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Boletim Conteúdo Jurídico v. 1110 de 27/08/2022 (ano XIV) ISSN - 1984-0454
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BRASÍLIA
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&RQVHOKR(GLWRULDO
VALDINEI CORDEIRO COIMBRA (DF): Mestre em Direito Penal
Internacional pela Universidade de Granada - Espanha. Mestre em
Direito e Políticas Públicas pelo UNICEUB. Especialista em Direito Penal
e Processo Penal pelo ICAT/UDF. Pós-graduado em Gestão Policial
Judiciária pela ACP/PCDF-FORTIUM. Professor Universitário. Advogado.
Delegado de Polícia PCDF/Ap.
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País: Brasil. Cidade: Brasília † DF. Endereço: SIG SUL, Q. 01, lote 495, sala 236,
Ed. Barão do Rio Branco, CEP. 70610-410. Tel. (61) 991773598
Contato: editorial@conteudojuridico.com.br
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Publicação semanal em formato digital
Circulação: Livre. Acesso aberto e gratuito
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Jurídico, Boletim Conteúdo, vol. 1110, (ano XIV) ISSN † 1984-0454 / Boletim Conteúdo
Jurídico, Brasília, DF. 2022. 568 f.
ISSN 1984-0454
CDD † 020.5
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SUMÁRIO
COLUNA
ARTIGOS
O caso da criança de 10 anos vítima de estupro † uma análise sob a ótica da
LGPD
Icaro Maia Freire, 11.
Contratos desportivos
André Galdeano Simões, 21.
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7UDQVIHUrQFLDVLQWHUQDFLRQDLVDH[SRUWDomRGR·S
pGHREUDQRPHUFDGR
futebolístico globalizado
André Galdeano Simões, 282.
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(orientador)
·(DJRUDFRPRpTXHHXILFR
nas tardes de domingo
Sem Zico no Maracanã
Agora como é que eu me vingo
de toda derrota da vida
Se a cada gol do Flamengo
Eu me VHQWLDXPYHQFHGRU
· Saudades do Galinho0RUDHV0RUHLUD
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo refletir quanto a relevância das
transferências internacionais e demonstrar na prática as principais cláusulas adotadas pelos
clubes no Brasil e exterior. A desvalorização da moeda nacional aliada ao talento dos
nossos atletas faz com que o Brasil seja o maior exportador de atletas, segundo estudo
elaborado pela FIFA, eYLGHQFLDQGRDYRFDomRGR%UDVLOFRPRH[SRUWDGRUGH·SpGHREUD
Fato que aponta a necessidade de maior profissionalismo para lidar com questões relativas
à venda de atletas. É relevante o apoio jurídico desde a fase negocial da transferência visto
que um deslize pode acarretar no fim das negociações. Para a elaboração contratual é
importante conhecer e respeitar regras internacionais. Frequentemente ao negociarem
atletas, os dirigentes desportivos pensam apenas em valores líquidos deixando de levar em
consideração outros custos como impostos e com direito de formação, por exemplo. Cabe
ao responsável jurídicos alerta-los sobre a existência desses e outros valores. Deve-se
atentar também para as cláusulas de confidencialidade e suas exceções. Não menos
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ABSTRACT: This article aims to reflect on the relevance of international transfers and
demonstrate in practice the main clauses adopted by clubs in Brazil and abroad. The
1.INTRODUÇÃO
2.EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
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Claro que existiram exceções, como no final da década de 50, quando o atleta
Evaristo de Macedo se transferiu para o Barcelona. Na Europa, o futebol foi usado como
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Profunda modificação legislativa se deu com o advento da Lei Zico (Lei 8.672/93) e,
posteriormente, com a denominada Lei Pelé (Lei 9.615/98), atualmente em vigor, que
buscaram a profissionalização do desporto.
Portanto, no Brasil, em razão deste longo período de mais de meio século, pode-se
concluir que o desporto era unicamente ligado à iniciativa pública, que o utilizava como
manifestação cultural com finalidades políticas e religiosas, sempre tendo em vista a
manutenção do poder, passando a ser considerado autônomo apenas com a promulgação
GD·&RQVWLWXLomR&LGDGm
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·’HDFRUGRFRPUHFHQWHUHODWyULRSXEOLFDGRSHOD),)$ , o Brasil é
há pelo menos dez anos o maior exportador de atletas do futebol
mundial, superando em mais que o dobro a Argentina, segunda
Desta forma não há como negar a vocação brasileira de exportador de atletas, sendo
que também em razão da necessidade de geração de recursos, a venda de atletas para o
exterior é uma das maiores fontes de receita para alguns clubes.
135https://www.fifa.com/legal/football-regulatory/stakeholders/fifa-fund-for-players/media-releases/fifa-
publishes-report-on-ten-years-of-international-transfers. Acesso em 23/11/2021.
136 https://www.bicharaemotta.com.br/artigos/os-beneficios-da-saf-nao-sao-para-todos/. Acesso em
23/11/2021.
137http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2012/01/problemas-em-
documentacao-podem-melar-permanencia-de-itamar-no-fla.html. Acesso em 23/11/2021.
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interferência destes terceiros nas negociações dos atletas, assim possibilitando o retorno
financeiro dos valores investidos.
A grande maioria dos clubes no Brasil, sob o regime de associação sem finalidade
lucrativa, ainda geridos por dirigentes amadores conforme estatutos criados ainda no
princípio do século passado. Havendo a necessidade de profissionalização da
administração desportiva em âmbito nacional.
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A aversão pelo novo, característica inerente a maioria dos seres humanos, foi
GHVWDFDGDSHORFUDTXH=LFRHPDUWLJRGHQRPLQDGR· Amador x ProfissionalSXOLFDGRQR
Diário Lance! de 28/07/2004:
·8PGRVGLOHPDVGRIXWHEROEUDVLOHLURQDDWXDOLGDGHS rincipalmente
nos grandes clubes, é a dificuldade de passar do amadorismo para o
profissionalismo na administração. E infelizmente o Flamengo deu na
última semana um forte exemplo das consequências negativas que a
manutenção desse modelo amador desgastado pode causar (...) O
mês precisa ter 30 dias! Mas o amador é assim. Na hora da paixão ele
chega e quer tomar a atitude ali, não raciocina com os números, não
vê o ambiente e nem se preocupa com a consequência de seus atos.
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138 CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO. FLAFUTEBOL. Relatório de Gestão 2004. Rio de Janeiro, 2004.
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Estes detalhes podem parecer que não são importantes, mas caso o atleta não possua
boa performance no novo clube e com intuito de se defender de eventuais críticas ou
supostas alegações de fraude na contratação. Por outro lado, os clubes brasileiros muitas
vezes são cobrados pela torcida e da mídia HPUD]mRGDYHQGD·SUHFLSLWDGDGHXPDMRYHP
promessa. Então a inclusão da necessidade de venda e de uma oferta vantajosa
financeiramente justifica a razão da venda.
Em razão do fair play financeiro tem sido costumeiro que o pagamento das
transferências seja efetuado de maneira parcelada, portanto caso o parcelamento seja a
longo prazo é importante que o clube cedente tente incluir cláusula de vencimento
antecipado das parcelas vincendas em caso de transferência definitiva do atleta para
terceiro clube.
atleta, mas algumas questões se originam desta transferência do direito federativo. Tais
como questões relativas à forma de transferência (temporária ou definitiva), eventuais
bônus, prêmios de revenda, dentre outros.
Importante ressaltar a definição trazida pelo Regulations on the Status and Transfer
of Players (RSTP) da FIFA que GHILQHDWUDQVIHUrQFLDLQWHUQDFLRQDOFRPR·RPRYLPHQWR
registro de um jogador de uma associação para outra assocLDomR &ODUR TXH TXDQGR D
FIFA menciona ·DVVRFLDomR HVWireferindoVH a uma entidade nacional, pois a entidade
máxima do futebol não reconhece as associações regionais existentes dentro de uma
entidade de administração desportiva nacional.
Cabe ao clube cessionário sempre observar o período de registros que são definidos
SHODV DVVRFLDo}HV QDFLRQDLV DV FKDPDGDV ·MDQHODV GH WUDQVIHUrQFLD 1HVWH D
transferência poderá ocorrer a qualquer tempo, mas o registro para que o atleta tenha
condições de aWXDomRGHSHQGHPGD·MDQHOD ou período de registro.
Além do clube cessionário sempre se atentar para regra que os jogadores podermo
registrar-se em, no mi ximo, trHs clubes em uma temporada. Ou seja, durante essa
temporada, o jogador somente poderá ser relacionado para atuar em partidas oficiais por
dois clubes. Como exceFmo a essa regra, um atleta em trDnsito entre dois clubes
pertencentes a associaF} es com temporadas sobrepostas (ou seja, o intcio da temporada
de vermo/outono oposta j temporada de inverno/primavera) poderi ser relacionado para
jogar em partidas oficiais por um terceiro clube durante a temporada sobreposta, desde
que tenha cumprido com as disposiF} es contratuais em relação aos seus clubes anteriores.
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Para ilustrar essa hipótese, podemos mencionar o atleta Metinho Silu, congolês,
vinculado ao Fluminense Football Club. Seus pais se mudaram para o Brasil quando o atleta
tinha cerca de 2 anos de idade. O Fluminense realizou todos os procedimentos juntos às
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139 https://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/metinho-revela-emocao-do-pai-e-
de-parentes-no-congo-com-periodo-na-selecao-chegaram-a-chorar.ghtml
140 Processo CAS 2016/A/4903, ajuizada pelo Club Atlético Velez Sarsfield v. The Football Association Ltd.,
Manchester City FC e FIFA, em 16 de abril de 2018.
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A quarta hipótese prevista pela FIFA para que um atleta menor se vincule a um clube
estrangeiro é quando o atleta sai de seu país, sem os seus pais, por razões humanitárias,
Por fim, a última hipótese prevista pela FIFA é quando o jogador é estudante e está
participando de programa de intercâmbio acadêmico. Nessa hipótese, o vínculo do atleta
menor com o clube estrangeiro não pode durar mais que um ano e o clube estrangeiro
deve ser exclusivamente amador, sem equipe profissional e sem qualquer vínculo com
clubes profissionais.
Embora a CBF já regulasse desde 2016 a questão das transferências ponte, somente
em 2019 a FIFA regulou a matéria. Assim evitando novos casos que ferem transferências
que não possuem caráter desportivo e visam apenas benefícios financeiros.
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Club de Avellaneda / Argentina CAS A/
II. Third Party Ownership (TPO): Os Contratos de Cessão de Direitos Econômicos eram
permitidos atp 31/12/2014 desde que com empresas que não interferissem nas
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transferências ou em questões trabalhistas e podiam ser divididos. Não era difícil lermos
QRV MRUQDLV FDVRV HP TXH RV DWOHWDV HUDPcomo verdadeiras pizzas e seus
·IDWLDGRV
percentuais eram divididos entre os investidores e os clubes.
Durante um longo período esta era uma fonte de receita importante para a
sobrevivência dos cofres de clubes em dificuldades para quitar suas obrigações em dia.
A FIFA, em razão de pressão da UEFA, editou a circular 1464 (22/12/2014) que bania
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Assim diversos clubes foram obrigados a correr para formalizar transferências ainda
no ano de 2014, a fim de não serem contrárias a nova regulamentação imposta pelo novo
artigo 18ter do RSTP da FIFA.141
Havia diversos casos de abuso dos investidores que impunham aos clubes cláusulas
leoninas e assim nunca saiam perdendo. A título exemplificativo abaixo transcrevo um
exemplo desta modalidade de cláusula imposta pelos investidores:
·1DKLSyWHVHGHVHUUHFHELGDXPDSURSRVWDSDUDDWUDQVIHUrQFLD
ATLETA por valor igual ou superior a ‰.000.000,00 (quatro milhões
de euros) mesmo que em qualquer outra moeda diferente, e não
havendo interesse do CLUBE X em aceitá-la, fica conferida a
EMPRESA a faculdade de optar entre:
141http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2014/12/fla-corre-para-garantir-cirino-
ate-esta-quarta-feira-por-conta-de-regras-da-fifa.html
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consideravam o atleta como terceiro. Fato este que é um verdadeiro absurdo, pois os
direitos econômicos nascem do vínculo federativo entre clube e atleta, portanto não seria
o atleta uma figura estranha a relação e em boa hora a FIFA reviu seu pensamento e incluiu
o atleta, além dos clubes anteriores, como aqueles que estão no rol que não podem ser
considerados como terceiros.
Portanto regular apesar de dar mais trabalho seria uma solução melhor para os
clubes, pois assim viabiliza que clubes com menor possibilidade de investimento tenham
capacidade de manter seus craques que cada vez mais cedo se transferem para o exterior
e poderiam completar sua formação em seu país de origem.
III. Third Party Influence (TPI): A FIFA, através do artigo 18bis, veda toda e qualquer
influência de terceiros em relação ao contrato de trabalho entre clube e atleta, mesmo que
este terceiro seja o clube detentor do vínculo definitivo do atleta e cede temporariamente
apara outro clube. Ou seja, o clube cedente não pode interferir no vínculo do novo contrato
de trabalho entre atleta e clube cessionário.
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Contrato·&DVRRFRUUDDWUDQVIHUrQFLDSDUDWHUFHLURFOXEHFOXEH&RFOXEH%SDJ
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Sell-on
ao clube A 10% (dez por cento) do total líquido da futura WUDQVIHUrQFLD&OiXVXOD¶
fee•
Valor excedente de ‰1 milhão corresponde a ‰100 mil (10% que deverá ser pago ao
clube A).
Uma questão que o clube cedente sempre deve se atentar para evitar que o clube
cessionário que adquire o vínculo do atleta burle o direito de sell-on fee é sempre registrar
que no caso de transferência para terceiro clube que não envolva valores, mas apenas troca
de atletas as partes busquem um órgão com credibilidade para mensurar o valor de
mercado daquela transferência e assim possa resguardar seu direito.
É uma taxa de transferência condicional em que a quantia adicional paga pelo novo
clube ao antigo clube, caso certas condições forem cumpridas.
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Exemplo II: se o Clube B for campeão nacional ou se classificar para o principal torneio
continental, o Clube B pagará ao Clube A a quantia de ‰1 milhão (bônus por performance
coletiva).
5.3 Loyalty bonus (Bônus de lealdade): O bônus por lealdade normalmente é pago
Também pode ser pago ao Atleta, conforme disposição em seu contrato de trabalho:
Há casos que o clube cede um atleta para outro e as partes, em comum acordo,
resolvem fixar o valor de eventual transferência definitiva do vínculo federativo do atleta.
142
Neste caso importantíssimo que o clube cessionário faça o acerto salarial de eventual
futuro contrato de trabalho, pois neste caso pode se acertar com o clube cedente, mas não
conseguir efetivar a transferência.
142https://ge.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/dirigente-do-independiente-confirma-acordo-e-
vasco-aguarda-documentacao-para-acerto-com-benitez.ghtml
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Tem sido cada vez mais frequentes casos em que os clubes, com intuito de evitar
sanções impostas pelo fair play fLQDQFHLURLQFOXHPXPD· opção obrigatória de compra
foi o caso do empréstimo do atleta Mbapé do Mônaco ao PSG, em agosto/2017, com
RSomRGHFRPSUDSRU‰ milhões.
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seja, uma meta sem razoabilidade desportiva (· atuar em 1 partida o clube B deve exercer
a opção de compra .
·1RFDVRHPTXHR&OXEH$H[HUoDD2SomRGH&RPSUDGR-RJDGRU
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De acordo com a FIFA a reprovação nos exames médicos apys a sua assinatura e que
deveriam ter ocorrido antes da celebraFmo do ajuste laboral, além da obtenFmo de visto ou
permissmo de trabalho, quando se tratar de atleta estrangeiro, não podem ser
condicionantes nulas, por forFa do art. 18.4 do Regulamento da FIFA sobre o Status e a
TransferHncia de Jogadores, para a validade do contrato de trabalho.
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Portanto, importante sempre alertar sobre esta questão que pode causar um
desgaste desnecessário, a fim de também evitar um aumento no custo final da operação.
Será sempre devida seja por transferência temporária ou definitiva, desde que
onerosa. Incluindo-se também eventuais bônus acessórios recebidos em função da
transferência e acima mencionados.
Em regra, o clube cessionário deve reter o percentual de 5% (cinco por cento) para
após a análise do passaporte desportivo do atleta fazer a distribuição dos valores daqueles
clubes que contribuíram para formação desportiva do atleta entre 12 e 23 anos de idade.
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formação que não serão retidos e ficarão sob responsabilidade do Clube A pagar
diretamente aos clubes que contribuíram com a formação do atleta.
Já a compensação por treinamento poderá ser cobrada caso o atleta assine seu
primeiro contrato de trabalho com clube diverso daquele que foi seu clube formador ou
em caso de transferência internacional em idade de formação (até 23 anos de idade).
Uma questão primordial que as partes sempre devem sempre estarem atentas na
redação de um contrato de transferência internacional é em relação ao idioma. Escolher
dentre os idiomas oficiais da FIFA aquele que tenha maior proximidade e em caso de
contratos bi colunados com outro idioma não deixar de incluir que em caso de eventual
controvérsia prevaleça o idioma que lhe for mais próximo e traga maior segurança.
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O CAS tem sido a melhor alternativa para eventual recurso das decisões emanadas
dos órgãos judicantes da FIFA, mas é importante prever como será composto o painel em
razão do alto custo da arbitragem internacional. Se será arbitro único ou três árbitros, além
da língua do painel.
9. CONCLUSÃO
Desta forma elevaremos o número de novos talentos e criando um ciclo virtuoso que
contribuirá para o fortalecimento de nosso futebol e novamente colocando o Brasil em
posição de destaque no cenário mundial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL Lei 9.615/98 de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá
outras providências. (Lei Pelé). Diário Oficial da União, Brasília - DF, publicado em 25 de
março de 1998.
COELHO, Paulo Vinicius. Bola fora: a história do êxodo do futebol brasileiro. Editora
Panda Books. São Paulo, 2009.
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MELO FILHO, Álvaro & SANTORO, Luiz Felipe Guimarães. Direito do Futebol - Marcos e
Linhas Mestras. Editora Quartier Latin. São Paulo, 2019.
NICOLAU, Jean Eduardo. Direito Internacional Privado do Esporte. Editora Quartier Latin.
São Paulo, 2018.
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