAL © Thomaz. W.M. Harrell
A FOTOGRAFIA DIGITAL
CAPITULO IX
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CAPITULO IX © Thomaz. W.M. Harrell
P A
raticamente tudo o que dissemos em relação à fotogra tecnologia do CCD não é tão nova quanto poderi se pen
fia convencional aplica igualmente para a fotografia di sar. Ha mais de vinte anos sistemas de gravação de
gital. Os princípios básicos da câmara escura, das ob- vídeo e de televisão já utilizam CCDs dentro das câmaras
jetivas e da formação da imagem dentro ca câmara continu- para captar imagens . Essa tecnologia deu tão certo que levou os
tubos de vídeo a uma rápida e definitiva obsolescência. Hoje os
am sendo práticamente idênticos aos da fotografia conven-
únicos remancentes desses tubos são os tubos de imagem encon-
cional. Algumas coisas mudam porém. Não podemos esque-
trados dentro dos aparelhos de televisão e estes logo irão ceder
cer que trata-se afinal de um meio novo. As principais e mais lugar às telas de cristal liquido. Abaixo, vemos um esquema que
radicais mudanças na fotografia digital dizem respeito aos mostra como funcionava o sistema de captação de imagens de
dispositivos de captação, armazenagem e de suporte. vídeo/televisão antes da introdução dos CCD.
DISPOSITIVOS DE CAPTAÇÃO
Na fotografia digital a imagem formada pela objetiva
dentro da câmara não mais atinge uma emulsão fotossensível
(o filme) e sim um dispositivo eletrônico sensívlel à luz cha-
mado de CCD (Charge Coupled Device) ou Dispositivo de
Carga Acoplada. Este dispositivo é responsável por interpre-
tar os impulsos luminosos da imagem quanto à sua intensi-
dade (luminância) e coloração (crominância). Estas infor-
mações são codificadas de forma digital e armazenadas numa
memória temporária (buffer memory) e posteriormente envi-
adas para um dispositivo de armazenagem (memory stick,
disquete, hard disk, ou outro) ou enviadas diretamente para
um computador ou fita magnética. Acima vemos um esquema típico de reprodução de imagem por meio
do sistema eletrônico de vídeo. A imagem (A) é captada pela lente(B) que a
O CCD é o dispositivo responsável envia à superficie de captação do tubo (C). O tubo (D) transforma a imagem
por receber a imagem e tranformá- em pulsos eletrônicos e os envia simultâneamente para o visor da câmara
la em implulsos digitais. O elemento e para o tubo de uma televisão ou monitor (F). O tubo de TV por sua parte,
básico do CCD é o pixel. é porvido de um canhão eletrônico [CRT ou tubo de raios catódico] que dis-
para pulsos eletro-eletrônicos contra a superficie interna do tubo (G) que é
sensibilizada para reagir a esses impulsos e brilha reproduzindo a ima-
gem. O uso de tubos de imagem em câmaras de vídeo impedia a reduçào
do seu tamanho. Com a substituição dos tubos por CCDs as câmaras pude-
ram diminuir em tamanho, ficaram mais sensíveis, mais leves e muito me-
nos delicadas.
85
A FOTOGRAFIA DIGITAL © Thomaz. W.M. Harrell
O
que aconteceu com as câmaras de vídeo nos anos 60 e 70 VANTAGENS DA FOTOGRAFIA DIGITAL
U
serve para mostrar como o mesmo principio foi aplicado ma grande vantagem de se utilizar um CCD em lugar do
para se criar as primeiras câmaras fotográficas digitais. filme é o custo. Inicialmente o custo de uma câmara com
Como já dissemos o filme foi substituido por um dispositivo ele- CCD pode parecer mais alto mas este pode ser reutilizado
trônico de captação que fica posicionado no ponto onde a objetiva milhares de vezes. Os primeiros dispositivos deste tipo não forne-
forma a imagem que seria registrada no filme. Abaixo vemos como ciam imagens com a mesma qualidade de filme mas hoje muitos
esse mesmo princípio foi aplicado nas câmaras fotográficas digi- CCDs ja se aproximam de uma qualidade comparável a de um
tais. filme. Outra grande vantagem da imagem digital é que não é ne-
cessário esperar a revelação para ver a imagem que foi gravada.
Abaixo imagem de capa da revista FHOX mostrando grupo
O retangulo verme- sendo fotografado com a imagem dentro do visor e também visível
lho (1.) indica onde (4.)
no painel de cristal liquido da câmara. Dúvida nunca mais! A
é colocado o CCD
imagem pode ser vista e avaliada logo depois de executada.
ou outro dispositvo
de captação na câ-
( 1.)
mara digital. Ve-
mos ainda a objeti-
va (2.), o diafragma
ou iris (3.), o corpo
da câmara, e o fil-
me ,no caso de
uma câmara con- (2.)
vencional (5.). A li-
nha azul represen-
ta a trajetoria da
luz.
(3.)
(5.)
SUPER
CCD
DA Câmara Fine Pix
FUJI 6900 da Fujifilm
86
CAPITULO IX © Thomaz. W.M. Harrell
OS DISPOSITIVOS DE CAPTAÇÃO DIGITAL Uma solução que vem sendo utilizada por algum tempo pa-
O CCD ( Charge Coupled Device ) ralelamente aos CCD utiliza o sistema parecido ao do scanner de
O CCD é o dispositivo mais utilizado na captação de imagens imagens. Normalmente os dispositivos de captação deste tipo vem
digitais fotográficas. CCD’s são elementos caros e embora tenham sob a forma de um “film back” ou melhor um chassis a a ser colo-
sido continuamente melhorados atravez dos anos, a tecnologia se cado no lugar do filme em câmaras que permitem este tipo de
aproxima de um limiar. Muito dinheiro está sendo investido atu- adaptação (normalmente as câmaras de grande formato e algu-
almente na pesquisa de CCDs e outros dispositivos que possam mas de formato médio). Embora este tipo de dispositivo tenha a
ser utilizados na captação de imagens digitais. A Fuji film do japão, capacidade de produzir ima-
desenvolveu alguns anos atrás um novo design de CCD que me- gens de grande qualidade o seu
lhora o desempenho em aproximadamente 30% sem aumentar o preço costuma ser ainda muito
custo .É o chamado Super CCD da Fuji do qual falaremos mais elevado. Ainda outra desvanta-
detalhadamente. gem é que alguns destes dis-
O CMOS positivos exigem três varridas,
Um outro dispositivo de captação que está sendo pesquisado uma para cada cor, para cap-
e que já se encontra em algumas câmaras digitais é o COMOS ou tar a imagem. Por isto são co-
semicondutor complementar a base de oxido de metal nhecidos como backs “three
(Complementary Metal Oxide Semiconductor) cujo custo é muito shot” Isto significa que são len-
mais baixo mas com desempenho inferior aos CCD. Atualmente tos e geralmente só servem para
os equipamentos que utilizam o COMOS oferecem uma única van- fotografia de produtos.
tagem sobre o CCD- custo. Os ‘backs digitais” evoluem
com tanta rapidez que não te-
87
A FOTOGRAFIA DIGITAL © Thomaz. W.M. Harrell
é o back de maior resolução para fotos de uma exposição (one foco como uma câmara fotográfica. Na realidade o scanner é uma
shot) copiadora cuja principal função é reproduzir imagens planas ou
Outros fabricantes como a Sinar e a Mega Vision (embaixo) estão material impresso de forma digital. O foco do scanner fica num só
lançando os seus própios backs digitais. plano que é uma chapa de vidro embaixo da qual um CCD linear
móvel faz uma varredura ao mesmo tempo iluminando o objeto e
registrando-o por reflexão. Embora não seja capaz de fotografar,
o scanner é o meio mais pratico de digitalizar imagens fotograficas
ja existentes e por isto é muito utilizado em laboratórios fotográfi-
cos e birôs. Mesmo que o scanner não tenha sido desenvolvido
para trabalhos em tres D (três dimensões) Muitos artistas plásti-
Back Digital da Mega cos e gráficos já descobriram que ele tem muitos mais usos que
Vision para câmara de
aqueles para os quais foi criado. Veja exemplos abaixo.
formato médio com area
de captura de 3 x 3 cm.
Auto retrato
feito diretamen-
te no scanner
O SCANNER
Um outro e importante elemento de cap-
tação digital de imagens é o scanner. Este
praticamente dispensa maiores explana-
ções pois hoje o scanner é quase que um
equipamento obrigatório em computação
e em laboratórios. Existem básicamente
dois tipos de scanners. O modelo de mesa
é o mais conhecido em escritórios e pelo
público em geral. O scanner de filmes é
um equipamento obrigatório em laborató-
rios e gráficas. E necessário porém lembrar que o scanner não
cria imagens fotográficas de objetos tridimensionais. O scanner
não possui lentes ou objetivas e não tem obturador ou ajuste de
88
CAPITULO IX © Thomaz. W.M. Harrell
D
entro do universo de sistemas de captação temos portanto manuseio e
uma enorme varfiedade de equipamentos e dispositivos porque podem
que confundem o público. Como fizemos com as câmaras ser utilizadas
convencionais, podemos dividir as câmaras fotográficas digitais tanto no estú-
exestentes em três classes: as profissionais de altissima resolu- dio como em
ção, as semi profissionais de alta resolução, e as amadoras de externas para
média a baixa resolução. matérias de
moda editorial
CÂMARAS PROFISSIONAIS e outras. As
FORMATO GRANDE câmaras de
Entre as câmaras profissionais temos em primeiro lugar as formato médio
de formato grande que podem receber de filme formato grande,os que tantas
já mencionados backs digitais que podem proporcionar qualidade vantagens
insúperável e resolução atltissima comparável ao filme. Nesta apresentam
classe estão câmaras de estúdio sobre as menores do tipo 35mm são hoje a escolha de quem quer
como a Sinar , Horseman, Cambo um significativo aumento na qualidade sem sacrificar mobilidade.
e Toyo View. São câmaras possu-
em recursos práticamente ilimi- FORMATO PEQUENO TIPO 35mm SLR
tados e utilizam objetivas da mais Podemos incluir nesta classe câmaras digitais do tipo SLR (Single
alta resolução. Estas câmaras po- Lens Reflex) de marcas como Canon, Nikon, Sigma, e outras do
dem receber backs digitais da tão conhecido formato 35mm. Estas câmaras, dependendo do
Phase One, da Mega Vision, da modêlo, podem atingir resolução suficiente para uma página du-
Kodak, da Fujifilm e outros. O cus- pla de revista. Possuindo recursos de intercamabilidade de objeti-
to desses equipamentos é muito vas e múltiplos recursos servem muito bem para as necessidades
alto. de fotojornalismo, moda e estúdio. Podem custar milhares de
FORMATO MÉDIO dolares portanto sómente grandes redações ou fotógrafos muito
Em segunda instância estão as câ- afluentes podem obté-las. As vantagens são básicamente aquelas
maras de fotmato médio como já mencionadas como a economia de tempo , de material e sobre-
Hasselblad, Mamiya, Bronica e ou- tudo a rapidez. A Canon EOS D-60 é um exemplo deste tipo de
tras. Estas câmaras também po- câmara cujo preço é mais acessível devido ao CMOS que ela usa
dem receber backs digitais para como dispositivo de captação. Outra câmara de preço médio e
Câmara Toyo view 4x5 que elas desenvolvidos Embora o CCD desempenho elevado é a Fuji Finepix Pro S2 cujo exclusivo super
pode receber back digital de seja menor nestas câmaras, são a CCD eleva a sua resoluçào a nives de câmaras muito mais caras e
alta resolução escolha de muitos fotógrafos de- sofisticadas. Câmaras deste tipo custam entre US$2.000,00
vido a sua portabilidade e fácil US$4.000,00 só o corpo.
89
A FOTOGRAFIA DIGITAL © Thomaz. W.M. Harrell
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CAPITULO IX © Thomaz. W.M. Harrell
te que sómente cabe uma única imagem por cartão ! Isto quer Estas observações cabem aqui no sentido de orientar com-
dizer que os fabricantes devem penar que o consumidor não irá pradores no atual momento pois com certeza em pouquissimo
utilizar a sua câmara na mais alta resolução. Mas porque alguem tempo irão mudar.
iria pagar mais caro por uma câmara de 5 megapixels para tirar
fotos de baixa ou média resolução ( 640 x 480 pixels)? A verdade AS CAMARAS AMADORAS
é que sómente os fabrican- Por fim, temos as câmaras amadoras. Como acontece com
tes podem responder esta as câmaras de filme estas existem em miriades em todos os for-
pergunta pois um cartão de matos, cores e preços. O básico apelo destas câmaras é a facilida-
16 megabytes é adequado de de uso e o preço. São essas duas qualidades que levam milhões
sómente para câmaras de de pessoas a comprar essas pequenas máquinas ano após ano.
baixa resolução.Quem Algumas podem ter uma lente zoom, possibilitar aproximação
compra uma câmara nesta (macro) e com certeza possuir um flash embutido.
classe terá que adquirir um Estas câmaras nunca poderão ultrapassar 1.5 ou 2 megapixels e
cartão de memória de no podem produzir imagens adecuadas para visualização no monitor,
mínimo 128 megabytes envio pela internet, inclusão em sites e home pages assim como
para poder colocar 8 ima- para uma eventual impressão em papel (hard copy) desde que em
gens no tamanho tamanho reduzido (10 x15cm ou menor ). Nunca produzirão ima-
2560x1920 pixels. A solu- gens de qualidade mesmo nas mãos de um profissional pois os
ção é ter vários cartões de seus recursos limitados e automatismo sem opção fazem delas
memória ou comprar os máquinas roboticas. São ótimas para o que foram feitas produzir
super cartões de 400 retratos do dia a dia para pessoas não interessadas em fotografia
megabytes ou até de 2 mas em fotografias.
GygaBytes que podem cus-
tar o preço de uma câmara! A escolha é sua. FUNDAMENTOS DA FOTOGRAFIA DIGITAL
Por fim, a espontaniedade da fotografia digital sofre um pou-
co pelo tempo que um arquivo demora para ser gravado. Um ar- Como já dissemos uma câmara digital é parecida com
quivo em alta resolucão pode demorar até um minuto para ser
uma 35mm . A diferença está no que ela tem dentro. Quan-
gravado no cartão. Durante esse tempo é impossível tirar outra
do tiramos uma foto com a câmera digital a luz penetra na
fotografia ou fazer qualquer coisa com a câmara.
Estas desvantagens servem para mostrar que antes de se câmera e atinge o CCD e não maiso filme. A luz é então
investir numa câmara digital é importante pensar qual será o uso medida no CCD e enviada á memória interna da câmera
para o qual será submetido o equipamento. (chamada de buffer memory). Assim que a informação da
Para fotografar situaçòes de ação com digital desta classe a imagem alcança o buffer ela écomprimida para o fotmato de
câmara tem que ter auto foco muito rápido coisa rara entre câma- gravação (TIF ou JPEG). A imagem é então transferida para
ras deste tipo. Caso contrário, melhor usar uma câmara profissi- a midia de armazenamento da câmera via de regra um car-
onal convencional com motor drive e auto foco. tão de memória onde ela será armazenda. Algumas câmaras
91
A FOTOGRAFIA DIGITAL © Thomaz. W.M. Harrell
precisam terminar este processo todo antes de poder tirar imagem em filme. Mas em filme não se contam os grãos que
outra foto, outras tem um buffer interno rápido o suficiente compõem a imagem. Em filme falamos simplesmente de
para permitir que outras fotos sejam captadas emquanto a grão fino, grão médio, granulado e mais recentemente em
memória armazena outras. grãos T. Tudo isto quer dizer que os dois sistemas são análo-
No começo deste capítulo descrevemos o CCD que é fei- gos mas não idênticos. Longe está ainda o dia em que umCCD
to de milhoes de pequenos sensores que registram a quanti- possua tantos pixels quanto um filme tem grãos mas esse
dade de luz que sobre eles incide. Os sensores gravam ape- dia ha de chegar.
nas a quantidade de luz que os atinge não a cor da luz. Este Hoje, muito mais do que em pixels ouvimos falar em
é o princípio da luminância. Para que a câmera digital detec- MEGAPIXELS. Isto é porque como podemos imaginar são
te qual é a cor de cada pixel, um filtro de cor é colocado sobre necesárias quantidades enormes de pixels para compor uma
os sensores individuais (este é o princípio da crominância) imagem digital de lata resolução. Quanto mais pixels uma
Depois que a luz atinge o CCD os sensores individudis con- imagem possuir mais qualidade e portanto RESOLUÇÃO ela
vertem a quantidade de luz tranformando-os em sinais elé- terá. Um megapixel é equivalente a um milhão de pixels. Como
tricos, que sao originalmente aramazenados como um sinal exemplo, uma câmera com a capacidade de gravar imagens
analógico, convertido pra um sinal digital por un conversor de um megapixel deve possuir um CCD com um milhão de
de analógigo para digital. (conversor A-D) sensores Isto quer dizer que um sensor CCD de um megapixel
Cada sensor representa um pixel e a cor atual de 24 bits é poderia ter as dimensões teóricas de 1.000 por 1.000mil
determinada pala média de um pixed e todos os seus próxi- pixels.
mos. A informação no CCDé então lida, uma linha horizontal Sabemos porém que as imagens fotográficas não são
por vez pela memória interna da câmera e passa desta for- tradicionalmente quadradas então as dimensões do retân-
ma pelos filtros internos, como os de white balance, cor, e
correção de aliasing. A memória interna então transforma
todos os pixeis individuais em uma só imagem que é então Largura 1152 pixels
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
comprimida e salva no cartão de memória CD ou disquete. 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
A 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
l 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
PIXELS e RESOLUÇÃO Total 1152 pixels
123456789012345678901234567890121234567890123
t 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
Entre os termos mais ouvidos quando se fala em ima- de largura x 864
123456789012345678901234567890121234567890123
u 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
gens digitais o termo pixel * é dos mais citados. Isto é por- altura =995.328
123456789012345678901234567890121234567890123
r 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
que o pixel é a menor unidade de uma imagem digital. Da a 123456789012345678901234567890121234567890123
123456789012345678901234567890121234567890123
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mesma forma que o grão de prata é a menor unidade de uma 123456789012345678901234567890121234567890123
864 123456789012345678901234567890121234567890123
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* pixel. O termo vem de duas palavras picture = pix e element = el (CCD DE UM MEGAPIXEL)
ergo: pix + el = PIXEL
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CAPITULO IX © Thomaz. W.M. Harrell
gulo devem ser especificadas de forma que a resolução espe- AS RESOLUÇÕES MAIS COMUNS
cifique a equação largura versus altura. Ou seja uma ima- Abaixo temos uma tabela com as resoluções mais comuns
gem com 1152 pixels de largura por 864 pixels de altura em câmaras do tipo 35mm.
tem um total de 995.328 pixels ou um megapixel de resolu-
ção.
Baseado no que acabamos de expor, torna-se evidente
que um CCD de dois megapixels deve possuir dobro de pixels
e assim por diante. Torna-se igualmente evidente que há
um limite para o número de pixels que um CCD pode ter.
Porém existe um fator importante que muitos ignoram
- o tamanho do CCD. É lógico que quanto maior um CCD
mais pixels ele pode possuir. É justamente o tamanho dos
CCD’s utilizados em câmaras profissionais de formato gran-
de e de formato médio que permite com que tenham uma
resolução tão elevada impossível em câmaras de formato
menor.
MIDIAS DE ARMAZENAMENTO
Nas páginas 87 e 88 mostramos os dispositivos utiliza-
No momento em que é capturada e digitalizada, a ima-
dos nessas câmaras e em câmaras de formato médio. Como
gem pode ser armazenada de diversas formas. Inicialmente
se pode ver, estes tem uma area muito maior que aquela
ela é colocada numa memória volátil da câmara ( buffer
disponível em câmaras menores do tipo 35mm. Abaixo ve-
memory) e depois transferida para o cartão de memória da
mos um exemplo de CCD típico de camara 35mm com ta-
câmara.
manho de 1/3” ao lado de um CCD três vezes maior.
As formas de descarregar imagens de câmara para um
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computador variam. Básicamente existem duas formas de
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12345678901234567890123456 se fazer isto:
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12345678901234567890123456 1. O cartão pode ser removido e colocado num leitor
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que o repassa para o HD do computador.
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2. As imagens podem ser descarregadas diretamente
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12345678901234567890123456 da câmara para o computador.
CCD de 3.1 megpixels de
1/3” polegadas típico de
câmaras tipo 35mm CCD de uma polegada (3x) maior que o de Nos dois casos acima a forma mais utilizada para a
1/3” que pode ser utilizado em câmaras de transferência das imagens é por meio de uma conexão do
formato médio ou grande
tipo USB no computador .
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A FOTOGRAFIA DIGITAL © Thomaz. W.M. Harrell
As mídias de armazenamento de imagens digitais são mória que não tem partes móveis (são essencialmente chips)
diversas e variadas indo desde os onipresentes disquetes até e os discos graváveis CDs e que possuemuma relação custo
novas midias que estão ainda sendo desenvolvidas. As mais benefíco muito maior.
comuns são as seguintes:
Cartões de Memória.
Discos Floppy. Os discos Floppy tambem conhecidos sim- Os cartões de memória são sem dúvida o meio mais uti-
plesmente como “disquetes” são uma das midias mais anti- lizado em câmaras digitais hoje. São pe-
gas e mais conhecidas da quenos, confiaves e não são muito caros
informática moderna. A Sony ca- considerando a sua durabilidade. A longo
pitalizou dessa ubiquidade e criou prazo é possível armazernar o equivalente
a uma linha de câmaras Mavica a milhares de rolos de filme num cartão
que utilizam essa mídia barata e de memória. O cartão mostrado tem ca-
de fácil acesso diretamente no pacidade para 16 megabytes mas é possí-
drive da câmara. Infelizmente os vel comprar cartões com capacidades de
disquetes floppy tem uma capaci- 8 MB até mais de 2 GB (Gigabytes) Quan-
dade muito limitada e sómente to maior a capacidade mais elevado é o preço. A relação
servem para câmaras de média ou ideal custo_ benefício parece estar na ordem dos 128 a 256
baixa resolução. A Sony querndo MB. Os dois tipos mais populares destes cartões são os do
manter a sua liderança lançou tipo Flash Midia e Compact Flash.
recentemente câmaras Mavica que gravam diretamente em
DC-Rom. CD -Rom
O CD Rom existe ha tempo e
Zip Disks, Jazz Disks, Super Disk, Hi FD. foi provavelmente uma das
Estas mídia são aparimoramentos do floppy sendo que maiores e mais revolucioná-
representam maior capacidade de armazenamento, maior rias invenções para fins de
confiabilidade embora sejam mais caras e não compatíves armazenamentona
com os drives floppy. São concorrentes fortes para substituir informática. O CD-Rom co-
todos os usos do floppy tanto nos drives de computadores mum tem capacidade para
como em outros aparelhos. Todos ganharam popularidade aproximadamente 750 MB de
como meios de traferir dados de um computador para outro. informaçõ o que faz com que
São porém meios baseados numa tecnologia que provavel- seja otimo para uso de ima-
mente chegou ao seu limiar e que provavelmente será gens. Devido a sua alta ca-
substituida por outras tecnologias como os cartões de me- pacidade e baixo custo este
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CAPITULO IX © Thomaz. W.M. Harrell
Hard Disk
Compressão: Compressão é um recurso pelo qual uma imagem pode ser reduzi-
O HD (Hard Disk) ou Disco rígido é uma mídia que da em tamanho fazendo-se uma amostragem de pixeis com valores idênticos que
comprovadamente possui alta capaciadade e confiabilidade. seriam repetidos em diferentes areas dessa imagem. Estes pixels em lugar de
É o principal meio de armazenamento em computadores mas ser gravados da forma convencional são “aglutinados” por um sinal codificado.
Este sinal guarda o lugar e outras características desses pixels em lugar de re-
hoje ganha portabilidade podendo ser tansportada e utiliza- produzir cada um individualmente fazendo com que o arquivo fique muito me-
da para levar dados de um lugar para outro. HD ‘s destacáveis nor. No momento da descompressão o código indica onde cada pixel deve ser
e externos estão sendo lançados com muito sucesso todos os reproduzido e as suas exatas caracteriaticas. Em termos de perda de qualidade
a diferença emtre um arquivo compactado ou comprimido e um não comprimido
d i a s deve ser imperceptível a olho nu. O formato JPEG criado pelo esforço de um
grupo de fotógrafos e especialistas em imagens é um dos mais eficazes a úteis
formatos na fotografia digital
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