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ª Mariele Corrêa
Uma noite desabou uma tempestade pelo caminho. Tinha uma expressão que me
medonha. Chovia desabaladamente, com incomodava um pouco, porque seu lábio era
trovoadas, raios e relâmpagos. Um rasgado. Quando chegou ao local do
espetáculo tremendo! acidente, ele não disse nada, mas logo lhe
De repente bateram à porta. Era uma perguntei:
moça, que dizia ser uma princesa. Mas
- Onde fica a oficina mais próxima?
estava encharcada de tal maneira, os
cabelos escorrendo, as roupas grudadas ao - A oito milhas daqui, senhor. – respondeu.
corpo, os sapatos quase desmanchando…
que era difícil acreditar que fosse realmente Como a noite já estava caindo, pedi-lhe:
uma princesa real. - Posso passar a noite em sua casa?
A moça tanto afirmou que era uma
princesa que a rainha pensou numa forma - Claro, se o senhor quiser. Mas a casa está
de provar se o que ela dizia era verdade. bem desarrumada, porque papai não está e
Ordenou que sua criada de confiança mamãe morreu há três anos. Tem pouca
empilhasse vinte colchões no quarto de comida.
hóspedes e colocou sob eles uma ervilha. - Não tem importância.
Aquela seria a cama da “princesa”.
A moça estranhou a altura da cama, No caminho até a sua casa senti uma brisa
mas conseguiu, com a ajuda e uma escada, estranha. Ao chegar vi que tudo estava
se deitar. mesmo muito largado.
No dia seguinte, a rainha perguntou O garoto me instalou num quarto pegado à
como ela havia dormido. entrada.
– Oh! Não consegui dormir –
respondeu a moça – havia algo duro na - Está com frio? – perguntei.
minha cama, e me deixou até manchas - Sempre estou.
roxas no corpo!
O rei, a rainha e o príncipe se Aproximou-se tanto das chamas da lareira
olharam com surpresa. A moça era que temi fosse se queimar, mas ele parecia
realmente uma princesa! Só mesmo uma não sentir o fogo. Jantei sozinho e rápido.
princesa verdadeira teria pele tão sensível Conversamos um pouco.
para sentir um grão de ervilha sob vinte
- O que você faz quando seu pai não está?
colchões!!!
– perguntei.
O príncipe se casou com a princesa,
feliz da vida. - Nada, só deixo o tempo passar. Ninguém
Baseado no conto de Hans Christian nunca vem nos visitar. A gente daqui diz que
Andersen essa casa é mal-assombrada.
Eu levantei sem maior dificuldade e fui - Ei! Você viu? – exclamei confuso.
examiná-lo. Apareceu um garoto correndo
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- Não vi nada. O que foi? – Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha
bola!
- Não sei... Um véu. Roçou-me no rosto –
expliquei. – Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito
esportivo, jogo é jogo…
- Não tenha medo. Deve ser um dos
fantasmas que correm pela casa. – Espírito esportivo, nada! – berrava
Caloca. – E não me chame de Caloca, meu
Na certa é minha mãe. – disse ele
nome é Carlos Alberto!
tranquilamente.
E assim, Carlos Alberto acabava com
Não estava gostando nada daquilo. Resolvi tudo que era jogo.
então ir embora daquela casa. O sol já tinha A coisa começou a complicar mesmo,
raiado quando cheguei à primeira fazenda. quando resolvemos entrar no campeonato
Um homem veio ao meu encontro e me do nosso bairro. Nós precisávamos treinar
perguntou onde tinha passado a noite. com bola de verdade para não estranhar na
hora do jogo.
Ao lhe explicar onde tinha dormido, olhou Mas os treinos nunca chegavam ao
para mim com cara de pavor. fim. Carlos Alberto estava sempre
- Como é que lhe passou pela cabeça entrar procurando encrenca:
ali? Não sabe o que dizem dessa casa? – Se o Beto jogar de centroavante, eu não
- O garoto me levou – respondi. jogo!
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola 6) Ao final, o time saiu campeão. Se
sozinho. Nós passávamos pela casa dele e Carlos Alberto tivesse continuado com o
víamos. Ele batia bola com a parede. Acho mesmo comportamento de antes, você acha
que a parede era o único amigo que ele que o time sairia vitorioso? Justifique sua
tinha. Mas eu acho que jogar com a parede resposta.
não deve ser muito divertido.
7) Relacione as ações às reações dos
Porque, depois de três dias, o Carlos
personagens:
Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no
campinho. A- O juiz marca falta.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto B- Catapimba fez uma reunião para resolver
a minha bola. o problema.
Carlos Alberto estava outro. Jogava C- Caloca se arrepende e pede para voltar
direitinho e não criava caso com ninguém. ao time.
E, quando nós ganhamos o jogo final D- O time conquista a vitória no
do campeonato, todo mundo se abraçou campeonato.
gritando:
( ) Caloca retira-se do time, isolando-se
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube! dos colegas.
– Viva! ( ) Todos se abraçam e gritam “viva”.
– Viva o Catapimba! ( ) Caloca grita: “Assim eu não jogo mais!
Dá aqui a minha bola!”
– Viva! ( ) Os colegas recebem Caloca de volta ao
– Viva o Carlos Alberto! time.
– Viva! Poemas
Então o Carlos Alberto gritou: Verso, estrofe e rima
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos
Na poesia, o verso representa a linha
Alberto! Podem me chamar de Caloca!
do poema enquanto a estrofe é o nome
dado ao conjunto de versos. As rimas são
A partir da leitura do texto III, leia as
efeitos produzidos pelas poesias por meio
questões abaixo e responda-as no caderno.
da aproximação sonora entre as palavras
ou expressões.
1) Quem é o protagonista, isto é, o
personagem principal da história? TEXTO V
2) Quem narra a história participa dela Água mole pedra dura tanto bate até que
ou não? fura!
Muitas vezes nesta vida,
3) Carlos Alberto costumava fazer
Sem encontrar a saía,
chantagem e impor condições para
Desistimos bem depressa
emprestar sua bola de couro. Comprove a
Daquilo que nos interessa...
afirmação com uma frase retirada do texto.
4) Qual era a finalidade da reunião que Mas quando a vontade é firme,
Catapimba, o secretário do time, resolveu E sentimento enorme,
fazer? Ao invés de desistir,
A gente pode insistir!
5) Qual era o nome do time?
Sem pressa e a passo lento,
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Sofá–
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Quando "i" e "u" tônicos formarem
Acentuação hiato com a vogal
anterior, acompanhados ou não de "s",
Regras gerais: desde que não sejam seguidos por "-nh",
haverá acento:
Proparoxítonas: todas são acentuadas.
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
Ex.: Gastronômico, ônibus,
paralelepípedo, cólica. Não se acentuam as vogais "i" e "u"
dos hiatos se vierem precedidas de
Palavras oxítonas: acentuam-se todas as vogal idêntica:
oxítonas terminadas em "a", "e", "o", "em",
seguidas ou não do plural(s). Ex.: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba.
Ex.: pá – pé – dó – lá
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