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Templo da Chama Ascendente

Samael – O Anjo da Morte

Por Noctulius Isaac e Templo da Chama Ascendente

Esta série de trabalhos é focada em Samael, o príncipe do inferno, em seu aspecto de Ceifador. Como deus padroeiro do
templo, Lúcifer é conhecido por ter diversas “máscaras” ou manifestações diferentes, todas com seus próprios poderes e
lições iniciáticas. Entre essas muitas faces podemos encontrar Samael, o Veneno de Deus e o Senhor da Porta da Morte.

Na tradição judaica, Samael é descrito como tendo uma natureza extremamente cruel. A mitologia deixa claro que Samael é
o único anjo totalmente obediente a Deus, disposto a violar ou destruir qualquer aspecto da criação se for o mandato de
Deus. As asas de Samael escurecem a face da terra enquanto ele desce, a espada queimando com as chamas de sua ira.
Ele é o anjo mais adversário de Deus, tanto que é considerado o mesmo “Satanás” mencionado repetidamente nas escrituras
judaico-cristãs. Na Tradição Draconiana, ele às vezes é visto como o bode preto do profano Sabá das Bruxas, empunhando
duas foices que representam o mistério da Vida e da Morte. Outras vezes, ele aparece como uma figura negra encapuzada
com uma espada em uma mão e um cálice cheio de veneno na outra.

O Ceifador no caminho do Dragão representa os ritos de passagem, a importância do Princípio da Morte como força
iniciática. A iniciação Draconiana vê os princípios da Morte e da Vida como partes inseparáveis do mesmo processo
alquímico, muitas vezes representados como serpentes gêmeas: uma serpente negra e uma vermelha.
A integração destas forças é o verdadeiro fundamento do caminho, que é a mudança. A comunhão com o Dragão é a
evolução, o darwinismo espiritual e o ciclo de renascimento. Nada disso é possível sem a Morte. Esta é a gnose agridoce de
Samael.

***

Dia 1

Abrindo o Portão da Morte

Comece ficando em seu espaço ritual. Seu altar deve estar voltado para o sul, mas você deve estar voltado para o oeste.
Levante sua adaga na direção oeste e desenhe o símbolo do tridente. Visualize o tridente queimando com as chamas
vermelhas e douradas de Lúcifer. Sinta a essência do Dragão fluindo através do tridente e preenchendo o seu espaço ritual.
Imagine que você pode ver os outros participantes do projeto formando um círculo ao seu redor; são todos figuras escuras e
encapuzadas, cujos rostos não podem ser vistos.

Quando você se sentir pronto, sente-se ou fique em uma posição confortável e coloque o sigilo de Samael em seu altar.
Unja o sigilo com algumas gotas de seu sangue. Olhe para o sigilo até que ele comece a piscar e a abrir.
Enquanto isso, cante o seguinte mantra:

“Samael, Shemal, Saklas, Chavayoth!

Senhor do Portão da Morte, eu te chamo!

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Quando o sigilo estiver aberto e piscando, feche os olhos e visualize-se no centro de um cemitério. Há neblina ao
redor e há uma brisa fria. Diante de você está uma tumba sem nome. Na porta desta tumba você vê o sigilo de
Samael. O sigilo está brilhando com uma energia vermelha vibrante e mortal.
Usando sua adaga ritual, você corta a palma da mão esquerda e a coloca contra o sigilo brilhante de Samael. Só
então você ouve um “clique” profundo dentro da pedra, como se ela tivesse acabado de ser destrancada com uma
chave. A grande porta de pedra afunda no chão, abrindo caminho para um lance de escadas que desce para a escuridão total.
Relaxe, abra sua mente e receba quaisquer visões ou intuições que surgirem.

***

Dia 2

Contemplação da Morte
Esta é uma meditação simples que irá familiarizá-lo com as energias da morte. Deve ser realizado em um cemitério,
pois ali a energia da morte é naturalmente forte, mas caso não seja possível, basta visualizá-la. Sente-se em uma
posição confortável. Torne-se consciente de sua respiração e comece a relaxar. Não tenha pressa com isso. Quando
você se sentir suficientemente relaxado, abra sua consciência para o ambiente. Comece a notar as lápides que estão
ao seu redor. Perceba que você está cercado de pessoas que já faleceram, foram soterradas e foram esquecidas.
Observe o vento, os pássaros, o som dos carros passando e pense em como o mundo segue sem eles. Entre
realmente no espaço da mortalidade aqui.
Pense em como, em outro século, você também estará aqui. Este é o seu destino final e final.

Ao realizar esta meditação, abrace todos os sentimentos que surgirem. Não tente suprimir as pontadas de tristeza ou
medo que você possa sentir. Eles irão despertá-lo para a impermanência de todas as coisas, para a necessidade da
morte como parte da vida. É assim que a triste energia da morte se transforma em inspiração e desejo de vida.

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Dia 3

Morte e Renascimento

Deite-se de costas na posição de caixão e comece a respirar profundamente e relaxar. Ao fazer isso, imagine que há
uma cobra de fogo enrolada na base da sua coluna. Sinta como essa energia serpentina é quente e levemente
excitante. Observe como cada respiração profunda e relaxante começa gradualmente a despertar essa força ígnea.
Conforme você inspira, o oxigênio é queimado; à medida que o oxigênio queima, o calor e a luxúria se intensificam.
Permita que esta força aumente a pressão dentro de você à medida que sobe pela sua coluna, transformando-se em
um pilar de fogo que desperta cada célula do seu corpo.

Feito isso, concentre-se suavemente na sensação do seu corpo astral, sentindo-o ficar mais leve. A cada respiração
relaxante e purificadora, sinta sua alma se elevando à medida que você sai do corpo físico. Não se esforce muito para
isso, mas deixe que aconteça naturalmente. Se você não consegue ter uma “experiência fora do corpo” completa aqui,
isso é normal e perfeitamente normal. Tudo o que você está tentando fazer é ter uma imaginação realista de transferir
sua mente para fora do corpo físico.

Feito isso, imagine que seu corpo físico está morto. Você faleceu e agora está no plano astral. Olhe ao seu redor.
Aventure-se pela janela e sinta a brisa suave ou observe o trânsito que passa. Olhe para o mundo ao seu redor e veja
como todas essas coisas ainda acontecem sem você.

Quando você se sentir pronto, poderá retornar ao seu corpo. Pense nisso como uma ressurreição. Veja-se como tendo
sido trazido de volta à vida. Reflita sobre sua experiência por um tempo, permitindo que a impermanência de todas as
coisas realmente penetre.

***

Dia 4

A caça selvagem

Comece este ritual como fez no primeiro dia com o tridente e visualizando os demais participantes. Sente-se em uma
posição confortável e observe o sigilo de Samael. Veja a furiosa energia vermelha de Samael irradiando de seu sigilo.
Sinta que o sigilo está se abrindo como um portal para a corrente Draconiana, derramando energias do Vazio em seu
espaço ritual. Enquanto isso, cante o mantra:

“Soem a buzina de Samael,

Arauto da Caçada Selvagem!”

Quando o sigilo estiver aberto e piscando, feche os olhos e imagine que você está andando pela rua de uma cidade
abandonada à noite. Há sons sibilantes suaves vindos de todas as direções, e ao longe você ouve cães latindo. De
repente, o chão começa a tremer. Ao longe você pode ver uma debandada de cavaleiros vindo em sua direção. À
medida que se aproximam, você percebe que estão mortos – sua carne está apodrecendo, amarelada, com membros
perdidos e ossos expostos. Os cavalos são iguais. Você pensa em correr, mas o assobio ao seu redor já chegou perto
demais. Uma cobra morde sua panturrilha e um medo gelado agora enche suas veias, paralisando você.

Um por um, os cavaleiros passam por você, cada um cortando um pedaço do seu corpo enquanto outro o captura
como troféu. Sua mão vai, e depois seu braço, depois seu outro braço, etc. Sinta que com cada parte do corpo cortada,
também é uma parte do seu próprio senso de identidade. Sua identidade desaparece, e depois seus desejos, e então
seus medos, etc. Eventualmente, não resta nada físico ou espiritual – existe apenas a escuridão do Vazio.

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Permaneça neste nada por um tempo. Sinta o vazio e a sensação de solidão. Quando estiver pronto, feche o ritual e
continue o seu dia.

***

Dia 5
Invocação do Senhor das Sombras

Comece este ritual da mesma forma que iniciou os anteriores, com o tridente, visualização dos outros membros, etc.
Contemple o sigilo de Samael, permitindo-se ver as energias vermelhas ígneas que dele emanam. Quando o sigilo
começar a abrir e piscar, recite a seguinte invocação:

“Samael, Veneno de Deus,

desço ao ventre da terra.
Deixe-me subir em êxtase ilimitado,
Libertado do mundo circundante.
Conceda minha passagem pelo Portão da Morte e guie-me para o outro lado.
Proteja-me e guie-me agora,
enquanto viajo para o submundo.”

Deite-se, feche os olhos e imagine o mesmo cemitério que viu no primeiro dia. Desta vez, existe um altar no centro
do cemitério. Você está naquele altar. Visualize que a soma das partes decepadas do seu corpo está empilhada
sobre o altar e sinta-se (sua consciência) preso nessa pilha de sangue.
Samael está acima de você, uma figura preta encapuzada com uma espada na mão direita. Ele acena com a mão
esquerda sobre as partes mortas do seu corpo e você começa a sentir sua alma ficando mais leve e se elevando no ar.
Você se desprende do corpo e se encontra na entrada da tumba que viu no primeiro dia. Desta vez, porém, você
começa a descer as escadas. Você pode ouvir a porta de pedra se fechando atrás de você.

Você agora está preso no submundo, forçado a explorar seu inconsciente pessoal. A única saída é viajar por este
reino sombrio. É assustador, mas também promissor. É o lar dos seus demônios pessoais mais assustadores, mas
escondido aqui também está o potencial criativo para reconstruir tudo o que foi perdido na morte. Neste ponto, abra-
se para quaisquer visões e intuições que possam surgir. Explore livremente o seu lado negro e veja o que ele pode
mostrar sobre você. Quando se sentir pronto para voltar, abra os olhos, agradeça a Samael e feche o ritual.

***

Dia 6

Invocação do Rei da Morte

Comece este ritual como no dia anterior. Reserve um momento para refletir sobre o funcionamento dos dias
anteriores. Pergunte a si mesmo se você já aprendeu quais obstáculos podem estar impedindo seu desenvolvimento
pessoal e poder. Quando você se sentir pronto para começar, olhe para o sigilo e cante o seguinte
mantra:

“Samael, Shemal, Saklas, Chavayoth”

Quando o sigilo estiver aberto e piscando, feche os olhos e imagine que um ser encapuzado entra no seu espaço
ritual. Ele é preto como breu com asas pálidas e etéreas. Este é Samael, o Ceifador. Ele empunha uma espada
flamejante na mão direita e um cálice envenenado na esquerda. Sinta-o entrar em sua alma, possuindo e se tornando
você. Agora imagine que você é o Reaper. Veja-se como esta mesma figura encapuzada de escuridão espiritual.
Sinta a frieza que acalma o ar ao seu redor, aquele silêncio sombrio e aceitação que

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anuncia a morte. Sinta o poder que emana dos seus olhos e saiba que seu olhar pode parar instantaneamente os
batimentos cardíacos.

Agora pegue sua adaga e pense na reflexão que você fez antes do ritual. Sua adaga é a espada flamejante de
Samael, e agora você percebe que há figuras sombrias ajoelhadas diante de você. Essas “pessoas das sombras”
representam os obstáculos que você descobriu ao trabalhar com Samael. Um por um, mate-os com sua espada
flamejante. Mate tudo o que o tem mantido resistente à mudança e ao crescimento.

Seja criativo com esta visualização, sendo tão mórbido ou humano quanto você gostaria. Algumas coisas podem ser
dolorosas de abandonar. Outras coisas podem inspirar sua raiva, e você se sentirá bem em finalmente aniquilá-las.
Mantenha a mente aberta e aceite quaisquer emoções que possam surgir. Quando terminar, complete a série de
trabalhos com algumas palavras pessoais de agradecimento ao Arcanjo da Morte.

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