Você está na página 1de 32

11 111111 1 1 111

03
1º DIA
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

�ene1112023
CADERNO

BRANCO
3

ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA,


com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:

l_______________ t no i o na l or
A_ _é_ _ _l_ x_ã_ _ _ _ s_ce_f _ _
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
-----------�j
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação,
dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas
às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo
com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer
divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde
corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de c inco hora s e tr inta minutos.
5. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA e a FOLHA DE REDAÇÃO.
6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na
avaliação.
7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES
e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e
poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos
que antecedem o término das provas.

�==
r°'l
..J-u-'
MISTO
P--l�olNMfO
■---
11 11::r
MINIST�RI0 DA
!DUCAÇlo
OOVU:NO F'l:DlRAL

UNIÃO I lllCON5TltUÇÃO
111111 11111 11! lllll l l l lllll lll ll 111111 1111111 111
• 0 1 0 3 7 5 & Jl 1 •
ll li 1111111 1 11111 �� 11111 1 11111!1 �I 1 1111
• 0 1 0 3 7 5 1 11 2 •
enem2023
Examo Nac,onnl do Ensino Mód10

i
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Q UESTÃO 02
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)

:E
w
QUESTÃO 01

zw Things We Carry on the Sea


We carry tears in our eyes: good-bye father, good-bye
[mother
0 We carry soil in small bags: may home never fade in our

1m
CJ [hearts
We carry carnage of mining, droughts, floods, genocides

a
We carry dust of our families and neighbors incinerated
[in mushroom clouds
We carry our islands sinking under the sea
We carry our hands, feet, bones, hearts and best minds
[for a new life
We carry diplomas: medicine, engineer, nurse,
N [education, math, poetry, even if they mean
:E
w
[nothing to the other shore

z
We carry railroads, plantations, laundromats, "Oh, you'll love working here. Nobody treats you an�
[bodegas, taco trucks, farms, factories, nursing differently just because of your age, race, or gender.
w [homes, hospitais, schools, temples... built on

o [our ancestors' backs Olsponlvel em www cartoonstock com. Acesso em: 25 out 2021

u We carry old homes along the spine, new dreams in our 1 Ao retratar O ambiente de trabalho em um escritório, esse

z [chests
We carry yesterday, today and tomorrow
! cartum tem por objetivo
ii 8 criticar um padrão de vestimenta. zn
We're orphans of the wars forced upon us
! (]) destacar a falta de diversidade.
m
� We're refugees of the sea rising from industrial wastes
And we carry our mother tongues
!@ indicar um modo de interação.
m
0
(...] zm
:0 elogiar um modelo de organização.
; (} salientar o espírito de cooperação.
As we drift ... in our rubber boats... from shore... to shore...
[to shore...
!
------------- s:
:E
,

w
PING. w. Disponlvel em. https://poets.org. Acesso em: 1 jun. 2023 (fragmento). !

z
Ao retratar a trajetória de refugiados, o poema recorre à
imagem de viagem marítima para destacar o(a)
w 8 risco de choques culturais.
m

0 (]) impacto do ensino de história.
CJ
z
@ importância da luta ambiental.

z
@ existência de experiências plurais. �
{} necessidade de capacitação profissional.
n
m

o
i
m
z
m
:E :s:
w
zw �

2 ---=---------- LC • 12 DIA• CADERNO 3 • BRANCO ---------- enem2023


enetn2023
Exame Nacional do Ensrno
Mêd,o

M QUESTÃ0 03r--- ------------.

Spanglish
� pues estoy creando Spanglish
bi-cultural systems

z

scientific lexicographical

w inter-textual integrations

0 two expressions

u existentially wired

z two dominant languages


continentally abrazándose
in colloquial combate The average american tosses 300 pounds of food

1
m
� imperio spanglish emerges each year, making food the number one contributor to
sobre territorio bi-lingual America's landfills. Eat your leftovers and keep your
m
las novelas mexicanas
mixing with radiorocknroll '
perishables in lhe fridge - lhe Earth is counting on it.

Dlsponlvel em htlps·l/mlr-s3-cdn-cf behance nel Acesso em 29 out 202 t (adaptado)


z
m
!
immigrant/migrant
i Esse cartaz de campanha sugere que �
nasal mispronouncements 1

w ; O os lixões precisam de ampliação.

z
hip-hop, street salsa, spanish pop
! (l) o desperdlcio degrada o ambiente.
standard english classroom
w j @ os mercados doam alimentos pereclveis.

0
with computer technicalities
@ a desnutrição compromete o racioclnio.
m

u spanglish is literally perfect


(} as residências carecem de refrigeradores.

z
LAVlERA, T 81nedlclón The Complete Poetry of Talo Lav,era

QUESTÃO 05
z
Hou110n Arte Públoco Press 2014 (fragmento)

n
Nesse poema de Tato Laviera, o eu lírico destaca uma
No man is an island,
� O convergência linguístico-cultural.
m (l) característica histórico-cultural.
Entire of itself;
0
Every man is a piece of the continent,
m
z
@ tendência estilístico-literária.
A part of the main.
@ discriminação cultural.
[...]
� (} censura musical. m
:E
Any man's death diminishes me,
Because I am involved in mankind.
w
z ; Nesse poema, a expressão "No man is an island" ressalta o(a)
OONNE, J The Works of John Oonna Londres John W. Parkor, 1839 (fragmento).

w ; O medo da morte.
0
u : (l) ideia de conexão.

z : @ conceito de solidão.

s
: @ risco de devastação.


i (}necessidade de empatia.

:E
w
z
w
enem.2023 _....,_____,_,_..,..,. LC • 12 DIA• CADERNO 3• BRANCO ____ .,.,..._,_,,_===----
1111um mlffll 111 1 1�� 1 1�1 � 1 1 1 1
• 0 1 0 ] 7 S B R 4 •
enem2023
Exame Nacional do Ensino Médio

m
DWWWWWIWWWELkL

Questões de 01 a 05 (opção espanhol) jSi en cada lugar, un sabor peculiar,

� QU
�,::
ES::!..T!.!:�0�0�1�============ I!
"ai paso" cautiva tu buen paladar!).
1Son más que "recetas"!, jSerá "alegoria"!,
zm
Que quede claro jserá "identidad"! (jhay "reserva" en su «Guia»!);
son platos allende un "timón conductor",
Cómo es posible que se cierren
jS0n mar, rios, sierrasl, json valles, son flor!,
tantas bocas, tantos ojos,
iY aportan "Conventos" a gastronomia,
.li

tantas puertas, muchas mentes ante un 1 sus «dulces»! (sabor "celestial", jde ambrosia!).
acto xenofóbico sin precedentes.
Presidentes, ministros, cancilleres,
i QUIROZ y LÔPEZ, M Olsponlvel om hllps //pi calameo

Nesse poema, o eu poético enaltece a


com Acosso em 25 oul 2021
m
autoridades, responsables. ! 8 característica amistosa do povo espanhol.
J

z

lOuién pagará el dano causado a familiares? i (l) beleza das paisagens naturais da Espanha.
Por un loco dei estrada sin modales. [...]
Se alejó de aquel lugar donde su color era
J @

!
variedade de pratos na gastronomia espanhola.
@ relação entre os sentidos do paladar e do olfato na
n
mucho más que su color, era su raza.
! gastronomia.
! C} gastro nomia como repres entaç ão da identi dade
Persiguiendo un sueno que desapareció, j cultural de um povo.
que se fusionó y terminó en una pesadilla. (...)
1 QUESTÃO 03 ,------------- 7
Déjame que te cuente esta historia
j
que sucedió en el metro de Barcelona, Técnicas de manipulación y el resultado
cuando aquella maliana la injusticia . Manipular es sembrar en la conciencia y en la mente
y xenofobia se juntaron de la mano, j de la gente ideas, actitudes, conceptos y aspiraciones
protagonizando una de las más feas escenas de racismo. j - incluso falsas e inmorales - que sirvan a los objetivos
! de sus manipuladores.
En aquel vagón viajaba un ángel de color diferente,
, Manipular es una de las primeras cosas que
en su camino se interpuso aquel inconsciente,
aprendemos en la vida. A muy temprana edad, los bebês

nz
i
que aún sabiendo lo que hacía, ! descubren el poder dei llanto, el berrinche, los pataleos,
seguia hablando con su gente. i la risa o alguna "gracia" como recursos para demandar
Le dio ai ángel dos patadas en su cara,
se rió de ella sin cambiar la mirada.
! atención, exigir comida, pedir ayuda o simplemente
j mantener ocupada a la gente. Nuestras actitudes de
o
m
Y aún anda suelto, aún anda suelto...
i adultos reflejan lo mucho o poco que algunos maduraron,
i procesaron y rebasaron ese período.
i Para que exista un manipulador, debe haber una
z
1
ORISHAS ln. Coslta buena. Oelaware Suerte Pubhsh1ng LLC, 2008 (fragmento)

A letra da canção Que quede claro, da banda cubana ! base de ciudadanos indefensos, dóciles, desinformados.
Orishas, revela o(a) 1 EI manipulador es celoso, a veces casi paranoico;
8 indignação diante do desrespeito à diversidade. ! no admite cuestionamientos ni quiere que nadie ocupe
(l) violência característica das grandes metrópoles. ! su espacio, sabe que su vigencia depende de presencia
@ preconceito da sociedade com relação ao misticismo. 1 c ?ntrolad� ra. _ '.odos los dias, hay �ue_ marcar la línea d�
.,:,
,.- descu1•do da popu1açao . .
- com os sonhos dos 1m1gran tes.
I discurso, mc1d1r en el debate. EI nd1culo vale la pena s1
1 con e11 o se 1 ogra una cort·ma d e h umo.
i
m
C} falta de segurança existente no transporte público i
urbano.
Disponlvel em wwwforbes com mx Acesso em 7 out. 2021 (adaptado)

! Nesse texto, a expressão " cortina de humo" revela que o


!
i

nz

QUESTÃO 02 ,---------------, manipulador
"Caramelos" en sus suelos
Las tierras de Espana, tu vista enamoran;
j 8 amadurece tardiamente.
! (l) busca mascarar a verdade. o
m
sus gentes; te amistan; tcocinas"?, j"te molan"!
lEI plato común?, jpues «tortilla/patatas»!;
1 @ rejeita questionamentos alheios.
i @ aproxima-se de pessoas indefesas. zm
; C} faz-se presente de forma controladora.
en bares, figones, o tascas, ilas «tapas»!;
"sabor nacional", jel «gazpacho», sus «vinos»,
«sangria», y «jamón» de sabrosos cochinos!
(Cual "sellos", te grabas sus «Típicos Platos»;
iSabrás por dó pasas, por sólo tu olfato!,
4 -----=-=--------- LC • 12 DIA• CADERNO 3 • BRANCO =-===----===-=......, eneffi2023
ª
811ern2023
Exame Nacional do
111 1 1 1 ! ili 1 1 1�1 1 1 1111 111 Ili rn 1 1
• 0 1 0 3 7 5 8 R 5 •
Ensino Médio

QUESTÃ004r------------,
m
z
QUESTÃO 05
TEXTO 1 Me niego rotundamente
Anegar mi voz, m
i.,QUÉ ME PASA?:
� lPorQUÉ ME CUESTA TANTO ESTUDIAR?
Mi sangre y mí piei.
3:
zLU
LU lPORQUÉ ME CUESTA TANTO CONCENTRARME? Y me niego rotundamente
lPoRQUÉ...... Adejar de ser yo,
Adejar de sentirme bien
lpORQUÉ .....
Cuando miro mi rostro en el espejo
m

lPORQUé NO CONSIGO APRENDER COMO LOS DEMÁS? Con mi boca

z


!! � Rotundamente grande,
Y mi nariz

z
�'="«

Rotundamente hermosa,
Y mís dientes
Rotundamente blancos, n
m

Y mi piei valientemente negra. 0
m
Y me niego categóricamente
z

m
�,!f, Adejar de hablar
Mi lengua, mi acento y mi historia. m
Y me niego absolutamente 3:
w

Aser parte de los que callan,
zw De los que temen,
De los que lloran.

0 Porque me acepto
Rotundamente libre,
m
z
(.) TEXTO li
Rotundamente negra,
lshaan Awashi es un nino de 8 anos cuyo mundo está
plagado de maravillas que nadie más parece apreciar:
� colores, peces, perros y cometas, que simplemente no son
!
!
Rotundamente hermosa.
CAMPBELL BARR. S. 01sponlvel em https 1/negracubanatenlaqueser com zn

m
Acesso em: 25 out. 2021.
i Para enfatizar características e atitudes que reforçam

i
importantes en la vída de los adultos, que parecen más i a identidade da mulher negra, o poema da escritora 0
interesados en cosas como los deberes, las notas o la
limpieza. E lshaan parece no poder hacer nada bien en clase.
Cuando los problemas que ocasiona superan a sus padres,
l
;
!
costarriquenha apresenta
a advérbios como "rotundamente" e "categóricamente".
€) verbos reflexivos como "me niego" e "me acepto".
zmm
:Ees internado en un colegio para que le discíplinen. Las cosas : @ ad jetivos como "grande" e "hermosa".
w no mejoran en el nuevo colegio, donde lshaan tiene además i @ substantivos como "sangre" e "piei".
z
w
que aceptar estar lejos de sus padres. Hasta que un día,
el nuevo profesor de arte, Ram Shankar Nikumbh, entra en
(} adjetivos possessivos como "mi" e "mis".

0 escena, se interesa por el pequeno lshaan y todo cambía.


01sponlvel em: httpsJ/eUinalde com Acesso em. 26 out. 2021 (adaptado) m
z
(.)
O filme Como estrel/as en la tierra aborda o tema da
<E
D::
dislexia. Relacionando o cartaz do filme com a sinopse, i
constata-se que o(a)
z

n
m 8 olhar diferenciado para com o outro gera mudanças. :
0
� €) estudante com dislexia apresenta um tom questionador. :
zmm

m
ON0 abordagem para lidar com a dislexia é pautada na
disciplina.
:E @ contato com os pais prejudica o acompanhamento da 3:
w dislexia.
z
w () mudança de interesses ocorre na transição da ínfâncía ;
para a vida adulta. :
enefl12023 ---------- LC • 12 DIA· CADERNO 3 • BRANCO --==-=---.....,-==--- 5
1 li] 1rn1mmm11 . 1m
1
enem2023
Examo Nacional do En�ono Mod,o

• 0 1 0 3 7 5 1 Jl 6 •

Quase cinquenta obras de Lasar Segall foram confiscadas


I
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Q uestões de 06 a 45 1 pelo regime totalitário alemão na primeira metade do
QUESTÃO 06 r--------------� 1 século XX, entre elas a obra Eternos caminhantes,
�=�=��==============� l considerada degenerada por
O s�I começa a descer por trás ? ª vegetação da Ilha · 8 representar uma estética tida como inconveniente para
da Restinga, na outra margem do no Paralba, colorindo , o ideário polltico vigente.
o �éu_ de amarelo, laranja e lilás. Então se ouvem as 1
@ manifesta r um posicionamento político-cu ltural
primeiras notas do Bolero, do compositor francês Maurice
Ravel, executadas pelo saxofonista Jurandy. É assim o I concebido por grupos de oposição.
w pôr do sol da praia do Jacaré, em Cabedelo (Grande João 1 0 expressar a cultura artística por meio da representação
o
u Pesso_a). Depois do Bolero, Jurandy toca A sa branca, 1 parcial do corpo humano.
de Luiz Gonzaga , e Meu sublime torrão, de Genival 1 @ apresentar uma composição que antecipa o imaginário
Macedo, espécie de hino não oficial da Paraíba. artistico germânico.
! () estimular discussões sobre O papel da arte na
construção coletiva de cultura.
PINHEIRO.A Sol U põe embalado polo 8ol1ro d1 Ravel. Disponlvel em

#li A interpretação musical de Jurandy do Sax, codinome


hllp lnools folha com br Acesso em 18 aet 2012 (adaptado)

... de José Jurandy Félix, apresenta um repertório QUESTÃO 08


caracterizado pela
� TEXTO 1
a · inter-relação de referenciais estéticos aparentemente
Logo no in icio de Gira, um grupo de sete bailarinas
S
111,. 0_ distanciados.
valorização de músicas que revelam mensagens ocupa o centro da cena. Mãos cruzadas sobre a lateral
li:
.:: de serenid ade. esquerda do quadril, olhos fechados, troncos que pendulam
W 0 consagraç ão do repertório erudito como cultura sobre si mesmos em vaguíssimas órbitas, tudo nelas
dominante. sugere o transe. Está estabelecido o caráter volátil do que
Z
W @ iniciativa de estimulo à vocação turística da cidade. se passará no palco dali para frente. Mas engana-se quem
O divisão hierárquica entre gêneros e estilos musicais. 1j pensa que va i assistir a uma representação mimética dos
QUESTÃO 07 .----------------· cultos afro-brasileiros.
Q !
U
Z TEXTO 1 1 TEXTO li

nz
m

o
i
:E
m
z
m
s:
w
z '1
1:!I1
;
1

l
w i
o
u i
111

i
m
SEGALL, L. Eternos caminhantes. Óleo sobre tela, 138 x 184 cm . j
1

Museu Lasar Segall, lbramMmc, São Paulo, 1919. ; No diálogo que estabelece com religiões afro-brasileiras,
Disponlvelem www grupocorpo combr Acesso em 2Jul 2019

TEXTO l i sintetizado na descrição e na imagem do espetáculo,


i
ª dan exprime u'.11 ª
Em 1 933, a obra Eternos caminhantes ingressou i ?� .
em uma das primeiras edições das exposições de A rte 8 critica aos movimentos padrornzados do balé clássico.
i
Degenerada, promovida por membros do partido nazista 1 @ representação contemporânea de rituais ancestrais
alemão. Nos anos seguintes, ela voltaria a ser exibida na i extintos.
1
mostra denominada Exposição da Vergonha, promovida 0 reelaboração estética erudita de práticas religiosas
por pequenos grupos abastados. Em 1937, essa obra foi i populares.
confiscada pelo Ministério da Propaganda daquele país, na i @ releitura irônica da atmosfera mística presente no culto

z grande ação nacional-socialista contra a "Arte Degenerada". . ª entidades.


oposição entre o resgate de tradições e a efemeridade
i ()
da vida humana.
-=-----__,.....,,_.,,,_,,___
SCHWARTZ, J Perngulçlo ' Arte Moderna em tempos de
guerra São Paulo. Museu Lasar Segai/, 2018 (adaplado)

6 LC • 1• DIA • CADERNO 3 • BRANCO -===---..,..._,,...,....., eneffi2023


01lern2
Exame
023
Nacional do Ensino Mod10
1111 111�11111111m111 �111�1111��
• 0 1 0 3 7 S B lt 7 •

QUESTÃO 09 r-------------, QUESTÃO 1 1


1
n
A sessão d o Comitê Olímpico Inte rnacional (COI) De quem é esta língua? 2
a ro �ou u r:n a mudança histór i ca e i nédita no l e ma U ma pequena editora bras ileira, a Urutau, acaba d e
i
� ff
ohmp1co, criado em 1894 pelo Barão Pierre de Coube rtin
' lançar em Lisboa uma ·antologia antirracista d e poetas
para expressar os atores e a excelência do esporte. Mais
� j estra ngeiros em Portugal", com O título Volta para a tua terra. f\:
de 120 anos depois, o lema te m sua pri meira alteração . . .
. . O livro de nuncia a s diversa s formas d e rac1s · mo a q ue �
· d ad e e •inc 1 uir a pa 1 avra • 1untos" :
para ressaltar a sol'd I a ne
r.
. . . ,
1 os 1m1gra ntes estão su1e1tos. AI guns d os poetas brasileiros
mais rá pido ma is alto mais forte _ j untos A mudança �
foi aprovad ; por una� i m idade pelos m e m b ros do COI : antologiados quei xam-se do de sdém com q �e um g � � CC
l número de portugueses a colhe o portugue s bra sileiro.
a de

e cel ebrada pelo presidente da entidade .


; É uma queixa freque nte.
D1sponlV<1lem hltps//geglobocom Acesso em 10 nov 2021 (adaplado)
; "Aqui em Portuga l eles dizem / - el e s dize m - / �u : Z
De acordo com o texto, a alteração do lema olímpico teve
!l:ií
como objetivo a i nosso português é errad� , que nó� não_ fa!am�s po.rtugues ,
.
n un i·fi1caç ão do Iema anterior ao atual.
1 escreve a poet isa pa ulista Mana G1uha P1nhe1ro, para
. . · ·
n
. . _ . . :· concluir : "Se a sua linguagem, a lusitana, / ainda conserva
(l) aprox1maçao entre o lema ohmp1co e o COI. '. a pa lavra da opressão/ e la não é a mais bon ita do mundo./
SJ
Q
ffl
0 junção do lema olímp ico com os princípios esportivos. ; Ela é uma das ma is vi olenta s·.
@ a ssociação entre O lema olímpico e a coopera tividad e . .i AGUALUSA. J E D15pcnlV<1lem hllps //ogI0bo globo com
Acesso em 22 nov 2021 (adaplado) m
z
@ vincula ção entre o lema olímpico e os eventos atléticos. j 3l:
O texto de Ag u alusa tematiza O preconceito e m rela ção
QUESTÃO 1 0 .-----------------, '. ao português brasileiro. Com base n o trecho citado pelo N
; autor, infere-se que esse preconceito se deve O
: O à d ificuld a de de consoli dação da literatura brasileira N
em o utros pa íse s.
Mais iluminada que outras
Tenho dois seios, estas duas coxas, duas mãos que me ;
W
são muito úte is, olhos escuros, estas duas sobrancelhas que j (l) a os diferentes gra us de instrução form a l e ntre os m
preencho com maquiagem comprada por dezenove e noventa ' falantes de líng u a portuguesa . ::U
e orelha s que não ace itam bijuteri as. Este corpo é um corpo ; 0 à existência de u ma língua ideal que a lguns falantes J>
faminto, denta do, cruel, capaz e violento. Movo os braços ; lusita nos creem ser a fa la da e m Portugal. Z
e multidões correm desesperadas . Caminho no escuro com 1 @ ao intercambio c u lt u ral que ocorre entre os povos dos
o rosto para baixo, pois cada parte isolada de mim tem sua 1 dife rente s países d e língua portugue sa.
n
própria vida e não quero domá-las. Animal da caatinga. Forte '. @ à d istância terr itorial entre os falante s do português
O
'
ffl
demais. Engolidora de espadas e espinhos. que vivem em Portugal e no Bra sil.
Dizem e e u ouvi, mas depo is também li, que o estado ! _______ ___________ m
do Ceará aboliu a escravidão quatro anos a ntes do restante
do pa is. Todos aqueles corpos que eram trazidos com
:
j
_ _
s:
seus dedos contados, seus ca lca nha res prontos e seus
umbigos em fogo, todos e les foram interromp idos no !

porto. Um homem - dizem e eu ouvi e depo is também ;
li - liderou o levante. E todos esses corpos foram buscar ! m

outros incômodos. Foram ser incomodados.
i

Nesse texto, os rec u rsos expressivos usa dos pela narradora ; zn


ARRAES J Redemoinho em dia quente São Paulo Alfaguara. 2019 !

O revelam a s ma rcas da violência de raça e de gênero i


na construção da identidade.
(l) questionam o pioneirismo do estado do Ceará no :
om
enfrent a mento à escravidão.
0 reproduzem padrões estéticos em busca da valorização :
z
da autoestima feminina.
m
@ sugerem urna atmosfera onírica a linhada ao desejo ;
de resgate da espiritua lidade .
s
@ m imet izam, na pa isa gem, os corpos transformados

pe la violência da escravidão.
eneffi2023 --==--==------......, LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO -=-=--....,....,-...,.....,---=-=- 7
�.
l ilj 1� iffl 1 �1 I �Ili 1�1 11111 1 1 1 1 �li enem.2023
........
• O 1 0 3 7 5 B 1t 8 •
Exame Nacional do Ensino Mód,o

QUESTÃO 12 o que acontece então quando a palavra é destruída
e, com ela, a linguagem?
"São tantas formas de matar um preto
Duran te século s, em difere ntes socie dades e
z
m
Que para alguns sua morte é justificada
língua s, é impor tante lembrar, a lingua gem serviu
Devia tá fazendo coisa errada s de
_ e ainda serve - para manter privilégios de grupo
Se não era bandido, um dia ia ser de fora. Que enten de
w r todos os outro s

poder e deixa �
Por ser PRETO sua morte é defendida gem
z
w O PRETO sempre merece morrer".
linguagem de advo gado s, juíze
de médicos, lingu agem de burocratas, lingu
s e prom otore s, lingua
age� de

0 A estrofe acima é do poeta e educador social Baticum cientistas? A maior parte da popu lação foi subm etida à
u Proletário, que atua na periferia de Fortaleza, no Ceará, violência de propositalmente ser impedida de comp�eender
preparando jovens - em quase sua totalidade negros a linguagem daqueles que determinam seus destinos.
z - para enfrentar as dificuldades impostas pelo racismo
Se O principio é O verbo, 0 fim pode ser o
silencia �ento.
estrutural no pais. les que Já não
Mesmo que ele seja cheio de gritos entre aque
É a partir da arte que Baticum consegue envolver m para comp reend er uns aos outros.
têm linguagem comu

a juventude em um projeto de fortalecimento dessa
população ao promover batalhas de rimas, slams e saraus
Acesso em 5 nov 2021
BRUM. E Olsponlvel em htlps //brasil elpals com
Nesse texto a estratégia usada para convencer o leitor de
com temáticas que discutem os problemas sociais. Não por
que uma gr�nde parcela da população não � ompreende
acaso, o tema mais explorado nas rimas, versos e prosas
a linguagem daqueles que detêm o poder foi
é a violência. De acordo com o mais recente Atlas da
violência, em 2019, os negros representaram 77% das O revelar a origem religiosa da linguagem.
:E
wvítimas de homicidios, quase 30 assassinatos por 100 mil O questionar o temor sobre o futuro da linguagem.
zw
habitantes, a maioria deles jovens. � descrever a relação entre sociedade e linguagem.
O Atlas revela ainda que um negro tem quase 2,7 © apresentar as consequências do esfacelamento da
vezes mais chance de ser morto do que um branco, o que linguagem.
u0justifica o movimento de resistência crescente no Brasil. @ criticar o obstáculo promovido pelos usos especializados
z MENDONÇA, F D,sponlvel em www cartacapital com br
da linguagem.
O uso de citação e de dados estatísticos nesse texto tem
Acesso em 22 nov 2021 (adaplado)

QUESTÃO 1 4
� o objetivo de
Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal
8 ressaltar a importância da poesia para denunciar a
do Ceará desenvolveu um dicionário para traduzir sintomas
morte de negros, que cresce a cada dia.
de doenças da linguagem popular para os termos médicos.
O destacar o crescimento exponencial da temática do Defruço, chanha e piloura, por exemplo, podem ser termos
preconceito na produção literária no Brasil. conhecidos para muitos, mas, durante uma consulta médica, ffl 1
N � demonstrar o incremento no quantitativo de expressões o desconhecimento pode significar um diagnóstico errado.
== artísticas na discussão de problemas sociais .
" I sso é um registro histórico e pode ser muito útil para
w @ evidenciar argumentos que reforçam a ideia de que os estudos dessas comunidades, na abordagem médica delas.
z negros são vítimas em potencial da violência.
@ salientar o aumento da participação de jovens nos
É de certa fonna pioneiro no Brasil e, sem dúvida, um instrumento
W de trabalho importante, porque a comunicação é fundamental
0 movimentos de resistência na área da cultura. na relação médico-paciente", avalia o reitor da instituição.
u
z QUESTÃO 13
01sponlvel em: https·//g1 globo.com. Acesso em 1 nov. 2021 (adaptado)

Ao registrarem usos regionais de termos da área médica,


No princípio era o verbo. A frase que abre o primeiro pesquisadores
capítulo do Evangelho de João e remete à criação do
� mundo, assim como também faz o Gênesis, é a mais O apontaram erros motivados pelo desconhecimento da
variedade linguística local.
famosa da Bíblia. A ideia de que o mundo é criado pela
palavra, porém, é tão estruturante que está presente Q explicaram problemas provocados pela incapacidade m
em outras religiões, para muito além das fundadas no de comunicação.
cristianismo. Como humanos, a linguagem é o mundo que � descobriram novos sintomas de doenças existentes
habitamos . Basta tentar imaginar um mundo em que não na comunidade.

w:E
podemos usar palavras para dizer de nós e dos outros
para compreender o que isso significa. Ou um mundo
© propiciaram melhor compreensão dos sintomas dos
pacientes.
z
w
em que aquilo que você diz não é entendido pelo outro,
e o que o outro diz não é entendido por você.
@ divulgaram um novo rol de doenças características
da localidade.
8 -------====-=---===-== LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO --.,,.,=======---- enem2()23
0nem2023
Exa me Nacional do
Ensino Mód10

QU ESTÃ0 1 5 r-------------,

m
QUESTÃO 17 m
A indús tria do esporte eletrônico é um mercado que
eStá crescendo em um ritmo mais rápido do que a economia
i O uso das redes sociais como forma de amplia r zm
· universos foi uma descoberta recente para o artista Wolney
�undial . Sua popularidade cresceu muito e no Brasil não é , Fernandes, que começou a criar quando o ambiente em 3:
diferente. De acordo com os dados de uma pesquisa, mais de : Goiás era mais árido em relação ás artes visuais. " Hoje, ser
64% dosbrasileiros quejogam videogamejá ouviram falarde ; diferente é uma potência e quem sabe o que quer com
espo�e eletrônico No en anto, que cha a a atenção é o
: 1 � . � i a própria arte encontra espaço", diz. As colagens artlsticas
crescimento supenor a 101/o do publico praticante comparado
ao ano anterior, que subiu de 44,7% para 55,4%. Trata-se
I do goiano aparecem em capas de obras literárias pelo
de um percentual expressivo, . . .
Já que o Brasil está no top 3
.: .
B ras1.1 e extenor. m
dentre os países que têm maior número de espectadores de ! 0,sponlvel em hllps 1/opopularcom br Acesso em 15 nov 2021 (adaplado)
esporte eletrônico do mundo. Comparado ao ano anterior, artista goiano Wolney Fernandes busca expor seu
em 202?, � Brasil teve um marco de crescimento de 20%
i o
i trabalho por meio de plataformas virtuais com o objetivo de
z

na aud1enc1a. Mundo afora, a árdua dedicação de grandes


• •
, .
'i O dar suporte à técnica de colagem em Artes V1sua1s,
• n
gamerscontn·bu1u · para o recon heetmen
· to do com1tê OI'1mp1co . o
Internacional, aliado a outras cinco federações esportivas contornando dificuldades práricas.
e suas desenvolvedoras de jogos, que direcionaram um : (l) aproximar-se da estética visual própria da editoração
m
olhar mais atento ao assunto, permitindo dar o primeiro ; de obras artlsticas, como capas de livros.
zm
�asso para concretizar. pela primeira vez na história dos
1 0 oferecer uma vitrine internacional
para sua produção
s:N
e
Jogos eletrônicos, um evento olímpico oficial. artística, a fim de dar mais visibilidade a suas obras.
1

@ enfatizar o caráter original e inovador de suas criações


O contexto em que o esporte eletrônico é apresentado no i artísticas, diferenciando-se das artes tradicionais.
01sponlvel em hltps /lctucoterra com Acesso em 19 nov 2021 (adaptado) ·

texto demonstra o(a) @ trazer um sentido tecnológico às suas colagens, uma


O condição favorável à expansão dessa modalidade.
(l) promoção dessa prática por jogadores profissionais.
vez que as imagens artísticas são recorrentes nas
redes sociais.
m
0 impulsionamento de um processo de marketing.
QUESTÃO 1 8
(l) favorecimento de fabricantes dos jogos. z

O mais antigo grupo de rap indígena do país, Brõ MCs,


@ modificação da audiência televisiva.
surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato
n
QUESTÃO 16 Grosso do Sul. Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, o
o Marabaixo é uma expressão artístico-cultural ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos
formada nas tradições e na identificação cultural entre as brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu
zmm
comunidades negras do Amapá. o nome remonta às mortes influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas
de escravizados em navios negreiros que eram jogados na indígenas. Um dos nomes do movimento, Kunumí MC,
água. Em sua homenagem, hinos de lamento eram cantados é um jovem de 1 6 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo.
s:
mar abaixo, mar acima. Posteriormente, o Marabaixo se O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa
integrou à vivência das comunidades negras em um ciclo ' e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia,

de danças, cantorias com tambores e festas religiosas, pela qual sempre se interessou, podia virar música.
m

recebendo, em 2018, o título de Patrimônio Cultural do Brasil. Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos
0,sponlvelem htlp//portal lphangovbr Acesso em 15 nov 2021 (adaplado) ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos
. aos quais
A manifestação do Marabaixo se constituiu em expressão : acha importante dar voz, principalmente, a questão da
de arte e cultura, exercendo função de
() ressignificar episódios dramáticos em novas práticas
demarcação de terras.
Olsponlvel em. WWW corre,obraz,llense com br Acesso em 13 nov. 2021 (adaplado).
z

n
culturais. O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a) o

m
(l) adaptar coreografias como imitação dos movimentos I O fusão de manifestaçõe m
s artísticas u r b a n a s
d o mar.
0 lembrar dos mortos no passado escravista como forma Í r.:.
, contemporâneas com a cultura indígena.
. contraposiç ão das temáticas socioambie ntais
'-:J'
zm
de lamento. 1· indígenas às questões urbanas.
(l) perpetuar uma narrativa de apagamento dos fatos !
r.i.
1 ,::,, rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas.
históricos traumáticos.
@ ritualizar a passagem de atos fúnebres nas produções : @ distanciament o da realidade social indígena.
coletivas com espírito festivo. 1 @ estímulo ao estudo da poesia indigena.
enen,2023 ----------- LC • 1i DIA• CADERNO 3 • BRANCO -------------- 9
1 m� 1 1� Hi 11m111111�11�1111 111m1111m
• 0 1 D l 7 5 B t 1 0 •
enem2023
Exame Nacional do Ensino Médio

QUESTÃO 1 9 r------------- Q U ESTÃO 20


As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro,
. consumido pelas chamas no mês de setembro de 2018,
Dão Lalalão
� o povoado do Ão, ou � os sítios perto, alguém são mais do que restos de fósseis, cerâmicas e espécimes
pre� 1sava urgente de querer vir por es� ut� r a novela do
_ _ raros. o museu abrigava, entre mais de 20 milhões de
rádio. Ouv1a_-a, apr�nd1a-a, gua�dava na 1de1a, e, retornado
w peças, os esqueletos com as respostas para perguntas
ao Ão, no dia seguinte, a repetia a outros.
z 1 que ainda não haviam sido respond idas - o � sequ� r
w Assim estavam jantando, vinham os do povoado feitas - por pesquisadores brasileiros. E in�êndio º.
receber a nova parte da novela do rádio. Ouvir já pode ter calado para sempre palavras e cantos ind1genas
o
u tinham ouvido tudo, de uma vez, fugia da regra: falhara
I
ancestrais, de línguas que não existem mais no mundo.
ali no Ão, na véspera, o caminhão de um comprador ; o acervo do local continha gravações de conversas,
de galinhas e ovos, seo Abrãozinho Buristém, que
I

l cantos e rituais de dezenas de socieda des indígen as,


carregava um rádio pequeno, de pilhas, armara um fio
i muitas feitas durante a década de 1 960 com antigos
no aram� da cerca ... Mas � u eriam escutar outra vez, '. gravadores de rolo e que ainda não havi� m si �o
_ _
por confirm �ção. - A estona é estável de boa, mal
m I digitalizadas. Alguns dos registros abordavam J,nguas Já
que acompridada: taca e não rende ...• - explicava o j extintas, sem falantes originais ainda vivos. "A esperança
Zuz ao Dalberto.
: é que outras instituições tenham registros dessas línguas",
Soropita começou a recontar o capítulo da novela. , diz a linguista Marília Facó Soares. A pesquisadora, que
Sem trabalho, se recordava das palavras, até com ' trabalha com os índios Tikuna, o maior grupo da Amazônia
N

clareza - disso se admirava. Contava com prazer de


:li: brasileira, crê ter perdido parte de seu material. "Terei
w demorar, encher a sala com o poder de outros altos que fazer novas viagens de campo para recompor meus
personagens . Tomar a atenção de todos, pudesse contar arquivos. Mas obviamente não dá para recuperar a fala de
z
w aquilo noite adiante. Era preciso trazer luz, nem uns nativos já falecidos, geralmente os mais idosos", lamenta.
enxergavam mais os outros; quando alguém ria, ria de
o muito longe. O capítulo da novela estava terminando. 1 A perda dos registros linguísticos no incêndio do Museu
o,sponlvel em: hllps //brasil elpals com Acesso em 10 doz 2018 (adaptado).

u Nacional tem impacto potencializado, uma vez que


i
Nesse trecho do conto, 0 gosto dos moradores do ! 8 exige a retomada das pesquisas por especialistas de
ROSA, J G Noites do sertlo (Corpo do baile) SAo Paulo Global. 2021

povoado por ouvir a novela de rádio recontada por ! diferentes áreas.


� Soropita deve-se ao(á) i (l) representa danos irreparáveis à memória e à identidade n
m 8 qualidade do som do rádio. nacionais.

i l @
i
impossibilita o surgimento de novas pesquisas na área.
(l) estabilidade do enredo contado.
resulta na extinção da cultura de povos originários. z

m
@ ineditismo do capítulo da novela. @
@ jeito singular de falar aos ouvintes. (} inviabiliza o estudo da língua do povo Tikuna. m
:li: (} dificuldade de compreensão da história. ==
w
z
w
o
u
m
z zn

m

o
i
m
z

m
m
:E 3:
w
z
10 ----------=---- LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ----------- eneffi.2023
0f1em2023
Exame Nac,onal do E11s1110
l lllíl 11111 !Ili lfil llllll l�II IIIIII Ili 1111 li lrn
• 0 1 0 3 7 S l i 1 1 •
Mod1o

.QUESTÃO 21 r---------------, , O uso não padrão dos colchetes para nomear a reviSla
M an d .1oca, macaxeIra, . . . . atribui-lhes uma nova função e está correlac ionado ao(à)
aIpIm e castelinha são nomes .
i ·
diferentes da mesma planta. Semáforo, sinaleiro e farol 1 8 perfil de _p� blico-alvo, c�nstituldo por �e1tores ex1gentes
tam bém significam a mesma coisa. o que muda é só O I e especializados em leitura acadêmica.
.
hábito cultural de cada região. A mesma coisa acontece 1 0 propósito do editor, chamando a atenção para O rigor
com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Embora ela ! normativo nos textos da revista.
seja a comunicação oficial da comunidade surda no Brasil,
@ exclusividade na seleção temática, direciona da para
existem sinais que variam em relação à região, à idade e até I
i
a área das ciências humanas.
ao gêne ro de quem se comunica. A corverde, por exemplo, ! r.-. . ' .
d 11 d ara a recepção e a
possui sinais diferentes no Rio de Janeiro, Paraná e São , \!r I d en t1 dª de ª. re�i st vo ª ª P . ª:

Pau Io. S-ao os regionalismos• . . promoção de 1de1as c1rcu 1 l an es em 1Ivros.
na llngua de sinais.
s, organizados em torno de
Essas variações são um dos temas da discipl ina O padrão editori al dos a_rtig?
i
Lingulstica na llngua de sinais, oferecida pela Universidade uma proposta de design inovador.
I
Estadual Paulista (Unesp) ao longo do segundo semestre.
QUESTÃO 23 ,---------------,
"Muitas pessoas pensam que a lingua de sinais é universal, J
o que não é verdade", explica a professora e chefe do , TEXTO 1
Departame nto de Linguística, Literatura e Letras Clássicas i
zm

m
da Unesp. "Mesmo dentro de um mesmo pais, ela sofre O sol nas bancas de revista
Alegria, alegria
i
variação em relação à localização geográfica, à faixa etária !
Me enche de alegria e preguiça
e até ao gênero dos usuários", completa a especialista. J
1

Quem lê tanta notícia


3:
Os surdos podem criar sinais diferentes para identificar
lugares, objetos e conceitos . Em São Paulo, o sinal de ' Eu vou
"cerveja" é feito com um giro do punho como uma meia-volta.
Em Minas, a bebida é citada quando os dedos indicador e 1
i Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
médio batem no lado do rosto. Também ocorrem mudanças i
O peito cheio de amores vãos
m
históricas. Um sinal pode sofrer alterações decorrentes dos
costumes da geração que o utiliza. Eu vou
Por que não, por que não?

Nesse texto, a Llngua Brasileira de Sinais (Libras) n


Olsponlvel em www educacao ap gov br Acesso em 1 nov 2021 (adaplado)
!1
8 passa por fenômenos de variação lingulstica como om
VELOSO. C Alogrlo, alogrla Rio de Janeiro Polygram, 1990 (íragmento)

TEXTO 1 1
qualquer outra lingua.
J

0 apresenta variações regionais, assumindo novo


i
1 Uns anjos tronchos do Vale do Silício zm
Anjos tronchos

sentido para algumas palavras.


1 Desses que vivem no escuro em plena luz
@ sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais
diferentes para algumas palavras.
1
j
Disseram vai ser virtuoso no vício
Das telas dos azuis mais do que azuis
s:N
0 diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada j
região a sua própria língua de sinais.
Agora a minha história é um denso algoritmo
O é ininteliglvel para parte dos usuários em razão das
mudanças de sinais motivadas geograficamente.
!
i
i Que vende venda a vendedores reais
i§m
Neurônios meus ganharam novo outro ritmo
22 .----------------, !1
E mais, e mais, e mais, e mais, e mais
QUESTÃO
�!.!:::.:
���=-================
Como é bom reencontrar os leitores da Revista da ! VELOSO. C Mou coco R,o de Janeuo Sony, 2021 (lragmenlo)

Cultu�a por meio_ de um � publicação co � outro visual,
! Embora oriundas de momentos históricos diferentes
conteudo de qualldade e interesses ampliados! ]cultura[, : •
. .. • . i essas 1 e1ras d e cançã o 1em em comum a
este nome simples, e eu d1na mesmo familiar, nasce entre 1
dois colchetes voltados para fora. E não é por acaso: i 8 referência às cores como elemento de crítica a hábitos
são sinais abertos, receptivos, propícios à circulação de ; contemporâneos.
ideias. O DNA da publicação se mantém o mesmo, afinal, 1 0 percepção da profusão de informações gerada pela
por longos anos montamos nossas edições com assuntos i tecnologia.
saídos das estantes de uma grande livraria - e assim 1 @ contraposição entre os vícios e as virtudes da vida
continuará sendo. L iteratura, sociologia, filosofia, artes ... ! moderna.
nunca será difícil montar a pa � ta da revista porque �s
_ 'i'
i
livros nos ensinam que monotonia é só para quem não le. 1 '=-' busca conS!ante pela liberdade de expressão individual .
HERZ, P Jculrura(, n 1, )un 2018 (adaptado) ' (} critica à finalidade comercial das notícias.
enem2023 ---------- LC • 12 DIA• CADERNO 3 • BRANCO -------------- 11
enen12023

a
Exame Nacional do Ensino Médio

zmm
QUESTÃO 24 QUESTÃO 25

m
Ainda daquela vez pude constatar a bizarrice dos i Girassol da madrugada
costumes que constituíam as leis mais ou menos constantes j
N do seu mundo: ao me aproximar, verifiquei que o 1 Teu dedo curioso me segue lento no rosto
:ESr. Timóteo, gordo e suado, trajava um vestido de franjas 1 Os sulcos, as sombras machucadas por onde a
==
w e lantejoulas que pertencera a sua mãe. O corpete 1 (vida passou.
zwdescia-lhe excessivamente justo na cintura, e aqui '
e ali rebentava através da costura um pouco da carne
Que silêncio, prenda minha ... Que desvio triunfal
(da verdade,
aprisionada, esgarçando a fazenda e tornando o prazer de m
ouvestir-se daquele modo uma autêntica espécie de suplício.
Que círculos vagarosos na lagoa em que uma asa
(gratuita roçou ...
Movia-se ele com lentidão, meneando todas as suas franjas
ze abanando-se vigorosamente com um desses leques de 1
madeira de sãndalo, o que o envolvia numa enjoativa onda 1 Tive quatro amores eternos... z �

� de perfume. Não sei direito o que colocara sobre a cabeça, O primeiro era moça donzela, n
a
m assemelhava-se mais a um turbante ou a um chapéu !
sem abas de onde saiam vigorosas mechas de cabelos !
o segundo... eclipse, boi que fala, cataclisma,
O terceiro era a rica senhora,
om
alourados. Como era costume seu também, trazia o rosto i O quarto és tu ... E eu afinal me repousei dos z

m
pintado - e para isto, bem como para suas vestimentas,
apoderara-se de todo o guarda-roupa deixado por sua mãe, i [meus cuidados m
N
também em SUa época famosa pela extravagância com que : ANDRADE. M Poulu completo Rio de Janeiro· Nova Fronleira, 2013 (fragmenlo)
:Ese vestia - o que sem dúvida fazia sobressair-lhe o nariz ;
3:
·
w enorme, tão caracteristico da familia Meneses. ; Perante o outro, o eu lírico revela, na força das mem 6nas
z
w
' evocadas, a
j vergonha das marcas provocadas pela passagem do
io
CARDOSO. L Cr6nlc1 da CISO 111111lnad1 São Paulo Circulo o Livro, S d

Pela voz de uma empregada da casa, a descrição tempo. m


d

0 de um dos membros da família exemplifica a renovação : €)


u da ficção urbana nos anos 1950, aqui observada na
' indecisão em face das possibilida de s afetivas do
z O opção por termos e expressões de sentido ambíguo.
presente.
0 serenidade sedimentada pela entrega pacífica ao zn�
€) crítica social inspirada pelo convívio com os patrões. desejo.
� 0 descrição impression ista do fetiche do personagem.
frustração causada pela vontade de retorno ao
m om
1
0 presença de um foco narrativo de caráter impreciso. passado.
0

(} ambiência de mistério das relações entre familiares. (} disponibilidade para a exploração do prazer efêmero.
z

m
m
:E ==
w
zw
0
u m
z
zn

m

om
1 m
z

e
:E
w
==
N
z
w
12 -------------- LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ----------- enem.2()23
1----==:::::::==:=-------=----=------=-------=--...-----:=._�====
enem.2023
Examo Nacional do Ens,no Mód,o
111111111m �m
• 0 1 0 J 7 5 1 R 1
�li � 1111
ili 11111 MI 111111111, Ili l •

Sob a perspectiva do menino que narra, os fatos ficcionais


na
oferecem um esboço do momento político vigente
QUE STÃO 26 r----------------,
;
Era um �ato preto, como c�nvinha a um cult?r das boas
1 eiras, que Já lera Poe traduzido por Baudelaire. Preto década de 1970, aqui representado pelo
no.

gordo. E lerdo. Tão gordo e lerdo que a certa altura observei : 0 culto ao medo ' infiltrado em situações do cotidia
f

. . das
quanto à veraci d ade
que 1a perdendo inteiramente as qualidades características ' O sentime nto de dúvida
da raça. que são em suma o ódio de morte aos ratos. Já nem j informações.
os afugentava! Os ratos de Ouro Preto são também dignos : @ ambiente de sonho, delineado por i m a g e n s
e solenes - não ria - tradicionalistas ... descendentes de j
perturbadoras.
outros ratos que naqueles mesmos casarões presenciaram incentivo ao desenvolvimento econô mico com
i@
acontecimentos importantes da nossa história . .. No sobrado : a iniciativa privada.
do desembargador Tomás Antônio Gonzaga, imagine o 1 @ espaço urbano marcado por uma política de isolamento
senhor uma reunião dos sonhadores inconfidentes, com j das crianças.
os antepassados daqueles ratos a passearem pelo sótão
ou mesmo pelo assoalho por entre as pernas dos homens I QUESTÃO 28 ..-----------------,
absortos na esperança d a independência nacional! E j
depois, os ancestres daqueles roedores que eu via agora
Entre a toalha branca e um bule de café
Migalhas
deslizar sutilmente no meu quarto podiam ter subido :
pelo poste da ignomínia colonial, onde estava exposta a seria inapropriado dizer
cabeça do Tiradentes! E quando as órbitas se descarnaram eu não te amo mais.
ignominiosamente, podiam até ter penetrado no recesso Era necessário algo mais solene,
daquele crânio onde verdadeiramente ardera a literatura , um jardim japonês
com a simplicidade do heroísmo, a febre nacionalista ... para as perdas pensadas,
um noturno de tempestade
Descrevendo seu gato, o narrador remete ao contexto :
para arrebentar de dor,
ALPHONSUS J Contos e novelas R10 de Janeiro Imago Brasília INL. 1976

e a protagonistas da I nconfidência para criar um efeito uma praia de pedras para chorar
desconcertante centrado no
em silêncio, uma cama alta
O desenho imaginativo do casario colonial de Ouro Preto.
para o incenso da despedida,
O efeito de apagamento de limites entre ficção e realidade. : uma janela
@ vinculo estabelecido entre animais urbanos e literatura. ; dando para o abismo.
@ questionamento sutil quanto à sanidade dos inconfidentes. Í No entanto você abaixa os olhos
@ contraste entre austeridade pomposa e imagem j e recolhe lentamente as migalhas de pão
repugnante. sobre a mesa posta para dois.
�::.:;��:..!:.!..!:=--------
QUESTÃO 27 ..-- ------, i
============== ·
Enquanto estivemos entretidos com os urubus outras : Nesse poema, a representação do sentimento amoroso
MAROU ES. A M A vida submarina São Paulo C1a das Letras. 2021

coisas andaram acontecendo na cidade. A Companhia l recupera a tradição lirica, mas se ajusta à visão
baixou novas proibições, umas inteiramente bobocas, só / contemporânea ao
pelo praz�r de pro�bir (ninguém podia cuspir pra c�ma, nem ; O invocar o interlocutor para uma tomada de posição.
carregar agua em Jacá, nem tapar o sol com peneira, como :
se todo mundo estivesse abusando dessas esquisitices); 1 O questionar a validade do envolvimento romântico.
1
mas outras bem irritantes, como a de pular muro pra cortar @ diluir em banalidade a comoção de um amor frustrado.
i
caminho, tática que quase todo mundo que não sofria de : @ transformar em paz as emoções conflituosas do casal.
reumatismo vinha adotando ultimamente, principalmente
i @ condicionar a existência da paixão a espaços idealizados.
os meninos. E não confiando na proibição só, nem na força
dos castigos, que eram rigorosos, a Companhia ainda i ______________________
mandou fincar cacos de garrafa nos muros. Achei isso um !
exagero, e comentei o assunto com mamãe. Meu pai ouviu i
lá do quarto e veio explicar. Disse que em épocas normais ;
bastava uma coisa ou outra; mas agora a Companhia
não podia admitir nenhuma brecha em suas ordens; se ;
alguém desobedecesse à proibição podia se cortar nos ;
cacos; se alguém conseguisse pular um muro quebrando l
o corte de alguns cacos, ou jogando um couro por cima, !
era apanhado pela proibição, nhoc - e fez o gesto de '.
quem torce o pescoço de um frango.
VEIGA. J J Sombras de r1l1 barbudos Rt0 de Janeiro C1vd1zaçlo Braslle1ra 1978

enem2023 ___...,_,,____...,...,. LC • 1i DIA • CADERNO 3 • BRANCO _______________. 13


111 llll� lmllílllll[lml llll!m]lrn
• 0 1 0 l 7 5 1 A 1 4 •
enem2023
Examo Nao,onal do Ensono Médio

m
QUESTÃO 29
Alguém muito recentemente cortara O mato que na
' :
Masculino e feminino são campos escorregadios
, TEX TO li

só se definem por oposiçã o, sempre incomp leta, um


que
do
zm
?. época das chuvas crescia e rodeava a casa da mãe de
� Ponciá Vicêncio e d e Luandi. Havia também vestígios
!: de que a terra fora revolvida, como se ali fosse plantar uma
;
!
outro. São formações imaginária s que
uma diferença radical e complementar onde ó
buscam pr� duzir
s existem,
de estilo.
s:
pequena roça. Luandi sorriu. A mãe devia estar bastante I de fato, mínimas diferenças. O resto é questão
19, o divisor
U I do século
forte, pois ainda labutava a terra. Cantou alto uma cantiga Até pelo menos a segunda metade
que aprendera com o pai, qu�ndo eles trabalhavam na terra ocupava m o espaço público.
i de águas era claro: os homens
U dos brancos. Era uma cançao que os negros mais velhos ; As mu I h eres tratavam da vida privada . Privada de quê?
. . m

.
ensinavam aos mais novos: EI es d"1z1am ser uma can 1ga lidade pública.
De visibilidade, diria Hannah Arendt. De visibi
r
. !:
de voltar, que os homens, la na Afnca, entoavam sempre, privad as até O século 20
ive ram _
J ! Do que as mulher es es
quando estavam regressando da pesca, da caça ou de
r . .
mas �
: foi de presença pública ma �if�sta nao em imagem�
ff algum lugar. O pai de Luandi, no dia em que queria agradar
à mulher, costumava entoar aquela cantiga ao se aproximar : em palavra. A palavra feminina , res� rvada
e paço
.ªº z
de casa. Luandi não entendia as palavras do canto; sabia, : doméstico, não produzia diferença na vida social.
orém ' que era uma língua que alguns negros falavam ':
'.1111)

P
KHEL M R 01,ponlvel em https //alias estadao com br) o
ainda, principalmente os velhos. Era uma cantiga alegre. : m
Acesso em 19 out 2021 (adaptado

Luandi, além de cantar, acompanhava o ritmo batendo com , A representação da mulher apresentada no Texto I pode
:, as palmas das mãos em um atabaque imaginário. Estava i ser explicada pelo Texto li no que diz respeito à (às)
" de regresso à terra. Voltava em casa. Chegava cantando, l, 1.11
. .
dançand o a doce e v1.1onosa cantiga de regressar.
.., censura a formas de expressão femin inas.
Q ausência da figura feminina na vida pública.
s:
rias cristalizadas na socieda de.
A leitura do texto permite reconhecer a •cantiga de voltar" ; 0 construções imaginá
- EVARISTO. C Poncli Vlcinclo R,o de Janeoro Palias. 2018 :
LI
&. como patrimônio linguístico que ! 0 limitações inerentes às figuras femininas e masculinas.
8 representa a memória de uma língua africana extinta. O dificuldad e na atribuição de papéis masculino s e
)
Q exalta a rotina executada por jovens afrodescendentes. femininos.
m
0 preserva a ancestralidade africana por meio da
tradição oral.
0 resgata a musicalidade africana por meio de palavras ;
!

zn
inteligíveis.
O remonta à tristeza dos negros mais velhos com ;
saudade da África. i!
'
om
QUESTÃO 30
,------------------, zm
Zapeei os canais, como há dezenas de anos faço, e pá:
TEXTO 1

parei num que exibia um episódio daquela velha família do ·


s:
:
LIfuturo, Os Jetsons.
Nesse episódio em particular, a Jane Jetson, esposa ;
) do George, tratava de dirigir aquele veículo voador ;
m

deles. Meu queixo foi caindo à medida que as piadinhas
Esse anúncio publicitário, veiculado durante o contexto
Olsponlvel em www defensoriapubhca mt gov.br Acesso em 29 out 2021 (adaptado)

machistas sobre mulheres dirigirem foram se acumulando.


Impressionante! Que futuro careta aqueles roteiristas da pandemia de covid-19, tem por finalidade
imaginavam! Seriam incapazes de projetar algo melhor, e não
apenas em termos de tecnologias, robôs e carros voadores?
. 8 divulgar o canal telefônico de atendimento a casos de
violência contra a mulher.
z
Será que nossa máxima visão de futuro só atinge as coisas, :
Q informar sobre a atuação de uma entidade defensora
n
e jamais as pessoas? Como a Jane, uma mulher de 33 anos
no desenho, poderia ser o que foram as minhas bisavós?
;
da mulher vitima de violência.
om
i0 evidenciar O trabalho da Defensoria Pública em relação
O futuro, naquele desenho, se esqueceu de ser melhor zm

e
nas relações entre as pessoas. Aliás... tão parecido com a vida. ! ao problema do abuso contra a mulher.
Fiquei de cara, como dizemos aqui, ou como dizíamos ; 0 alertar a sociedade sobre o aumento d a violência
na minha adolescência, pobre adolescência, aprendendo, : contra a mulher em decorrência do coronavirus. i:
sem querer e sem muita defesa, um futuro tão besta quanto '. O incentiv ar o público feminino a denunc iar crimes
o passado. de violênc ia contra a mulher durante o período de
RIBEIRO, A E. D1sponlvel em· www rascunho com br Acesso em 21 oul 202 1 (adaptado) isolamento.
14 --------------• LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ----------- eneffi2Q23
01lem2023 1 m11:1 lfü111 1 1�Ilirn11�m IliUll l/1 111
..
.,
• 0 1 0 ] 7 5 B 111 1 5


Exame Nacional do Ensino Mód10
wwwwwwrm o

zmm
QUESTÃO 32 r--------------;;; -, 1 Essa campanha publicitária do Ministério da Saúde visa
·
Mestre e companheiro, disse eu que nos íamos despedir. 1 �
1 '-" d'vu 1gar um coniun
, ° t de benefícios proporcionados
Mas disse mal. A morte não extingue : transforma; não aniquila: 1 pela amamentação.
renova; não divorcia: aproxima. Um dia supuseste "morta e 1 (I) apresentar tratamentos para rnfecçoes resprratónas
separada" a consorte dos teus sonhos e das tuas agonias, 1! em bebês.
. _ . .
s
que te soubera "pôr um mundo inteiro no recanto" do teu 1 0 defender o direito das mulheres de amam entar em 0
ninho; e, todavia, nunca ela te esteve mais presente, no íntimo ' público .
deti mesmo e na expressão do teu canto, nofundo do teu ser J @ orientar sobre os exe rcícios para u m a boa "'1
e na face de tuas ações. Esses catorze versos inimitáveis, em I amamentação. ta
que o enlevo dos teus discipulos resume o valor de toda uma i . nto d e anfrcorpos nas mães
literatura, eram a aliança de ouro do teu segundo noivado, um ; (} i nformar sobre o aume
anel de outras núpcias, para a vida nova do teu renascimento _9 ! Ql_!:U!.!E:!S�T�Ã�O
!L:;3�4!J::===============
e da tua glorificação, com a sócia sem nódoa dos teus anos ;
de mocidade e madureza, da florescência e frutificação de !
tua alma. Para os eleitos do mundo das ideias a miséria /
Carta aberta à população brasileira n
está na decadência, e não na morte. A nobreza de uma nos : Prezados Cidadãos e Cidadãs,
preserva das ruínas da outra. Quando eles atravessavam essa ! O envelhec imento populaci onal é u m fenômen o
passagem do invisível, que os conduz à região da verdade ! mundial. I nfelizmente, nosso país ainda não está preparado
s�m mescla, então é que entramos a sentir o começo do seu ! para atender às demandas dessa população.
reino, o reino dos mortos sobre os vivos. ,l Este é o retrato da sau. de pu• bl •,ca no B ras1·1, que,
dos indiscutíveis avanços, apresenta um ce�áno
Esse é um trecho do discurso de Rui Barbosa na Academia ! apesar
BARBOSA, R O adeus da Academia I Machado de Assis Rt0 de Jane,ro Agir, 1962 i

em todos os níveis de
Brasileira de Letras em homenagem a Machado de Assis ; de deficiências e falta de integração
por ocasião de sua morte. Uma das características desse ! atenção à saúde: primária (atendime nto deficiente nas
discurso de homenagem é a presença de ; unidades de saúde da atenção básica), secundária
8 metáforas relacionadas à trajetória pessoal e criadora j (carência de centros de referência com atendimento por
do homenageado. i especialistas) e terciária (atendimento hospitalar com
(I) recursos fonológicos empregados para a valorização abordagem ao idoso centrada na doença), ou seja, não
do ritmo do texto. há, na prática, uma rede de atenção à saúde do idoso.
0 frases curtas e diretas no relato da vida e da morte Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de
do homenageado. Geriatria e Gerontologia (SBGG) vem a público manifestar
@ contraposição de ideias presentes na obra do suas preocupações com o presente e o futuro dos idosos
homenageado.
no Brasil. É preciso garantir a saúde como direito universal.
(} seleção vocabular representativa do sentimento de
nostalgia . Esperamos que tanto nossos atuais quanto os futuros
governantes e legisladores reflitam sobre a necessidade
de investir na saúde e na qualidade de vida associada ao
envelhecimento.

o Dignidade à saúde do idoso!

u Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2014 .

z Olsponlvel em www sbgg org br Acesso em 20 out 2021 (adaptedo)

O objetivo desse texto é

� 8 sensibilizar o idoso a respeito dos cuidados com a


saúde.
(I) alertar os governantes sobre os cuidados requeridos

pelo idoso.
i 0 divulgar o trabalho da Sociedade Brasileira de Geriatria
e Gerontologia.
:.E @ informar o setor público sobre o retrocess o da
w legislação destinada à população idosa.
z

l
chamar a atenção da população sobre a qualidade dos
01sponfvel em www íacebook com/mmsaude Acesso em· 13 jun 2018 serviços de saúde pública para o idoso.
enem2023 ---------- LC • 12 DIA· CADERNO 3 • BRANCO --------------
15
• 0
m
111111 Ili� 11111 �líl lllll llill llllll Ili lllll l� 1111
1 0 1 7 5 8 • 1 6 •
enem.2 023
Exame Nacional do Ensino Médio
• •
QU ESTÃO 35
l ga�u�
E§.
S!!
T�OU 37Ll:::===========-== m
A petição on-line criada por um cidadão paulista "Ganhei 25 medalhas em mundiais, sete em Jogo:
� surtiu efeito: casado há três anos com seu companheiro, 1 Olimpicos, e sou uma sobrevivente de abuso se�ual. m
'Iele pedia a alteração da definição de "casamento" no Foi assim que Simone Biles se apresentou ao comitê do
i tradicional dicionário Michaelis em português. Na definição I Senado norte-americano que investiga as supostas falhas
anterior, casamento aparecia como "união legitima entre
.LI ! do FBI no caso Larry Nassar. Biles e outras três atletas,
homem e r:n�lher" e_ "� nião legal entre homem e mulher, j vitimas dos abusos do ex-médico da equipe ?e gi� ástica
z:para const1tu1r familia .
1 feminina dos EUA, exigiram que os agentes da 1nvest1gação
.LI O novo verbete não traz em nenhum momento as ! sejam processados por falta de ação prévia contra Nassar,
palavras homem ou mulher - agora a definição de
::, i agora preso. Biles esclareceu que culpa Larry Nassar
� casamento se refere a "pessoas". j e "todo O sistema que O permitiu e o perpetrou", acusando
z �ara o di�e�o_r d_e comunicaç.�o d':sit� onde a p�_tiçã� f�i ! a Federação de Ginástica e o Comitê Olímpico dos Estados
publica?ª· � m1c1at1va mostra a efic1�nc1a da mob11izaça� . i Unidos de saberem "muito antes" que ela havia sofrido
Em dois dias, mudou- se uma definição 9u permanecia
. ; i abusos. A melhor ginasta do mundo é um ícone. Nos Jogos n
� a mesma há década� , afirma. E conclui: A plataforma j Olímpicos de Tóquio, uma lesão psicológica a impediu de
serv� para todos os tipos de ca usas, para as mudanças
que importam para as pessoas. .. i competir como previa. No entanto, ela chegou ao topo como 0
j, uma líder no trabalho de acabar com o preconceito com m


� not1c1a trata da mudança ocorrida em um d1c1oná n o d�
..
SENRA. R Dosponlvel em www bbc.com Acesso em 29 out 2015
. . . . i os problemas de sau, de mentaI . "N-ao quero que nen h u m
i outro atleta olímpico sofra O horror que eu e outras centenas zm
� ! mgua _ portuguesa. Segundo o texto, essa mudança foi i suportamos e continuamos suportando até hoje", afirmou.
1mpuls1onada pela 3:
:E8 inclusão de informações no verbete. .·:,
w , O fato relatado na noticia chama a atenção acerca da �
Olsponlvel em https 1/brasil elpa1s com Acesso em. 31 out 2021 (adaptado )

0 relevância social da instituição casamento.


!
zw� utilização pública da petição pelos cidadãos.
i necessidade de reflexão sobre a relação entre o esporte e
j O O desempenho atlético internacional.
@ rapidez na disseminação digital do verbete.
oCJ i
O divulgação de plataformas para a criação de petição. i @ os comitês olímpicos nacionais.
(l) a dimensão emocional dos atletas. m

z �!.:.:���!!..!::::=============== i
QUE STÃO 36 ------------
-� ! @ as instituições de inteligência.
O as federações esportivas.
s:z
A neozelandesa Laurel Hubbard fez história nos Jogos i
� Olímpicos. Apesar de ter ficado de fora da disputa por i � Q�U�E:.5S�T!.!A
�0� 3:2
8..!::::==============
ca medalhas , a levantadora de peso deixou sua marca na i o acesso às Práticas Corporais/Atividades Físicas
edição de Tóquio por ser a primeira mulher abertamente j . . ,
transgêne ro 8 participar de uma competição olímpica. ! � � P /AF) é des 1� ual no �ras1I, a semelhança de outros m
_
No início da carreira, na década de 1 990, a neozelandesa ! indicadores socIaIs e de saude. Em geral, PC/AF prazerosas, zm
� participava de disputas na categoria masculina. ! diversificadas, mais afeitas ao período de lazer estão
Em 2001, aos 23 anos, ela se afastou da atividade. i concentradas nas populações mais abastadas. As atividades
:l!:
"A pressão de tentar me encaixar em um mundo que talvez i físicas de deslocamento trajetos a pé ou de bicicleta para
s
w não tenha sido feito para pessoas como eu se tornou um l
'
zw fardo muito grande para suportar." Em 2012, Laurel começou i estudar ou trabalhar, por exemplo, sao mais frequentes
_ .
sua transição de gênero por meio de terapias hormonais e, na classe social menos favorecida. Aqui, há uma relação
!
em 2013, declarou abertamente ser uma mulher trans. Para i inversa e perversa entre variáveis socioeconômicas de acesso
ou o Comitê Olímpico Internacional, a participação de mulheres às PC/AF. As maiores prevalências de inatividade física foram
i m

trans nos Jogos é permitida caso O nível de testostero na, i em mulheres pessoas com 60 anos ou mais
negros pessoas
z hormônio que aumenta a massa muscular, esteja abaixo de
1 0 nanomols por litro por pelo menos 12 meses. i co � _
i
autoavahaçao
·. _ de
.sa ��
.e rui'.11 _ ºu
.' .muito
'
ruim, com renda �
Dlsponlvel em· https://revlstagalileu globo com Acesso em 18 nov. 2021 (adaptado) ; familiar de até quatro salanos mInimos por pessoa, pessoas
� No texto, os limites do potencial inclusivo do esporte são que desconhecem programas públicos de PC/AF e residentes
ca ! n

i
dados pela i
em áreas sem locais públicos para a prática.
KNUTH. A G.; ANTUNES, P. e. Saúde e Sociedade, n 2, 2021 (adaptado).
0
m
O dificuldade de conseguir bons resultados esportivos. i
!
(l) dependência de características biológicas padronizadas. O fator . ce�t�al que . i� pacta a realização de práticas
@ i n existência de um 8 categoria para pessoas corp� ra1s/aliv1dades tisicas no tempo de lazer no Brasil é a
!
transgênero. ! 8 diferença entre homens e mulheres.
:E@ necessidade de afastamento temporário das : 0 inexistência de políticas públicas.
w competições. : � diversidade de faixa etária.
zw(} impossibilidade de uso controlado de substâncias i @ variação de condição étnica.
exógenas. i O desigualdade entre classes sociais.

16 --------=------ LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO -=---------- erem2Q23


01la'n2023
EYamo Nacional do Ensmo Módto
111�! m
lfll lffll l lllll l�ll lllil Ili H! 11111111
• 0 1 0 3 7 5 8 11 1 7 •

QUESTÃO 39 ,-------------------, QUESTÃO 41


Passado muito tempo, resolvi tentar falar, porque
estava sozinha me embrenhando na mesma vereda que
i E assim as coisas continuaram acontecendo entre os
1 dois, em quase sustos, um grande por acaso com cacoetes
z
Dona na costumava entrar. Ainda recordo da palavra que ; de gestos definitivos. Com o Nunca Mais se oferece�do
escolhi: arado. Me deleitava vendo meu pai conduzindo i o tempo todo, bastaria dizer foi um prazer ter te conhecido,
o arado velho da fazenda carregado pelo boi, rasgando bastaria não trocar telefones nem e-mails e enterrar
a terra para depois lançar grãos de arroz em torrões 1 a casualidade com a cal da sabedoria - nada poderia
marrons e vermelhos revolvidos. Gostava do som redondo, ; ser definitivo, os encontros duravam duas horas ou duas
fácil e ruidoso que tinha ao ser enunciado. "Vou trabalhar no 1 décadas ou duas vezes isso, mas em algum momento
arado." "Vou arar a terra." "Seria bom ter um arado novo, · necessariamente seria o fim. De todos os grandes amores.
esse arado tá troncho e velho." O som que deixou minha : De todos os pequenos. De todas as juras, das promessas,
boca era uma aberração, uma desordem, como se no : de todos os na-alegria-e-na-tristeza. De todos os não
lugar do pedaço perdido da língua tivesse um ovo quente. : amores os desamores, os casamentos para sempre,
Era um arado torto, deformado, que penetrava a terra de ; os ranc�res para sempre, de todas as paralelas que só
tal forma a deixá-la infértil, destrulda, dilacerada.
i se viabilizam na abstração da geometria, de todas as
i pequenas paixões e de todas as grandes paixões , de tudo
Com a perda de parte da lingua na infância, a narradora · que para na antessala da paixão, de todos os vínculos não
VIEIRA JR , 1 Torto arado São Paulo Todavia 2019

tenta voltar a falar. Essa tentativa revela uma experiência que experimentados, de todos.
8 reflete o olhar do pai sobre as etapas do plantio.
o metaforiza a linguagem como ferramenta de lavoura. , o recurso que promove a progressão textual, contribuindo
LISBOA, A Raku1hlsh1 R,o de Janeiro Objeuva, 2014

0 explicita, na busca pela palavra, o medo da solidão. ' para a construção da ideia de que as relações amorosas
@ confirma a frustração da narradora com relação à terra. : têm um enredo comum, é a
O sugere, na ausência da linguagem, a estagnação do O repetição do pronome indefinido "todos".
tempo .

QUESTÃO 40 ,----------------,
; O utilização do travessão na marcação do aposto.
!� retomada do antecedente pelo pronome "isso".
ti
m
contraposição de ideias marcada pela conjunção "mas".
A escravidão
substantivação de expressões pela anteposição do
Esses meninos que ai andam jogando peteca não O
viram nunca um escravo... Quando crescerem, saberão artigo.
que já houve no Brasil uma raça triste, votada à escravidão - -------------,

z
e ao desespero; e verão nos museus a coleção hedionda QUESTÃO 42 � -
dos troncos, dos vira-mundos e dos bacalhaus; e terão
n
A garganta é a gruta que guarda o som 0
noticias dos trágicos horrores de uma época maldita: filhos m
arrancados ao seio das mães, virgens violadas em pranto, A garganta está entre a mente e o coração
homens assados lentamente em fornos de cal, mulheres
nuas recebendo na sua mísera nudez desvalida o duplo
Vem coisa de cima, vem coisa de baixo e de
zm
[repente um nó (e o que eu quero dizer?)
ultraje das chicotadas e dos olhares do feitor bestial. [...]
Mas a sua indignação nunca poderá ser tão grande como As vezes, acontece um negócio esquisito s:
a daqueles que nasceram e cresceram em pleno horror, Quando eu quero falar eu grito, quando eu quero
no meio desse horrível drama de sangue e lodo, sentindo
[gritar eu falo, 0 resultado
dentro do ouvido e da alma, numa arrastada e contínua
melopeia, o longo gemer da raça mártir - orquestração Calo.

satânica de todos os soluços, de todas as impressões, de :
todos os lamentos que a tortura 0 a injustiça podem arrancar ;
ESTRELA D'ALVA, R Disponlvet em hllps //claudia.abrll com br. m
a gargantas humanas. ; A função emotiva presente no poema cumpre o propósito -�
Acesso em 23 nov 2021 (fragmento)

BILAC O o,spontvel em wwwescntasorg Acesso em 29out 2021 ! do eu lírico de

Publicado em 1902, o texto de Olavo Bilac enfatiza as ;, O revelar as desilusões amorosas.


n

mazelas da escravidão no Brasil ao ! O refletir sobre a censura à sua voz.


8 descrever de modo impessoal as consequências da i � expressar a dificuldade de comuni cação.
0
exploração racial sobre as gerações futuras.
ressaltar a existência de pressões externas.
m
Q contrapor a infância privilegiada das crianças da época ! @ z
à infância violentada das crianças escravizadas. ; O manifestar as dores do processo de criação. m
1
@ antecipar o futuro apagamento das marcas da
escravidão no contexto social.
@ criticar a atenuação da violência contra os povos
escravizados nas memórias retratadas pelos museus.
(} i m ag i n a r a reação de ind iferença de seus ;
contemporâneos com os escravizados libertos.
enem2Q23 ___________,,,, LC • 1ll DIA • CADERNO 3 • BRANCO --------------- 17
m
l lllli 11�1 11111 i� 11111 lllil 111111 111 11111111111 er,em2023
Examo Nacional do Ens,no Mód,o

• 0 1 0 ] 7 S B R 1 8 •

1
a nálise de ca ra cterísticas_ d

QUESTÃO 43 .-------------------. De acordo com o texto, a m
contribui
! linguage m e mpreg ad a por perfi s a utomatizado s
Na I d ade Mé d ia , as noticias se propagava m com para o(a)
surpree ndente eficácia. Segundo um a emérita professora de TI.
8 control e d a atuação do s profis sion ai s de
Sorbonne, um cavalo era capaz de percorrer 30 quilômetro s ".
€) de se nvolvimento de tecnologi as como o s "trofls
por d ia, mas o tempo po dia se acelerar depend endo d o . .. contro la ores •
w • • . . r.:i. flex1b1hzação dos turnos de trabalho
\:7 do
·
interesse da not1c1a . As ord ens mend ic ante s tinha m um papel
z © necess idad e de regula mentaçao - do fun c·i onamento
s d

import ante na d isseminação d e informações, assim como


w do s "bots".
os jograis , os peregrinos e os vaga bundos, porque todos
e
0 eles perco rriam gran de s di stâncias. As cidades ta mbém (} id e ntific a çã? de. � a d r õ e s d e d i s semin a ção d
· • • informações inven d1cas.
t inham correios organizados e selos pa ra lacrar mensagen s

1
(.)
e tenta r certific a r a ver aci dade da s correspond ência s. ! QUESTÃO 45 -=;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;i
G raça s a tu do i sso, a circul ação de boatos era inte nsa i i M a io foi colorido de amarelo, e• o foi porqu e
e politica mente releva nte . Um exemplo clássico de fake mun d i� lm�nte a m a relo_ é a cor conve nc1on�da pa ra . a s n
i advertenc1a s. No trân s ito, es sas � dve_rtênci a s têm si do
news da era medieval é a história do rei que desapa rece
i o
m

i
na batalha e re aparece muito depois, ido so e tra nsformado.
· · · ii fat.a•is . A estimativa, caso nada seJa feito, é a de que se m
s ito
! atinia m assu stadoras 2 4 milh ões de mortes no trân

m
! e m 2030 e m todo o mun' d o.
0,sponlvelem www elpa,s com br Acesso em 18 Jun. 2018 (adaptado)

A ? ropag ação siste máti�a . �e informações _é um A pressa consta nte, 0 sentimento de _invencibilidad e,
m
:E
fenomeno recorrente na h i stori a e no desenvolvimento
d a s s ociedad es. No texto, a eficácia d essa propagação !
i
I a certeza de invulnerabilid ad e, a necessidade d e poder,
a falta de civili dade, a certeza de impuni d ade, a a us ência
s:
w está d iretamente relacionada ao(à) l d e solida riedade, a inexis tência d e compaixão e o
z
w
8 velocida de de circulação d as noticias . i d esres peito por s i próprio s ão circun stâncias �eais que,
i não ra ro, concorrem p ara o comportamento violento no
€) nível de letramento da população marginalizad a.
1 trân sito. m
0 @ pod er de cens ura por parte d os serviços públicos . l o Maio Ama relo, que preconiza a atenção pela vida ,
© legitimidad e da voz d os rep re sentantes da nobreza. i é uma das iniciativas nesse sentido. E é precisamente
z
(.)
(} diversi dade dos m e ios di sponívei s em uma époc a j a atenção pela vida que está esquecida. �ss� �t�nção, �
i por certo, requer menos pre s s a, m a i s c1v1ll d a d e , z
h i. s16ri·ca .
limite s asse gurad os , con sciênci a d e vulnera bilid a d e ,

!
QUESTÃO 44 ...----------------, i solidariedad e, compa ixão e res pe ito por si e pe lo outro.
m 1 Reafirm a r e pratica r ess es princípios e valores talvez seja o

i
:l!:
w
Se a interferência de contas falsas em d iscuss õe s
política s na s redes sociais já representava um perigo
para OS Si stema s democrátiCOS, SUa SOfiSliCaÇãO e maior
s emelha nça com pes soas rea is têm agravado O problem a J
pelo mun do.
Con sideran do o s
! um caminho mais seguro e menos violento, que g aranta
; a vi da e não celebre a morte.
!
procedime nto s a rgumentativos
Dlsponlvel em: http://portaldotranslto.com.br. Acesso em 11 dez. 2018 (adaptado).

j utiliz ado s, infere- se que o objetivo desse texto é


m
z
m
O perigo cresceu porque a tecnologia e os méto dos ! 8 enumerar as causas determina ntes da violênci a no
z evoluí ram d os robô s , os "bots " - s oftware s com ta refas trânsito. i
on-line automatizadas -, para os "ciborgues" ou "tro/1s", €) contextualizar a campa nha de advertênci a no cenário �
w i
0 contas controladas diretamente por humano s com aju da ! mundia l. m
(.) de um pouco de automação. ! @ d ivulga r dad os numéricos alarmantes s obre a ci de ntes
z Mas pesquisadores com eçam agora a ob servar outros d e trâns ito. i
padrões de comportamento: quan do mensagens não são © sen s ibilizar o público pa ra a importância d e uma
i
�-
zn
� programa das, su a publicação se concentra só em ho rários ! d ireção res pon sável.
m de t rabalho.já que é controlad a por pessoas cuj a profi ssão restringir o s probl e m a s da violênci a no trânsito a

i
i (} 0
é exatamente essa , administrar um perfil falso durante o dia. a spectos emocionai s .
i m
Outra pist a : a pobrez a vocabular da s men sa gens
public ad as por e sse s perfis. Um funcionário de uma !
! _________ ___ ___
_ _ ____ zm
empres a que supos tamente pro d uzia e ven d ia perfis !
:E fal sos explic a que à s veze s "faltava criatividad e" para criar :
3:
w
1
N
men sag en s distint as controlan do tantos perfi s falsos ao
z mes mo tempo.
!
w GRAGNANI. J. Dlsponlvet em: www bbc.com. Acesso em: 16 dez. 2017.
i
1

-------------- LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ----------- eneffi2Q23
.

18

'\S:: AE!?-.�
01lem2023 l llm lllll ili lllll l@ lllll l!I II IIIIII Ili l lllIH1111
• 0 1 0 3 7 5 8 • 1 9 •
Exame Nacional do Ens,no Mód10
• •
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
naus

1 . O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.


. .
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas . . .
3 . A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o numero de linhas
copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada "texto insuficiente";
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO 1 TEXTO I l i
O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago A sociedade brasileira tem passado por inúmeras
e a crise global da desigualdade transformações sociais ao longo das últimas décadas.
Entre elas, as percepções sociais a respeito dos valores
O trabalho de cuidado é essencial para nossas e das convenções de gênero e a forma como mulheres
sociedades e para a economia. Ele inclui o trabalho têm se inserido na sociedade. Algumas permanências,
de cuidar de crianças, idosos e pessoas com doenças porém, chamam a atenção, como a delegação quase
e deficiências físicas e mentais, bem como o trabalho
que exclusiva às familias - e, nestas, à s mulheres -
doméstico diário que inclui cozinhar, limpar, lavar, de atividades relacionadas à reprodução da vida e da
consertar coisas e buscar água e lenha. Se ninguém sociedade, usualmente nominadas trabalho de cuidado.
investisse tempo, esforços e recursos nessas tarefas
diárias essenciais, comunidades, locais de trabalho e
01sponlvel em hltps 1/repos,tono Ipea gov br

economias inteiras ficariam estagnados . Em todo o mundo, TEXTO IV


Acesso em 24 maio 2023 (adaptado)

o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago é


desproporcionalmente assumido por mulheres e meninas
em situação de pobreza, especialmente por aquelas
que pertencem a grupos que, além da discriminação de
m

gênero, sofrem preconceito em decorrência de sua raça,
etnia, nacionalidade e sexualidade. As mulheres são
responsáveis por mais de três quartos do cuidado não
remunerado e compõem dois terços da força de trabalho
envolvida em atividades de cuidado remuneradas.
zn

Documento Informativo - Tempo de Cuidar. 01sponlvel em.


0
m
https 1/www oxfam org br Acesso em 18 de Jul de 2023 (adaptado)

TEXTO l i z
Média de horas dedicadas pelas pessoas de 14 anos m
ou mais de idade aos afazeres domésticos e/ou
às tarefas de cuidado de pessoas, por sexo

Brasil - 201 9
Sexo
Homens
Horas Semanais
1 1 ,0
m
Mulheres 2 1 ,4
Fonte. IBGE � Pnad contínua anual z�
0
o,sponlvel em https /lagenc,adenotic,as 1bge gov br
Acesso em 18 de Jul 2023 (adaptado)

Capa da revi sta Pesquisa. Olsponlvel em https 1/rev1stapesqu1sa fapesp br


Acesso em 23 maio 2023 (adaptado)

PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construidos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Desafios
para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil", apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
enem2()23 ----------- LC • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ----------===---..,...,. 19
111 1 111111111 11111 i� 111111 11 111111 1 1 1 11 m 1111
• 0 1 0 3 7 5 D l l 0 •
enen,2023
Exame Nao,onal do Ensino Mód10

i
CIÊN CIAS HU MANAS E SUAS TECN OLOGIAS m
z
m
Questões de 46 a 90

QU ESTÃO 46
A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar
w
zw
ao processo de trabalho mecanizado para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo . Mas, ao mesmo _tempo, �
a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determ i na tão
profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão que essa pessoa não pode mais perceber outra �

0 coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho.


Rio de Janeiro Zahar, l997
ai
CJ
ADORNO, T , HORKH EIMER, M Dl116tlc 1 do oocloreclmento

z No texto, o tempo livre é concebido como


8 consumo de produtos culturais elaborados no mesmo sistema produtivo do capitalismo. z

@ forma de realizar as diversas potencialidades da natureza humana. e,


m

0

i zmm
@ alternativa para equilibrar tensões psicológicas do dia a dia.
@ promoção da satisfação de necessidades artificiais.

1
(} mecanismo de organização do ócio e do prazer.

QUESTÃO 47 ,--------------------------------,
:E
w
zw FORÇA? VISÃO DE
RAIO X? TELECINESE?
TELEPATIA?

0 m
CJ
z zn

m

i
0
m
LAERTE Olsponlvel em: www.laerte. art. br. Acesso em. 23 nov. 2021 (adaptado)
zm
:E A charge ilustra um anseio presente na sociedade contemporãnea, que se caracteriza pela
3:
w 8 situação de revolta individual.

z
w
@ satisfação de desejos pessoais.
@ participação em ações decisórias.

0 @ permanência em passividade social.


m
CJ (} conivência em interesses partidários.

z QUESTÃO 48
z

Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na
n
m
� atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é
0
m
perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas reservas que a grandeza do perdão se manifesta.

zm
RICOEUR, P O perdão pode cu rar. 01sponlvel em. www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out. 2019.

A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra fundamento na(s)

3:
� 8 rejeição particular amparada pelo desejo de poder.
:E C1) decisão subjetiva determinada pela vontade divina.
w N
zw
@ liberdade mitigada pela predestinação do espírito.
@ escolhas humanas definidas pelo conhecimento empírico.
(} relações interpessoais mediadas pela autonomia dos indivíduos. �
20 -------------- CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ----------- eneffi2Q23
enem.2023
Examo Nao,onal do Ensino Médio

zm
QUESTÃO 49 1 QQ�UêES�T�Ã�OLl5�1,l;;============::
1
Havia já muito tempo que a Europa desfrutava os TEXTO 1
beneflcios da vacina e arrancava à morte milhares de G erineldo dorme porque já está conformado com o m
� inocentes, condenados a serem vítimas do terrlvel flagelo
:Edas bexigas, e o governo de Portugal nunca se lembrara de
1 seu mundo. Porque já sabe tudo o que lhe pode acontecer
i após haver submetido todos os objetos que o rodeiam a um
3:
LUtransmitir ao Brasil a mais útil das descobertas humanas, ento,
z
·W
quando aliás nenhum pais mais do que ele carecia deste
salutar invento ou se atendesse às vantagens da população
1 minucioso inventário de possibilidades. Seu apartam
; mais que um apa rtamento, é uma teoria de sorte e de _a zar.
! Melhor que ninguém, Gerineldo conhece o coeficiente �
ou ao perdimento de imensas somas na mortandade J da dilatação de suas janelas e mantém marcado no
m
i
0
u continua de escravos, que este flagelo devorava. O certo termômetro, com uma linha vermelha, o ponto em que

z é que mais ocupado de seu ouro que de seus habitantes,


Portugal, como em outros muitos casos, esperou que o
Brasil por seu próprio impulso remediasse a este mal.
i se quebrarão os vidros, despedaçados em estilhaços
; de morte. Sabe que os arquitetos e os engenheiros já
: previram tudo, menos o que nunca já aconteceu.

PEREIRA J C 121an 1828 apud LOPES M 8 . P0LIT0, R Para uma história I
n
MÁROUEZ. G G O pessimista ln Texto, do Carlbo R•O de Janeiro Record 1981
0
da vacina no Brasil um manuscrito inédito de Norberto e Macedo História, :
m CIOnclu, Saúde - M1ngulnho1, n 2. ebr-jun 2007 (adaptado) :
! TEXTO li

zm
E� crito em 1 �28 '. o texto expressa a seguinte ideia de
_ _ ! Asituação é O sujeito inteiro (ele não é nada a não s�r

m
origem iluminista.
� j a sua situação) e é também a coisa inteira (nunca há mais

s:
O As leis observáveis regem o mundo material.
CI) O monarca racional promove a sociedade justa.
i nada senão as coisas). É O sujeito a elucidar as coisas
i
pela sua própria superação, se assim quisermos; ou são
m
� @ o direito natural justifica a liberdade dos homens. as coisas a reenviar ao sujeito a imagem dele. É a total
w . : facticidade, a contingência absoluta do mundo, do meu
zw(D Aprodução da terra garante a riqueza das nações.
..
(} Arespon sabilidade dos governantes assegura a saude

i
1

nasc1men t o, do meu Iugar, do m eu passado, dos meus
I redores _ e é a minha liberdade sem limites que faz com
dos povos.
0 j que haja para mim uma facticidade.
m
u QU TÃ 50 .--
ES O -- -
--------- -
- -, 1!
1
SARTRE,J-P 01oro o nada. ensa1ode ontologla fenomenológ1ca
Petrópolis. Vozes, 1997 (adaptado)
� s movimentos da agric� lt_ura ur �ana no Rio de j A postura determinista adotada pelo personagem �
Janeiro vêm crescendo nos ult1mos vinte anos, tanto ! Gerineldo contrasta com a ideia existencialista contida
i
por meio de reproduções de modelos de vida antigos, no pensamento filosófico de Sartre porque
zn
vinculados ao resgate dos próprios costumes, como - e ; . . . . .
0

i
cada vez mais - são revelados hábitos inventivos nos I O evidencia a manifestação do inconsciente.
i@ nega a possibilidade de transcendência. m
quais moradores urbanos de diferentes classes sociais,
z

m
sem nenhuma referência anterior com o campo, passam a i @ contraria o conhecimento difuso.
se dedicar a essas atividades. Ao �ossibilit� r o aces.so ao
s:
m
1 @ sustenta a fugacidade da vida.
plantio e, consequentemente, à ahmentaçao, permite-se l _ . . .
:E uma nova relação com o que se come, reduzind o o ! (} refuta ª evoluçao biolog,ca.
w percurso da cadeia produtiva e aproximando produtores i QUESTÃO 52 .------------------,
zw de consumidores, pois ambos se confundem nas
experiências de agricultura urbana.
1
O G olpe Militar de 1964 foi implacável no combate

·ou PORTILHO, M. RODRIGUES, C G O, FERNANDEZ. A C F Cultivando relações no


arranjo local da Penha a mobll,zaçao de mulheres a partir das pràucas de agrocullura
urbana na ravela Cidades, Comunidades e Territórios, n 42, jun 2021
ao que restava das Ligas Camponesas, generalizadas na
década anterior. No entanto, em relação aos sindicatos,
sua atitude foi ambígua. Por meio de acordos com os
m
.z A prática agrícola destacada no texto apresenta como Estados Unidos, foram concebidos centros sindicais e �


vantagem no espaço urbano a
O ocupação de lugares ociosos.
cursos de liderança com base em princípios conservadores
e ministrados por membros da Igreja Católica.
zn
CI) densificação da área central. DEL PRIORE. M • VENÂNCIO. R Uma história da vida rural no Brnll
m 0 valorização do mercado externo. 1 0
Rio de Janeiro Edlouro, 2006 (adaptado).
m
: Os sindicatos rurais foram tratados da forma descrita no
z
1

� @ priorização de insumos químicos. j texto porque o governo pretendia utilizá-los para


fq(} mecanização de técnicas de cultivo.
i O controlar as tensões políticas. m
:E i (!) limitar a legislação trabalhista.

li
' 0 divulgar o programa populista. �

EI
@ regularizar a propriedade da terra.
,
i (} estimular a oferta de mão de obra.
enem2Q23 ----------- CH • 12 DIA · CADERNO 3 • BRANCO -------------- 21
m rn11 ílIIIH 11111 mllllllll HII II I II
• 0 1 0 ] 7 5 8 • 2 2 •
enet112023
EYomo Nac10nal do Ensmo Méd,o
• cus::ss •
o U'AW::S

QUESTÃO 53 r---------------, QUESTÃO 55


Os séculos XV e XVI, quando se vão desmoronando A torcida do Fluminense inicia um movimento para
as estruturas socioeconômicas da Idade Média perante mudar a letra de uma das músicas mais populares das
os novos imperativos da Época moderna, constituem um arquibancadas tricolores. Grupos pedem a �em� ção do
momento-chave na história florestal de toda a Europa termo "mulambo imundo", em uma provocaçao direta ao
Ocidental. Abre-se, genericamente, um longo período Flamengo. Mulambo é um termo que surgiu em Angola,
de "crise florestal", que se manifesta com acuidade nos na época da escravatura, e eles eram chamados de
países onde mais se desenvolvem as atívidades industriais mulambos pelos senhores de engenho, os patrões

oCJ e comerciais. As necessidades em produtos lenhosos


aumentam drasticamente com o crescimento do consumo
nos mercados urbanos e nas regiões onde progridem a
das fazendas.
Oispontvel em hllps /loglobo globo com Acesso em 23 nov 2021

Qual mudança no comportamento social a proposta


metalurgia e a construção naval, além da sua utilização
reportada no texto reflete?

n
na vida quotidiana de toda a população.
DEVY•VARETA. N Para uma geografia histórica de norosta portuguesa O Rejeição de costumes elitistas.
0
Revista d1 Faculdade de Latra1 - Goograf1a, n 1. 1966 (adaptado)
Q Repulsão de condutas misóginas.
Qual acontecimento do período contribuiu diretamente
para o agravamento da situação descrita?
@ Condenação do preconceito racial. m
@ Criminalização de práticas homofóbicas.
O O processo de expansão marítima.
@ Contestação do comportamento machista.
O A eclosão do renascimento cultural.
@ A concretização da centralização política. QU ESTÃO 56
@ O movimento de reformas religiosas. Taxa de fecundidade no Brasil
@ A manutenção do sistema feudal.

m
De 1 960 a 2020,
QUESTÃO 54 número de filhos baixa de
Tahuantinsuyu - nome do Império Inca em quéchua - 6,3 para 1 , 5
era dividido em quatro partes ou suyus: Chinchaysuyu
7 �
z
(noroeste do Peru e Equador), Antisuyu (parte amazônica r
:s,s
do império), Collasuyu (atual Bolívia) e Condesuyu (costa
do Oceano Pacífico) e tinha Cuzco, no atual Peru, 6 5,13 n
como sua capital imperial. Oficialmente, todas as etnias 0
.e
m
zm
dominadas pelos incas deveriam adotar a língua quéchua, :5 5
adorar o Sapa Inca e o Sol e pagar taxas em forma de E
horas de trabalhos periódicos. No entanto, pode-se dizer

s
g_ 4
que o Império Inca era como um mosaico cultural em que
vários e diferentes grupos étnicos adoravam o Sapa Inca f:
e o Sol mas, simultaneamente, continuavam a adorar seus u:: 3
LI. deuses locais e também a falar em suas línguas nativas.

Ili
MARTI NS, C Os Incas e 01 t�huantlnsuyu apresentação Oisponlvel em 2
http /lant,go anphlae org Acesso em 6 oul 2021 (adaptado) 1,5 1,5 1,5

0 Ao comparar, no texto, a vertente da dominação territorial


CJ com os aspectos culturais, os incas tinham uma postura
O aceitável no que alude aos direitos humanos. o
1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
O admissível no que remete às crenças coloniais.
Décadas
� tolerável no que se refere aos regimes tributários. Fonte IBGE
@ flexível no que diz respeito aos costumes religiosos. Oisponlvel em www lns per.edu br Acesso em 27 set 2021 (adaptado)
@ compreensível no que concerne às normas laborais.
Qual fator foi determinante para a mudança do indicador
apresentado no gráfico?
O Flexibilização legal da prática de aborto.
Q Envelhecimento da população brasileira.
@ Crescimento dos casos de gravidez precoce.
@ Participação feminina no mercado de trabalho.

---=--=---_,,.,,..___....,_
@ Diminuição dos benefícios na licença-maternidade.
22 CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ...,.=======..,......,....,.,.. enem.2()23
01lem2023
Exame Nao,onal do Ensino Mód10

QUESTÃO 57
m
zm
; 1 O processo social relatado indica a formação de uma
etiqueta que tem como principio a
A Cavalgada de Sant'Ana é uma expressão da devoção ;
dos vaqueiros à padroeira de Caicó (RN). Nas décadas de ' O distinção das classes sociais.
1950 a 1970, esse evento, então denominado Cavalaria, : O valorização de hábitos de higiene.
l 3:
w
� era celebrado pelas pessoas que residiam na zona rural 0 exaltação da cultura mediterrânea.

z
·IU
�o município de Caicó. Essas pessoas usavam os animais '. 0 consagração de tradições medievais.
Uegues, mulas e cavalos) como único meio de transporte, l
sobretudo para se dirigirem à cidade nos dias de feiras, ;1 O disseminação de produtos manufaturados.

r?1
0 tra�endo seu s produtos para comercializarem. Est�ndo em ;
.
Ca1có no penedo da Festa de Sant'Ana, esses agricultores ! �!!:!���!...================ o,
QUESTÃO 59 �---------
------,

(.) se organizavam em cavalgada até o pátio da Catedral de i Negar o pedido por dinheiro indispensável para
!
Sant'Ana para louvar a santa e receber bênção para seus necessidades pessoais ou comprar bens usando o nome �
animais. Por volta da década de 1970, com a chegada do da pessoa sem o consentimento dela. Ameaçar o corte
automóvel à zona rural do municipio, essa expressão cultural de recursos dependendo de atitudes pessoais, esconder
zn
foi extinta. O meio de transporte utilizando os animais passou documentos ou trocar senhas do banco sem avisar.
o
a ser substituído por carros, sobretudo caminhonetes e Ou, ainda, proibir a pessoa de trabalhar ou destruir seus
m
caminhões, que transportavam os camponeses para a pertences. As histórias são comuns, mas às vezes não são
z

m
cidade em dias de feiras e festas. Desde 2002, um grupo de reconhec idas como abuso. Mas é uma das cinco formas de
m
s:
caicoenses retomou essa expressão cultural e, em conjunto conduta contra a mulher previstas na Lei Maria da Penha.
C0m a aSS0CiaÇãO d OS vaqueir0S, realiza no primeiro LEWGOY J Condulll quase lnvlslvtl dutról a vida dt mu htrtl Olsponlve em l l
hllps //va onnveste g obo com Acesso em 23 out 2021 (adaptado)
domingo da Festa a Cavalgada de Sant'Ana. Q evento, além l l

de contar com a participação dos cavaleiros que residem O texto apresenta tipos de conduta sujeitos a punição,
nas zonas rurais, atrai também pessoas que residem em conforme previsto na Lei Maria da Penha, porque
w Caicó, cidades vizinhas e amantes das vaquejadas. consistem em formas de

0
FESTA OE SANrANA 01sponlvel em hllp //portal 1phan gov br
Acesso em 12 oul 2021 {adaptado) 1;t,.
� aça-0 d'ifamatória.
m
e.,
z
As mudanças culturais mencionadas no texto O desvio comportamental.

z
caracterizam-se pela presença de 0 expressão preconceituosa.

O elementos tradicionais e modernos em torno de uma

n
0 violência patrimonial.
crença religiosa. O desentendimento matrimonial.
O argumentos teológicos e históricos em consequência
o
de uma ordem papal. QUESTÃO 60
m
z
.

0 fundamentos estéticos e etnográficos em função de Por trás da "mágica· do Google Assistant de sua
uma cerimônia clerical. capacidade de interpretar 26 idiomas está uma enorme
m
0 práticas corporais e esportivas em decorrência de uma
imposição eclesiástica.
O discursos filosóficos e antropológicos em resultado de
equipe de linguistas distribuidos globalmente, trabalhando
como subcontratados, que devem rotular tediosamente os
dados de treinamento para que funcione. Eles ganham
s:
uma determinação paroquial. baixos salários e são rotineiramente forçados a trabalhar

w
horas extras não remuneradas. A inteligência artificial não

·o m
QUESTÃO 58 funciona com um pozinho mágico. Ela funciona por meio �
de trabalhadores que treinam algoritmos incansavelmente
Do século XVI em diante, pelo menos nas classes
CJ até que eles automatizem seus próprios trabalhos.

z
mais altas, o garfo passou a ser usado como utensllio A lntellg6ncla Artificial (IA) da economia froelancer esti vindo atr61 d1 voei

zn
para comer, chegando através da Itália primeiramente à 01sponlvol em https 1/mlttechrevlew com br Acesso em 6 oul 2021 (adaptado)

França e, em seguida, à Inglaterra e à Alemanha, depois O texto critica a mudança tecnológica em razão da

s
de ter servido, durante algum tempo, apenas para retirar

m
� alimentos sólidos da travessa. Henrique Ili introduziu-o seguinte consequência:
O Diversificação da função. o
na França, trazendo-o provavelmente de Veneza. Seus
m
z
cortesãos não foram pouco ridicularizados por essa O Mobilidade da população.

m
maneira "afetada" de comer e, no princípio, não eram
m
0 Autonomia do empregado.
muito hábeis no uso do utensílio: pelo menos se dizia 0 Concentração da produção.
que metade da comida caía do garfo no caminho do prato
à boca. Em data tão recente como o século XVII, o garfo
O Invisibilidade do profissional. 3:
era ainda basicamente artigo de luxo, geralmente feito de
prata ou ouro.
w ELIAS, N O processo civltludor uma hlst6rla dos costumes
Rio de Janerro Zahar, 1994

enem2Q23 ----------- CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO .,_.,....,..,_..,..__,________,. 23


1 1 11 1 1 1 1 1 1 1 1lmIli� 1 1 1l l i11 l U1 1 1 1
• 0 \ 0 ] 7 5 B R 2 4 •
enem.2023
Exame Nacional do Ensino M doo

QU ESTÃO 61 QUESTÃO 63
A economia das ilegalidades se reestruturou com o Diversos são os fatores causadores da degradação
desenvolvimento da sociedade capitalista. A ilegalidade dos ! do solo, atuando de forma direta ou indireta, mas quase ffl
bens foi separada da ilegalidade dos direitos. Divisão que j sempre a grande maioria das terras degradadas inicia esse
corresponde a uma oposição de classes, pois, de um lado, a I processo com o desmatamento, que pode ser seguido
w ilegalidade mais acessível às classes populares será a dos I por diversas formas de ocupação desordenada , como:
bens - transferência violenta das propriedades; de outro, 1 corte de taludes para a construção de casas, rodovias e
N
0
w à burguesia, então, se reservará a ilegalidade dos direitos: 1 ferrovias, agricultura, com uso da queimada, vários tipos de
a possibilidade de desviar seus próprios regulamentos i mineração, irrigação excessiva, crescimento desordenado "'

u e suas próprias leis: e essa grande redistribuição das Ili das cidades, superpastoreio, uso do solo para diversos W
ilegalidades se traduzirá até por uma especialização dos ! tipos de despejos industriais e domésticos, sem tratamento
circuitos judiciários; para as ilegalidades de bens - para i da área que recebe esses despejos: enfim, de uma forma
!
o roubo - os tribunais ordinários e os castigos: para ou de outra, os solos tornam-se degradados, sendo muitas
as ilegalidades de direitos - fraudes, evasões fiscais , vezes difícil, ou quase impossível, a sua recuperação.
1
m Operações Comerciais irregulares - jurisdições especiais ;
com transações, acomodações, multas atenuadas etc.
· GUERRA. A T Degradação dos solos conceitos e temas ln GUERRA. A T .

FOUCAULT. M Vigiar o punir nascimento da prisão Petrópohs Vozes, 1987 ;


JORGE, M e O coro > 0 9r d
• • ��!�:1: :�:i•
n 0:r:1ª;���

o texto apres�n1ª uma re1aça�


- d· e cálcu IO �o ll . i
• ico A partir da ocupação desordenada exposta no texto, o que
I ico-econom ! impede a recuperação do recurso natural destacado é a
que Cara ctenza o pod er purn t Ivo por meio d a i
! 8 elevação da biomassa.
8 gestão das ilicitudes pelo sistema judicial.
(]) aplicação das sanções pelo modelo equãnime.
i (]) redução da salinização.

0 supressão dos crimes pela penalização severa. i 0 diminuição da fertilidade.


1
w @ regulamentação dos privilégios pela justiça social. 'i
!
@ ampliação da microfauna.
C} decomposição do substrato.
0 C} repartição de vantag ens pela hierarquiz ação cultura l.
u QUESTÃO 62 .---------
----- !
1
E
_QU STÃO 64
�-----------�

z Os vapores cruzavam os mares transportando !


A pa�tir da d�c�d� de 1930, �ome_çam a ser d isc utid os
no B ras1 l os p nnc1 p1os d e raciona l 1zaçã o d o tra ba l h o.
Pessoas • mercadorias e ideias • e ainda carrega vam a maI a ·i . . .
postal, repleta de mensagens. Múltiplas histórias escritas i As pre?cupaço_es - com a cozin º
h.ª _e o tra bª.Ih. d omest1co
.
atravessavam O oceano buscando por notícias de filhos e i fora� introd uz_1d_as com a med1c1na �an_itana e_ ª. �feria
d � gas e elet n c1dad � par� uso do�est1co _ no in1c1? d?
M pais, irmãos, maridos e esposas, noivos e noivas. As missivas i
!! seculo_ XX: _A orga r n zaçao da cozinha visava a_ting1r
N traziam boas e más novas, comunicav am alegremente
uma_ s1mphf1cação das tarefas, com a � conom1a d e
O nascimentos e casamentos, também doenças e mortes:
i mo�1mentos, e o barateamento dos equipamentos, a
enviavam declarações de amor e fidelidade, fotos de família:
� encaminhavam conselhos de velhos, pedidos de ajuda e de par_t ir d� pro�ução e� gr�nde escala. A padroniza?ão e
dinheiro: expediam cartas bancárias e de chamada. Essa i1 rac1onahzaçao da hab1taçao e seus componentes visava
W literatura epistolar possibilitava a transmissão e reconstrução i um � radical t �ansformação da casa, �m especial da
das tradições. Os deslocamentos tornaram -se um dos mais i coz1� ha, e apoiava-se tanto no desenvolvimento de novos
potentes produtores de escritura ao longo da história. i equipamentos quanto nos estudos de racionalização
i do trabalho doméstico. A principal preocupação era
0 TRUZZI. º·
MATOS. 1 Saudades sens1b11idades no eplslolárlo de e/1m1grantes

u por1ugueses (Portugal-Brasil 1890-1930) Rev. Bras. Hlst . n 70. Jul - dez 2015 ! O desenvolvim ento de um novo tipo de habitação, que

z Conforme o texto, as correspondências trocadas entre


imigrantes no Brasil com os seus países de procedência
constituiam um dispositivo tecnológico que possibilitava o(a)
l
,i
i
deveria induzir um novo comportamento social.
SILVA, J L M Transformações no espaço doméslico o fogão a gás e a coz,nha
pauhstana, 1870-1930 Anais do Museu Paulista, n 2 JUI -dez. 2007 (adaptado)

! No co�texto descrito, as mudanças mencionadas


� 8 disputa ideológica entre a comunidade de estrangeiros
NI . , proporcionavam às mulheres o(a)
w. e a d e na 1 Ivos. ;
(]) circularidade cultural entre a sociedade de partida e
, 8 controle do orçamento familiar.
i m

O
N
a de acolhimento.
0 controle doutrinário das narrativas do cotidiano de
! (]) libertação das tradições religiosas.
i 0 exercício da representativi dade política .
z
m
origem e de destino. ! @ ampliação dos momentos de socialização.

@ fiscalização política dos fluxos de populações do Novo : C} afastamento das atividades especializadas .
W e do Velho Mundo. i_
C} monitoramento social dos grupos de trabalhadores da ; --------------------
W
---------=-=-
cidade e do campo. �
24 ______...,....,..,.....,_,,,_,..,__ CH • 1• DIA • CADERNO 3 • BRANCO enem2023
enem2023 1 �m 11111 Díl 11111 �! �Ili líll l llllll li m11� 1m
• 0 1 0 3 7 5 11 R 2 S •


Examo Nacional do Ensino Médio
....
m
zu:u: . a as

zm
Q UESTÃO 6 5 QUESTÃO 67

m
TEXTO 1 O masseira, a mulher, e quatro filhos, dormind o numa
de caixão, coberta de zinco.
Como é horrível ver um filho comer e perguntar: "Tem tapera de quatro paredes
mais?" Esta palavra "tem mais" fica oscilando dentro do
cerebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais.
A
Os
água do
maruins
mangue
de noite
, na maré
encalomb
cheia, ia dentro de c.asa.
avam o corpo dos meninos.
3:
JESUS C M Quarto do dupejo dléno de uma favelada sao Paulo A11ca 2014 o mangue tinha ocasião que fedia, e os urubus faziam
ponto por ali atrás dos petiscos. Perto da rua lavavam
couro de boi, pele de bode para o curtume de um espanhol.
TEXTO l i
A experiência de ver os filhos com fome na década Morria peixe envenenado, e quando a maré secava, os
de 1 950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 I1 urubus enchiam O papo, ciscavam a lama, passeand o m
por uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. "Eu banzeiros pelas biqueiras dos mocambos no Recife.
t�abalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que 1I Rl:GO. J L o moleque Ricardo Rio do Jenotro J Olymp,o, 1966 (adepledo)
tinha o salão fechou. Eu vinha me sustentando com o ' em

z
auxilio que tinha, mas agora eu não fui contemplada . As '. A ag lomeração urbana
vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus i O conservação do meio rural.
represe n 1a d a no t ext o re suita
n
filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para fazer, ; (1) crescimento da vegetação ciliar. o
!� m
z
mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da interferência do espaço geográfico.
minha bebê." 1
@ equilíbrio do ambiente das cidades.
CARRANÇA, T ..Até o feijão nos esqueceu• o livro da 1960 que poderia t·or sido escnlo i
nas favelas da 2021 o,sponlvel om www bbc com Acesso om 6 ou1 2021 (edap1ado) i O controle da proliferação dos animais. m
Considerando a realidade brasileira, os textos se QUESTÃO 68 3:
aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a) 1
o i Elas foram as pioneiras dos direitos das mulheres

tJm
recorrência da miséria.
: no Afeganistão. Defensoras ferrenhas da lei, buscaram
(1) planejamento da saúde . justiça para os mais marginalizados. Mas, agora, mais
� superação da escassez. de 220 juízas afegãs estão escondidas por medo de
@ constância da economia. retaliação sob o regime do Talibã. Uma delas condenou
centenas de homens por violência contra as mulheres,
O romantização da carência.
incluindo estupro, assassinato e tortura . Mas poucos dias �
z
�:!.!::����===============�
QUESTÃO 66 i depois que o Talibã assumiu o controle de sua cidade
! e milhares de criminosos condenados foram libertados
. N o sul da B � hia, d � sde o século X V I I I , tem -� e ; da prisão, as ameaças de morte começa ram. O pais
n
0
reg1str� s de um tipo de s'. st� ma agroflorestal. A!é hoJe,
1 sempre foi considerado um dos lugares mais difíceis e m
esse s 1 :- tema é c� racterist1ca marcante da pa1 � agem

cultivo
_
da � eg1ao, conhec1do como cabruca, que consiste no
?º _
cacau a so !11 bra do dossel da floresta n �liv� .
_ !
! perigosos do mundo para as mulheres. De acordo com
estudos de organizações não governamentais, cerca de z
m
Esse sistema de cultivo do cacau (graças à toleranc1a i
d a esp é Cle · à SOm b ra ) é COnSI•d era d O amigave
.
. 1 para a i
! 87% das mulheres e meninas serão vitimas de abuso
: durante a v1.d a. s:
vida silvestre, pois apresenta superioridade em termos
01sponlvel em. hllps //gl globo com Acesso em 12 out 2021 (adaptado)
-
de conserv ação da biodiversidade quando comparado !
: 0 1ex O i.denc.ia si.1uaçao representativa
t ev . de
com outras plantações tropicais (monoculturas de dendê, O afronta às estruturas sociais.

m

seringa ou café), agricultura ou pastagens. (1) desprezo aos valores religiosos.
r.,. t - .
\:7 ransgressaO as normas mora IS.
SOLLBERG. I . SCHIAVETTI. A . MORAES. M E B Manejo agrfcola no
Rotug,o do Vida S,lvostro do Une agroOoroslas como uma perspectiva
é) desrespeito à dignidade humana.
do conservação Revista Árvore. n 2. 2014 (adaptado)

A prática produtiva apresentada é um exemplo de


O difusão comercial de lavouras temporárias.
O oposição aos princípios hierárquicos.

zn
(1) utilização sustentável dos recursos naturais.
o
@ ampliação tecnológica da pecuária intensiva.
m
@ padronização alimentar dos povos tradicionais.
O modernização logística de plantios convencionais.
zm
3:

-=--=-...:--======- CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ...,..,,,,,,............,_...,-=-===---=-- 25


1 m

100 m 11111 �i �111 rn11mi1 u ifil 111 1111
0 1 0 3 7 5 11 l 2 t. •
enem2023
Exame Nacional do Ensino Médio

QUESTÃO 69 QU E STÃO 7 1
No cemitério, a sociedad e religiosa encarregada d o I
T E X TO 1
d erão son � a r
funeral, aterrorizada, apressou a cerimônia de tal forma que Por hora , ape nas os mais aba stad os po _
ou por um �viao
a mãe de Herzog perdeu o momento e m q u e o caixão do em viaja r ao espa ço, seja por um fogu ete
po d erá sent ir os
filho começou a ser coberto pela terra. Quatro jornalistas hí bri d o, mas toda a pop ulaç ão glob al _
w que estavam presos no DOI chegaram para assistir ao
sepultamento. Um se afastara, chorando. Dizia: Eles matam,
efeitos dess as viag ens e ava n ços
resa s
tecn
tiver
ológ
am
icos . :ara uma
que cria r nova s
aventura dess as, as emp
voltar para a
. tecnologias que podem, em algum momento,
eles matam! Não pergunte nada. Não podemos dizer
nada. Eles matam mesmo. Falava-se baixo. Ouviram-se ; sociedad e. A câmera fotográfic a, hoje comum n o m � n dº ·
usa a em tele � cópios, e
dois curtos d iscursos. O primeiro, da atriz Ruth Escobar: ; antes foi uma invenção para ser d

a, foi dese volvido para a


Até quando vamos suportar tanta violência? Até quando '. 0 titânio, usado até na med icin n

vamos continuar enterrando nossos mortos em silêncio? : construção de foguetes.


No segundo, Audálio Dantas recitou o Navio negreiro, d e i ORLANDO G Corrld• u paclll dos blllon,rlos poda traze r �•nlag;;;t,:���;:dºo�
em nov
Ossponlvel em https //nohc1as fl com Acesso
Castro Alves: Senhor Deus dos desgraçados / Dizei-me ;
,

Vós , Senhor Deus / Se é mentira, se é verdade, / Tanto i' T E X TO li


horror perante os céus. BIUONÁRIOS LANÇAM NOVA ERA DE VIAGENS AO ESPAÇO...
GA.SPARJ, E A ditadura encurralada São Paulo Cla das Letras 2004 :

O acontecimento d escrito no texto, ocorri d o em meados :


dos a n os 1970, atesta a segui nte caracteristica do regime
político-i n stitucional vigente:
8 Incorporação da estética popular para justificar o ideal
de integração nacional.
O Afirmação d a estratégia psicossocial para favorecer ;
o objetivo d e propaganda cívica. '

---
� Institucionalização de mecanismos repressivos para ;

-
elimi n ar os focos de resistência.
@ Ad oção d e cerimoniais públicos para controlar as
manifestações de grupos opositores.
(} Estatização de meios de comunicação para selecionar :
www humorpoht,co com br Acesso em 5 nov 2021
a d ivulgação de atos governamentais. :
CAZO 0,sponlvel em

,-----------------, i Os textos apresentam perspectivas da nova corri d a


QUESTÃO 70 1 espacial que revelam, respectivame n te:
Alternativas logísticas estão servind o de instrumentos 1 8 Dependência e progresso.
que ativam os mercados espec u ladore s de terras j O Expectativa e desconfian ça.
nas d iferentes regiões da Amazônia e constituem em i
indicad ores utiliza dos por diferentes atores para defe n der
i� AngúStia e adaptação.
ou d e n unciar o avanço d a cultura da soja na região e, @ Pioneirismo e retrocesso.
com ela, a retomada do desmatamento. É evidente que (} Receio e civilidade.
o crescimento d o desmatamento tem a ver também com
a expansão da soja, porém atribuir a ela o fator principal
parece não totalmente correto. Parto da compreensão !
central de que a lógica que gera o desmatamento está
articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas.

"z
OLIVEIRA A U A Amazônia e a nova geografia da produçao da soJa
Terra Livro, n 26, Jan •Jun 2006 (adaptado)

Na visão d o autor, o problema central da situação descrita


é desencad eado pela
"
s
8 apropriação de áreas devolutas.
O sonegação de impostos fed erais.
� i n corporação de exportação ilegal.
1

@ d esoneração de setores prod utivos.


(} flexibilização de legislação ambiental.
26 --==-=-=--=========- CH • 12 OIA • CADERNO 3 • BRANCO ....,...,.....,==---=-=- enem2Q23
enem2023 • 0 1 0 l 7 S B 1t l
ili
l llm lml lllíl 11111 lllíl 11111 111111 11111 Ili llll 1111
7 •


Exame Na0tonal do Ensino Médio

Q U ESTÃO 72 1 QQ�U�ES[)T�Ã�0Ll7�4�============
Enormes alto-falantes sul-coreanos instalados na ! Txai Surui, lid� rança da Juventude Indígena,
fronte ira com o Norte costumavam transmitir desde I
profere seu discurso na abertura da COP-26
canções e m estilo K-pop (como é chamado o pop l "O clima está esquen tando, os a n i m a i s estão
sul-coreano) até boletins climáticos e noticiário crítico ao . desaparecendo , os rios estão morrendo e nossas
i

vizinho comunista. O Norte costuma praticar atividade ! plantações não florescem como no passado . A Terra está
semelhante, transmitindo por seus alto-falantes discursos I falando : ela nos diz que não temos mais tempo." na COP·26
críticos a Seul e aliados. Durante os anos 1980, o governo i VICK, M Quais slo .. conquistas do movimento 1nd'g•n•
(adaptado)
Disponlvel em www nexojornal com br Acesso em 10 nov 2021
sul-coreano construiu um mastro de 97 metros de altura . . . .
O d , scurso da h � er 1nd Igena ex Plicita um P roblem a global
para hastear sua bandeira no povoado de Daesong-dong, i relac

1

_
na fronteira com o Norte. O Norte responde u com a I i onado ao(a)
construção de um mastro ainda mais alto (160 m) na
cidade fronteiriça de Gijung-dong. "Essas demonstrações
são uma válvula de escape competitiva e importante entre
I O manejo tradicional.
(j) reciclagem resid ual.
@ consumo consciente.
z
n
os dois lados, fora de um possível conflito militar", diz o
0
m
0 exploração predatória.
analista Ankit Panda. o reaproveitamento energético.

m
TAN, Y Disputa de mastrot I alto-fal1nto1 com K-pop es pequenas p1cuínhas do conflito

m
entro as Coreias D,,ponlvol em. www bbc com Acesso em 7 nov 2021 (adaptado)
!;A
Q[!U!JE::S�T
f -�
� 0!._7 5 =================
!._�
� Os atos de competição citados têm suas origens
históricas vinculadas a um contexto de
O domínio cultural-identitário de atores sociais.
s
(j) disputas étnico-raciais de povos tradicionais.
@ divergências político-ideológicas de agentes estatais.
0 i m posição econômico-financeira de empresas
privadas.
m
O protestos ecológico-sustentáveis de entidades
ambientais.
z
QUESTÃO 73 n
0
Seda. madeiras aromáticas e têxteis, obras de arte,
Nas reportagens publicadas sobre a inauguração do
m
lã, cristais e muitas, muitas peças de porcelana chegaram
ao Brasil ao longo dos séculos XVII e XVIII. A opulência
proporcionada pelo ouro fez com que esses itens fossem
Museu de Arte de São Paulo, em 1 947, quando ele ainda
ocupava um edifício na rua Sete de Abril, Una Bo Bardi não foi z
m
mencionada nenhuma vez. A arquiteta era responsável pelo
ainda mais presentes em cidades mineiras como Ouro Preto, projeto do museu que mudaria para sempre a posição de São
Mariana e Sabará. Esses objetos inspiraram a criação das Paulo no circuito mundial das artes. Mas não houve nenhum
chinesices, termo que designa um tipo de arte que evoca registro disso. O louvor se concentrou em seu marido e
motivos chineses, presentes em várias igrejas barrocas de parceiro profissional, o respeitado crítico de arte Pietro Maria
Minas Gerais. No Brasil, é bem provável que a inspiração Bardi. Passados 75 anos, a mulher então ignorada recebeu
para as pinturas nas igrejas barrocas com pássaros, um Leão de Ouro póstumo, a maior homenagem da Bienal
elefantes, tigres, mandarins e pagodes tenha sido tirada de de Arquitetura de Veneza, e tem agora sua história contada
gravuras, tecidos, móveis e, principalmente, das porcelanas em duas biografias de peso, que procuram destrinchar uma
chinesas que circulavam livremente em uma sociedade carreira marcada pela ousadia e pela contradição.
enriquecida pelo comércio do ouro e pedras preciosas. PORTO, W Una Bo Bardl tem sua arquitetura contraditória dostrinchoda em biografias
Disponfvel em. www1 folha uol com br Acesso em 10 oov 2021 (adaptado)
MARIUUO P Estudot: lntardlsclpllnares ampliam conhoclmento sobre
chinesice no barroco mineiro 01sponlvel em http /Jctenetaecultura bvs br
Acesso em 23 nov 2021 {adaptado) As transformações pelas quais passaram as sociedades
ocidentais e que possibilitaram o reconhecimento recente
O desenvolvimento do processo artístico descrito no do trabalho da arquiteta mencionada no texto foram
texto foi possível pelo(a) resultado das mobilizações sociais pela
O representação arquitetônica. 0 equidade de gênero.
(j) intercâmbio transcontinental. (j) liberdade de expressão.
0 dependência econômica. 1 @ admissibilidade de voto.
@ intervenção estatal. ! 0 igualdade de oportunidade.
O padrão estético. l O reciprocidade de tratamento.
enef'l12023 =-------===== CH • 12 D I A · CADERNO 3 • BRANCO ----=--=,,..===------..e 27
l lm 1 1 1 1 1 11 1 1 1!� 1 1 1 1 1 1 11�1 Ili 111 1 1 1 1 enem2023
.... -
• O 1 0 1 7 5 B 11 2 8 •
Exnme Naolonnl do Ensino Médio

Q�
� ES
U:: �T!.!�O
� 76:!..!===========� ! QUES TÃO 78 m
Produtores rurais europeus são antigos opositores I TEXTO 1
de um grande acordo com o Mercosul. Na visão deles, 1
1
.
Oriunda da Romênia, Genny Gle 1zer aportou no B rasi l
. zm
� existe um nítido risco de concorrência desleal, pois, na I em 1 9 32 . Assim como milhares de judeus do Leste Europeu ,
Europa, é preciso seguir regras mais rígidas de produção, 1 sua vinda para O Brasil ocorreu em um momento de a_scensão
w

2
o que e� carece o processo. Assim, eles não conseguiriam j do antissemitismo na Europa que tornava pre_c��1 as suas �
zw compet ir com os preços, por exemplo, da carne brasileira I vidas .
I
o
Brasil se colocava como uma poss 1 b1 hdade na
e teriam seus negócios ameaçados. Por outro lado, o setor busca por condições de sobrevivência e desenvolvimento.

0
industrial europeu se mobiliza a favor do acordo, uma '
-
vez que as reduçoes de tantas ·
no comercio,
internacional !
ANTÃO. A C C B Gênoro, lmlgraç3o e polit1Cll ocasodajudiacomum
1
siaGenny Gleizer
no Governo vargas (1932•1935) R,o de Janeiro Casa de Oswaldo Cruz. 2017 (adaptado) m
CJ
z
dariam maior acesso ao mercado sul-americano. Um ! TEXTO l i
�.
exemplo é o setor automotivo europeu, que prevê maior i A presença judaica n o Brasil foi criando aos �oucos
participação e concorrência nos países do Mercosul caso j certas desconfianças que se refletiram em órgaos da
o acordo siga em frente. j imprensa e em círculos intelectuais e político s. Em parte,
zn
m o
� ROUBICEK, M Como o risco ambiental afola o acordo onlre Mercosui . Unilo Europeia
! a adviria da onda nacion alista surgida

i
D1sponlvel em www nexoJornal com br. Acesso em. 25 out 2021 • essa imagem negativ
no final dos anos 1 1 0 , que conceb ia imigran tes como
9
m
No contexto do acordo citado, os dois grupos econômicos concor rentes dos trabalh adores brasile iros, ou como
europeus defendem, respectivamente, a
o
seres improdu tivos, exploradores da mão de obra e da z
m
s
restrição dos fluxos migratórios e a maior atuação de riqueza autócton e. Além disso, as elites políticas da época
sindicatos. acredita vam que os estrange iros eram portador es das

w
� o ampliação das leis trabalhistas e a plena importação doutrinas anarquist a e comunist a, estranha s à " índole

zw de manufaturados. do povo brasileiro". Esses "indesejáveis" seriam u m mal


� proteção das florestas n a c i o n a i s e a a m p l a externo que corromperia a nação.da btbl1ografia sobre o entlssemlt,smo
l
!
m
transferência de tecnologias.
MAIO, M e , CALAÇA, e e Um balanço
no Brasil ln GRINBERG, K (Org ) Os Judeus no B rull.

1
O @ manutenção das barreiras fitossanitárias e a livre !
R,o de Janeiro· Clvilizaçao Brasileira, 2005 (adaplado)

CJ !
z circulação de mercadorias. Conforme descrito nos textos, o tratamento dispensado
j aos grupos mencionados se fundamentava em
e} remoção dos entraves alfandegários e a melhor
z

remuneração de empregados. 1 O preceitos teológicos e religiosos.
1
aspectos socioeconômicos e ideológicos. n
m
� QUESTÃO 77 r-------------� i O
!�
regulamentações territoriais e alfandegárias. o
Durante a Revolução Francesa, um certo padre Niollant
! m
z
@ orientações constitucionais e estatutárias.

ij:E
escondeu-se no pequeno castelo de t.:Escarbas. Pagou 1
i
amplamente a hospitalidade do velho fidalgo ocupando-se 1 e} decretos legislativos e internacionais.
m
w
da educação de sua filha, Anars. A presença da mãe em ! U
nada modificou essa educação masculina dada a uma i
jovem criatura já muito inclinada à independência em i
Q ESTÃO 79 ,---------------,
Concorrer e competir não são a mesma coisa.
sN
z
w
virtude da vida no campo. O padre transmitiu à aluna sua j A concorrência pode até ser saudável sempre que a batalha
intrepidez de opiniões e sua facilidade de julgamento, ! entre agentes, para melhor empreender uma tarefa e obter
i
sem pensar que essas qualidades, tão necessárias num melhores resultados finais, exige o respeito a certas regras de


0 homem, se tornam defeitos numa mulher destinada aos 1 convivência preestabelecidas ou não. Já a competitividade
humildes afazeres de mãe de família. Embora o padre i se funda na invenção de novas armas de luta, num exercício

1m
CJ recomendasse continuamente à aluna ser tanto mais 1 em que a única regra é a conquista da melhor posição.
graciosa e modesta quanto seu saber era mais extenso, ! A competitividade é uma espécie de guerra em que tudo
!
a senhorita de Négrepelisse ficou com excelente opinião vale e, desse modo, sua prática provoca um afrouxamento
�.
z
de si mesma. l dos valores morais e um convite ao exercício da violência . n

i
BALZAC, H Ilusões perdidas São Paulo· Penguin Classics: J SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único
0
m
C1a das Letras, 2011 (adaptado). ! â consciência universal Rio de Janeiro: Record, 2006

!' De acordo com a diferenciação feita pelo autor, que prática


O comportamento desenvolvido
evidencia uma postura de
pela personagem
i econômica é considerada moralmente condenável? z
m
:E
w
o
o
abandono de laços afetivos.
negação da ideia de subjetividade.
1 O Adoção do dumping comercial.
!O
i! �
Fusão da função administrativa. s
zw
0 aceitação da hierarquia de gênero. Criação de holding empresarial.
@ consolidação da estratificação social. i @ Limitação do mercado monopolista.
C} ruptura de valores institucionalizados. ! e} Modernizaçã o da produção industrial. �
28 ----==-=-===--=--==== CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO -=-=-.,.,,.=-====---- enerTI2023
911en12023 l 111�1111! !lj 11!11 IWIli� l[/11 /llíl Ili [ti �! Jm
• 0 1 0 ) 7 5 8 11 2 9 •
E�amo Nac,on:il do Ensino Médio

QUESTÃO 80 , TEXTO 1 1 m
zm

m
• • da escravtdao
superar a história . - como principal
. . marca i Paulo Freire construiu uma pedagogia da esperança.
. daqueles I Na sua concepçao - , a h'1slóna• n ão é algo pronto e acabado
· ·
d a traietóna_do negro no pais tem sido . uma tônica
_ _ ; As estruturas de opressão e as desiguald ades, apesar
que se dedicam a pesquisar as heranças de origem afro :
à cultur� br� sile ira. A esse sforço de reco � st�ução j

d erem naturalizadas , são sócio e histori camente
c�n :truidas. Da i a importã ncia de os educandos tomarem
3:
_
zLU da própria história do pais, alia-se agora a cnaçao da
plataforma digital Ancestralidades. "A história do negro !
no Brasil vai continuar sendo contada, e cada passo que j
consciência da sua realidade para, assim, transformá-la.
DEMARCHI• J L Paulo Freire o,sponlvel em hllps 1/dlplomalique org br
Acesso em 6 oul. 2021 (adaplado)

a gente dá para trás é um passo que a gente avança", diz ! Com base no conceito de ética pedagógica presente nos m
i
Márcio Black, idealizador da plataforma, sobre o estudo J textos, os educandos tornam-se responsáveis pela
(J �e figuras ainda en �obertas pela pe �spectiva histórica i a participação sociopolítica.
imposta pelos colonizadores da América. 1 @ definição estético-cultural.
FIORATI G Projoto Joga luz sobre negros • rev• perspectiva hlstór1ca 1 • ·
OISpanlvel em www1 folha uol com br Acesso em 10 nov 2021 (adaplado) l \:7 compettç • ã O econom1ca 1 oca1 ·
n

_ . ' 0 manutenção do sistema escolar.


m Em relaçao ao conhecimento sobre a formação cultural I r.i.
brasileira, iniciativas como a descrita no texto favorecem o (a) i "" .
capacitação de mobilida
.. . .
de ind'iv1d ua 1 . 0
m
8 3�=============�
Q�U!..!:E:i,S!...,!T.!:.�O!...2:
z

m
8 recuperação do tradicionalismo. !�
@ estímulo ao antropocentrismo.
0 reforço do etnocentrismo.
i A Cordilheira do Himalaia tem mais de 50 milhões de
!
anos, sendo classificada como a maior cordilheira do planeta.
m
:E 0• resgate do teocentrismo . , Originário da língua sânscrito, comum na região, seu nome 3:
w 1 quer dizer "morada da neve". É possível encontrar nessa

zw O crítica ao eurocentrismo.
Q UESTÃO 81 - --- --- - - --- - - -
1, cordilheira as quinze maiores montanhas do mundo. Ao todo,
!
existem mais de cem picos, que contam com altitudes bem

0
. . . . . l maiores que 7 000 m. O Everest, considerado o ponto mais
Escrito durante a Primeira Guerra Mundial, o seguinte I alto da Terra, tem nada menos que 8 848 m de altitude, e
trecho faz parte da carta enviada pelo secretário do exterior ; continua crescendo, aproximadamente, 0,8 mm a cada ano.
m
britânico, Sir Arthur James Balfour, ao banqueiro Lord I
zn
D1sp0nlvelem. hllps.//meloambien1e cullurami, com Acesso em 12 nov 2021 (adaptado)
Rotschild, presidente da Liga Sionista, em 2 de novembro !1 • • • �
: i Q ual d1nam 1 ca natural é responsa vel pelo fenômen o
de 1917, a carta ficou conhecida como Declaração Balfour
, apresentado?
"O governo de Sua Majestade vê com aprovação o i
· 8 Derrame de lava vulcânica.
estabelecimento na Palestina de um lar nacional para i 0
o povo judeu, e fará todos os esforços para facilitar tal ! @ Encontro de placas tectônica s.
m
objetivo. Nada será feito que possa prejudicar os direitos ! 0 Ação do intemperismo químico.
civis e religiosos das comunidades não judaicas na ! 0 Sedimentação de erosão eólica.
z
m
Palestina." l O Derretimento de geleiras glaciais.
GATTAZ. A A Guerra da Palestina São Paulo Usina do Lavro, 2002 (adaptado) 1
iQ
_ UESTAO 84
_ s:
A análise do resultado do processo em questão revela que l
o governo inglês foi incapaz de garantir seu objetivo de 1 Eu poderia concluir que a raiva é um pensamento, que
i estar com raiva é pensar que alguém é detestável, e que
.., promover O bem-estar social. l esse pensamento, como todos os outros - assim como �
m
I.'>

@ negociar o apoio muçulmano. ! Descartes o mostrou -, não poderia residir em nenhum


0 mediar os conflitos territoriais. ! fragmento de matéria. A raiva seria, portanto, espírito.
! Porém, quando me volto para minha própria experiência �
0 estimular a cooperação regional.
O combater os governos autocráticos.
ida raiva, devo confessar que ela não estava fora do meu
' corpo, mas inexplicavelmente nele. zn
QUESTÃO 82
MERLEAU-PONTY, M Quinta conversa o homem visto de fora
São Paulo. Marlons Fontes, 1948 (adaptado),
0
TEXTO I No que se refere ao problema do corpo, a filosofia cartesiana
m
zm

m
Como presença consciente no mundo não posso apresenta-se como contraponto ao entendimento expresso
no texto por
escapar à responsabilidade ética no meu mover-me no
mundo. Se sou puro produto da determinação genética ou . 8 apresentar uma visão dualista.
!
cultural ou de classe, sou irresponsável pelo que faço no @ confirmar uma tese naturalista. 3:
meu mover-me no mundo e, se careço de responsabilidade, ! 0 demonstrar uma premissa realista.
não posso falar em ética. I· 0
� sustentar um argumento idealista.
FREIRE P Pedagogia da autonomia saberes necessános !
(} defender uma posição intencionalista.

-------------=--
á prét,ca educatlva São Pauto Paz e Terra, 1996

enem2Q23 ----------- CH • 1i OIA • CADERNO 3 • BRANCO 29


111111 11111 111 ll1111!1 1111111 1 1 111111 1 1 1 1 1 1 1 1 1
• 0 1 0 3 7 5 B R 3 0 •
enem2023
••
Exame Nacional do Ensino Médio

QUESTÃO as r---------------------------------=::i
n,
Simulação de mudança da temperatura média anual em relação ao perlodo pré-Industrial em três cenários de aquecimento global
n,
1 ,5 º C de aquecimento global 2 ºC de aquecimento global 4 •e de aquecimento global

m

�-
Variação (º C) z(')
0
mz
O 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7
Mais quente ---➔

Simulação de mudança da pluviosidade média anual em relação ao período pré-Industrial em três cenários de aquecime nto global

1 , 5 ºC de aquecimento global 2 ºC de aquecimento global 4 ºC de aquecimento global


m
:Ew

z
wo a,
z
(.)
z(')
Variação (%)

-40 ·20 -10
-30 10 20 30 40
Fonte. lPCC
<-- Mais seco Mais úmido----)

m

0
C"') Qual medida é capaz de minimizar as mudanças apresentadas nas simulações?
PIVETTA, M. O clima no Antropoceno, Revista Pesquisa Fapesp, n 307, set 2021.

mz
0 a m
s
Expandir o transporte marítimo.
(l) Incentivar os fluxos migratórios.
0 Monitorar as atividades vulcânicas.
@ Controlar as emissões de carbono. �
C} Priorizar a utilização de termoe létricas.

QUESTÃO 86 �.
Não tinha outra filosofia. Nem eu. Não digo que a Universidade me não tivesse ensinado alguma; mas eu decorei-lhe

z
só as fórmulas, o vocabulário, o esqueleto. Tratei-a como tratei o latim; embolsei três versos de Virgílio, dois de �
Horácio, uma dúzia de locuções morais e políticas, para as despesas da conversação. Tratei-os como tratei a história
e a jurisprudência. Colhi de todas as cousas a fraseologia, a casca, a ornamentação.
e,
0
mz
ASSIS , M Memórias póstumas de Brâs Cubas, Belo Horizonte. Autêntica, 1999

A descrição crítica do personagem de Machado de Assis assemelha-se às características dos sofistas, contestados

m
pelos filósofos gregos da Antiguidade, porque se mostra alinhada à
O elaboração conceituai de entendimentos.
(l) utilização persuasiva do discurso. s
0 narração alegórica dos rapsodos.
@ investigação empírica da physis.
(} expressão pictográfica da pólis . �
30 ..,,=-=-====--=="""'....,...,_ CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ===....,..,......,,__,,.-==-=� enerTI2023
enem.2023 1 1m llfII ili llfll l lllllllill llm Ili rn, ,rn
0 1 0 ] 7 5 1 1t ] 1 •
[>;.amo Nac,on:11 do Ensino Mód,o

QUESTÃO 87 QUESTÃO 89
No Cerrado, o conhecime nto local está sendo cada
vez mais subordinad o à lógica do agronegóc io. De um
z
m
;:
e
lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos,
como mecanismo de universalização de práticas agrlcolas
e de novas tecnologias, e de outro, o modelo capitalista
subordina homens e mulheres à lógica do mercado. Assim,
as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens
comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais,
há outros fatores negativos, como a mecanização pesada,
m
a "pragatização" dos seres humanos e não humanos, a
violência simbólica, a superexploração, as chuvas de �
veneno e a violência contra a pessoa. z
S�,..�ªº CALAÇA, M . SILVA, E 8 JESUS, J N Temtoriahzaçao do agronegôclo e subordinaçao
n
o
do campesinato no Cerrado �llsh, Rev. Geo. UEG, n 1, Ian -Jun 2021 (adaptado)

é a. avó Os elementos descritos no texto, a respeito d a


m
C&.'n\�
i territorialização d a produção, demonstram que h á u m
i 8 cerco aos camponeses, inviabilizando a manutenção z
s
! das condições para a vida.
1 (l) descaso aos latifu ndiários, impactando a plantação
! de alimentos para a exportação. N
/ 0 desprezo ao assalariado, afetando o engajamento dos
! sindicatos para o trabalhador.
: (D desrespeito aos governantes, comprometendo a
Fotografia da avó bordada ! criação de empregos para o lavrador.
SCARELI, G A m/lqu,na de cosl\Jra . os 60s da memória Rovlst, Braollolra 1 @ assédio ao empresariado, dificultando o investimento
do Pesquisa (Auto)Blogrinca, n 18, ma,o-ago 2021. i de maquinários para a produção.
z
n
A definição d� Se rtão descrita no bordado associa esse i QU ESTÃO 90 ,---------------�
recorte espacial a
8 percursos e roteiros turísticos.
(j) trajetos e movimentos holísticos.
l
,
TEXTO 1
Com uma população de 25 milhões de habitantes o
m
l
(cerca de 60% de minorias muçulmanas, principalmente
z

e
0 vivências e itinerários socioafetivos. !
da etnia Uigur), Xinjiang é uma região estratégica para a
(D fronteiras e demarcações territoriais. j China. Faz fronteira com oito países, é uma artéria crucial
@ profissões e interesses econômicos. i
do megaprojeto de infraestrutura chinês Cinturão e Rota e
\ tem as maiores reservas nacionais de carvão e gás natural.
3:
QUESTÃO 88 ' j NINIO, M D,sponJvol em. https //oglobo globo com Acesso em s oul 2021 (adaptado)

Felizes tempos eram esses! As moças iam à missa de ! TEXTO l i


Dentre as províncias da Região Oeste, Xinjiang se
m
madrugada. De dia ninguém as via e s e alguma, em dia /
de festa, queria passear com a avó ou a tia, havia de ir de I destaca ao receber mais de 1 , 7 milhão de migrantes entre
cadeirinhas. Bem razão têm os nossos velhos de chorar l 2000 e 2010. O principal motivo desse fluxo migratório
por esses tempos, em que as filhas não sabiam escrever , éique O governo fo rnece subsídios à população visando
e por isso não mandavam nem recebiam bilhetinhos. ; aumentar a proporção de chineses da etnia Han em �
Novo Correio do Modas, 1853, apud DONEGA, A L Publicar ficção em ! relação à população local de etnias turca e muçulmana . z
meados do século XIX um estudo das revistas femininas editadas J
n
o
ALVES, F . TOYOSHIMA. s Disparidade soctoeconõmica 8 fluxo migratór,o chinês
pelos irmãos Laemmert Campinas Unlcamp, 2013 (adaptado) l Interpretação de eventos conlemporaneos segundo os clássicos do desenvolvimento
; Revista de Economia ContemporAnea, n 1.jan -abr 2017 (adaptado)
Na perspectiva do autor, as tradições e os costumes ! ..
A pohtica d � mográfica para a província menciona da
sociofamiliares sofreram alterações, no século XIX, !
decorrentes de quais fatores? ; nos textos e parte d a seguinte ação estratégic a do

,.,. Háb'1tos d e 1e1tura

•• •
e mobilidade regional.
governo chinês: l
:1 �
,.,. Premover a ocupação rural.
O . Circulação de impressos e trânsito religioso. O Favorecer a liberdade religiosa.
0 Valorização da língua e imigração estrangeira. !i :
0 Descentralizar a gestão pública.
@ Práticas de letramento e transformação cultural. !
(D Incentivar a pluralidad e cultural.
() Flexibilização do ensino e reformismo pedagógico. 1 () Assegurar a integridade territorial.
enem2()23 -=--==_,...,..,.____ CH • 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO ____ _,....,=-----==-----.,. 31
-
l 111�mt�li11111 ili 1 1 1 1�11111111 1 1 �\] 1 1 1 1 lil llil ll l l l
enem2023
• 0 t 0 ] 7 5 B R 5 2 •
03

Transcreva a sua Redação para a Folha de Redação.


2
3

6
7

8
9

10
11

12

13

14

15
16

17

18
19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

32 12 DIA • CADERNO 3 • BRANCO enem2023


1 1 1 1 11 1 1 1 1
01

Você também pode gostar