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Princípios, desenvolvimento e aplicação do

Sped Contribuições

Camila Renata Barros de Peder


Carina Vanessa Ferreira
Cássio Evair de Almeida
Letícia Pirolla de Almeida

Araçatuba - SP
2014
Princípios, desenvolvimento e aplicação do
Sped Contribuições

Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis


Orientador: Prof. Marcos César Bottaro
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO - Araçatuba

Araçatuba – SP
2014
Princípios, desenvolvimento e aplicação do
Sped Contribuições

Acadêmicos: Camila Renata Barros de Peder


Carina Vanessa Ferreira
Cássio Evair de Almeida
Letícia Pirolla de Almeida

Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis


Orientador: Prof. Marcos César Bottaro
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO - Araçatuba

_________________________________________________________
Profª. Cleide Henrique Avelino do Valle
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:

_________________________________________________________
Profª. Fabiane Cristina Spironelli
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:

_________________________________________________________
Prof.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:

_________________________________________________________
Prof.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho as pessoas que contribuíram com sua realização, e aos
nossos familiares e amigos, por nos apoiarem e ampararem a cada passo e a cada
decisão tomada.
Dedicamos também a todos os professores que nos acompanharam e
colaboraram com nossa formação, pois sem eles não seria possível concluir essa etapa.
RESUMO

O Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, compreende o Programa de


Aceleração do Crescimento do Governo Federal - PAC 2007-2010, constituindo-se da
Nota fiscal Eletrônica, do Sped Contábil, Sped Fiscal e Sped Contribuições. A
implantação do Sped em esfera nacional é de suma importância, visto que traz muitas
vantagens e benefícios para as organizações e também para a sociedade, pois não há
custos de compra e impressão de papel, facilita e desburocratiza a forma de entrega
destas informações pelo profissional de contabilidade, tem a transmissão efetuada de
forma online emitindo os dados em tempo real, o que otimiza o tempo gasto. A
transmissão do arquivo é feita através do programa validador do Sped que é utilizado
para a importação de um arquivo único e completo, contendo dados de receitas e
despesas, apresentadas por cada estabelecimento. O programa verifica os valores
incorretos e tributações incompatíveis com a Nomenclatura Comum do Mercosul,
evidencia avisos de possíveis incoerências e reduz erros de digitação, trazendo
segurança às informações geradas. A Escrituração Fiscal Digital das Contribuições
sendo foco desta pesquisa de referencial bibliográfico tem como principal objetivo
promover a integração entre os fiscos, melhorar a comunicação na esfera federal,
estadual, distrital e municipal, perante a uniformização e compartilhamento das
informações fiscais digitais. Para o contribuinte também é importante a padronização
das obrigações acessórias a serem geradas, pois através de seu envio único a diferentes
órgãos fiscalizadores, descarta a possibilidade de divergência de informações
transmitidas entre um órgão e outro. Para que a empresa possa entregar com sucesso a
EFD do Sped é necessário que ela possua um sistema de gestão eficaz e atualizado com
as necessidades fiscais, que seja seguro e que a contabilidade possa confiar nas
informações geradas nele. Contudo, antes da implantação do Sped já se fazia essencial o
uso de softwares para apurar com maior precisão os tributos a serem recolhidos. Devido
à dificuldade das empresas em apurar as tributações exigidas, a responsabilidade de
controle da tributação era passada aos escritórios de Contabilidade. Diante disso, a
implantação e utilização do Sped Contribuições são relevantes para dar maior
autonomia à contabilidade da empresa onde o profissional recebe maior valorização,
pois a contabilidade passa a ter não somente foco sobre a área fiscal, mas também tendo
as informações e relatórios do SPED como base para tomada de decisões. A era Sped é
muito importante para os profissionais de contabilidade, pois exige deste profissional
uma conduta com maior participação nos resultados e redireciona-o à gestão das
informações na empresa, a informatização dos dados fiscais transformou o conceito do
profissional contábil que não pode possuir apenas uma postura operacional, mas sim
assumir a função de administrador de estratégias junto aos empresários. Desta forma, o
Contador deve atualizar-se constantemente de acordo com as leis vigentes no momento
e informativos dispostos pelo Poder Público, atentar-se aos prazos de entrega e
retificação do arquivo, além de conhecer os parâmetros, amarrações, tabelas e blocos
existentes para os cadastros das informações fiscais para que obtenha êxito em seu
trabalho.

Palavras-chave: Sped, Contabilidade, Contribuições.


ABSTRACT

The Sped, comprising the PAC 2007-2010, Growth of the Federal Government,
constituting the Electronic Invoice, of Sped Contábil, Sped Fiscal and Sped
Contribuições. The implementation of SPED in the national sphere is of paramount
importance, since it brings many advantages and benefits for organizations and for
society, because there are no costs of buying and printing paper, facilitates and
desburocratiza the form of delivery of such information by the accounting professional,
transmission has made online by sending data in real time, which optimizes the time
spent. The file transmission is made through the validator Sped program that is used to
import a complete archive, containing data revenues and expenses, made by each
establishment. The program checks the incorrect values and taxation incompatible with
Mercosur Common Nomenclature, highlights warnings of possible inconsistencies and
reduces typing errors, bringing security to information generated. The Digital Tax
Bookkeeping Contributions of this research is the focus of bibliographic references aims
to promote integration between the tax authorities, to improve communication in the
federal, state, county and municipal, according to the standardization and sharing of
digital tax information. To the taxpayer is also important to standardize the ancillary
obligations to be generated, sending to all inspection of a single file, rule out the
possibility of divergence of information transmitted between an organ and another. So
that the company can successfully deliver the EFD Sped is necessary that it has a
system of effective management and updated with the fiscal needs, that is safe and that
accounting can trust the information it generated. However, before deploying Sped
already made itself essential to use software to determine more precisely the taxes
payable. Due to the difficulty for companies to determine the required assessments, the
responsibility for control of taxation was passed to the offices of Accounting. Therefore,
the deployment and use of Sped Contributions are relevant to give greater autonomy to
the accounting firm where staff receives greater appreciation, because the accounting
shall not be on the tax area, but also taking the information and reports from SPED as a
basis for decision making. The Sped era is very important for accounting professionals,
because this requires professional conduct more profit sharing and redirects it to the
management of corporate information, computerization of tax data transformed the
concept of the accounting professional who may not have only an operating posture, but
assume the role of administrator of strategies with the entrepreneurs. Thus, the counter
must constantly update themselves according to current laws and information currently
arranged by the Government, pay attention to those deadlines and rectification file,
besides knowing the parameters, moorings, tables and existing registrations for tax
information to be successful at work.

Keywords: Sped, Accounting, Contributions.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8

Capítulo I – SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED ...... 12


1 Histórico do Sped ......................................................................................................... 12
2 Nota Fiscal Eletrônica - NFe ........................................................................................ 14
3 Sped Contábil................................................................................................................15
4 Sped Fiscal ................................................................................................................... 17
5 Programa Validador e Assinador – PVA ..................................................................... 19
6 Certificado digital e a ICP Brasil ................................................................................. 20

Capítulo II – A EFD CONTRIBUIÇÕES ................................................................... 22


1 Instituição legal ............................................................................................................ 22
2 Prazos e abrangência da escrituração .......................................................................... 23
3 Formas de apresentação e multas ................................................................................. 27
4 Assinatura digital ......................................................................................................... 29
5 Entrega e guarda das informações................................................................................ 30
6 Cópia de segurança ...................................................................................................... 30
7 Retificação ................................................................................................................... 31
8 Créditos extemporâneos ............................................................................................... 32
9 Desafios e implementações .......................................................................................... 32

Capítulo III – O ARQUIVO DIGITAL ...................................................................... 34


1 Bloco 0: Abertura, identificação e referências ............................................................. 35
1.1 Abertura do arquivo digital e identificação da Pessoa Jurídica ................................ 35
1.2 Dados do contabilista responsável ............................................................................ 35
1.3 Registro 0110: Regimes de apuração da contribuição social .................................... 36
1.4 Registro 0111: Tabela de receita bruta para fins de rateio de créditos comuns ........ 36
1.5 Registro 0120: Identificação de períodos dispensados da EFD ................................ 36
1.6 Registro 0140: Tabela de cadastro de estabelecimento............................................. 37
1.7 Registro 0150: Tabela de cadastro do participante ................................................... 38
1.8 Tabela de identificação do item ................................................................................ 39
1.9 Registro 0400: Tabela de natureza da operação/prestação ....................................... 39
1.10 Registro 0450: Tabela de informação complementar do documento fiscal ............ 40
1.11 Registro 0500: Plano de contas contábeis ............................................................... 40
2 Bloco A: Documentos fiscais - serviços não sujeitos ao ICMS ................................... 40
2.1 Registro A010: Identificação do estabelecimento..................................................... 41
2.2 Registro A100: Documento - Nota Fiscal de Serviço ............................................... 41
2.3 Registro A110: Complemento do documento - informação complementar da NF .. 42
2.4 Registro A170: Complemento do documento - itens do documento ........................ 42
3 Bloco C: Documentos fiscais - Mercadorias ICMS/IPI ............................................... 43
3.1 Registro C010: Identificação do estabelecimento ..................................................... 43
3.2 Registro C100: Documento - NF, NF avulsa, NF de produtor e NF-e ..................... 43
4 Bloco D: Documentos fiscais – Serviços ICMS .......................................................... 45
5 Bloco F: Demais documentos e operações................................................................... 46
6 Bloco M: Apuração da contribuição e crédito do PIS/Pasep e da Cofins .................... 47
7 Utilização da EFD ........................................................................................................ 48

CONCLUSÃO ............................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 53

ANEXOS ........................................................................................................................ 55
8

INTRODUÇÃO

Com os avanços tecnológicos que vêm acontecendo, a área contábil/fiscal


também apresenta evoluções significativas nos últimos anos, sobretudo na última
década, o exemplo mais claro disso é a instituição do Sistema Público de Escrituração
Digital – Sped.

O Sped é composto por vários projetos, alguns em execução e outros em fase de


finalização, com futura implementação. Dentre os mais importantes integrantes do
programa será apresentado o Sped fiscal, o Sped Contribuições, o Sped Contábil e a
Nota Fiscal Eletrônica.

O pressuposto teórico é que tendo em vista os avanços tecnológicos e sua


influência na contabilidade atual, onde existem cruzamento eletrônico de dados, é
relevante para empresas enquadradas no Sped Contribuições elaborar corretamente os
cálculos referentes ao PIS/Pasep e a Cofins, evitando erros de validação e retrabalho nos
arquivos digitais, gerando maior qualidade no desenvolvimento do trabalho e
cumprimento das normas de acordo com a lei.

Neste trabalho serão apresentadas as especificações de cada um dos projetos do


Sped já implantados, com sua instituição legal, aspectos impactantes para o profissional
de contabilidade, melhorias trazidas para a sociedade, suas vantagens e dificuldades no
processo de adaptação do contribuinte.

Sobretudo será destacado o Sped Contribuições, o qual trata do PIS/Pasep e da


Cofins, inclusive com a apresentação do arquivo da Escrituração Fiscal Digital e as
características de cada Bloco formador do arquivo.

Utilizando-se de pesquisa bibliográfica realizada em conteúdo de autores


conceituados no tema e diretamente no Sítio Sped, mantido pela Receita Federal do
Brasil, e que contém o Guia Prático da EFD-Contribuições e o Manual de Orientação
Técnica do Sped Contribuições, o trabalho tem por objetivo analisar o desenvolvimento
da implantação do Sped Contribuições.

Os objetivos específicos serão: mostrar as vantagens em sua implantação;


apresentar as etapas dessa implantação; apontar os desafios a serem enfrentados pelas
organizações na utilização do Sped; pesquisar adequações a serem realizados; relatar a
importância de atualização do profissional de contabilidade e elencar as especificações
do Sped Contribuições.
9

Serão apresentados alguns dos processos integrantes do Sped, começando pela


obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica – Nfe para algumas pessoas jurídicas, que deu
princípio a fase de modernização da situação contábil e fiscal dos órgãos fiscalizadores
e dos contribuintes, aprimorando essa relação com melhorias para ambas as partes.
Com a substituição do talão pelo eXtensible Markup Language - XML, tornou-
se o processo documentação de compra e venda muito mais inteligente e tecnológico, o
que é muito importante hoje em dia, para uma sociedade que anseia tornar-se mais
sustentável, e ambientalmente correta.
Trazer esse tipo de benfeitorias socioambiental é um dos objetivos do Sped
desde seu princípio, e todos os componentes trazem em sua essência este conceito, além
de concomitantemente evitar sonegação, erros e outras fraudes no meio tributário, para
tornar o mercado mais competitivo e fazer valer a legislação.
A Nota Fiscal de Serviço Eletrônica segue os mesmos princípios da NF-e, esta,
por sua vez, sendo referente a serviços prestados ou tomados.
Com a implantação da NFe o caminho para os novos projetos do Sped foi aberto,
e como a escrituração contábil é composta por vários livros obrigatórios como o Diário,
Diário Auxiliar; Razão, Balancetes e Balanços, viu-se a necessidade da unificação
destes livros em um arquivo único, daí a criação do Sped Contábil.
O Sped Fiscal engloba todas as operações que dizem respeito a operações
geradoras de crédito ou receita de ICMS ou IPI, será apontado as pessoas jurídicas
obrigadas a transmiti-los, seus prazos legais e demais especificações.
Para cada Sped representado por um arquivo de Escrituração Fiscal Digital –
EFD, existe um programa validador próprio, chamado de Programa Validador e
Assinador – PVA, portanto eis a importância de apresentá-lo, juntamente com a normas
de certificação digital, que servirão para assinar os arquivos digitalmente garantindo sua
autenticidade.
Conforme já mencionado, o foco deste trabalho é a EFD-Contribuições,
portanto, serão reproduzidos os trechos mais relevantes da Instrução Normativa
instituidora do Sped Contribuições, com as particularidades de cada regime de
tributação, assim como as datas de entrega e os fatos geradores a partir da data exigida,
que também se altera de acordo com o regime tributário utilizado pela pessoa jurídica.
Será disposto sobre a forma de apresentação e as penalidades auferidas para o
descumprimento da entrega ou atraso, bem como outras sanções e novas obrigações
acessórias geradas para o contribuinte que descumprir as regras estabelecidas.
10

Serão explicados os procedimentos de retificação do arquivo digital, e as


consequências dela, como é executada a retificação da Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais – DCTF, caso haja alterações de valores do imposto a recolher.
O trabalho também mostrará a parte mais técnica que é desenvolvida pelo Sped,
com a apresentação dos Blocos e Registros essenciais da EFD-Contribuições, pois este
arquivo, assim como os demais componentes do Sped são formados por Blocos, cada
um com seu respectivo registro de abertura e encerramento, que são divididos por tipo
de documento constante no interior do bloco.
O conhecimento de tal informação estrutural do arquivo por parte do profissional
de contabilidade poderá fazer diferença no momento de validação da escrituração no
PVA. A disposição de tais blocos é sequencial e segue a regra prevista no Manual do
Leiaute da EFD-Contribuições.
Conhecer os temas abordados por este trabalho é relevante para todos os
envolvidos, seja direta ou indiretamente.
Para o contribuinte é importante a padronização das obrigações acessórias, com
seu envio único a diferentes órgãos fiscalizadores.
Devido à validação do arquivo e a adequação necessária para isso, o Sped
consequentemente auxilia na correção de processos internos da pessoa jurídica, já que o
PVA verifica a consistência dos lançamentos.
Ao profissional de contabilidade, cabe manter-se atualizado em relação às
mudanças que ocorrem no Sped Contribuições, bem como conhecer a tecnologia
envolvida no processo e as técnicas de utilização dos sistemas geradores da escrituração
fiscal digital, o que possivelmente abre um ramo a mais de possibilidades de serviços
prestados.
Para a sociedade fica a garantia de uma fiscalização ao menos mais eficaz contra
empresas que soneguem impostos, que deveriam ter um retorno à população,
contribuindo para um país mais justo. O conhecimento do Sped mostra aos cidadãos que
existe investimento em políticas de fiscalização.
Às organizações tributárias o Sped também traz benefícios, como a facilidade no
cruzamento de dados realizados pelo servidor da Sefaz.
O primeiro capítulo deste trabalho trará um breve histórico da contabilidade no
mundo e seu surgimento, os primórdios da constituição do Sped, desde as primeiras
reuniões das organizações tributárias para melhoria da integração entre os fiscos e
11

facilidade ao contribuinte com as entregas de obrigações acessórias, até a sua inclusão


no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, e sua real obrigatoriedade.
O segundo capítulo tratará especificamente do Sped Contribuições, com o
objetivo de mostrar as vantagens da escrituração digital, bem com apresentar seu
desenvolvimento e desafios no processo, propor possíveis melhorias e relatar a
importância do profissional de contabilidade.
As informações técnicas do arquivo da EFD serão mostradas no terceiro
capítulo, com detalhes da escrituração.
Com as informações necessárias, pretende-se responder a pergunta sobre a
relevância da implantação e utilização do Sped. Na conclusão, com o agrupamentos das
ideias visa-se confirmar o pressuposto teórico.
Portanto, o presente trabalho não visa apenas reproduzir leis e seus respectivos
artigos, e sim trazer uma visão geral de uma nova realidade em que a contabilidade está
sendo inserida, elevando-se o patamar de qualidade.
12

Capítulo I

SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED

O surgimento da contabilidade se deu quando o homem percebeu que precisava


ter o conhecimento sobre seu patrimônio.

[...]a função da contabilidade já no início da civilização: avaliar a riqueza


do homem; avaliar os acréscimos ou decréscimos dessa riqueza. Como o
homem naturalmente é ambicioso, a contabilidade existe desde o início da
civilização. Alguns teóricos preferem dizer que ela existe, pelo menos, desde
4000 antes de Cristo (IUDÍCIBUS, MARION, FARIA, 2007, p. 30).
Porém, há controversas sobre a real origem da contabilidade, pois alguns
indícios ainda mais antigos mostram que o homem das cavernas já possuía certas
noções contábeis.
Sendo assim, era possível observar que as práticas contábeis rudimentares eram
feitas da cultura, obedecendo apenas às necessidades de controlar seus bens.

Mas os registros das operações comerciais, industriais e públicas ganharam


uma sistematização mais ampla somente na Idade Média, ou seja, há cerca
de pouco mais de um milênio quando se oficializou o surgimento da prática
de sistematização por correlação de causa e efeito (SÁ, 2008, p.19).
Uma vez que, as atividades econômicas estavam se desenvolvendo cada vez
mais nas cidades de grande fluxo de mercado, foram desenvolvidas diversas teorias por
meio de livros que são lembradas até hoje.
Juntamente com a economia das cidades, a contabilidade ia avançando, e
passando por várias fases importantes, até chegar a sua forma mais desenvolvida e atual:
o Sped.

1 Histórico do Sped

De acordo com a Receita Federal do Brasil, no ano de 2003 foi aprovado e


introduzido o inciso XXII ao art. 37 da Constituição Federal, a qual determina a
Emenda Constitucional nº42 determinando as administrações tributárias da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que trabalhassem de forma integrada com
o compartilhamento de cadastros e informações fiscais.
Com o intuito de esclarecer dispositivo Constitucional, foi executado, em julho
de 2004, em Salvador, o primeiro Encontro Nacional de Administradores Tributários -
ENAT, que reuniu o Secretário da Receita Federal, os Secretários de Fazenda dos
13

Estados e Distrito Federal, e também o representante das Secretarias de Finanças dos


Municípios das Capitais.
O objetivo do encontro foi buscar soluções de forma conjunta dentro das três
esferas de Governo para alcançar maior integração administrativa.
O encontro visava padronizar e aprimorar a qualidade das informações
recebidas, tornando racionalizados os custos e a carga de trabalho operacional no
atendimento, aumentando a fiscalização, e possibilitando realizar ações fiscais de forma
coordenada entre estas esferas governamentais.
Em 2005 foi realizado o segundo ENAT na cidade de São Paulo onde foram
assinados os Protocolos de Cooperação nº 02 e nº 03, tornando possível o
desenvolvimento e implantação do Sistema Público de Escrituração Digital – Sped.
O Sped foi introduzido em 2007, fazendo parte do aperfeiçoamento do sistema
tributário do Programa de Aceleração do Crescimento PAC 2007-2010 - que teve por
objetivo a promoção e aceleração do crescimento econômico do país, o aumento na taxa
de emprego e a melhoria na renda dos brasileiros.
Conforme consta no propósito do PAC de destinar a desburocratizar trabalhos
administrativos e ampliar o crescimento econômico, o Sped é considerado um grande
avanço na informatização da ligação entre o fisco e o contribuinte.
Conforme o decreto n° 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o SPED dispõe que:

Instrumento que unifica as atividades de recepção, validação,


armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a
escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas,
inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de
informações (BRASIL, 2007).
O Sped trouxe a modernização da forma atual de cumprimento das obrigações
acessórias, que são transmitidas pelo contribuinte às administrações tributárias e aos
órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos
documentos eletrônicos.
Sendo assim, garantindo a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma
digital. A implantação do sistema gera benefícios tanto para os contribuintes quanto
para Receita Federal do Brasil. Portanto, os ENATs foram o princípio da idealização do
desenvolvimento do projeto Sped.

2 Nota Fiscal Eletrônica

O desenvolvimento do projeto da Nota Fiscal Eletrônica aconteceu de maneira a


14

integrar as Secretarias da Fazenda dos Estados e a Receita Federal do Brasil, com a


assinatura do Protocolo ENAT 03/2005 em 27/08/2005. Ao Encontro Nacional de
Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais - ENCAT, foi conferida a
responsabilidade pela implementação e ampliação do Projeto NF-e.
Segundo a Receita Federal do Brasil – RFB, 2014:

Podemos conceituar a Nota Fiscal Eletrônica como sendo um documento de


existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o
intuito de documentar, para fins fiscais, uma operação de circulação de
mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Sua
validade jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente (garantia
de autoria e de integridade) e a Autorização de uso fornecida pelo Fisco,
antes da ocorrência do fato gerador.
A união gasta ampla soma de recursos para obter, analisar, registrar e
disponibilizar informações referentes à emissão de NF-e’s dos contribuintes. A
quantidade de operações concretizadas e o volume de recursos mobilizados aumentam
em um ritmo acelerado e, da mesma maneira, crescem os investimentos próprios à
necessidade do Estado de identificar e evitar a evasão tributária.
Dessa forma, o projeto explica-se pela obrigação de investimento notório
voltado à integração dos procedimentos de controles fiscais pelo fisco, permitindo
assim:
a) Diminuição de custos e barreiras burocráticas, promovendo a execução das
obrigações tributárias e o recolhimento de impostos e contribuições;
b) Enriquecimento do domínio tributário e da inspeção fiscal;
c) Maior permuta e compartilhamento entre os fiscos, de informações sobre as
obrigações acessórias;
A NF-e traz vários benefícios às partes envolvidas e inclusive para a sociedade,
dentre eles:
a) Avanço no processo de controle fiscal, permitindo um maior intercâmbio de
informações pelos fiscos;
b) Melhoria na credibilidade da Nota Fiscal;
c) Redução da sonegação e aumento da arrecadação;
d) Agilidade no acesso às informações;
e) Melhoria da produtividade da auditoria, por meio da suspensão das diversas
etapas para coleta dos arquivos;
f) Diminuição de custos dos controles das notas fiscais captadas pela fiscalização
de produtos em circulação;
15

g) Apoio aos planos de escrituração eletrônica contábil/fiscal da Receita Federal


e das outras Secretarias de Fazendas Estaduais;
h) Diminuição do uso do papel;
i) Cruzamento automatizado de informações.

3 Sped Contábil

O Sistema Público de Escrituração Contábil nasceu da necessidade de unificar os


documentos apresentadas pelos contribuintes para o fisco brasileiro. A concepção do
projeto é uma das mais impactantes revoluções digitais, principalmente no ramo
contábil.
De acordo com a RFB, 2014, o Sped Contábil:

É a substituição da escrituração em papel pela Escrituração Contábil Digital


– ECD. Trata-se da obrigação de transmitir em versão digital os seguintes
livros: I - livro Diário e seus auxiliares, se houver; II - livro Razão e seus
auxiliares, se houver; III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de
lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.

Portanto, estão abrangidos na versão digital os seguintes livros contábeis: Diário


Geral; Diário com Escrituração Resumida vinculado ao livro auxiliar; Diário Auxiliar;
Razão Auxiliar; Livro de Balancetes Diários e Balanços.
O arquivo deverá ser assinado digitalmente com e-CPF emitido por instituição
habilitada pela ICP-Brasil.
Para cada livro contábil existente, deverá ser gerado um arquivo distinto. Dessa
forma, um mesmo arquivo da Escrituração contábil digital não pode conter mais de um
livro.
Conforme o art. 3º da Instrução Normativa RFB no 1.420/2013, estão obrigadas
a adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de
2014:
I - as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base
no lucro real;
II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que
distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na
Fonte - IRRF, parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do
Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita; e
III - as pessoas jurídicas imunes e isentas.
16

As sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte optantes


pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.
As normas de obrigatoriedade não consideram se o declarante realizou
movimentação no período. Pois mesmo sem movimentação não significa que não
ocorreram fatos geradores de lançamentos contábeis. Geralmente ocorrem eventos como
pagamento de aluguel, incidência de tributos, depreciação, pagamento do contador,
pagamento de conta de água e luz, custo com o cumprimento de outras obrigações
acessórias, e outras situações de acordo com a atividade empresarial.
Com a transmissão da escrituração digital, a impressão dos livros fica
implicitamente dispensada.
Como mostra o art. 6º da Instrução Normativa RFB no 1.420/2013:
Art. 6º A apresentação dos livros digitais, nos termos desta Instrução Normativa
e em relação aos períodos posteriores a 31 de dezembro de 2007, supre:
I - em relação às mesmas informações, a exigência contida na Instrução
Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro de 2001, e na Instrução Normativa MPS/SRP nº
12, de 20 de junho de 2006.
II - a obrigatoriedade de escriturar o Livro Razão ou fichas utilizados para
resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, prevista
no art. 14 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991.
III - a obrigatoriedade de transcrever no Livro Diário o Balancete ou Balanço de
Suspensão ou Redução do Imposto, de que trata o art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, disciplinada na alínea "b" do § 5º do art. 12 da Instrução Normativa
SRF nº 93, de 24 de dezembro de 1997.
O prazo para cumprimento do envio do SPED foi fixado pelo art. 5º da Instrução
Normativa no1.420/2013, abaixo apresentado:
Art. 5º A ECD será transmitida anualmente ao Sped até o último dia útil do mês
de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração.
§ 1º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a
ECD deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas,
incorporadas e incorporadoras até o último dia útil do mês subsequente ao do evento.
§ 2º O prazo para entrega da ECD será encerrado às 23h59min59s (vinte e três
horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do
dia fixado para entrega da escrituração.
17

§ 3º A obrigatoriedade de entrega da ECD, na forma prevista no § 1º, não se


aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e
incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior
ao do evento.
§ 4º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação,
ocorridos de janeiro a maio do ano da entrega da ECD para situações normais, o prazo
de que trata o § 1º será até o último dia útil do mês de junho do referido ano.
O SPED atua de forma interligada, sobretudo com o compartilhamento de dados
fiscais. Com isso a Contabilidade brasileira vem passando da era do papel para o
formato digital.

4 Sped Fiscal

Conforme guia prático da EFD – ICMS versão 2.0.14, a Escrituração Fiscal


Digital – EFD-ICMS/IPI é parte integrante do projeto SPED a que se refere o Decreto
nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que busca promover a integração dos fiscos federal,
estaduais, Distrito Federal e, futuramente, municipais, e dos Órgãos de Controle
mediante a padronização, racionalização e compartilhamento das informações fiscais
digitais, bem como integrar todo o processo relativo à escrituração fiscal, com a
substituição do atual documentário em meio físico - papel, por documento eletrônico
com validade jurídica para todos os fins.
Assim como ressalta a RFB, 2014:

A Escrituração Fiscal Digital - EFD é um arquivo digital, que se constitui de


um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras informações
de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita
Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos
referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte.

O SPED Fiscal compõe-se de registros de apuração de impostos, sobre


operações e prestações praticadas pelo contribuinte, assim como de documentos de
cunho fiscal e demais informações de relevância aos fiscos e à Secretaria da Receita
Federal do Brasil.
A empresa deve efetuar a geração e conservar a EFD-ICMS/IPI separadamente
para cada um dos estabelecimentos, devendo nela constar todas as informações do
período apurado sobre os impostos.
18

Conforme guia prático da EFD – ICMS versão 2.0.14, a partir de 01 de janeiro


de 2009, os contribuintes obrigados à Escrituração Fiscal Digital - EFD-ICMS/IPI -
devem escriturá-la e transmiti-la, via Internet. A obrigatoriedade da EFD-ICMS/IPI
encontra-se na legislação estadual.
Sendo assim, deve ser atentada a legislação de cada estado quanto às obrigações
determinadas para cada um deles.
O arquivo digital da EFD-ICMS/IPI deverá ser gerado pelo contribuinte
conforme especificado no leiaute definido em Ato COTEPE, disponibilizado em guia
prático, contendo a totalidade das informações econômico/fiscais e contábeis em
concordância ao período que compreenda o primeiro e o último dia do mês civil,
inclusive.
Conforme consta no Ajuste SINIEF 02/09, fica dispensada a impressão dos
livros fiscais.
Ainda conforme o Guia Prático EFD-ICMS/IPI, considera-se totalidade das
informações:
1 - as relativas às entradas e saídas de mercadorias bem como aos serviços
prestados e tomados, incluindo a descrição dos itens de mercadorias, produtos e
serviços.
2 - as relativas à quantidade, descrição e valores de mercadorias, matérias-
primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, produtos manufaturados e
produtos em fabricação, em posse ou pertencentes ao estabelecimento do contribuinte
declarante, ou fora do estabelecimento e em poder de terceiros e de terceiros de posse
do informante;
3 - qualquer informação que repercuta no inventário físico e contábil, na
apuração, no pagamento ou na cobrança de tributos de competência dos entes
conveniados ou outras de interesse das administrações tributárias.
Caso o contribuinte possua algum tipo de benefício bem como a isenção,
imunidade, não-incidência, diferimento ou suspensão do recolhimento, é dever dele
enviar essa informação dentro do bloco correspondente no arquivo, juntamente com seu
respectivo fundamento legal. Sendo as informações prestadas sob o enfoque do
declarante.
O contribuinte tem como obrigação armazenar todo arquivo digital da EFD-
ICMS/IPI já transmitido, verificando os requisitos para a segurança, autenticidade,
19

integridade e a validade jurídica e fiscal, observando o mesmo prazo estabelecido por lei
para a guarda destes documentos fiscais.
De acordo com a Sefaz, a geração, o armazenamento e o envio do arquivo digital
não dispensam o contribuinte da guarda dos documentos que deram origem às
informações nele constantes na forma e nos prazos estabelecidos na legislação aplicável.
É informado na seção 6 do guia prático da EFD – ICMS versão 2.0.14 que, os
contribuintes obrigados à EFD-ICMS/IPI, mesmo que estejam com suas atividades
paralisadas, devem apresentar os registros obrigatórios, notação = “O”, informando,
portanto, a identificação do estabelecimento, período a que se refere a escrituração e
declarando, nos demais blocos, valores zerados, o que significa que não efetuou
qualquer atividade.
É citado no Decreto nº 7.979, de 8 de abril de 2013 - Art. 2º, que o Sped é
instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e
autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos
empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único,
computadorizado, de informações.
Tendo o SPED o objetivo de unificação e padronização dos Fiscos, podendo,
assim, compartilhar as informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais, a
EFD-ICMS/IPI é parte integrante e fundamental para conclusão das amarrações e
validações pelo servidor da Sefaz.

5 Programa Validador e Assinador – PVA

Primeiramente, é preciso que se faça a instalação da máquina virtual do Java,


um programa que permite o desenvolvimento, implantação e utilização de quase todas
as aplicações de rede. O PVA é fornecido no site do SPED e no site da Receita Federal
do Brasil – RFB.
Em seguida, faz-se a importação em formato txt ou a criação da escrituração,
digitando todos os dados e informações, contendo os documentos fiscais e outras
operações incidentes nas contribuições sociais e previdenciárias e créditos não-
cumulativos.
O programa permite que se visualize a escrituração antes de transmiti-la, já
com a formatação definida pela Receita Federal – definida pelo Ato Declaratório Cofis
nº 34, de 28 de outubro de 2010 (DOU 1º.11.10) e atualizado pelo ADE Cofis nº 37, de
20

2010, podendo fazer alterações e correções caso seja necessário.


Também possibilita que se faça a validação do conteúdo, encontrando erros e
avisos caso haja; possibilita a geração do arquivo para a sua transmissão, assim como a
sua assinatura digital e a sua transmissão. Além disso, o PVA possui o recurso de
geração de cópia de segurança, na hipótese haver exclusão ou adulteração de dados.
Caso o arquivo não apresente erros na validação, seu envio é feito, utilizando o
certificado digital no padrão ICP-Brasil e imprimindo o recibo logo em seguida, que
deve ser guardado pelo emitente, juntamente com a escrituração.

6 Certificado Digital e a ICP-Brasil

O certificado digital é uma ferramenta utilizada para dar veracidade aos


documentos e arquivos enviados, facilitando a identificação de quem faz seu uso e
protegendo os dados nele contido.
É emitido tanto para Pessoas Físicas quanto para Pessoas Jurídicas, para
aplicações e equipamentos, tendo um número único chamado de chave pública, que
permite a identificação do usuário.
Para adquiri-lo, é necessário buscar uma Autoridade Certificadora, uma fonte
segura onde se faz o pedido do certificado, que deve estar cadastrada na ICP-Brasil.
A ICP-Brasil é o conjunto de entidades que fornecem o certificado digital de
maneira confiável, criada a partir da Medida Provisória nº 2.200-2 de 24 de Outubro de
2001. Possui uma lista de prestadoras de serviço credenciadas, que, atualmente, conta
com 13 já cadastradas. Dentre elas, encontram-se o Serviço Federal de Processamento
de Dados - SERPRO, a Serasa Experian, a Certisign e a Valid Certificadora Digital.
O certificado digital contém uma série de dados de identificação, como a chave
pública, nome e endereço de e-mail, chave privada e sua validade, nome da
Certificadora emitente e sua assinatura, e o número de série.
Há dois tipos de certificados: A1 e A3. O certificado A1 possui validade de 1
ano, é armazenado no próprio computador de quem usa e possui uma senha de acesso
que protege seus dados.
O certificado A3 é válido por 2 ou 3 anos e são armazenados num cartão ou
token, popularmente chamado de pendrive. No caso do cartão, é preciso adquirir
também um dispositivo denominado de leitora, para conectá-lo ao computador. Ambos
21

também são protegidos por senha, e são mais seguros e práticos, garantindo a
legitimidade das informações.
22

Capítulo II

A EFD-CONTRIBUIÇÕES

A Escrituração Fiscal Digital das contribuições – EFD-Contribuições compõe o


programa SPED, disposto no Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o grande
objetivo deste projeto é promover a integração dos fiscos, melhorando a comunicação
na esfera federal, estadual, Distrital, municipal, perante a uniformização e
compartilhamento das informações fiscais digitais. Também tem o objetivo de melhor
integrar os processos relativos à escrituração fiscal, causado a substituição do papel,
documento físico, pelo documento eletrônico, que possui legitimidade judicial para
todos os fins.
Para que tenha validade, este documento eletrônico deve ser assinado
digitalmente por Certificados Digitais legais, emitidos, em concordância com as normas
do ICP-Brasil, pelos procuradores ou representantes, gerando assim validade jurídica ao
documento para todos os fins, nos fatos previstos na Medida Provisória nº 2200-2, de 24
de agosto de 2001.

1 Instituição legal

Assim como constituído pela Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 5 de julho


de 2010, aplica-se à obrigatoriedade de entrega do arquivo da EFD contribuições, as
pessoas jurídicas de direito privado em geral e as que a elas são equiparadas pela lei do
imposto de renda, que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins com base no
faturamento mensal.
Após a criação da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1 de março de 2012,
passou a ser obrigatória a entrega do arquivo da EFD Contribuições, conforme disposto
abaixo:
I - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à
tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;
II - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas
23

sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou


Arbitrado;

III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos


geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos
§§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102,
de 20 de junho de 1983.

A aprovação do leiaute da EFD foi aprovada pelo Ato Declaratório Executivo


Cofis nº 65, de 2012.

Segundo apresentado no Guia Prático da EFD-Contribuições, as pessoas


jurídicas sujeitas à tributação do Imposto de Renda na sistemática do lucro presumido,
tem como regra de obrigatoriedade da escrituração do PIS/Pasep e da Cofins, em
relação aos fatos geradores a ocorrer a partir de janeiro de 2013, conforme dispõe a
Instrução Normativa RFB nº 1.280/2012.

2 Prazos e abrangência da escrituração

A entrega dos arquivos da EFD-Contribuições segue periodicidade mensal e


devem demonstrar informações relativas sobre um mês ou fração dele. Logo a data
inicial existente do registro 0000 necessariamente será o primeiro dia do mês, ou se for
relativo a início das atividades, ou exista algum fato que altere a forma e período de
escrituração fiscal, o mesmo deve ser repassado ao arquivo digital.

A data final segue o mesmo parâmetro da inicial, portanto deve ser o último dia
do mesmo mês, guardada e exceção de que algum fato determine a paralisação ou
encerramento das atividades.

O Sped do PIS/Pasep e da Cofins deve ser gerado centralizada pelo


estabelecimento matriz da pessoa jurídica, conforme disposto no art. 15, da Lei nº
9.779, de 19 de janeiro de 1999.

São obrigadas e apresentarem a EFD-Contribuições, nos termos do art. 2º do


Decreto nº 6.022, de 2007, todas as pessoas jurídicas submetidas à apuração das
contribuições sociais, incidentes sobre o faturamento e a receita, seja pelo regime não
cumulativo ou cumulativo, com base nos prazos definidos na Instrução Normativa RFB
nº 1.252/2012:
24

I - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos


geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à
tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;
II - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas
sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou
Arbitrado;
III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos
§§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102,
de 20 de junho de 1983.
Conforme FAQ da receita às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
presumido, têm obrigatoriedade da escrituração do PIS/Pasep e da Cofins é em relação
aos fatos geradores a partir de janeiro de 2013.
Os declarantes que mesmo desobrigados da transmissão da EFD-Contribuições,
nos termos da IN RFB nº 1.252/2012, tenham efetuado a transmissão voluntária
antecipadamente, não precisam retificar a escrituração transmitida nesses períodos,
exceto se na referida escrituração estejam relacionados valores diferente dos informados
em DCTF.
Caso esteja em divergência, deve retificar a escrituração, fazendo com que os
valores do Bloco M estejam em concordância com o montante devido e informado em
DCTF.
A EFD-Contribuições é obrigatória para contribuintes se enquadre em pelo
menos um dos incisos da lei reproduzida acima. Entretanto, a IN da RFB nº 1.252/2012
dispensa da obrigatoriedade da apresentação da EFD Contribuições no mês do ano-
calendário em que a pessoa jurídica:
I - não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou
de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições, inclusive no caso de
isenção, não incidência, suspensão ou alíquota zero;
II - não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de créditos da
não cumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, inclusive referentes a operações de
importação.
Apesar da hipótese de dispensa, esta não enquadra-se ao mês de dezembro do
ano-calendário, pois a pessoa jurídica, deve proceder à entrega da escrituração digital
25

para este mês, na qual indicará os meses do ano-calendário em que não auferiu receitas
e não realizou operações geradoras de crédito. Tal identificação deve ser informada no
Registro 0120 - Identificação de Períodos Dispensados da Escrituração Digital.

Como definido no Ato Declaratório Executivo Cofis nº 020, de 14 de março de


2012, estão dispensados de apresentação da EFD-Contribuições:

I - as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas


no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, instituído pela Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse
Regime;

II - as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa


Jurídica (IRPJ), cuja soma dos valores mensais da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins apurada sobre o faturamento seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil
reais). As pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação
da EFD-Contribuições a partir do mês em que o limite fixado no inciso II do caput for
ultrapassado, permanecendo sujeitas a essa obrigação em relação ao(s) mês(es)
seguinte(s) do ano-calendário em curso;

III - as pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o início do ano-


calendário ou desde a data de início de atividades, relativamente às escriturações
correspondentes aos meses em que se encontravam nessa condição;

IV - os órgãos públicos;

V - as autarquias e as fundações públicas; e

VI - as pessoas jurídicas ainda não inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa


Jurídica (CNPJ), desde o mês em que foram registrados seus atos constitutivos até o
mês anterior àquele em que foi efetivada a inscrição.

São também dispensados de apresentação da EFDPIS/ Cofins, ainda que se


encontrem inscritos no CNPJ ou que tenham seus atos constitutivos registrados em
Cartório ou Juntas Comerciais:

I - os condomínios edilícios;

II - os consórcios e grupos de sociedades, constituídos na forma dos arts. 265,


278 e 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

III - os consórcios de empregadores;


26

IV - os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as


normas fixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou pelo Banco Central do
Brasil -Bacen;
V - os fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no disposto no
art. 2º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999;
VI - os fundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às normas do Bacen
ou da CVM;
VII - as embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-gerais,
consulados, vice-consulados, consulados honorários e as unidades específicas do
governo brasileiro no exterior;
VIII - as representações permanentes de organizações internacionais;
IX - os serviços notariais e registrais (cartórios), de que trata a Lei nº 6.015, de
31 de dezembro de 1973;
X - os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados de
personalidade jurídica, criados no âmbito de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como dos Ministérios Públicos e
dos Tribunais de Contas;
XI - os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos
partidos políticos, nos termos da legislação específica;
XII - as incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado de tributos
de que trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004, recaindo a obrigatoriedade da
apresentação da EFD-Contribuições à pessoa jurídica incorporadora, em relação a cada
incorporação submetida ao regime especial de tributação;
XIII - as empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que
possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade ou posse perante
órgãos públicos, localizados ou utilizados no Brasil;
XIV - as comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato internacional
celebrado pela República Federativa do Brasil e um ou mais países, para fins diversos; e
XV - as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da Lei nº 9.958, de
12 de janeiro de 2000.
Estarão desobrigadas da EFD-Contribuições as PJ que passarem à situação de
inativas no decorrer do ano-calendário e assim continuarem, apenas a partir do primeiro
mês do ano calendário subsequente.
27

Caracteriza-se pessoa jurídica inativa a contar do mês em que não ocorrer


nenhuma atividade, operacional ou não, seja patrimonial ou financeira, até mesmo
aplicação no mercado de capitais.
Em se tratando da PJ encontrar-se ativa no início do ano precisará apresentar a
EFD-Contribuições sobre todos o restante do ano-calendário, sob as hipóteses
mencionadas no art. 5º da IN RFB nº 1.252, de 2012.
Conforme documento do layout, para os meses do ano-calendário que esteja
inativa, o declarante deve informar nos registros de abertura de cada um dos blocos A,
C, D e F da EFD-Contribuições, o indicador 1 - Bloco sem dados informados.

3 Forma de apresentação e multas

A Instrução Normativa RFB nº 1.305, de 2012 estabelece que o arquivo da EFD


Contribuições conterá as informações inerentes às movimentações ocorridas em cada
período de apuração mensal e será transmitido até o décimo dia útil do segundo mês
subsequente ao mês de referência da escrituração digital.
A referida IN dispõe também que será dispensada a entrega do Dacon, para fatos
gerados a partir de janeiro de 2013, em relação as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro
presumido, no ano-calendário de 2013.
Sobre as penalidades, a Lei nº 12.766, de 27 de dezembro de 2012 é a que define
sua aplicação pela não entrega de arquivos do Sped, ou atraso, em revogação à multa
inicialmente gerada de R$ 5.000,00, ao mês ou fração dele.
O art. 8º da referida Lei, em vigor a partir de 28.12.2012, transcreve:
O sujeito passivo que deixar de apresentar nos prazos fixados declaração,
demonstrativo ou escrituração digital exigidos nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de
19 de janeiro de 1999, ou que os apresentar com incorreções ou omissões será intimado
para apresentá-los ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil e sujeitar-se-á às seguintes multas:
I - por apresentação extemporânea:
a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário ou fração, relativamente às
pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro
presumido;
28

b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês-calendário ou fração,


relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham
apurado lucro real ou tenham optado pelo auto arbitramento;
II - por não atendimento à intimação da Secretaria da Receita Federal do Brasil,
para apresentar declaração, demonstrativo ou escrituração digital ou para prestar
esclarecimentos, nos prazos estipulados pela autoridade fiscal, que nunca serão
inferiores a 45 (quarenta e cinco) dias: R$ l.000,00 (mil reais) por mês-calendário;
III - por apresentar declaração, demonstrativo ou escrituração digital com
informações inexatas, incompletas ou omitidas: 0,2% (dois décimos por cento), não
inferior a R$ 100,00 (cem reais), sobre o faturamento do mês anterior ao da entrega da
declaração, demonstrativo ou escrituração equivocada, assim entendido como a receita
decorrente das vendas de mercadorias e serviços.
§ 1o Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, os valores e
o percentual referidos nos incisos II e III deste artigo serão reduzidos em 70%.
§ 2o Para fins do disposto no inciso I, em relação às pessoas jurídicas que, na
última declaração, tenham utilizado mais de uma forma de apuração do lucro, ou
tenham realizado algum evento de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa
de que trata a alínea b do inciso I do caput.
§ 3o A multa prevista no inciso I será reduzida à metade, quando a declaração,
demonstrativo ou escrituração digital for apresentado após o prazo, mas antes de
qualquer procedimento de ofício.”
A validação do arquivo digital deve ser realizada pelo programa validador,
disponibilizado no sítio SPED – Sistema Público de Escrituração Digital - para
download, o qual analisa e verifica a autenticidade e consistência das informações
declaradas no conteúdo do arquivo.
Após a validação, o arquivo deve ser assinado digitalmente por certificado
digital emitido por autoridade habilitada pela Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira – ICP-Brasil, e posteriormente transmitido pelo mesmo PVA – Programa
validador e assinador. Em relação a assinatura e transmissão por meio de certificado
digital, o tipo de segurança mínima exigido é que este seja do tipo A1, arquivo.
A verificação de consistência para validação possui suas regras, e estas podem
ser modificadas a qualquer tempo, conforme previsto no manual do arquivo, já que
possuem apenas a função de verificar as consistências das informações apresentadas
pela pessoa jurídica declarante da escrituração digital.
29

Mesmo que algum registro não possua normas particulares para validação de
conteúdo, esta omissão não dispensa a não apresentação de informações existentes nos
documentos fiscais e inclusa pela EFD-Contribuições.
Existindo informação referente a operações geradoras de crédito ou receita das
contribuições, a pessoa jurídica está obrigada a apresentá-la.

Desta forma, não precisam ser informados na EFD-Contribuições, documentos que


não se refiram a operações geradoras de receitas ou de créditos de PIS/Pasep e de
Cofins. As informações deverão ser prestadas sob o enfoque da pessoa jurídica que
procede a escrituração (Guia prático da EFD-Contribuições 2013).

A não prestação de informações acarretará sanções e a obrigatoriedade de


reapresentação do arquivo integralmente, seguindo as normas constituídas pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB.
Sendo assim, é obrigação do contribuinte cuidar de que a escrituração contenha
todos os registros de documentos fiscais com informações já convertidas em relação as
existentes no próprio documento, já que está deve se de seu próprio enfoque.
Em todos os documentos apresentados nos Blocos A, C, D e F, as informações
neles constantes devem ser mostradas sob o enfoque do estabelecimento declarante.
Informações que não vinculadas a um único estabelecimento da PJ, caso esta possua
mais de um, devem ser geradas pela matriz.
O PVA da EFD-Contribuições consiste somente a importação de um arquivo
único e completo, ou seja, no mesmo arquivo devem existir dados de receitas e
despesas, apresentadas por estabelecimento. Portanto, o validador não aceita a
importação de frações de arquivos. Da mesma forma, a retificação dos arquivos também
deve ser feita integralmente.

4 Assinatura digital

Conforme guia prático do Sped, a assinatura da EFD-Contribuições poderá ser


realizada com certificado digital válido do tipo A1 ou A3:
1. O e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ (8 primeiros
caracteres) do estabelecimento;
2. o representante legal da empresa ou procurador constituído nos termos da
Instrução Normativa RFB nº 944, de 2009, com procuração eletrônica cadastrada no site
da RFB.
30

No início de processo de transmissão a assinatura será verificada perante prazo,


validade e contribuinte informado.

5 Entrega e guarda das informações

A EFD-Contribuições deve ser entregue em conformidade com as


particularidades do leiaute instituído em Ato Declaratório Executivo da Coordenação-
Geral de Fiscalização da RFB – ADE Cofis, e corresponderá às informações fiscais e
contábeis referentes ao período do arquivo, dentre o primeiro dia útil e o último dia do
mês civil, informando as receitas e créditos sujeitos a apuração da contribuição.
As exceções da obrigação da contribuição, como suspensão, isenção, alíquota
zero, não-incidência ou diferimento, deverão ser informadas no arquivo, juntamente
com sua base legal, nas informações complementares de cada registro.
A pessoa jurídica deve possuir a guarda do arquivo da EFD-Contribuições
entregue, respeitando todo e qualquer requisito de autenticidade, validade jurídica, e
segurança por pelo menos cinco anos fiscais.

A geração, o armazenamento e o envio do arquivo digital não dispensam o


contribuinte da guarda dos documentos que deram origem às informações
nele constantes, na forma e prazos estabelecidos pela legislação aplicável. O
arquivo a ser mantido é o arquivo TXT gerado e transmitido (localizado em
diretório definido pelo usuário), não se tratando, pois, da cópia de
segurança. (Guia prático da EFD-Contribuições 2013)
Aos obrigados da EFD-Contribuições, estando com as atividades paralisadas,
ainda assim devem apresentar os registros obrigatórios apresentados no cabeçalho, com
os demais valores zerados.

6 Cópia de Segurança

É de responsabilidade do contribuinte, manter a guarda do arquivo digital


transmitido com o recibo de comprovação, assim como os documentos das operações
nele representadas, como, por exemplo, notas fiscais, pelo prazo estabelecido na
legislação fiscal.
O PVA possui a funcionalidade de gerar uma cópia completa de base de dados,
portanto, caso haja perda do TXT original este pode ser restaurado a partir do backup do
validador.
31

7 Retificação

Segundo art. 11 da IN RFB nº 1.252/2012, alterado pela IN RFB nº 1.387/2013,


o contribuinte pode retificar o arquivo da EFD já transmitido, perante transmissão de
novo arquivo, seja para inclusão, alteração ou exclusão de informações prestadas de
forma incorreta.

No novo prazo para retificação, ampliado, a pessoa jurídica poderá


proceder à retificação da EFD Contribuições em até cinco anos contados do
primeiro dia do exercício seguinte àquele a que se refere a escrituração a ser
substituída (Guia prático da EFD-Contribuições 2013).
A IN define e é reproduzido no guia prático que o arquivo retificador da EFD-
Contribuições não produzirá efeitos quanto aos elementos da escrituração, quando tiver
por objeto:
I - reduzir débitos de Contribuição:
a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional – PGFN, para inscrição em Dívida Ativa da União - DAU, nos casos
em que importe alteração desses saldos;
b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às
informações indevidas ou não comprovadas prestadas na escrituração retificada,
já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou
c) cujos valores já tenham sido objeto de exame em procedimento de
fiscalização;
II - alterar débitos de Contribuição em relação aos quais a pessoa jurídica tenha
sido intimada de início de procedimento fiscal; e
III - alterar créditos de Contribuição objeto de exame em procedimento de
fiscalização ou de reconhecimento de direito creditório de valores objeto de Pedido de
Ressarcimento ou de Declaração de Compensação.
Contudo, o declarante pode entregar arquivo retificador em cumprimento a
notificação fiscal para resolver os equívocos do arquivo original:
a) na hipótese prevista no item II acima, havendo recolhimento anterior ao início
do procedimento fiscal, em valor superior ao escriturado no arquivo original,
desde que o débito tenha sido também declarado em DCTF; e
b) na hipótese prevista no item III acima, decorrente da não escrituração de
operações com direito a crédito, ou da escrituração de operações geradoras de
crédito em desconformidade com o leiaute e regras da EFD-Contribuições.
32

O contribuinte que fizer uso da retificação do Sped deverá também proceder a


retificação da DCTF, caso os valores apresentados no novo arquivo divirjam da DCTF
já entregue.

8 Créditos extemporâneos

Sendo possível a pessoa jurídica de fazer à retificação em até cinco anos, a


inclusão de novos documentos geradores de crédito ou receita, deve ser realizada
perante a retificação da escrituração.
Portanto, a escrituração destes documentos deve ser realizada em arquivo
retificador, nos registros correspondentes ao que se referem, deixando de fazer-se uso
dos registros de créditos extemporâneos.

9 Desafios e implementações

Para as organizações, a entrega do Sped Contribuições pode tornar-se um


desafio a se cumprir, pois operacionalmente é inviável que algum usuário da
contabilidade faça o preenchimento da escrituração manualmente em um arquivo texto
ou diretamente no PVA.
Portanto, faz-se necessária a utilização de Softwares capazes de gerar tal
escrituração. As empresas que não faziam uso desse tipo de sistema tiveram que se
adequar e consequentemente sofreram um impacto maior com a instituição do Sped.
Ainda assim, com o uso de Softwares, existe a necessidade de usuários
capacitados para alimentar o sistema corretamente, podendo ser ou não profissionais de
contabilidade, desde que realmente seja habilitado para tal função, como exemplo para o
lançamento de nota fiscal.
Entretanto, é do profissional de contabilidade a responsabilidade pela
escrituração, logo, ele deve participar do processo de validação e consistência das
apurações realizadas.
O que para alguns seria um empecilho, para um profissional engajado em seu
trabalho, isso pode abrir o mercado e expandir seu negócio, já que o Sped é um sistema
informatizado.
33

Tratando-se de um sistema informatizado, o Sped promoveu melhorias para


controle e fiscalização por parte do fisco federal, além de outras vantagens
socioambientais.
Dessa forma, seria interessante que o Sped disponibilizasse em seu sítio, por
exemplo, os ganhos de receita aumentados após seu advento, se possível mensurá-los,
para conhecimento da população sobre o sucesso dos projetos realizados no âmbito
fiscal.
34

Capítulo III

O ARQUIVO DIGITAL

O arquivo da EFD contribuições, assim como os demais integrantes do Sped são


compostos por Blocos, cada um com seu respectivo registro de abertura e encerramento,
que são divididos por tipo de documento constante no interior do bloco.
A disposição de tais blocos é sequencial e segue a regra prevista no item 2.5.1 do
Manual do Leiaute da EFD-Contribuições, e todas as informação deste capítulo são
fundamentadas no Guia Prático da Escrituração Fiscal Digital da contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins.
Parte do mesmo item do manual é reproduzida a seguir para identificar os blocos
e das informações nele contidas.
No bloco 0, consta a abertura do arquivo, identificação e referências do
contribuinte. O bloco A apresenta documentos fiscais sobre serviços (ISS). O bloco C
também são documentos fiscais, esses sobre mercadorias (ICMS/IPI), o bloco D,
documentos fiscais sobre serviços (ICMS). No bloco F é onde são informados demais
documentos e operações da empresa. O bloco I é exclusivo de operações das instituições
financeiras, seguradoras, entidades de previdência privada e operadoras de planos de
assistência à saúde.
Após os blocos de dados sobre documentos vêm os de apuração e finalização do
arquivo. O bloco M traz a apuração da contribuição e crédito de PIS/PASEP e da
COFINS, o bloco P é sobre apuração da contribuição previdenciária sobre a receita
bruta. O bloco 1 dispõe sobre o complemento da escrituração e controle de saldos de
créditos e de retenções, operações extemporâneas e outras Informações. Já o bloco 9 é o
encerramento do arquivo digital, trazendo a contagem de registros e linhas. (Anexo A)
No conteúdo de cada bloco, seus registros devem ser apresentados de forma
sequencial conforme tabela de registros e de obrigatoriedade do Leiaute da EFD-
Contribuições e agrupados por tipo de documento, após o término de um registro poderá
iniciar o outro.
Nas próximas seções seguem as explicações de cada um dos blocos e seus
registros básicos, conforme instruções do guia prático da EFD Contribuições.
35

1 Bloco 0: Abertura, identificação e referências

O bloco 0 agrupa os registro iniciais do arquivo da EFD-Contribuições,


contendo todas informações essenciais de identificação do contribuinte, dos
participantes das movimentações e dos produtos ou serviços.

1.1 Abertura do arquivo digital e identificação da Pessoa Jurídica

Neste primeiro registro é disposta informação cadastral da pessoa jurídica, como


CNPJ e razão social, também é neste registro onde será encontrada o mês de referência
e leiaute do arquivo.
Segundo a legislação, o contribuinte deve apresentar somente uma escrituração
para cada período de apuração mensal. Salvo exceção se a empresa tiver passado por
cisão parcial no período, podendo haver mais de um arquivo dentro do mês, para este
declarante.
Já em casos de incorporação, cada pessoa jurídica deve entregar a escrituração,
sobre o período em que a apuração da contribuição estava em sua responsabilidade.
O Guia Prático versão 1.12 traz o seguinte exemplo:
A empresa A incorpora a empresa B, no dia 17.01.2012, teríamos:
a) A EFD da empresa A, incorporadora, contemplando todo o período, de 01 a
31 de janeiro, registrando em F800 eventuais créditos vertidos na sucessão;
b) A EFD da empresa B, incorporada, contemplando apenas o período, de 01 a
17 de janeiro.

1.2 Dados do contabilista responsável

No registro 0100 será realizada a identificação do profissional de contabilidade


responsável pela escrituração da empresa, seja ele prestador de um serviço ou
colaborador da própria entidade.
Devido à possibilidade de cada estabelecimento possuir um profissional de
contabilidade específico, a pessoa jurídica pode possuir mais de um responsável pelas
informações contidas na EFD, e todos estes devem constar no registro 0100. Pois,
mesmo sendo as contribuições totalizadas na matriz, as informações dos Blocos A, C, D
e F são agrupadas por estabelecimento.
36

1.3 Registro 0110: Regimes de apuração da contribuição social

Este registro é mais um dos obrigatórios e objetiva mostrar qual o regime


tributário ao qual submete-se a PJ, ou seja, se a tipo de incidência da contribuição é não-
cumulativo ou cumulativo no período da apuração mensal. Sendo o regime não-
cumulativo, deverá ser informado o método de aproveitamento do crédito sobre
operações inerentes a mais de um tipo de receita do contribuinte para o ano-calendário.

1.4 Registro 0111: Tabela de receita bruta mensal para fins de rateio de créditos
comuns

Segundo a legislação que permitiu a não cumulatividade do PIS/Pasep, Lei nº


10.637/02, art. 1º, § 1º, e da Cofins, Lei nº 10.833/03, art. 1º, § 1º, a Receita Bruta pode
compreende receita da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou
alheia, como comissões pela intermediação de negócios.
Já Lei nº 9.715/98, art. 3º e Decreto-Lei nº 1.598/77, art. 12 referente às receitas
de natureza cumulativa, define Receita Bruta, como a proveniente da venda de bens nas
operações de conta própria, do preço dos serviços prestados e do resultado auferido nas
operações de conta alheia.
Portanto, conforme a legislação tributária as demais receitas que não sejam
provenientes de bens ou serviços nas operações em conta própria ou alheia, não podem
ser consideradas receita bruta, logo serão desconsideradas neste registro.
Como exemplo, uma empresa de fabricação ou comercialização de bens não
pode classificar como receita bruta, neste registro, a venda de ativo imobilizado, por se
tratarem de receita não operacional.

1.5 Registro 0120: Identificação de períodos dispensados da Escrituração Fiscal


Digital

Este registro é importante para informar os meses em que não houve operações
geradoras de receitas ou operações com crédito da contribuição, possibilitando assim
dispensa da entrega da EFD-Contribuições nos períodos. Deve ser apresentado na
apuração de dezembro de cada ano ou no mês em que ocorreu o fato que gerou a
dispensa da transmissão da EFD.
37

Assim como §§ 7º e 8º do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012, as


possibilidades de dispensa da EFD Contribuições a serem informadas no registro 0120
são reproduzidas abaixo:
I – A pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no
Lucro Real:
a) Não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou
de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições, inclusive no
caso de isenção, não incidência, suspensão ou alíquota zero; e
b) Não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de créditos da
não cumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, inclusive referentes a operações
de importação.
II - A pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no
Lucro Presumido:
a) Não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou
de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições, inclusive no
caso de isenção, não incidência, suspensão ou alíquota zero.
Deverá existir um registro 0120 para cada mês em que o contribuinte se
enquadre na dispensa. Assim sendo, uma PJ situada no regime não-cumulativo do
PIS/Pasep e da Cofins que é sujeita à obrigatoriedade de transmissão da EFD
Contribuições para todos os meses do ano, que não tenha gerado receitas ou fatos com
direito à crédito durante o ano todo, deverá apresentar apenas a EFD relativa ao mês de
dezembro do respectivo ano, tendo um registro 0120 por cada mês em que não teve
fatos geradores.
Não tendo a PJ consumado movimentações somente em alguns meses do ano,
deverá apresentar na EFD-Contribuições de dezembro do ano-calendário em questão, os
demais meses em que não gerou movimentação. Sendo também dispensada da entrega
da EFD para estes meses. Portanto este registro tem a única finalidade de informar os
meses em que o contribuinte está desobrigado da apresentação da EFD-Contribuições.

1.6 Registro 0140: Tabela de cadastro de estabelecimento

O Registro 0140 destina-se a elencar os estabelecimentos da pessoa jurídica, seja


em território nacional ou internacional, que realizarem receitas ou operações com direito
a créditos na data devida da escrituração.
38

O Guia da EFD 2013 enumera as seguintes situações:

1. Em relação aos estabelecimentos e bases operacionais no exterior, que estejam


cadastradas no CNPJ: Preencher o registro 0140 informando o CNPJ do
estabelecimento localizado no exterior e, informando também a UF e código de
município do estabelecimento sede, responsável pela escrituração;

2. Em relação aos estabelecimentos e bases operacionais no exterior, que não


estejam cadastradas no CNPJ: Não preencher o registro 0140, por inexistência de CNPJ,
devendo as operações objeto da escrituração deste estabelecimento localizado no
exterior, serem informadas nos Blocos A, C, D e/ou F, no conjunto de registros do
estabelecimento sede.

Quando o caso acima acontecer, a empresa deverá adotar um plano de contas


diferenciado entre as operações da empresa matriz e os estabelecimentos sem CNPJ
situados no exterior, já que todos os documentos encontraram-se no mesmo bloco, de A
à F.

Este registro é o que tem caráter obrigatório para a matriz empresarial, já para os
demais estabelecimentos da organização, ele deve ser preenchido apenas para os que
auferiram receitas, mesmo que não sujeitas a contribuição do PIS/Cofins, que tenha
realizado operações geradoras de créditos.

Não tendo o estabelecimento realizado quaisquer operações dos registros dos


Blocos A, C, D ou F no período da escrituração, este registro deixa de ser necessário.

Porém, deve ser gerado um registro 0140 para cada estabelecimento enquadrado nas
possibilidades declaradas na enumeração.

1.7 Registro 0150: Tabela de cadastro do participante

O registro 0150 é o que irá elencar os cadastros dos parceiros da empresa


geradora do arquivo, fornecedores e clientes, que tenham participação nos documentos
referentes ao período da escrituração e que constem em ao menos um dos demais
blocos.

Para operações registradas em Nota Fiscal Eletrônica, no caso do registro das


vendas ou entradas ser realizado de forma consolidada, fica desobrigado a cadastrar no
Registro 0150 o parceiro dessas operações.
39

Já para Nota Fiscal Eletrônica escriturada individualmente por documento fiscal


de venda ou compra, fica obrigatório incluir o participante da operação no Registro
0150.
Portanto o Registro 0150 serve para relacionar informações cadastrais das
pessoas físicas ou jurídicas que concretizaram transações comerciais com a empresa
informante do arquivo digital. Todos os parceiros informados nos documentos contidos
nos Blocos A, C, D ou F devem ser cadastrados no registro 0150.
Essa obrigatoriedade de informação de parceiro no Registro 0150 inexiste nos
casos em que os registros dos Blocos A, C, D ou F destaquem o participante pelo CNPJ
ou CPF.
Para casos de registros de vendas o consumidor final não é obrigatório a
informação de CNPJ ou CPF, mesma coisa para operações de vendas para pessoa física
de nacionalidade estrangeira.

1.8 Tabela de identificação do item

O registro 0200 é o qual será informado com especificações das mercadorias,


serviços ou quaisquer item relacionados a operação geradoras de receita ou de créditos,
a ser componente de escrituração dos Blocos A, C, D e F.
Já o registro 0205 é o que trata sobre a alteração do item, objetivando apresentar
modificações incidentes na descrição do produto, desde que haja alteração de modo a
caracterizá-lo como um novo produto, não havendo movimentação na data da alteração
do item, este registro deve ser demonstrado no próximo período em que acontecer
operações envolvendo este produto.
Além da descrição, esse registro será obrigatório também quando houver
alteração na codificação dos produtos ou serviços.
É negada a informação de dois ou mais registros com coincidência de períodos.

1.9 Registro 0400: Tabela de natureza da operação/prestação

O registro 0400 codifica as descrições das naturezas das operações redigidas nos
documentos fiscais. Essas codificações são criadas a critério do contribuinte, pois
habitualmente as empresas usam outra numeração além das discriminadas nos CFOP.
40

Logo, este registro não é o CFOP. Estes códigos possibilitam apresentar os


agrupamentos internos do declarante.
O código da natureza da operação não pode se repetir para este registro.

1.10 Registro 0450: Tabela de informação complementar do documento fiscal

Este é outro registro que, assim como 0400, codifica informações. Por sua vez, o
registro 0450 informa os códigos das informações complementares dos documentos
fiscais, em exigência da lei. Esses dados são os mesmo contidos nos campos destinados
à dados adicionais existentes nos documentos fiscais, como a NF-e.
Essas codificações e suas respectivas descrições também são criadas e mantidas
pela PJ e não podem repetir seu código ou descrição neste registro.
Devem sem apresentadas todas as informações complementares que existam nos
documentos fiscais do contribuinte.
Para os documentos de entrada, avisar as referências existentes à um possível
outro documento fiscal.

1.11 Registro 0500: Plano de contas contábeis

O registro 0500 visa mostrar as contas contábeis usadas pelo contribuinte


declarante em sua Escrituração Contábil, vinculadas às operações geradoras de receitas,
tributadas ou não pela contribuição.
Deve ser gerado um registro para cada conta contábil, não podendo repetir sua
chave, que é constituída, pela data de alteração e código.

2 Bloco A: Documentos fiscais - serviços não sujeitos ao ICMS

Os registros a comporem Bloco A, são das operações correspondentes à


prestação ou contratação de serviços que não podem ser lançados, por não
corresponderem a eles, nos Blocos C, D e F.
Por consequência, as operações de serviços lançadas nos Blocos C, D e F não
podem ser novamente informadas no Bloco A.
Caso haja dispensa da emissão de notas fiscais de serviços, em efeito de
legislação ou ato municipal, os documentos relativos serão permitidos na escrituração,
41

podendo ser declarados no Bloco F, indiferentemente da Lei atribuir ou não forma


específica a esse equivalente.
Ao considerar estes documentos a pessoa jurídica reconhece sua autenticidade e
garante sua idoneidade.

2.1 Registro A010: Identificação do estabelecimento

O registro A010 identifica o estabelecimento da PJ relativo as operações e


documentos fiscais contidos no Bloco A. Apenas serão informados no Registro A010 os
estabelecimentos que realmente efetivaram prestação ou contratação de serviços perante
emissão de documento fiscal.
Portanto os estabelecimentos que não realizaram movimentação de documentos
originais deste bloco não deverão existir neste registro.
Devem ser declarado nos registros filhos, ou seja, seus dependentes, as
movimentações de prestação ou de contratação de serviços, perante documento fiscal,
por estabelecimento, podendo ser operação do mercado interno ou externo.

2.2 Registro A100: Documento - Nota Fiscal de Serviço

Para cada documento fiscal a ser exposto na escrituração referente à contratação


de serviços, que abranjam a emissão de documentos fiscais constituídos pelos
Municípios, sendo em forma eletrônica ou física, deve ser gerado um Registro A100.
A cada A100, necessariamente deve ser exibido, no mínimo, um registro filho, o
registro A170.
Em caso de documento de serviço cancelado, apenas os campos destinados ao
código da situação, indicador de operação, emitente, número do documento, série,
subsérie e código do participante podem ser informados.
A série e subsérie não são imprescindíveis e o campo código do parceiro é
obrigatório nos lançamentos de entrada de serviços.
Para um mesmo documento fiscal, não podem ser apresentados mais de um
registro A100, respeitando dessa forma a chave do registro.
O registro A100 deve ser informado para todas as prestações ou contratações
que serviços que não seja parte integrante dos outros blocos do arquivo, sendo eles o C,
D e F.
42

Os detalhes dos documentos, sendo os itens da Nota Fiscal de Serviço que


influencia na apuração das contribuições sociais de serviços prestados e dos créditos dos
serviços contratados, deverão ser apresentados no registro filho A170, um apara cada
item no documento fiscal.
Se o contribuinte tiver contratado serviços de empresas residentes no exterior
com direito a crédito, conforme aceito pela Lei nº 10.865, de 2004, deverá completar o
Registro A120 para legitimar a apuração do crédito.
Existindo prestação de serviços ou contratação sem emissão de Nota Fiscal de
Serviço, ou documento equiparado nos casos de relações internacionais, o declarante
deve realizar o lançamento desses créditos no registro F100 do Bloco F.

2.3 Registro A110: Complemento do documento - informação complementar da


NF

O registro A110 exibe os dados complementares existentes nos documentos


fiscais que sejam de importância ao Fisco ou segundo solicite a legislação. Alguns
exemplos de informações complementares geralmente citadas nos documentos fiscais e
que devem constar no registro A110 são: domicílio de realização da prestação do
serviço, forma de pagamento, e possíveis isenções ou suspensões da contribuição do
PIS/Cofins.
Para cada nota fiscal o registro não poderá repetir sua chave, contendo apenas
um por documento.

2.4 Registro A170: Complemento do documento - itens do documento

O item deste tipo de documento serve para especificar o tipo de serviço


realizado, e deve ser parte integrante do registro A170. Registro correspondente ao
C170, das Notas Fiscais Eletrônicas.
Neste registro são listados os itens existentes nas Notas Fiscais de Serviços ou,
nos casos de importação, no documento internacional equivalente, designando a CST e
consequentemente à tributação de cada item.
Os campos referentes ao CST e as Bases de cálculo são utilizados para que
agrupados integrem os registro do Bloco M.
43

3 Bloco C: Documentos fiscais - Mercadorias ICMS/IPI

O Bloco C da EFD-Contribuições é um dos que traz informações referentes aos


documentos fiscais do período, ou seja, neste bloco constarão as notas fiscais, seus
itens, agrupamento por CFOP/tributação e cupom fiscal referenciado.

3.1 Registro C010: Identificação do estabelecimento

O registro C010 tem a finalidade de apresentar qual o estabelecimento a que as


informações deste bloco se referem. Somente deverão ser informados neste registro os
estabelecimentos que tenham realizado operações de venda ou devolução de produtos,
com emissão de documento fiscal determinado pela regulamentação do ICMS e do IPI.
Neste registro, a cada estabelecimento registrado, deverão existir os registros
filhos, contendo as operações de prestação ou de contratação de serviços, representado
pela emissão de documento fiscal.

3.2 Registro C100: Documento - nota fiscal, nota fiscal avulsa, nota fiscal de
produtor e NF-e

O registro C100 da EFD-Contribuições é uma cópia do existente no Sped Fiscal,


para apuração de ICMS e IPI.
Neste registro será registrada a entrada e saída de produtos que justifiquem a
emissão dos documentos fiscais, geradores de receitas, assim como de operações de
compra e devoluções com direito ao crédito da contribuição.

Não devem ser informados documentos fiscais que não se refiram a


operações geradoras de receitas ou de créditos de PIS/Pasep e de Cofins
(Guia prático da EFD-Contribuições 2013).

Para cada documento escriturado deverá existir ao menos um item, salvo


exceção em casos de documento cancelado, NF-e denegada ou para faixas inutilizadas.
O guia prático da EFD-Contribuições enumera as seguintes especificações sobre
a escrituração do registro C100:
I - de Vendas Canceladas, Retorno de Mercadorias e Devolução de Vendas.
Se a empresa está escriturando por documento, em C100, as vendas canceladas
devem assim ser tratadas:
44

1. Se o cancelamento se deu no próprio mês da emissão do documento, a


empresa tem a opção de não relacionar na escrituração este documento ou, vindo a
relacioná-lo, o fazer com as informações solicitadas para C100, mas sem gerar os
registros filhos, C170;
2. Se o cancelamento se deu em período posterior ao de sua emissão, devendo
assim ser considerado na redução da base de cálculo do período em que ocorreu o
cancelamento, a empresa pode proceder à escrituração destes valores redutores da base
de cálculo do mês do cancelamento, mediante a geração de registros de ajustes de
débitos, em M220 e M620, fazendo constar nestes registros de ajustes o montante da
contribuição a ser reduzida, em decorrência dos cancelamentos em questão.
Conforme previsão existente no RIPI/2010, art. 234 do Decreto Nº 7.212, de
2010, e no Convênio SINIEF SN, de 1970, a operação de retorno de produtos ao
estabelecimento emissor da nota fiscal, para fins de escrituração de PIS/COFINS deve
receber o tratamento de cancelamento de venda, não integrando a base de cálculo das
contribuições nem dos créditos.
No caso de escrituração individual por cada documento fiscal, deve-se registrar a
venda cancelada sob hipótese de excluí-lo da base de cálculo da contribuição no registro
C170, no regime de incidência cumulativo e no não cumulativo.
É mostrado no o Guia Prático EFD-Contribuições 2013, que as operações de
Devolução de Vendas, no regime de incidência não cumulativo, correspondem a
hipóteses de crédito, devendo ser escrituradas com os CFOP correspondentes em C170,
enquanto que, no regime cumulativo, tratam-se de hipótese de exclusão da base de
cálculo da contribuição.
Dessa forma, conforme o Guia Prático EFD-Contribuições 2013, no regime
cumulativo, caso a operação de venda a que se refere o retorno tenha sido tributada para
fins de PIS/COFINS, a receita da operação deverá ser excluída da apuração:
1. Caso a pessoa jurídica esteja utilizando os registros consolidados C180 e
filhos, Operações de Vendas, não deverá incluir esta receita na base de cálculo das
contribuições nos registros C181 e C185.
2. Caso a pessoa jurídica esteja utilizando os registros C100 e filhos, deverá
incluir a nota fiscal de saída da mercadoria com a base de cálculo zerada, devendo
constar no respectivo registro C110 a informação acerca do retorno da mercadoria,
conforme consta no verso do documento fiscal ou do DANFE.
45

O Guia Prático EFD-Contribuições 2013 explica ainda que mesmo que não seja
possível proceder estes ajustes diretamente no bloco C, a pessoa jurídica deverá
proceder aos ajustes diretamente no bloco M, nos respectivos campos e registros de
ajustes de redução de contribuição, relacionando as notas fiscais de devolução de
vendas, como ajuste de redução da contribuição cumulativa. Mesmo não gerando
direito a crédito no regime cumulativo, a nota fiscal de devolução de bens e mercadorias
pode ser informada nos registros consolidados C190 e filhos, ou C100 e filhos, para fins
de transparência na apuração. Nesse caso, deve ser informado o CST 98 ou 99, visto que
a devolução de venda no regime cumulativo não gera crédito.
II – Devolução de Compras.
Os valores relativos às devoluções de compras, referentes a operações de
aquisição com crédito da não cumulatividade, devem ser escriturados pela pessoa
jurídica, no mês da devolução, e os valores dos créditos correspondentes a serem
anulados/estornados, devem ser informados preferencialmente mediante ajuste na base
de cálculo da compra dos referidos bens, seja nos registros C100/C170, informação
individualizada, seja nos registros C190 e filhos, informação consolidada.
O Guia Prático EFD-Contribuições 2013 diz que, caso não seja possível
proceder estes ajustes diretamente no bloco C, como no caso da devolução ocorrer em
período posterior ao da escrituração, a pessoa jurídica poderá proceder aos ajustes
diretamente no bloco M, nos respectivos campos, e também o detalhamento nos
registros de ajustes de crédito, M110 e M510.
O Guia diz ainda que por se referir a uma operação de saída, a devolução de
compra deve ser escriturada com o CST 49. O valor da devolução deverá ser ajustado
nas notas fiscais de compra ou, se não for possível, diretamente no bloco M. Neste
último caso, deverá utilizar o campo de número do documento e descrição do ajuste
para relacionar as notas fiscais de devolução.

4 Bloco D: Documentos fiscais – Serviços ICMS

O Bloco D visa a apresentação de documentos fiscais referentes a serviços


sujeitos ao ICMS, tendo a operação direito ao aproveitamento do crédito à quem
contrata, de acordo com a legislação tributária.
Para o registro D100 que trata serviços de transporte, o Guia Prático versão 1.12
traz as seguintes operações como integrantes do mesmo:
46

a) Fretes incorridos nas operações de revenda de mercadorias e produtos, quando


o ônus for suportado pela pessoa jurídica comercial titular da escrituração
(contratação de frete para a entrega da mercadoria revendida ao adquirente);
b) Fretes incorridos nas operações de venda de bens e produtos fabricados a
pessoa jurídica titular da escrituração, quando o ônus for suportado pela pessoa
jurídica titular da escrituração (contratação de frete para a entrega de bens e
produtos vendidos ao adquirente).
c) Crédito presumido a ser apurado pelas empresas de serviço de transporte
rodoviário de carga, decorrente de operação de subcontratação de serviço de
transporte de carga prestado por pessoa física, transportador autônomo, ou por
pessoa jurídica transportadora optante pelo Simples, conforme disposto nos §§
19 e 20 do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003
No bloco D serão encontradas as notas fiscais de serviço de comunicação ou
telecomunicação, através do registro D500, onde a PJ poderá, dependendo de sua
atividade fim, aproveita créditos de PIS/Cofins.

5 Bloco F: Demais documentos e operações

O Bloco F servirá para a empresa destacar os demais créditos das operações


geradoras que não contemplam a escrituração outros blocos.
Neste bloco também, será onde a pessoa jurídica informará os créditos que não
possuem um estabelecimento específico, sendo retratados aqui para a matriz da
organização.
O Guia Prático traz os seguintes exemplos para as operações acima citadas:
a) Receitas Financeiras auferidas no período;
b) Receitas auferidas de Juros sobre o Capital Próprio;
c) Receitas de Aluguéis auferidas no período;
d) Montante do faturamento atribuído a pessoa jurídica associada/cooperada,
decorrente da produção entregue a sociedade cooperativa para comercialização,
conforme documento (extrato, demonstrativo, relatório, etc) emitido pela
sociedade cooperativa;
e) Outras receitas auferidas, operacionais ou não operacionais, não vinculadas à
emissão de documento fiscal específico;
47

f) Despesas de Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos utilizados nas


atividades da empresa;
g) Contraprestações de Arrendamento Mercantil;
h) Despesa de armazenagem de mercadorias;
i) Receitas e operações com direito a crédito, vinculadas a consórcio, contratos
de longo prazo, etc., cujos documentos que a comprovem ou validem não sejam
notas fiscais, objeto de relacionamento nos Blocos A, C ou D;
j) Aquisição de bens e serviços a serem utilizados como insumos, com
documentação que não deva ser informada nos Blocos A, C e D;
l) Operações de importação de mercadorias para revenda ou produtos a serem
utilizados com insumos, quando a apropriação dos créditos ocorrer amparada
pela DI (na competência do desembaraço aduaneiro) e não pela entrada da
mercadoria com a nota fiscal correspondente;
m) A escrituração de crédito presumido a ser apurado pelas empresas de serviço
de transporte rodoviário de carga, decorrente de operação de subcontratação de
serviço de transporte de carga prestado por pessoa física, transportador
autônomo, ou por pessoa jurídica transportadora optante pelo Simples, conforme
disposto nos §§ 19 e 20 do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003. Na escrituração
desses créditos presumidos no registro F100, devem ser observadas as
orientações constantes do registro D100 e registros filhos, em relação às regras
de preenchimento dos campos comuns.
n) A escrituração de crédito presumido sobre receitas de exportação de produtos,
como no caso da cadeia produtiva do café, Medida Provisória nº 545, de 2011.
No Bloco F, apesar de ser considerado para demais operações, estas devem ser
lançadas separadamente e por estabelecimento, não as agrupando em um único valor, a
exceção do estabelecimento diz respeito às movimentações que não podem atribuir-se
um único estabelecimento, sendo designada à sede da empresa.

6 Bloco M: Apuração da contribuição e crédito do PIS/Pasep e da Cofins

O Bloco M contém a escrituração geral da empresa, ao contrário dos demais


registros pertinentes aos Blocos A, C, D e F que são prestados na visão de cada
estabelecimento individual da PJ que executou as operações geradoras de contribuições
sociais ou de créditos.
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Dentro do Bloco M existem os registro M100 e M500, um para PIS e outro para
Cofins, que tem o objetivo de totalizar as informações de apuração referentes ao crédito
e a contribuição do PIS/Cofins no período do arquivo.
Cada linha deste registro será específica para cada Tipo de Crédito existente,
conforme Tabela 4.3.6 de receitas tributadas, não tributadas e de exportação, assim
como créditos provenientes de operações próprias e transferidos por sucessão.
Para o M100/M500 existe o registro filho M105/M505 que demonstrarão a
formação da base de cálculo de cada tipo de crédito contido no registro M100/M500,
seguindo as informações existentes nos documentos com CST gerador de crédito,
constantes nos Blocos A, C, D e F.
Os montantes de todos os tipos de Bases de Cálculo informados no M105/M505
serão somados e integrarão o Registro superior, o M100/M500, que mostra os variados
tipos de créditos do arquivo.
Deve ser gerado um registro M105/M505 por cada CST existente nos demais
Blocos, A, C, D e F, ligado ao tipo de crédito citado no Registro M100/M500.

7 Utilização da EFD

Apesar dos vários detalhes e especificações do arquivo da EFD Contribuições, a


sua implantação desburocratizou o processo de cumprimento de obrigações acessórias,
portanto a empresa pode utilizá-lo não só como obrigação, mas também para colher
informações através dos relatórios gerados pelo validador.
Sendo assim, a contabilidade pode encará-lo não apenas como uma obrigação a
mais, e sim como um facilitador do contribuinte, que melhora a qualidade e velocidade
do cumprimento das obrigações já existentes.
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CONCLUSÃO

O Sistema Público de Escrituração Digital – Sped, instituiu, a partir da sua


implantação, um progresso na relação entre o fisco e os contribuintes, com maior
tecnologia e informatização no processo de transmissão de dados. Este projeto teve
como objetivo facilitar os processos e diminuir as obrigações acessórias que são
impostas aos contribuintes, pela qual o contribuinte irá apresentar em forma digital, com
transmissão via internet, os documentos fiscais exigidos.
Dentro do Sped, a EFD - Contribuições é a escrituração que leva as informações
que se referem à apuração das contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins e também dos
créditos da não cumulatividade, assim como a apuração da Contribuição Previdenciária
incidente sobre a Receita Bruta, e outras informações que tenham algum interesse
econômico-fiscal.
Devido à necessidade de conhecimento e adaptação pelo profissional de
contabilidade quanto ao uso e domínio do Sped, é muito importante que tal profissional
tenha uma conduta com maior participação nos resultados, redirecionando-o à gestão
das informações na empresa, esta situação trouxe maior confiabilidade ao seu trabalho.
Na realização deste trabalho foi realizada pesquisa bibliográfica, onde livros,
endereço eletrônico da Receita Federal e legislações vigentes formaram a base da sua
elaboração.
Foi analisado o desenvolvimento da implantação do Sped Contribuições, sua
legislação, a forma de utilização de seus dados, as tabelas referentes às informações
essenciais a geração do arquivo, e a transmissão do arquivo e melhorias ao trabalho do
profissional de contabilidade.
Foram expostas as vantagens na implantação do Sped Contribuições, suas etapas
e as especificações deste sistema, foram apontados os desafios a serem enfrentados
pelas organizações na utilização do Sped Contribuições, pesquisadas as adequações a
serem realizadas no Sped Contribuições e a importância de atualização do profissional
de contabilidade quanto ao Sped Contribuições.
Ao profissional de contabilidade cabe manter-se atualizado em relação às
mudanças que ocorrem no Sped Contribuições, bem como conhecer a tecnologia
envolvida no processo e as técnicas de utilização dos sistemas geradores da escrituração
fiscal digital.
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A informatização dos dados fiscais transformou o conceito do profissional


contábil que não pode possuir apenas uma postura operacional, mas sim assumir a
função de administrador e verificador de estratégias junto aos empresários.
Com as informações colhidas foram alcançados os objetivos e confirmado o
pressuposto teórico de que com os avanços tecnológicos e sua influência na
contabilidade atual, onde existe cruzamento eletrônico de dados, é importante para
empresas elaborarem corretamente a apuração do PIS/Pasep e da Cofins.
A apresentação correta dos dados evita erros de validação e retrabalho nos
arquivos gerados, estabelecendo maior qualidade e confiabilidade no desenvolvimento
do trabalho e cumprimento das normas exigidas em lei.
A implantação do Sped trouxe muitas vantagens e benefícios para as
organizações e para a sociedade, visto que o processo de geração e transmissão de dados
ao fisco não gera custos de compra e impressão de papel, bem como os impactos
ecológicos causados pelo descarte deste material no meio ambiente são inexistentes, a
entrega facilitada e menos burocrática das obrigações acessórias, bem como a
transmissão online reduziu os erros de digitação, visto que o arquivo só pode ser
transmitido após sua validação.
Além das vantagens já citadas, pode-se destacar ainda, agilizar a identificação de
ilícitos tributários por meio do controle de processos, facilitar o acesso às informações
por parte da fiscalização e tornar as operações de cruzamento de dados e as auditorias
eletrônicas mais eficazes. O Sped, apresenta vasta melhoria da sistemática anterior a sua
utilização na realização das obrigações acessórias.
Para que a geração e entrega do arquivo ocorra, o profissional de contabilidade
deve atualizar-se constantemente de acordo com as leis vigentes no momento e
informativos dispostos pelo Poder Público, atentar-se aos prazos de entrega e retificação
do arquivo, além de conhecer os parâmetros, amarrações, tabelas e blocos existentes
para os cadastros das informações fiscais.
A assinatura do arquivo digital fica a encargo do contador responsável, portanto
ele deve utilizar-se do guia prático do arquivo fiscal para garantir a autenticidade das
informações, e outorgar que todas as informações requeridas foram prestadas.
A qualidade do profissional de contabilidade interfere de forma fundamental em
relação à confiabilidade e correta geração de dados, pois é necessário que o profissional
tenha conhecimento das regras e leis do Sped, renovando seus conceitos e
conhecimentos procurando novas informações.
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Para o contribuinte é importante a padronização das obrigações acessórias, com


seu envio único a diferentes órgãos fiscalizadores.
Para a empresa é necessário manter uma base cadastral sempre aualizada, pois o
tipo de incidência das mercadorias varia entre tributada, isenta, monofásica, substituição
tributária e alíquota zero, onde ainda, no caso dos itens não incidentes de PIS/Cofins é
necessária a verificação dos códigos de Não Incidência, de acordo com a Nomenclatura
Comum do MERCOSUL - NCM, de cada item. Caso uma lei seja alterada e os itens do
cadastro não tenham sua tributação atualizada, o valor da contribuição a ser recolhida
não será o correto, podendo a empresa gerar um arquivo com erros e gerando retrabalho.
Devido à validação do arquivo e a adequação necessária para isso, o Sped
consequentemente auxilia na correção de processos internos do contribuinte, já que o
programa validador e assinador verifica consistências nos lançamentos.
A realização e a integração dos fiscos, perante uniformização e
compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitando as normas legais, é
um de seus principais objetivos do Sped. Quando do desenvolvimento da utilização do
Sped, possui uma sistemática de simples entendimento e execução, o usuário faz os
lançamentos no sistema gerador do arquivo, que por sua vez agrupa as informações de
acordo com o layout e gera o arquivo no formato txt.
O arquivo deve ser importado no Programa Validador e Assinador – PVA, e
validado em sequência. Com o arquivo sem erros ele deve ser assinado e transmitido
aos servidores da Secretaria da Fazenda - Sefaz, que realiza os cruzamentos das
informações.
Portanto, o contabilista deve conhecer os parâmetros e as amarrações existentes
para os cadastros das informações fiscais, além de cumprir os prazos estipulados, visto
que a não entrega até o décimo dia útil do segundo mês subsequente acarreta em multa
por mês-calendário ou fração, além de gerar outras obrigações acessórias.
Para os contribuintes que não possuem um sistema que gere as informações
prontas para serem entregues, o PVA permite a criação de uma nova escrituração,
perante digitação dos dados obrigatórios.
A entrega do Sped não desobriga a guarda de documentos fiscais que deram
origem a ele e que constem em seus registros. Todos os documentos, sejam notas
fiscais, recibos, contratos, que deram procedência aos respectivos lançamentos fiscais e
contábeis devem ser conservados pelo prazo mínimo de 5 anos conforme previsto nas
legislações comercial e fiscal.
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Pode-se dizer que o Sped Contribuições é o início da modernização da maneira


atual de se cumprir as obrigações acessórias, na forma como são transmitidas pelos
contribuintes às administrações tributárias e órgãos que efetuam a fiscalização, usando-
se o certificado digital para assinar os documentos eletrônicos. Desta forma, garantindo
a validade jurídica destes arquivos apenas na sua forma digital.
Contudo existem desafios a serem superados dentro da empresa, para que o
sucesso na entrega do Sped seja alcançado. Usualmente, empresas obrigadas a entregar
o Sped, utilizam sistemas de gestão eficaz e atualizados com as necessidades fiscais,
que sejam seguros para que a contabilidade possa confiar nas informações geradas por
eles.
O Sped revolucionou não apenas o ramo da contabilidade, visto que
proporcionou mudanças na cultura das empresas, dentre estas mudanças pode-se
destacar benefícios como: maior confiabilidade nos dados, agilidade e racionalização de
processos, informatização de dados, desburocratização de procedimentos.
Desta forma, a implantação e utilização do Sped Contribuições são relevantes
para dar maior autonomia à contabilidade da empresa, onde o profissional recebe maior
valorização, pois passa a ter não somente foco sobre a área fiscal, mas também tendo as
informações e relatórios do Sped, contribuindo com a modernização da contabilidade
atual.
53

REFERÊNCIAS

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<http://slideplayer.com.br/slide/286963/>

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<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Decretos/2013/dec7979.htm>. Acesso
em 20 de maio de 2014

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<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Decretos/2007/dec6022.htm>. Acesso
em 22 de maio 2014

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<https://www.fazenda.sp.gov.br/nfe/perguntas_frequentes/respostas_I.asp>. Acesso em
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<http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/perguntasFrequentes.aspx?tipoConteudo=E4+tm
Y+ODf4=>. Acesso em 22 de maio 2014

BRASIL, Sítio do Sped. Histórico. Disponível em


<http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/historico.htm>. Acesso em 22 de
maio 2014

BRASIL, Sítio do Sped. Apresentação. Disponível em


<http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/apresentacao.htm>. Acesso em 22
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BRASIL, Sítio do Sped. O que é Sped. Disponível em


<http://www1.receita.fazenda.gov.br/sped-contabil/o-que-e.htm>. Acesso em 22 de
maio 2014

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IUDÍCIBUS, Sérgio; MARION, José; FARIA, Ana. Introdução à teoria da


Contabilidade para o nível de graduação. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

SÁ, Antônio L. História Geral da Contabilidade no Brasil. Brasília: Conselho


Federal de Contabilidade, 2008.

Sped Contábil, Manual de Orientação do Leiaute da ECD – Versão 1.0.1

Sped Contribuições, Guia Prático da EFD-Contribuições – Versão 1.17

Sped Fiscal, Guia Prático EFD-ICMS/IPI – Versão 2.0.13


ANEXOS
ANEXO A: BLOCOS DA ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL
DE ALMEIDA, Cássio Evair – 1993
DE ALMEIDA, Letícia Pirolla – 1993
DE PEDER, Camila Renata Barros – 1989
FERREIRA, Carina Vanessa – 1993

Princípios, desenvolvimento e aplicação do Sped Contribuições


54 p. Trabalho de Conclusão de Curso

UniSALESIANO – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

1. Ciências Contábeis

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