A PÁSCOA E A RIQUEZA DE SEUS SÍMBOLOS

Páscoa é a festa mais importante para os cristãos. Nela comemora-se a

ressurreição de Jesus Cristo. “Ele ressuscitou, aleluia!”

Por representar uma vida nova, ela é cheia de simbo-

lismos religiosos que fazem parte do próprio rito litúr-
gico da Páscoa, bem como simbolismos festivos come-
morativos, instituídos pelos povos, em várias culturas,
por todo o mundo cristão, ao longo da história do cris-
tianismo.
A Páscoa é uma comemoração muito antiga e prece-
de o nascimento de Jesus Cristo.
A palavra Páscoa significa “passagem”, pesach, em
hebreu. Os judeus festejam a Páscoa em comemoração à
libertação do seu povo do Egito – da opressão do faraó.
Deste modo, a Páscoa dos judeus tem sua origem diferente, mil e trezentos anos antes do
nascimento de Cristo.
Para os cristãos a primeira Páscoa aconteceu com a ressurreição de Jesus Cristo. Jesus
escolheu a data da Festa da Páscoa judaica para fazer a “sua passagem” – a Páscoa cristã.
Este marco festivo das duas Páscoas foi se repetindo ao longo da história e sua data foi
relacionada ao surgimento da estação da primavera quando, então, com o fim do inverno,
toda a natureza renasce em festa.
Como as estações do ano acontecem pelo movimento lu-
nar, a cada ano, no hemisfério norte, a primavera aponta após
a primeira lua cheia depois do longo período do inverno.
Esta lógica foi adotada para celebrar a festa da Páscoa, ou
seja, no primeiro domingo, após a primeira lua cheia da prima-
vera (no hemisfério norte), comemora-se a Páscoa.
Para nós, do hemisfério sul, a Páscoa acontece, portanto,
no primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono. É o
momento em que a natureza também se prepara para a renova-
ção com as podas do outono.
A Páscoa, então, traz a boa notícia da vida Nova.
O rico conteúdo da mensagem pascal inspirou inúmeros
símbolos para a sua comemoração:

VELA – Na vela da Páscoa se juntam tradições judaicas, romanas e cristãs. A vela pascal é usada
na liturgia das luzes, na prática da igreja antiga. Ela era usada no templo, para iluminar a noite de
sábado para domingo da Páscoa.
Em Roma existia o costume de se iluminar a noite da Páscoa com duas velas brancas
grandes, do tamanho de uma pessoa. Estas velas eram acesas na praça do mercado.
Para a fé cristã a vela surgiu no século IV d.c. A vela pascal, ou círio pascal, simbo-
liza Jesus Cristo Ressuscitado, vitorioso sobre a morte. Ela traz as duas letras do alfabeto
grego, alfa e ômega que significam: Jesus Cristo é o início e o fim dos tempos!
“É a passagem da opressão para liberdade, das trevas para luz”, diz. Assim como a
passagem de Jesus da morte para vida, durante sua ressurreição. A luz, a vela e o fogo
representam estes momentos.

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 OVO – Durante a quaresma, período após o carnaval, não se comia deter-
minados alimentos, entre eles os ovos. No domingo de Páscoa o ovo era
distribuído como símbolo da festa e por trazer dentro de sim “uma vida”,
era oferecido como presente símbolo da vida nova. Para enfeitá-lo as
pessoas os pintavam, adornando-os como presentes.

OVO DE CHOCOLATE – O cacau em

grego é chamado de Teobroma Cacau,
e quer dizer, néctar dos deuses. Seu
sabor e sua forca energética foram
conhecidos em toda a Europa, princi-
palmente por este ser um continente com
inverno muito rigoroso e pelo chocolate ser um
alimento especial no frio. Ao tomar o formato de um ovo, representou mais intensamente a for-
ca rejuvenescedora da vida.
A tradição dos ovos de Páscoa começou na idade média. Na Rússia, os czares e os imperado-
res presenteavam seus familiares com ovos riquíssimos, feitos de ouro, prata e pedras preciosas.
Os ovos de chocolate surgiram por volta de 1860 e são usados até hoje, em-
brulhados em papel de presente e recheados com balas e bombons. Delícia!

COELHO – Os coelhos surgiram como símbolo da Páscoa na época dos

egípcios, pois representavam a fecundidade e a reprodução constante da
vida. O coelhinho é símbolo da fertilidade, pois gera grandes ninhadas de
filhotes. Mas é muito importante lembrar as crianças que coelho não põem
ovo, muito menos de chocolate.
Este animal é símbolo da fertilidade, porque se reproduzem facil-
mente e em grande quantidade. Como a Páscoa é um tempo
de batismo, de novos cristãos, que são os bebês, os
coelhos representam a multiplicação dos discí-
pulos de Jesus durante o batismo, que vão
continuar revivificando a mensagem de
Cristo.

CORDEIRO/OVELHA - Devido à sua candura, o cor-

deiro é símbolo de mansidão, de pureza e de inocência. Na
antiguidade era muito usado em sacrifícios, como ofertas à
Deus. É por esta razão que ele é o símbolo
de Cristo e sua imolação. Na última ceia, Jesus
mesmo se ofereceu em sacrifício e ao instituir a Eucaristia proferiu:
“Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.

BORBOLETA - O significado essencial da borboleta baseia-se em

sua metamorfose de ovo para lagarta e da crisálida, presa à rigidez
da morte, para inseto alado com cores brilhantes, voltando para a luz
do sol. Por isso, na antiguidade, já era considerado um símbolo da
alma, pelo fato de não se extinguir após a morte física.

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 PEIXE – O peixe é o símbolo de Jesus Cristo. Simboliza
partilha. Jesus repartiu pães e peixes com seus discípulos e
com o povo faminto – milagre da multiplicação. O peixe foi
adotado como símbolo dos primeiros cristãos.
Na semana santa, ou mais especificamente na sexta-feira
da Paixão, não se come carne vermelha
por conter sangue quente. Jesus
derramou seu sangue pela humanidade.
O peixe é o alimento símbolo da neutralidade.
GALO E GALINHA - Por anunciar um novo dia,
com sua crista vermelha, cor de fogo, o galo,
para muitos povos, é o símbolo do sol e
do fogo. A galinha é conhecida como
símbolo da maternidade por ser cuida-
dosa e protetora de seus ovos e dos seus pintinhos.
SINOS - O repicar dos sinos nas torres das igrejas, durante a
missa de domingo de Páscoa, expressa a alegria dos fiéis com a
ressurreição de Cristo. É a manifestação do
Aleluia! Neste momento, acende-se o círio
pascal.
ROUPA BRANCA - A veste branca é sinal de paz, de
alegria e de coração limpo, purificado, após o longo
período da quaresma.
RAMOS VERDES - Representa a entrada triunfal
de Jesus em Jerusalém, junto com seus discípulos. O povo
estendia ramos de palmeiras e oliveiras ao chão para
Jesus passar, lembrando um lindo tapete. Os ramos
verdes eram usados também para acenar para Jesus,
enquanto diziam: “Hosana, filho de Davi”.
GIRASSOL - O girassol, conforme diz o nome,
sempre se volta para o sol, em busca da sua luz e do
seu calor. Assim como o girassol, também deve ser o
cristão, sempre em busca de Jesus Cristo – da sua luz e do
seu calor.
RAMOS DE TRIGO E CACHOS DE UVA-
O trigo e a uva são símbolos que representam
o pão e o vinho – símbolos da vida eterna.
Pão e vinho, na celebração eucarística são
transubstanciados em corpo e sangue de Je-
sus Cristo. “Este é mistério de nossa fé.”
CRUZ - A cruz representa o sacrifício de
Jesus. A cruz já não representa mais a dor mas sim
uma cruz glorificada depois da ressurreição de Jesus.
A cruz é o símbolo mundial da fé católica.

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